Polanski faz aqui um bom trabalho em uma propaganda de pouco mais de 30 segundos, mas demonstrando todas as marcas de seu trabalho, principalmente do período. Traz sua esposa, Emmanuelle Seigner, tal qual já havia realizado em Lua de Fel e Busca Frenética, utilizando da mesma fotografia com toques azuis, inserindo-a em uma trama simples de suspense, em que esta foge de um perseguidor cuja única pista é a revista Vanity Fair, com ela na capa, também rememorando Lua de Fel em que o homem tem como única pista o ônibus 96. Se torna mais agradável quando conhece as obras do diretor lançadas até 1992.
Acabou sendo uma boa novela. Assisti por causa do Selton Mello, que não coloca seu nome em qualquer produção e seu D. Pedro tem similaridade com a figura histórica. É difícil tratar sobre o Segundo Império considerando que a vida do Imperador não tinha grandes emoções quanto a vida de D. Pedro I, que já na época era conhecido pelas amantes, brigas e fugas para ficar em bares. Por isso esse Pedro II é mais comedido e tem poucos momentos para fazer uso das emoções, como na cena da morte de Lourdes (para mim a melhor cena de toda a novela) ou nas discussões das últimas semanas.
Sua primeira fase foi bem arrastada, principalmente por motivos de edição, algo que foi resolvido após toda a equipe ser chamada novamente para trabalhar na montagem da novela e perceberam que uma cena de quatro minutos passa muito mais rápido se você dividir essa mesma cena em duas de dois minutos cada.
Seu problema foi não ter aproveitado as intrigas que criou. E a visão de Tonico Rocha, com coroa na cabeça? Desperdiçada. O colete na tipagem do jornal? Inútil. Horácio Ayoli? Irrelevante. Lupita? Simplesmente desaparece. A mãe de Guebo? Sequer aparece na cena final.
Ao contrário do que muitos comentaram comigo, não vejo que Tonico precisava sofrer, aquele banho de sangue necessário pro espectador sair de alma lavada, mas ao menos que se utilizasse de todos os elementos que criaram para o desfecho do personagem. Veja que este, com todo o seu ódio contra Samuel/Josué, sequer ficou sabendo que ao final foi inocentado.
O resultado final foi positivo. Lota, uma personagem que iniciou insuportável, adquiriu relevância ao final da trama e acabou roubando a cena.
É o verdadeiro retorno de um Rei. Após ficar 8 anos longe dos palcos, tendo feito apenas um especial com o Sinatra pouco após retornar do exército na Alemanha, Elvis estava saturado de sua carreira e, pior, o público também já estava saturado dele. Isso em razão da política adotada pelo Coronel Parker em querer produzir apenas um número infinito de filmes sem se importar com roteiro, até mesmo procurando diretores conhecidos por fazer filmes incrivelmente baratos e sem nenhuma qualidade artística. Sua ideia sempre foi colocar o maior número de canções possível nesses filmes e ganhar quatro vezes: com a bilheteria, com a venda de discos, com os direitos das canções (que ele também comprava dos compositores) e com sua contratação como Conselheiro Executivo.
Após uma derrocada completa desse sistema pela falta de qualidade artística das obras e as músicas cada vez mais risíveis, Elvis finalmente conseguiu impor minimamente sua vontade para fazer uma apresentação, afinal tudo indicava que a antiga fonte havia secado. Não conseguiu shows (não em um primeiro momento), mas conseguiu um especial para a TV, se apresentando ao público e até mesmo inserindo músicas de protesto em seu final, algo fortemente combatido pelo Coronel Parker por ter amigos na política sulista.
E o Comeback, após toda essa fase terrível da carreira do cantor, vem para mostrar o porquê ele era o rei. Ainda um pouco nervoso, e você consegue ver sua mão até mesmo tremendo na hora de cantar Heartbreak Hotel, Elvis domina o cenário, conta histórias da sua vida e, mesmo não sendo um compositor, algo característico dos músicos dos anos 60 (Beatles, Dylan, Beach Boys), toma as músicas para si como um verdadeiro intérprete, cantando como se saísse de seu coração e acreditando em cada palavra. Domina o palco, ri, brinca com a plateia e os músicos.
Claro que, como show, fica um pouco cansativo na sua metade final visto que, por ser um apanhado de toda a sua carreira, acaba tendo que cantar boa parte das músicas pós-61, as da fase que acabaram levando à sua derrocada até esse retorno em 68. Mesmo assim, só por ter momentos maravilhosos como Lawdy Miss Crawly ou o próprio final com If I Can Dream, música completamente política baseada no discurso de Martin Luther King, este especial já é maravilhoso.
Roman Polanski's Vanity Fair Commercial
3.5 1Polanski faz aqui um bom trabalho em uma propaganda de pouco mais de 30 segundos, mas demonstrando todas as marcas de seu trabalho, principalmente do período.
Traz sua esposa, Emmanuelle Seigner, tal qual já havia realizado em Lua de Fel e Busca Frenética, utilizando da mesma fotografia com toques azuis, inserindo-a em uma trama simples de suspense, em que esta foge de um perseguidor cuja única pista é a revista Vanity Fair, com ela na capa, também rememorando Lua de Fel em que o homem tem como única pista o ônibus 96.
Se torna mais agradável quando conhece as obras do diretor lançadas até 1992.
Nos Tempos do Imperador
3.4 16Acabou sendo uma boa novela. Assisti por causa do Selton Mello, que não coloca seu nome em qualquer produção e seu D. Pedro tem similaridade com a figura histórica. É difícil tratar sobre o Segundo Império considerando que a vida do Imperador não tinha grandes emoções quanto a vida de D. Pedro I, que já na época era conhecido pelas amantes, brigas e fugas para ficar em bares. Por isso esse Pedro II é mais comedido e tem poucos momentos para fazer uso das emoções, como na cena da morte de Lourdes (para mim a melhor cena de toda a novela) ou nas discussões das últimas semanas.
Sua primeira fase foi bem arrastada, principalmente por motivos de edição, algo que foi resolvido após toda a equipe ser chamada novamente para trabalhar na montagem da novela e perceberam que uma cena de quatro minutos passa muito mais rápido se você dividir essa mesma cena em duas de dois minutos cada.
Seu problema foi não ter aproveitado as intrigas que criou. E a visão de Tonico Rocha, com coroa na cabeça? Desperdiçada. O colete na tipagem do jornal? Inútil. Horácio Ayoli? Irrelevante. Lupita? Simplesmente desaparece. A mãe de Guebo? Sequer aparece na cena final.
Ao contrário do que muitos comentaram comigo, não vejo que Tonico precisava sofrer, aquele banho de sangue necessário pro espectador sair de alma lavada, mas ao menos que se utilizasse de todos os elementos que criaram para o desfecho do personagem. Veja que este, com todo o seu ódio contra Samuel/Josué, sequer ficou sabendo que ao final foi inocentado.
O resultado final foi positivo. Lota, uma personagem que iniciou insuportável, adquiriu relevância ao final da trama e acabou roubando a cena.
Elvis - '68 Comeback
4.7 7É o verdadeiro retorno de um Rei. Após ficar 8 anos longe dos palcos, tendo feito apenas um especial com o Sinatra pouco após retornar do exército na Alemanha, Elvis estava saturado de sua carreira e, pior, o público também já estava saturado dele. Isso em razão da política adotada pelo Coronel Parker em querer produzir apenas um número infinito de filmes sem se importar com roteiro, até mesmo procurando diretores conhecidos por fazer filmes incrivelmente baratos e sem nenhuma qualidade artística. Sua ideia sempre foi colocar o maior número de canções possível nesses filmes e ganhar quatro vezes: com a bilheteria, com a venda de discos, com os direitos das canções (que ele também comprava dos compositores) e com sua contratação como Conselheiro Executivo.
Após uma derrocada completa desse sistema pela falta de qualidade artística das obras e as músicas cada vez mais risíveis, Elvis finalmente conseguiu impor minimamente sua vontade para fazer uma apresentação, afinal tudo indicava que a antiga fonte havia secado. Não conseguiu shows (não em um primeiro momento), mas conseguiu um especial para a TV, se apresentando ao público e até mesmo inserindo músicas de protesto em seu final, algo fortemente combatido pelo Coronel Parker por ter amigos na política sulista.
E o Comeback, após toda essa fase terrível da carreira do cantor, vem para mostrar o porquê ele era o rei. Ainda um pouco nervoso, e você consegue ver sua mão até mesmo tremendo na hora de cantar Heartbreak Hotel, Elvis domina o cenário, conta histórias da sua vida e, mesmo não sendo um compositor, algo característico dos músicos dos anos 60 (Beatles, Dylan, Beach Boys), toma as músicas para si como um verdadeiro intérprete, cantando como se saísse de seu coração e acreditando em cada palavra. Domina o palco, ri, brinca com a plateia e os músicos.
Claro que, como show, fica um pouco cansativo na sua metade final visto que, por ser um apanhado de toda a sua carreira, acaba tendo que cantar boa parte das músicas pós-61, as da fase que acabaram levando à sua derrocada até esse retorno em 68. Mesmo assim, só por ter momentos maravilhosos como Lawdy Miss Crawly ou o próprio final com If I Can Dream, música completamente política baseada no discurso de Martin Luther King, este especial já é maravilhoso.
Gabriela
3.8 142Há muito tempo parei de ver novela, mas como vem de Jorge Amado eu vou ter que abrir uma exceção.
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