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sou raso, largo, profundo

Últimas opiniões enviadas

  • aug

    (…) é um média-metragem do prolífico artista Lalo Cura, de e sobre Parnaíba, a cidade mais intrigante do Piauí. trata-se de um registro cuidadoso e rebelde do trabalho de uma “nova nova” geração “nova” de artistas parnaibanos. mas não apenas isso… em muitos momentos, o filme capta um silêncio contemplativo sobre pontos mais ou menos conhecidos da cidade, por meio do olhar delicado e provocativo do seu realizador. mas, além do silêncio, o filme também retrata o barulho. e não me refiro apenas a decibéis, mas a um discurso incisivo e a expressões artísticas que chamam a atenção, que gritam. uma Parnaíba por vezes invisível (ou invisibilizada?), mesmo sendo vibrante, forte e colorida. a gente também ouve esse barulho no ruído do zoom da câmera, no vento estourando o áudio, nos culumim gritando, no beat estridente do boom bap… recursos que estão totalmente alinhados à estética rebelde que a narrativa retrata. inclusive, a escolha por manter o som e a luz naturais das filmagens aliada à câmera na mão, às críticas sociais, à descontinuidade da narrativa, ao peso do discurso, além de outras características, denunciam a inegável influência do cinema novo para a produção; entretanto, para Lalo, o que se propõe é um “novo novo cinema novo”, ou seja, (…). tal alternância não-narrada entre a ausência de som e o barulho das ruas de PHB pode ser perfeitamente representada pela cena da poderosa performance da atriz Fernanda Silva, que caminha sobre o entulho do espaço cultural abandonado pelo poder público em silêncio, o qual se rompe apenas com o estrondo de sua revolta materializada no ato de quebrar as telhas. além de Parnaíba, (…) fala sobre o próprio Lalo! o realizador se mostra não apenas nas projeções na parede da casa, mas Lalo, enquanto criador multiplataforma, compõe a cena artística diversa e efervescente retratada: uma geração talentosa de artistas independentes que coloca cor e som nas ruas da cidade, que reflete sobre suas origens, que produz um trabalho de qualidade inegável e de acesso democrático, e coloca seu trabalho e sua visão à disposição de Parnaíba, a qual quase nunca merece e valoriza os artistas que têm, mas sempre os inspira.

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  • aug

    pela qualidade técnica e diversidade de temas abordados, considero A Mosca um filme perfeito para quebrar o gelo entre alunos de cursos da área de saúde/biológicas: as consequências de uma hipotética mistura genética entre o DNA humano e o de uma mosca; a bioquímica das enzimas presentes na secreção do híbrido; a histologia da transformação dos órgãos e tecidos do Brundlefly; a bioética na lida do cientista; o processo evolutivo que pode ser tirado como crítica social (a "evolução" moderna dos humanos para seres abjetos que se alimentam de porcarias, como as moscas - vide aquela cena no comecinho, dos protagonistas comendo na lanchonente quando a Geena Davis critica o hambúrguer); a anatomia que acompanha todo o processo de mutação corporal kafkiana e por aí vai. utilizando como isca o contexto técnico, os alunos também podem ser fisgados pela atuação dedicada do Jeff Goldblum (a sequência de ginástica é puro ouro), pela maquiagem e os efeitos especiais que permanecem impressionantemente convincentes, pelas lições de body horror que inspirariam tantos outros filmes (alô, A Substância) e fazem o expectador mais depravado entrar em êxtase absoluto... são tantas coisas!

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