não entendi nada, mas foi ótimo. tem algo de desespero nesses acontecimentos surrealistas. imagino que seja um comentário bem subjetivo sobre a angústia causada pela condição feminina. isso se torna perceptível por algumas imagens bem marcantes, tipo aquela imagem clássica da Maya Deren olhando pela janela, talvez querendo fugir da vida doméstica ou da sua posição social.
por mais impressionante que seja, deve ter sido bem mais chocante na época em que foi lançado, quando essas imagens eram pouco vistas, essa história pouco contada e ainda nada superada. mas aquela narração tão bonita surpreende com um final muito inteligente e que complica tudo que veio antes, e a gente percebe que esse horror nunca foi superado, porque na verdade o horror não teve fim.
eu não devia ter visto isso. dá pra ver que esse filme apresenta um monte de ideias, mas eu não me interesso por nada disso aí. quero bem longe de mim.
essa casa é ruim demais, mas pelo menos foi rapidinha de construir. eu prefiro os filmes mais longos e posteriores do Buster Keaton, em que ele consegue fazer muito mais coisas inventivas por muito mais tempo em narrativas ainda mais doidas, mas aqui tem muita coisa legal também.
tudo começa com um texto avisando que o Jean Renoir não conseguiu terminar a produção, mas o filme não pareceu incompleto pra mim. dizem que tem umas cenas faltando que foram substituídas por intertítulos, mas a história é contada de forma impecável. texto e encenação estão sempre no lugar certo. talvez a alegria e a tristeza inerentes à trama tenham ficado mais fortes desse jeito.
o melhor do filme é o tom de beleza, de sonho e de campo que o Renoir dá a essa historinha na maior parte do tempo. a ambientação, a trilha sonora e o ritmo do filme combinam com a Henriette, uma personagem inocente, mas inteligente e consciente sobre a própria inocência. os diálogos que ela tem com a mãe e com o Henri desenvolvem isso de um jeito bem profundo e mostram como a personalidade boa e esperançosa da personagem contrasta com as pessoas degeneradas que a cercam e com o resto do mundo.
então chega uma hora que o filme desconstrói isso tudo em um ato que pode ser de agressão ou de amor, mas imagino que seja algo entre os dois - e essa ambiguidade é bem incômoda hoje em dia. nessa hora, começam algumas das cenas mais lindas que o Renoir já filmou. e ele usa essas imagens da natureza em revolta pra representar a destruição da inocência da personagem causada pela paixão, pela violência e pelo passar dos anos. é aí que uma comédia de costumes burguesa vira uma tragédia devastadora e linda.
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A Voz Humana
3.9 71 Assista AgoraNunca pensei que fosse me emocionar tanto com uma pessoa com caninho pvc saindo do ouvido.
Tramas do Entardecer
4.4 94não entendi nada, mas foi ótimo.
tem algo de desespero nesses acontecimentos surrealistas. imagino que seja um comentário bem subjetivo sobre a angústia causada pela condição feminina. isso se torna perceptível por algumas imagens bem marcantes, tipo aquela imagem clássica da Maya Deren olhando pela janela, talvez querendo fugir da vida doméstica ou da sua posição social.
O Balão Vermelho
4.4 237 Assista Agorajá tentei duas vezes, mas ainda não entendi o apelo desse filme. mesmo assim, vai ficando envolvente lá pro final e termina de um jeito muito bonito.
Noite e Neblina
4.6 206 Assista Agorapor mais impressionante que seja, deve ter sido bem mais chocante na época em que foi lançado, quando essas imagens eram pouco vistas, essa história pouco contada e ainda nada superada. mas aquela narração tão bonita surpreende com um final muito inteligente e que complica tudo que veio antes, e a gente percebe que esse horror nunca foi superado, porque na verdade o horror não teve fim.
O Ato de Ver com os Próprios Olhos
4.1 27eu não devia ter visto isso.
dá pra ver que esse filme apresenta um monte de ideias, mas eu não me interesso por nada disso aí. quero bem longe de mim.
Uma Semana
4.4 46essa casa é ruim demais, mas pelo menos foi rapidinha de construir.
eu prefiro os filmes mais longos e posteriores do Buster Keaton, em que ele consegue fazer muito mais coisas inventivas por muito mais tempo em narrativas ainda mais doidas, mas aqui tem muita coisa legal também.
Um Dia no Campo
3.8 23tudo começa com um texto avisando que o Jean Renoir não conseguiu terminar a produção, mas o filme não pareceu incompleto pra mim. dizem que tem umas cenas faltando que foram substituídas por intertítulos, mas a história é contada de forma impecável. texto e encenação estão sempre no lugar certo. talvez a alegria e a tristeza inerentes à trama tenham ficado mais fortes desse jeito.
o melhor do filme é o tom de beleza, de sonho e de campo que o Renoir dá a essa historinha na maior parte do tempo. a ambientação, a trilha sonora e o ritmo do filme combinam com a Henriette, uma personagem inocente, mas inteligente e consciente sobre a própria inocência. os diálogos que ela tem com a mãe e com o Henri desenvolvem isso de um jeito bem profundo e mostram como a personalidade boa e esperançosa da personagem contrasta com as pessoas degeneradas que a cercam e com o resto do mundo.
então chega uma hora que o filme desconstrói isso tudo em um ato que pode ser de agressão ou de amor, mas imagino que seja algo entre os dois - e essa ambiguidade é bem incômoda hoje em dia. nessa hora, começam algumas das cenas mais lindas que o Renoir já filmou. e ele usa essas imagens da natureza em revolta pra representar a destruição da inocência da personagem causada pela paixão, pela violência e pelo passar dos anos. é aí que uma comédia de costumes burguesa vira uma tragédia devastadora e linda.