Nunca li o conto do livro Mil e Uma Noites, mas agora fiquei com vontade.
Me deixei levar pela viagem que é esse filme, O Ladrão de Bagdá, apesar de estranhar muito todo esse "esticamento" do personagem, não sei se para realçar o corpo "musculoso". Entretanto, movimentos em geral, as fugas, a "corda mágica", a audácia, etc., ou seja, tudo que compõe o personagem Thief of Bagdad é bastante chamativo e nos prende ao filme.
Por trás da personalidade do Ladrão há um homem que sai de uma vida "em si mesmada" para descobrir o amor e o sacrifício pelo outro é o que lhe move a chegar onde chegou.
O filme ficou melhor quando foram aparecendo as coisas fantásticas e o filme foi ficando com aquela cara mais "fantasia" do que no começo, e para quem gosta do gênero vai concordar que tá muito bem feito pra época.
Gostei muito! É um filme vanguardista, pelas suas ideias, pela forma de propor a conciliação dos brancos e negros. Oscar Micheaux não é revanchista, como um futuro Malcolm X, por exemplo. Há quem discorde, mas o melhor caminho é o da conciliação.
A ideia do silêncio é interessante, foi isso que me chamou pra ver o filme. Ao assistir, gostei da tensão que passa esse mesmo silêncio. Estava mais preocupado com o susto que ia levar. Algumas cenas são previsíveis sim, a partir de um momento já ficamos sabendo que os personagens sairão da situação com certo sucesso. Quando não vão, meio que sabemos também. Previsível, um tanto clichê, mas um bom passatempo.
Achei que o filme ia tratar de querelas religiosas, de aprofundamento nas histórias lá do passado, mas não, o filme é sobre uma ideologia do século XX: o nacionalismo. O filme não trata se é o cristão ou o muçulmano que está certo, mas como o nacionalismo impede que os seres-humanos possam ver claramente o outro como humano. Se eu sou de um país, já sou posto em um rótulo. Esse filme ensina a trespassar essa barreira, essa ideologia, ensina sobre o perdão. Há falhas? Sim, mas a sua mensagem é o mais importante.
O filme começa com uma premissa curiosa e diferente dos filmes anteriores do Griffith.
Quem apostaria em um enredo chinês em 1919, quando a China, mundialmente, era aquele grande país rural sem muita importância para os eminentes americanos, estes que saíram vitoriosos, economicamente, da Primeira Guerra. Enfim, o filme começa na China, mostrando o seu simpático povo, e o tal do Yellow Man (uma forma um tanto diminuta de chamar os chineses, por parte dos americanos; o nome dele era Cheng Huan), que tão serenamente se apresenta diante do seu sacerdote budista a fim de empreender uma missão no Reino Unido para levar os ensinamentos de Buda para os "bárbaros do Ocidente" (talvez uma visão dos americanos pós-guerra, já que a Primeira tinha sido mais problemas dos europeus do que a Segunda).
Cheng Huan está disposto a tal coisa, e ao sair do templo se vê metido em uma briga de marinheiros americanos, o que reforça ainda mais a importância de ir para o Reino Unido. A premissa é essa.
Por outro lado, temos o brutamontes Battling Burrows, e sua bela filha Lucy. Esta é a estrela do filme. A relação entre ambos é extremamente tensa, e não vou dar spoiler, mas a outra premissa é essa.
Das duas premissas, Griffith não desenvolveu bem seu homenzinho amarelo, primeiro que utilizou um americano com os olhos cerrados pra fazer um chinês. Segundo que o personagem ficou "travado" na sua lojinha, se isolando em rememorar suas fantasias do passado, fumando narguilé (!?), só quando ele encontra Lucy é que a gente pode tirar algo daí. Mesmo assim, para quem for assistir, vai perceber que além da péssima atuação (sim, posso exigir isso depois de assistir os filmes anteriores do Griffith) a história não faz o menor sentido. Muito enredo pra pouco sentido. E o final, então? Poético demais e tosco demais.
Assisti ao primeiro e gostei. Já conhecia só de ouvir falar, mas ao assistir percebi a arte que há em Mamma Mia!, com as músicas e as danças contextualizadas na história de Donna Sheridan. Esse segundo filme não se trata bem de uma continuação, mas de uma "revivência" da história de Donna, e o seu legado para a pequena ilha grega. Assim como o primeiro as coreografias e as músicas estão muito boas, e o desfecho de Sophie, apesar de diferente da mãe, muito me agradou.
Um filme extremamente interessante, com uma sonoplastia densa, até parece filme de terror para quem não conhece muito bem o gênero. A arte Expressionista é tão evidente que o mais leigo em artes poderia notar e se admirar, eu por exemplo não tinha assistido e sequer sabia que o filme fazia parte de um pujante movimento artístico na Alemanha chamado Expressionismo, e pude dizer: "Tenho quase certeza que isso tem a ver com expressionismo!"
Ademais os personagens com suas roupas pretas, em um ambiente sombrio, a mocinha com um figurino praticamente entrando no próprio cenário faz do filme uma verdadeira obra de arte em cada frame.
A narrativa não é de nenhuma forma cansativa, e o fato de ser separado em atos que vão e voltam na história faz a coisa ser ainda mais interessante. Me lembrou vagamente o filme Memento.
A cena mais icônica é a do Doutor Caligari lendo o livro e colocando a mão na cabeça, alucinado com o que vê, e depois a sua paranoia de querer ser o próprio Caligari, místico de outro século.
E por fim, Cesare. Este personagem chama muita atenção pelo seu próprio estilo, o ator também mandou bem. A cena dele acordando após "25 anos dormindo" me fez realmente crer que o sujeito estava dormindo a muito tempo, uma cena impressionante (ba dum ts).
As caras que os atores faz também chamam atenção, creio eu que isso seja uma marca do Expressionismo. Tudo eles fazem uma cara de impressionados (ba dum ts 2), achei bem bacana.
Bom. O único problema é a demora. Eu nunca li o livro, nem vi o original (que tem mais ou menos o mesmo tempo), mas achei que pudesse ser mais sucinto.
Abordou um tema importante, mas fraco filosoficamente.
O filme abordou um problema sério que perdura até os dias de hoje, que é a família desestruturada. Jovens de diferentes escopos culturais e intelectuais têm algo em comum, que é ter os próprios genitores como agentes de destruição da sua personalidade própria ou criadores de um ego destrutivo.
No primeiro momento a imagem que eles criam de si próprios (ou que foram criadas pelos pais) tentam encobrir os desgraçados que são por dentro. O Brendon, a priori, é o mais destruído e se orgulha de não ter uma relação conservadora familiar, o que o torna o pior de todos.
O que torna o filme fraco, no aspecto filosófico, é dar a voz para os imaturos jovens quererem dar uma "lição de vida" um ao outro, sempre com frases vazias e sem utilidade prática. E pior, eles próprios criticam ao vento, pois não vivem o que pregam, daí serem desgraçados internamente.
Gostei do final, pelo fato de terem se confrontado sentimentalmente nesse aspecto, porém todo aquela "fica" foi estranho, e o "cherry" ficou sobrando, e o Brandon saiu como vitorioso.
O feminismo atual é bem diferente desse aí. Não havia um ódio ao homem, mas sim ao sistema de leis. A família, conquanto suportasse, era respeitada, e não destruída pelas próprias feministas.
Outra coisa interessante é que só em um país capitalista e democrático se pode existir um sindicado de mulheres que defendiam o que defendiam. A violência acontecia? Claro. Estas eram, legalmente, exceções, e não regras. As próprias feministas também cometeram atos de terror, mas aí eu já não sei porquê. Elas podiam marchar em nome da sua vontade e militar a favor disso. Se a sociedade era contra, o que fazer? Educar, é muito mais eficiente.
A problemática da Gerda entre aceitar o problema do marido ou continuar com sua fama graças a esse transtorno é bastante peculiar. Ao mesmo tempo que você a julgaria como gananciosa nós podemos perceber que há uma tentativa de querer ajudá-lo. Creio que a roteirista (eu nunca li o livro original) não quis deixá-la com uma má impressão sobre isso e a pintou como sendo as duas coisas, então nesse aspecto é bastante confuso. Não sei realmente se o que aconteceu foi apenas uma perpetuação daquela vontade inocente de pintar uma bela garota no corpo do marido. "Coincidentemente" o que é considerado belo é ele como uma mulher (alerta de forçação!).
Não posso negar que é um belo filme, com ótimas atuações, porém os fatos são forçados. Como é possível em um universo de 1926 uma quase unanimidade de homens no filme se sentirem atraídos por um homem vestido de mulher? Isto parece a mim uma tentativa de tornar a coisa em si aceitável e normal, o que não é, para quem assiste atualmente.
Muita gente se solidariza com o sentimento do Einar, mas quem merece atenção (mais ainda) é a própria Gerda, que foi absolutamente tragada por um fato e levada por ele até a morte do seu amado, por algo que ele acreditava ser, quando era impossível sê-lo.
Algo que gerou, rapidamente, uma situação a se analisar sobre o papel dos médicos diante daquela novidade pós-guerra. O romance entre o Ken e a sua amada é bastante superficial, ao que os fatos ocorrem muito rapidamente, que vai da tentativa desenfreada de conquistá-lo em cima de uma maca
Um homem que mistura experiências horríveis do passado no trabalho misturando com as angústias da sua vida pessoal desde a infância. É solitário, faz sexo casual com as mais belas mulheres, mas ainda é obcecado com seu trabalho. Talvez a única coisa que lhe dê realmente prazer é tocar o seu saxofone. A cena final é simplesmente chocante. Achei que pelo fato de o desfecho ser contrário ao que ele (e eu!) esperava, ele não ia enlouquecer, mas enlouquece da mesma forma. Mais ainda. Ótimo filme!
Filme denso, filmado nas localidades de Berlim em que se encontram os escombros deixados pela guerra que marcou o século XX e as futuras gerações.
A frase inicial do filme é deveras acertada em sua essência. A ideologia esqueceu de Deus e dos valores cristãos, levando o homem a loucura que foi. Não só o nazismo, mas o comunismo principalmente nesse período levou a milhares de mortes pelo mundo.
A criança ainda pura, ansiando por valores descobre um homem que traz a herança da ideologia nefasta. Põe em sua mente que a vida de nada vale, ainda que o pai tenha dito que já não gostaria de estar vivo, sendo um "peso morto" para a família, porém o mais forte aqui foi o fato da subtração da vida, propositalmente. O que vem depois não é coincidência. A completa loucura, a não aceitação de estar vivo e chegar no fim que chegou.
É um bom filme! Só achei que usaram o ataque de Pearl Harbor pra vender mais, entretanto não deixa de ser interessante ver a rotina e as tramas dos soldados.
As vezes julgo pela qualidade do filme, as vezes julgo pelo que o filme é em si. Esse é o tipo de filme que mesmo bom ou ruim faz parte da nossa história e nossa história faz parte dele. Para quem é mais patriótico é de se emocionar, principalmente quando o sambinha é cantado com a batida em cima de um capacete dentro de um tanque americano.
As intenções de Carla Camurati fazer um filme cômico eu posso até entender, eu só não entendo como pode ter professor de história passando isso nas escolas. Pelos comentários aqui de quem nunca estudou sobre D. João VI a fundo, acha o filme um "marco" cinematográfico nacional. Acha que a história foi assim nua e crua. Todos ignorantes. Lamentável, aqui só serve de chacota para com as figuras portuguesas, nada mais.
Não percebi o que significavam aquelas aparições estranhas, tanto a da mulher nua quanto a do padre. Nunca li algo a respeito da história de Tiradentes em que ele sofrera de algum tipo de alucinações, mas presumo que seja apenas a licença poética.
No começo do filme há uma bela reflexão sobre a contemporaneidade de cada tempo, e como cada pessoa pensa. Aquele personagem dizendo que eram coisas de jovens ficar falando mal do soberano. Falando com desdém, claro. Isso nos remete muitas vezes aos nossos avós, que, não todos, claro, geralmente são os que nos falam isso. E pra quem viveu durante bastante tempo sob a caverna da autoridade absoluta, seria extremamente doloroso aos olhos a luz do Iluminismo.
Interessante também nos filmes coloniais que há sempre um padre defendendo o status quo, mas sem argumentos violentos. Ele é apenas aquele bom ancião que defende uma neutralidade, uma calma nos ânimos revolucionários. Parece com muita gente hoje em dia.
Não entendi o porquê da D. Bárbara achar que ia ser rainha, se o que eles defendiam era uma República. Fora que ela era uma pessoa extremamente racista que defendia a liberdade dos povos.
Por último, é peculiar o movimento da câmera e a poesia retratada algumas vezes. Diferente do filme Inconfidentes, esse é bem explicativo, mas menos visual, porém continua belo e poético.
Incrível como um filme tão bom tem pouco reconhecimento aqui no Filmow.
Walter Lima Jr., nesse filme foi cru. Não escondeu por trás de humor ou de misticidade o quão cruel era o escravismo. Apesar disso, não espere que você vá ver apenas vitimizo por parte dos negros, pois nessa longa história brasileira o que estava sempre abaixo da hierarquia ou que ia contra o sistema sofria duras penas, como é o caso do dono das minas. Apesar de ele ter aquele jeito durão, era à favor da liberdade, mas não vejo isso como uma hipocrisia ou contradição, mas apenas uma cultura enraizada em seu pleno vigor, pois o século 19 ainda nem tinha chegado, que foi quando piorou, pois até os mais pobres poderiam ter seus escravos.
Acho que a ferida maior que ele cutucou foi quando mostrou os pés acorrentados andando por Vila Rica, em Minas Gerais. Uma linda cidade, sob um aspecto sombrio e maléfico.
O Ladrão de Bagdá
3.9 37 Assista AgoraNunca li o conto do livro Mil e Uma Noites, mas agora fiquei com vontade.
Me deixei levar pela viagem que é esse filme, O Ladrão de Bagdá, apesar de estranhar muito todo esse "esticamento" do personagem, não sei se para realçar o corpo "musculoso". Entretanto, movimentos em geral, as fugas, a "corda mágica", a audácia, etc., ou seja, tudo que compõe o personagem Thief of Bagdad é bastante chamativo e nos prende ao filme.
Por trás da personalidade do Ladrão há um homem que sai de uma vida "em si mesmada" para descobrir o amor e o sacrifício pelo outro é o que lhe move a chegar onde chegou.
O filme ficou melhor quando foram aparecendo as coisas fantásticas e o filme foi ficando com aquela cara mais "fantasia" do que no começo, e para quem gosta do gênero vai concordar que tá muito bem feito pra época.
Nota 5/5
Dentro de Nossos Portões
3.3 33 Assista AgoraGostei muito! É um filme vanguardista, pelas suas ideias, pela forma de propor a conciliação dos brancos e negros. Oscar Micheaux não é revanchista, como um futuro Malcolm X, por exemplo. Há quem discorde, mas o melhor caminho é o da conciliação.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraA ideia do silêncio é interessante, foi isso que me chamou pra ver o filme. Ao assistir, gostei da tensão que passa esse mesmo silêncio. Estava mais preocupado com o susto que ia levar. Algumas cenas são previsíveis sim, a partir de um momento já ficamos sabendo que os personagens sairão da situação com certo sucesso. Quando não vão, meio que sabemos também. Previsível, um tanto clichê, mas um bom passatempo.
O Insulto
4.1 167Maravilhoso!
Achei que o filme ia tratar de querelas religiosas, de aprofundamento nas histórias lá do passado, mas não, o filme é sobre uma ideologia do século XX: o nacionalismo. O filme não trata se é o cristão ou o muçulmano que está certo, mas como o nacionalismo impede que os seres-humanos possam ver claramente o outro como humano. Se eu sou de um país, já sou posto em um rótulo. Esse filme ensina a trespassar essa barreira, essa ideologia, ensina sobre o perdão. Há falhas? Sim, mas a sua mensagem é o mais importante.
Lírio Partido
4.0 97 Assista AgoraO filme começa com uma premissa curiosa e diferente dos filmes anteriores do Griffith.
Quem apostaria em um enredo chinês em 1919, quando a China, mundialmente, era aquele grande país rural sem muita importância para os eminentes americanos, estes que saíram vitoriosos, economicamente, da Primeira Guerra. Enfim, o filme começa na China, mostrando o seu simpático povo, e o tal do Yellow Man (uma forma um tanto diminuta de chamar os chineses, por parte dos americanos; o nome dele era Cheng Huan), que tão serenamente se apresenta diante do seu sacerdote budista a fim de empreender uma missão no Reino Unido para levar os ensinamentos de Buda para os "bárbaros do Ocidente" (talvez uma visão dos americanos pós-guerra, já que a Primeira tinha sido mais problemas dos europeus do que a Segunda).
Cheng Huan está disposto a tal coisa, e ao sair do templo se vê metido em uma briga de marinheiros americanos, o que reforça ainda mais a importância de ir para o Reino Unido. A premissa é essa.
Por outro lado, temos o brutamontes Battling Burrows, e sua bela filha Lucy. Esta é a estrela do filme. A relação entre ambos é extremamente tensa, e não vou dar spoiler, mas a outra premissa é essa.
Das duas premissas, Griffith não desenvolveu bem seu homenzinho amarelo, primeiro que utilizou um americano com os olhos cerrados pra fazer um chinês. Segundo que o personagem ficou "travado" na sua lojinha, se isolando em rememorar suas fantasias do passado, fumando narguilé (!?), só quando ele encontra Lucy é que a gente pode tirar algo daí. Mesmo assim, para quem for assistir, vai perceber que além da péssima atuação (sim, posso exigir isso depois de assistir os filmes anteriores do Griffith) a história não faz o menor sentido. Muito enredo pra pouco sentido. E o final, então? Poético demais e tosco demais.
Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo
3.7 611 Assista AgoraAssisti ao primeiro e gostei. Já conhecia só de ouvir falar, mas ao assistir percebi a arte que há em Mamma Mia!, com as músicas e as danças contextualizadas na história de Donna Sheridan. Esse segundo filme não se trata bem de uma continuação, mas de uma "revivência" da história de Donna, e o seu legado para a pequena ilha grega. Assim como o primeiro as coreografias e as músicas estão muito boas, e o desfecho de Sophie, apesar de diferente da mãe, muito me agradou.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 522 Assista AgoraFavoritado. 5 estrelas!
Um filme extremamente interessante, com uma sonoplastia densa, até parece filme de terror para quem não conhece muito bem o gênero. A arte Expressionista é tão evidente que o mais leigo em artes poderia notar e se admirar, eu por exemplo não tinha assistido e sequer sabia que o filme fazia parte de um pujante movimento artístico na Alemanha chamado Expressionismo, e pude dizer: "Tenho quase certeza que isso tem a ver com expressionismo!"
Ademais os personagens com suas roupas pretas, em um ambiente sombrio, a mocinha com um figurino praticamente entrando no próprio cenário faz do filme uma verdadeira obra de arte em cada frame.
A narrativa não é de nenhuma forma cansativa, e o fato de ser separado em atos que vão e voltam na história faz a coisa ser ainda mais interessante. Me lembrou vagamente o filme Memento.
O filme também explora as obsessões.
A cena mais icônica é a do Doutor Caligari lendo o livro e colocando a mão na cabeça, alucinado com o que vê, e depois a sua paranoia de querer ser o próprio Caligari, místico de outro século.
E por fim, Cesare. Este personagem chama muita atenção pelo seu próprio estilo, o ator também mandou bem. A cena dele acordando após "25 anos dormindo" me fez realmente crer que o sujeito estava dormindo a muito tempo, uma cena impressionante (ba dum ts).
As caras que os atores faz também chamam atenção, creio eu que isso seja uma marca do Expressionismo. Tudo eles fazem uma cara de impressionados (ba dum ts 2), achei bem bacana.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraFraco.
Filme arrastado, história cheio de buracos, politicamente correto, e muita lição de moral pra pouco filme! MEH!
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraBom. O único problema é a demora. Eu nunca li o livro, nem vi o original (que tem mais ou menos o mesmo tempo), mas achei que pudesse ser mais sucinto.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraAbordou um tema importante, mas fraco filosoficamente.
O filme abordou um problema sério que perdura até os dias de hoje, que é a família desestruturada. Jovens de diferentes escopos culturais e intelectuais têm algo em comum, que é ter os próprios genitores como agentes de destruição da sua personalidade própria ou criadores de um ego destrutivo.
No primeiro momento a imagem que eles criam de si próprios (ou que foram criadas pelos pais) tentam encobrir os desgraçados que são por dentro. O Brendon, a priori, é o mais destruído e se orgulha de não ter uma relação conservadora familiar, o que o torna o pior de todos.
O que torna o filme fraco, no aspecto filosófico, é dar a voz para os imaturos jovens quererem dar uma "lição de vida" um ao outro, sempre com frases vazias e sem utilidade prática. E pior, eles próprios criticam ao vento, pois não vivem o que pregam, daí serem desgraçados internamente.
Gostei do final, pelo fato de terem se confrontado sentimentalmente nesse aspecto, porém todo aquela "fica" foi estranho, e o "cherry" ficou sobrando, e o Brandon saiu como vitorioso.
As Sufragistas
4.1 778 Assista AgoraInteressante.
O feminismo atual é bem diferente desse aí. Não havia um ódio ao homem, mas sim ao sistema de leis. A família, conquanto suportasse, era respeitada, e não destruída pelas próprias feministas.
Outra coisa interessante é que só em um país capitalista e democrático se pode existir um sindicado de mulheres que defendiam o que defendiam. A violência acontecia? Claro. Estas eram, legalmente, exceções, e não regras. As próprias feministas também cometeram atos de terror, mas aí eu já não sei porquê. Elas podiam marchar em nome da sua vontade e militar a favor disso. Se a sociedade era contra, o que fazer? Educar, é muito mais eficiente.
A cena do atropelamento me choca até agora.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraForçado, mas um belo filme.
A problemática da Gerda entre aceitar o problema do marido ou continuar com sua fama graças a esse transtorno é bastante peculiar. Ao mesmo tempo que você a julgaria como gananciosa nós podemos perceber que há uma tentativa de querer ajudá-lo. Creio que a roteirista (eu nunca li o livro original) não quis deixá-la com uma má impressão sobre isso e a pintou como sendo as duas coisas, então nesse aspecto é bastante confuso. Não sei realmente se o que aconteceu foi apenas uma perpetuação daquela vontade inocente de pintar uma bela garota no corpo do marido. "Coincidentemente" o que é considerado belo é ele como uma mulher (alerta de forçação!).
Não posso negar que é um belo filme, com ótimas atuações, porém os fatos são forçados. Como é possível em um universo de 1926 uma quase unanimidade de homens no filme se sentirem atraídos por um homem vestido de mulher? Isto parece a mim uma tentativa de tornar a coisa em si aceitável e normal, o que não é, para quem assiste atualmente.
Muita gente se solidariza com o sentimento do Einar, mas quem merece atenção (mais ainda) é a própria Gerda, que foi absolutamente tragada por um fato e levada por ele até a morte do seu amado, por algo que ele acreditava ser, quando era impossível sê-lo.
Espíritos Indômitos
3.7 21Chato.
A temática me pareceu interessante até o filme se concentrar dentro do hospital. Muito maçante, apesar de um desenvolvimento que envolve
a morte de um dos personagens.
e o repentino arrependimento, etc.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraImundos.
A Conversação
4.0 231 Assista AgoraUm homem que mistura experiências horríveis do passado no trabalho misturando com as angústias da sua vida pessoal desde a infância. É solitário, faz sexo casual com as mais belas mulheres, mas ainda é obcecado com seu trabalho. Talvez a única coisa que lhe dê realmente prazer é tocar o seu saxofone. A cena final é simplesmente chocante. Achei que pelo fato de o desfecho ser contrário ao que ele (e eu!) esperava, ele não ia enlouquecer, mas enlouquece da mesma forma. Mais ainda. Ótimo filme!
Treze Visões
3.2 13Onde vocês conseguiram ver? Eu achei no torrent, mas não baixa por falta de seed.
Alemanha, Ano Zero
4.3 92Filme denso, filmado nas localidades de Berlim em que se encontram os escombros deixados pela guerra que marcou o século XX e as futuras gerações.
A frase inicial do filme é deveras acertada em sua essência. A ideologia esqueceu de Deus e dos valores cristãos, levando o homem a loucura que foi. Não só o nazismo, mas o comunismo principalmente nesse período levou a milhares de mortes pelo mundo.
A criança ainda pura, ansiando por valores descobre um homem que traz a herança da ideologia nefasta. Põe em sua mente que a vida de nada vale, ainda que o pai tenha dito que já não gostaria de estar vivo, sendo um "peso morto" para a família, porém o mais forte aqui foi o fato da subtração da vida, propositalmente. O que vem depois não é coincidência. A completa loucura, a não aceitação de estar vivo e chegar no fim que chegou.
O filme é curto, mas é intenso.
Perdidos na Noite
4.2 320 Assista AgoraPensei que era o Al Pacino. :v
A Um Passo da Eternidade
3.9 151 Assista AgoraÉ um bom filme! Só achei que usaram o ataque de Pearl Harbor pra vender mais, entretanto não deixa de ser interessante ver a rotina e as tramas dos soldados.
Sargento Getúlio
3.8 25Lima Duarte impecável!
A Estrada 47
3.3 158 Assista AgoraAs vezes julgo pela qualidade do filme, as vezes julgo pelo que o filme é em si. Esse é o tipo de filme que mesmo bom ou ruim faz parte da nossa história e nossa história faz parte dele. Para quem é mais patriótico é de se emocionar, principalmente quando o sambinha é cantado com a batida em cima de um capacete dentro de um tanque americano.
Carlota Joaquina, Princesa do Brasil
3.1 240HORRÍVEL!
As intenções de Carla Camurati fazer um filme cômico eu posso até entender, eu só não entendo como pode ter professor de história passando isso nas escolas. Pelos comentários aqui de quem nunca estudou sobre D. João VI a fundo, acha o filme um "marco" cinematográfico nacional. Acha que a história foi assim nua e crua. Todos ignorantes. Lamentável, aqui só serve de chacota para com as figuras portuguesas, nada mais.
Tiradentes
2.2 12Bom.
Não percebi o que significavam aquelas aparições estranhas, tanto a da mulher nua quanto a do padre. Nunca li algo a respeito da história de Tiradentes em que ele sofrera de algum tipo de alucinações, mas presumo que seja apenas a licença poética.
No começo do filme há uma bela reflexão sobre a contemporaneidade de cada tempo, e como cada pessoa pensa. Aquele personagem dizendo que eram coisas de jovens ficar falando mal do soberano. Falando com desdém, claro. Isso nos remete muitas vezes aos nossos avós, que, não todos, claro, geralmente são os que nos falam isso. E pra quem viveu durante bastante tempo sob a caverna da autoridade absoluta, seria extremamente doloroso aos olhos a luz do Iluminismo.
Interessante também nos filmes coloniais que há sempre um padre defendendo o status quo, mas sem argumentos violentos. Ele é apenas aquele bom ancião que defende uma neutralidade, uma calma nos ânimos revolucionários. Parece com muita gente hoje em dia.
Não entendi o porquê da D. Bárbara achar que ia ser rainha, se o que eles defendiam era uma República. Fora que ela era uma pessoa extremamente racista que defendia a liberdade dos povos.
Por último, é peculiar o movimento da câmera e a poesia retratada algumas vezes. Diferente do filme Inconfidentes, esse é bem explicativo, mas menos visual, porém continua belo e poético.
Chico Rei
3.5 4Incrível como um filme tão bom tem pouco reconhecimento aqui no Filmow.
Walter Lima Jr., nesse filme foi cru. Não escondeu por trás de humor ou de misticidade o quão cruel era o escravismo. Apesar disso, não espere que você vá ver apenas vitimizo por parte dos negros, pois nessa longa história brasileira o que estava sempre abaixo da hierarquia ou que ia contra o sistema sofria duras penas, como é o caso do dono das minas. Apesar de ele ter aquele jeito durão, era à favor da liberdade, mas não vejo isso como uma hipocrisia ou contradição, mas apenas uma cultura enraizada em seu pleno vigor, pois o século 19 ainda nem tinha chegado, que foi quando piorou, pois até os mais pobres poderiam ter seus escravos.
Acho que a ferida maior que ele cutucou foi quando mostrou os pés acorrentados andando por Vila Rica, em Minas Gerais. Uma linda cidade, sob um aspecto sombrio e maléfico.