Se você se dispõe a assistir um filme com um pôster de um casal prestes a se beijar, não pode reclamar do fato de ser uma história de amor, daquelas mais simples e melosas, poucas são as excessões. Principalmente se estivermos falando de algo baseado na obra de Nicholas Sparks, maior best-seller de romances românticos de nossa geração. Aqui, além de emprestar sua obra, Sparks atua como produtor, então tudo ficou bem como ele queria.
Muita gente reclama que o enredo básico dos livros do autor é sempre o mesmo, com um romance, um motivo para se afastar, um acontecimento inevitável que vai unir o casal... talvez seja esse o segredo para tantas obras em tão pouco tempo.
Mas Um Porto Seguro tem sim algo de diferente. Além do romance que já é sabido, o filme tem uma grande parcela de suspense. Uma caça à protagonista, que quebra o clima doce demais que a história poderia ter.
Atuações razoáveis (exceto pelas duas crianças, que são excelentes) e a escolha de locações perfeitas agradam aos olhos, mas o destaque maior fica por conta da trilha sonora, assim como a maioria dos romances atuais. A música certa no momento certo eleva e muito as cenas aqui.
Há ainda um leve plot-twist no finalzinho que diferencia um pouco mais esse dos outros filmes baseados na obra do autor.
Com direção de Lasse Hallström, mestre no gênero e mesmo cara por trás de Querido John e Sempre ao Seu Lado, Um Porto Seguro não é nada muito além do que se espera, mas não dá pra negar que traz novos elementos ao gênero.
Recomendo pra dividir a companhia daquela pessoa especial. ;)
O último filme da franquia Bond em que Pierce Brosnan assume o papel principal é de longe o seu mais fraco e com exceção dos pastelões de Roger Moore (que são imbatíveis como os piores da franquia) esse aqui é provavelmente o mais chato.
E o pior é que o enredo prometia boas coisas, com um Bond sendo capturado pelos coreanos e mantido preso (e sob tortura). Sai de lá com uma puta barba de fazer inveja em Jesus, com psicológico frito e com a MI6 embirrada com ele.
No entanto, o que vemos é um desfilo de efeitos visuais, como se tudo fosse uma competição pra levar ao cinema o filme com mais tela verde. É carro invisível, avião que parece uma peneira e mesmo assim continua voando, Halle Berry se arremessando do alto da puta que pariu num mergulho de costas, palácio de gelo todo construído em CGI se deteriorando... tsc tsc
Talvez seja fruto da época em que foi feito, logo após Matrix, onde o cinema de ação era sim dos efeitos visuais. Mas transformar uma franquia de espionagem/aventura faz desse filme o mais bizarro da série.
Guerreiro, de Gavin O'Connor, é um filme de 2011, ano em que o MMA (de Mixed martial arts, ou artes marciais mistas) estourou com força ao redor do mundo, com a febre do UFC (Ultimate Fighting Championship), uma organização que reunia os melhores lutadores de artes marciais mistas, inspirado no vale-tudo criado no Brasil.
O filme conta a história de dois irmãos, Tommy e Brendan, que cresceram em meio às diferenças de prioridade e hoje lutam para colocar um foco em sua vida. Ambos precisam de dinheiro urgentemente e recorrem à luta para alcançá-lo.
Mas dizer que Guerreiro é só sobre isso seria diminuí-lo bastante. O filme leva ao espectador uma dose cavalar de drama familiar, apresentando a relação conturbada de ambos os filhos com o pai, Paddy, papel que rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante a Nick Nolte. Paddy é um alcoólatra em tratamento, e busca se redimir dos erros cometidos com os filhos quando esses eram apenas crianças. O engraçado é que Anthony Tambakis e Gavin O'Connor, roteiristas do filme, escreveram o papel de Paddy justamente para Nick Nolte (que foi vizinho dos dois em Malibu), mas os produtores do filme não gostaram da ideia. No entanto, os roteiristas bateram o pé o Nick ficou com o papel.
A direção de Gavin O'Connor é segura e muito bem aproveitada nessa história de redenção, que tira bastante o ar de filme de superação, como é o caso da maioria dos filmes de luta, tentando emular Rocky. Aqui O'Connor busca uma aproximação maior com os dramas reais dos personagens, bota a câmera na mão e segue caminhando atrás dos protagonistas, segura o ritmo dos cortes para aumentar a carga emocional e dirige muitíssimo bem as cenas de luta. No caso do MMA, que é uma luta de movimentos bruscos e rápidos, o trabalho do diretor é importantíssimo para o bom entendimento da luta e o aumento da expectativa pelos resultados.
Joel Edgerton impressiona como o carismático professor de física Brendan, mas o destaque fica por contado do insano Tommy, de Tom Hardy. O ator ficou imenso para interpretar o papel, e chegou a quebrar costelas e dedos dos pés e das mãos durante as filmagens.
A cena final do filme, com a música About Today da banda The National foi escolhida para encerrar o longa mesmo antes do fim das filmagens, na verdade a faixa ficava tocando várias vezes na casa dos roteiristas enquanto trabalhavam. A letra da música é sobre duas pessoas se distanciando, tentando se aproximar e com medo de se perderem, e é o encerramento perfeito para o filme, que fez até marmanjo chorar aqui em casa.
Roteiro sagaz repleto de diálogos ácidos e parábolas fantásticas, traz uma direção de arte, maquiagem e figurinos imperdíveis. Um deslumbre aos olhos.
Daniel Day-Lewis encarna Lincoln, que eu não conheci na vida real, mas sei que era assim. Tommy Lee Jones é Tomy Lee Jones, e traz uma sensibilidade pra história que ninguém imaginaria. Sally Field também está incrível, uma ótima escolha para o papel de Sra. Lincoln.
O filme tem uma duração longa mas é muito fácil de se cativar, não há como não se envolver com a história e a briga entre esse povo de palavras rápidas. É uma excelente diversão, mas se você estudar um pouquinho a vida deste magnífico presidente antes da sessão, vai desfrutar muito mais da história.
Não há muito que ser dito sobre Os Miseráveis, de Tom Hooper. Talvez cantado, mas não dito...
A adaptação da adaptação (o filme é inspirado no musical da Broadway, que é inspirado no livro de Victor Hugo), é extremamente bonita. A história é um clássico da literatura e se passa num período de tempo que sucede a primeira revolução francesa e passeia pela revolução francesa de 1830.
Neste período conhecemos a vida de Jean Valjean, preso por roubar alguns pães para sanar a fome que levaria à morte seu sobrinho. Jean é colocado em condicional mas decidi recomeçar como um homem livre, e é através de seus olhos que espiamos a miséria em que viviam os franceses quando da primeira revolução resultou um novo rei.
O filme foi o primeiro musical do cinema a gravar as canções ao vivo, enquanto um pianista marcava o tempo para os atores, o que eleva e muito o nível de realismo. E todo o elenco impressiona. Hugh Jackman merecia fortemente a estatueta de melhor ator este ano, seu miserável protagonista é impressionante, assim como Fantine, papel que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante a Anne Hathaway. Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen são ótimos alívios cômicos (e exímios filhos da p%$@) e mesmo os atores mais jovens encantam bastante, com destaque especial para o Gavroche de Daniel Huttlestone, um moleque de pouco mais de dez anos, na época das filmagens.
A fotografia merecia uma indicação ao Oscar, afinal é linda, e a maquiagem do filme impressiona muito, mas muito mesmo. É ela que nos leva entre a riqueza e a miséria e foi um Oscar muito bem recebido, eu diria.
Temos aqui um clássico, um filme que poderia ser só um pouco menos extenso, mas incrivelmente bonito. Não sei se ele é melhor sucedido como adaptação do musical ou do livro, seja qual for a fonte do material, Tom Hooper aproveitou-a ao máximo.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
O 19º filme da franquia 007 abre com a cena pré-créditos iniciais mais longa e arrastada da franquia, mostrando novamente uma perseguição de lancha, como era clássico dos primeiros filmes mas com a pitada do non-sense inclusa, com a lancha dando um passeio pelas ruas inglesas.
O Mundo Não É o Bastante é o primeiro dos filmes com Brosnan como protagonista a abusar desse efeito. E é também o filme do ator na franquia com as cenas de ação mais canastronas e mal-dirigidas. É corte pra esconder furo de roteiro aqui, é tela verde mal finalizada ali, é erro de continuidade acolá (repare na cena do tiroteio na fábrica de caviar, onde Bond troca a Walther P99 por uma metralhadora e, com o corte da cena, volta para a P99), enfim...
Esse é também o último filme em que Desmond Llewelyn aparece, uma vez que ele morreu num acidente de carro antes da estreia. O que torna tudo muito bizarro é que, no roteiro do filme, Q está treinando um substituto, e chega a falar sobre aposentadoria...
Toda essa falta de cuidado com a continuidade não impede, no entanto, o filme de ser divertido. Dá pra comer uma pipoca e lembrar que esse aí é filho do ano em que Matrix foi lançado, a véspera do bug do milênio (como o novo Q menciona no filme), e por isso, se despede de uma década de cinema de ação fanfarronescamente charmosa.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Contar uma história que todo mundo sabe o final exige criatividade e bom senso, para não se perder no "meio", aquele emaranhado de ideias que preenchem o final e dão ao espectador alguma razão para permanecer ali.
Contar uma história que todo mundo sabe o final exige convicção, exige timing, e no caso do cinema, uma direção firme e um roteiro direto, sem muita firula.
A história de A Hora Mais Sombria traz um final que todo mundo já conhece, mas fora a criatividade (usada para preencher o recheio do bolo até a exaustão) não sobram muitas das características necessárias acima para o filme.
O roteiro do filme é do também produtor Mark Boal, que trabalhou com Kathryn Bigelow em seu filme anterior, o ganhado do Oscar de Melhor Filme, Guerra ao Terror. Acontece que a pouca experiência de Mark está gritantemente estampada aqui... O filme tem muito mais tempo de tela do que devia, é longo e arrastado, e o roteiro não deixa claro fatos óbvios, como por exemplo, a motivação principal da personagem.
Quem é Maya e por que ela odeia tanto Osama? Ou será que deve-se presumir automaticamente que o maior inimigo norte-americano deve ser odiado por todos simplesmente por ser o maior inimigo norte-americano... assim, sem nenhuma razão mais ampla. E esse não é um caso isolado. O filme se rasga em patriotismo exacerbado, transformando em frouxo quem tem discernimento lógico e passando a mão na cabeça da criança monstro que é a protagonista, porque sério, o caso de Maya é passível de avaliação psicológica urgente.
No fim, todo mundo sabe, esse é "aquele filme sobre a morte do Bin Laden", mas... qual era mesmo a história contada aqui? É a redenção de Maya (e redenção do que, pelo amor de Deus?) ou é a canção de ninar da nova geração estadunidense, que embala a criança na cama com o "calma, tá tudo bem agora". Tudo bem, até o próximo ataque, certo?!
Eu queria fazer uma piadinha e dizer que do título, só o Zero pode ser usado como nota pro filme, mas vou deixar isso pra lá. Ele não foi de todo ruim, tem uma fotografia bonita e uma ou outra piada que te pegam. Dessa vez eu não recomendo não, e, caso for assistir, arrume companhia... Torna mais divertido rir de determinados momentos sérios.
Atenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers. Por Um Punhado de Dólares abre a trilogia d'O Homem Sem Nome, com Sergio Leone na direção e Clint Eastwood atuando, no papel que viria a se tornar o mais conhecido de sua carreira. O filme conta a história de um forasteiro que chega a uma cidade dividida por duas famílias rivais e se aproveita da situação para fazer algum trocado. Clint é muito carismático e torna impossível não querer conhecer o futuro do personagem. Foi também o responsável por montar parte do visual de Joe, o Homem Sem Nome. Ele comprou um jeans preto, o chapéu e os cigarros pretos, que foi ele mesmo quem cortou. A fotografia do filme é muito bonita (a fotografia de Django Livre lembra bastante alguns takes daqui). A única coisa que me incomodou foi a redublagem pela qual alguns dos personagens passaram, provavelmente fruto de uma má captação de áudio externa, ou do lançamento internacional do filme, caso algum dos atores tivesse um sotaque muito forte. Se a redublagem atrapalha, a trilha eleva, inspira. Esse foi o primeiro trabalho de Sergio Leone ao lado de Ennio Morricone, parceria que viria a se estender por todos os filmes futuros do diretor. Morricone cria aqui a alma do western, e fez do assovio uma marca frequente. Eis aqui um clássico formador de caráter, recomendadíssimo!
No segundo filme da franquia 007, com tema cantado por Sheryl Crown, Pierce Brosnan volta ao papel mais importante de sua carreira e não decepciona.
Com muito mais ação dos que os filmes dos últimos 30 anos, 007 - O Amanhã Nunca Morre traz um roteiro interessante e sequências exageradas, porém, bem dirigidas. Provavelmente o melhor filme do diretor Roger Spottiswoode (o mesmo cara que dirigiu Pare! Senão Mamãe Atira!).
Ganhei esse DVD de presente de aniversário de uma amiga e combinei com a esposa que assistiríamos ao filme o mais rápido possível. Bem, menos de 24 horas depois estávamos aqui, assistindo-o.
Quando assisti Antes do Amanhecer pela primeira vez, decidi que queria me mudar para Viena e viver lá para sempre. Isso tudo porque o filme me levou para conhecer a cidade, com aquele passeio fantástico pela vida de Jesse e Celine. Nove anos depois, Antes do Pôr-do-Sol me apresentou a França assim como conheci Viena anteriormente.
Em A Delicadeza do Amor eu volto ao meu passeio particular, agora na pele de Nathalie, uma garota francesa que se apaixona mas tem a sua vida feita em pedaços por um desastre e precisa aprender a se reerguer.
O filme é muito bonito e atuação de Audrey Tautou é, como sempre, muito boa. Ela faz a garota frágil na pele da mulher independente, interpretando um papel dentro do outro. Na maior parte do filme, Tautou divide a tela com a perspectiva de Marcus Lundell, um dos funcionários da empresa em que ela trabalha e seu subordinado direto, e é aí que começa a graça do filme, porque François Damien interpreta seu papel muito bem: Ele é o cara feio, porém engraçado; gentil, porém desastrado; sincero (atenção à cena em que ele diz que ela está falando como americana e isso não é bom, ri bastante aqui), porém... eu já disse feio? haha Também pudera, além de ator François é humorista e dos bons. Sabe usar muito além do texto para fazer o espectador rir.
Marcus é uma visão clara e precisa de mim, no começo do meu namoro com a esposa. Vindo de um mundo diferente, acreditando piamente em sinais (a cena do discurso do Obama é ótima), lutando com as armas que não possui para poder conquistar a mulher por quem se apaixonou. "Eu poderia passar férias no seus cabelos" é o tipo de coisa que eu diria para a esposa, se não estivesse tremendo tanto.
Por fim, o filme traz várias pequenas cenas deliciosas escondidas, como quando Marcus estende a mão no ar para abrir a porta para Nathalie e a cena corta para a porta real do restaurante, ou como o diálogo na cozinha da avó de Nathalie, ou a sequência final de pique-esconde no jardim... que trabalho lindo e teatral, que roteiro delicioso e que filme bonito. Praticamente uma lasanha de frango, depois de um dia inteiro de jejum.
Recomendo com força (e muito obrigado, Nayara e Léo).
Em 1999 um filme mexeu com o mundo cinematográfico, e durante todo o próximo quinquênio, não se falava em outra coisa a não ser The Matrix, que chegou para ser o filme da mudança de uma geração.
Por todo lado se viam filmes inspirados no fenômeno. O efeito especial utilizado com maestria na produção, o bullet-time, foi usado à exaustão. Os figurinos, a trilha eletrônica, os objetos de cena e principalmente o conceito, todos reproduzidos em diversos outros filmes do gênero sci-fi.
Com Equilibrium, primeiro filme do diretor Kurt Wimmer, não foi muito diferente. As comparações são inevitáveis, afinal, está tudo lá... A ideia de um regime totalitarista, a droga que mantém a população escrava, os rebeldes que querem caminhar em direção à luz, os figurinos gótico-chic, sempre pretos, os telefones com discador em formato de disco, a trilha sonora pop-eletrônica, as cenas de luta desaceleradas, o personagem principal praticando artes marciais... enfim...
Equilibrium tem a vantagem de ter um roteiro mais simplificado, para aqueles que acham Matrix complicado demais, por suas várias camadas. Tem também a vantagem de trazer Cristian Bale, que é pouco mais carismático que Keanu Reeves.
Apesar de toda a "inspiração" de Matrix, Kurt Wimmer acerta em cheio nesse filme, muito diferente de seu segundo filme, Ultravioleta, onde tentou reproduzir os mesmos conceitos mais uma vez (e que eu considero o pior filme que eu já vi na vida).
Recomendo fortemente, apesar de insistir em dizer que é praticamente um fan-film da obra dos irmãos Wachovski.
Atenção: Pode ser que o texto abaixo tenha spoilers. ;)
"Sábado, 24 de março, 1984. Colégio Shermer, Shermer, lllinois, 60062.
Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que temos que sacrificar um sábado inteiro de castigo pelo que quer que tenhamos feito de errado. O que fizemos foi errado. Mas achamos que o senhor está louco de nos fazer escrever uma redação dizendo quem achamos que somos. O que lhe interessa? Você nos vê como quer, nos termos mais simples, nas definições mais convenientes. O senhor nos vê como: um cérebro, um atleta, uma neurótica, uma princesa e um marginal. Certo? É assim que nos vemos às 7:00 da manhã de hoje. Nos fizeram uma lavagem cerebral..."
Hoje, pela primeira vez, assisti a esse filme, assim, como quem não quer nada. Não que eu não soubesse que se trata de um clássico, um filme de John Hughes, um marco da Sessão da Tarde (passava mesmo esse filme na Sessão da Tarde, gente? o_O), mas quando eu dei play, não estava esperando o que vi. Eu esperava uma comédia adolescente dos anos 80, mas vi um filme que é muito mais que isso. O Clube dos Cinco (como ficou conhecido no Brasil) é um drama sobre a juventude. Todo o papo sério que viria a ficar de fora de Curtindo a Vida Adoidado é apresentado aqui com muita maestria pelo diretor e roteirista. O filme demora um pouco para engrenar, como demoram nossas relações com pessoas diferentes de nós a engrenarem, mas quando nos pega, já era. A trilha é fantástica e já abre com Don't You (Forget About Me), do Simple Minds, que tem a ver com todo o resto do filme. É fantástico, é muito bonito... o take com a frase do David Bowie que se quebra, é muito emblemático. Outra cena que vai ficar pra sempre marcada na minha memória desse filme é quando, depois de abrirem seus corações a galera resolve curar suas angústias com rock'n'roll 80's. Ver Bender dançando com a Allison e depois todos os garotos dançando entre si é muito maneiro. Um simples filme sobre cinco jovens presos na detenção é capaz de gritar comigo mesmo hoje, dez anos desde que comecei a deixar a adolescência de lado. Definitivamente o tipo de filme que a gente não quer que acabe nunca.
"Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que tivemos que ficar um sábado inteiro de castigo pelo que quer que tenhamos feito de errado. Só achamos loucura você nos fazer escrever uma redação sobre quem pensamos ser. Você nos vê como quer nos ver, nos termos mais simples, nas definições mais convenientes. Mas o que descobrimos é que cada um de nós é um: cérebro, um atleta, uma neurótica, uma princesa e um marginal. Isso responde sua pergunta?
Sinceramente,
O Clube dos Cinco."
Pode deixar, galera. Eu não vou me esquecer de vocês.
Finalmente assisti esse filme que traz uma bela fotografia e uma história melhor ainda. Depois de vários e vários filmes, o que define os clássicos não é o roteiro, a direção ou a trilha sonora... é a soma de todas essas coisas.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers
O 17º filme da franquia Bond troca de ares de uma vez por todas, mudando o protagonista, o diretor e até a década. Troca também o roteiro, que de adaptado passa a ser original... É que 007 Contra GoldenEye é o primeiro filme completamente original da série, utilizando-se apenas do universo criado por Ian Fleming.
Dessa vez temos Pierce Brosnan como James Bond (papel que o ator recusou em 1987, por conta de outros projetos em que estava envolvido), e assim como foi feito com George Lazenby, há um certo suspense para revelar o novo rosto do agente numa das melhores sequências de introdução de toda a série (quiçá, da história do cinema), senão a melhor, na qual Bond atua ao lado do agente 006, interpretado aqui por Sean Bean.
E em pouco mais de 3 minutos de película, somos apresentados à nova franquia e como as coisas serão daí por diante. Uma nova M, uma nova Monneypenny, uma nova sede para a MI6, um novo carro, mas a mesma vodka martini batida, mas não mexida.
O enredo está entre o Top 3 da série, e apresenta novos personagens antigos, mantendo coerência ao citá-los e o humor que Roger Moore enfiou na série e que Timothy Dalton reduziu com louvor, volta aqui ao ponto ideal, ao ponto Sean Connery, com Bond passeando de tanque por uma cidade russa enquanto se preocupa com a posição de sua gravata.
A direção de Martin Campbell é muito boa, conduzindo a ação de modo hipnótico e trazendo a câmera para a mão nos takes de suspense, trabalho que o diretor brilhantemente repetiu em Casino Royale.
O descanso de quase seis anos fez bem aos produtores e ao personagem... 007 Contra GoldenEye figura fácil entre os melhores filmes da franquia e foi o primeiro até agora que entrou para a minha galeria de filmes favoritos.
Sean Connery, você sempre será lembrado, mas GoldenEye é o filme da minha geração.
O décimo sexto filme da franquia demora a engrenar (apesar de fazer de tudo para te pegar desde a primeira cena), mas traz um final explosivo, com um Bond vingativamente puto. Também é engraçado ver Benício Del Toro bem novinho, como vilão da franquia. Pra terminar, esperemos pelo próximo filme, sem John Glen e suas cenas de treta em veículos aéreos, afinal, já enjoou.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Dando início à semi-nova fase de James Bond no cinema (troca-se o ator principal, mas o diretor faz questão de estampar sua marca aqui também), 007 - Marcado Para Morrer traz de volta um Bond que não se via há quase uma década.
Timothy Dalton estreia no papel principal, e apesar de não ser tão charmoso como Connery ou Moore (em seus primeiros trabalhos) não decepciona, e de cara já enfrenta uma cena de ação fantástica, onde vemos também os agentes 002 e 004.
E sobre a qualidade das cenas de ação, só resta admirar como a mão de John Glen melhorou nesse aspecto. Viciado em perseguições aéreas, apresenta neste filme uma briga do lado de fora de um avião totalmente excelente.
Com uma trama muito segura (provavelmente a melhor da fase de John Glen), o filme não desaponta, e mesmo com alguma gordura, consegue cativar bastante. Há um plot twist tímido, e um vilão com motivações reais, sem a megalomania psicótica típica da série, tornando o roteiro, que ultimamente andava completamente débil e sem charme algum, em algo mais sedutor.
Assim como em seu antecessor, a música de abertura de The Living Daylights abusa do ritmo clássico dos anos 80, datando completamente o tema e a trilha do filme.
Fora isso temos aqui uma boa diversão. O melhor Bond da década de 80, até agora! Recomendo.
Com um tema de abertura fraquíssimo pelo Duran Duran (?), 007 Na Mira dos Assassinos encerra a geração Moore, já passando um pouco da hora, uma vez que o ator já estava beirando as seis décadas de vida, durante a produção deste filme. A propósito, não tenho nada contra sexagenários em filmes de ação, adoro o Stallone em Rocky, Rambo IV ou Mercenários, mas um Bond sessentão não colou não.
Infelizmente nos despedimos também de Lois Maxwell, que por sinal tem a mesma idade de Moore (ambos eram também amigos íntimos, tendo Maxwell declarado certa vez que "Moore era o Bond perfeito para casar e Connery o perfeito para ser o amante").
Quanto ao filme, bem... Essa é mais uma aventura de Bond nos Estados Unidos (o que nos faz questionar se a americanização do personagem ocorrida no fim da década de 60 foi uma boa coisa), divertida, porém sem nada que o destaque dos outros 23 filmes da franquia.
Chegou ao ponto de só se distinguir os filmes pelos sidekicks do vilão, como May Day nesse, Jaws em O Espião Que Me Amava e O Foguete da Morte, Nick Nack em Pistola de Ouro, enfim...
No entanto, apesar de um filme fraco de roteiro, neste vemos bem menos sequências vergonhosas de humor forçado, do que no anterior, como a vexante sequência do Tarzan. O que parece ter sido proposital, até.
É, portanto, um bom filme, trazendo um Cristopher Walken meio lunático (e quando ele não é?) como vilão, mas que no fim das contas, é simplesmente mais do mesmo!
Esse filme é tão ruim que eu nem sei por onde começar. Eu vou me abster de comentá-lo, sério.
Já está mais do que na hora de Roger Moore entregar as cartas, ainda bem que o próximo filme é o último dele na franquia. Passou de estiloso a vergonhoso vê-lo em cena. E reaproveitar Bond Girl também é triste. Tá faltando mulher no mundo, poxa?!
a do Tarzan, a de Bond vestido de palhaço, a cena da luta sobre o avião (culminando na morte do vilão pica das galáxias do jeito mais esdrúxulo possível)
tornam esse o filme mais ridículo da série. Tenho medo pelo fato de que ainda há por vir 3 filmes no comando do John Gleen.
Esse filme sozinho torna a série Austin Powers desnecessária. Filme de humor ruim e mal feito.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Da mesma dupla criadora de A Pequena Sereia, Aladdin e posteriormente A Princesa e o Sapo, Hércules foi produzido em 1997, e é o primeiro longa animado da Disney inspirado na mitologia, ao invés de em um conto clássico.
Aproveitando-se de contar uma história no Olimpo para introduzir uma série de novos efeitos de coloração em neon, o filme é coloridíssimo e deixa seu antecessor, O Corcunda de Notre Dame no chinelo. E isso é só parte da identidade visual do longa.
Os personagens tem um traço estilizado, rude, para reproduzir a arte de figuras vermelhas, onde jarros de argila eram ilustrados com tinta preta. Bem como todo o cenário tem proporções simétricas, ou remetem a formas geográficas, outro traço forte da arte Grega.
O visual criado para o Mundo Inferior só escapa de ser completamente assombrador por conta dos alívios cômicos criados nos personagens Agonia e Pavor, bem como no próprio Hades que é um diabo genialmente engraçado. O par romântico também foge do esteriótipo clássico Disney, uma vez que Megara está longe de fazer o estilo princesa.
A trilha é muito boa e no Brasil foi muito bem interpretada pelo ex-LS Jack (uma banda em alta, na época do filme), Marcus Mena. Na versão latina do filme, Hércules é dublado por Rick Martin.
Sendo o antepenúltimo filme da fase de ouro da Disney, Hércules surpreende muito, com enredo enxuto e boa diversão. Recomendadíssimo!
Atenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers.
Chegamos à década de 80 com direção de John Glen (que por sinal, foi o único diretor da franquia nesta década) para, pela primeira vez na série, adaptarem um conto de Ian Fleming, ao invés de um livro inteiro do autor. Talvez isso explique o porquê de o roteiro ser tão lento...
Outra coisa sobre esse filme é como podemos perceber um Roger Morre cansado. A princípio, ele não queria o papel novamente, e só aceitou após renegociaçõe$ do contrato. Eu, sinceramente, acho que ele devia ter passado a vez. Moore já não tem o vigor necessário para um Bond, e em paralelo a isso, ressaltando ainda mais essa estranheza, as Bond Girls estão cada vez mais jovens, aumentando e muito o efeito do Tio da Sukita (que é um comercial tão velho que só tios da Sukita entenderão! hahaha
Um fato curioso é que durante a preparação para as filmagens, Bernard Lee acabou falecendo, por isso não vemos M neste filme.
Se eu tivesse que resumir minha opinião em uma só linha eu diria que ele é o mais morno da série (apesar de ser recheado de ação).
Sem vilão megalomaníaco, sem dominação mundial, sem uma sequência de perseguição realmente boa, 007 - Somente Para Seus Olhos traz as novidades na tecnologia, mas para por aí.
Atenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers. Devido ao sucesso de Star Wars nas bilheterias em 77, a franquia 007 se apressou em produzir um filme que se passasse no espaço. E foi o que eles fizeram, mas ninguém pode dizer que deu certo.
Dez anos após o homem pisar na lua pela primeira vez, uma série de vergonhas alheias podem ser vistas nesse filme, como uma nave espacial que abre o compartimento de carga, da qual desce um exército munido de pistolas a laser, e no meio do espaço eles começam a trocar tiros. São tantos clichês que doem os olhos. Os atores se movendo devagar para simular a gravidade zero, ou Bond ativando o laser da nave espacial para o modo manual, pra ter uma cena a lá Star Wars, ou mesmo a ideia de matar o vilão jogando ele no espaço. É tudo triste de ver (e engraçado ao mesmo tempo, pasme)...
Eles deviam ter mantido "007 - Somente Para Seus Olhos" como o filme posterior a "007 - O Espião Que Me Amava" e guardado esse para quando a tecnologia evoluísse... sério, tudo nele é trash.
Fora a música tema, que é fantasticamente interpretada por Shiley Bassey, salvam-se a cena de abertura do filme, a cena do bondinho (por ser um clássico para os brasileiros), a perseguição nas lanchas em Foz do Iguaçú/Amazonas (?) e a cena do sexo no espaço, só! Ah! Salva-se também a primeira e única fala do Jaws. haha
Um fato curioso sobre esse filme é que nos créditos, aparecem os locais onde as cenas foram rodadas e entre Itália, Rio de Janeiro, Guatemala, Londres (nos estúdios Pinewood) e Estados Unidos, aparecem também o espaço sideral. ;)
007 - O Espião Que Me Amava é o primeiro roteiro original para cinema da série (Ian Fleming autorizou o uso apenas do título do livro para o cinema), e não é só isso o que a película traz de novo. A música de abertura, por exemplo, é muito melhor que a anterior, interpretada pela Lulu, além do visual da abertura, que é muito mais bonito.
Sem contar que esse é provavelmente o primeiro filme de Bond onde não há como não reparar na fotografia. Até o III ato, no cargueiro, todo ângulo é meticulosamente escolhido.
A sequência nas pirâmides é ímpar, um marco no cinema, com uma trilha de tirar o fôlego, mas que só é original até aí. Acontece que muitos elementos clássicos da disco foram usados na trilha, o que a datou fortemente.
Roger Moore está melhor do que nunca nesse Bond, chegando a me dividir sobre qual o melhor Bond, na minha opinião. Sem contar que é nítido de onde Pierce Brosnan retirou o seu Bond.
A Bond Girl da vez é uma agente russa, a XXX, e é a prova de que uma mulher inteligente é mil vezes mais sexy do que a mais sexy das mulheres burras (sim Goodnight, eu estou olhando para você).
Esse é o filme preferido de Roger Morre na série e até o momento, o meu também. Recomendadíssimo!
Ah! Um fato curioso é que, o clássico anúncio do próximo filme, exibido no final dos créditos, prometia 007 - Somente Para Seus Olhos, mas como Star Wars fez um sucesso incrível em 77, eles acabaram lançando 007 Contra o Foguete da Morte antes, com o filme prometido vindo a ser lançado somente em 81.
Atenção: O texto a seguir pode conter spoilers. Trazendo a trilha sonora mais fraca da série - em ordem cronológica (tanto é que o próprio John Barry afirmou ter odiado seu trabalho neste filme), 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro traz o melhor da ação de James Bond, interpretado por Roger Moore. Nesse filme em que Monneypenny infelizmente quase não aparece, Bond faz uma viagem pela Ásia, e se envolve contra Cristopher Lee um exímio atirador e o assustador anão Nick Nack (sério, eu vou sonhar com essa porra). Com perseguições bem filmadas, as melhores cenas de luta da franquia até agora (acho que nesse quesito, Daniel Craig permanecerá insuperável) e as já clichês cenas de fuga em lancha, esse, que é o nono filme da franquia se revela bem melhor que seu antecessor, e mostra todo o potencial de Moore como o espião britânico que modelou o estilo masculino nas últimas cinco décadas.
Ah! Eu espero de coração que eles parem de usar aquele policial da boca torta, sério. A série não precisa de alívio cômico, muito menos de um norte-americano (numa série tipicamente inglesa) com problema nas glândulas sudoríparas.
Atenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers.
Na oitava aventura de James Bond, temos a estreia de Roger Moore (ator que interpretou o personagem o maior número de vezes, uma a mais que Sean Connery), que traz um Bond mais esperto e sedutor, num filme quase totalmente rodado nos Estados Unidos.
A música tema acabou se tornando um grande clássico, principalmente por ser de autoria de Paul McCartney, um ex-Beatle (apesar de eu e o Bond odiarmos os Beatles), sendo regravada anos depois por Guns N' Roses e aqui no Brasil até pelo Pato Fu, em seu disco infantil, Música de Brinquedo.
Sobre o filme, no começo da década de 70 o gênero blackxpoitation estava em alta, e a franquia de Bond entrou na onda, filmando grande parte do enredo em Nova Orleans e Nova York, bem como trazendo a primeira Bond Girl negra.
A ação é divertida, com uma nova cena de perseguição em lanchas, mas às vezes trata o espectador como idiota, enfiando barcos dentro de carros e piscinas, fazendo qualquer derrapada de um perseguidor causar o capotamento do veículo, bem como cenas de lutas corpo a corpo bem fracas (uma constante na série, até agora). A penúltima luta (aquela contra o principal vilão do filme) é muito, mas muito vergonhosa. Sério!
O filme é bacana e Roger Moore dá um excelente Bond, vamos ver o que nos aguarda.
Um Porto Seguro
3.6 1,1K Assista AgoraSe você se dispõe a assistir um filme com um pôster de um casal prestes a se beijar, não pode reclamar do fato de ser uma história de amor, daquelas mais simples e melosas, poucas são as excessões. Principalmente se estivermos falando de algo baseado na obra de Nicholas Sparks, maior best-seller de romances românticos de nossa geração. Aqui, além de emprestar sua obra, Sparks atua como produtor, então tudo ficou bem como ele queria.
Muita gente reclama que o enredo básico dos livros do autor é sempre o mesmo, com um romance, um motivo para se afastar, um acontecimento inevitável que vai unir o casal... talvez seja esse o segredo para tantas obras em tão pouco tempo.
Mas Um Porto Seguro tem sim algo de diferente. Além do romance que já é sabido, o filme tem uma grande parcela de suspense. Uma caça à protagonista, que quebra o clima doce demais que a história poderia ter.
Atuações razoáveis (exceto pelas duas crianças, que são excelentes) e a escolha de locações perfeitas agradam aos olhos, mas o destaque maior fica por conta da trilha sonora, assim como a maioria dos romances atuais. A música certa no momento certo eleva e muito as cenas aqui.
Há ainda um leve plot-twist no finalzinho que diferencia um pouco mais esse dos outros filmes baseados na obra do autor.
Com direção de Lasse Hallström, mestre no gênero e mesmo cara por trás de Querido John e Sempre ao Seu Lado, Um Porto Seguro não é nada muito além do que se espera, mas não dá pra negar que traz novos elementos ao gênero.
Recomendo pra dividir a companhia daquela pessoa especial. ;)
007: Um Novo Dia Para Morrer
3.2 246 Assista AgoraO último filme da franquia Bond em que Pierce Brosnan assume o papel principal é de longe o seu mais fraco e com exceção dos pastelões de Roger Moore (que são imbatíveis como os piores da franquia) esse aqui é provavelmente o mais chato.
E o pior é que o enredo prometia boas coisas, com um Bond sendo capturado pelos coreanos e mantido preso (e sob tortura). Sai de lá com uma puta barba de fazer inveja em Jesus, com psicológico frito e com a MI6 embirrada com ele.
No entanto, o que vemos é um desfilo de efeitos visuais, como se tudo fosse uma competição pra levar ao cinema o filme com mais tela verde. É carro invisível, avião que parece uma peneira e mesmo assim continua voando, Halle Berry se arremessando do alto da puta que pariu num mergulho de costas, palácio de gelo todo construído em CGI se deteriorando... tsc tsc
Talvez seja fruto da época em que foi feito, logo após Matrix, onde o cinema de ação era sim dos efeitos visuais. Mas transformar uma franquia de espionagem/aventura faz desse filme o mais bizarro da série.
PS: Vocês viram o Gollum lá?
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraGuerreiro, de Gavin O'Connor, é um filme de 2011, ano em que o MMA (de Mixed martial arts, ou artes marciais mistas) estourou com força ao redor do mundo, com a febre do UFC (Ultimate Fighting Championship), uma organização que reunia os melhores lutadores de artes marciais mistas, inspirado no vale-tudo criado no Brasil.
O filme conta a história de dois irmãos, Tommy e Brendan, que cresceram em meio às diferenças de prioridade e hoje lutam para colocar um foco em sua vida. Ambos precisam de dinheiro urgentemente e recorrem à luta para alcançá-lo.
Mas dizer que Guerreiro é só sobre isso seria diminuí-lo bastante. O filme leva ao espectador uma dose cavalar de drama familiar, apresentando a relação conturbada de ambos os filhos com o pai, Paddy, papel que rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante a Nick Nolte. Paddy é um alcoólatra em tratamento, e busca se redimir dos erros cometidos com os filhos quando esses eram apenas crianças. O engraçado é que Anthony Tambakis e Gavin O'Connor, roteiristas do filme, escreveram o papel de Paddy justamente para Nick Nolte (que foi vizinho dos dois em Malibu), mas os produtores do filme não gostaram da ideia. No entanto, os roteiristas bateram o pé o Nick ficou com o papel.
A direção de Gavin O'Connor é segura e muito bem aproveitada nessa história de redenção, que tira bastante o ar de filme de superação, como é o caso da maioria dos filmes de luta, tentando emular Rocky. Aqui O'Connor busca uma aproximação maior com os dramas reais dos personagens, bota a câmera na mão e segue caminhando atrás dos protagonistas, segura o ritmo dos cortes para aumentar a carga emocional e dirige muitíssimo bem as cenas de luta. No caso do MMA, que é uma luta de movimentos bruscos e rápidos, o trabalho do diretor é importantíssimo para o bom entendimento da luta e o aumento da expectativa pelos resultados.
Joel Edgerton impressiona como o carismático professor de física Brendan, mas o destaque fica por contado do insano Tommy, de Tom Hardy. O ator ficou imenso para interpretar o papel, e chegou a quebrar costelas e dedos dos pés e das mãos durante as filmagens.
A cena final do filme, com a música About Today da banda The National foi escolhida para encerrar o longa mesmo antes do fim das filmagens, na verdade a faixa ficava tocando várias vezes na casa dos roteiristas enquanto trabalhavam. A letra da música é sobre duas pessoas se distanciando, tentando se aproximar e com medo de se perderem, e é o encerramento perfeito para o filme, que fez até marmanjo chorar aqui em casa.
Lincoln
3.5 1,5KRoteiro sagaz repleto de diálogos ácidos e parábolas fantásticas, traz uma direção de arte, maquiagem e figurinos imperdíveis. Um deslumbre aos olhos.
Daniel Day-Lewis encarna Lincoln, que eu não conheci na vida real, mas sei que era assim. Tommy Lee Jones é Tomy Lee Jones, e traz uma sensibilidade pra história que ninguém imaginaria. Sally Field também está incrível, uma ótima escolha para o papel de Sra. Lincoln.
O filme tem uma duração longa mas é muito fácil de se cativar, não há como não se envolver com a história e a briga entre esse povo de palavras rápidas. É uma excelente diversão, mas se você estudar um pouquinho a vida deste magnífico presidente antes da sessão, vai desfrutar muito mais da história.
Recomendo!
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraNão há muito que ser dito sobre Os Miseráveis, de Tom Hooper. Talvez cantado, mas não dito...
A adaptação da adaptação (o filme é inspirado no musical da Broadway, que é inspirado no livro de Victor Hugo), é extremamente bonita. A história é um clássico da literatura e se passa num período de tempo que sucede a primeira revolução francesa e passeia pela revolução francesa de 1830.
Neste período conhecemos a vida de Jean Valjean, preso por roubar alguns pães para sanar a fome que levaria à morte seu sobrinho. Jean é colocado em condicional mas decidi recomeçar como um homem livre, e é através de seus olhos que espiamos a miséria em que viviam os franceses quando da primeira revolução resultou um novo rei.
O filme foi o primeiro musical do cinema a gravar as canções ao vivo, enquanto um pianista marcava o tempo para os atores, o que eleva e muito o nível de realismo. E todo o elenco impressiona. Hugh Jackman merecia fortemente a estatueta de melhor ator este ano, seu miserável protagonista é impressionante, assim como Fantine, papel que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante a Anne Hathaway. Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen são ótimos alívios cômicos (e exímios filhos da p%$@) e mesmo os atores mais jovens encantam bastante, com destaque especial para o Gavroche de Daniel Huttlestone, um moleque de pouco mais de dez anos, na época das filmagens.
A fotografia merecia uma indicação ao Oscar, afinal é linda, e a maquiagem do filme impressiona muito, mas muito mesmo. É ela que nos leva entre a riqueza e a miséria e foi um Oscar muito bem recebido, eu diria.
Temos aqui um clássico, um filme que poderia ser só um pouco menos extenso, mas incrivelmente bonito. Não sei se ele é melhor sucedido como adaptação do musical ou do livro, seja qual for a fonte do material, Tom Hooper aproveitou-a ao máximo.
Recomendo fortemente!
007: O Mundo Não É O Bastante
3.3 159 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
O 19º filme da franquia 007 abre com a cena pré-créditos iniciais mais longa e arrastada da franquia, mostrando novamente uma perseguição de lancha, como era clássico dos primeiros filmes mas com a pitada do non-sense inclusa, com a lancha dando um passeio pelas ruas inglesas.
O Mundo Não É o Bastante é o primeiro dos filmes com Brosnan como protagonista a abusar desse efeito. E é também o filme do ator na franquia com as cenas de ação mais canastronas e mal-dirigidas. É corte pra esconder furo de roteiro aqui, é tela verde mal finalizada ali, é erro de continuidade acolá (repare na cena do tiroteio na fábrica de caviar, onde Bond troca a Walther P99 por uma metralhadora e, com o corte da cena, volta para a P99), enfim...
Esse é também o último filme em que Desmond Llewelyn aparece, uma vez que ele morreu num acidente de carro antes da estreia. O que torna tudo muito bizarro é que, no roteiro do filme, Q está treinando um substituto, e chega a falar sobre aposentadoria...
Toda essa falta de cuidado com a continuidade não impede, no entanto, o filme de ser divertido. Dá pra comer uma pipoca e lembrar que esse aí é filho do ano em que Matrix foi lançado, a véspera do bug do milênio (como o novo Q menciona no filme), e por isso, se despede de uma década de cinema de ação fanfarronescamente charmosa.
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Contar uma história que todo mundo sabe o final exige criatividade e bom senso, para não se perder no "meio", aquele emaranhado de ideias que preenchem o final e dão ao espectador alguma razão para permanecer ali.
Contar uma história que todo mundo sabe o final exige convicção, exige timing, e no caso do cinema, uma direção firme e um roteiro direto, sem muita firula.
A história de A Hora Mais Sombria traz um final que todo mundo já conhece, mas fora a criatividade (usada para preencher o recheio do bolo até a exaustão) não sobram muitas das características necessárias acima para o filme.
O roteiro do filme é do também produtor Mark Boal, que trabalhou com Kathryn Bigelow em seu filme anterior, o ganhado do Oscar de Melhor Filme, Guerra ao Terror. Acontece que a pouca experiência de Mark está gritantemente estampada aqui... O filme tem muito mais tempo de tela do que devia, é longo e arrastado, e o roteiro não deixa claro fatos óbvios, como por exemplo, a motivação principal da personagem.
Quem é Maya e por que ela odeia tanto Osama? Ou será que deve-se presumir automaticamente que o maior inimigo norte-americano deve ser odiado por todos simplesmente por ser o maior inimigo norte-americano... assim, sem nenhuma razão mais ampla. E esse não é um caso isolado. O filme se rasga em patriotismo exacerbado, transformando em frouxo quem tem discernimento lógico e passando a mão na cabeça da criança monstro que é a protagonista, porque sério, o caso de Maya é passível de avaliação psicológica urgente.
No fim, todo mundo sabe, esse é "aquele filme sobre a morte do Bin Laden", mas... qual era mesmo a história contada aqui? É a redenção de Maya (e redenção do que, pelo amor de Deus?) ou é a canção de ninar da nova geração estadunidense, que embala a criança na cama com o "calma, tá tudo bem agora". Tudo bem, até o próximo ataque, certo?!
Eu queria fazer uma piadinha e dizer que do título, só o Zero pode ser usado como nota pro filme, mas vou deixar isso pra lá. Ele não foi de todo ruim, tem uma fotografia bonita e uma ou outra piada que te pegam. Dessa vez eu não recomendo não, e, caso for assistir, arrume companhia... Torna mais divertido rir de determinados momentos sérios.
Por um Punhado de Dólares
4.2 421 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers.
Por Um Punhado de Dólares abre a trilogia d'O Homem Sem Nome, com Sergio Leone na direção e Clint Eastwood atuando, no papel que viria a se tornar o mais conhecido de sua carreira.
O filme conta a história de um forasteiro que chega a uma cidade dividida por duas famílias rivais e se aproveita da situação para fazer algum trocado.
Clint é muito carismático e torna impossível não querer conhecer o futuro do personagem. Foi também o responsável por montar parte do visual de Joe, o Homem Sem Nome. Ele comprou um jeans preto, o chapéu e os cigarros pretos, que foi ele mesmo quem cortou.
A fotografia do filme é muito bonita (a fotografia de Django Livre lembra bastante alguns takes daqui). A única coisa que me incomodou foi a redublagem pela qual alguns dos personagens passaram, provavelmente fruto de uma má captação de áudio externa, ou do lançamento internacional do filme, caso algum dos atores tivesse um sotaque muito forte.
Se a redublagem atrapalha, a trilha eleva, inspira. Esse foi o primeiro trabalho de Sergio Leone ao lado de Ennio Morricone, parceria que viria a se estender por todos os filmes futuros do diretor. Morricone cria aqui a alma do western, e fez do assovio uma marca frequente.
Eis aqui um clássico formador de caráter, recomendadíssimo!
007: O Amanhã Nunca Morre
3.3 158 Assista AgoraNo segundo filme da franquia 007, com tema cantado por Sheryl Crown, Pierce Brosnan volta ao papel mais importante de sua carreira e não decepciona.
Com muito mais ação dos que os filmes dos últimos 30 anos, 007 - O Amanhã Nunca Morre traz um roteiro interessante e sequências exageradas, porém, bem dirigidas. Provavelmente o melhor filme do diretor Roger Spottiswoode (o mesmo cara que dirigiu Pare! Senão Mamãe Atira!).
Recomendo!
A Delicadeza do Amor
3.9 919 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter spoilers.
Ganhei esse DVD de presente de aniversário de uma amiga e combinei com a esposa que assistiríamos ao filme o mais rápido possível. Bem, menos de 24 horas depois estávamos aqui, assistindo-o.
Quando assisti Antes do Amanhecer pela primeira vez, decidi que queria me mudar para Viena e viver lá para sempre. Isso tudo porque o filme me levou para conhecer a cidade, com aquele passeio fantástico pela vida de Jesse e Celine. Nove anos depois, Antes do Pôr-do-Sol me apresentou a França assim como conheci Viena anteriormente.
Em A Delicadeza do Amor eu volto ao meu passeio particular, agora na pele de Nathalie, uma garota francesa que se apaixona mas tem a sua vida feita em pedaços por um desastre e precisa aprender a se reerguer.
O filme é muito bonito e atuação de Audrey Tautou é, como sempre, muito boa. Ela faz a garota frágil na pele da mulher independente, interpretando um papel dentro do outro. Na maior parte do filme, Tautou divide a tela com a perspectiva de Marcus Lundell, um dos funcionários da empresa em que ela trabalha e seu subordinado direto, e é aí que começa a graça do filme, porque François Damien interpreta seu papel muito bem: Ele é o cara feio, porém engraçado; gentil, porém desastrado; sincero (atenção à cena em que ele diz que ela está falando como americana e isso não é bom, ri bastante aqui), porém... eu já disse feio? haha Também pudera, além de ator François é humorista e dos bons. Sabe usar muito além do texto para fazer o espectador rir.
Marcus é uma visão clara e precisa de mim, no começo do meu namoro com a esposa. Vindo de um mundo diferente, acreditando piamente em sinais (a cena do discurso do Obama é ótima), lutando com as armas que não possui para poder conquistar a mulher por quem se apaixonou. "Eu poderia passar férias no seus cabelos" é o tipo de coisa que eu diria para a esposa, se não estivesse tremendo tanto.
Por fim, o filme traz várias pequenas cenas deliciosas escondidas, como quando Marcus estende a mão no ar para abrir a porta para Nathalie e a cena corta para a porta real do restaurante, ou como o diálogo na cozinha da avó de Nathalie, ou a sequência final de pique-esconde no jardim... que trabalho lindo e teatral, que roteiro delicioso e que filme bonito. Praticamente uma lasanha de frango, depois de um dia inteiro de jejum.
Recomendo com força (e muito obrigado, Nayara e Léo).
Equilibrium
3.5 603 Assista AgoraEm 1999 um filme mexeu com o mundo cinematográfico, e durante todo o próximo quinquênio, não se falava em outra coisa a não ser The Matrix, que chegou para ser o filme da mudança de uma geração.
Por todo lado se viam filmes inspirados no fenômeno. O efeito especial utilizado com maestria na produção, o bullet-time, foi usado à exaustão. Os figurinos, a trilha eletrônica, os objetos de cena e principalmente o conceito, todos reproduzidos em diversos outros filmes do gênero sci-fi.
Com Equilibrium, primeiro filme do diretor Kurt Wimmer, não foi muito diferente. As comparações são inevitáveis, afinal, está tudo lá... A ideia de um regime totalitarista, a droga que mantém a população escrava, os rebeldes que querem caminhar em direção à luz, os figurinos gótico-chic, sempre pretos, os telefones com discador em formato de disco, a trilha sonora pop-eletrônica, as cenas de luta desaceleradas, o personagem principal praticando artes marciais... enfim...
Equilibrium tem a vantagem de ter um roteiro mais simplificado, para aqueles que acham Matrix complicado demais, por suas várias camadas. Tem também a vantagem de trazer Cristian Bale, que é pouco mais carismático que Keanu Reeves.
Apesar de toda a "inspiração" de Matrix, Kurt Wimmer acerta em cheio nesse filme, muito diferente de seu segundo filme, Ultravioleta, onde tentou reproduzir os mesmos conceitos mais uma vez (e que eu considero o pior filme que eu já vi na vida).
Recomendo fortemente, apesar de insistir em dizer que é praticamente um fan-film da obra dos irmãos Wachovski.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraAtenção: Pode ser que o texto abaixo tenha spoilers. ;)
"Sábado, 24 de março, 1984.
Colégio Shermer, Shermer, lllinois, 60062.
Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que temos que sacrificar um sábado inteiro de castigo pelo que quer que tenhamos feito de errado. O que fizemos
foi errado. Mas achamos que o senhor está louco de nos fazer escrever uma redação dizendo quem achamos que somos.
O que lhe interessa? Você nos vê como quer, nos termos mais simples, nas definições mais convenientes. O senhor nos vê como:
um cérebro, um atleta, uma neurótica, uma princesa e um marginal. Certo? É assim que nos vemos às 7:00 da manhã de hoje. Nos fizeram uma lavagem cerebral..."
Hoje, pela primeira vez, assisti a esse filme, assim, como quem não quer nada. Não que eu não soubesse que se trata de um clássico, um filme de John Hughes, um marco da Sessão da Tarde (passava mesmo esse filme na Sessão da Tarde, gente? o_O), mas quando eu dei play, não estava esperando o que vi.
Eu esperava uma comédia adolescente dos anos 80, mas vi um filme que é muito mais que isso.
O Clube dos Cinco (como ficou conhecido no Brasil) é um drama sobre a juventude. Todo o papo sério que viria a ficar de fora de Curtindo a Vida Adoidado é apresentado aqui com muita maestria pelo diretor e roteirista.
O filme demora um pouco para engrenar, como demoram nossas relações com pessoas diferentes de nós a engrenarem, mas quando nos pega, já era.
A trilha é fantástica e já abre com Don't You (Forget About Me), do Simple Minds, que tem a ver com todo o resto do filme. É fantástico, é muito bonito... o take com a frase do David Bowie que se quebra, é muito emblemático.
Outra cena que vai ficar pra sempre marcada na minha memória desse filme é quando, depois de abrirem seus corações a galera resolve curar suas angústias com rock'n'roll 80's. Ver Bender dançando com a Allison e depois todos os garotos dançando entre si é muito maneiro.
Um simples filme sobre cinco jovens presos na detenção é capaz de gritar comigo mesmo hoje, dez anos desde que comecei a deixar a adolescência de lado.
Definitivamente o tipo de filme que a gente não quer que acabe nunca.
"Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que tivemos que ficar um sábado inteiro de castigo pelo que quer que tenhamos feito de errado. Só achamos loucura você nos fazer escrever uma redação sobre quem pensamos ser. Você nos vê como quer nos ver, nos termos mais simples, nas
definições mais convenientes.
Mas o que descobrimos é que cada um de nós é um: cérebro, um atleta, uma neurótica, uma princesa e um marginal.
Isso responde sua pergunta?
Sinceramente,
O Clube dos Cinco."
Pode deixar, galera. Eu não vou me esquecer de vocês.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraFinalmente assisti esse filme que traz uma bela fotografia e uma história melhor ainda. Depois de vários e vários filmes, o que define os clássicos não é o roteiro, a direção ou a trilha sonora... é a soma de todas essas coisas.
Recomendo fortemente esse belo filme.
007 Contra GoldenEye
3.6 269 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers
O 17º filme da franquia Bond troca de ares de uma vez por todas, mudando o protagonista, o diretor e até a década. Troca também o roteiro, que de adaptado passa a ser original... É que 007 Contra GoldenEye é o primeiro filme completamente original da série, utilizando-se apenas do universo criado por Ian Fleming.
Dessa vez temos Pierce Brosnan como James Bond (papel que o ator recusou em 1987, por conta de outros projetos em que estava envolvido), e assim como foi feito com George Lazenby, há um certo suspense para revelar o novo rosto do agente numa das melhores sequências de introdução de toda a série (quiçá, da história do cinema), senão a melhor, na qual Bond atua ao lado do agente 006, interpretado aqui por Sean Bean.
E em pouco mais de 3 minutos de película, somos apresentados à nova franquia e como as coisas serão daí por diante. Uma nova M, uma nova Monneypenny, uma nova sede para a MI6, um novo carro, mas a mesma vodka martini batida, mas não mexida.
O enredo está entre o Top 3 da série, e apresenta novos personagens antigos, mantendo coerência ao citá-los e o humor que Roger Moore enfiou na série e que Timothy Dalton reduziu com louvor, volta aqui ao ponto ideal, ao ponto Sean Connery, com Bond passeando de tanque por uma cidade russa enquanto se preocupa com a posição de sua gravata.
A direção de Martin Campbell é muito boa, conduzindo a ação de modo hipnótico e trazendo a câmera para a mão nos takes de suspense, trabalho que o diretor brilhantemente repetiu em Casino Royale.
O descanso de quase seis anos fez bem aos produtores e ao personagem... 007 Contra GoldenEye figura fácil entre os melhores filmes da franquia e foi o primeiro até agora que entrou para a minha galeria de filmes favoritos.
Sean Connery, você sempre será lembrado, mas GoldenEye é o filme da minha geração.
007: Permissão Para Matar
3.4 150 Assista AgoraAtenção, o texto a seguir pode conter spoilers:
O décimo sexto filme da franquia demora a engrenar (apesar de fazer de tudo para te pegar desde a primeira cena), mas traz um final explosivo, com um Bond vingativamente puto. Também é engraçado ver Benício Del Toro bem novinho, como vilão da franquia.
Pra terminar, esperemos pelo próximo filme, sem John Glen e suas cenas de treta em veículos aéreos, afinal, já enjoou.
007: Marcado para a Morte
3.4 138 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Dando início à semi-nova fase de James Bond no cinema (troca-se o ator principal, mas o diretor faz questão de estampar sua marca aqui também), 007 - Marcado Para Morrer traz de volta um Bond que não se via há quase uma década.
Timothy Dalton estreia no papel principal, e apesar de não ser tão charmoso como Connery ou Moore (em seus primeiros trabalhos) não decepciona, e de cara já enfrenta uma cena de ação fantástica, onde vemos também os agentes 002 e 004.
E sobre a qualidade das cenas de ação, só resta admirar como a mão de John Glen melhorou nesse aspecto. Viciado em perseguições aéreas, apresenta neste filme uma briga do lado de fora de um avião totalmente excelente.
Com uma trama muito segura (provavelmente a melhor da fase de John Glen), o filme não desaponta, e mesmo com alguma gordura, consegue cativar bastante. Há um plot twist tímido, e um vilão com motivações reais, sem a megalomania psicótica típica da série, tornando o roteiro, que ultimamente andava completamente débil e sem charme algum, em algo mais sedutor.
Assim como em seu antecessor, a música de abertura de The Living Daylights abusa do ritmo clássico dos anos 80, datando completamente o tema e a trilha do filme.
Fora isso temos aqui uma boa diversão. O melhor Bond da década de 80, até agora! Recomendo.
007: Na Mira dos Assassinos
3.4 141 Assista AgoraCom um tema de abertura fraquíssimo pelo Duran Duran (?), 007 Na Mira dos Assassinos encerra a geração Moore, já passando um pouco da hora, uma vez que o ator já estava beirando as seis décadas de vida, durante a produção deste filme. A propósito, não tenho nada contra sexagenários em filmes de ação, adoro o Stallone em Rocky, Rambo IV ou Mercenários, mas um Bond sessentão não colou não.
Infelizmente nos despedimos também de Lois Maxwell, que por sinal tem a mesma idade de Moore (ambos eram também amigos íntimos, tendo Maxwell declarado certa vez que "Moore era o Bond perfeito para casar e Connery o perfeito para ser o amante").
Quanto ao filme, bem... Essa é mais uma aventura de Bond nos Estados Unidos (o que nos faz questionar se a americanização do personagem ocorrida no fim da década de 60 foi uma boa coisa), divertida, porém sem nada que o destaque dos outros 23 filmes da franquia.
Chegou ao ponto de só se distinguir os filmes pelos sidekicks do vilão, como May Day nesse, Jaws em O Espião Que Me Amava e O Foguete da Morte, Nick Nack em Pistola de Ouro, enfim...
No entanto, apesar de um filme fraco de roteiro, neste vemos bem menos sequências vergonhosas de humor forçado, do que no anterior, como a vexante sequência do Tarzan. O que parece ter sido proposital, até.
É, portanto, um bom filme, trazendo um Cristopher Walken meio lunático (e quando ele não é?) como vilão, mas que no fim das contas, é simplesmente mais do mesmo!
007 Contra Octopussy
3.4 140 Assista AgoraEsse filme é tão ruim que eu nem sei por onde começar. Eu vou me abster de comentá-lo, sério.
Já está mais do que na hora de Roger Moore entregar as cartas, ainda bem que o próximo filme é o último dele na franquia. Passou de estiloso a vergonhoso vê-lo em cena. E reaproveitar Bond Girl também é triste. Tá faltando mulher no mundo, poxa?!
Cenas como
a do Tarzan, a de Bond vestido de palhaço, a cena da luta sobre o avião (culminando na morte do vilão pica das galáxias do jeito mais esdrúxulo possível)
Esse filme sozinho torna a série Austin Powers desnecessária. Filme de humor ruim e mal feito.
Hércules
3.8 585 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Da mesma dupla criadora de A Pequena Sereia, Aladdin e posteriormente A Princesa e o Sapo, Hércules foi produzido em 1997, e é o primeiro longa animado da Disney inspirado na mitologia, ao invés de em um conto clássico.
Aproveitando-se de contar uma história no Olimpo para introduzir uma série de novos efeitos de coloração em neon, o filme é coloridíssimo e deixa seu antecessor, O Corcunda de Notre Dame no chinelo. E isso é só parte da identidade visual do longa.
Os personagens tem um traço estilizado, rude, para reproduzir a arte de figuras vermelhas, onde jarros de argila eram ilustrados com tinta preta. Bem como todo o cenário tem proporções simétricas, ou remetem a formas geográficas, outro traço forte da arte Grega.
O visual criado para o Mundo Inferior só escapa de ser completamente assombrador por conta dos alívios cômicos criados nos personagens Agonia e Pavor, bem como no próprio Hades que é um diabo genialmente engraçado. O par romântico também foge do esteriótipo clássico Disney, uma vez que Megara está longe de fazer o estilo princesa.
A trilha é muito boa e no Brasil foi muito bem interpretada pelo ex-LS Jack (uma banda em alta, na época do filme), Marcus Mena. Na versão latina do filme, Hércules é dublado por Rick Martin.
Sendo o antepenúltimo filme da fase de ouro da Disney, Hércules surpreende muito, com enredo enxuto e boa diversão. Recomendadíssimo!
007: Somente Para Seus Olhos
3.5 120 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers.
Chegamos à década de 80 com direção de John Glen (que por sinal, foi o único diretor da franquia nesta década) para, pela primeira vez na série, adaptarem um conto de Ian Fleming, ao invés de um livro inteiro do autor. Talvez isso explique o porquê de o roteiro ser tão lento...
Outra coisa sobre esse filme é como podemos perceber um Roger Morre cansado. A princípio, ele não queria o papel novamente, e só aceitou após renegociaçõe$ do contrato. Eu, sinceramente, acho que ele devia ter passado a vez. Moore já não tem o vigor necessário para um Bond, e em paralelo a isso, ressaltando ainda mais essa estranheza, as Bond Girls estão cada vez mais jovens, aumentando e muito o efeito do Tio da Sukita (que é um comercial tão velho que só tios da Sukita entenderão! hahaha
Um fato curioso é que durante a preparação para as filmagens, Bernard Lee acabou falecendo, por isso não vemos M neste filme.
Se eu tivesse que resumir minha opinião em uma só linha eu diria que ele é o mais morno da série (apesar de ser recheado de ação).
Sem vilão megalomaníaco, sem dominação mundial, sem uma sequência de perseguição realmente boa, 007 - Somente Para Seus Olhos traz as novidades na tecnologia, mas para por aí.
Abertura:
007 Contra o Foguete da Morte
3.2 175 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.
Devido ao sucesso de Star Wars nas bilheterias em 77, a franquia 007 se apressou em produzir um filme que se passasse no espaço. E foi o que eles fizeram, mas ninguém pode dizer que deu certo.
Dez anos após o homem pisar na lua pela primeira vez, uma série de vergonhas alheias podem ser vistas nesse filme, como uma nave espacial que abre o compartimento de carga, da qual desce um exército munido de pistolas a laser, e no meio do espaço eles começam a trocar tiros. São tantos clichês que doem os olhos. Os atores se movendo devagar para simular a gravidade zero, ou Bond ativando o laser da nave espacial para o modo manual, pra ter uma cena a lá Star Wars, ou mesmo a ideia de matar o vilão jogando ele no espaço. É tudo triste de ver (e engraçado ao mesmo tempo, pasme)...
Eles deviam ter mantido "007 - Somente Para Seus Olhos" como o filme posterior a "007 - O Espião Que Me Amava" e guardado esse para quando a tecnologia evoluísse... sério, tudo nele é trash.
Fora a música tema, que é fantasticamente interpretada por Shiley Bassey, salvam-se a cena de abertura do filme, a cena do bondinho (por ser um clássico para os brasileiros), a perseguição nas lanchas em Foz do Iguaçú/Amazonas (?) e a cena do sexo no espaço, só!
Ah! Salva-se também a primeira e única fala do Jaws. haha
Um fato curioso sobre esse filme é que nos créditos, aparecem os locais onde as cenas foram rodadas e entre Itália, Rio de Janeiro, Guatemala, Londres (nos estúdios Pinewood) e Estados Unidos, aparecem também o espaço sideral. ;)
Recomendo só pra rir, sério.
Abertura:
007: O Espião que me Amava
3.6 157 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter spoilers.
007 - O Espião Que Me Amava é o primeiro roteiro original para cinema da série (Ian Fleming autorizou o uso apenas do título do livro para o cinema), e não é só isso o que a película traz de novo. A música de abertura, por exemplo, é muito melhor que a anterior, interpretada pela Lulu, além do visual da abertura, que é muito mais bonito.
Sem contar que esse é provavelmente o primeiro filme de Bond onde não há como não reparar na fotografia. Até o III ato, no cargueiro, todo ângulo é meticulosamente escolhido.
A sequência nas pirâmides é ímpar, um marco no cinema, com uma trilha de tirar o fôlego, mas que só é original até aí. Acontece que muitos elementos clássicos da disco foram usados na trilha, o que a datou fortemente.
Roger Moore está melhor do que nunca nesse Bond, chegando a me dividir sobre qual o melhor Bond, na minha opinião. Sem contar que é nítido de onde Pierce Brosnan retirou o seu Bond.
A Bond Girl da vez é uma agente russa, a XXX, e é a prova de que uma mulher inteligente é mil vezes mais sexy do que a mais sexy das mulheres burras (sim Goodnight, eu estou olhando para você).
Esse é o filme preferido de Roger Morre na série e até o momento, o meu também. Recomendadíssimo!
Ah! Um fato curioso é que, o clássico anúncio do próximo filme, exibido no final dos créditos, prometia 007 - Somente Para Seus Olhos, mas como Star Wars fez um sucesso incrível em 77, eles acabaram lançando 007 Contra o Foguete da Morte antes, com o filme prometido vindo a ser lançado somente em 81.
Abertura: youtu.be/oenIY_EksGw
007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro
3.5 148 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode conter spoilers.
Trazendo a trilha sonora mais fraca da série - em ordem cronológica (tanto é que o próprio John Barry afirmou ter odiado seu trabalho neste filme), 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro traz o melhor da ação de James Bond, interpretado por Roger Moore.
Nesse filme em que Monneypenny infelizmente quase não aparece, Bond faz uma viagem pela Ásia, e se envolve contra Cristopher Lee um exímio atirador e o assustador anão Nick Nack (sério, eu vou sonhar com essa porra).
Com perseguições bem filmadas, as melhores cenas de luta da franquia até agora (acho que nesse quesito, Daniel Craig permanecerá insuperável) e as já clichês cenas de fuga em lancha, esse, que é o nono filme da franquia se revela bem melhor que seu antecessor, e mostra todo o potencial de Moore como o espião britânico que modelou o estilo masculino nas últimas cinco décadas.
Ah! Eu espero de coração que eles parem de usar aquele policial da boca torta, sério. A série não precisa de alívio cômico, muito menos de um norte-americano (numa série tipicamente inglesa) com problema nas glândulas sudoríparas.
Com 007 Viva e Deixe Morrer
3.5 177 Assista AgoraAtenção: O texto a seguir pode trazer alguns spoilers.
Na oitava aventura de James Bond, temos a estreia de Roger Moore (ator que interpretou o personagem o maior número de vezes, uma a mais que Sean Connery), que traz um Bond mais esperto e sedutor, num filme quase totalmente rodado nos Estados Unidos.
A música tema acabou se tornando um grande clássico, principalmente por ser de autoria de Paul McCartney, um ex-Beatle (apesar de eu e o Bond odiarmos os Beatles), sendo regravada anos depois por Guns N' Roses e aqui no Brasil até pelo Pato Fu, em seu disco infantil, Música de Brinquedo.
Sobre o filme, no começo da década de 70 o gênero blackxpoitation estava em alta, e a franquia de Bond entrou na onda, filmando grande parte do enredo em Nova Orleans e Nova York, bem como trazendo a primeira Bond Girl negra.
A ação é divertida, com uma nova cena de perseguição em lanchas, mas às vezes trata o espectador como idiota, enfiando barcos dentro de carros e piscinas, fazendo qualquer derrapada de um perseguidor causar o capotamento do veículo, bem como cenas de lutas corpo a corpo bem fracas (uma constante na série, até agora).
A penúltima luta (aquela contra o principal vilão do filme) é muito, mas muito vergonhosa. Sério!
O filme é bacana e Roger Moore dá um excelente Bond, vamos ver o que nos aguarda.