Uma aula de direção de ator! Óbvio que o trabalho de Piero Messina ficou bem mais fácil com o talento gigante da Binoche e da Lou que ,apesar de bem menos experiente, não deixou a desejar. A dinâmica entre as duas atrizes é impressionante, a personagem de Lou carismática, calorosa e transparente, em contraponto com a de Binoche que é fria, distante e enigmática. Você sente a dor das personagens na pele. Um filme sobre luto e as dores de perder alguém que tanto ama, seja quando a pessoa ainda está "viva" ou com a sua morte. O cuidado com a fotografia e os detalhes dos cenários compõe bem esse estado de espírito melancólico necessário ao filme. A páscoa foi o plano de fundo perfeito para fechar o filme.
Tem algo muito errado na construção do enredo do filme, a premissa é muito fraca, o desenvolvimento dos vilões é risível e a atuação da Gal Gadot tá particularmente ruim em comparação aos demais filmes da franquia. Algumas cenas de ação parecem ser feitas para dar risada e o desfecho então... uma pena! O seu antecessor foi bem melhor e criou expectativas que foram frustradas nesse, a DC ainda precisa apurar muito a mão.
Tem algo muito estranho nesse filme que eu teria que assistir de novo para ter certeza do que é, mas não vou fazer isso. A premissa é interessante e até o plot twist é legal, mas tudo é muito mal desenvolvido, os diálogos são sofríveis e algumas cenas são improváveis de acordo com a construção da história, deixando uma sensação de que algumas resoluções foram ridículas. Apesar disso, o filme não é de todo ruim, a cena de abertura é bem bonita e a Janelle tá bem no filme.
É um filme que tinha um ótimo potencial, mas se perde em tentar sair dos "clichês". No final parece que são dois ou três filmes em um só, o enredo fica nesse vai e vem de tentar fazer uma história diferente com protagonismo feminino, mas sempre volta as mesmas resoluções. A quebra da quarta parede até funcionaria bem se fosse utilizada de forma uniforme, mas na metade do filme parece que eles esquecem desse artifício e a ligação com a personagem se perde. A tentativa de desmistificar a imagem de gênio intocável do Sherlock Holmes também não convenceu. Um roteiro confuso, cheio de manobras preguiçosas e mal desenvolvidas. Vale a pena assistir pelo carisma da Millie Bobby Brown e é isso!
ótimas atuações, uma boa fotografia e montagem... mas temos que problematizar esse estacionamento dos filmes LGBTQI+, principalmente os da sigla G. Sempre o mesmo enredo e trama,
seguindo essa ordem: protagonista tem uma mulher como parceira, chega o objeto de desejo (e digo objeto porque nunca se aprofunda o outro personagem) que geralmente é de outra localidade "um ser estranho", daí vem a descoberta sexual, a barreira de estar inserido em um determinado nicho conservador/tradicional e no final a não concretização por questões ligadas ao preconceito de uma das parte que compõe esse "relacionamento". Geralmente só muda o ambiente!
Acho que tem questões mais importantes para serem abordadas que parecem não ter espaço nos filmes gays por essa estagnação quase fetichista da "descoberta sexual de/com alguém possivelmente hétero". É um bom filme, mas acho que já deu essa "temática".
O fenômeno da favela brasileira, um mundo inserido em um sistema opressor e desesperançoso. A vontade de estar no coração do mundo pulsa em todos esses personagens, nada mais que a dignidade humana: uma vida melhor e menos injusta. Os diálogos da Selma (Grace Passô, que atuação meus caros), mulher preta, pobre e favelada, transborda a força do filme. O Brasil na carne.
As músicas dos Beatles dão força ao filme, porém não conseguem sustentar sua história. A diretora exagerou na dose enfiando as músicas de toda forma para tentar comover os fãs, deixando o filme em alguns momentos maçante e "musical demais".
As questões abordadas no filme são interessantes, principalmente a crítica ao imperialismo dos EUA, mas a narrativa se perde na necessidade de fazer referências a cultura beat/hippie o tempo todo, ficando um tanto forçado.
O romance principal acaba sendo superficial apesar do ótimo trabalho dos atores, principalmente da Evan Rachel Wood, até a amizade entre Jude e Max é mais profunda do que o romance deles.
É um filme para curtir as músicas dos Beatles e o visual inspirado nas cores e vibrações dos movimentos beat e hippie. E PRONTO, é isso!
PS: Eu fiquei muito incomodado com a personagem de Prudence, apesar de ter um ótimo potencial pelo carisma da atriz, é muito mal desenvolvida. Jogam a questão da sexualidade dela, mas não concluem nada e isso fica apenas perdido na história. Ela fica aparecendo e desaparecendo no enredo sem motivo aparente.
O filme é interessante como uma experiência sensitiva. Os planos sequências são incríveis e muito bem orquestrados, mas acho que peca em algumas questões, principalmente na forçação de barra para criar situações bizarras/emocionais que consequentemente criam uma grande caricatura do uso de drogas alucinógenas.
Alguns exemplos: a professora ter prendido o filho naquela sala e a consequente morte dele; toda a relação incestuosa presente no filme (esse eu achei o mais forçado de todos); e algumas cenas que são apenas esdrúxulas: Selva se jogando no chão, gritando e correndo de um lado para o outro; no final os bailarinos parecendo que estão sendo possuídos pelo demônio.
Acho que se tivesse focado mais nos personagens e como eles estavam lidando com aquela situação, deixando um pouco de lado esse fetiche que Noé tem em fazer cenas perturbadoras (muitas vezes sem necessidade ou sentido) teria sido uma experiência mais prazerosa e completa.
É impossível falar sobre o filme Cidadão Kane sem mencionar o seu grande idealizador, o ator e diretor de cinema, Orson Welles. Já em 1939 fez história ao assinar com Hollywood um contrato completamente fora dos padrões da época, o que deu a ele liberdade integral sobre suas obras. Com mais de um ano após a assinatura do contrato e depois de várias polêmicas envolvendo o roteiro e a produção do filme, é apresentado à imprensa em 9 de abril de 1941 a sua primeira e mais aclamada obra. Sua duração é de 1 hora e 59 minutos e está repleta de diálogos muito bem escritos, cenas memoráveis e uma trilha sonora de se admirar. A direção de Orson Welles dá ao filme uma estética inovadora que marcou a história do cinema mundial, principalmente quanto a decupagem das cenas. O uso da profundidade de campo como artifício essencial em sua narrativa trouxe uma dramaticidade pioneira a sua obra. Existe uma série de fatores que estão presentes em vários momentos da obra que definem o estilo de Orson Welles como diretor, como por exemplo: o uso de contra-plongé, cenários com tetos baixos, contraste forte de luz e sombra, “focos longos” com profundidade de campo, planos-sequências e os flashbacks. Apesar desses artifícios já teriam sido usados anteriormente no cinema, parecem ganhar um significado completamente novo em Cidadão Kane. A obra conta a história fictícia de um magnata da imprensa americana que em seu leito de morte pronuncia a palavra: Rosebud. Nesse contexto, seguimos a trajetória de um jornalista que, ao entrevistar pessoas que fizeram parte da vida do empresário, tenta desvendar o significado dessa palavra. Aqui entramos numa discussão bastante rica sobre a perda da infância, a busca pelo poder, as diferentes facetas do homem e como pontos de vistas, a própria memória ou a manipulação de informações podem moldar as visões de mundo, seja dos personagens ou do próprio espectador. Foi interessante perceber que, apesar de não ter me envolvido emocionalmente com a história do filme, de não ter amado a trajetória de ascensão e queda de Charles Foster Kane, a obra de Orson Welles me fez ver o cinema com outros olhos. As escolhas narrativas e estéticas são muito importantes para inserir o espectador dentro da “realidade” do filme, passamos a questionar e tentar entender tudo o que nos é mostrado na tela, como se fizéssemos parte daquilo. É inegável a importância de Cidadão Kane para a história do cinema mundial, com ele abre-se a discussão da importância do diretor como realizador de uma obra autoral. É impossível assistir sem perceber que por traz daquilo tudo existe uma visão muito própria de um artista. Ele se tornou um verdadeiro clássico. Por todos esses motivos, você pode não amar esta obra, mas com certeza deve respeitá-la. Não é à toa que é considerado o melhor filme de todos os tempos por muitos realizadores, críticos e entusiastas da sétima arte.
Uma história incrível que se apaga por escolhas estéticas preguiçosas. Cora Coralina era uma escritora a frente de seu tempo com um teor poético elevado, porém o filme usa de artifícios narrativos ultrapassados e padronizados, o que ao meu ver fugia completamente da essência dessa linda mulher. A paleta de cores é sem vida, o formato dos depoimentos é quadrado e sem emoção, as encenações parecem uma novela (de má qualidade) da globo e os recitais lembram aquelas propagandas contra as drogas. Mas é um filme de fácil compreensão e cumpre seu papel.
Nem Sansão Nem Dalila, clássico da chanchada brasileira, foi um filme produzido pela a Atlântida Cinematográfica e dirigido por Carlos Manga em 1954. Com um enredo grotesco, o filme acompanha a jornada de um barbeiro que vai parar na Palestina, mil anos antes de Cristo, ao acidentalmente entrar em uma máquina do tempo desenvolvida por um cientista. Nessa aventura, ele encontra o Sansão dos mitos bíblicos e ganha super força ao trocar um isqueiro pelos “cabelos” do héroi.
O filme em preto e branco é uma sátira declarada do clássico Hollywoodiano, Sansão e Dalila de 1949, e tem uma narrativa linear e sem muita sofisticação. O produto mais caro da produtora até então, que investiu bastante nos figurinos e cenários, apesar de visivelmente serem de pouca qualidade. A obra se sustenta no humor e carisma de Oscarito, que leva o filme nas costas, com seus trejeitos e atuação característicos.
Destaque para as críticas políticas presentes no roteiro. Os diálogos do personagem de Oscarito como um ditador ingênuo remetem diretamente a situação brasileira da época, imitando de forma caricata o presidente Getúlio Vargas e abrindo discussões interessantes sobre o poder e o trabalho. Momentos como “eleição, votação, marmelada” refere-se a descrença do povo na política e “Votai em Sansão, um homem de ação” a padronização das campanhas eleitorais.
Em uma das cenas que mais chamaram minha atenção, o personagem decreta feriado em todos os dias do ano, exceto no dia do trabalho. Essa passagem remete ao estereótipo do homem brasileiro que não gosta de trabalhar e sempre dá seu “jeitinho”. Em um momento depois, ele retrata a manipulação da mídia por parte dos políticos, onde ele exige que só seja anunciada a sua propaganda.
A força de Oscarito é bastante aproveitada nesse filme e percebemos a importância desse ator para o cinema brasileiro da época, que levava milhares de pessoas ao cinema. Resta uma esperança de que é possível fazer cinema hoje no Brasil e ser um sucesso de bilheteria, apesar de tantos obstáculos e de um governo que não dá valor a sua cultura.
Uma das coisas que mais me impressionaram no filme foram as atuações, principalmente por se tratar de atores não profissionais. A construção dos personagens e a emoção transmitidas pelos dois me tocaram bastante, principalmente do garoto. Por falar no personagem do filho, existe um peso dramático forte sobre ele, inclusive funcionando até como um alívio cômico. O filme constrói uma crescente expectativa de que algo vai acontecer com a criança (as cenas em que ele se perde do pai e que suspostamente ele teria se afogado), fazendo com que o espectador realmente se preocupe com o destino dele.
Acompanhamos no filme a trajetória de um homem comum, que tenta sobreviver e ajudar sua família em uma realidade completamente adversa. A câmera faz questão de acompanhar seus passos pelas ruas e localidades do espaço territorial que o personagem está inserido. Presenciamos todos os momentos desse recorte de sua história, onde ele vai eventualmente se transformando.
Impulsionado pelo desespero e a esperança de melhorar a sua vida e de sua família, o personagem do pai se depara com uma escolha moral perturbadora (reforçada pela dramaticidade da cena): cometer um delito. Apesar de ser uma atitude reprovável, acabamos por nos compadecer e nos emocionar com as consequências negativas dessa ação.
O filme acaba de uma forma poética e bastante dura, onde o personagem já sem esperanças caminha no meio da multidão, com um olhar envergonhado e acompanhado por seu filho, ambos choram pela situação horrível em que se encontram. A imagem do personagem se misturando entre as pessoas remete ao fato de que essas histórias podem ser reais, que existem homens e mulheres no mundo vivendo essa dura realidade e que apesar de tudo elas continuam batalhando por suas vidas.
É clara a intensão de Vittorio de Sica de levantar uma discussão com o filme que vai além do cinema como mero entretenimento.
O que mais chamou minha atenção foi o assunto abordado pelo filme. De início podemos achar que se trata apenas de um drama burguês qualquer, porém a questão levantada sobre o assédio contra as mulheres é clara. A postura do personagem Helvécio com as mulheres e a condescendência do jardineiro (inclusive sendo subordinado por dinheiro, o que eu vejo como uma forma de alfinetar o capitalismo) são mostradas de forma bastante negativas, inclusive gerando consequências desastrosas. O diretor ainda deixa isso muito claro na fala do pai da personagem Heloisa, disfarçado de advogado, e na cena em que acontece um assédio em pleno Tribunal (que pode servir também como um alívio cômico). Vale ressaltar que o contexto histórico é do início do século XX, onde o machismo era muito forte e dominante.
Analisando o contexto histórico, as inovações técnicas no filme são claras: planos, cortes rápidos, ângulos e artifícios narrativos que não eram comuns naquela época. Além da entrada, mesmo que tímida, dos sons e efeitos sonoros. Nota-se a dificuldade tecnológica desse início, mesclando cenas mudas com o uso das legendas e diálogos dublados.
A violência e a repressão sexual aparecem como assuntos recorrentes no filme. Destaques a cena da luta no bar, que tem um ritmo interessante, e a clássica cena entre os protagonistas da história, onde o personagem Marcos persegue o seu par romântico terminando em um plano em que ele a carrega para dentro da mata.
A forma como a mulher é tratada no filme me incomodou, principalmente o fato de ter se banalizado a morte da primeira esposa do protagonista. Nesse quesito, uma cena chamou minha atenção, quando a personagem Sônia se afoga e é salva pelo protagonista, vemos um plano do personagem olhando para o corpo dela e a cabeça da atriz é completamente cortada do quadro. Mas compreendo que o filme pertence a outra época e é interessante analisar como o contexto social era diferente.
Mauro apresenta um filme rico e necessário para entendermos a evolução do cinema brasileiro nas formas técnicas, narrativas e estéticas.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 796 Assista AgoraMads Mikkelsen você é FODA!
A Espera
3.7 59 Assista AgoraUma aula de direção de ator! Óbvio que o trabalho de Piero Messina ficou bem mais fácil com o talento gigante da Binoche e da Lou que ,apesar de bem menos experiente, não deixou a desejar. A dinâmica entre as duas atrizes é impressionante, a personagem de Lou carismática, calorosa e transparente, em contraponto com a de Binoche que é fria, distante e enigmática. Você sente a dor das personagens na pele. Um filme sobre luto e as dores de perder alguém que tanto ama, seja quando a pessoa ainda está "viva" ou com a sua morte. O cuidado com a fotografia e os detalhes dos cenários compõe bem esse estado de espírito melancólico necessário ao filme. A páscoa foi o plano de fundo perfeito para fechar o filme.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraTem algo muito errado na construção do enredo do filme, a premissa é muito fraca, o desenvolvimento dos vilões é risível e a atuação da Gal Gadot tá particularmente ruim em comparação aos demais filmes da franquia. Algumas cenas de ação parecem ser feitas para dar risada e o desfecho então... uma pena! O seu antecessor foi bem melhor e criou expectativas que foram frustradas nesse, a DC ainda precisa apurar muito a mão.
A Escolhida
3.5 290Tem algo muito estranho nesse filme que eu teria que assistir de novo para ter certeza do que é, mas não vou fazer isso. A premissa é interessante e até o plot twist é legal, mas tudo é muito mal desenvolvido, os diálogos são sofríveis e algumas cenas são improváveis de acordo com a construção da história, deixando uma sensação de que algumas resoluções foram ridículas. Apesar disso, o filme não é de todo ruim, a cena de abertura é bem bonita e a Janelle tá bem no filme.
Enola Holmes
3.5 816 Assista AgoraÉ um filme que tinha um ótimo potencial, mas se perde em tentar sair dos "clichês". No final parece que são dois ou três filmes em um só, o enredo fica nesse vai e vem de tentar fazer uma história diferente com protagonismo feminino, mas sempre volta as mesmas resoluções. A quebra da quarta parede até funcionaria bem se fosse utilizada de forma uniforme, mas na metade do filme parece que eles esquecem desse artifício e a ligação com a personagem se perde. A tentativa de desmistificar a imagem de gênio intocável do Sherlock Holmes também não convenceu. Um roteiro confuso, cheio de manobras preguiçosas e mal desenvolvidas. Vale a pena assistir pelo carisma da Millie Bobby Brown e é isso!
Era uma Vez em Tóquio
4.4 187 Assista Agoraque personagem linda é a Noriko! <3
E Então Nós Dançamos
4.1 85 Assista Agoraótimas atuações, uma boa fotografia e montagem... mas temos que problematizar esse estacionamento dos filmes LGBTQI+, principalmente os da sigla G. Sempre o mesmo enredo e trama,
seguindo essa ordem: protagonista tem uma mulher como parceira, chega o objeto de desejo (e digo objeto porque nunca se aprofunda o outro personagem) que geralmente é de outra localidade "um ser estranho", daí vem a descoberta sexual, a barreira de estar inserido em um determinado nicho conservador/tradicional e no final a não concretização por questões ligadas ao preconceito de uma das parte que compõe esse "relacionamento". Geralmente só muda o ambiente!
No Coração do Mundo
3.9 62 Assista AgoraO fenômeno da favela brasileira, um mundo inserido em um sistema opressor e desesperançoso. A vontade de estar no coração do mundo pulsa em todos esses personagens, nada mais que a dignidade humana: uma vida melhor e menos injusta. Os diálogos da Selma (Grace Passô, que atuação meus caros), mulher preta, pobre e favelada, transborda a força do filme. O Brasil na carne.
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraAs músicas dos Beatles dão força ao filme, porém não conseguem sustentar sua história. A diretora exagerou na dose enfiando as músicas de toda forma para tentar comover os fãs, deixando o filme em alguns momentos maçante e "musical demais".
As questões abordadas no filme são interessantes, principalmente a crítica ao imperialismo dos EUA, mas a narrativa se perde na necessidade de fazer referências a cultura beat/hippie o tempo todo, ficando um tanto forçado.
O romance principal acaba sendo superficial apesar do ótimo trabalho dos atores, principalmente da Evan Rachel Wood, até a amizade entre Jude e Max é mais profunda do que o romance deles.
É um filme para curtir as músicas dos Beatles e o visual inspirado nas cores e vibrações dos movimentos beat e hippie. E PRONTO, é isso!
PS: Eu fiquei muito incomodado com a personagem de Prudence, apesar de ter um ótimo potencial pelo carisma da atriz, é muito mal desenvolvida. Jogam a questão da sexualidade dela, mas não concluem nada e isso fica apenas perdido na história. Ela fica aparecendo e desaparecendo no enredo sem motivo aparente.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraO filme é interessante como uma experiência sensitiva. Os planos sequências são incríveis e muito bem orquestrados, mas acho que peca em algumas questões, principalmente na forçação de barra para criar situações bizarras/emocionais que consequentemente criam uma grande caricatura do uso de drogas alucinógenas.
Alguns exemplos: a professora ter prendido o filho naquela sala e a consequente morte dele; toda a relação incestuosa presente no filme (esse eu achei o mais forçado de todos); e algumas cenas que são apenas esdrúxulas: Selva se jogando no chão, gritando e correndo de um lado para o outro; no final os bailarinos parecendo que estão sendo possuídos pelo demônio.
Acho que se tivesse focado mais nos personagens e como eles estavam lidando com aquela situação, deixando um pouco de lado esse fetiche que Noé tem em fazer cenas perturbadoras (muitas vezes sem necessidade ou sentido) teria sido uma experiência mais prazerosa e completa.
PS: a cena que abre o filme foi colocada ali só por ser esteticamente bonita, porque não tem nexo com os acontecimentos do restante do filme.
Um Peixe Chamado Wanda
3.5 169 Assista Agoradefinitivamente o humor britânico não é para mim, achei o filme maçante e bem óbvio.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraUma das coisas mais sem sentido e toscas da história do cinema foi a introdução da personagem de Zorri, o que danado foi aquilo?
Rei Arthur: A Lenda da Espada
3.2 621eu tô passado que é do Guy Ritchie essa BOMBA! PQP! Que filme ruim.
Frozen II
3.6 783Vale a pena só pelas cenas em que a Elsa usa os poderes dela, principalmente a sequência contra o mar em fúria.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista Agoramuito velhos, héteros, brancos e escrotos... tecnicamente é massa, mas difícil se envolver em uma história dessa, pelo menos para mim. e longo demais
Cidadão Kane
4.3 991 Assista AgoraÉ impossível falar sobre o filme Cidadão Kane sem mencionar o seu grande idealizador, o ator e diretor de cinema, Orson Welles. Já em 1939 fez história ao assinar com Hollywood um contrato completamente fora dos padrões da época, o que deu a ele liberdade integral sobre suas obras. Com mais de um ano após a assinatura do contrato e depois de várias polêmicas envolvendo o roteiro e a produção do filme, é apresentado à imprensa em 9 de abril de 1941 a sua primeira e mais aclamada obra.
Sua duração é de 1 hora e 59 minutos e está repleta de diálogos muito bem escritos, cenas memoráveis e uma trilha sonora de se admirar. A direção de Orson Welles dá ao filme uma estética inovadora que marcou a história do cinema mundial, principalmente quanto a decupagem das cenas. O uso da profundidade de campo como artifício essencial em sua narrativa trouxe uma dramaticidade pioneira a sua obra.
Existe uma série de fatores que estão presentes em vários momentos da obra que definem o estilo de Orson Welles como diretor, como por exemplo: o uso de contra-plongé, cenários com tetos baixos, contraste forte de luz e sombra, “focos longos” com profundidade de campo, planos-sequências e os flashbacks. Apesar desses artifícios já teriam sido usados anteriormente no cinema, parecem ganhar um significado completamente novo em Cidadão Kane.
A obra conta a história fictícia de um magnata da imprensa americana que em seu leito de morte pronuncia a palavra: Rosebud. Nesse contexto, seguimos a trajetória de um jornalista que, ao entrevistar pessoas que fizeram parte da vida do empresário, tenta desvendar o significado dessa palavra. Aqui entramos numa discussão bastante rica sobre a perda da infância, a busca pelo poder, as diferentes facetas do homem e como pontos de vistas, a própria memória ou a manipulação de informações podem moldar as visões de mundo, seja dos personagens ou do próprio espectador.
Foi interessante perceber que, apesar de não ter me envolvido emocionalmente com a história do filme, de não ter amado a trajetória de ascensão e queda de Charles Foster Kane, a obra de Orson Welles me fez ver o cinema com outros olhos. As escolhas narrativas e estéticas são muito importantes para inserir o espectador dentro da “realidade” do filme, passamos a questionar e tentar entender tudo o que nos é mostrado na tela, como se fizéssemos parte daquilo.
É inegável a importância de Cidadão Kane para a história do cinema mundial, com ele abre-se a discussão da importância do diretor como realizador de uma obra autoral. É impossível assistir sem perceber que por traz daquilo tudo existe uma visão muito própria de um artista. Ele se tornou um verdadeiro clássico.
Por todos esses motivos, você pode não amar esta obra, mas com certeza deve respeitá-la. Não é à toa que é considerado o melhor filme de todos os tempos por muitos realizadores, críticos e entusiastas da sétima arte.
Cora Coralina - Todas as Vidas
3.8 23Uma história incrível que se apaga por escolhas estéticas preguiçosas. Cora Coralina era uma escritora a frente de seu tempo com um teor poético elevado, porém o filme usa de artifícios narrativos ultrapassados e padronizados, o que ao meu ver fugia completamente da essência dessa linda mulher. A paleta de cores é sem vida, o formato dos depoimentos é quadrado e sem emoção, as encenações parecem uma novela (de má qualidade) da globo e os recitais lembram aquelas propagandas contra as drogas. Mas é um filme de fácil compreensão e cumpre seu papel.
Nem Sansão Nem Dalila
3.5 13Nem Sansão Nem Dalila, clássico da chanchada brasileira, foi um filme produzido pela a Atlântida Cinematográfica e dirigido por Carlos Manga em 1954. Com um enredo grotesco, o filme acompanha a jornada de um barbeiro que vai parar na Palestina, mil anos antes de Cristo, ao acidentalmente entrar em uma máquina do tempo desenvolvida por um cientista. Nessa aventura, ele encontra o Sansão dos mitos bíblicos e ganha super força ao trocar um isqueiro pelos “cabelos” do héroi.
O filme em preto e branco é uma sátira declarada do clássico Hollywoodiano, Sansão e Dalila de 1949, e tem uma narrativa linear e sem muita sofisticação. O produto mais caro da produtora até então, que investiu bastante nos figurinos e cenários, apesar de visivelmente serem de pouca qualidade. A obra se sustenta no humor e carisma de Oscarito, que leva o filme nas costas, com seus trejeitos e atuação característicos.
Destaque para as críticas políticas presentes no roteiro. Os diálogos do personagem de Oscarito como um ditador ingênuo remetem diretamente a situação brasileira da época, imitando de forma caricata o presidente Getúlio Vargas e abrindo discussões interessantes sobre o poder e o trabalho. Momentos como “eleição, votação, marmelada” refere-se a descrença do povo na política e “Votai em Sansão, um homem de ação” a padronização das campanhas eleitorais.
Em uma das cenas que mais chamaram minha atenção, o personagem decreta feriado em todos os dias do ano, exceto no dia do trabalho. Essa passagem remete ao estereótipo do homem brasileiro que não gosta de trabalhar e sempre dá seu “jeitinho”. Em um momento depois, ele retrata a manipulação da mídia por parte dos políticos, onde ele exige que só seja anunciada a sua propaganda.
A força de Oscarito é bastante aproveitada nesse filme e percebemos a importância desse ator para o cinema brasileiro da época, que levava milhares de pessoas ao cinema. Resta uma esperança de que é possível fazer cinema hoje no Brasil e ser um sucesso de bilheteria, apesar de tantos obstáculos e de um governo que não dá valor a sua cultura.
[spoiler][/spoiler]
Ladrões de Bicicleta
4.4 531 Assista AgoraUma das coisas que mais me impressionaram no filme foram as atuações, principalmente por se tratar de atores não profissionais. A construção dos personagens e a emoção transmitidas pelos dois me tocaram bastante, principalmente do garoto. Por falar no personagem do filho, existe um peso dramático forte sobre ele, inclusive funcionando até como um alívio cômico. O filme constrói uma crescente expectativa de que algo vai acontecer com a criança (as cenas em que ele se perde do pai e que suspostamente ele teria se afogado), fazendo com que o espectador realmente se preocupe com o destino dele.
Acompanhamos no filme a trajetória de um homem comum, que tenta sobreviver e ajudar sua família em uma realidade completamente adversa. A câmera faz questão de acompanhar seus passos pelas ruas e localidades do espaço territorial que o personagem está inserido. Presenciamos todos os momentos desse recorte de sua história, onde ele vai eventualmente se transformando.
Impulsionado pelo desespero e a esperança de melhorar a sua vida e de sua família, o personagem do pai se depara com uma escolha moral perturbadora (reforçada pela dramaticidade da cena): cometer um delito. Apesar de ser uma atitude reprovável, acabamos por nos compadecer e nos emocionar com as consequências negativas dessa ação.
O filme acaba de uma forma poética e bastante dura, onde o personagem já sem esperanças caminha no meio da multidão, com um olhar envergonhado e acompanhado por seu filho, ambos choram pela situação horrível em que se encontram. A imagem do personagem se misturando entre as pessoas remete ao fato de que essas histórias podem ser reais, que existem homens e mulheres no mundo vivendo essa dura realidade e que apesar de tudo elas continuam batalhando por suas vidas.
É clara a intensão de Vittorio de Sica de levantar uma discussão com o filme que vai além do cinema como mero entretenimento.
A Filha do Advogado
3.2 14O que mais chamou minha atenção foi o assunto abordado pelo filme. De início podemos achar que se trata apenas de um drama burguês qualquer, porém a questão levantada sobre o assédio contra as mulheres é clara. A postura do personagem Helvécio com as mulheres e a condescendência do jardineiro (inclusive sendo subordinado por dinheiro, o que eu vejo como uma forma de alfinetar o capitalismo) são mostradas de forma bastante negativas, inclusive gerando consequências desastrosas. O diretor ainda deixa isso muito claro na fala do pai da personagem Heloisa, disfarçado de advogado, e na cena em que acontece um assédio em pleno Tribunal (que pode servir também como um alívio cômico). Vale ressaltar que o contexto histórico é do início do século XX, onde o machismo era muito forte e dominante.
Ganga Bruta
3.4 51Analisando o contexto histórico, as inovações técnicas no filme são claras: planos, cortes rápidos, ângulos e artifícios narrativos que não eram comuns naquela época. Além da entrada, mesmo que tímida, dos sons e efeitos sonoros. Nota-se a dificuldade tecnológica desse início, mesclando cenas mudas com o uso das legendas e diálogos dublados.
A violência e a repressão sexual aparecem como assuntos recorrentes no filme. Destaques a cena da luta no bar, que tem um ritmo interessante, e a clássica cena entre os protagonistas da história, onde o personagem Marcos persegue o seu par romântico terminando em um plano em que ele a carrega para dentro da mata.
A forma como a mulher é tratada no filme me incomodou, principalmente o fato de ter se banalizado a morte da primeira esposa do protagonista. Nesse quesito, uma cena chamou minha atenção, quando a personagem Sônia se afoga e é salva pelo protagonista, vemos um plano do personagem olhando para o corpo dela e a cabeça da atriz é completamente cortada do quadro. Mas compreendo que o filme pertence a outra época e é interessante analisar como o contexto social era diferente.
Mauro apresenta um filme rico e necessário para entendermos a evolução do cinema brasileiro nas formas técnicas, narrativas e estéticas.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 317 Assista AgoraCenas poderosas! E a Elizabeth Moss fazendo uma pontinha mas brilhando como sempre! Só isso que tenho a dizer, por enquanto...
Tau
2.8 310 Assista AgoraPreguiçoso demais! Diálogos quase infantis, personagens superficiais... uma pena!
A Babá
3.1 960 Assista Agoraas atuações me surpreenderam, principalmente a da Samara Weaving e o Judah Lewis, só por isso dei duas estrelas, se não seria uma.