Uma obra que, da trilha sonora ao texto (e principalmente no texto), exala o amor e a paixão dos realizadores por o que estão fazendo. Ainda que o desfecho não seja muito digno, fazendo tudo o que veio antes soar como uma superestrutura para uma ponte em que, no final das contas, passarão apenas bicicletas, fica valendo aqui aquela máxima: o que mais importa é a jornada. P.S.: David Tennant IN-CRÍ-VEL-!!!
A 1° temporada pode até não ser tudo isso que se diz por aí, mas certamente tem momentos e ideias sensacionais que, se forem melhor abordados nos próximos anos, podem fazer dessa série um dos melhores produtos de animação dos últimos tempos.
Sem o mesmo brilho e a fascinação pelo realismo fantástico que tinha a série original e também a 1° temporada, esse 2° ano compensa a balança mantendo o alto nível técnico e de construção de trama. Um feito e tanto para uma longeva - considerando as duas séries - produção da Netflix que já não é tão popular como antes. Portanto, a pequena queda de qualidade - inédita nesses anos todos - vista aqui é mais que perdoável e nem de longe é preocupante, tendo em vista o que já foi feito e o que nos foi prometido acerca do futuro.
O episódio de estreia é certamente o melhor da série. Depois, enquanto parece desenvolver duas tramas paralelas principais para aparentemente relacioná-las lá na frente, a temporada se mostra bem mais interessante que a 1° no quesito história. Mas é no final que descobrimos as maiores fragilidades desse derradeiro ano e que chegamos à conclusão de que certos elementos não deveriam retornar (por agora) e que a história exclusiva dessa 2° temporada poderia ser muito melhor abordada em uma leve de não mais que 8 episódios. Outra triste conclusão é a de que toda a jornada do Justiceiro que vimos é apenas uma introdução na história do personagem. 2° de Demolidor e 1° e 2° de Justiceiro. Foram muitos "Agora vai!", pra ir mesmo só nos últimos segundos. Que medo que esses produtores de séries de HQs têm de fazer o que vendem que fazem... Eu, hein...
Uma injustiça com Arlete Salles e Vera Holtz, já que ambas, ótimas como a Vó e a Boi respectivamente, são obrigadas a sair de cena para que tramas paralelas inúteis e com atuações duvidosas sejam "desenvolvidas". E são essas tramas que ditam o tom sombrio e pessimista da série, que combina quase nada com a premissa (transportada da thread do Twitter) divertida, leve, um tanto inocente e até mesmo lúdica. Na minha opinião essa adaptação não deveria ter ido para as mãos de Miguel Falabella.
Tem sim boas piadas e um roteiro que valoriza todos os personagens, mas é no elenco que está a força dessa 1° temporada, AINDA que o casal protagonista escorregue muito, principalmente na falta de química. Espero que as supostas próximas temporadas sejam mesmo em outros feriados, pois há muito potencial nessa ideia.
A trama dessa série norueguesa poderia se passar em qualquer época do ano. O Natal serve apenas para deixar tudo mais lindo, e de fato deixa. O que não fica bonito é arrastar tantos personagens inúteis ou com pouco desenvolvimento apenas para termos um bom número de suspeitos na última cena. No entanto, as situações em que essas muitas figuras se envolvem até que rendem bons momentos cômicos. Compensa? Bom, aí vai de cada um.
A fim de manter a visão apartidária da 1° temporada, da qual a esquerda foi o maior alvo, a 2° leva de episódios coloca sua mira nos grupos políticos brasileiros mais à direita. Soa como uma tentativa de se safar das acusações de 2018? Sim, mas está de acordo com a proposta e visão dos realizadores, de que não importa o lado, é tudo parte do mesmo saco, aqui sofisticada e apropriadamente chamado de Mecanismo. Uma temporada para um lado, uma temporada para o outro; Thanos se orgulharia.
Se tem algo que o 2° ano da série faz bem é abraçar sua natureza ficcional, criando tramas e arcos sem ou de pouca relação com a realidade, mas de bom potencial dramático. Infelizmente, a parte da investigação de fato, e seu desenrolar dos fatos, é um tanto insossa, porque o enredo provavelmente confia em um conhecimento prévio dos acontecimentos reais por parte do público - e olha que estamos falando de uma série com uma narração bastante didática - e trocar nomes das figuras e instituições não ajuda muito. Se já é difícil de ligar os fatos com clareza ao acompanhar os jornais, imagine acrescentando a isso um esforço de lembrar e relembrar quem é quem e o quê é o quê. (E antes que me respondam como no ano passado, a série não tem o dever de ser fiel ao o que aconteceu).
Aparentemente, o arco do protagonista Marco Ruffo está encerrado (de forma muito apressada, deve-se dizer). Foi muito interessante ver, ao longo dessas duas temporadas, Selton Mello fazendo um tipo de trabalho que destoa da maior parte de sua carreira, e o ator se saiu muito bem na pele do perturbado delegado. Mas, se nem a realidade dá sinais de que a história da Lava Jato está para acabar, que dirá a trama principal da série. Apesar dos pesares, seria um desperdício a Netflix não renová-la...
1X01: Todo o trabalho técnico em função da ambientação é um sucesso, e somado ao roteiro sólido, sem enrolação alguma, e ao humor simples e sensacional, resulta em uma estreia surpreendente para a TV aberta brasileira. 9,5/10. 1X02: Ainda mais deliciosamente escrito e filmado. 10/10. 1X03: Apesar da notória eficiência do roteiro em fazer comédia e interligar muitos acontecimentos da trama, a direção dá uma tropeçada. 9/10 1X04: Mesmo com o acréscimo brusco de cenários e personagens, e a adoção de um estilo diferente para narrar a história, jamais perde sua identidade estabelecida nos capítulos anteriores. 9,5/10
P.S.: Comentários realizados há mais de 4 anos, porém estavam na página do longa, já que, na época, o Filmow não conseguia entender que o famoso filme é, na verdade, um compacto de uma minissérie.
Se até ao episódio 7 temos uma trama um tanto previsível, mas ainda assim coesa e interessante, a segunda metade da temporada escancara como não sabiam mais que história contar, transformando esses episódios em uma colcha de retalhos de várias cores e tamanhos.
Da mais tradicional à mais ultrarrealista animação que a tecnologia pode nos entregar: eis uma das duas melhores definições para essa série. A outra é: p*taria, gore multiplicado por gore e tecnologia, muita tecnologia.
1- A VANTAGEM DE SONNIE: Animação estupenda. O resto é apenas legalzinho. 2- OS TRÊS ROBÔS: Quase um Pixar. Tem potencial para virar algo maior. 3- A TESTEMUNHA: Uma desculpa imbecil para mostrar nudez o tempo todo, embora a ideia principal do roteiro seja boa, mesmo deixando a sensação de que aquilo já foi feito antes. 4- PROTEÇÃO CONTRA ALIENÍGENAS: Uma aula de como fazer o espectador se importar com personagens em pouquíssimo tempo. E a ação é sensacional. 5- SUGADOR DE ALMAS: Personagens irritantes, historinha fraca e uma glorificação desmedida da violência. Se não bastasse tudo isso, ainda sofre pelo final semelhante ao do anterior. 6- QUANDO O IOGURTE ASSUMIU O CONTROLE: Como se a Pixar fizesse um crossover de Guia do Mochileiro das Galáxias e Black Mirror. Um pouco superestimado, mas pode render algumas reflexões. 7- PARA ALÉM DA FENDA DE ÁQUILA: Visual SENSACIONAL e história bacaninha, embora a sensação de déjà vu é novamente presente. Matrix mandou oi. 8- BOA CAÇADA: Um dos mais curiosos, com uma certa beleza trágica retratada pela ótica da transição entre fábula e steampunk. 9- O LIXÃO: Bizarro. 10- METAMORFOS: Não muito empolgante, mas existe "algo" ali. 11- AJUDINHA: EXTREMAMENTE bem dirigido, FABULOSAMENTE imersivo; uma pequena pérola desse ano. 12- NOITE DE PESCARIA: Claramente o roteiro foi escrito para se encaixar no visual que queriam apresentar. E quê visual!... Pensando bem, até que conseguiram. 13- 13, NÚMERO DA SORTE: Outra aula de como se apegar aos personagens em um curto tempo. Um domínio de escrita, de animação e de dublagem. 14- ZIMA BLUE: Quê obra de arte, com a intenção do trocadilho! A direção, as cores, a trilha sonora... Não havia como sua mensagem não ser passada. 15- PONTO CEGO: A história não tem novidade alguma, os personagens são reciclagens de tudo o que já foi visto e a animação é bem tradicional. Não sei por que está aqui. 16- ERA DO GELO: Talvez o ápice de uma ideia passada por alguns dos episódios anteriores. 17- HISTÓRIAS ALTERNATIVAS: Engraçadinho. 18- A GUERRA SECRETA: Outra linda animação. Mas esse negócio de horda de monstros mais uma vez?...
Foi na 2° temporada e na minissérie "Os Defensores" que Matt Murdock enfrentou ninjas sem batimentos cardíacos enviados por uma organização secreta milenar em busca de um poder enterrado sob Nova York, e que afinal só podia ser acessado com a ajuda do Imortal Punho de Ferro, aquele que para ser o que é, derrotou um dragão. Mas é nessa 3° temporada sobre desesperança, solidão, poder (aquele promovido pelo dinheiro) e corruptibilidade do sistema que encontramos a fase mais sombria do Demolidor.
Matt perdeu o amor de sua vida, perdeu a esperança e perdeu a fé, tanto em Deus quanto na necessidade da existência de seu alter ego advogado e amigo. Tudo isso é trabalhado de forma extremamente crível, porém falta uma clareza maior do porquê de ele ter sido tão afetado, já que em seus desabafos não ouvimos muito sobre Elektra. Paralelamente, Wilson Fisk vive dias melhores. Ele pode não ter a liberdade que tanto almeja, mas enquanto secretamente executa seu plano a fim de alcançá-la, faz todo o sistema acreditar que lhe tem nas mãos, quando na verdade é o contrário. Vincent D'Onofrio, somado à essa ótima trama, é um deleite de se acompanhar. E seu Rei do Crime não perde a importância e nem o brilho com a adição de mais um vilão, Benjamin Poindexter, cuja trajetória é construída com esmero, a ponto de um dos episódios lhe servir como estudo de personagem; em termos artísticos e de direção, é lindo. Quem não tem um resultado tão feliz assim com os minutos que ganhou (uns dois terços de episódio) é Karen Page. A trama abordada pelo flashback não é exatamente necessária, mas seria mais adequado e até menos malvista se inserida em outro momento que não fosse de crescente da tensão. Quebra o ritmo dos episódios anteriores e frustra os mais afoitos.
Nesse terceiro ano, a ação também cede espaço para o desenvolvimento da trama, mas quando ela acontece, é excelente. O plano-sequência de mais de 11 minutos recheados de lutas em diversos cenários é digno de ser chamado Obra de Arte, com as maiúsculas que lhe são por direito. E o confronto que finaliza todo o conflito da temporada, mesmo não usando a mesma técnica, é suficientemente empolgante. No geral, todo o final é satisfatório e tem força conclusiva para a série, caso a mesma não ressuscite nos próximos anos. Os maiores problemas de isso não ocorrer é a tristeza de saber que ainda existem boas histórias para serem adaptadas por uma série que já provou o seu valor e também a saudade que Matt Murdock, Karen Page e Foggy Nelson - mas principalmente Matt Murdock - deixarão. Que logo possamos nos rever.
Há quem diga que as famosas lendas urbanas como loira do banheiro e homem do saco já não causam medo como antes, em parte graças a um mundo supostamente evoluído e esclarecido. Mas é ciente dessa visão que se desenvolve a série antológica de Maristela Mattos & Thaís Falcão, com direção geral de Fernando Coimbra, levando os personagens do limite de seus problemas mundanos (a pressão na adolescência, o trauma no passado, etc.) ao terror das "histórias que o povo conta".
A LOIRA DO BANHEIRO: escrito por Maristela Mattos & Thaís Falcão e dirigido por Fernando Coimbra. Com uma boa cinematografia e momentos de terror que funcionam, o episódio de estreia peca pelo roteiro desnecessariamente confuso.
A GANGUE DOS PALHAÇOS: escrito por Ricardo Grynszpan, Ricardo Inhan e Felipe Adami e dirigido por Felipe Adami. A direção e a fotografia são muito boas, mas, aliadas ao cenário de classe alta, dão a sensação de estarmos vendo uma história que se passa em algum ponto da Europa. Com "urbanos" no título e sendo baseada em lendas brasileiras ou nas versões brasileiras de lendas internacionais, a sensação que o público deveria ter, de perigo à espreita, é esvaziada. Outro ponto é o baixo aproveitamento dos tais palhaços sequestradores. Tinha mais potencial...
O QUADRO DO MENINO QUE CHORA: escrito por Celso Vecchi e Thaís Fujinaga e dirigido por Juliana Rojas.O roteiro mais redondinho até aqui. A sensação de claustrofobia é bem sentida, já que toda a ação se passa em uma clínica onde as consequências da presença do tal quadro são cada vez maiores e mais horrendas.
O BONECO AMIGÃO: escrito por Ludmila Naves e dirigido por Juliana Rojas. Depois de dezenas de filmes sobre brinquedos assassinos, o enredo sobre o boneco inspirado no Fofão (que, segundo a lenda, trazia um punhal na base da cabeça e aterrorizava crianças à noite) não apresenta grandes novidades, mas é interessante ver uma versão brasileira daqueles brinquedos.
O HOMEM DO SACO: escrito e dirigido por Fernando Coimbra. Coimbra é experiente, dirigiu um filme para a Netflix e tem boas passagens por "Narcos". Aqui, seu episódio totalmente autoral é de longe o mais urbano, aquele que realmente faz o público sentir que o monstro pode estar nas redondezas, à espreita, até mesmo na casa ao lado. Uma boa construção de atmosfera, boas atuações, mas... assim como em quase toda a série, a sensação que fica é que esse tema pode ser ainda mais explorado.
Quem sabe a série seja renovada e, além de novas lendas como chupa-cabra, tenhamos revisitas a essas já abordadas...
1ª temporada de Narcos: México herda o que há de melhor e de pior em sua série-mãe, o que significa a mesma eficiente linguagem, a direção sempre inspirada e uma equipe de roteiristas que consegue transformar um emaranhado de fatos em linhas dramatúrgicas claras, em paralelo com o mesmo problema de ritmo, principalmente comparando com a 1ª temporada colombiana. 3, 4 ou 5 anos se passam, mas aparentemente foram apenas alguns meses pontuados por bruscas mudanças de comportamento e relacionamento entre personagens.
Mas Narcos: México também é um atestado da independência da franquia em relação a personagens e cenários. Se a 3ª temporada provou que Escobar, apesar de carismático, não é nem de longe o centro daquilo tudo, essa aponta que onde houver drogas, dinheiro e sangue, ali também estará um spin-off de Narcos em potencial.
Com claras e acertadas inspirações em "Narcos", "Pacto de Sangue" constrói um bom drama mas ao mesmo tempo cria sua própria identidade, graças à atípica localização em que se passa a trama.
Desde a boa mas aleatória participação de Danny Rand em um episódio da 2º temporada de Luke Cage ficou no ar a promessa de uma melhora na série do Imortal Punho de Ferro em seu segundo ano. Bom, essa segunda leva de episódios estreou e a promessa se mostrou verdadeira. De showrunner novo, pela primeira vez foi possível se sentir instigado com o enredo da série. A trama é mais focada e consistente, e o número de episódios inferior ao que era praticado tem parte desse mérito. No elenco, Finn Jones prova ser bom ator quando o roteiro e a direção colaboram, Jessica Henwick rouba a cena - ainda mais - e a novata Alice Eve enriquece uma figura que já vem fascinante do texto. Os personagens de Tom Pelphrey e Jessica Stroup dão a eles novos e interessantes elementos para explorarem, Simone Missick deixa claro que não importa onde, mas sua personagem precisa continuar, e Sacha Dhawan, como o grande vilão da temporada, não entrega nada surpreendente, mas está correto. Há que se dizer que a melhora da ação de "Punho de Ferro" não se deve apenas à evolução das coreografias de luta, mas também ao padrão de direção, que permite o espectador ter senso de espaço e a clareza do que acontece em cena. É uma pena que tais feitos e evoluções aconteceram tarde demais, quando a série não tinha mais crédito junto à maioria, restando-lhe, como também para "Luke Cage", apenas o cancelamento e um pífio brilho de esperança de ser revivida no futuro streaming da Disney. Por ora, parece que isso é tudo...
Apesar do estilo incomum (quando comparada com outras produções inseridas no MCU) e, por vezes, subjetivo com que a história é contada, existe uma cota de objetividade a ser cumprida, e sua falta ou falha não pode ser justificada como sendo poesia.
"Supermax" hispânica parte da mesma premissa que a versão original brasileira, mas não demora a mostrar que, ao invés de apostar em uma pegada de suspense e terror em sintonia com o caráter misterioso do cenário (Floresta Amazônica), abordará os mesmos temas relacionados ao comportamento humano, porém tendo o drama e a aventura como gêneros. Portanto, a escolha do inóspito deserto de sal argentino como cenário dessa prisão é igualmente acertada; o local é a peça mais importante na composição dessa atmosfera.
"Supermax" (2017) é um tanto mais coeso e bem resolvido que "Supermax" (2016), em parte, provavelmente, por se contentar com o título de minissérie, mas também apresenta um final sem muitos cuidados e que acaba por revelar fragilidades em sua narrativa, como personagens e subtramas inúteis. Valeu a tentativa.
Com o fantasma do cancelamento rodeando "Arquivo X", Chris Carter e companhia aproveitam para, além de encaminhar a série rumo a um desfecho, realizar episódios que se aproveitam do formato procedural. E essa é A temporada dos episódios especiais.
Para começar, "Millennium", uma amálgama de episódio final da série homônima de Carter e especial de "virada de milênio", além de peça importante na aproximação cada vez maior dos protagonistas. "Reverendo Orison" se destaca por continuar a trama do único episódio da série com um caso sem qualquer traço de paranormalidade, e por isso o que faz com o que estava estabelecido é um tanto questionável, apesar do resultado final satisfatório. "O Medo" coloca Mulder e Scully correndo contra o tempo no subúrbio de Los Angeles enquanto câmeras da série "Cops" correm para melhor enquadrarem os agentes no show documental. Vale lembrar que a mesma, na pegada da brasileira "Polícia 24h", realmente existiu, e Vince Gilligan e Michael W. Watkins demostram domínio sobre a linguagem.
Com "O Mundo Virtual" o gosto que fica é amargo. A ideia é boa e a participação dos Pistoleiros Solitários idem. Mas o roteiro se perde, a execução é uma bagunça e os efeitos especiais, terríveis. "A Salvação da Humanidade" é um dos roteirizados por parte do elenco. Willian B. Davis, o Canceroso, assina e estrela ao lado de Gillian Anderson uma narrativa mais lenta, porém com atuações deveras interessantes por parte de ambos, e que faz mais uma reflexão sobre o grande vilão da série. Pouco depois é a vez de nos aprofundarmos ainda mais nas facetas de Scully, e ninguém melhor que a própria atriz para escrever e dirigir "Todas as Coisas". Obviamente o episódio foge do convencional, mas é interessante ver a visão de Gillian para sua personagem, além da contribuição que o enredo faz na relação com Mulder. Se ela aposta em um estudo de personagem intimista e dramático, David Duchovny utiliza de muita ironia em seu roteiro de "Hollywood a.C." para satirizar não só a própria série, mas a indústria cinematográfica em geral; rende memoráveis momentos metalinguísticos, bem humorados e de afetuosidade entre os protagonistas. Quanto a esses especiais, vale mencionar "O Cigarro da Morte", onde Mitch Pileggi leva o coadjuvante Skinner ao posto de protagonista, já que David e Gillian estavam pré-produzindo seus episódios mencionados.
Alguns outros também merecem um destaque. "Faminto", por Chris Carter e Vince Gilligan retratar o "monstro da semana" como anti-herói, de forma que o público simpatize com o mesmo e enxergue Mulder e Scully quase como vilões. O problema é que era cedo demais, na temporada, para inverter essas posições. "Luta de Gêmeos", pela inspirada direção de Paul Shapiro. E "Três Desejos", por brincar com a lenda árabe do Gênio da Lâmpada e ser simplesmente muito divertido. Vince Gilligan, que assim como faz, em maior ou menor grau, em todos os episódios que escreve, tem a oportunidade perfeita para brincar com sua assinatura: o homem em busca de poder e/ou respeito. Não é, portanto, nenhuma surpresa ele ter vindo a criar, anos mais tarde, uma série toda calcada nessa ideia, a queridinha "Breaking Bad".
Com toda essa atmosfera de cancelamento e parte do elenco já cansado, além da trama principal ter sido quase totalmente finalizada no meio da temporada anterior, os episódios completamente mitológicos desse ano se resumem aos dois primeiros, aos dois do meio e ao último. Os de abertura são cativantes, ainda que deixem pontas inexplicavelmente soltas, e os do meio são ótimos ao encerrar o arco principal que restava com uma narrativa forte, poética e emocionante, ainda que potencialmente frustrante. Já o último é, sem medo de errar, um dos melhores encerramentos de temporada da série e, apesar do resgate de personagens e elementos antigos (comportamento comum em retas finais de séries), de forma alguma tenta dar um fim à história, preferindo deixar poderosos ganchos para o 8º ano. Ano esse que já foi produzido e lançado, assim como a 9º temporada, o 2º filme e as duas minisséries, chamadas de 10º e 11º temporada. Mas para quem chegou até aqui e ainda vai vê-las, resta a torcida para que a série não perca ainda mais força criativa nos episódios comuns - que são a maioria - como aconteceu nessa 7º temporada, que levou a série não a um nível ruim, mas a um que somente o filme havia levado. "Eu quero acreditar".
Belas Maldições (1ª Temporada)
4.1 230 Assista AgoraUma obra que, da trilha sonora ao texto (e principalmente no texto), exala o amor e a paixão dos realizadores por o que estão fazendo. Ainda que o desfecho não seja muito digno, fazendo tudo o que veio antes soar como uma superestrutura para uma ponte em que, no final das contas, passarão apenas bicicletas, fica valendo aqui aquela máxima: o que mais importa é a jornada.
P.S.: David Tennant IN-CRÍ-VEL-!!!
Rick and Morty (1ª Temporada)
4.5 414 Assista AgoraA 1° temporada pode até não ser tudo isso que se diz por aí, mas certamente tem momentos e ideias sensacionais que, se forem melhor abordados nos próximos anos, podem fazer dessa série um dos melhores produtos de animação dos últimos tempos.
Narcos: México (2ª Temporada)
4.0 59 Assista AgoraSem o mesmo brilho e a fascinação pelo realismo fantástico que tinha a série original e também a 1° temporada, esse 2° ano compensa a balança mantendo o alto nível técnico e de construção de trama. Um feito e tanto para uma longeva - considerando as duas séries - produção da Netflix que já não é tão popular como antes. Portanto, a pequena queda de qualidade - inédita nesses anos todos - vista aqui é mais que perdoável e nem de longe é preocupante, tendo em vista o que já foi feito e o que nos foi prometido acerca do futuro.
O Justiceiro (2ª Temporada)
3.8 261 Assista AgoraCONTÉM SPOILERS INDIRETOS!!!!!!!!!!
O episódio de estreia é certamente o melhor da série. Depois, enquanto parece desenvolver duas tramas paralelas principais para aparentemente relacioná-las lá na frente, a temporada se mostra bem mais interessante que a 1° no quesito história. Mas é no final que descobrimos as maiores fragilidades desse derradeiro ano e que chegamos à conclusão de que certos elementos não deveriam retornar (por agora) e que a história exclusiva dessa 2° temporada poderia ser muito melhor abordada em uma leve de não mais que 8 episódios.
Outra triste conclusão é a de que toda a jornada do Justiceiro que vimos é apenas uma introdução na história do personagem. 2° de Demolidor e 1° e 2° de Justiceiro. Foram muitos "Agora vai!", pra ir mesmo só nos últimos segundos. Que medo que esses produtores de séries de HQs têm de fazer o que vendem que fazem... Eu, hein...
Eu, a Vó e a Boi
2.7 29Uma injustiça com Arlete Salles e Vera Holtz, já que ambas, ótimas como a Vó e a Boi respectivamente, são obrigadas a sair de cena para que tramas paralelas inúteis e com atuações duvidosas sejam "desenvolvidas". E são essas tramas que ditam o tom sombrio e pessimista da série, que combina quase nada com a premissa (transportada da thread do Twitter) divertida, leve, um tanto inocente e até mesmo lúdica. Na minha opinião essa adaptação não deveria ter ido para as mãos de Miguel Falabella.
Feliz Natal e Tal (1ª Temporada)
3.4 41 Assista AgoraTem sim boas piadas e um roteiro que valoriza todos os personagens, mas é no elenco que está a força dessa 1° temporada, AINDA que o casal protagonista escorregue muito, principalmente na falta de química.
Espero que as supostas próximas temporadas sejam mesmo em outros feriados, pois há muito potencial nessa ideia.
Natal em 3 por 4
3.6 17 Assista AgoraA minissérie utiliza a melhor época do ano para falar, acima de tudo, sobre família.
Namorado de Natal (1ª Temporada)
3.8 95 Assista AgoraA trama dessa série norueguesa poderia se passar em qualquer época do ano. O Natal serve apenas para deixar tudo mais lindo, e de fato deixa. O que não fica bonito é arrastar tantos personagens inúteis ou com pouco desenvolvimento apenas para termos um bom número de suspeitos na última cena. No entanto, as situações em que essas muitas figuras se envolvem até que rendem bons momentos cômicos. Compensa? Bom, aí vai de cada um.
O Mecanismo (2ª Temporada)
3.5 101A fim de manter a visão apartidária da 1° temporada, da qual a esquerda foi o maior alvo, a 2° leva de episódios coloca sua mira nos grupos políticos brasileiros mais à direita. Soa como uma tentativa de se safar das acusações de 2018? Sim, mas está de acordo com a proposta e visão dos realizadores, de que não importa o lado, é tudo parte do mesmo saco, aqui sofisticada e apropriadamente chamado de Mecanismo. Uma temporada para um lado, uma temporada para o outro; Thanos se orgulharia.
Se tem algo que o 2° ano da série faz bem é abraçar sua natureza ficcional, criando tramas e arcos sem ou de pouca relação com a realidade, mas de bom potencial dramático. Infelizmente, a parte da investigação de fato, e seu desenrolar dos fatos, é um tanto insossa, porque o enredo provavelmente confia em um conhecimento prévio dos acontecimentos reais por parte do público - e olha que estamos falando de uma série com uma narração bastante didática - e trocar nomes das figuras e instituições não ajuda muito. Se já é difícil de ligar os fatos com clareza ao acompanhar os jornais, imagine acrescentando a isso um esforço de lembrar e relembrar quem é quem e o quê é o quê. (E antes que me respondam como no ano passado, a série não tem o dever de ser fiel ao o que aconteceu).
Aparentemente, o arco do protagonista Marco Ruffo está encerrado (de forma muito apressada, deve-se dizer). Foi muito interessante ver, ao longo dessas duas temporadas, Selton Mello fazendo um tipo de trabalho que destoa da maior parte de sua carreira, e o ator se saiu muito bem na pele do perturbado delegado. Mas, se nem a realidade dá sinais de que a história da Lava Jato está para acabar, que dirá a trama principal da série. Apesar dos pesares, seria um desperdício a Netflix não renová-la...
Samantha! (2ª Temporada)
3.7 50Apenas façam a 3° temporada!
O Auto da Compadecida
4.7 2221X01: Todo o trabalho técnico em função da ambientação é um sucesso, e somado ao roteiro sólido, sem enrolação alguma, e ao humor simples e sensacional, resulta em uma estreia surpreendente para a TV aberta brasileira. 9,5/10.
1X02: Ainda mais deliciosamente escrito e filmado. 10/10.
1X03: Apesar da notória eficiência do roteiro em fazer comédia e interligar muitos acontecimentos da trama, a direção dá uma tropeçada. 9/10
1X04: Mesmo com o acréscimo brusco de cenários e personagens, e a adoção de um estilo diferente para narrar a história, jamais perde sua identidade estabelecida nos capítulos anteriores. 9,5/10
P.S.: Comentários realizados há mais de 4 anos, porém estavam na página do longa, já que, na época, o Filmow não conseguia entender que o famoso filme é, na verdade, um compacto de uma minissérie.
Super Drags (1ª Temporada)
3.6 210 Assista AgoraEntre poucos méritos narrativos e visuais, "Super Drags" é tipo aquele adolescente que só sabe falar de p*taria, só que LGBT.
Fugitivos (2ª Temporada)
3.6 31Se até ao episódio 7 temos uma trama um tanto previsível, mas ainda assim coesa e interessante, a segunda metade da temporada escancara como não sabiam mais que história contar, transformando esses episódios em uma colcha de retalhos de várias cores e tamanhos.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraDa mais tradicional à mais ultrarrealista animação que a tecnologia pode nos entregar: eis uma das duas melhores definições para essa série. A outra é: p*taria, gore multiplicado por gore e tecnologia, muita tecnologia.
1- A VANTAGEM DE SONNIE: Animação estupenda. O resto é apenas legalzinho.
2- OS TRÊS ROBÔS: Quase um Pixar. Tem potencial para virar algo maior.
3- A TESTEMUNHA: Uma desculpa imbecil para mostrar nudez o tempo todo, embora a ideia principal do roteiro seja boa, mesmo deixando a sensação de que aquilo já foi feito antes.
4- PROTEÇÃO CONTRA ALIENÍGENAS: Uma aula de como fazer o espectador se importar com personagens em pouquíssimo tempo. E a ação é sensacional.
5- SUGADOR DE ALMAS: Personagens irritantes, historinha fraca e uma glorificação desmedida da violência. Se não bastasse tudo isso, ainda sofre pelo final semelhante ao do anterior.
6- QUANDO O IOGURTE ASSUMIU O CONTROLE: Como se a Pixar fizesse um crossover de Guia do Mochileiro das Galáxias e Black Mirror. Um pouco superestimado, mas pode render algumas reflexões.
7- PARA ALÉM DA FENDA DE ÁQUILA: Visual SENSACIONAL e história bacaninha, embora a sensação de déjà vu é novamente presente. Matrix mandou oi.
8- BOA CAÇADA: Um dos mais curiosos, com uma certa beleza trágica retratada pela ótica da transição entre fábula e steampunk.
9- O LIXÃO: Bizarro.
10- METAMORFOS: Não muito empolgante, mas existe "algo" ali.
11- AJUDINHA: EXTREMAMENTE bem dirigido, FABULOSAMENTE imersivo; uma pequena pérola desse ano.
12- NOITE DE PESCARIA: Claramente o roteiro foi escrito para se encaixar no visual que queriam apresentar. E quê visual!... Pensando bem, até que conseguiram.
13- 13, NÚMERO DA SORTE: Outra aula de como se apegar aos personagens em um curto tempo. Um domínio de escrita, de animação e de dublagem.
14- ZIMA BLUE: Quê obra de arte, com a intenção do trocadilho! A direção, as cores, a trilha sonora... Não havia como sua mensagem não ser passada.
15- PONTO CEGO: A história não tem novidade alguma, os personagens são reciclagens de tudo o que já foi visto e a animação é bem tradicional. Não sei por que está aqui.
16- ERA DO GELO: Talvez o ápice de uma ideia passada por alguns dos episódios anteriores.
17- HISTÓRIAS ALTERNATIVAS: Engraçadinho.
18- A GUERRA SECRETA: Outra linda animação. Mas esse negócio de horda de monstros mais uma vez?...
Demolidor (3ª Temporada)
4.3 452 Assista AgoraFoi na 2° temporada e na minissérie "Os Defensores" que Matt Murdock enfrentou ninjas sem batimentos cardíacos enviados por uma organização secreta milenar em busca de um poder enterrado sob Nova York, e que afinal só podia ser acessado com a ajuda do Imortal Punho de Ferro, aquele que para ser o que é, derrotou um dragão. Mas é nessa 3° temporada sobre desesperança, solidão, poder (aquele promovido pelo dinheiro) e corruptibilidade do sistema que encontramos a fase mais sombria do Demolidor.
Matt perdeu o amor de sua vida, perdeu a esperança e perdeu a fé, tanto em Deus quanto na necessidade da existência de seu alter ego advogado e amigo. Tudo isso é trabalhado de forma extremamente crível, porém falta uma clareza maior do porquê de ele ter sido tão afetado, já que em seus desabafos não ouvimos muito sobre Elektra. Paralelamente, Wilson Fisk vive dias melhores. Ele pode não ter a liberdade que tanto almeja, mas enquanto secretamente executa seu plano a fim de alcançá-la, faz todo o sistema acreditar que lhe tem nas mãos, quando na verdade é o contrário. Vincent D'Onofrio, somado à essa ótima trama, é um deleite de se acompanhar. E seu Rei do Crime não perde a importância e nem o brilho com a adição de mais um vilão, Benjamin Poindexter, cuja trajetória é construída com esmero, a ponto de um dos episódios lhe servir como estudo de personagem; em termos artísticos e de direção, é lindo. Quem não tem um resultado tão feliz assim com os minutos que ganhou (uns dois terços de episódio) é Karen Page. A trama abordada pelo flashback não é exatamente necessária, mas seria mais adequado e até menos malvista se inserida em outro momento que não fosse de crescente da tensão. Quebra o ritmo dos episódios anteriores e frustra os mais afoitos.
Nesse terceiro ano, a ação também cede espaço para o desenvolvimento da trama, mas quando ela acontece, é excelente. O plano-sequência de mais de 11 minutos recheados de lutas em diversos cenários é digno de ser chamado Obra de Arte, com as maiúsculas que lhe são por direito. E o confronto que finaliza todo o conflito da temporada, mesmo não usando a mesma técnica, é suficientemente empolgante. No geral, todo o final é satisfatório e tem força conclusiva para a série, caso a mesma não ressuscite nos próximos anos. Os maiores problemas de isso não ocorrer é a tristeza de saber que ainda existem boas histórias para serem adaptadas por uma série que já provou o seu valor e também a saudade que Matt Murdock, Karen Page e Foggy Nelson - mas principalmente Matt Murdock - deixarão. Que logo possamos nos rever.
Ou nem todos de nós...
Perdão pelo trocadilho......
Terrores Urbanos (1ª Temporada)
3.2 26Há quem diga que as famosas lendas urbanas como loira do banheiro e homem do saco já não causam medo como antes, em parte graças a um mundo supostamente evoluído e esclarecido. Mas é ciente dessa visão que se desenvolve a série antológica de Maristela Mattos & Thaís Falcão, com direção geral de Fernando Coimbra, levando os personagens do limite de seus problemas mundanos (a pressão na adolescência, o trauma no passado, etc.) ao terror das "histórias que o povo conta".
A LOIRA DO BANHEIRO: escrito por Maristela Mattos & Thaís Falcão e dirigido por Fernando Coimbra. Com uma boa cinematografia e momentos de terror que funcionam, o episódio de estreia peca pelo roteiro desnecessariamente confuso.
A GANGUE DOS PALHAÇOS: escrito por Ricardo Grynszpan, Ricardo Inhan e Felipe Adami e dirigido por Felipe Adami. A direção e a fotografia são muito boas, mas, aliadas ao cenário de classe alta, dão a sensação de estarmos vendo uma história que se passa em algum ponto da Europa. Com "urbanos" no título e sendo baseada em lendas brasileiras ou nas versões brasileiras de lendas internacionais, a sensação que o público deveria ter, de perigo à espreita, é esvaziada. Outro ponto é o baixo aproveitamento dos tais palhaços sequestradores. Tinha mais potencial...
O QUADRO DO MENINO QUE CHORA: escrito por Celso Vecchi e Thaís Fujinaga e dirigido por Juliana Rojas.O roteiro mais redondinho até aqui. A sensação de claustrofobia é bem sentida, já que toda a ação se passa em uma clínica onde as consequências da presença do tal quadro são cada vez maiores e mais horrendas.
O BONECO AMIGÃO: escrito por Ludmila Naves e dirigido por Juliana Rojas. Depois de dezenas de filmes sobre brinquedos assassinos, o enredo sobre o boneco inspirado no Fofão (que, segundo a lenda, trazia um punhal na base da cabeça e aterrorizava crianças à noite) não apresenta grandes novidades, mas é interessante ver uma versão brasileira daqueles brinquedos.
O HOMEM DO SACO: escrito e dirigido por Fernando Coimbra. Coimbra é experiente, dirigiu um filme para a Netflix e tem boas passagens por "Narcos". Aqui, seu episódio totalmente autoral é de longe o mais urbano, aquele que realmente faz o público sentir que o monstro pode estar nas redondezas, à espreita, até mesmo na casa ao lado. Uma boa construção de atmosfera, boas atuações, mas... assim como em quase toda a série, a sensação que fica é que esse tema pode ser ainda mais explorado.
Quem sabe a série seja renovada e, além de novas lendas como chupa-cabra, tenhamos revisitas a essas já abordadas...
Narcos: México (1ª Temporada)
4.1 110 Assista Agora1ª temporada de Narcos: México herda o que há de melhor e de pior em sua série-mãe, o que significa a mesma eficiente linguagem, a direção sempre inspirada e uma equipe de roteiristas que consegue transformar um emaranhado de fatos em linhas dramatúrgicas claras, em paralelo com o mesmo problema de ritmo, principalmente comparando com a 1ª temporada colombiana. 3, 4 ou 5 anos se passam, mas aparentemente foram apenas alguns meses pontuados por bruscas mudanças de comportamento e relacionamento entre personagens.
Mas Narcos: México também é um atestado da independência da franquia em relação a personagens e cenários. Se a 3ª temporada provou que Escobar, apesar de carismático, não é nem de longe o centro daquilo tudo, essa aponta que onde houver drogas, dinheiro e sangue, ali também estará um spin-off de Narcos em potencial.
Pacto de Sangue (1ª Temporada)
3.4 34Com claras e acertadas inspirações em "Narcos", "Pacto de Sangue" constrói um bom drama mas ao mesmo tempo cria sua própria identidade, graças à atípica localização em que se passa a trama.
Na Mira do Crime
3.5 3Quando o montador dorme em cima dos teclados da ilha de edição.
Punho de Ferro (2ª Temporada)
3.2 122 Assista AgoraDesde a boa mas aleatória participação de Danny Rand em um episódio da 2º temporada de Luke Cage ficou no ar a promessa de uma melhora na série do Imortal Punho de Ferro em seu segundo ano. Bom, essa segunda leva de episódios estreou e a promessa se mostrou verdadeira.
De showrunner novo, pela primeira vez foi possível se sentir instigado com o enredo da série. A trama é mais focada e consistente, e o número de episódios inferior ao que era praticado tem parte desse mérito. No elenco, Finn Jones prova ser bom ator quando o roteiro e a direção colaboram, Jessica Henwick rouba a cena - ainda mais - e a novata Alice Eve enriquece uma figura que já vem fascinante do texto. Os personagens de Tom Pelphrey e Jessica Stroup dão a eles novos e interessantes elementos para explorarem, Simone Missick deixa claro que não importa onde, mas sua personagem precisa continuar, e Sacha Dhawan, como o grande vilão da temporada, não entrega nada surpreendente, mas está correto.
Há que se dizer que a melhora da ação de "Punho de Ferro" não se deve apenas à evolução das coreografias de luta, mas também ao padrão de direção, que permite o espectador ter senso de espaço e a clareza do que acontece em cena.
É uma pena que tais feitos e evoluções aconteceram tarde demais, quando a série não tinha mais crédito junto à maioria, restando-lhe, como também para "Luke Cage", apenas o cancelamento e um pífio brilho de esperança de ser revivida no futuro streaming da Disney.
Por ora, parece que isso é tudo...
Manto & Adaga (1ª Temporada)
3.5 52 Assista AgoraApesar do estilo incomum (quando comparada com outras produções inseridas no MCU) e, por vezes, subjetivo com que a história é contada, existe uma cota de objetividade a ser cumprida, e sua falta ou falha não pode ser justificada como sendo poesia.
Supermax - Internacional
2.9 18"Supermax" hispânica parte da mesma premissa que a versão original brasileira, mas não demora a mostrar que, ao invés de apostar em uma pegada de suspense e terror em sintonia com o caráter misterioso do cenário (Floresta Amazônica), abordará os mesmos temas relacionados ao comportamento humano, porém tendo o drama e a aventura como gêneros. Portanto, a escolha do inóspito deserto de sal argentino como cenário dessa prisão é igualmente acertada; o local é a peça mais importante na composição dessa atmosfera.
"Supermax" (2017) é um tanto mais coeso e bem resolvido que "Supermax" (2016), em parte, provavelmente, por se contentar com o título de minissérie, mas também apresenta um final sem muitos cuidados e que acaba por revelar fragilidades em sua narrativa, como personagens e subtramas inúteis. Valeu a tentativa.
Arquivo X (7ª Temporada)
4.2 45 Assista AgoraCom o fantasma do cancelamento rodeando "Arquivo X", Chris Carter e companhia aproveitam para, além de encaminhar a série rumo a um desfecho, realizar episódios que se aproveitam do formato procedural. E essa é A temporada dos episódios especiais.
Para começar, "Millennium", uma amálgama de episódio final da série homônima de Carter e especial de "virada de milênio", além de peça importante na aproximação cada vez maior dos protagonistas. "Reverendo Orison" se destaca por continuar a trama do único episódio da série com um caso sem qualquer traço de paranormalidade, e por isso o que faz com o que estava estabelecido é um tanto questionável, apesar do resultado final satisfatório. "O Medo" coloca Mulder e Scully correndo contra o tempo no subúrbio de Los Angeles enquanto câmeras da série "Cops" correm para melhor enquadrarem os agentes no show documental. Vale lembrar que a mesma, na pegada da brasileira "Polícia 24h", realmente existiu, e Vince Gilligan e Michael W. Watkins demostram domínio sobre a linguagem.
Com "O Mundo Virtual" o gosto que fica é amargo. A ideia é boa e a participação dos Pistoleiros Solitários idem. Mas o roteiro se perde, a execução é uma bagunça e os efeitos especiais, terríveis. "A Salvação da Humanidade" é um dos roteirizados por parte do elenco. Willian B. Davis, o Canceroso, assina e estrela ao lado de Gillian Anderson uma narrativa mais lenta, porém com atuações deveras interessantes por parte de ambos, e que faz mais uma reflexão sobre o grande vilão da série. Pouco depois é a vez de nos aprofundarmos ainda mais nas facetas de Scully, e ninguém melhor que a própria atriz para escrever e dirigir "Todas as Coisas". Obviamente o episódio foge do convencional, mas é interessante ver a visão de Gillian para sua personagem, além da contribuição que o enredo faz na relação com Mulder. Se ela aposta em um estudo de personagem intimista e dramático, David Duchovny utiliza de muita ironia em seu roteiro de "Hollywood a.C." para satirizar não só a própria série, mas a indústria cinematográfica em geral; rende memoráveis momentos metalinguísticos, bem humorados e de afetuosidade entre os protagonistas. Quanto a esses especiais, vale mencionar "O Cigarro da Morte", onde Mitch Pileggi leva o coadjuvante Skinner ao posto de protagonista, já que David e Gillian estavam pré-produzindo seus episódios mencionados.
Alguns outros também merecem um destaque. "Faminto", por Chris Carter e Vince Gilligan retratar o "monstro da semana" como anti-herói, de forma que o público simpatize com o mesmo e enxergue Mulder e Scully quase como vilões. O problema é que era cedo demais, na temporada, para inverter essas posições. "Luta de Gêmeos", pela inspirada direção de Paul Shapiro. E "Três Desejos", por brincar com a lenda árabe do Gênio da Lâmpada e ser simplesmente muito divertido. Vince Gilligan, que assim como faz, em maior ou menor grau, em todos os episódios que escreve, tem a oportunidade perfeita para brincar com sua assinatura: o homem em busca de poder e/ou respeito. Não é, portanto, nenhuma surpresa ele ter vindo a criar, anos mais tarde, uma série toda calcada nessa ideia, a queridinha "Breaking Bad".
Com toda essa atmosfera de cancelamento e parte do elenco já cansado, além da trama principal ter sido quase totalmente finalizada no meio da temporada anterior, os episódios completamente mitológicos desse ano se resumem aos dois primeiros, aos dois do meio e ao último. Os de abertura são cativantes, ainda que deixem pontas inexplicavelmente soltas, e os do meio são ótimos ao encerrar o arco principal que restava com uma narrativa forte, poética e emocionante, ainda que potencialmente frustrante. Já o último é, sem medo de errar, um dos melhores encerramentos de temporada da série e, apesar do resgate de personagens e elementos antigos (comportamento comum em retas finais de séries), de forma alguma tenta dar um fim à história, preferindo deixar poderosos ganchos para o 8º ano. Ano esse que já foi produzido e lançado, assim como a 9º temporada, o 2º filme e as duas minisséries, chamadas de 10º e 11º temporada. Mas para quem chegou até aqui e ainda vai vê-las, resta a torcida para que a série não perca ainda mais força criativa nos episódios comuns - que são a maioria - como aconteceu nessa 7º temporada, que levou a série não a um nível ruim, mas a um que somente o filme havia levado. "Eu quero acreditar".
Notas de Amor
3.5 8O tipo de clichê que funciona.