Isabela

Antes de ver o filme, eu fui alertada sobre uma postura dúbia do Lars Von Trier na construção da premissa e também sobre sua perspectiva embaçada em relação ao feminino. Mas, para minha surpresa, achei sua posição muito clara, simples e longe da perversão toda que me avisaram. Alguns momentos do filme esclarecem meu ponto de vista. A cena em que o próprio protagonista debocha e "ajuda" a Jaqueline a gritar e pedir socorro é a prova de que ninguém vai ajudar uma mulher e isso foi colocado de um jeito até bem óbvio pelo diretor. Acho que algumas pessoas viram sadismo, enquanto eu percebi uma crítica. Jack também matou homens, mas ele escolhe contar as histórias de vítimas mulheres e elas parecem tolas pelo filtro dele, na narração dele. Algo também muito explícito sobre a hostilidade desse homem com relação a mulheres. Lars Von Trier não valida a mentalidade do assassino, simplesmente, aponta o sintoma social. O final é extremamente amarrado (assim como em outros filmes dele, pelo menos na minha opinião); é como se Jack falasse: “Sou tão foda que posso escapar do inferno que o destino reservou para mim, mesmo sabendo que outras pessoas (igualmente cheias de si) tentaram cruzar e falharam.” Muitos podem acham um absurdo, mas para mim o filme também tem momentos cômicos, como a necessidade do protagonista voltar no local do crime para conferir a limpeza e alguns diálogos em que ele se enrola. Longe de ser o melhor do Lars Von Trier, mas também não é esse nojo todo que falaram. Longe também do Lars ser um homem sensível as dores das mulheres, Bjork está de prova (e ela é Deus). O que não significa que a premissa do filme seja solta ou gratuitamente perversa...

eu não aguento mais adolescente moderninho tratando esse filme raso como se fosse bom só porque tem roupinha dos anos 90 e winona fazendo papel mal escrito feminino

hdbcjwheb não sou capaz de avaliar