Últimas opiniões enviadas
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ABC da Greve
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Uma análise documental unica, de um recorte espaço-temporal brasileiro. Essa preciosidade do cinema nacional transborda a analise documental e se consolida como uma construção poética cravejada de povo. O registro imagético é grandioso e muitas vezes fala por si só. O olhar certeiro de Leon consegue capturar a forte simbologia e significação dessa histórica luta de classes na região do ABC.
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Intenso, atraente e incrivelmente sensível. A direção de Matheus captura o expectador com uma inteligencia inconteste. Cheio de transições surpreendentes as cenas estão sempre permeadas por diversos afetos. A capacidade de transitar por afetos opostos em uma unica cena, evidencia a sensibilidade desse diretor que, a partir de sua experiencia atoral, consegue transmitir uma impactante mensagem visual. Capturada por Daniel de oliveira, essa experiencia sensível-tátil, permeada de afetos, é responsável por uma das atuações mais impactantes do cinema nacional. Uma atuação que extrapola o corpóreo e contamina não só os atores em cena, como também, os expectadores frente a grande tela. É simplesmente Fascinante! Personagens "secundários" carregados de densidades psicológica, cheios de camadas contribuem para a consolidação desta como uma promissora obra cinematográfica.
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Sem sombra de duvidas a pauta da violência que dilacera corpos femininos no Brasil precisa ser urgentemente debatida, precisamos, indiscutivelmente, responsabilizar seus atores. A narrativa de Cristiano, aqui, no entanto, adquire um certo teor punitivista que causa estranheza. Aliança com o jornalismo policialesco, que não exita em reafirmar o viés mercadológico-empresarial de sua existência: "Dá Ibope"; A velada forma de criminalização do acampamento de trabalhadores rurais reafirmada com a pérola jornalistica: "grilos/moscas estão sempre por aqui"; O conformismo em até buscar ajuda dos 'homens sem fardas' são escapes simbólicos que não passam despercebidos. Indignação, revolta, explosão e necessidade de responsabilizar são afetos e sensações necessariamente legítimos, sem os quais a produção cinematográfica nada seria. Em nenhuma hipótese questiono isso nessa produção. O teor "justiceiro-punitivista" que povoou o filme me fez perguntar, se de fato, a arma contra essa brutal violência sistêmica foi a arte.