Eriane Gonçalves

Previsível e piegas. A mim, me pareceu que todos os personagens foram criados a partir de uma fórmula. Um thriller que antes do final da primeira metade, já se percebe o desfecho. E um final que tenta forçar lágrimas no telespectador. Que perda de tempo!

Vemos o indivíduo na carnificina da massa, que nos é mostrada como pano de fundo roto, sujo, borrado. Corpos incinerados menos cinza do que os vivos, como Saul e seus companheiros, na espera inevitável de também serem jogados ao vento.

Holy Motors é daqueles filmes que qualquer coisa dita sobre ele é spoiler.
[spoiler]

Numa sala de cinema decadente, espectadores dormem; um diretor acorda e abre uma porta para ela: um sinal luminoso para que os expectadores saibamos que não será “fácil”. Um bebê passa pelo corredor (simboliza o novo que veremos?), seguido de duas feras (ou dois cães protetores?).
O filme tem atmosfera da interrogação. O que estamos vemos? O quê se une a quê? Quem vive quem morre quem atua? E principalmente porque somos seres sedentos de significado: o que é isso?
Do drama ao documentário, passando por outros gêneros como terror, suspense, musical; um ator, senhor Oscar (Denis Lavant), encena vários papéis, cada qual com mais desesperança. Por quê? As respostas podem seguir por múltiplos caminhos.