Uma mulher de jaleco branco entra no quadro com algumas caixas, das quais ela tira todos os tipos de objetos diferentes. Ela nos presenteia com um saco de nozes, latas de Coca-Cola e copos de drink, mas também drogas pesadas e vários tipos de dildos. Com cara séria ela mostra tudo. Estes são os objetos encontrados na cena do crime, onde vários homens foram deliberadamente injetados com sangue infectado com HIV. Em Feast, o diretor Tim Leyendekker mergulha nesse caso controverso que foi amplamente noticiado, na Europa, em 2007.
Naquele ano, três homens foram acusados de drogar, agredir e infectar vários homens com HIV durante as festas de sexo que organizavam. Tornou-se um processo controverso sobre o qual toda a Holanda tinha uma opinião. Os perpetradores foram retratados como monstros, mas as pessoas também tinham dúvidas sobre a inocência das vítimas. O que eles realmente faziam nessas festas? E eles mesmos não estavam cientes do modo como se expunham?
Leyendekker ficou fascinado com a história e decidiu investigar os diferentes aspectos do caso. Feast não é um documentário, mas uma reconstrução excêntrica com um toque experimental: o filme aborda questões filosóficas, reconstrói cenas, e dá-lhes, sempre, uma pitada estranha, e até permite que uma bióloga de plantas fale sobre tulipas infectadas.
Esses diferentes capítulos são intercalados com imagens ampliadas de pele, fotos sóbrias de estradas rurais (quase) desertas e lapsos de tempo artísticos. O conjunto forma uma colagem de interpretações de um crime multifacetado.
Feast é construído em um cenário forte que o atrai completamente para a história. Em algumas cenas não fica claro se os falantes estão seguindo um roteiro ou improvisando, enquanto outras partes recebem um tom teatral. O diretor deixa seus personagens filosofarem sobre o amor, viver juntos e voltar para casa, mas também confronta os supostos perpetradores e as vítimas, sejam elas culpadas ou não.
Em Feast, o sexo e o poder estão muito presentes, mesmo que de maneira invisível, mas a narrativa de poder é mais complexa e, portanto, mais interessante. Ainda assim, o filme ocasionalmente flutua entre seus múltiplos pontos de vista.
A verdade é fluida, mostra Leyendekker em seu filme, e você nunca a entenderá completamente. Embora possa parecer óbvio neste caso quem está certo e errado, isso não significa que as questões que o evento levanta devem ser ignoradas. O filme dá muito espaço para isso e propõe uma profunda reflexão sobre conviver com HIV.
Bem-vindos à Escola para Homossexuais St. Sebastian onde a cultura LGBTQIA+ faz parte do currículo e dar pinta é uma atividade extra. Este é um lugar fantástico. Nas cenas de abertura, os alunos fumam maconha, dão uns amassos com os namorados, se entregam à moda não-binária e andam de skate pelos corredores.
O filme sueco, de Ylva Former, baseado no romance de Kristofer Folkhammar, tem muitos conceitos intelectualmente desafiadores. O uso da teoria crítica é evidente e a homossexualidade masculina é a norma.
As aulas de Educação Física são todas de dança, ginástica e luta livre que estão mais perto de abraçar. Mas o foco de sua atividade é preparar sua tese de final de ano enquanto competem para liderar a Procissão de Inverno, uma mistura de baile e regresso à casa.
Há o bem vestido e rigoroso professor Magister (Johan Ehn), que tem um relacionamento secreto de BDSM com, o Adonis de cabelos dourados da escola, Charles (Christian Arnold), mas sai mais ou menos devastando quando um trauma de seu passado é lembrado.
Há o zelador Frank (Jani Blom), que atinge uma obsessão doentia pelo Mestre, e olha com amargura para a jovem geração de gays que tem condições completamente diferentes da sua.
São os dois casais Paul (Johan Charles) e Noak (Nino Forss) e Tim (Simon Kling) e Fred (Joel Valois), que compõem o grupinho descolado da escola, mas começam a se dividir pela competição interna, que começa antes da Procissão de Inverno.
E há também o batedor de carteiras Chad (Elis Monteverde Burrau), que atua como uma espécie de símbolo para que hierarquias e mecanismos opressores surjam mesmo nos ambientes supostamente mais abertos e acolhedores.
Os tópicos que eles escolhem para suas apresentações finais são um catálogo de estudos LGBTQIA+, por exemplo, Noções de Irmandade expressas em Filmes de Bromance Contemporâneos ou Cultura Gay Underground na década de 1950. Na preparação para isso, eles debatem a natureza da solidão e do erotismo, as limitações e exigências da amizade e do casamento como ferramentas para reduzir o trabalho emocional. É uma miscelânea de Estudos Culturais.
Mais dramaticamente rica é a crítica criada pelo arco da história. Há um contraponto feito entre as duas gerações. Há os professores, que sofreram homofobia e vergonha enquanto cresciam, lutando para criar espaços gays seguros. Depois, há os jovens que agora conseguem ser eles mesmos nesses espaços.
Os professores, tendo vivenciado a ‘união da opressão’, descobrem que o que eles criaram é o inferno porque são dinossauros que não são bem-vindos nesses novos espaços. Enquanto os jovens agora se veem forçados a competir com seus pares sobre quem recebe atenção e validação social.
Summering
2.2 1 Assista AgoraCadastrado em 01/09/22.
Entre la Niebla
3.3 1Cadastrado em 29/08/22.
Fogo-Fátuo
2.8 16SENSACIONAL!
Highway One
3.0 1Cadastrado em 23/08/22.
Caçando Ava Bravo
2.0 30 Assista Agora3 estrelinhas, mas uma é só pra Kate del Castillo.
Tahara
3.0 1Cadastrado em 21/08/22.
A Closer Walk with Thee
1.3 3Cruzes!
Grimsey
2.0 1contemplativo.
Miss Rosewood
3.5 1Cadastrado em 16/08/22.
La Caída de Alejandra
3.0 1Cadastrado em 16/08/22.
La Mami
3.5 1Cadastrado em 11/08/22.
Sorte
3.5 85 Assista Agorafofo, porém clichê!
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraJá chegou o disco voador!
Sonata
3.5 1Cadastrado em 04/08/22.
Animals
2.8 5Cadastrado em 03/08/22.
Charlotte
3.7 2ARREBATADOR!
Eduardo e Mônica
3.6 366Gostei da linguagem, da estética POP e principalmente da trilha só com clássicos oitentistas. Segundo melhor uso
de Total Eclipse of the Heart,
Soul of a Beast
2.6 2A estética Folk prevalece aqui.
Passion
3.5 1Cadastrado em 01/08/22
Aftersun
4.1 700MARAVILHOSO!
Una Femmina
3.1 4 Assista AgoraCadastrado em 29/07/22
Alone Together
2.7 2Cadastrado em 29/07/22.
Feast
2.5 2Uma mulher de jaleco branco entra no quadro com algumas caixas, das quais ela tira todos os tipos de objetos diferentes. Ela nos presenteia com um saco de nozes, latas de Coca-Cola e copos de drink, mas também drogas pesadas e vários tipos de dildos. Com cara séria ela mostra tudo. Estes são os objetos encontrados na cena do crime, onde vários homens foram deliberadamente injetados com sangue infectado com HIV. Em Feast, o diretor Tim Leyendekker mergulha nesse caso controverso que foi amplamente noticiado, na Europa, em 2007.
Naquele ano, três homens foram acusados de drogar, agredir e infectar vários homens com HIV durante as festas de sexo que organizavam. Tornou-se um processo controverso sobre o qual toda a Holanda tinha uma opinião. Os perpetradores foram retratados como monstros, mas as pessoas também tinham dúvidas sobre a inocência das vítimas. O que eles realmente faziam nessas festas? E eles mesmos não estavam cientes do modo como se expunham?
Leyendekker ficou fascinado com a história e decidiu investigar os diferentes aspectos do caso. Feast não é um documentário, mas uma reconstrução excêntrica com um toque experimental: o filme aborda questões filosóficas, reconstrói cenas, e dá-lhes, sempre, uma pitada estranha, e até permite que uma bióloga de plantas fale sobre tulipas infectadas.
Esses diferentes capítulos são intercalados com imagens ampliadas de pele, fotos sóbrias de estradas rurais (quase) desertas e lapsos de tempo artísticos. O conjunto forma uma colagem de interpretações de um crime multifacetado.
Feast é construído em um cenário forte que o atrai completamente para a história. Em algumas cenas não fica claro se os falantes estão seguindo um roteiro ou improvisando, enquanto outras partes recebem um tom teatral. O diretor deixa seus personagens filosofarem sobre o amor, viver juntos e voltar para casa, mas também confronta os supostos perpetradores e as vítimas, sejam elas culpadas ou não.
Em Feast, o sexo e o poder estão muito presentes, mesmo que de maneira invisível, mas a narrativa de poder é mais complexa e, portanto, mais interessante. Ainda assim, o filme ocasionalmente flutua entre seus múltiplos pontos de vista.
A verdade é fluida, mostra Leyendekker em seu filme, e você nunca a entenderá completamente. Embora possa parecer óbvio neste caso quem está certo e errado, isso não significa que as questões que o evento levanta devem ser ignoradas. O filme dá muito espaço para isso e propõe uma profunda reflexão sobre conviver com HIV.
The Schoolmaster Games
2.6 3Bem-vindos à Escola para Homossexuais St. Sebastian onde a cultura LGBTQIA+ faz parte do currículo e dar pinta é uma atividade extra. Este é um lugar fantástico. Nas cenas de abertura, os alunos fumam maconha, dão uns amassos com os namorados, se entregam à moda não-binária e andam de skate pelos corredores.
O filme sueco, de Ylva Former, baseado no romance de Kristofer Folkhammar, tem muitos conceitos intelectualmente desafiadores. O uso da teoria crítica é evidente e a homossexualidade masculina é a norma.
As aulas de Educação Física são todas de dança, ginástica e luta livre que estão mais perto de abraçar. Mas o foco de sua atividade é preparar sua tese de final de ano enquanto competem para liderar a Procissão de Inverno, uma mistura de baile e regresso à casa.
Há o bem vestido e rigoroso professor Magister (Johan Ehn), que tem um relacionamento secreto de BDSM com, o Adonis de cabelos dourados da escola, Charles (Christian Arnold), mas sai mais ou menos devastando quando um trauma de seu passado é lembrado.
Há o zelador Frank (Jani Blom), que atinge uma obsessão doentia pelo Mestre, e olha com amargura para a jovem geração de gays que tem condições completamente diferentes da sua.
São os dois casais Paul (Johan Charles) e Noak (Nino Forss) e Tim (Simon Kling) e Fred (Joel Valois), que compõem o grupinho descolado da escola, mas começam a se dividir pela competição interna, que começa antes da Procissão de Inverno.
E há também o batedor de carteiras Chad (Elis Monteverde Burrau), que atua como uma espécie de símbolo para que hierarquias e mecanismos opressores surjam mesmo nos ambientes supostamente mais abertos e acolhedores.
Os tópicos que eles escolhem para suas apresentações finais são um catálogo de estudos LGBTQIA+, por exemplo, Noções de Irmandade expressas em Filmes de Bromance Contemporâneos ou Cultura Gay Underground na década de 1950. Na preparação para isso, eles debatem a natureza da solidão e do erotismo, as limitações e exigências da amizade e do casamento como ferramentas para reduzir o trabalho emocional. É uma miscelânea de Estudos Culturais.
Mais dramaticamente rica é a crítica criada pelo arco da história. Há um contraponto feito entre as duas gerações. Há os professores, que sofreram homofobia e vergonha enquanto cresciam, lutando para criar espaços gays seguros. Depois, há os jovens que agora conseguem ser eles mesmos nesses espaços.
Os professores, tendo vivenciado a ‘união da opressão’, descobrem que o que eles criaram é o inferno porque são dinossauros que não são bem-vindos nesses novos espaços. Enquanto os jovens agora se veem forçados a competir com seus pares sobre quem recebe atenção e validação social.