É um filme contra-poder, contra a institucionalização da doença mental e anti-psiquiátrico, que mostra a extrema ineficácia da forma orgânica que a psiquiatria tratou/trata o "alienado". McMurphy acaba ocupando o lugar de líder destemido e admirado que deveria ser associado aos médicos, que por sua vez tornam-se vilões ao obedecer e concordar com o sistema. Imagino o impacto causado por esse longa justamente em uma época, aqui no Brasil, em que se fomentava a ideia de uma reforma psiquiátrica. Sob uma perspectiva mais psicanalítica freudiana, podemos entender a enfermeira como um superego que controla regras, normas e "rotinas", o McMurphy enquanto um id que busca desesperadamente por prazer: liberdade e o Chefe como um ego que aceita as ordens do supergo mas se envaidece com a presença do id. Foda. É um filme absolutamente poderoso.
Elisabeth, mulher de sucesso, admirada e deveras bonita. Acometida por arrependimentos, impele sobre si a pena do silêncio. Alma se concretiza como um perfeito oposto, talvez. Uma personificação de Elisabeth. Persona. Quase impossível não traçar um paralelo com as ideias de Jung sobre os arquétipos. A persona, o papel que interpretamos. A conversa de Elisabeth e Alma após o encontro com o marido de Elisabeth, que por si só já deixa lugar para dúvidas, é um momento que, na minha perspectiva, em análise quase que afirma essas ideias. A confissão de Alma sobre a orgia e o aborto poderia ser, talvez, uma versão "personificada" da depressão pós-parto de Elisabeth, em que ela preferia que seu filho tivesse nascido morto, ou não nascido, como no aborto de Alma. Quando se forma um rosto com metade de cada uma, pra mim, pareceu o Bergman dando uma colinha... nesse ponto eu já estava alucinado na frente do computador - por mais que após isso ele continue as distinguindo, o que me fez pensar que Alma talvez pudesse realmente existir enquanto enfermeira, mas não a Alma que conhecemos durante o filme.
Indo em completa oposição ao que disse até agora, também acho possível serem, sim, duas mulheres distintas que, ao encontrarem traços semelhantes em suas mais profundas individualidades e histórias, começam a fundir uma personalidade única, que por se fundir, se confunde.
A psicologia é uma coisa linda, quando ela se junta com o cinema então.
O roteiro em si é meio previsível, porém, eu posso estar maluco mas eu vi MUITA coisa nessa animação. Eu vi crítica a caça e exploração de outras espécies inofensivas que tem mais medo de nós do que nós deles, proporcionadas por homens interesseiros que são acobertados por um governo relapso, corrupto e desinteressado em assuntos importantes, cego por suas próprias futilidades e só se importando quando algo ameaça atingi-las. Eu vi como o comportamento de um pai para com seu filho pode deixar marcas expressivas na personalidade da criança. Eu vi como o interesse por méritos e títulos se torna uma obsessão e pode chegar a níveis inimagináveis. Eu vi crítica aos críticos que tanto se importam em encontrar adjetivos elegantes para coisas corriqueiras e como isso se torna não saudável quando se assume como primeira preocupação e secundariza assuntos mais importantes. Sobretudo, eu vi uma ótica extremamente antropológica onde outras espécies e outras culturas são demonizadas e monstrualizadas por culpa do etnocentrismo e por culpa de homens dominadores cegos por interesses próprios e como essa visão se perpetua na cabeça das pessoas a partir da disseminação do senso comum. Enfim, eu vi muita coisa nesse filme. É uma dessas animações que funciona com crianças por ser extremamente divertida e chamativa e funciona com adultos por ter várias e várias camadas de entendimento. (só tirei meia estrela porque, realmente, foi bastante previsível em alguns momentos).
Não entendi a ponte que o filme deixou subentendida entre o Ataque às Torres Gêmeas e a Guerra do Iraque, uma vez que não há ligação de Saddam Hussen com a Al-Qadea descoberta até hoje. O filme não explica o porque a guerra está acontecendo e pelo simples fato da cena do 11 de Setembro faz-se uma ligação óbvia que é ataque ao terrorismo. Os EUA estavam lá por causa do "possível desenvolvimento de armas de destruição maciça" ou estavam lá - SEM NENHUMA AMEAÇA IMINENTE COMPROVADA - simplesmente para satisfazer DEMANDAS NACIONAIS de petróleo? O "selvagens do mal" do Iraque estavam atacando os EUA pra dominarem o mundo ou porque os EUA decidiram invadir a casa deles, matar seus homens, mulheres e crianças e levar seus bens naturais embora pra continuarem a ser os fodões do mundo? O fato de mais de 15 milhões de norte-americanos terem se rebelado contra a guerra eles não mostram né. É só a guerra acontecendo, soldados americanos inocentes sendo condecorados com honra após suas mortes e os iraquianos culpados malvados possuídos pelo diabo e pelo desejo de dominar o mundo são mortos e deixados pelas ruas, afinal, eles são os vilões, todo mundo quer ver a morte dos vilões. Seriously?? A perspectiva do filme é: EUA heróis que estão salvando o mundo dos terroristas do mal. Faltou colocar também o grito de "ABAIXO BUSH!" que ecoava pelo mundo inteiro, inclusive no Brasil, quando a guerra foi anunciada. Mais um filme pra enganar trouxa e endeusar ainda mais os EUA. A verossimilhança aqui praticamente não existe.
Eu estava com altas expectativas, isso talvez tenha me atrapalhado um pouco, mas de qualquer forma, fiquei dividido sobre esse filme. Por um lado, achei a história inspiradora, a protagonista corajosa e destemida (mesmo com aquela cena do apito rsrs) e o núcleo dela com a mãe foi o melhor pra mim, sem dúvidas. Por outro, por mais que tenha contado e mostrado várias épocas da vida dela, ela foi mal construída, mal sentimentalizada e humanizada. Uma protagonista vazia, pode-se dizer. Vários personagens completamente desnecessários e outros que por mais que tenham aparecido por 2 minutos fizeram bastante diferença. Uma coisa que me incomodou bastante no enredo é que, na minha cabeça, uma trilha dessa é uma desconstrução de tudo, é negar o seu conforto rotineiro e experimentar o desconhecido, sem medo, sem arrependimentos, ou então um plano, uma jornada, como pros "esportistas". Não encaro a Strayed como esportista de trilha, até porque ela não é, logo, ela se encaixa no primeiro padrão. E o que me incomodou é que durante boa parte do filme, sobretudo no início, eu a enxerguei encarando a situação muito mais como uma espécia de aposta do que como uma jornada pra se encontrar.
Achei muito válido ela não ter desistido mas ficar xingando e reclamando de tudo que acontece como se as coisas tivessem que ser perfeitas
é, definitivamente, uma coisa que não encaro muito bem quanto à reconstrução. Não concordo nem um pouco com quem tá comparando esse filme com "Into the wild". A única semelhança é a trilha e a solidão, mais nada além disso. A atuação da Reese foi ok, nada demais, não sei se acho merecedora da indicação ao Oscar mas com certeza não acho que mereça ganhar. É um filme bonito. Fotografia impecável. Trilha sonora deixou muito a desejar por mais que tenha músicas muito boas. Não me emocionou tanto e eu queria muito ter gostado. Ademais, acima da média mas não tanto assim.
É um filme elegante e agradável. Para a maioria isso vai ser inquestionável. Porém, na minha concepção, o Tim Burton decidiu levar a história por um caminho que limitou os atores, limitou a emoção, limitou a grandiosidade que poderia ter sido alcançada. A premissa é incrível, a história de vida da Margaret é incrível, mas o Tim levou por uma vertente descontraída, despretensiosa e até cômica, as vezes, e essa "alegria" toda a gente consegue perceber na fotografia, na trilha sonora, no roteiro. O filme não emociona. Justamente quando existe uma cena em potencial pra te fazer sentir o mesmo que a protagonista e te dar um tapa na cara, vem uma musiquinha pomposa e feliz e um choque de cores vibrantes na tela e aí, puft, broxa a emoção. O filme ficou correto, agradável, não ficou cansativo mas não atingiu nem metade das minhas expectativas. Basicamente acredito que com o potencial dessa história de vida poderia ter se feito muito mais e se seguido um caminho mais sóbrio e dramático, mais carregado de emoção. Mais sério mesmo. Parece a ótica de um adolescente de 12 anos sobre uma história tão séria, não de adulto que entende quão profundo e depressivo deve ter sido viver no meio disso.
Mesmo achando isso, uma coisa é certa, eu senti TANTO ódio do Walter. Retrato do capitalista sem escrúpulos e sem alma. Pra mim foi a melhor atuação, não desmerecendo a Amy que também estava ótima.
É impressionante como o Woody Allen tem uma assinatura. Tudo no Colin Firth me fez lembrar o Woody. O niilismo, os discursos prolixos, o jeito de andar, os maneirismos, até a voz ficou parecida. Isso que é um trabalho de preparação de personagem e uma direção bem feitos. No mais, trilha sonora fantástica, figurinos impecáveis, fotografia explodindo o sentimento da época e um roteiro digno de Woody Allen. Um filme correto e agradável.
QUE FILME É ESSE?? Queria compartilhar com vocês o meu áudio no whatsapp com meu amigo depois de ver esse filme. "Porra porra porra porra porra puta que pariu porra porra porra porra"
Sem grandes acontecimentos, sem grandes reviravoltas, sem um grande clímax, assim como é a vida, simples mas cheia de complexidades. As vezes dramática, mas não melodramática. O que me chama atenção nesse filme é o quão é real. A vida é assim. A vida não é um filme do Spielberg.
Achei genial a forma como o Linklater conseguiu enxugar várias "épocas" que nós de 18/20 anos passamos, em cortes de cabelos e uma música aqui ou alí."
Minha interpretação é completamente amadora. Só tô dizendo o que eu entendi sem pretensão de dizer que é o que realmente o Lars quis passar, porque né. É um filme sobretudo sobre desconstrução. Após o "trauma" que foi a morte do filho, podemos acompanhar a protagonista se desconstruindo de seu estado "racional" pra seu estado de "Éden", natural, primitivo. Éden é, metaforicamente no filme, a "natureza física" -natura-, simbolizando a natureza humana, irracional. Toda a desconstrução é movida por culpa. Culpa da protagonista por ter, de certa forma, ignorado o filho em nome do prazer sexual, o que culminou na morte. E durante toda narrativa podemos perceber que ela se castiga através do viés sexual. O filme é repleto de dicotomias. Homem x mulher, racional x sentimental, humano x animal, carne x espírito, mas principalmente bem x mal. Outro viés relevante é o próprio título, "Anticristo", que eu acredito não significar o simbólico mas o etimológico em si. "Anticristo", anti cristão, aquilo que vai contra o cristianismo, portanto, retomando o pecado original, a "queda do homem", sucumbir ao mal, a natureza humana. Nesse mesmo prisma, os "3 Mendigos" são "anticristos", contrariando-se aos "3 Reis Magos" que estavam presentes na hora da "vida", eles estariam presentes na hora da "morte". Podemos citar também a ordem de aparição dos "mendigos" e o que cada um significa. Veado é a alma que chora inocentemente procurando realidade, raposa é a traição e corvo é a morte. A protagonista luta pra ficar na realidade, no racional mas é traída por si mesma resgatando sua natureza má e portanto, se castiga (consegui capturar um flerte com Nietzsche nesse aspecto do castigo ao mal) através do sexo, ou seja, ela literalmente arranca fora o que lhe dá prazer sexual, uma vez que, isso foi a causa da morte do seu filho. E como resultante de todo esse processo desconstrutivo, morre.
CARALHO. Tem tanta coisa mais, mas acho que tá bom. E sobre o epílogo, eu não entendi foi nada.
Acredito, também, que os aspectos técnicos não podem ser esquecidos. O processo de cor do filme é genial. Mostra, a priori, em flashbacks, uma vida colorida e clara, chegando a estourar luz pela tela. O prólogo e epílogo em preto e branco representam uma mudança drástica e logo depois seguem os tons monótonos: cinzas, pretos, esverdeados.
O filme é pesado? É. É bizarro? É. Tem duas das cenas mais escrotas e punks do cinema? Tem. É CHATO? É!!!!!! Mas é a obra mais complexa e inteligente que >EU< (aos críticos de cinema de plantão) vi desde "2001: Uma Odisseia no Espaço". Foda, foda.
8 ou 80.
Conclusão: Lars Von Trier é um gênio, completamente maluco e egocêntrico em acreditar que as pessoas vão conseguir entender todas as óticas teóricas e psicológicas que ele quis passar, é claro, mas um gênio.
Dica: não assistam junto com os pais se não quiserem ficar ouvindo: "tá vendo, filho?", "isso que eu te falo das influências", "ahh se fosse aqui em casa", "meu deus, que abuso", "o que que é isso que eles tão colocando na boca?"(.......)
Tapa na cara de quem diz que não existe filme nacional bom! Poético, muito mais engraçado do que comédias românticas americanas sem graça, crítico na medida certa, bonito etc etc... Merece ser assistido.
Por qual motivo a O. idealizou todo aquele fim trágico-romântico-shakesperiano se no fim de verdade os três terminam lindos, felizes, seguros e se amando num lugar lindo da Indonésia?
Há crítica à padronização das pessoas, à despersonalização, ao fetichismo da tecnologia, à manipulação, à ruptura de relações sociais saudáveis conforme a ciência tecnológica avança, mas mesmo assim há a coexistência da sensibilidade de sentimentos compartilhados entre dois seres não vivos em uma época onde laços afetivos entre seres vivos são tão limitados que o toque é uma sensação inexplorada. A ambivalência de significação nesse filme é genial.
Nada de extraordinário acontece na trama, porém o extraordinário está presente na fotografia brilhante, na trilha fantástica e nos incansáveis e perseverantes diálogos geniais e extremamente elétricos, de temáticas e vertentes envolventes. A história, como um todo, é tediosa, mas a mente surpreendente e mórbida de Isaac torna-a interessante.
Tome Suas Pílulas
3.5 66 Assista AgoraPra um documentário que critica a indústria médica e farmacêutica, é um ótimo comercial de Adderall.
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraÉ um filme contra-poder, contra a institucionalização da doença mental e anti-psiquiátrico, que mostra a extrema ineficácia da forma orgânica que a psiquiatria tratou/trata o "alienado". McMurphy acaba ocupando o lugar de líder destemido e admirado que deveria ser associado aos médicos, que por sua vez tornam-se vilões ao obedecer e concordar com o sistema.
Imagino o impacto causado por esse longa justamente em uma época, aqui no Brasil, em que se fomentava a ideia de uma reforma psiquiátrica.
Sob uma perspectiva mais psicanalítica freudiana, podemos entender a enfermeira como um superego que controla regras, normas e "rotinas", o McMurphy enquanto um id que busca desesperadamente por prazer: liberdade e o Chefe como um ego que aceita as ordens do supergo mas se envaidece com a presença do id.
Foda. É um filme absolutamente poderoso.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista Agora"Ela diz que suas percepções não correspondem com suas ações."
Elisabeth, mulher de sucesso, admirada e deveras bonita. Acometida por arrependimentos, impele sobre si a pena do silêncio. Alma se concretiza como um perfeito oposto, talvez. Uma personificação de Elisabeth. Persona.
Quase impossível não traçar um paralelo com as ideias de Jung sobre os arquétipos. A persona, o papel que interpretamos.
A conversa de Elisabeth e Alma após o encontro com o marido de Elisabeth, que por si só já deixa lugar para dúvidas, é um momento que, na minha perspectiva, em análise quase que afirma essas ideias.
A confissão de Alma sobre a orgia e o aborto poderia ser, talvez, uma versão "personificada" da depressão pós-parto de Elisabeth, em que ela preferia que seu filho tivesse nascido morto, ou não nascido, como no aborto de Alma.
Quando se forma um rosto com metade de cada uma, pra mim, pareceu o Bergman dando uma colinha... nesse ponto eu já estava alucinado na frente do computador - por mais que após isso ele continue as distinguindo, o que me fez pensar que Alma talvez pudesse realmente existir enquanto enfermeira, mas não a Alma que conhecemos durante o filme.
Indo em completa oposição ao que disse até agora, também acho possível serem, sim, duas mulheres distintas que, ao encontrarem traços semelhantes em suas mais profundas individualidades e histórias, começam a fundir uma personalidade única, que por se fundir, se confunde.
A psicologia é uma coisa linda, quando ela se junta com o cinema então.
Os Boxtrolls
3.6 296 Assista AgoraO roteiro em si é meio previsível, porém, eu posso estar maluco mas eu vi MUITA coisa nessa animação.
Eu vi crítica a caça e exploração de outras espécies inofensivas que tem mais medo de nós do que nós deles, proporcionadas por homens interesseiros que são acobertados por um governo relapso, corrupto e desinteressado em assuntos importantes, cego por suas próprias futilidades e só se importando quando algo ameaça atingi-las. Eu vi como o comportamento de um pai para com seu filho pode deixar marcas expressivas na personalidade da criança. Eu vi como o interesse por méritos e títulos se torna uma obsessão e pode chegar a níveis inimagináveis. Eu vi crítica aos críticos que tanto se importam em encontrar adjetivos elegantes para coisas corriqueiras e como isso se torna não saudável quando se assume como primeira preocupação e secundariza assuntos mais importantes. Sobretudo, eu vi uma ótica extremamente antropológica onde outras espécies e outras culturas são demonizadas e monstrualizadas por culpa do etnocentrismo e por culpa de homens dominadores cegos por interesses próprios e como essa visão se perpetua na cabeça das pessoas a partir da disseminação do senso comum.
Enfim, eu vi muita coisa nesse filme. É uma dessas animações que funciona com crianças por ser extremamente divertida e chamativa e funciona com adultos por ter várias e várias camadas de entendimento.
(só tirei meia estrela porque, realmente, foi bastante previsível em alguns momentos).
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraNão entendi a ponte que o filme deixou subentendida entre o Ataque às Torres Gêmeas e a Guerra do Iraque, uma vez que não há ligação de Saddam Hussen com a Al-Qadea descoberta até hoje. O filme não explica o porque a guerra está acontecendo e pelo simples fato da cena do 11 de Setembro faz-se uma ligação óbvia que é ataque ao terrorismo.
Os EUA estavam lá por causa do "possível desenvolvimento de armas de destruição maciça" ou estavam lá - SEM NENHUMA AMEAÇA IMINENTE COMPROVADA - simplesmente para satisfazer DEMANDAS NACIONAIS de petróleo?
O "selvagens do mal" do Iraque estavam atacando os EUA pra dominarem o mundo ou porque os EUA decidiram invadir a casa deles, matar seus homens, mulheres e crianças e levar seus bens naturais embora pra continuarem a ser os fodões do mundo?
O fato de mais de 15 milhões de norte-americanos terem se rebelado contra a guerra eles não mostram né. É só a guerra acontecendo, soldados americanos inocentes sendo condecorados com honra após suas mortes e os iraquianos culpados malvados possuídos pelo diabo e pelo desejo de dominar o mundo são mortos e deixados pelas ruas, afinal, eles são os vilões, todo mundo quer ver a morte dos vilões.
Seriously??
A perspectiva do filme é: EUA heróis que estão salvando o mundo dos terroristas do mal.
Faltou colocar também o grito de "ABAIXO BUSH!" que ecoava pelo mundo inteiro, inclusive no Brasil, quando a guerra foi anunciada.
Mais um filme pra enganar trouxa e endeusar ainda mais os EUA. A verossimilhança aqui praticamente não existe.
Livre
3.8 1,2K Assista AgoraEu estava com altas expectativas, isso talvez tenha me atrapalhado um pouco, mas de qualquer forma, fiquei dividido sobre esse filme.
Por um lado, achei a história inspiradora, a protagonista corajosa e destemida (mesmo com aquela cena do apito rsrs) e o núcleo dela com a mãe foi o melhor pra mim, sem dúvidas.
Por outro, por mais que tenha contado e mostrado várias épocas da vida dela, ela foi mal construída, mal sentimentalizada e humanizada. Uma protagonista vazia, pode-se dizer. Vários personagens completamente desnecessários e outros que por mais que tenham aparecido por 2 minutos fizeram bastante diferença.
Uma coisa que me incomodou bastante no enredo é que, na minha cabeça, uma trilha dessa é uma desconstrução de tudo, é negar o seu conforto rotineiro e experimentar o desconhecido, sem medo, sem arrependimentos, ou então um plano, uma jornada, como pros "esportistas". Não encaro a Strayed como esportista de trilha, até porque ela não é, logo, ela se encaixa no primeiro padrão. E o que me incomodou é que durante boa parte do filme, sobretudo no início, eu a enxerguei encarando a situação muito mais como uma espécia de aposta do que como uma jornada pra se encontrar.
Achei muito válido ela não ter desistido mas ficar xingando e reclamando de tudo que acontece como se as coisas tivessem que ser perfeitas
Não concordo nem um pouco com quem tá comparando esse filme com "Into the wild". A única semelhança é a trilha e a solidão, mais nada além disso.
A atuação da Reese foi ok, nada demais, não sei se acho merecedora da indicação ao Oscar mas com certeza não acho que mereça ganhar.
É um filme bonito. Fotografia impecável. Trilha sonora deixou muito a desejar por mais que tenha músicas muito boas. Não me emocionou tanto e eu queria muito ter gostado. Ademais, acima da média mas não tanto assim.
Grandes Olhos
3.8 1,1K Assista grátisÉ um filme elegante e agradável. Para a maioria isso vai ser inquestionável.
Porém, na minha concepção, o Tim Burton decidiu levar a história por um caminho que limitou os atores, limitou a emoção, limitou a grandiosidade que poderia ter sido alcançada. A premissa é incrível, a história de vida da Margaret é incrível, mas o Tim levou por uma vertente descontraída, despretensiosa e até cômica, as vezes, e essa "alegria" toda a gente consegue perceber na fotografia, na trilha sonora, no roteiro.
O filme não emociona. Justamente quando existe uma cena em potencial pra te fazer sentir o mesmo que a protagonista e te dar um tapa na cara, vem uma musiquinha pomposa e feliz e um choque de cores vibrantes na tela e aí, puft, broxa a emoção.
O filme ficou correto, agradável, não ficou cansativo mas não atingiu nem metade das minhas expectativas.
Basicamente acredito que com o potencial dessa história de vida poderia ter se feito muito mais e se seguido um caminho mais sóbrio e dramático, mais carregado de emoção. Mais sério mesmo. Parece a ótica de um adolescente de 12 anos sobre uma história tão séria, não de adulto que entende quão profundo e depressivo deve ter sido viver no meio disso.
Mesmo achando isso, uma coisa é certa, eu senti TANTO ódio do Walter. Retrato do capitalista sem escrúpulos e sem alma. Pra mim foi a melhor atuação, não desmerecendo a Amy que também estava ótima.
Magia ao Luar
3.4 569 Assista AgoraÉ impressionante como o Woody Allen tem uma assinatura. Tudo no Colin Firth me fez lembrar o Woody. O niilismo, os discursos prolixos, o jeito de andar, os maneirismos, até a voz ficou parecida. Isso que é um trabalho de preparação de personagem e uma direção bem feitos. No mais, trilha sonora fantástica, figurinos impecáveis, fotografia explodindo o sentimento da época e um roteiro digno de Woody Allen. Um filme correto e agradável.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraQUE FILME É ESSE??
Queria compartilhar com vocês o meu áudio no whatsapp com meu amigo depois de ver esse filme.
"Porra porra porra porra porra puta que pariu porra porra porra porra"
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraSem grandes acontecimentos, sem grandes reviravoltas, sem um grande clímax, assim como é a vida, simples mas cheia de complexidades. As vezes dramática, mas não melodramática. O que me chama atenção nesse filme é o quão é real. A vida é assim. A vida não é um filme do Spielberg.
Achei genial a forma como o Linklater conseguiu enxugar várias "épocas" que nós de 18/20 anos passamos, em cortes de cabelos e uma música aqui ou alí."
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraEsse filme é tão, mas tão, mas tão complexo que acho que não há caracteres suficientes no filmow pra tentar explicar.
Minha interpretação é completamente amadora. Só tô dizendo o que eu entendi sem pretensão de dizer que é o que realmente o Lars quis passar, porque né.
É um filme sobretudo sobre desconstrução.
Após o "trauma" que foi a morte do filho, podemos acompanhar a protagonista se desconstruindo de seu estado "racional" pra seu estado de "Éden", natural, primitivo. Éden é, metaforicamente no filme, a "natureza física" -natura-, simbolizando a natureza humana, irracional.
Toda a desconstrução é movida por culpa. Culpa da protagonista por ter, de certa forma, ignorado o filho em nome do prazer sexual, o que culminou na morte. E durante toda narrativa podemos perceber que ela se castiga através do viés sexual.
O filme é repleto de dicotomias. Homem x mulher, racional x sentimental, humano x animal, carne x espírito, mas principalmente bem x mal.
Outro viés relevante é o próprio título, "Anticristo", que eu acredito não significar o simbólico mas o etimológico em si. "Anticristo", anti cristão, aquilo que vai contra o cristianismo, portanto, retomando o pecado original, a "queda do homem", sucumbir ao mal, a natureza humana.
Nesse mesmo prisma, os "3 Mendigos" são "anticristos", contrariando-se aos "3 Reis Magos" que estavam presentes na hora da "vida", eles estariam presentes na hora da "morte". Podemos citar também a ordem de aparição dos "mendigos" e o que cada um significa. Veado é a alma que chora inocentemente procurando realidade, raposa é a traição e corvo é a morte. A protagonista luta pra ficar na realidade, no racional mas é traída por si mesma resgatando sua natureza má e portanto, se castiga (consegui capturar um flerte com Nietzsche nesse aspecto do castigo ao mal) através do sexo, ou seja, ela literalmente arranca fora o que lhe dá prazer sexual, uma vez que, isso foi a causa da morte do seu filho. E como resultante de todo esse processo desconstrutivo, morre.
CARALHO. Tem tanta coisa mais, mas acho que tá bom.
E sobre o epílogo, eu não entendi foi nada.
Acredito, também, que os aspectos técnicos não podem ser esquecidos. O processo de cor do filme é genial. Mostra, a priori, em flashbacks, uma vida colorida e clara, chegando a estourar luz pela tela. O prólogo e epílogo em preto e branco representam uma mudança drástica e logo depois seguem os tons monótonos: cinzas, pretos, esverdeados.
O filme é pesado? É. É bizarro? É. Tem duas das cenas mais escrotas e punks do cinema? Tem. É CHATO? É!!!!!! Mas é a obra mais complexa e inteligente que >EU< (aos críticos de cinema de plantão) vi desde "2001: Uma Odisseia no Espaço". Foda, foda.
8 ou 80.
Conclusão: Lars Von Trier é um gênio, completamente maluco e egocêntrico em acreditar que as pessoas vão conseguir entender todas as óticas teóricas e psicológicas que ele quis passar, é claro, mas um gênio.
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraEu não vi problema na imagem. Na verdade até achei que essa escuridão toda acrescentou a vibe do filme. E a trilha sonora é foda!!
Magia ao Luar
3.4 569 Assista AgoraWoody Allen e Emma Stone.....o que dizer desse filme que mal conheço e já considero pakas?
Projeto X: Uma Festa Fora de Controle
3.5 2,2K Assista AgoraDica: não assistam junto com os pais se não quiserem ficar ouvindo: "tá vendo, filho?", "isso que eu te falo das influências", "ahh se fosse aqui em casa", "meu deus, que abuso", "o que que é isso que eles tão colocando na boca?"(.......)
Tatuagem
4.2 923Tapa na cara de quem diz que não existe filme nacional bom!
Poético, muito mais engraçado do que comédias românticas americanas sem graça, crítico na medida certa, bonito etc etc... Merece ser assistido.
O cu é o símbolo da liberdade pois o cu é democrático!!!!
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista AgoraPra que gastar milhões e milhões pra fazer um blockbuster chato se você pode gastar quase nada e fazer um trash foda?
we gonna get you, not another peep
Selvagens
3.4 743 Assista AgoraEu só quero entender uma coisa:
Por qual motivo a O. idealizou todo aquele fim trágico-romântico-shakesperiano se no fim de verdade os três terminam lindos, felizes, seguros e se amando num lugar lindo da Indonésia?
WALL·E
4.3 2,8K Assista AgoraHá crítica à padronização das pessoas, à despersonalização, ao fetichismo da tecnologia, à manipulação, à ruptura de relações sociais saudáveis conforme a ciência tecnológica avança, mas mesmo assim há a coexistência da sensibilidade de sentimentos compartilhados entre dois seres não vivos em uma época onde laços afetivos entre seres vivos são tão limitados que o toque é uma sensação inexplorada. A ambivalência de significação nesse filme é genial.
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraNada de extraordinário acontece na trama, porém o extraordinário está presente na fotografia brilhante, na trilha fantástica e nos incansáveis e perseverantes diálogos geniais e extremamente elétricos, de temáticas e vertentes envolventes. A história, como um todo, é tediosa, mas a mente surpreendente e mórbida de Isaac torna-a interessante.