O ápice dos filmes de suspense - aliás, depois deste filme a fina linha tênue que separa o terror do suspense, já que o Hannibal Lecter interpretal de maneira visceral por Antony Hopkins é de pôr medo mesmo, ficou muito transparente, quase imperceptível. A tensão é contínua, como num jogo de gato e rato, entre Buffalo Bill e a policial interpretada por Jodie Foster e entre ela e Hannibal, numa trilha psicológica onde um testa a inteligencia do outro para subtrair informações para chegar no assassino. Merecedor, acho, que do Oscar - era muito novo pra saber quem com ele concorreu - de melhor filme que recebeu.
Falem lá o que quiser, blockbuster, etc. e tal, que eu não ligo. Aí vai um filme que resguarda aquela aura de sonho/realidade que matrix me trouxe quando o assisti pela primeira vez. Duvidei do sonho, duvidei da vida, duvidei de mim quando vi Matrix, neste eu passei a pensar: vivo a minha vida ou vivo um sonho?
Loucuras à parte, é um filme bem construído do ponto de vista do absurdo que envolvem os sonhos. As cenas do hotel, o corredor e a luta, vão ser destas cenas que entram para a história do cinema, tão bem feita foi. Não sei se mereceu o Oscar de melhor fotografia, tendo outros filmes de fotografia superior, pois, como disse o Zé Wilker, é tudo meio digital, eu ainda não engulo (visível como gosto da fotografia dos filmes de Kar-Wai!).
Trama bem intricada, como a maior parte da filmografia que vi do diretor (que conseguiu tirar do imaginário infantil a imagem do batman cinematográfico), e acima de tudo bem dirigido, bem escrito e montado; Fora atores de atuações convincentes, entre outras coisas mais que fazem de A Origem bem mais que um filme blockbuster. Deu uma aula de entretenimento com qualidade.
Quando o filme que era pra ter sido de Stanley Kubrick passou às mãos de Spielberg eu jurava que iria sair um filme muito ruim, com aquele tipo apelativo, já tão normal dos filmes dele. Mas, além desse apelativo ao emocional ele conseguiu unir a isso a história bem estruturada e deprimida no final. Sem esperanças até o fim! O final do filme, pra mim, foi um sossego pro meu peito. Não aguentava mais.
O Spielberg tem o dom para utilizar todos os artifícios necessários pra nos cativar. Não o culpo; mérito dele, que sabe muito bem fazer um filme: afinal é esse o papel da sétima arte, cativar, causar, aquilo que o Platão chamava de cartase, vá lá, que viagem a minha. Mas enfim, ele utilizou ao meu ver tudo aquilo com o qual ele sabe lidar muito bem e tem experiência e criou um filme à altura dos seus melhores, na minha opinião, que são: A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan, e Munique.
Achei que a continuação seria uma tremenda de uma cagada, mas daí calei minha boca. Lembro do que aconteceu com o Godfather e dá uma dor no peito que o terceiro tenha sido tão menos excelente que os outros... Mas no mais ali está tudo: a grande verdade acerca do "sistema" - que, convenhamos, só é novidade para quem não assiste aos jornais -, onde vemos que más remunerações aliadas a ambição e uma certa dose de empurrãozinho democrático por parte dos políticos levam ao desencadear deste castelo de cartas que vai decaindo, decaindo até cair-se por inteiro por cima de quem vive nas favelas, que ficam a mercê dequem assume o dito "poder".
Muita ironia, no começo, onde diz-se: "Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência", já declara o que já aconteceu a muito pouco tempo no Brasil, mas brasileiro "é foda parceiro", tem memória curta, e é preciso que uma tapa na cara (para não dizer um chute nos colhões) acerte-nos e nos faça mover e enxergar quem nós mandamos para aquele pedaço de terra no meio do sertão central.
Como sempre, a história do cinema não nos nega o que é real mais uma vez: um ex0documentarista (ótimo, pelo que dizem, apesar de nunca ter visto nenhum de seus documentários), consegue se sobressair de maneira extraordinária no cenário da ficção. O primeiro filme, que na minha opinião, ficava num campo muito estreito, deixou margem à violência desregrada, este segundo veio a mostrar um pouco mais (ou menos) da violência e mais (muito mais) da verdadeira face da política de governantess sem escrúpulos que chegam ao poder. Para mim conseguiu superar o primeiro filme e conseguiu ir além. Para mim, mesmo estando longe do cinema este ano, talvez tenha sido o melhor filme de âmbito nacional, queiram ou não os mais puristas do cinema dito cult. Conseguiu unir um clima de terror ao "fazer pensar", que acho muito importante num filme. Nota máxima.
Esse é um daqueles filmes inimagináveis na vida real que você adoraria que pudesse acontecer. Eu gosto muito, a cara da sessão da tarde, que infelizmente não passa mais filmes deste calibre, que são a cara dos anos oitenta. O final, sentimentalista, piegas, é ainda assim o final mais apropriado pra essa história. Toma Hanks muito convincente no papel de um adulto infantil. Não sei se ganhou Oscar, não lembro, mas acho muito válida a atuação dele.
Um filme curto e direto que represaenta bem o que se pode ser a publicidade utilizada para o bem ou para o mal. Assim como o próprio filme, que nos mostra, que clichê!, que o cigarro é realmente uma bosta. Fumo, mas e daí, Rá Rá.. Mas, sim, o filme é muito bom, priincipalmente pelas cenas em off, tomadas rápidas, cortes rápidos, flashbacks, slows motions, é um filme bem estiloso, engraçado, irônico. Na sua metade ele começa a tomar suas verdadeiras proporções hollywoodianas com uma boa mensagem no final, quando de repente, no grand finale, surge aquela reviravolta que nos pega de surpresa. Não fosse este final, seria um filme bom. Mas acima de tudo, é um filme estiloso.
É um filme muito difícil de engolir para mim (como toda a verdade é difícil de encarar), porque gosto dos padrões da Revolução Cubana. Bem, mas, vendo as vítimas que foram feitas por este governo socialista, como Reynaldo, é de se pensar para one vão os caminhos daquilo, ou para onde iriam... Mas como a história é feita destas incertezas, essas coisas que nos deixam quase sem palavras, prefiro me referir ao filme em si. A atuação, muito digna, para variar também, né?, de Javier Bardem, muito convincente como homossexual, como poucos bons atores souberam interpretar, como já devo ter citado aqui mesmo, o caso de Philip Seymour Hoffma, ao interpretar Truman Capote. Mas ali vai além de tudo isto, a cara de um homem perseguido e perdido ao atingir a liberdade, ciente só de que queria ser livre. Achei digníssima a indicação (não lembro bem ao certo se foi para Javier) do Oscar. Não digo que deveria ter ganho porque não lembro do contexto os filmes que concorreram... Mas é um filme belo, que mostra em alguns momentos a beleza de Cuba, com toda a sua miscigenação, sua rica cultura trancafiada, e claro, os marginalizados homossexuais, que como se sabe, não apenas numa ditadura cubana, mas também nas nossas maravilhosas democracias capitalistas sofrem os mais diversos tipos de preconceito. Sem falar no faz-de-tudo Johnny Depp. Abismante!
Filmne que deu início a uma tiragem de filmes baseados em histórias em quadrinhos, este, sem dúvida com todos os exageros típicos do gênero, é o pioneiro.
Não cheguei a ver ainda a saga de Antoine Doinel, mas tive o prazer inenarrável de ver este filme, baseado, como a maioria de seus outros filmes não-biográficos, em livros do conhecimento de Truffaut. Apesar de não ser falado em língua francesa, mas sim em inglês, muitas das características do tal "cinema de autor" do diretor estão lá, como a ousadia, que está presente, peloq ue pde perceber, na maioria de seus personagens.
O futuro caótico onde as pessoas não podem ler livros é meio absurdo, mas não é tão diferente como imaginamos que seja hoje a nossa realidade. Assisti com a minha namorada no Cine Clube aqui, e ela assim relatou que a vida na contemporaneidade é basicamente isso, com a única diferença de que não há ninguém para nos forçar a não ler, mas sim, nós mesmos que fazemos questão de jogar fora todo o conhecimento do mundo, que assim está, tão próximo de nossas mãos.
A questão da memória é um fato que gostei de ter sido mensionado no filme. É um filme de ficção científica futurista bem incomum, mas na verdade, muito próximo.
Wong Kar-Wai é o homem, quando se trata de falar de amor. Já havia provado isso com Felizes Juntos, que na minha modesta opinião é um dos mais belos filmes a retratar o amor de maneira tão intima e comovente.
Este aqui não é diferente. 2046, é o quarto em que o Sr. Chow conheceu a mulher que mudou sua vida. Lá ele encontra motivos para criar um viagem não somente em suas memórias passadas, mas indo até o futuro, para poder escrever mais um dos seus livros sobre romances eróticos. As mulheres do filme, todas de personalidade forte, são o principal atrativo, e o Sr. Chow, apesar de ser o garanhão da história, pode-se dizer que é jogado a segundo plano, em comparação com a mulher que ele teve relações ardentes nos quartos, ou com as outras que se mostram um poço de mistérios, em meio a sorrisinhos e pernas, e telefones, e livros e cartas.
Wong Kar Wai, consegue ser romântco, erótico, sensível, mas sem nunca ser vulgar, mesmo no caso mais caloroso por assim dizer.
Inesquecível é a narração em off, afirmando que "O amor é uma questão de Timing: não importa se você conhece a pessoa certa muito cedo, ou tarde demais".
O sorriso mítico do cartaz, é um dos mais famosos do cinema, e a prova definitiva de que todas as coisas que precisam ser ditas, não estam somente nas palavras, piegas, mas basta apenas o olhar. E Chaplin nos comove com o seu tímido sorriso recolhido e contido ao olhar para a moça que pergunta se ele é quem realmente ela pensa ser.
Um filme para se ver incontáveis vezes, rir, se comover... A cena da luta de boxe, mostra uma sincronia perfeita, um passo de valsa! O amontoado de mau-entendidos que vão acumulando-se ao personagem, fazem parecer impossível que alguém possa dar-se mal tantas vezes! Lá se vai a crítica social, presente nos filmes de Chaplin, mas quanto a isso, apesar de ser forte, também neste filme, prefiro ainda Tempos Modernos. Mas este é a comoção em películas!
A comédia visual de Chaplin em um tom, como sempre, comovente. Todos os movimentos industriais do filme deixam a sensação de uma certa inocência, por parte do seu então personagem mais famoso, Carlitos, que se revela um homem que não existe! A bondade dele é inconcebível.
Vi nos mesmos tempos, Luzes da Cidade, e achei também uma maravilha. Tão bonito e engraçado quanto este. Mas a crítica aos tais temposmodernos está escancarademente aberta, quando Chaplin utiliza como plano inicial uma fábrica, seu trabalho marasmante, e contínuo ao passo que sua dita vida normal vai tornando-se esquecida. A simplicidade de todas as coisas é o que agada o tal personagem. E, com um desfecho não tão comovente quanto o de Luzes da Cidade, mas ainda assim belo, este é com certeza um dos melhores filmes de Chaplin.
É um dos filmes mais criativos do Woody Allen, saindo um pouco daquela coisa, tão já dele, de falar sobre relacionamentos malfadados, e de novaiorquinos neuróticos. Essa comédia de época tão sutil, tão bela, apesar de ter deselaces absurdos (como é que pode? A película não parou!), foi muito bem dirigida e intricada, com a verdadeira sensação de inocência passada pelo personagem de não conhecer as coisas do mundo, senão as falas de seu roteiro. O final, nenhum pouco cínico, na minha opinião, é uma amostra de quão bom é viver na fantasia, já que o mundo é mesmo este bolo de merda (e sem cereja!), habitados por pessoas mesquinhas e ambiciosas, como é o ator, que não quis saber, na hora de iludir a pobre personagem de Mia Farrow com promessas, que evidentemente não cumpriu, no intuito de somente garantir o seu futuro como ator, não sendo deixado de lado pelo utópico herói secundário do filme. Magistal, Mr. Woody Allen!
Depois de repassar todos os filmes que já vi. Viq ue a Fraternidade era o melhor dos três filmes, e este fica, não por ser menor, nem pior, em terceiro. Deve-se mais pelo fato de que este filme em especial, tem uma interpretação mais fácil e mais palpável. Talvez por isso a crítica considere-o o "menos melhor" dos três. Mas este filme tem um valor especial para mim. O sentimento de vingança presente, sim, fez com que eu inevitalvelmente torcesse pelo personagem principal, e achasse até justo o final para Dominique, que ficou, por assim dizer, num estado de igualdade, quando como aconteceu de Karol ter sido escorrassado de Paris, por ser polonês. Fora o branco presente em todas as cenas de todas as formas. Papel, lençóis, panos, blusas. Fato decorrente em todas as cores. A cena em que o amigo pede para que ele o mate foi uma das que mais me deixou tenso dos filmes que vi. A pitada sutil de comédia no filme, dá a ele um charme frio, que o faz também um filme inesquecível, pela atuação de Zbigniew Zamachowski, no papel de Karol, que é um homem sensível, medroso, apaixonado, atrapalhado e generoso. Lindo, como os outros dois.
O termo liberdade, neste filme em especial, me causou até um certo desconforto em ver tantas cenas de martírio. Mas depois vim entender que o tal martírio era uma maneira da Julie se livrar de vez do que lhe atormentava, que eram, não apenas as lembranças de seu marido e de seu filho, mas de todas as coisas que lhe faziam temer, desde os ratos até o medo de ficar só. Quem viu em dvd, veja os extras, e escutem Kieslowsky descrevendo o momento de compenetração, em que o bloquinho de áçucar cai no café deixando-se primeiro ser totalmente preenchido de café. A introspecção do momento, era uma demonstração de que nada que estava ali ao seu redor lhe importava. Depois da Fraternidade, é o meu favorito.
Um filme superengraçado, de sua maneira, simples, alegórica, as vezes, até boba, lembrando a turma do chaves até. Mas vemos que mesmo neste recanto de comédia, transbordando aos borbotões, há uma certa melancolia, no paradigma das duas realidades: a modernidade em contraste da vida simples do subúrbio, onde o Sr. Hulot vive. A linguagem do filme, quase sem diálogos, e o personagem, interpretado pelo próprio Tati, fazem deste filme uma obra esplêndida! Uma pena que Tati tenha feito tão poucos filmes, e seja tão pouco conhecido. Mas, aí fica uma grande obra, que tive o prazer de ver. No final, quando vemos a despedida do Sr. Hulot, vemos também que no decorrer da cidade, as coisas vão ficando mais vagas, com aquele sentimento de que "vai acabar". Mas há ainda a ponta de esperança, no personagem do garoto. Lindo!
De uma beleza incrível. Confesso que fiquei receoso com as obras de Bergman, pois não estava acostumado com a sua abordagem fria e subjetiva, como por exemplo, quando baixei Gritos e Sussurros, não compreendi bem, até a quarta vez que assisti. Mas esse, que é de uma temática recorrente às coisas que escrevo, fantasmas do passado, lembranças, boas e ruins, me fez ficar fascinado por Bergman, e a maneira como lida com fatos tão próximas da realidade de uma maneira tão encantadora. A cena do sonho, é incrível.
tenho pouca experiência em filmes mudos. E este foi um dos meus primeiros. Já de cara, gostei da temática revolucionária. As cenas já tão famosas, como as da carne podre, ou do massacre na escadaria de Odessa, o carrinho descendo as escadas embalado, o rosto dos leões, se transfigurando no momento em que o Couraçado atira. Tudo, tudo, tudo, no conjunto da obra já conspira para um clássico.
Muito bom. Acho que foi neste filme que ele largou a comédia pastelão e assumiu uma postura mais parecida com a abordagem dos filmes de Bergman (as cenas no campo, em frente a casa, lembram e muito o clima de Gritos e Sussurros), mas claro, com o humor charmoso de Allen, e mais a perspicácia que ele próprio tem em atuar. O desenrolar de amores e desafetos também é de uma graça sutil. Adorei.
Um filme que apela mais para uma comédia visual que para outra coisa, mas é muito bom. Como ele próprio definiu, se for verdade, este é um dos bons filmes da primeira fase.
Vou pôr Daniel Burman na lista de meus diretores favoritos, ou que merecem ser vistos. Este Ninho Vazio me deixou encantado! Quase assisti "O Abraço Partido", mas não gosto de filmes pegos pela metade. A trilha sonora jazzistica dá um toque de classe ao filme, deixando-o até mesmo sensual. Apesar de ser um filme sem grande divulgação, deveria ser mais reconhecido, pois, que coisa bela tem se mostrado o cinema latino-americano. E este diretor, Daniel Burman, com certeza, já tem cacife suficiente para entrar no hall dos maiores diretorees latino-americanos. Amei.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraO ápice dos filmes de suspense - aliás, depois deste filme a fina linha tênue que separa o terror do suspense, já que o Hannibal Lecter interpretal de maneira visceral por Antony Hopkins é de pôr medo mesmo, ficou muito transparente, quase imperceptível. A tensão é contínua, como num jogo de gato e rato, entre Buffalo Bill e a policial interpretada por Jodie Foster e entre ela e Hannibal, numa trilha psicológica onde um testa a inteligencia do outro para subtrair informações para chegar no assassino. Merecedor, acho, que do Oscar - era muito novo pra saber quem com ele concorreu - de melhor filme que recebeu.
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraFalem lá o que quiser, blockbuster, etc. e tal, que eu não ligo. Aí vai um filme que resguarda aquela aura de sonho/realidade que matrix me trouxe quando o assisti pela primeira vez. Duvidei do sonho, duvidei da vida, duvidei de mim quando vi Matrix, neste eu passei a pensar: vivo a minha vida ou vivo um sonho?
Loucuras à parte, é um filme bem construído do ponto de vista do absurdo que envolvem os sonhos. As cenas do hotel, o corredor e a luta, vão ser destas cenas que entram para a história do cinema, tão bem feita foi. Não sei se mereceu o Oscar de melhor fotografia, tendo outros filmes de fotografia superior, pois, como disse o Zé Wilker, é tudo meio digital, eu ainda não engulo (visível como gosto da fotografia dos filmes de Kar-Wai!).
Trama bem intricada, como a maior parte da filmografia que vi do diretor (que conseguiu tirar do imaginário infantil a imagem do batman cinematográfico), e acima de tudo bem dirigido, bem escrito e montado; Fora atores de atuações convincentes, entre outras coisas mais que fazem de A Origem bem mais que um filme blockbuster. Deu uma aula de entretenimento com qualidade.
A.I. Inteligência Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraQuando o filme que era pra ter sido de Stanley Kubrick passou às mãos de Spielberg eu jurava que iria sair um filme muito ruim, com aquele tipo apelativo, já tão normal dos filmes dele. Mas, além desse apelativo ao emocional ele conseguiu unir a isso a história bem estruturada e deprimida no final. Sem esperanças até o fim! O final do filme, pra mim, foi um sossego pro meu peito. Não aguentava mais.
O Spielberg tem o dom para utilizar todos os artifícios necessários pra nos cativar. Não o culpo; mérito dele, que sabe muito bem fazer um filme: afinal é esse o papel da sétima arte, cativar, causar, aquilo que o Platão chamava de cartase, vá lá, que viagem a minha. Mas enfim, ele utilizou ao meu ver tudo aquilo com o qual ele sabe lidar muito bem e tem experiência e criou um filme à altura dos seus melhores, na minha opinião, que são: A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan, e Munique.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraAchei que a continuação seria uma tremenda de uma cagada, mas daí calei minha boca. Lembro do que aconteceu com o Godfather e dá uma dor no peito que o terceiro tenha sido tão menos excelente que os outros... Mas no mais ali está tudo: a grande verdade acerca do "sistema" - que, convenhamos, só é novidade para quem não assiste aos jornais -, onde vemos que más remunerações aliadas a ambição e uma certa dose de empurrãozinho democrático por parte dos políticos levam ao desencadear deste castelo de cartas que vai decaindo, decaindo até cair-se por inteiro por cima de quem vive nas favelas, que ficam a mercê dequem assume o dito "poder".
Muita ironia, no começo, onde diz-se: "Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência", já declara o que já aconteceu a muito pouco tempo no Brasil, mas brasileiro "é foda parceiro", tem memória curta, e é preciso que uma tapa na cara (para não dizer um chute nos colhões) acerte-nos e nos faça mover e enxergar quem nós mandamos para aquele pedaço de terra no meio do sertão central.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraComo sempre, a história do cinema não nos nega o que é real mais uma vez: um ex0documentarista (ótimo, pelo que dizem, apesar de nunca ter visto nenhum de seus documentários), consegue se sobressair de maneira extraordinária no cenário da ficção. O primeiro filme, que na minha opinião, ficava num campo muito estreito, deixou margem à violência desregrada, este segundo veio a mostrar um pouco mais (ou menos) da violência e mais (muito mais) da verdadeira face da política de governantess sem escrúpulos que chegam ao poder. Para mim conseguiu superar o primeiro filme e conseguiu ir além.
Para mim, mesmo estando longe do cinema este ano, talvez tenha sido o melhor filme de âmbito nacional, queiram ou não os mais puristas do cinema dito cult. Conseguiu unir um clima de terror ao "fazer pensar", que acho muito importante num filme.
Nota máxima.
Quero ser Grande
3.7 803Esse é um daqueles filmes inimagináveis na vida real que você adoraria que pudesse acontecer. Eu gosto muito, a cara da sessão da tarde, que infelizmente não passa mais filmes deste calibre, que são a cara dos anos oitenta. O final, sentimentalista, piegas, é ainda assim o final mais apropriado pra essa história.
Toma Hanks muito convincente no papel de um adulto infantil. Não sei se ganhou Oscar, não lembro, mas acho muito válida a atuação dele.
Obrigado por Fumar
3.9 797 Assista AgoraQuando digo estiloso, digo cool.
Aqueles créditos iniciais estlizados em maços de cigarros é incrível.
Obrigado por Fumar
3.9 797 Assista AgoraUm filme curto e direto que represaenta bem o que se pode ser a publicidade utilizada para o bem ou para o mal. Assim como o próprio filme, que nos mostra, que clichê!, que o cigarro é realmente uma bosta. Fumo, mas e daí, Rá Rá..
Mas, sim, o filme é muito bom, priincipalmente pelas cenas em off, tomadas rápidas, cortes rápidos, flashbacks, slows motions, é um filme bem estiloso, engraçado, irônico. Na sua metade ele começa a tomar suas verdadeiras proporções hollywoodianas com uma boa mensagem no final, quando de repente, no grand finale, surge aquela reviravolta que nos pega de surpresa. Não fosse este final, seria um filme bom. Mas acima de tudo, é um filme estiloso.
Antes do Anoitecer
3.9 145É um filme muito difícil de engolir para mim (como toda a verdade é difícil de encarar), porque gosto dos padrões da Revolução Cubana. Bem, mas, vendo as vítimas que foram feitas por este governo socialista, como Reynaldo, é de se pensar para one vão os caminhos daquilo, ou para onde iriam... Mas como a história é feita destas incertezas, essas coisas que nos deixam quase sem palavras, prefiro me referir ao filme em si. A atuação, muito digna, para variar também, né?, de Javier Bardem, muito convincente como homossexual, como poucos bons atores souberam interpretar, como já devo ter citado aqui mesmo, o caso de Philip Seymour Hoffma, ao interpretar Truman Capote. Mas ali vai além de tudo isto, a cara de um homem perseguido e perdido ao atingir a liberdade, ciente só de que queria ser livre.
Achei digníssima a indicação (não lembro bem ao certo se foi para Javier) do Oscar. Não digo que deveria ter ganho porque não lembro do contexto os filmes que concorreram... Mas é um filme belo, que mostra em alguns momentos a beleza de Cuba, com toda a sua miscigenação, sua rica cultura trancafiada, e claro, os marginalizados homossexuais, que como se sabe, não apenas numa ditadura cubana, mas também nas nossas maravilhosas democracias capitalistas sofrem os mais diversos tipos de preconceito.
Sem falar no faz-de-tudo Johnny Depp. Abismante!
Sin City: A Cidade do Pecado
3.8 1,3K Assista AgoraFilmne que deu início a uma tiragem de filmes baseados em histórias em quadrinhos, este, sem dúvida com todos os exageros típicos do gênero, é o pioneiro.
Fahrenheit 451
4.2 418Não cheguei a ver ainda a saga de Antoine Doinel, mas tive o prazer inenarrável de ver este filme, baseado, como a maioria de seus outros filmes não-biográficos, em livros do conhecimento de Truffaut. Apesar de não ser falado em língua francesa, mas sim em inglês, muitas das características do tal "cinema de autor" do diretor estão lá, como a ousadia, que está presente, peloq ue pde perceber, na maioria de seus personagens.
O futuro caótico onde as pessoas não podem ler livros é meio absurdo, mas não é tão diferente como imaginamos que seja hoje a nossa realidade. Assisti com a minha namorada no Cine Clube aqui, e ela assim relatou que a vida na contemporaneidade é basicamente isso, com a única diferença de que não há ninguém para nos forçar a não ler, mas sim, nós mesmos que fazemos questão de jogar fora todo o conhecimento do mundo, que assim está, tão próximo de nossas mãos.
A questão da memória é um fato que gostei de ter sido mensionado no filme. É um filme de ficção científica futurista bem incomum, mas na verdade, muito próximo.
2046: Os Segredos do Amor
4.0 151 Assista AgoraWong Kar-Wai é o homem, quando se trata de falar de amor. Já havia provado isso com Felizes Juntos, que na minha modesta opinião é um dos mais belos filmes a retratar o amor de maneira tão intima e comovente.
Este aqui não é diferente. 2046, é o quarto em que o Sr. Chow conheceu a mulher que mudou sua vida. Lá ele encontra motivos para criar um viagem não somente em suas memórias passadas, mas indo até o futuro, para poder escrever mais um dos seus livros sobre romances eróticos. As mulheres do filme, todas de personalidade forte, são o principal atrativo, e o Sr. Chow, apesar de ser o garanhão da história, pode-se dizer que é jogado a segundo plano, em comparação com a mulher que ele teve relações ardentes nos quartos, ou com as outras que se mostram um poço de mistérios, em meio a sorrisinhos e pernas, e telefones, e livros e cartas.
Wong Kar Wai, consegue ser romântco, erótico, sensível, mas sem nunca ser vulgar, mesmo no caso mais caloroso por assim dizer.
Inesquecível é a narração em off, afirmando que "O amor é uma questão de Timing: não importa se você conhece a pessoa certa muito cedo, ou tarde demais".
Luzes da Cidade
4.6 625 Assista AgoraO sorriso mítico do cartaz, é um dos mais famosos do cinema, e a prova definitiva de que todas as coisas que precisam ser ditas, não estam somente nas palavras, piegas, mas basta apenas o olhar. E Chaplin nos comove com o seu tímido sorriso recolhido e contido ao olhar para a moça que pergunta se ele é quem realmente ela pensa ser.
Um filme para se ver incontáveis vezes, rir, se comover... A cena da luta de boxe, mostra uma sincronia perfeita, um passo de valsa! O amontoado de mau-entendidos que vão acumulando-se ao personagem, fazem parecer impossível que alguém possa dar-se mal tantas vezes! Lá se vai a crítica social, presente nos filmes de Chaplin, mas quanto a isso, apesar de ser forte, também neste filme, prefiro ainda Tempos Modernos. Mas este é a comoção em películas!
Tempos Modernos
4.4 1,1K Assista AgoraA comédia visual de Chaplin em um tom, como sempre, comovente. Todos os movimentos industriais do filme deixam a sensação de uma certa inocência, por parte do seu então personagem mais famoso, Carlitos, que se revela um homem que não existe! A bondade dele é inconcebível.
Vi nos mesmos tempos, Luzes da Cidade, e achei também uma maravilha. Tão bonito e engraçado quanto este. Mas a crítica aos tais temposmodernos está escancarademente aberta, quando Chaplin utiliza como plano inicial uma fábrica, seu trabalho marasmante, e contínuo ao passo que sua dita vida normal vai tornando-se esquecida. A simplicidade de todas as coisas é o que agada o tal personagem. E, com um desfecho não tão comovente quanto o de Luzes da Cidade, mas ainda assim belo, este é com certeza um dos melhores filmes de Chaplin.
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 590 Assista AgoraÉ um dos filmes mais criativos do Woody Allen, saindo um pouco daquela coisa, tão já dele, de falar sobre relacionamentos malfadados, e de novaiorquinos neuróticos. Essa comédia de época tão sutil, tão bela, apesar de ter deselaces absurdos (como é que pode? A película não parou!), foi muito bem dirigida e intricada, com a verdadeira sensação de inocência passada pelo personagem de não conhecer as coisas do mundo, senão as falas de seu roteiro.
O final, nenhum pouco cínico, na minha opinião, é uma amostra de quão bom é viver na fantasia, já que o mundo é mesmo este bolo de merda (e sem cereja!), habitados por pessoas mesquinhas e ambiciosas, como é o ator, que não quis saber, na hora de iludir a pobre personagem de Mia Farrow com promessas, que evidentemente não cumpriu, no intuito de somente garantir o seu futuro como ator, não sendo deixado de lado pelo utópico herói secundário do filme.
Magistal, Mr. Woody Allen!
A Igualdade é Branca
4.0 366 Assista AgoraDepois de repassar todos os filmes que já vi. Viq ue a Fraternidade era o melhor dos três filmes, e este fica, não por ser menor, nem pior, em terceiro. Deve-se mais pelo fato de que este filme em especial, tem uma interpretação mais fácil e mais palpável. Talvez por isso a crítica considere-o o "menos melhor" dos três. Mas este filme tem um valor especial para mim. O sentimento de vingança presente, sim, fez com que eu inevitalvelmente torcesse pelo personagem principal, e achasse até justo o final para Dominique, que ficou, por assim dizer, num estado de igualdade, quando como aconteceu de Karol ter sido escorrassado de Paris, por ser polonês.
Fora o branco presente em todas as cenas de todas as formas. Papel, lençóis, panos, blusas. Fato decorrente em todas as cores.
A cena em que o amigo pede para que ele o mate foi uma das que mais me deixou tenso dos filmes que vi. A pitada sutil de comédia no filme, dá a ele um charme frio, que o faz também um filme inesquecível, pela atuação de Zbigniew Zamachowski, no papel de Karol, que é um homem sensível, medroso, apaixonado, atrapalhado e generoso.
Lindo, como os outros dois.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraO termo liberdade, neste filme em especial, me causou até um certo desconforto em ver tantas cenas de martírio. Mas depois vim entender que o tal martírio era uma maneira da Julie se livrar de vez do que lhe atormentava, que eram, não apenas as lembranças de seu marido e de seu filho, mas de todas as coisas que lhe faziam temer, desde os ratos até o medo de ficar só.
Quem viu em dvd, veja os extras, e escutem Kieslowsky descrevendo o momento de compenetração, em que o bloquinho de áçucar cai no café deixando-se primeiro ser totalmente preenchido de café. A introspecção do momento, era uma demonstração de que nada que estava ali ao seu redor lhe importava.
Depois da Fraternidade, é o meu favorito.
Meu Tio
4.1 115Um filme superengraçado, de sua maneira, simples, alegórica, as vezes, até boba, lembrando a turma do chaves até. Mas vemos que mesmo neste recanto de comédia, transbordando aos borbotões, há uma certa melancolia, no paradigma das duas realidades: a modernidade em contraste da vida simples do subúrbio, onde o Sr. Hulot vive. A linguagem do filme, quase sem diálogos, e o personagem, interpretado pelo próprio Tati, fazem deste filme uma obra esplêndida! Uma pena que Tati tenha feito tão poucos filmes, e seja tão pouco conhecido. Mas, aí fica uma grande obra, que tive o prazer de ver.
No final, quando vemos a despedida do Sr. Hulot, vemos também que no decorrer da cidade, as coisas vão ficando mais vagas, com aquele sentimento de que "vai acabar". Mas há ainda a ponta de esperança, no personagem do garoto.
Lindo!
Morangos Silvestres
4.4 658De uma beleza incrível. Confesso que fiquei receoso com as obras de Bergman, pois não estava acostumado com a sua abordagem fria e subjetiva, como por exemplo, quando baixei Gritos e Sussurros, não compreendi bem, até a quarta vez que assisti. Mas esse, que é de uma temática recorrente às coisas que escrevo, fantasmas do passado, lembranças, boas e ruins, me fez ficar fascinado por Bergman, e a maneira como lida com fatos tão próximas da realidade de uma maneira tão encantadora. A cena do sonho, é incrível.
O Encouraçado Potemkin
4.2 343 Assista Agoratenho pouca experiência em filmes mudos. E este foi um dos meus primeiros. Já de cara, gostei da temática revolucionária. As cenas já tão famosas, como as da carne podre, ou do massacre na escadaria de Odessa, o carrinho descendo as escadas embalado, o rosto dos leões, se transfigurando no momento em que o Couraçado atira. Tudo, tudo, tudo, no conjunto da obra já conspira para um clássico.
Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão
3.4 103Muito bom. Acho que foi neste filme que ele largou a comédia pastelão e assumiu uma postura mais parecida com a abordagem dos filmes de Bergman (as cenas no campo, em frente a casa, lembram e muito o clima de Gritos e Sussurros), mas claro, com o humor charmoso de Allen, e mais a perspicácia que ele próprio tem em atuar. O desenrolar de amores e desafetos também é de uma graça sutil. Adorei.
O Dorminhoco
3.7 195Um filme que apela mais para uma comédia visual que para outra coisa, mas é muito bom. Como ele próprio definiu, se for verdade, este é um dos bons filmes da primeira fase.
Ninho Vazio
3.5 30Vou pôr Daniel Burman na lista de meus diretores favoritos, ou que merecem ser vistos.
Este Ninho Vazio me deixou encantado! Quase assisti "O Abraço Partido", mas não gosto de filmes pegos pela metade. A trilha sonora jazzistica dá um toque de classe ao filme, deixando-o até mesmo sensual. Apesar de ser um filme sem grande divulgação, deveria ser mais reconhecido, pois, que coisa bela tem se mostrado o cinema latino-americano. E este diretor, Daniel Burman, com certeza, já tem cacife suficiente para entrar no hall dos maiores diretorees latino-americanos.
Amei.
Stalker
4.3 505 Assista AgoraOh, cristo, alguém premie aquela fotografia. Que coisa magnífica. Foi uma das coisas que mais me chamou atenção nele.