Apaixonado por John Ford e acusado injustamente em seu país de ser muito ocidentalizado, Akira Kurosawa mostrou para o mundo “Os Sete Samurais”, que serviu de lição de casa pra muito Sergio Leone, Steven Spielberg, George Lucas e Tarantino da vida. Seu perfeccionismo não poderia resultar em algo menor do que isso, além da direção de arte minuciosa, do ótimo trabalho com figurinos e atores, utilizava no mínimo três câmeras para filmar uma cena e fazia story boards enormes em forma de quadros.
O diretor faz um estudo muito bom de cada um dos sete samurais, do contraste de temperamentos, valores e consegue segurar a peteca muito bem ao longo das três horas e meia de duração. Pra quem não conhece muita coisa sobre samurais (meu caso), é uma ótima maneira de se adentrar. A segunda parte, especialmente a última meia hora é demais, as batalhas são conduzidas com uma maestria absurda e o final também não deixa nada a desejar.
David Lynch dirigindo filme da Disney, aparentemente grande bomba. Não sei por que demorei tanto pra ver “The Straight Story”, gosto muito quando o protagonista é alguém de idade elevada, pois sempre ensina alguma coisa, sempre tem algo a dizer, alguns exemplos recentes ótimos são “Gran Torino” e “No Country For Old Men.” Ótimas atuações de Sissy Spacek e principalmente de Richard Farnsworth, impossível não simpatizar com o velhinho. Grande experiência de um grande diretor que se afasta de seu estilo e realiza um road movie simples, leve e bem filmado. Estava precisando ver um filme assim.
Roteiro de Dario Argento e Bernardo Bertolucci, trilha de Ennio Morricone, com Charles Bronson, Henry Fonda, Claudia Cardinale e Jason Robards dirigido por Sergio Leone, o resultado não poderia ser inferior a isso. O diretor deixa de lado seu ritmo rápido pra realizar um western em tom de ópera, cada frame é perfeito, cada minuto a narrativa cresce e seus mistérios são desvendados. Período importante da história americana usado por Leone que realizou o melhor filme do gênero ao lado de “Três Homens em Conflito.”
Sergei Einstein em seu segundo filme retrata revolução de maneira revolucionária a sua época. O caos da massa libertária contra a ordem desumana imposta pelo estado, tudo executado de uma maneira que precisava ser feita pra mudar o rumo do cinema. A montagem de “Encouraçado Pomtemik” foi uma das maiores contribuições do diretor, a maestria que com que executa algumas cenas foi lição de casa pra muito Orson Welles, Scorsese e Brian de Palma da vida.
Solaris fica melhor a cada minuto que passa, a cada vez que é revisto. Reflexão e visual tratado com a mesma importância, com a mesma dosagem de intensidade. Tinha que ser você Tarkovsky.
"Quando um homem é feliz, o significado da vida e outros assuntos da eternidade, raramente o interessam."
Mostrou alguns dos melhores planos sequência que já vi. Ouso dizer que se estivesse vivo, Orson Welles aplaudiria esse filme e apertaria a mão de Alfonso Cuarón.
Paul Newman e Robert Redford formaram uma das duplas mais icônicas do cinema, vivendo dois foras da lei que se completam mais ou menos assim: Butch Cassidy (Newman) é o cérebro, arquiteta tudo, Sundance Kid (Redford) executor, sem medo de tiroteio, o típico personagem fantasioso e exagerado, da mira perfeita, que acerta tudo. A dupla funciona tão bem que reapareceu em “Golpe de Mestre”, do mesmo diretor, Roy Hill. Os diálogos rápidos e as tiradas da dupla somadas às situações comuns de filmes do gênero também funcionam, mas se o assunto for western, Leone faz bem mais o meu tipo, em todos os sentidos. B. J. Thomas também merece destaque, apesar de não ser mais tão conhecido, tem tudo a ver com o filme, sua “Raindrops Keep Fallin’ On My Head” ficou perfeita.
Joel Schumacher é do tipo que faz bem quando não se envolve em mega produções. Esse "Phone Boot" me prendeu do início ao fim, em algumas cenas cheguei até mesmo a ficar arrepiado, numa New York bem real, tratada da maneira mais urbana possível. Ótimo roteiro, edição, as atuações de Collin Farrel e Forest Whitaker são muito boas e a voz de Kieffer Sutherland é perfeita para o personagem. Quanto as personagens femininas, não gosto de nenhuma das duas atriz. Não fosse o final que não considero à altura do desenvolvimento do filme e principalmente, os motivos que levaram o tal atirador a cometer tais atos, com certeza adicionaria aos favoritos junto as cinco estrelas.
Sério que o cara arquiteta tudo aquilo só pra trazer honestidade pra um carinha qualquer, que trai a esposa e mente pra todo mundo? Nossa que bela maneira de mudar as pessoas (estou sendo irônico). Com tal idéia, poderiam dar um desfecho e um personagem bem mais complexo que isso.
Aquela cena da garfada na coxa é a melhor, o plano seguinte, filmado de fora da casa e cena da roleta russa, referência a "Dear Hunter" tbm são muito boas.
Poderia ficar a noite inteira revendo as cenas em slow motion com a delicada Maggie Cheung e seus 46 vestidos. Ah Wong Kar-Wai, só você pra juntar a música de Nat king Cole e a fotografia de Christopher Doyle, Ping Bing Lee e William Ching. Dos filmes de romance mais relevantes da última década, sem mais.
Wong Kar-Wai como sempre demonstrando sua extrema sensibilidade, fazendo um bom uso do wide screen com movimentos de câmera precisos, ótimo na escolha de locações, trilha sonora, fotografia perfeita de Christopher Doyle (colaborador usual do diretor, considero o maior destaque do filme) em outro acerto na parceria com Tony Leung Chiu Wai. Prato cheio pra quem procura cinema de arte e não é homofóbico de plantão.
Não entendo pessoas que criticam o remake e amam o original, sendo que são praticamente a mesma coisa, dirigidos pelo mesmo Michael Haneke e ambos com bom elenco, sendo que na versão americana, vemos Tim Roth e Naomi Watts, tão bons quanto os atores do original e Michael Pitt se saiu bem melhor que o ator desta versão. Ah, lembrei, tem aquele pequeno grande detalhe, o original é europeu, então é melhor adora-lo, pois é mais cult...
Não é a toa que este é o filme favorito de Paul Thomas Anderson, quem viu Network e Magnolia, sabe que Jimmy Gator nada mais é do que uma versão conformista de Howard Beale, enfeitado pelo simolismo de seu quiz show. Quase não existem mais diretores com a filmografia do nível de Lumet, acho que seu maior discípulo Thomas Anderson é um dos poucos. "I'm mad as hell and i'm not gonna take this anymore!"
Os Sete Samurais
4.5 404Apaixonado por John Ford e acusado injustamente em seu país de ser muito ocidentalizado, Akira Kurosawa mostrou para o mundo “Os Sete Samurais”, que serviu de lição de casa pra muito Sergio Leone, Steven Spielberg, George Lucas e Tarantino da vida. Seu perfeccionismo não poderia resultar em algo menor do que isso, além da direção de arte minuciosa, do ótimo trabalho com figurinos e atores, utilizava no mínimo três câmeras para filmar uma cena e fazia story boards enormes em forma de quadros.
O diretor faz um estudo muito bom de cada um dos sete samurais, do contraste de temperamentos, valores e consegue segurar a peteca muito bem ao longo das três horas e meia de duração. Pra quem não conhece muita coisa sobre samurais (meu caso), é uma ótima maneira de se adentrar. A segunda parte, especialmente a última meia hora é demais, as batalhas são conduzidas com uma maestria absurda e o final também não deixa nada a desejar.
Uma História Real
4.2 298David Lynch dirigindo filme da Disney, aparentemente grande bomba. Não sei por que demorei tanto pra ver “The Straight Story”, gosto muito quando o protagonista é alguém de idade elevada, pois sempre ensina alguma coisa, sempre tem algo a dizer, alguns exemplos recentes ótimos são “Gran Torino” e “No Country For Old Men.” Ótimas atuações de Sissy Spacek e principalmente de Richard Farnsworth, impossível não simpatizar com o velhinho. Grande experiência de um grande diretor que se afasta de seu estilo e realiza um road movie simples, leve e bem filmado. Estava precisando ver um filme assim.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraRoteiro de Dario Argento e Bernardo Bertolucci, trilha de Ennio Morricone, com Charles Bronson, Henry Fonda, Claudia Cardinale e Jason Robards dirigido por Sergio Leone, o resultado não poderia ser inferior a isso. O diretor deixa de lado seu ritmo rápido pra realizar um western em tom de ópera, cada frame é perfeito, cada minuto a narrativa cresce e seus mistérios são desvendados. Período importante da história americana usado por Leone que realizou o melhor filme do gênero ao lado de “Três Homens em Conflito.”
O Encouraçado Potemkin
4.2 343 Assista AgoraSergei Einstein em seu segundo filme retrata revolução de maneira revolucionária a sua época. O caos da massa libertária contra a ordem desumana imposta pelo estado, tudo executado de uma maneira que precisava ser feita pra mudar o rumo do cinema. A montagem de “Encouraçado Pomtemik” foi uma das maiores contribuições do diretor, a maestria que com que executa algumas cenas foi lição de casa pra muito Orson Welles, Scorsese e Brian de Palma da vida.
Solaris
4.2 369 Assista AgoraSolaris fica melhor a cada minuto que passa, a cada vez que é revisto. Reflexão e visual tratado com a mesma importância, com a mesma dosagem de intensidade. Tinha que ser você Tarkovsky.
"Quando um homem é feliz, o significado da vida e outros assuntos da eternidade, raramente o interessam."
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraMostrou alguns dos melhores planos sequência que já vi. Ouso dizer que se estivesse vivo, Orson Welles aplaudiria esse filme e apertaria a mão de Alfonso Cuarón.
Butch Cassidy
4.2 284 Assista AgoraPaul Newman e Robert Redford formaram uma das duplas mais icônicas do cinema, vivendo dois foras da lei que se completam mais ou menos assim: Butch Cassidy (Newman) é o cérebro, arquiteta tudo, Sundance Kid (Redford) executor, sem medo de tiroteio, o típico personagem fantasioso e exagerado, da mira perfeita, que acerta tudo. A dupla funciona tão bem que reapareceu em “Golpe de Mestre”, do mesmo diretor, Roy Hill. Os diálogos rápidos e as tiradas da dupla somadas às situações comuns de filmes do gênero também funcionam, mas se o assunto for western, Leone faz bem mais o meu tipo, em todos os sentidos. B. J. Thomas também merece destaque, apesar de não ser mais tão conhecido, tem tudo a ver com o filme, sua “Raindrops Keep Fallin’ On My Head” ficou perfeita.
Por um Fio
3.4 590 Assista AgoraJoel Schumacher é do tipo que faz bem quando não se envolve em mega produções. Esse "Phone Boot" me prendeu do início ao fim, em algumas cenas cheguei até mesmo a ficar arrepiado, numa New York bem real, tratada da maneira mais urbana possível. Ótimo roteiro, edição, as atuações de Collin Farrel e Forest Whitaker são muito boas e a voz de Kieffer Sutherland é perfeita para o personagem. Quanto as personagens femininas, não gosto de nenhuma das duas atriz. Não fosse o final que não considero à altura do desenvolvimento do filme e principalmente, os motivos que levaram o tal atirador a cometer tais atos, com certeza adicionaria aos favoritos junto as cinco estrelas.
Sério que o cara arquiteta tudo aquilo só pra trazer honestidade pra um carinha qualquer, que trai a esposa e mente pra todo mundo? Nossa que bela maneira de mudar as pessoas (estou sendo irônico). Com tal idéia, poderiam dar um desfecho e um personagem bem mais complexo que isso.
A Arte do Pensamento Negativo
3.8 67Se Lebowski fosse nilista, paraplégico, pirasse em Johnny Cash e "Dear Hunter" seria mais ou menos assim.
Aquela cena da garfada na coxa é a melhor, o plano seguinte, filmado de fora da casa e cena da roleta russa, referência a "Dear Hunter" tbm são muito boas.
Amor à Flor da Pele
4.3 500 Assista AgoraPoderia ficar a noite inteira revendo as cenas em slow motion com a delicada Maggie Cheung e seus 46 vestidos. Ah Wong Kar-Wai, só você pra juntar a música de Nat king Cole e a fotografia de Christopher Doyle, Ping Bing Lee e William Ching. Dos filmes de romance mais relevantes da última década, sem mais.
Felizes Juntos
4.2 261 Assista AgoraWong Kar-Wai como sempre demonstrando sua extrema sensibilidade, fazendo um bom uso do wide screen com movimentos de câmera precisos, ótimo na escolha de locações, trilha sonora, fotografia perfeita de Christopher Doyle (colaborador usual do diretor, considero o maior destaque do filme) em outro acerto na parceria com Tony Leung Chiu Wai. Prato cheio pra quem procura cinema de arte e não é homofóbico de plantão.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraNão entendo pessoas que criticam o remake e amam o original, sendo que são praticamente a mesma coisa, dirigidos pelo mesmo Michael Haneke e ambos com bom elenco, sendo que na versão americana, vemos Tim Roth e Naomi Watts, tão bons quanto os atores do original e Michael Pitt se saiu bem melhor que o ator desta versão. Ah, lembrei, tem aquele pequeno grande detalhe, o original é europeu, então é melhor adora-lo, pois é mais cult...
Ponto Final: Match Point
3.9 1,4K Assista Agora"Jamais ter nascido pode ser a maior dádiva de todas." Sófocles
Rede de Intrigas
4.2 360 Assista AgoraNão é a toa que este é o filme favorito de Paul Thomas Anderson, quem viu Network e Magnolia, sabe que Jimmy Gator nada mais é do que uma versão conformista de Howard Beale, enfeitado pelo simolismo de seu quiz show. Quase não existem mais diretores com a filmografia do nível de Lumet, acho que seu maior discípulo Thomas Anderson é um dos poucos. "I'm mad as hell and i'm not gonna take this anymore!"