Poderia, mas não vou fazer uma análise detalhada sobre o filme. Apenas o insight, o momento-puro, o instinto delgado que mexeu profundamente com minhas emoções são capazes de decodificar, minimamente em palavras, a força que este filme me atravessou. Ao pequeno Saramago e à grande Pilar: duas patas de elefante irreconciliáveis com o seu tempo. E que permaneçam a caminhar...
Elena me destruiu. Estou flutuando na água. Agora danço. Sob um corpo de criança transfiguro o meu olhar para meu medo: é minha irmã. Estou feliz com ela. Sinto amor. Então, ela se vai, some durante uma noite e nunca mais volta. Posso ouvir a sua voz ainda... tentando me aconselhar. Tenho sete anos. É o pior ano da minha vida. Petra, a diretora, tem uma irmã, a atriz, e uma mãe, a professora. Sob essa tríade uma verdade grita: todas são uma para poder ser três. Elena é um nome agridoce, um conceito em mutação. É o próprio processo de individuação que faz parte da vida de todos: a graça de ser si sem necessitar do espelho de ti. É, portanto, o caminhar com as próprias pernas para se definir como sujeito. Elena é um filme, é água, é movimento. [spoiler]Com uma narrativa parabiográfica, o filme conta a história da irmã de Petra, Elena, que comete suicídio enquanto fazia teatro nos Estados Unidos. Esse fato muda a vida de Petra, de sua mãe e faz com que o único alívio para "matar" Elena - e assim poder viver a partir de si - seja a procura incansável nas lembranças, nas dores. O problema central, e Petra sabe disso, é que Elena mora dentro de si. O que a impede de viver sem guardar o peso exponencial dos 300 gramas que, segundo a autópsia, correspondia ao coração de Elena. Petra não se cansa de dizer: Elena é uma memória inconsolável. Os dias, por isso, são duras inquisições. Petra e a mãe são mútuas juradas da lembrança do cheiro de Elena, de seu corpo, de sua vida. Elena é, pois, um choro contido. É lágrima que se dissolve no vidro. É carne que se desmancha na água. É corpo que se auto-indulgencia na performance, na dança. O filme Elena e a pessoa Elena se confundem. Petra quer dar uma resposta para a sua dor através da arte para tornar Elena viva, porque sem arte Elena morre. E se o sonho de Elena era ser atriz de cinema, a sua irmã, Petra, transforma em realidade com poesia o embate angustiante de imagens e sons; vidas e mortes; mulheres e mulher; passado e presente. Portanto, se algum dia duvidarem destas palavras, e desta história de ser-em-si, Petra (ou Elena?) confirma: Elena dança com a lua.
Assisti a 3 filmes ontem: Os Miseráveis, As Aventuras de Pi e Cloud Atlas. O terceiro é, de longe, o melhor. Apesar de ser fã de Victor Hugo, mas, convenhamos, que aquela produção de Tom Hooper é, no mínimo, tosca. Confirmo que a maquiagem é horrível, tenebrosa. Contudo, a narrativa é fascinante com suas linhas temporais se alternando a cada cena e formando um quebra-cabeças cíclico em si mesmo. A melhor definição para esse filme é: um trailer estendido de 2 horas e 45 minutos. Um dos melhores filmes hollywoodianos do ano passado.
Não há dúvida de que Nanni Moretti é um ótimo diretor. Porque conferir uma atmosfera tão realista e intimista em um filme como esse é um desafio do tamanho da responsabilidade de falar sobre o sistema religioso católico como um todo. Evidentemente que só é abordado o que completa a narrativa, mas, ainda assim, é feito com maestria. Estupenda a atuação do protagonista, Michel Piccoli, como o papa. O que deu peso e conseguiu sustentar toda a projeção nas costas. O roteiro tem uns furos graves aqui e ali, principalmente no final, quando completa de maneira caótica - no pior sentido - a narrativa. Porém, no todo, vale muito a pena conferir. É um filme emocionante com algumas boas doses de risadas.
Demorei pra assistir, mas não me arrependo. Estive me preparando para, caso me decepcionasse, continuar acreditando no Batman. Afinal, é meu herói, desde pequeno, preferido. Não gostei plenamente de Batman Begins, mas esse não tem como. Fenomenal! O melhor da história sobre super-heróis!!! O Corginga de Ledger estava muito acima do que eu imaginava, o roteiro espetacular com diálogos e cenas fantásticas e, é claro, a ótima reflexão filosófica sobre o nosso caráter. Se faltou alguma coisa foi uma "parte 2" desse filme com o Coringa. Porém, com Ledger morto colocar qualquer um em seu lugar seria desmerecer o seu trabalho. Melhor assim. Os grandes ficam para a história e Heath Ledger já tem seu lugar escrito. Salve, salve Christopher Nolan!!!
Estava lendo e me deparei com esse filme. Foi como uma iluminação. Quando vi o trailer já tinha certeza: tem a mão de Karim Aïnouz (O Céu de Suely, Madame Satã). Vou ver por curiosidade e pelo gosto de uma narrativa tão alucinante em suas voltas macias e sem muita perspectiva de para onde se está indo. Gosto da aventura que este diretor me leva e, sobretudo, gosto de ser levado.
Um documentário bem feito. Mas que esconde muitos atos pró e contra a soberania do Estado. Existe muita coisa oculta nesse documentário que precisa ser analisada: a Globo não é a principal peça do tabuleiro da manipulação!
Confesso que estava receoso e que o preconceito quase me fez desistir de assistir ao filme. Mas depois de superado todo o meu ego fui ao deleite e me impressionei. Parabéns a Darren Aronofsky!
Os sentimentos ficam mais fortes com esse filme. Retrata o Brasil por um outro ângulo: mais intimista, autêntico e verdadeiro. Fernanda Montenegro supera os limites do corpo e chega a um patamar jamais alcançado por qualquer outro artista. O corpo havia ficado para trás. Impressionante do princípio ao fim.
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José e Pilar
4.5 160 Assista AgoraPoderia, mas não vou fazer uma análise detalhada sobre o filme. Apenas o insight, o momento-puro, o instinto delgado que mexeu profundamente com minhas emoções são capazes de decodificar, minimamente em palavras, a força que este filme me atravessou. Ao pequeno Saramago e à grande Pilar: duas patas de elefante irreconciliáveis com o seu tempo. E que permaneçam a caminhar...
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraElena me destruiu. Estou flutuando na água. Agora danço. Sob um corpo de criança transfiguro o meu olhar para meu medo: é minha irmã. Estou feliz com ela. Sinto amor. Então, ela se vai, some durante uma noite e nunca mais volta. Posso ouvir a sua voz ainda... tentando me aconselhar. Tenho sete anos. É o pior ano da minha vida.
Petra, a diretora, tem uma irmã, a atriz, e uma mãe, a professora. Sob essa tríade uma verdade grita: todas são uma para poder ser três. Elena é um nome agridoce, um conceito em mutação. É o próprio processo de individuação que faz parte da vida de todos: a graça de ser si sem necessitar do espelho de ti. É, portanto, o caminhar com as próprias pernas para se definir como sujeito. Elena é um filme, é água, é movimento.
[spoiler]Com uma narrativa parabiográfica, o filme conta a história da irmã de Petra, Elena, que comete suicídio enquanto fazia teatro nos Estados Unidos. Esse fato muda a vida de Petra, de sua mãe e faz com que o único alívio para "matar" Elena - e assim poder viver a partir de si - seja a procura incansável nas lembranças, nas dores. O problema central, e Petra sabe disso, é que Elena mora dentro de si. O que a impede de viver sem guardar o peso exponencial dos 300 gramas que, segundo a autópsia, correspondia ao coração de Elena.
Petra não se cansa de dizer: Elena é uma memória inconsolável. Os dias, por isso, são duras inquisições. Petra e a mãe são mútuas juradas da lembrança do cheiro de Elena, de seu corpo, de sua vida. Elena é, pois, um choro contido. É lágrima que se dissolve no vidro. É carne que se desmancha na água. É corpo que se auto-indulgencia na performance, na dança.
O filme Elena e a pessoa Elena se confundem. Petra quer dar uma resposta para a sua dor através da arte para tornar Elena viva, porque sem arte Elena morre. E se o sonho de Elena era ser atriz de cinema, a sua irmã, Petra, transforma em realidade com poesia o embate angustiante de imagens e sons; vidas e mortes; mulheres e mulher; passado e presente. Portanto, se algum dia duvidarem destas palavras, e desta história de ser-em-si, Petra (ou Elena?) confirma: Elena dança com a lua.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraF-O-D-A!!!! Sem mais.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraAssisti a 3 filmes ontem: Os Miseráveis, As Aventuras de Pi e Cloud Atlas. O terceiro é, de longe, o melhor. Apesar de ser fã de Victor Hugo, mas, convenhamos, que aquela produção de Tom Hooper é, no mínimo, tosca. Confirmo que a maquiagem é horrível, tenebrosa. Contudo, a narrativa é fascinante com suas linhas temporais se alternando a cada cena e formando um quebra-cabeças cíclico em si mesmo. A melhor definição para esse filme é: um trailer estendido de 2 horas e 45 minutos. Um dos melhores filmes hollywoodianos do ano passado.
Habemus Papam
3.6 194 Assista AgoraNão há dúvida de que Nanni Moretti é um ótimo diretor. Porque conferir uma atmosfera tão realista e intimista em um filme como esse é um desafio do tamanho da responsabilidade de falar sobre o sistema religioso católico como um todo. Evidentemente que só é abordado o que completa a narrativa, mas, ainda assim, é feito com maestria. Estupenda a atuação do protagonista, Michel Piccoli, como o papa. O que deu peso e conseguiu sustentar toda a projeção nas costas. O roteiro tem uns furos graves aqui e ali, principalmente no final, quando completa de maneira caótica - no pior sentido - a narrativa. Porém, no todo, vale muito a pena conferir. É um filme emocionante com algumas boas doses de risadas.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraQuanto mais Kubrick melhor. kkkkk Filme sensacional e chorando de dar risada até agora. Stanley Kubrick, sem mais.
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraDemorei pra assistir, mas não me arrependo. Estive me preparando para, caso me decepcionasse, continuar acreditando no Batman. Afinal, é meu herói, desde pequeno, preferido. Não gostei plenamente de Batman Begins, mas esse não tem como. Fenomenal! O melhor da história sobre super-heróis!!! O Corginga de Ledger estava muito acima do que eu imaginava, o roteiro espetacular com diálogos e cenas fantásticas e, é claro, a ótima reflexão filosófica sobre o nosso caráter. Se faltou alguma coisa foi uma "parte 2" desse filme com o Coringa. Porém, com Ledger morto colocar qualquer um em seu lugar seria desmerecer o seu trabalho. Melhor assim. Os grandes ficam para a história e Heath Ledger já tem seu lugar escrito. Salve, salve Christopher Nolan!!!
11 de Setembro
3.6 45Não vou valorar, porque só vi o de Sean Penn e foi F-O-D-A!
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista AgoraEstava lendo e me deparei com esse filme. Foi como uma iluminação. Quando vi o trailer já tinha certeza: tem a mão de Karim Aïnouz (O Céu de Suely, Madame Satã). Vou ver por curiosidade e pelo gosto de uma narrativa tão alucinante em suas voltas macias e sem muita perspectiva de para onde se está indo. Gosto da aventura que este diretor me leva e, sobretudo, gosto de ser levado.
Entrevista Com o Vampiro
4.1 2,2K Assista AgoraO filme é esplêndido. O destaque para mim foi a atuação da pequena, na época, Kirsten Dunst fazendo a Claudia. Incrível!!!
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraMediano e com diálogos beirando o ridículo. O 3d é ruim, melhor assistir em 2d mesmo.
Muito Além do Cidadão Kane
4.1 344 Assista AgoraUm documentário bem feito. Mas que esconde muitos atos pró e contra a soberania do Estado. Existe muita coisa oculta nesse documentário que precisa ser analisada: a Globo não é a principal peça do tabuleiro da manipulação!
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraEsse filme foi: ... !!!
VIPs
3.3 1,0KNão entendi por que no cinemark esse filme foi classificado como comédia?
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraConfesso que estava receoso e que o preconceito quase me fez desistir de assistir ao filme. Mas depois de superado todo o meu ego fui ao deleite e me impressionei. Parabéns a Darren Aronofsky!
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraO filme é bem mais emblemático do que esperava. Gostei das marcações e o roteiro é uma coisa... Muito bom!
Central do Brasil
4.1 1,8K Assista AgoraOs sentimentos ficam mais fortes com esse filme. Retrata o Brasil por um outro ângulo: mais intimista, autêntico e verdadeiro. Fernanda Montenegro supera os limites do corpo e chega a um patamar jamais alcançado por qualquer outro artista. O corpo havia ficado para trás. Impressionante do princípio ao fim.