Esse filme me surpreendeu. Eu pensei que ia ser mais um que trata vítimas de bullying como coitadinhas ou que só focam em todo aquele sofrimento e esquecem a realidade em volta, as pessoas envolvidas etc. Amei o Auggie sendo mostrado como muito mais do que um menino que é estigmatizado pela aparência. Além disso, a personalidade dele tornou ele muito mais do que querido no filme.
O que eu mais gostei foi o foco em cada um dos personagens, mostrando a complexidade dos relacionamentos humanos. O Auggie não é apenas uma "vítima" nem os outros são apenas "vilões". Crianças crescem aprendendo a odiar por terem sido criados em ambientes de ódio e competitividade. E em cada ser humano existe um grande desejo de aceitação.
Esse último superou muito a visão que eu tive dos outros filmes. Realmente me surpreendeu muito, porque depois de dois filmes achando que a trilogia não ia conseguir me tocar nem um pouco eu já estava desistindo. Ótima trilha sonora e cenas marcantes. Nem sei como tive estômago pra rever essa cena do eclipse. Consegue ser ainda pior do que ver isso no anime, talvez pela animação do filme.
Melhorou muito em relação ao primeiro filme e eu gostei de ver as cenas de acordo com o mangá, apesar de ter minhas críticas. Em relação aos cortes, resumiu demais certas coisas muito importantes pra história e deixou outras, o que me deixou meio "wtf". A cena do flashback da Caska foi uma das piores coisas do filme todo. Esse e alguns outros momentos no filme fizeram perder toda a sensibilidade da obra original. Mas, realmente, o filme passa um sentimento totalmente diferente do anime e do mangá, como se Berserk fosse visto de uma outra perspectiva (menos sombria, inclusive).
Pra quem tá começando a se interessar por Berserk sem ler o mangá e ver o anime de 1997, talvez seja uma boa assistir esse filme. Não gostei muito, especialmente por ter feito os dois antes, mas dá uma ideia da história. Muitas partes importantes são cortadas, de maneira a atrapalhar a imagem dos personagens (especialmente a Caska). Na verdade, Caska foi a personagem mais modificada com essa adaptação, acho que a junção da voz/cenas escolhidas fizeram ela parecer mais rígida do que no anime, porém inútil assim como todo mundo do Bando do Falcão. A trilha sonora e os cortes ficaram muito ruins, nem de longe deram a sensação que eu tive assistindo o anime. A Era de Ouro é o melhor arco da série, mas parece que foi desperdiçado. Apesar de tudo gostei dos traços do anime, mesmo não estando familiarizada com CGI.
Achei geniais os trocadilhos o filme inteiro, tanto quanto as referências. Mas o melhor de tudo é a inocência e simplicidade dos dois, que deixou o filme todo delicado e engraçadinho.
Impossível não gostar da Nishimiya e sentir com as primeiras cenas no ensino fundamental. Eu achei bem legal eles destacarem o laço forte de amizade entre todos eles, isso deixou o filme muito mais interessante do que se fosse só um romance forçado e clichê entre a menina o valentão que a atormentou no passado. Mas o melhor do filme foi mesmo ter mostrado todo mundo ali como humano e sujeito a erros, como pessoas complexas, cheias de desentendimentos e complicações, não só essa dualidade vítima-algoz. Tanto a Nishimiya quanto o Ishida erraram, mas a mudança de perspectiva foi um fator muito importante pra história toda.
Que filme lindo. Gostei demais da Marjane, aliás, ela e a avó dela são exemplos de mulheres de personalidade e determinação. O filme contrasta a sociedade iraniana com a ocidental, o Irã ocidentalizado com o Irã vivendo um regime. É cheio de críticas ao mundo islâmico, aos costumes ocidentais, aos jovens modernos. São dois pontos muito diferentes e Marjane vive os dois mundos, por isso a crise de identidade tão forte. Os problemas da adolescência, a beleza da infância, os amores que não deram certo, o distanciamento dos pais, o pertencimento a um grupo de amigos, tudo isso é bem retratado no filme com um pouco de humor e emoção.
A Valerie merecia um filme melhor, não que esse tenha sido ruim, mas ainda assim deixou a desejar. Uma coisa que me incomodou no filme: o jeito que retrataram a Solanas, como doida ou como lésbica predadora. Não acho que foi um retrato fidedigno dela não. Mas ainda assim gostei do filme. Pra quem leu SCUM Manifesto, dá pra ver um paralelo das cenas com trechos do livro, como por exemplo, crítica à Grande Arte, o apetite sexual dos homens.
Que filme! Não esperaria menos do Makoto Shinkai. Os filmes dele têm muitas coisas em comum e todas elas dão um toque especial, deixando o filme ainda mais prazeroso de se assistir: a) cenários grandiosos, deixando os personagens pequenininhos, parecendo até estar indefesos; b) cenas cotidianas e personagens comuns; c) os contratempos da vida, tão realistas, impossibilitando os sonhos e desejos dos personagens. As cenas do começo do filme se conectando com as do meio e fazendo a história ter sentido, ficaram perfeitas. Achei lindas as referências à lenda do Akai Ito, ficou tudo muito delicado. O filme é quebra de expectativa do começo ao fim.
Um dos melhores plot twist que já vi. Mima é mostrada como um modelo, um objeto pelos seus produtores e fãs (inclusive o que a persegue), perde totalmente sua essência e faz coisas que até ela duvida para ser uma atriz de sucesso. Sua privacidade, suas escolhas e seu corpo estarem tão expostos fez com que ela duvidasse da própria personalidade. Por isso a sanidade mental dela é tão questionada. A vida de Mima e o filme estarem intrinsecamente ligados foi o diferencial pro filme ser tão bom. Confesso que no começo achei que ia ser um filme de terror, de tanto suspense e pela figura macabra do perseguidor.
Não tenho palavras pra dizer como esse filme é maravilhoso do começo ao fim. Os cenários são lindos, os diálogos profundos e as observações dos personagens sobre a própria existência são perfeitos. O filme retrata bem como é a busca do ser humano por algo que realize seus desejos mais íntimos, por algo que responda todas suas dúvidas existenciais. Tanto a fé quanto a ciência se unem para tentar desvendar os mistérios da humanidade. A Zona é como a própria vida: ela te controla, mas você não sabe do próprio destino. A todo momento, é preciso ter fé e continuar, esperando receber algo de bom dela.
E, por fim, Stalker responde todo o mistério da existência humana: o sentido da vida é ajudar os outros, é fazer o bem mesmo sem receber nada em troca.
Um filme artsy muito sinestésico que me marcou. Uma narrativa forte, porém real ainda em nossos dias. Esse filme contempla bem a era medieval, os tabus, as crendices, a misoginia da época. Ficam bem escancarados os sete pecados capitais em contraposição à moral cristã da época.
Na minha opinião, a hipersexualização da personagem quis demonstrar como a todo momento ela era abusada e vista como um pedaço de carne pelos homens.
Aliás, os demônios e o próprio Diabo terem se mostrado como homens enquanto possuíam o corpo dela só reforça os abusos sofridos pela mulher.
Jeanne é uma personagem forte, mas que no começo se vê ofuscada pela moral, pelo amor ao marido, pelos "deveres de uma mulher". Ela é um retrato da mulher "feminina" que a sociedade pede, a que se cala, a que obedece, a que aceita toda a violência a que é submetida.
O Diabo é o único que consegue com que ela se liberte de toda essa delicadeza, subserviência e dê lugar a uma Jeanne decidida, que tem sentimentos e desejos considerados "perversos" para a época, mas que, na verdade, correspondem aos sentimentos e desejos de uma mulher. Ela é um mártir para esse filme.
Tudo nesse filme parece estar envolto em uma capa de realidade, ao mesmo tempo em que tudo parece um sonho. O jeito realista com que são mostradas as cenas de abuso, de violência, de deprezo e de humilhação me comoveu muito. É um filme muito triste, mas que critica a posição da mulher e que, ao mesmo tempo, demonstra o poder de uma mulher livre de todo o fardo que a sociedade colocou.
Péssimo filme. Ele tenta cativar, mas não passa de um monte de nudez e violência gratuita. Cenas de drama mais lembram um filme de comédia vulgar. O filme é caricato demais. Não explorou o que podia no behaviorismo, até as próprias críticas do filme vieram vestidas por um enredo ruim. O personagem que era pra ser um jovem rebelde e violento virou uma coisa controversa e forçada, muito mal construído. As cenas de estupro e violência enjoaram de tão batidas. Muitas coisas ficaram em aberto, não foram exploradas da maneira que deviam. Enfim, eu esperava mais de um filme com uma temática tão boa.
Filme meio ruim, esperava mais. O herói do filme é extremamente mal construído. Uma hora parece uma garota tumblr que ficou má depois de tanto sofrer. Depois de uma cena de maldade, parece bonzinho e arrependido. Imprevisível, parece ter a inteligência e a resistência de um deus, pra terminar daquele jeito? O filme inteiro não faz sentido. Parece que misturaram um monte de frases de efeito num filme que mais queria ser uma "crítica social foda". Mas nenhuma cena calorosa, nem mesmo a da revolução foi tocante. Achei extremamente raso. As reações da Evey são totalmente sem sentido.
A parte que a Evey é torturada se superou de tão ruim o desfecho dela.
Roteiro mal feito, parece que algumas cenas não tem a continuidade que precisavam. As cenas que foram feitas pra ter alguma "profundidade" não emocionaram, talvez pela atuação deles ou pela maneira crua e esquisita que foram mostrados. Tudo muito forçado, inclusive o romance deles no final. Cenas fantasiosas demais. Não teve uma parte que salvasse o filme.
O filme é maravilhoso, os personagens são bem construídos e emociona com seu enredo. A Makoto, na minha opinião, se mostra infantil e fugitiva dos próprios sentimentos. A maneira que ela tem para fugir dos próprios problemas e a maneira que lida com seus amigos faz dela uma personagem que mais parece um bebê chorão, egoísta e mimado. No fundo, ela tem um bom coração e só quer ajudar e estar perto dos seus amigos, mas tem um problema muito grande com o diálogo. É risível a maneira com que ela brinca de viajar no tempo, como se fosse uma gangorra ou um balanço, sem pensar nas consequências. Nessa primeira parte, os amigos e a família dela parecem ser meros bonecos dela, tendo que agir da maneira que ela quer, fazendo tudo conspirar ao seu favor. Um poder tão grande é usado como meio de se dar bem em tudo, de se safar de situações inoportunas, enfim, é ridículo o jeito que ela usa esse poder, apesar de ser explicado pela época da vida da personagem. É engraçado como começa com uma historinha boba, como de quem não quer nada, e do meio pro final é surpreendente a maneira com que se desenrola e o filme acaba passando de "roteiro bonitinho com protagonista fofa" pra uma obra com profundidade.
Pra mim, a parte da obra de arte deixou a desejar, assim como a parte daquela "coisa" que eles usam pra viajar no tempo. Ficou mal explicado, eu senti como se aquilo não devesse estar lá. É como se tivessem acrescentado isso só para encher linguiça ou para parecer "profundo" e acabou ficando sem sentido.
Enfim, algumas (bem poucas mesmo) partes do filme ficaram desconexas, como essas aí que eu citei, mas não tiram a beleza do filme.
Um anime que retrata com fidedignidade os problemas dos relacionamentos à distância e os contratempos da adolescência. Como na vida real, mesmo com todo afeto e dedicação possíveis, o amor dos dois está fadado ao esmorecimento. Muito realista a maneira como é mostrada a indecisão na adolescência, os amores não correspondidos, a passagem da juventude para a vida adulta. E além de tudo, a solidão e o vazio da vida adulta, depois da decepção da impossibilidade de realizar seus sonhos. O final traz o passado de volta, com um ar de sofrimento, mostrando como o destino mudou os caminhos de cada um.
Nessa parte é impecável como é retratado o momento em que o Takaki diz que a vida é cheia de pequenas tristezas, mas como ele "mata" esses sentimentos se ocupando com o trabalho. Isso sim é um retrato da modernidade.
Uma fotografia bonita e um enredo simples, porém tocante. Esse filme representa tudo aquilo que parece insignificante, mas acaba mudando totalmente o rumo da nossa vida. Ao assistir, tenho a sensação de ser apenas um retrato cotidiano de uma cidadão qualquer, que tem seus sonhos e suas inseguranças. Ambos personagens encontram, um no outro, a coragem para seguir em frente. Alguns pontos que deixaram a desejar no filme: o "romance" ou quase isso dos dois e o final mal acabado e exagerado.
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Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraEsse filme me surpreendeu. Eu pensei que ia ser mais um que trata vítimas de bullying como coitadinhas ou que só focam em todo aquele sofrimento e esquecem a realidade em volta, as pessoas envolvidas etc. Amei o Auggie sendo mostrado como muito mais do que um menino que é estigmatizado pela aparência. Além disso, a personalidade dele tornou ele muito mais do que querido no filme.
O que eu mais gostei foi o foco em cada um dos personagens, mostrando a complexidade dos relacionamentos humanos. O Auggie não é apenas uma "vítima" nem os outros são apenas "vilões". Crianças crescem aprendendo a odiar por terem sido criados em ambientes de ódio e competitividade. E em cada ser humano existe um grande desejo de aceitação.
Inclusive, isso explica o porquê das crianças aceitarem a discriminação contra o Auggie. Nenhuma delas queria ser excluída também.
Berserk: Era de Ouro Ato III: A Queda
4.3 73Esse último superou muito a visão que eu tive dos outros filmes. Realmente me surpreendeu muito, porque depois de dois filmes achando que a trilogia não ia conseguir me tocar nem um pouco eu já estava desistindo. Ótima trilha sonora e cenas marcantes.
Nem sei como tive estômago pra rever essa cena do eclipse. Consegue ser ainda pior do que ver isso no anime, talvez pela animação do filme.
Mas tô ansiosa pra ver minha Caska de volta, aquela cena final conseguiu cortar ainda mais meu coração.
Berserk Era de Ouro Ato II: A Batalha de Doldrey
4.2 45Melhorou muito em relação ao primeiro filme e eu gostei de ver as cenas de acordo com o mangá, apesar de ter minhas críticas. Em relação aos cortes, resumiu demais certas coisas muito importantes pra história e deixou outras, o que me deixou meio "wtf".
A cena do flashback da Caska foi uma das piores coisas do filme todo. Esse e alguns outros momentos no filme fizeram perder toda a sensibilidade da obra original.
Mas, realmente, o filme passa um sentimento totalmente diferente do anime e do mangá, como se Berserk fosse visto de uma outra perspectiva (menos sombria, inclusive).
Berserk Era de Ouro Ato I: Ovo do Supremo Imperador
4.1 82Pra quem tá começando a se interessar por Berserk sem ler o mangá e ver o anime de 1997, talvez seja uma boa assistir esse filme. Não gostei muito, especialmente por ter feito os dois antes, mas dá uma ideia da história.
Muitas partes importantes são cortadas, de maneira a atrapalhar a imagem dos personagens (especialmente a Caska). Na verdade, Caska foi a personagem mais modificada com essa adaptação, acho que a junção da voz/cenas escolhidas fizeram ela parecer mais rígida do que no anime, porém inútil assim como todo mundo do Bando do Falcão.
A trilha sonora e os cortes ficaram muito ruins, nem de longe deram a sensação que eu tive assistindo o anime. A Era de Ouro é o melhor arco da série, mas parece que foi desperdiçado.
Apesar de tudo gostei dos traços do anime, mesmo não estando familiarizada com CGI.
Saint☆Oniisan Movie
4.1 23Achei geniais os trocadilhos o filme inteiro, tanto quanto as referências. Mas o melhor de tudo é a inocência e simplicidade dos dois, que deixou o filme todo delicado e engraçadinho.
A Voz do Silêncio
4.3 356Impossível não gostar da Nishimiya e sentir com as primeiras cenas no ensino fundamental. Eu achei bem legal eles destacarem o laço forte de amizade entre todos eles, isso deixou o filme muito mais interessante do que se fosse só um romance forçado e clichê entre a menina o valentão que a atormentou no passado. Mas o melhor do filme foi mesmo ter mostrado todo mundo ali como humano e sujeito a erros, como pessoas complexas, cheias de desentendimentos e complicações, não só essa dualidade vítima-algoz. Tanto a Nishimiya quanto o Ishida erraram, mas a mudança de perspectiva foi um fator muito importante pra história toda.
Persépolis
4.5 754Que filme lindo. Gostei demais da Marjane, aliás, ela e a avó dela são exemplos de mulheres de personalidade e determinação. O filme contrasta a sociedade iraniana com a ocidental, o Irã ocidentalizado com o Irã vivendo um regime. É cheio de críticas ao mundo islâmico, aos costumes ocidentais, aos jovens modernos. São dois pontos muito diferentes e Marjane vive os dois mundos, por isso a crise de identidade tão forte. Os problemas da adolescência, a beleza da infância, os amores que não deram certo, o distanciamento dos pais, o pertencimento a um grupo de amigos, tudo isso é bem retratado no filme com um pouco de humor e emoção.
Um Tiro Para Andy Warhol
3.3 22A Valerie merecia um filme melhor, não que esse tenha sido ruim, mas ainda assim deixou a desejar. Uma coisa que me incomodou no filme: o jeito que retrataram a Solanas, como doida ou como lésbica predadora. Não acho que foi um retrato fidedigno dela não. Mas ainda assim gostei do filme. Pra quem leu SCUM Manifesto, dá pra ver um paralelo das cenas com trechos do livro, como por exemplo, crítica à Grande Arte, o apetite sexual dos homens.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraQue filme! Não esperaria menos do Makoto Shinkai. Os filmes dele têm muitas coisas em comum e todas elas dão um toque especial, deixando o filme ainda mais prazeroso de se assistir: a) cenários grandiosos, deixando os personagens pequenininhos, parecendo até estar indefesos; b) cenas cotidianas e personagens comuns; c) os contratempos da vida, tão realistas, impossibilitando os sonhos e desejos dos personagens. As cenas do começo do filme se conectando com as do meio e fazendo a história ter sentido, ficaram perfeitas. Achei lindas as referências à lenda do Akai Ito, ficou tudo muito delicado. O filme é quebra de expectativa do começo ao fim.
Perfect Blue
4.3 815Um dos melhores plot twist que já vi. Mima é mostrada como um modelo, um objeto pelos seus produtores e fãs (inclusive o que a persegue), perde totalmente sua essência e faz coisas que até ela duvida para ser uma atriz de sucesso. Sua privacidade, suas escolhas e seu corpo estarem tão expostos fez com que ela duvidasse da própria personalidade. Por isso a sanidade mental dela é tão questionada. A vida de Mima e o filme estarem intrinsecamente ligados foi o diferencial pro filme ser tão bom. Confesso que no começo achei que ia ser um filme de terror, de tanto suspense e pela figura macabra do perseguidor.
Stalker
4.3 500 Assista AgoraNão tenho palavras pra dizer como esse filme é maravilhoso do começo ao fim. Os cenários são lindos, os diálogos profundos e as observações dos personagens sobre a própria existência são perfeitos. O filme retrata bem como é a busca do ser humano por algo que realize seus desejos mais íntimos, por algo que responda todas suas dúvidas existenciais. Tanto a fé quanto a ciência se unem para tentar desvendar os mistérios da humanidade. A Zona é como a própria vida: ela te controla, mas você não sabe do próprio destino. A todo momento, é preciso ter fé e continuar, esperando receber algo de bom dela.
E, por fim, Stalker responde todo o mistério da existência humana: o sentido da vida é ajudar os outros, é fazer o bem mesmo sem receber nada em troca.
A Tragédia de Belladonna
4.1 97Um filme artsy muito sinestésico que me marcou. Uma narrativa forte, porém real ainda em nossos dias. Esse filme contempla bem a era medieval, os tabus, as crendices, a misoginia da época. Ficam bem escancarados os sete pecados capitais em contraposição à moral cristã da época.
Na minha opinião, a hipersexualização da personagem quis demonstrar como a todo momento ela era abusada e vista como um pedaço de carne pelos homens.
Aliás, os demônios e o próprio Diabo terem se mostrado como homens enquanto possuíam o corpo dela só reforça os abusos sofridos pela mulher.
Jeanne é uma personagem forte, mas que no começo se vê ofuscada pela moral, pelo amor ao marido, pelos "deveres de uma mulher". Ela é um retrato da mulher "feminina" que a sociedade pede, a que se cala, a que obedece, a que aceita toda a violência a que é submetida.
O Diabo é o único que consegue com que ela se liberte de toda essa delicadeza, subserviência e dê lugar a uma Jeanne decidida, que tem sentimentos e desejos considerados "perversos" para a época, mas que, na verdade, correspondem aos sentimentos e desejos de uma mulher. Ela é um mártir para esse filme.
Tudo nesse filme parece estar envolto em uma capa de realidade, ao mesmo tempo em que tudo parece um sonho. O jeito realista com que são mostradas as cenas de abuso, de violência, de deprezo e de humilhação me comoveu muito. É um filme muito triste, mas que critica a posição da mulher e que, ao mesmo tempo, demonstra o poder de uma mulher livre de todo o fardo que a sociedade colocou.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraPéssimo filme. Ele tenta cativar, mas não passa de um monte de nudez e violência gratuita. Cenas de drama mais lembram um filme de comédia vulgar. O filme é caricato demais. Não explorou o que podia no behaviorismo, até as próprias críticas do filme vieram vestidas por um enredo ruim. O personagem que era pra ser um jovem rebelde e violento virou uma coisa controversa e forçada, muito mal construído. As cenas de estupro e violência enjoaram de tão batidas. Muitas coisas ficaram em aberto, não foram exploradas da maneira que deviam. Enfim, eu esperava mais de um filme com uma temática tão boa.
V de Vingança
4.3 3,0K Assista AgoraFilme meio ruim, esperava mais. O herói do filme é extremamente mal construído. Uma hora parece uma garota tumblr que ficou má depois de tanto sofrer. Depois de uma cena de maldade, parece bonzinho e arrependido. Imprevisível, parece ter a inteligência e a resistência de um deus, pra terminar daquele jeito? O filme inteiro não faz sentido. Parece que misturaram um monte de frases de efeito num filme que mais queria ser uma "crítica social foda". Mas nenhuma cena calorosa, nem mesmo a da revolução foi tocante. Achei extremamente raso. As reações da Evey são totalmente sem sentido.
A parte que a Evey é torturada se superou de tão ruim o desfecho dela.
A Garota que Conquistou o Tempo
4.1 320O filme é maravilhoso, os personagens são bem construídos e emociona com seu enredo. A Makoto, na minha opinião, se mostra infantil e fugitiva dos próprios sentimentos. A maneira que ela tem para fugir dos próprios problemas e a maneira que lida com seus amigos faz dela uma personagem que mais parece um bebê chorão, egoísta e mimado. No fundo, ela tem um bom coração e só quer ajudar e estar perto dos seus amigos, mas tem um problema muito grande com o diálogo. É risível a maneira com que ela brinca de viajar no tempo, como se fosse uma gangorra ou um balanço, sem pensar nas consequências. Nessa primeira parte, os amigos e a família dela parecem ser meros bonecos dela, tendo que agir da maneira que ela quer, fazendo tudo conspirar ao seu favor. Um poder tão grande é usado como meio de se dar bem em tudo, de se safar de situações inoportunas, enfim, é ridículo o jeito que ela usa esse poder, apesar de ser explicado pela época da vida da personagem. É engraçado como começa com uma historinha boba, como de quem não quer nada, e do meio pro final é surpreendente a maneira com que se desenrola e o filme acaba passando de "roteiro bonitinho com protagonista fofa" pra uma obra com profundidade.
Pra mim, a parte da obra de arte deixou a desejar, assim como a parte daquela "coisa" que eles usam pra viajar no tempo. Ficou mal explicado, eu senti como se aquilo não devesse estar lá. É como se tivessem acrescentado isso só para encher linguiça ou para parecer "profundo" e acabou ficando sem sentido.
Eu gostei mesmo foi dela ter se redimido dos seus erros e o "romance" dos dois, ficou bem bonitinho o final.
5 Centímetros por Segundo
3.9 383Um anime que retrata com fidedignidade os problemas dos relacionamentos à distância e os contratempos da adolescência. Como na vida real, mesmo com todo afeto e dedicação possíveis, o amor dos dois está fadado ao esmorecimento. Muito realista a maneira como é mostrada a indecisão na adolescência, os amores não correspondidos, a passagem da juventude para a vida adulta. E além de tudo, a solidão e o vazio da vida adulta, depois da decepção da impossibilidade de realizar seus sonhos. O final traz o passado de volta, com um ar de sofrimento, mostrando como o destino mudou os caminhos de cada um.
Nessa parte é impecável como é retratado o momento em que o Takaki diz que a vida é cheia de pequenas tristezas, mas como ele "mata" esses sentimentos se ocupando com o trabalho. Isso sim é um retrato da modernidade.
O Jardim das Palavras
4.0 363Uma fotografia bonita e um enredo simples, porém tocante. Esse filme representa tudo aquilo que parece insignificante, mas acaba mudando totalmente o rumo da nossa vida. Ao assistir, tenho a sensação de ser apenas um retrato cotidiano de uma cidadão qualquer, que tem seus sonhos e suas inseguranças. Ambos personagens encontram, um no outro, a coragem para seguir em frente. Alguns pontos que deixaram a desejar no filme: o "romance" ou quase isso dos dois e o final mal acabado e exagerado.