vi o filme despretensiosamente no arte 1, sem saber nada sobre (a programação da tv à cabo tava com erro, não aparecia nem o nome do filme). fiquei impressionada com a beleza singela da história e o ritmo verossímil tão harmônico com a atmosfera psicólogica dos personagens. mas o que me pegou mesmo foi a fotografia: belíssima com iluminações naturais do sertão tão perfeitas que pareciam calculadas e iluminações no menino Zeca tão caravaggianas quanto orgânicas. eis que, para minha surpresa, nos créditos descubro que o filme é do conterrâneo Petrus Cariry (tava apostando em algum pernambucano, a maioria das fichas foram no Mascaro). e eis que, não para minha surpresa, a fotografia é de Ivo Lopes Araújo.
para desafiar sua família, a si mesmo e ao decoro exemplar de sua classe (branco, norte-americano, classe média), primeiro constrói a jornada clichê da criança/adolescente que afunda nas drogas no primeiro ano da universidade. ao perceber que o confronto não abala nenhum pouco a estrutura que o menino mimado tentou desafiar e que só quem tava se fodendo era ele (e muito), Timothy decide largar as drogas e enveredar por outro caminho de auto-afirmação que confronta uma estrutura bem mais complexa e sólida do que os valores da sociedade estadunidense: a natureza.
o cara se infiltra no território de um dos animais mais selvagens do planeta defendendo o argumento de que eles são "mal-compreendidos" como se os animais que vivem naturalmente de acordo com os seu parâmetros de selvageria, portanto em outra ordem moral (ou amoral) que não se aproxima nenhum pouco da ordem humana tivessem alguma pretensão falha de se encaixar nos padrões humanos. o nosso missionário Tim vai lá como se estivesse encarregado de educá-los ou extrair uma suposta educação já inerente ao bichos. um proselitista antropocêntrico nojento disfarçado de ecologista. nada mais coerente com o modus operandi da realidade que ele tenha sido trucidado pelos ursos.
nada mais coerente com a podridão da conduta especista humana que o urso tenha sido assasinado à balas em punição simplesmente por agir como um urso.
no mais, em termos cinematográficos, o filme é incrível. montagem e decupagem muito bem feitas de filmagens que sequer foram feitas pelo herzog e entrevistas muito bem selecionadas (principalmente a do legista, que leva a refletir sobre o decoro que é ativado na relação homem-câmera). apesar do Tim ser um filho da puta, não deixa de ser um incrível objeto de documentário.
Herzas: se garantiu. Timothy Treadwell: achei foi pouco.
que obra-prima, velho! tecnicamente, com a porra da câmera dançando com maestria e domínio do ritmo e intervalos de movimentos em um plano sequência incessante ao longo do filme quase inteiro - que se interrompe num momento bem pertinente. narrativamente... se o Gabo ainda estivesse conosco e fosse fazer um filme contextualizado na nossa década, seria assim: realismo fantástico que diz mais da realidade do que a realidade bruta. a angústia de ser artista foi bem representada por michael keaton de uma forma ímpar... o último que me provocou sensação similar foi cassavetes. palmas!
Hamaca Paraguaya
3.9 15puta que pariu!
O Grão
3.5 19o Ivo não deixa passar uma, né...
vi o filme despretensiosamente no arte 1, sem saber nada sobre (a programação da tv à cabo tava com erro, não aparecia nem o nome do filme). fiquei impressionada com a beleza singela da história e o ritmo verossímil tão harmônico com a atmosfera psicólogica dos personagens. mas o que me pegou mesmo foi a fotografia: belíssima com iluminações naturais do sertão tão perfeitas que pareciam calculadas e iluminações no menino Zeca tão caravaggianas quanto orgânicas.
eis que, para minha surpresa, nos créditos descubro que o filme é do conterrâneo Petrus Cariry (tava apostando em algum pernambucano, a maioria das fichas foram no Mascaro).
e eis que, não para minha surpresa, a fotografia é de Ivo Lopes Araújo.
O Homem-Urso
4.1 141 Assista Agoraum típico playboy norte-americano completamente perdido no conforto que a sua condição social proporciona.
para desafiar sua família, a si mesmo e ao decoro exemplar de sua classe (branco, norte-americano, classe média), primeiro constrói a jornada clichê da criança/adolescente que afunda nas drogas no primeiro ano da universidade. ao perceber que o confronto não abala nenhum pouco a estrutura que o menino mimado tentou desafiar e que só quem tava se fodendo era ele (e muito), Timothy decide largar as drogas e enveredar por outro caminho de auto-afirmação que confronta uma estrutura bem mais complexa e sólida do que os valores da sociedade estadunidense: a natureza.
o cara se infiltra no território de um dos animais mais selvagens do planeta defendendo o argumento de que eles são "mal-compreendidos" como se os animais que vivem naturalmente de acordo com os seu parâmetros de selvageria, portanto em outra ordem moral (ou amoral) que não se aproxima nenhum pouco da ordem humana tivessem alguma pretensão falha de se encaixar nos padrões humanos. o nosso missionário Tim vai lá como se estivesse encarregado de educá-los ou extrair uma suposta educação já inerente ao bichos.
um proselitista antropocêntrico nojento disfarçado de ecologista. nada mais coerente com o modus operandi da realidade que ele tenha sido trucidado pelos ursos.
nada mais coerente com a podridão da conduta especista humana que o urso tenha sido assasinado à balas em punição simplesmente por agir como um urso.
no mais, em termos cinematográficos, o filme é incrível. montagem e decupagem muito bem feitas de filmagens que sequer foram feitas pelo herzog e entrevistas muito bem selecionadas (principalmente a do legista, que leva a refletir sobre o decoro que é ativado na relação homem-câmera). apesar do Tim ser um filho da puta, não deixa de ser um incrível objeto de documentário.
Herzas: se garantiu.
Timothy Treadwell: achei foi pouco.
Van Gogh
3.7 17o cara tem que se esforçar pra fazer um filme tão ruim, viu...
Muriel ou o Tempo de um Retorno
3.8 14 Assista Agoraô, resnais, por que me decepcionaste? :/
Edward Hopper e a Tela em Branco
4.2 6tem como conseguir encontrar esse documentário em algum lugar que não seja o arte 1? :(
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista Agoraque obra-prima, velho!
tecnicamente, com a porra da câmera dançando com maestria e domínio do ritmo e intervalos de movimentos em um plano sequência incessante ao longo do filme quase inteiro - que se interrompe num momento bem pertinente.
narrativamente... se o Gabo ainda estivesse conosco e fosse fazer um filme contextualizado na nossa década, seria assim: realismo fantástico que diz mais da realidade do que a realidade bruta.
a angústia de ser artista foi bem representada por michael keaton de uma forma ímpar... o último que me provocou sensação similar foi cassavetes.
palmas!
Duna de Jodorowsky
4.5 143onde é que acha essa pérola pra baixar?
Desejo e Reparação
4.1 1,5K Assista Agorabléun.