ALIEN: TERRA ESSAS CAIXAS ESCONDEM ALGO MUITO PIOR DO QUE VOCÊ IMAGINA!
Alien: Earth (2025), a aguardada série de Noah Hawley que traz os xenomorfos para o nosso planeta só parece que o terrivel xenomorfo nao esta vendo sozinho para a terra, outras espécies alienígenas estão vindo com ele.
Sinceramente! Na minha humilde opinião, ambos os teaser / trailers estão uma obra de arte, parabéns pela equipe que está por trás deles, inclusive! Esses conjuntos parecem ter vindo direto dos anos 70 / 80 e eu adoro isso, realmente! Eles levaram a tudo isso sério, até mesmo reutilizando os efeitos sonoros dos filmes antigos do Alien😗😙😁👌
É o que a gente busca nesse tipo de produção, qualidade em todos os aspectos, principalmente em uma produção que exige uma atenção toda especial com os detalhes!
Não sei se a serie vai ser boa, mas a premissa promete bastante pelos vistos.
PS: Se no filme "Predador Terras Selvagens" aparecer alguma tecnologia retrô dos anos 70 igual em Alien. Eu vou ter um treco 😮
Resenha Sobre a Série: Arcanjo Renegado: Uma Joia Brasileira que Merecia Mais Reconhecimento - 📺
"Arcanjo Renegado" é sem dúvida a melhor produção brasileiras da última década, e poucos podem contestar essa afirmação. A série, disponível no Globoplay, traz à tona questões sociais complexas e provoca reflexões profundas sobre a corrupção política, violência urbana e os limites da atuação policial, fato que a torna uma obra relevante e necessária.
Ao iniciar a série, confesso que tinha minhas reservas, especialmente ao perceber que ela era uma produção da Globo, conhecida por vezes por abordar temáticas de forma superficial e desonesta. No entanto, "Arcanjo Renegado" surpreende ao fornecer uma narrativa equilibrada que explora, de maneira habilidosa, tanto o excesso de violência policial quanto a percepção de que, em alguns casos, essa violência se torna uma necessidade para combater o crime. Essa dualidade é apresentada com maestria, permitindo ao espectador formar suas próprias opiniões sem forçar um lado específico. As atuações do elenco são outro ponto forte da série. Em especial, o ator Marcello Melo Jr. entrega uma performance impressionante como Mikhael Afonso, o protagonista. Sua atuação é tão convincente que transporta o público para o cerne da história, tornando cada cena repleta de intensidade emocional. O equilíbrio entre a escrita refinada e as performances poderosas contribui para que a série se mantenha cativante ao longo de suas temporadas.
A direção, que começou com Heitor Dhalia nas duas primeiras temporadas e continuou com Lipe Binder, Fábio Strazzer e Lucas Villamarim nas seguintes, mantém um padrão elevado de qualidade. Cada diretor trouxe sua visão e estilo, mas todos conseguiram preservar a essência da série, enriquecendo-a e ampliando seu impacto. Embora muitos possam considerar Dhalia o melhor dos diretores, a contribuição coletiva foi fundamental para moldar a narrativa envolvente da série.
É notável que, desde "Tropa de Elite 2", não vínhamos assistindo a uma produção tão bem elaborada e significativa. "Arcanjo Renegado" demonstra que é possível criar conteúdos de qualidade sem recorrer a agendas políticas forçadas ou simplificações discursivas que muitas vezes permeiam o gênero policial. A série se destaca pelo seu equilíbrio nos argumentos, apresentando um retrato intricado da realidade social brasileira.
Além disso, merece destaque a equipe de produção que, através de uma fotografia crua, ângulos diversificados e cenas de ação de tirar o fôlego, rivaliza com as grandes produções cinematográficas internacionais. As sequências são bem coreografadas e filmadas, mostrando um cuidado estético que se alinha com o desenvolvimento da trama. Por todos esses motivos, "Arcanjo Renegado" não apenas merece mais reconhecimento, mas também um lugar de destaque na cultura popular brasileira. É uma série que, sem dúvida, proporciona entretenimento e reflexão, e que espero ver ganhar ainda mais elogios e visibilidade do público. Essa obra é uma prova de que o Brasil tem capacidade de produzir narrativas impactantes, e que a indústria audiovisual nacional pode evoluir para algo, além de produções cheias de agendas a serem cumpridas.
Na terceira temporada, Reacher se disfarça como vendedor de tapetes. No entanto, ele não se torna um capacho, mas sim enfrenta as pessoas nos bastidores...
“Eu percebi porque é que fazes o que fazes. Não é só porque precisas de corrigir as coisas. E não é porque você é um garotinho. É porque você odeia o grandalhão. Tu odeias os grandes e poderosos filhos da put💥 que pensam que podem simplesmente safar-se das coisas. Então, certifique-se de que eles não.” (Neagley no último episódio da terceira temporadade Reacher)
Na série solo da Neagley que estreia ainda este ano, a sinopse diz: O inferno está decidida a perseguir justiça, Neagley usa tudo o que aprendeu com Jack Reacher e seu tempo como membro dos 110 Investigadores Especiais, colocando-se num caminho perigoso para descobrir um mal ameaçador.
Em 27 de março, o final da terceira temporada da série de ação Reacher foi ao ar no serviço de streaming Amazon Prime Video. Nele, o gigante de dois metros de altura (Alan Ritchson) luta contra um suposto vendedor de tapetes e seus capangas, desta vez em uma missão secreta. Mas, assim como nas temporadas anteriores, a série dramática cheia de ação surpreende com reviravoltas inteligentes e cenas engraçadas, além de cenas de luta bem coreografadas.
O novo elenco de apoio formado por Sonya Cassidy e Anthony Michael Hall também é convincente. Mas rostos familiares como Maria Sten como Neagley também podem ser vistos. A parte do spoiler começa no oitavo minuto.
Por favor, deixe-nos saber nos comentários qual cenário de livro você gostaria de ver na próxima quarta temporada.
A série de caçadores de demônios "The Bondsman" toma emprestado o estilo de "Supernatural" e vem com muita ação, ação e um Kevin Bacon legal no papel principal.
ALERTA DE SPOILER: esta MSN pode conter pistas sobre a continuação da trama!
Isso acontece na série “The Bondsman”
O caçador de recompensas Hub Halloran (Kevin Bacon, The Following) tem um grande problema na série The Bondsman.
Há apenas um momento ele estava perseguindo um criminoso fugitivo e agora ele está morto na poeira com a garganta cortada... Por que ele se encontra algumas horas depois na parede divisória de um quarto de motel decadente é um mistério para ele, mas uma coisa é certa: Hub está furioso.
No entanto, sua campanha de vingança contra a pessoa que ordenou seu assassinato, que por acaso é o novo namorado (Damon Herriman) de sua ex Maryanne (Jennifer Dice), se transforma em uma experiência sobrenatural. De repente, sem que ele saiba, Hub se torna um funcionário de poderes superiores e agora faz seu trabalho de uma maneira um pouco diferente do que antes. Em vez de bandidos terrenos, ele agora caça demônios que escaparam do inferno e deve mandá-los de volta
... não importa como...
A comédia está na moda
Cinismo aliado a personagens malucos, ação e heróis legais parecem ser muito populares em vários provedores de streaming no momento. Combinado com uma pequena influência de séries de terror e mistério, esse conceito funciona ainda melhor, especialmente quando o personagem principal é um caçador de recompensas desiludido e recentemente assassinado...
É exatamente assim que você poderia descrever a premissa de “The Bondsman”. Quando um personagem assim é colocado em uma situação bizarra após a outra, com muito sangue fluindo e demônios vagando pela tela, o mundo do fã de fantasia está em ordem.
Os recém-chegados em Hollywood
No entanto, isso requer um ator com uma atitude decididamente tranquila, o que o criador da série, Grainger David, felizmente encontrou em Kevin Bacon. Um homem como David, que até agora produziu apenas alguns curtas-metragens mais ou menos bem avaliados, dificilmente teria tido a chance de ter seu próprio projeto de série no velho mundo da TV se não tivesse conquistado seu espaço como roteirista de algum formato estabelecido.
Nesse sentido, é um fato positivo que a Netflix e a Amazon Prime Video, em particular, sempre dão uma chance a talentos desconhecidos. Para começar, o produtor e roteirista criou uma história que se inspira claramente na longa série Supernatural, mas ainda tem um elemento novo e único. Quando o personagem principal Hub, por exemplo, dirige por estradas empoeiradas na velha caminhonete de sua mãe ao som de rock contagiante, você sem dúvida se lembra do grande modelo a ser seguido.
Mesmo que tudo isso pareça óbvio e familiar à primeira vista, a equipe de produção ainda consegue olhar para o cavalo de uma perspectiva um pouco diferente.
Desde o início, fica claro que “The Bondsman” não se leva muito a sério e gosta de brincar com clichês. O fato d
e a ex-esposa de Halloran, Maryanna, uma cantora country, e seu namorado e suposto assassino de seu marido Lucky gostarem de usar chapéus de cowboy
é uma pequena, mas estilisticamente sutil e afetuosa, crítica ao atual boom neo-western, que os produtores da série também aproveitam alegremente. Dessa forma, séries de terror, mistério, ação, road movie, neo-western e comédia se unem para formar um conglomerado de gêneros divertidos que divertem desde o primeiro minuto.
Elenco e estrutura
Além das grandes atuações de Kevin Bacon e Jennifer Nettles
(que, por sinal, é uma cantora country), também podemos esperar personagens marcantes como Beth Grant (Mayfair Witches, de Anne Rice), no papel da mãe de Hub, Kitty, que está sempre pronta com um comentário espirituoso. Damon Herriman (The Artful Dodger) interpreta Lucky no episódio piloto com uma atitude um pouco idiota, e Jolene Purdy, conhecida de WandaVision e Orange Is the New Black, está muito divertida como uma funcionária da agência de recompensas sobrenaturais "Gold's Pot" e
é responsável por garantir que Hub receba uma introdução ao seu novo campo de atividade.
De uma perspectiva puramente estrutural, o Prime Video está seguindo o caminho de episódios curtos e concisos que já seguiu com a série de sucesso On Call. Cada episódio tem entre 30 e 35 minutos de duração, com a primeira temporada tendo um total de oito partes. Em outras palavras, a temporada inteira tem apenas 240 minutos de duração — ou a duração de dois longas-metragens.
Não há muito tempo para narrativas discrepantes e análises aprofundadas dos personagens, mas esse não é o objetivo de "The Bondsman". A série tem como objetivo principal oferecer entretenimento de fantasia cheio de ação, animado e espirituoso e, começando com o episódio piloto, consegue isso de uma forma lúdica.
Ainda não se sabe como a história se desenvolverá e se a primeira temporada conterá mais do que algumas divertidas caçadas a monstros. Seria bom saber por que Hub, de todas as pessoas, teve permissão de retornar do Inferno para transportar demônios que andavam pela Terra até lá.
Talvez os criadores da série nos deem algumas informações mais detalhadas sobre o passado de Hub aqui e ali, semelhante ao que Dick Wolf faz na produção mencionada acima "On Call". Se usado com moderação e casualmente em um ou dois episódios, isso pode ser benéfico para o formato e fortalecer o vínculo com o personagem principal.
Conclusão
O episódio piloto da série “The Bondsman” é uma mistura rápida e divertida de gêneros, que também tem um forte apelo em Kevin Bacon. Mesmo que memórias de “Supernatural” apareçam aqui e ali, o formato ainda consegue se sustentar e, graças à sua narrativa curta e nítida, proporciona ação, humor e suspense.
‘Adolescência’ mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime cometido por um jovem!
Em 'Adolescência', minissérie da Netflix, o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
Primeiro episódio da série é exemplo máximo de qualidade televisiva.
A relação entre crime e sociedade é um terreno instável, onde se entrelaçam questões psicológicas, morais e institucionais. No centro desse labirinto está Adolescência, minissérie da Netflix que mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime violento cometido por um jovem.
Ao longo de quatro episódios, a produção não apenas destrincha os desdobramentos da investigação, mas escancara as camadas de culpa, desespero e negligência que se acumulam entre família, escola e sistema judicial. A narrativa, construída com a intensidade do plano-sequência, não dá espaço para respiro: o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
São seis da manhã de um dia comum. Comum, até que uma equipe de policiais fortemente armados, liderada pelo detetive Bascombe, invade uma casa e prende um garoto de 13 anos, Jamie Miller.
Seus pais, Eddie e Manda, assistem, paralisados, enquanto o filho é levado à delegacia, processado e trancado em uma cela. Jamie é acusado de assassinar um colega de escola. Ao lado de Eddie, que atua como seu representante legal, e de um advogado, ele precisa encarar as provas acumuladas pela polícia. Em questão de minutos, a rotina pacata da família se transforma em um pesadelo de horror, acusações e revelações brutais.
O início da série é um soco no estômago. Cada episódio é filmado em um único plano-sequência, técnica já dominada por Graham (que cocriou a série com o prolífico roteirista Jack Thorne) e pelo diretor Philip Barantini no filme O Chef (2021).
A abordagem em tempo real é sufocante. A câmera nos mantém reféns da tensão crescente, do instante em que a polícia invade a casa dos Miller até a apresentação da prova fatal contra Jamie, menos de uma hora depois. O caos e a angústia são quase insuportáveis. “Eu odeio casos com menores”, diz uma enfermeira ao avaliar a consciência de Jamie sobre sua situação. “Ninguém gosta”, responde o sargento da delegacia. Mas o trabalho precisa ser feito. O olhar da câmera, inquieto e onipresente, captura cada detalhe da destruição da vida daquele garoto.
Esse é apenas o primeiro dia. Os outros três episódios percorrem um ano e meio de investigação e julgamento. Bascombe e sua assistente, a detetive Frank (Faye Marsay), vasculham a escola da vítima. Jamie é analisado por uma psicóloga na prisão, Briony Ariston (Erin Doherty). No final, o veredicto chega justamente no dia do aniversário de 50 anos de Eddie.
Nenhum episódio seguinte repete o impacto do primeiro. Em alguns momentos, a insistência no plano-sequência parece mais um obstáculo do que um recurso narrativo eficaz, já que o sistema judicial é lento, burocrático e raramente se desenrola com a urgência dramática de uma hora contínua.
Isso torna a série desigual: o episódio inicial golpeia o espectador sem piedade, enquanto os demais assumem um ritmo mais expositivo e didático. Mas por que destacar o terceiro dia, ou os meses sete e treze? O que essas escolhas acrescentam de essencial à história?
‘Adolescência’ e o mergulho na “machosfera” Graham e Thorne buscam contextualizar o crime de Jamie dentro de um cenário mais amplo de violência e alienação juvenil. Termos como “incel”, “manosfera” (ou “machosfera”) e “red pill” aparecem sem rodeios (“Bobagem do Andrew Tate”, diz a detetive Frank, com desprezo).
Em casa, os pais de Jamie se afogam na culpa – mas uma culpa que se concentra no próprio filho, e não na vítima. “Ele estava no quarto, não estava?”, lamenta Eddie. “Achávamos que ele estava seguro.”
‘Adolescência’: interpretações impressionantes.
É uma narrativa incômoda e perturbadora, na qual ninguém sai ileso. A misoginia violenta se alastra nas escolas britânicas. Pais ignoram o que seus filhos fazem na internet. Comportamentos destrutivos são passados adiante como heranças invisíveis. O resultado? Garotos como Jamie. Crianças mortas por facadas em estacionamentos desolados.
A atuação de Cooper como o acusado é magnética, jogando com a empatia do público de forma inquietante. O episódio focado no diálogo entre ele e a psicóloga Ariston é um duelo psicológico que prende e assusta ao mesmo tempo. O elenco inteiro está afiado – e, mais uma vez, Graham se sobressai.
A aposta no plano-sequência adiciona complexidade técnica, mas também limita a narrativa. A investigação escolar parece saída de um procedimento policial qualquer, enquanto a resolução do caso se encaminha deliberadamente para a desesperança. Há um equilíbrio delicado entre provocar reflexão e explorar o sofrimento. Adolescência flerta perigosamente com essa linha.
Ainda assim, negar a força do primeiro episódio seria impossível. É televisão em seu estado mais puro: visceral, sufocante, impossível de desviar o olhar. O fascínio mórbido por crimes extremos se mistura com o desejo de compreender um dilema ético complexo.
O fato de os episódios seguintes não alcançarem o mesmo impacto inicial é tanto uma falha quanto uma prova da grandiosidade do começo. Sempre bem executada, Adolescência mantém uma brutalidade que a torna uma experiência intensa, incômoda e inescapável.
‘Pesadelo na Cozinha’ não é sobre comida, mas sobre poder!
Reality show culinário da Band, 'Pesadelo na Cozinha', de Erick Jacquin, faz circular um discurso sobre as dinâmicas de poder no mundo corporativo.
O programa Pesadelo na Cozinha, da Band, é um dos subprodutos derivados do super sucesso de MasterChef Brasil (atração que, vale dizer, praticamente nunca sai da grade da emissora). Versão brasileira do Kitchen’s Nightmare, do chef britânico Gordon Ramsay, o reality show leva o francês Erick Jacquin – que talvez seja o mais carismático dos jurados de MasterChef – para prestar uma consultoria a restaurantes fadados ao fracasso para que, a partir de suas “dicas”, o empreendimento consiga se reorganizar e dar uma volta por cima.
O mote é simples e interessante, e programas desse tipo – que propõem uma makeover, ou seja, uma mudança radical, seja estética ou administrativa, em alguém ou algum negócio – costumam sempre prender a atenção de quem assiste (vide, por exemplo, consultorias como Esquadrão da Moda, do SBT, o antigo Extreme Makeover, que passava no Sony, ou O Sócio, exibido no Brasil pelo History Channel). Mas Pesadelo na Cozinha segue uma linha bastante específica e já bem explorada no MasterChef Brasil: ele oferece uma espécie de “pedagogia corporativa”, fundamentada na ordem, na produtividade, na obediência a autoridades e na busca cega pelos resultados. A ideia é a do terror, e não do acolhimento (não por acaso, o material de divulgação do programa emula Jacquin como o famoso personagem Freddie Krueger, do filme A hora do pesadelo). Nesse sentido, daria para dizer que a atração paralela de Erick Jacquin está mais perto de O Aprendiz do que de um programa de culinária.
Recentemente, a Band encerrou a segunda temporada do reality, exibindo sete episódios ao total, seguindo a mesma linha da primeira temporada. Curiosamente, depois do fechamento do sétimo episódio, o programa voltou a ser tema da conversa coletiva nas redes sociais ao se tornar um meme que reproduzia cenas do primeiro capítulo, em que Jacquin visitava um restaurante em Guarulhos chamado Pé de Fava. Durante a visita, o chef aparecia dando diversas broncas no proprietário, um homem chamado Fábio Lima. O momento que mais repercutiu online foram as caras e bocas de Jacquin quando Lima revela a ele que costumava desligar o freezer do restaurante à noite para economizar energia.
O caso do meme do Pé de Fava me parece um daqueles momentos inefáveis da internet, quando algo cai na boca do povo sem sabermos exatamente por quê. Digo isso porque a grosseria de Jacquin com os participantes é a regra e não a exceção no Pesadelo na Cozinha. Nada que difira dos reality shows corporativos em geral, em que os participantes são incitados a obedecer seus superiores sem questionamentos (no caso específico, o próprio Jacquin) pois, assim fica subentendido, só deste modo terão alguma chance de obter sucesso.
O que leva a pensar que, no fim, Pesadelo na Cozinha é um programa muito mais sobre poder do que sobre comida. O “cardápio”, de fato, está muito mais numa lição sobre um caminho de sucesso no mundo dos negócios baseado na submissão (aos chefes, aos superiores e, no fim das contas, aos mecanismos inescapáveis do capitalismo). Mas a última temporada me chamou a atenção justamente por estender esta discussão sobre poder para muito além da cozinha.
Explico melhor: na maior parte dos episódios exibidos, Jacquin visitava restaurantes em crise, em parte, pois estavam submetidos a sistemas de administração familiar. Quase sempre, os negócios eram gerenciados por um casal, e a dinâmica exibida no programa costuma replicar a mesma lógica: uma mulher que trabalha arduamente nas coxias e um homem que administra, aos gritos, uma equipe de funcionários. Neste sentido, a intervenção de Jacquin costumava ser uma espécie de aula sobre “masculinidade tóxica”: tentava, a duras penas, ensinar aos participantes que é possível obter respeito de uma equipe por meio do diálogo e não da ordem – mas, paradoxalmente, o chef ensinava isso justamente pelos gritos e pelas ameaças.
Deste modo, ainda que seja um programa extremamente estressante para a audiência, Pesadelo na Cozinha acaba cumprindo um irônico serviço à TV: reproduz em larga escala, ainda que de forma enviesada, as dinâmicas nocivas que existem para além dela. Em outras palavras, a atração se alimenta de um discurso que já está introjetado na sociedade – e fortalecido, por exemplo, por textos rasos de autoajuda ou frases de coaching – e devolve a ela de maneira bem ilustrada, ao acesso de todos. Resta saber o que nós, espectadores de reality shows, somos capazes de fazer com tudo isso a que assistimos.
O show escorrega ao reduzir Érick Jacquin a um chefe abusivo!
Em sua quarta temporada, 'Pesadelo na Cozinha' perde o aspecto da diversão e passa a apenas reproduzir as piores práticas possíveis aos ambientes corporativos.
Há oito anos, a Band lançou em sua grade a versão brasileira de Kitchen Nightmares, reality show de temática culinária em que o chef Gordon Ramsey vai até restaurantes que estão penando para sobreviver para dar uma consultoria especializada no intuito de salvá-los da falência. Nascia então o Pesadelo na Cozinha, uma espécie de spin-off do MasterChef Brasil, uma vez que é capitaneado por um de seus jurados, o francês Érick Jacquin.
Ao escolher Jacquin para protagonizar o novo programa, havia a intenção de estender ao produto toda a moralidade vinda do reality show original – a de supostamente vender ao espectador a ideia de que o mundo da cozinha carrega uma pedagogia sobre a vida, ao menos sobre como ela deveria ser. E essa visão poderia ser traduzida com algumas similaridades com os princípios do universo coach: a de que não há conquista sem sacrifício e sofrimento, e que é preciso, ao mesmo tempo, obedecer humildemente a uma hierarquia e tentar ser mais forte do que ela.
No começo de Pesadelo na Cozinha, um texto publicado nesta mesma página já sugeriu que o programa não falava sobre comida, mas sobre poder. Neste show, a persona algo fofinha e caricata do francês Jacquin abria espaço para um coach abusivo, supostamente cheio de conhecimentos, mas que só conseguia se impor pelo meio da força simbólica: deixando claro para os donos dos restaurantes participantes de que ele sabia mais, e que, aos demais, só cabia baixar as orelhas e ouvir.
Oito anos se passaram desde 2017, e Pesadelo na Cozinha chegou à sua quarta temporada, com o perdão do trocadilho, bem temperado pelas experiências anteriores. Exibido na Band e no serviço de streaming Max, o programa entrega um Jacquin finalmente transfigurado na pior faceta possível que poderia ter.
Se sua supostamente ranzinzice já pareceu até simpática em MasterChef Brasil (mesmo todos sabendo que se tratava mais de uma performance do que qualquer outra coisa), nos novos episódios, o programa adquiriu anacronismo ao retratar um tipo de relação trabalhista que, supomos, já não encontra casa em lugar algum.
‘Pesadelo na Cozinha’ e os abusos nas relações de trabalho
O formato, que é o mesmo desde a primeira temporada, segue inalterado. É sempre assim: Jacquin chega a um restaurante com problemas. Chega no salão e é servido com alguns pratos do cardápio, que estão ruins. Em seguida, ele conhece o staff, que presta um serviço incompetente e é tratado pelo chef visitante das formas mais odiosas possíveis – o que inclui gritos, palavrões e humilhações em público.
Depois de passar por todo esse périplo, no fim, o restaurante sempre é resgatado por Jacquin aos trancos e barrancos. Isso acontece também por meio da inclusão da equipe em uma dinâmica de grupo de qualidade duvidosa – por exemplo, todos são colocados em um labirinto e precisam sair juntos, ou devem remar em um rio para aprender sobre união – que, magicamente, muda tudo.
A quarta temporada mostra que, por ser tão engessado, o formato já não se sustenta de pé. É tudo previsível, o que inclui as broncas que Érick Jacquin dá nos colaboradores. A cada restaurante que ele visita, evidencia que nunca viu um estabelecimento tão sujo ou desorganizado – o pior é sempre o próximo. E, para exacerbar o cansaço, os episódios têm nada menos que 90 minutos, ou seja, o tempo de um longa-metragem.
Mas o que choca nessa temporada de 2025 é que realmente a produção parece acreditar que a persona “má” de Jacquin (que fez com que o programa ficasse famoso nas primeiras temporadas e reverberasse bastante nas redes sociais) ainda se sustenta. E o pior é que o chef se tornou absurdamente abusivo, em um nível que vai muito além do tolerável.
Alguns exemplos. No episódio, em que Jacquin vai no restaurante vegetariano Alternativa, na Vila Madalena, o dono da casa é o filho da antiga proprietária, que herdou o empreendimento. Claramente inapto para o posto que ocupa, o sujeito é permanentemente humilhado por Jacquin, que chega a encher balões estampados com o seu rosto e colocá-los nas mesas do restaurante, convidando os clientes a estourá-los sempre que tivessem uma reclamação.
O episódio exibe mais uma enxurrada de xingamentos e desrespeitos caindo sobre os funcionários que, se reagem, são retratados como petulantes que nunca irão evoluir. O gerente, não aguentando mais e prestes a ir para as vias de fato, em certo momento pega a sua moto e vai embora.
Nesse estágio da história contada ali, outra funcionária aparece na tela dizendo que ele podia parecer “fraco” por não aguentar as broncas. Ao fim, a equipe é levada para fazer uma remada conjunta. Uma das cozinheiras se recusa, aparentemente, por ter alguma fobia de água, mas é convencida a superar seu medo (mais uma vez, a lógica coach – Pablo Marçal no Pico dos Marins manda lembranças).
Assim como no resto da temporada, o que vemos é um tipo de postura corporativa hoje tida como inaceitável e que, em qualquer lugar mais esclarecido, abre margem a diversos tipos de processos trabalhistas. O Jacquin engraçadinho que se escandalizava com donos de restaurantes que desligavam o freezer para economizar energia, infelizmente, se tornou apenas mais um chefe abusivo de quem todo mundo tem raiva. É uma pena.
“The crow flies straight A perfect line On the devil's path Until you die…”
Filhos da Anarquia foi uma série violenta, sem redenção e final feliz, mas que contou de forma bem orquestrada a história de um clube de motociclistas.
Kurt Sutter, criador de Sons of Anarchy, buscou em Hamlet, o clássico de Shakespeare, a inspiração para a trama central do seu drama: traição familiar. Conforme os anos foram passando, essa característica que complementava a identidade da produção foi sendo abandonada, forçando a série a seguir outros rumos (não menos trágicos). O motivo é simples – e já foi abordado aqui pelo José Picelli: a ganância das emissoras em sugar o máximo de audiência possível de uma única série.
A história se passa na fictícia cidade de Charming, no estado da California, onde um grupo diversificado de motociclistas fazem parte do SAMCRO (sigla para Sons of Anarchy Motorcycle Club, Redwood Original). Liderados pelo ganancioso Clay Morrow, ao lado do vice-presidente Jax Teller, protagonista da série, os Sons of Anarchy são os responsáveis pelo contrabando de armas em todo o oeste dos Estados Unidos.
O ponto de partida do drama é o momento em que Teller tem um reencontro com seu falecido pai. Ele descobre um manuscrito que narra a decadência do clube, que um dia já foi movido pelo idealismo de liberdade, mas que claramente foi redirecionado por Clay para a busca de poder. A partir disso, temos diversos desdobramentos: o conflito constante entre Jax e Clay sobre o caminho que o clube deve tomar, a verdade por trás da morte de John Teller (pai de Jax), e o jogo de manipulação entre todos, sem exceção.
A violência foi um dos principais temas da série, sendo abordada praticamente como um mal necessário entre todos. Apesar disso, Sons of Anarchy dedicou-se a humanizar seus personagens. Difícil encontrar outra produção capaz de apresentar tantos anti-heróis cativantes como a série do canal norte-americano FX. A narrativa sempre entregava alguma justificativa para os atos de extrema agressividade e criminalidade.
Mesmo sendo uma história dominada por homens, o roteiro soube trabalhar muito bem as duas principais personagens femininas: Gemma Teller (Katey Sagal), a matriarca da família, e Tara Knowles (Maggie Siff), sua sucessora. Duas mulheres incrivelmente fortes e inteligentes, que impunham respeito em um meio extremamente machista, e que foram capazes de articular grandes decisões que afetavam a todos.
Outro ponto importante da série são as road trips. Sendo uma produção centrada em um grupo de motociclistas, Kurt Sutter deu muito destaque para as cenas de viagem, ação e perseguição sob duas rodas. A trilha sonora acompanhou perfeitamente o grupo desbravando a estrada. Não só as melodias funcionavam muito bem com a situação, mas principalmente as letras das músicas escolhidas estavam sempre alinhadas com a narrativa. Enquanto em outras séries as músicas ganham papel secundário, aqui elas assumem uma importância maior. Vale ressaltar a voz de Katey Sagal ao lado da banda The Forest Rangers – responsável por grande parte da trilha sonora.
A caracterização dos personagens foi praticamente a mesma do início ao fim. Os coletes de couro com badges identificando a filiação do clube e posição hierárquica, eram tratados com tanta importância quanto as Harley-Davidson que os personagens pilotavam. Os anéis de Jax também foram outra marca registrada, assim como as tatuagens com o símbolo do clube espalhadas no corpo de praticamente todos os membros.
Com uma produção impecável mantendo o clima de tensão na medida e o roteiro sempre instigante, a atuação do elenco foi o complemento perfeito. O destaque fica para Charlie Hunnam no papel de Jax – personagem que foi evoluindo muito bem do início ao fim – e Katey Sagal como Gemma – a atriz recebeu, com muito mérito, o Emmy de 2010.
Sons of Anarchy fez história com simplicidade, mas sem perder a audácia que reinava entre o clube. Com certeza, é uma série que vale fazer maratona – e o melhor, está disponível na íntegra na streaming.
PS: Terminei de assistir Sons of Anarchy e simplesmente não existem palavras pra descrever o quão boa é essa série. Definitivamente uma das melhores já feitas, literalmente não tem um episódio ruim. Charlie Hunnam dá um show de atuação do início ao fim e o resto do elenco não fica atrás nisso. Ótima trama, personagens envolventes, histórias pesadas e fortes e uma lista de músicas sem igual. Vale cada segundo
Jax Teller, um dos grandes anti-vilões da TV? Aprendi muita coisa com a série. Apesar de não concordar com a vida criminosa, muitas vezes, os personagens engolem o choro, fazem o que tem de ser feito e encaram as consequências de situações em que não é possível uma solução feliz. Assim como na vida. Aprendi muito!
Imagine receber uma visita surpresa da polícia pela manhã, ser ameaçado com uma arma e forçado a se deitar no chão, e a polícia levar seu filho de 13 anos sob suspeita de assassinato. É assim que começa a série "Adolescência". Mas engana-se quem pensa que depois disso você pode respirar aliviado.
A série continua intensamente porque você acompanha ela o tempo todo, no verdadeiro sentido da palavra. Você não percebe de imediato, mas depois de um tempo percebe que a série é única, então não há cortes e você sempre acompanha os acontecimentos. Só para fazer isso foram necessários meses de prática; cada passo e cada movimento tinham que ser coordenados, a câmera tinha que estar lá o tempo todo, mas nunca atrapalhar. E se ocorrer um erro em algum lugar, tudo terá que ser reiniciado. É incrivelmente impressionante e há momentos em que você pensa que o diretor pode ter pensado brevemente em parar. Mas isso também o torna muito autêntico, porque as conversas às vezes falham por um momento, uma frase é adicionada, as pessoas interrompem umas às outras e alguns momentos simplesmente passam. Mas alguma coisa sempre acontece. Há apenas saltos temporais entre os quatro episódios, caso contrário, você estará lá. A câmera está em constante movimento e, como espectador, você sente como se estivesse bem no meio dela, porque está muito próximo em perspectiva, como se estivesse usando óculos 3D e se movimentando no espaço. Isso torna a série incrivelmente intensa; você se sente como um voyeur que, no primeiro episódio, tem uma visão geral do trabalho da polícia, conhece a escola no episódio 2, acompanha a psicóloga durante sua avaliação do menino acusado Jamie no episódio 3 e se envolve no novo mundo da família de Jamie no último episódio. Cada um dos 50 minutos é realmente comovente de várias maneiras, porque o caso em si é incrivelmente dramático e, a cada nova perspectiva, você tem uma noção de quão complexo tudo é, como todos os envolvidos sofrem à sua maneira e como só há perdedores.
O que é particularmente emocionante é que a série não condena nem acusa ninguém. Cada pessoa tenta lidar com a situação de alguma forma, cada pessoa tem que lidar com tudo dentro de seu ambiente. Há os pais de Jamie, que não conseguem entender como o filho é capaz de tal ato e, apesar de todas as evidências, querem acreditar que Jamie é inocente, já que ele também alega não ter feito nada de errado ou não ter feito nada de errado. No entanto, eles naturalmente pensam sobre o que eles próprios fizeram de errado e onde poderiam ter se comportado de forma diferente para que isso não tivesse acontecido. A rotina e a normalidade são muito deprimentes. Você assiste e percebe que isso pode realmente acontecer com qualquer família, porque há uma variedade de fatores em jogo aqui. Na escola, você vê o quanto o bullying nas mídias sociais desempenha um papel. Como usar postagens e comentários para tentar se colocar acima de alguém e chegar a uma posição de poder. Cada criança luta sua própria batalha e às vezes se defende contra-atacando. Há também professores impotentes, distantes da vida das crianças e que tentam impor suas opiniões no sistema escolar. Há também a pressão social que dita como os homens devem ser, o que as mulheres devem oferecer e como as crianças devem se orientar de acordo. Os episódios abordam tantos assuntos que seria possível discutir sobre eles por horas. É impressionante como essa estrutura complexa se desdobra ao longo da narrativa e como temos a sensação de que muitos aspectos ainda não foram contados. Há facilmente mais dez episódios possíveis que poderiam contribuir muito. E quanto à vítima, sua família, seus amigos, por exemplo? Qual é o papel do amigo de Jamie, que lhe deu a faca como forma de dissuasão? Como foram as outras conversas com Jamie? Como ele se saiu na prisão? Quando ele percebeu que realmente tinha feito aquilo? E e e.
No final, você fica um tanto perplexo. Por um lado, você fica feliz que a série já tenha acabado, porque foi difícil suportar essa intensidade por tanto tempo. Por outro lado, gostaríamos de saber muito mais, mas, ainda assim, estamos cientes de que, no final das contas, isso provavelmente não mudaria nada. Este é o nosso mundo, estes são os problemas de crescer. Há inúmeras maneiras de seguir na direção certa, mas também há muitas maneiras de seguir na outra direção. A comunicação, como a do policial com seu filho, parece ser a chave essencial, mas é mais fácil falar do que fazer.
Conclusão "Adolescência" é uma série altamente recomendada, incrivelmente intensa com seu estilo narrativo único e, portanto, muito comovente. Além disso, a complexidade do que na verdade é um caso bastante simples é retratada muito bem, fazendo você se sentir ainda mais carregado emocionalmente. Imperdível.
OBS: “Adolescência” é uma minissérie britânica da Netflix é brutal e tornou-se um sucesso mundial. A minissérie britânica “Adolescência”, que estreou na Netflix no dia 13 de março, vem causando grande repercussão. Conquistando um espaço dentro do Top10 da plataforma, a produção rapidamente captou o público em diversos países.. O drama de enredo denso é filmado em um único plano-sequência – sem cortes invisíveis ou edição digital – e acompanha uma investigação de assassinato cujo principal suspeito é um menino de 13 anos. Embora seja inspirada em eventos que de fato aconteceram, a história não foi construída com base em um caso específico. Em quatro episódios filmados em uma única tomada, a trama acompanha a trajetória do jovem Jamie Miller, de 13 anos. O jovem é acusado de assassinar uma garota da escola onde estuda e a vida da família Miller é virada de cabeça para baixo. O laço entre pai e filho é comprometido conforme a linha entre inocência e culpa se torna cada vez mais tênue. Com roteiro desenvolvido por Stephen Graham – que também dá vida a Eddie Miller, pai de Jamie –, a série aborda temas como os perigos das redes sociais, bullying, misoginia, além do papel masculino na sociedade. Em entrevista ao portal do streaming, Tudum, Stephen afirmou que o foco da produção é causar reflexão. “Houve um incidente em que um menino (supostamente) esfaqueou uma garota e isso me chocou. Fiquei pensando: o que está acontecendo? O que está ocorrendo na sociedade para que um menino esfaqueie uma garota até a morte? Qual foi o estopim disso?’ E então aconteceu de novo, e de novo, e de novo. Realmente queria lançar uma luz sobre isso e perguntar: ‘por que isso está acontecendo hoje? O que está rolando? Como chegamos a esse ponto?”, questionou Stephen. Adolescência marca a estreia de Owen Cooper como ator. Aos 15 anos, Owen foi escolhido pelo diretor de elenco entre 500 candidatos. “Eu nunca havia trabalhado antes, então apenas mandei uma fita, sem esperar muito”, disse ao jornal The Guardian. “Voltei da escola e minha mãe me disse que consegui o papel”.
Minha opinião: Essa é a série mais honesta que já vi. Assistam!
LIÇÕES:
5 AULAS DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL DO FILME ADOLESCÊNCIA NA NETFLIX. 1) Entendendo as emoções e suas raízes. A série destaca a importância de ensinar as crianças, especialmente os meninos, a reconhecer e expressar seus sentimentos de maneiras saudáveis. A incapacidade de Jamie para processar rejeição e humilhação destaca a importância de ensinar a consciência emocional das crianças. A inteligência emocional começa com o reconhecimento e a compreensão dos sentimentos, bem como das suas origens, para prevenir comportamentos destrutivos como atacar com raiva ou violência. 2) O efeito da validação A necessidade desesperada de Jamie por validação externa, vista nas suas interações com Briony e os seus pares, sublinha quão crítico é sentir-se visto e ouvido. Proporcionar às crianças espaços onde elas possam se expressar sem julgamento promove a resiliência emocional e a autoestima. 3) O perigo de emoções suprimidas A incapacidade do pai de Jamie de expressar as suas emoções espelha abertamente as lutas de Jamie. O programa demonstra como as emoções não processadas, especialmente nos homens, podem levar a comportamentos prejudiciais. Inteligência emocional envolve aprender a expressar sentimentos de forma construtiva em vez de suprimi-los. 4) Desafiadora masculinidade tóxica A série critica as pressões sociais que os garotos enfrentam para se conformar com ideias rígidas de masculinidade, como suprimir a vulnerabilidade ou igualar autoestima com domínio. Ensinar aos rapazes que não há problema em expressar emoções e procurar ajuda é um passo crucial para relacionamentos mais saudáveis e autopercepção. 5) Empatia A abordagem de Briony a Jamie - ouvir sem julgamento imediato - demonstra o poder transformador da empatia. A inteligência emocional envolve não apenas compreender as próprias emoções, mas também empatia com os outros, o que pode criar oportunidades de crescimento e cura. Navegando pela paisagem digital A série expõe os desafios que os adolescentes enfrentam no mundo online, destacando a necessidade de alfabetização digital e a capacidade de avaliar criticamente informações e relacionamentos formados nas plataformas de redes sociais.
Eles não deixaram nada ao acaso no episódio 3 de Adolescência:
O psicólogo deu a Jamie meio sanduíche como uma maneira sutil de avaliar sua reação emocional e personalidade. Ao oferecer algo que ela sabe que ele não gosta, a psicóloga está observando como ele lida com o desconforto ou a discordância. Se você rejeitar, isso pode indicar uma necessidade de exercer controle ou uma atitude desafiadora. Se você aceitar isso sem reclamar, isso pode refletir submissão ou uma tendência a tolerar situações sem questionar, o que pode estar relacionado à falta de poder em sua vida. Essa pequena ação também serve para entender como Jamie se relaciona com figuras de autoridade e se ele tem a capacidade de expressar suas próprias necessidades. O gesto de oferecer um chocolate quente, algo reconfortante e maternal, reforça o contraste entre o calor de um gesto de proteção e a difícil realidade emocional que Jamie enfrenta, permitindo à psicóloga obter uma visão mais profunda de seu estado mental.
"Adolescência", da Netflix, é brutal - e extraordinária
O que está impactando o 📺 "No final de uma de suas palestras, uma mãe perturbada abordou Sigmund Freud e perguntou: "O que devo fazer para criar bem meus filhos?"
Freud, com seu pessimismo característico, respondeu: "Não importa o que eu faça, vai dar errado." Essa frase parece encapsular o espírito de Adolescence, a nova minissérie de Philip Barantini que causou furor nas redes sociais. Com apenas quatro episódios, cada um filmado em uma sequência impressionante, a série se destaca pela execução técnica impecável. Entretanto, do ponto de vista narrativo, a escolha desse recurso pode parecer questionável. As atuações de Stephen Graham e Owen Cooper são notáveis, acrescentando profundidade à história. A história nos mergulha no inferno de uma família cuja vida vira de cabeça para baixo quando Jamie Miller, um garoto de 13 anos, é preso e acusado de assassinar um colega de classe. Este evento obriga os pais a enfrentarem seu pior pesadelo, enquanto a sociedade os condena sem hesitação. A série se baseia em influências óbvias. Ratcatcher é uma referência clara, pois aborda a história de um garoto que, sem entender completamente suas ações, causa a morte acidental de um vizinho. Na adolescência, porém, dá-se mais peso ao processo policial e psicológico do que à percepção da própria criança. O terceiro episódio pega emprestado elementos de In Treatment, série da HBO baseada na série israelense Be 'Tipul, na qual os diálogos entre terapeuta e paciente são o foco central. A conversa lenta e profunda neste episódio contrasta fortemente com o resto da série, o que pode ser desconcertante para alguns espectadores. Por outro lado, temos a influência de Precisamos Falar Sobre o Kevin, que também deixa sua marca na exploração da paternidade e da impossibilidade de prever ou evitar certas ações dos filhos. Longe de oferecer um relato mórbido ou explícito do crime, Adolescência analisa o processo legal, a coleta de provas e a análise psicológica do menor, ao mesmo tempo em que mostra os cinco estágios do luto (Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação). Além da história policial, o foco acaba mudando para o estigma social que transforma a família em párias, marcada por um evento fora de seu controle. Esta não é uma série para quem procura ação, suspense frenético ou reviravoltas surpreendentes. Seu ritmo lento exige paciência, mas recompensa com uma reflexão profunda sobre educação, responsabilidade parental e os fatores sociais que moldam crianças e adolescentes. Como disse Freud, a criação de filhos é um terreno incerto: "Não importa o que você faça, vai dar errado".
Na cena final de "Adolescência", é possível observar que ao entrar no quarto do filho, Eddie olha fixamente para o lado direito, mas a câmera não revela o que o personagem está vendo. Em uma entrevista recente, o ator Stephen Graham contou que, naquele momento, ele estava vendo fotos de sua família na vida real coladas no guarda-roupa. A ideia foi do diretor da série, Philip Barantini, que decidiu imprimir fotos da família de Stephen e colocá-las no guarda-roupa de Jamie. O ator não foi avisado sobre essa ideia, e quando foi gravar a cena e viu as fotos da esposa e dos filhos coladas no armário, ficou ainda mais emotivo pois se imaginou na situação retratada na série.
maratonei a série, pesada demais, e o fato de todas as tomadas serem únicas tbm é um ponto super positivo... quando o 4 EP acabou e fiquei pensado pq tinha acabado daquela forma, mas pensando depois, a série não precisava de mais nada pra mostrar... sabemos o porque, sabemos quem, sabemos como e sabemos com o que... no final: "quando as histórias são bem contadas, elas se tornam mais do que histórias", esse é o ponto. A discussão é mais importante que o objeto dela mesma. Isso é profundo e muito, mais muito difícil de ser julgado. E esse deve ser o maior mérido da séria. Sou um pai de 3 jovens, e percebi a difulculdade em controlar o que é, quase impossível de ser controlado. Não existe resposta exata ao tema, apenas meras suposições, o que torna a obra belíssima.
Obs importante: Senti a angústia de um pai que fez seu melhor, de uma mãe amável e uma irmã muito parceira que sentiram a culpa de um crime que eles não cometeram, mas que foi construído pouco a pouco ao seu lado e eles não viram. A série é um tapa na cara e um abrir de olhos pra uma sociedade cega a algumas ameaças. Se você é pai ou mãe, tem que assistir.
achei nota 10/10
A única obra mainstream desde Neon Genesis Evangelion a tratar o tema da comunidade incel com 0,01% de sinceridade e empatia críticos de cinema: 🤯🤯🤯🤩
DETALHES: 1# Por que o psicólogo olha as câmeras na série Adolescência? 🎬👇
A psicóloga está tentando identificar padrões no comportamento de Jamie para que ela possa entendê-lo melhor. Embora a série sugira que Jamie luta para controlar sua raiva, ele acabou de ter uma explosão emocional, e este é o momento perfeito para o psicólogo analisar seu comportamento após uma birra, especialmente se ele estiver sozinho. Quando estamos sozinhos, muitas vezes surgem padrões em nossa personalidade que podem revelar quem realmente somos. É por isso que a psicóloga está observando todos esses detalhes através das câmeras: ela quer ver como Jamie reage. Você está triste, preocupado ou até mesmo arrependido? Esses elementos são essenciais para avaliar o grau de remorso de uma pessoa que pode estar envolvida em um crime. Ao ver Jamie sentado calmo e aparentemente impassível, a psicóloga conclui que ele não demonstra sinais de remorso, permitindo que ela complete sua avaliação.
Pesquisadores defendem que o problema deve ser tratado como questão de saúde mental: https://bbc.in/4j0Pqox
PS: Quem gosta de superficialidade, obviedade e pirotecnia policial hollywoodiana, nem assista. A série é de uma profundidade tremenda, absolutamente perfeita sem tirar nem por. O terceiro episódio, o confronto tenso com a psicóloga, é puro cinema, onde tudo está na medida certa, todos os sentimentos humanos estão à mostra, toda contradição do nosso tempo, o mau uso das mídias sociais, os relacionamentos frustrados entre as pessoas, tudo está lá, nu e cru, através da voz do menino e no espanto e dor da psicóloga... A cena com a psicóloga é histórica !! Não precisou recorrer a cenas dantescas,nem a um grande plot twist, ou à obviedade dos filmes de suspense. É brutal, absurdamente verdadeira, o plano-sequência é insano, os atores são muito acima da média… enfim! Achei absolutamente bom! O triste é que uma produção tão importante vai passar reto sobre a baixíssima estatura intelectual de quem mais precisaria assistir. As séries britânicas me dão uma tristeza enorme, uma sensação que aquele lugar é frio, triste, sorumbático... Adolescência, Bebê Rena, Black Mirror, The end of The fucking world e até The Crown ... Mas são inteligentes, profundas e impactantes, isso não dá pra negar
A história de um trio nada convencional: um bode e duas mulheres.
NOTA: 3,5 / 5,0 ( MUITO BOM )
Lançado no Dia do Natal de 2020, o especial Gilda, Lúcia e o Bode foi uma continuação independente do primeiro episódio da minissérie Amor e Sorte, também lançado no ano pandêmico. Na nova história, temos uma mensagem de esperança, apesar dos percalços da vida, contendo, é claro, o protagonismo de mãe e filha na ficção, que também têm os mesmos papéis na vida real: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Se no episódio piloto tivemos elas na região serrana do Rio de Janeiro (RJ) na tentativa de se protegerem do contágio no coronavírus, a dupla, agora, encontra-se na Cidade Maravilhosa às vésperas da virada do ano de 2020 para 2021, mas com um grande empecilho. Ele foi materializado por meio das exponenciais dívidas bancárias de Gilda, as quais quase foram salvas pela filha Lúcia, mesmo com toda a teimosia excessiva da mãe. Em meio a isso, elas precisaram cuidar do Bode Everi, que a professora aposentada de 90 anos ganhou de uma rifa lá no episódio de estreia da série primogênita.
Além disso, há novamente a participação especial de Dimas, rapaz que vendeu o bilhete premiado para Gilda, e ainda tem uma missão super importante: levar o bonde embora para o interior antes que o animal destrua totalmente todo o jardim da residência. Aqui, nesse quesito, eu esperava uma interação maior com o animal, com elas correndo atrás dele após uma tentativa infrutífera de dar banho no bichano, por exemplo, ou com a Gilda gritando a plenos pulmões com raiva de ele estar comendo as plantas da idosa. Contudo, isso não foi mostrado, mas nem por isso deixou de ser emocionante, já que o pesadelo que ela teve com ele – muito engraçado os sustos e os gritos da Fernanda Montenegro ao visualizar Dimas e Lúcia com cabeça de bode, diga-se de passagem – despertou nela a vontade em apostar no famoso Jogo do Bicho, sendo o bicho em questão o bode, o qual tem a numeração 21.
E não é que a Dona Gilda estava certa em apostar no bendito do bode por intermédio da mensagem subliminar do sonho (ou do pesadelo)? Ainda mais que o ano da virada era o de 2021, por isso, a escolha do número 21, o que lhe rendeu uma bolada de trezentos mil reais. Se o Amor estava retratado lá na série-base, a Sorte com certeza foi a protagonista na vida da professora aposentada nesse especial. Já no elenco, além da divertida participação de Joaquim Torres Waddington, filho do casal de Andrucha Waddington e de Fernanda Torres, que também atuou em Amor e Sorte, tivemos a presença de outros atores, como Arlette Salles, Fabíula Nascimento, Kelzy Ecard, Thelmo Fernandes, Cibele Santa Cruz, Muse Maya, e Fernando Pestana.
Falando mais especificamente das duas primeiras atrizes mencionadas nessa lista, eu pensei que a primeira, ao incorporar a personagem Olga, fosse irmã de Gilda, e não cunhada da protagonista. Obviamente, isso não tirou em nada o brilhantismo da Arlette em cena, que nos entregou boas brigas entre a endividada e a cunhada frustrada. Por outro lado, a inserção de Fabíula, na pele da personagem corrompida pela corrupção Sílvia, foi um tanto avulsa, ou seja, sem muito destaque. Pensei que ela fosse ser uma espécie de vilã, pois a mulher estava usando uma tornozeleira eletrônica durante a sua estadia na casa do interior, e seria até mesmo divertido vendo-a roubar o montante que a Gilda ganhou no Jogo do Bicho, ou fugindo da polícia, por exemplo.
Outro destaque neste especial de final de ano foi a trilha sonora, porque, desde a emblemática abertura, contendo fotos antigas de mãe e filha da vida real, vemos o amor e a união das duas renomadas atrizes brasileiras. Para isso, nos minutos iniciais, o diretor artístico, Andrucha, escolheu a música Sorrir e Cantar como Bahia, do grupo Novos Baianos, ao passo que, no encerramento, Gilberto Gil foi o escolhido, ao cantar a música Refazenda. Todavia, o momento mais emblemático foi com Dimas – um personagem um tanto caipira – cantando a plenos pulmões a música Todo Mundo Vai Sofrer, da saudosa e eterna cantora da sofrência sertaneja Marília Mendonça, que, infelizmente, nos deixou em um trágico acidente aéreo, ocorrido em novembro de 2021.
Portanto, Gilda, Lúcia e o Bode, apesar de não ter tido um final tão surpreendente, isto é, sem aquela sensação de querer acompanhar mais sobre a dupla, deixou uma mensagem de esperança na época em que foi lançado. Ela foi caracterizada por desejar a todos os telespectadores da TV Globo uma união e um um ano melhor, pois, em 2020, todos nós fomos afetados pela triste e intensa pandemia de Covid-19. Se um dia, quem sabe, o Globoplay resolver lançar a continuação desse trio super divertido, eu vou adorar acompanhar, ainda mais com as falas afiadas e engraçadas de mãe e de filha. Se contar, é claro, a participação icônica do bode, um grande personagem, e do Dimas, mais um agregado à família.
‘Mal de Família’: segunda temporada do thriller encontra o tom perfeito de comédia!
Em sua segunda temporada, 'Mal de Família', da Apple TV+, segue divertindo ao contar a história de cinco irmãs que planejam um assassinato.
Série pouco comentada do catálogo da Apple TV+, Mal de Família foi uma pérola escondida entre os lançamentos de 2022. De uma maneira que surpreendia pela inserção de toques de humor, ela contava a história de cinco irmãs incomodadas pelo marido abusivo de uma delas (chamado carinhosamente de The Prick ou, em tradução livre, “O Escroto”), que realmente é terrivelmente detestável – e criminoso. Por conta disso, todas elas tentam matá-lo, mas nunca têm sucesso.
Ainda assim, a primeira temporada abre nos dizendo que John Paul (o nome real do “Escroto”, e vivido de forma brilhantemente odiosa pelo ator Claes Bang) está morto. O que vamos desvendando ao longo dos episódios é o que, afinal, teria ocorrido com ele. A resposta, claro, só nos chega no final, e a temporada se encerra provocando uma certa curiosidade se seria possível dar sequência ao thriller.
A boa notícia é que Sharon Horgan (produtora da série e também a atriz que vive Eva, a irmã mais velha) conseguiu encontrar uma saída. A segunda temporada de Mal de Família (o título original é bem melhor: Bad Sisters) cumpre, mais uma vez, o desafio de nos envolver em uma trama que mistura suspense ao estilo “quem matou” com uma comicidade bastante peculiar. E, para o deleite de quem curtiu a série, as irmãs Garvey retornam ainda mais ácidas do que antes.
‘Mal de Família’: um novo mistério à vista
Sem trazer spoilers, é possível revelar que a temporada 2 mais uma vez gira em torno de um mistério ao estilo whodunnit. Novamente, estamos diante de uma mesma fórmula, mas que consegue ser concretizada com alguma originalidade, e com novos papéis importantes para a história.
Na nova história, Claire (Anne-Marie Duff), a viúva de John Paul, está se casando de novo com o encantador Ian (Owen McDonnell, de Killing Eve). A cerimônia é simples e encantadora, com todas as Garvey em trajes amarelos celebrando a chegada da felicidade à vida da irmã, que comeu o pão que o diabo amassou com o primeiro marido. Obviamente, já no fim do primeiro episódio, a maionese começa a desandar.
Entram em cena três bons personagens: o primeiro é o detetive Fergal Loftus (vivido pelo ator irlandês Barry Ward), que já aparecia na primeira temporada como um policial preguiçoso e meio corrupto que se interessava mais por golfe do que pelos casos. Ele será contraposto a uma nova profissional cheia de gás (Thaddea Graham) que irá confrontá-lo com o seu conformismo, o que traz uma nuance paralela à trama das Garvey.
Por fim, boa parte da graça da temporada gira em torno de Angelica (papel da veterana Fiona Shaw, que vivia Petúnia Dursley, a tia de Harry em Harry Potter). A irmã de Roger, o vizinho solteirão de Claire, entra na série com um grande alívio cômico ao dar vida a uma velha petulante que provoca verdadeiros desejos de assassinato. No entanto, o desenrolar de sua história está entre os eixos mais engraçados de Mal de Família. Ela é tão xarope que as Garvey a apelidam de The Wagon, uma gíria irlandês que equivale a bitch. De certa forma, Angelica é uma versão feminina do Escroto.
Mas nada é o que parece. Ainda assim, a impressão que se tem, no encerrar dessa segunda temporada, é que Bad Sisters aposta menos na qualidade do mistério e mais na questão do humor subjacente às interações atrapalhadas das irmãs. Ou seja: se o segredo que se revela não é tão original assim, nem importa tanto. A diversão aqui é rir (e se emocionar) com as tragédias de cinco irlandesas que parecem ser da nossa própria família.
‘The Pitt’ é um presente e tanto para os órfãos de ‘ER’!
Estrelada por Noah Wyle, 'The Pitt', nova série médica da Max, entrega emoção de alta qualidade ao contar histórias de médicos e pacientes em um hospital público.
A forma mais simples de descrever The Pitt, nova série médica original da Max, é referi-la como a sequência de ER, a atração da NBC que estabeleceu o mais alto parâmetro para narrativas televisivas desse gênero. Parece estar tudo lá: uma série que se passa dentro de um pronto socorro público, em condições precárias, com médicos e enfermeiros tratando casos do jeito que dá e se envolvendo nos dramas dos pacientes. Há mais coincidências: o criador de The Pitt, R. Scott Gemmill, era roteirista na série da NBC, e até a estrela das duas séries é a mesma (o ator Noah Wyle, que vivia o novato dr. Carter em ER), assim como o produtor executivo (John Wells).
A comparação pode sugerir um engodo típico de algum spin-off que busca tirar uma graninha em cima de fãs saudosos. Mas não se engane: The Pitt tem a capacidade de criar um fandom próprio, formado pelos espectadores que procuram aquilo que ER fazia de melhor, que era calibrar, de maneira sóbria, dramas pessoais e específicos da profissão.
Ao invés de Chicago, agora estamos em Pittsburg, em um PS comandado pelo doutor Michael “Robby” Robinavitch (papel de Noah Wyle). O local é chamado pelo apelido “the pitt” (algo como “o poço”, “o buraco”) porque o pronto-socorro, sempre super lotado, fica na parte térrea de um hospital dedicado, nos demais andares, a especialidades mais nobres.
É no chão que médicos experientes e novatos precisam batalhar todos os dias para enxugar gelo, já que os sistemas de saúde americanos fazem com que muita gente fique sem atendimento privado e necessitem de socorro nos raros hospitais públicos que existem. Nos corredores do Pittsburgh Trauma Medical Hospital, é comum que a equipe reconheça os mesmos moradores em situação de rua que estão sempre sendo levados para lá.
Mas se há semelhanças com ER, há também novidades em The Pitt. E talvez a mais interessante delas seja a contextualização. A temporada, que dura 15 episódios, passa inteira dentro do espaço de uma hora em um mesmo dia (aos moldes do que ocorria com a já clássica 24 Horas). E, além disso, tudo ocorre cinco anos após a epidemia de COVID-19 explodir no mundo todo.
Isso traz uma carga a mais a todos os profissionais, que enfrentam seus traumas. O dr. Robby, por exemplo, está circunspecto no dia fatídico da temporada pois ele marca o aniversário de morte do seu mentor, vítima da COVID-19. O dr. Adamson era então médico chefe do PS, e seu falecimento vai sendo relembrado por Robby por meio de flashbacks que não param de pipocar. É tudo muito próximo da nossa própria experiência, e genuinamente triste.
‘The Pitt’: um acerto nos personagens
Qualquer fã de séries médicas tende a concordar que, além da personalidade do protagonista, é importante focar também nas histórias paralelas – tanto as dos pacientes que entram e saem dos episódios (aqui, alguns casos se estendem por vários, envolvendo o público em tragédias absolutamente tocantes) quanto as dos demais profissionais da área de saúde.
Em The Pitt, o foco está, além dos médicos, nos enfermeiros, na assistência social e, claro, nos residentes, os médicos recém chegados, que têm uma certa responsabilidade em trazer uma boa carga humana à trama. Afinal, novatos lidam com questões profundamente humanas como insegurança, arrogância e necessidade de validação de seus superiores (neste ponto, acrescentaria aqui que as séries sobre medicina, assim como os programas de culinária, falam muito sobre poder).
Nesse sentido, a série se enriquece justamente por conseguir nos fornecer personagens complexos com estofo para que suas tramas importem. Dentre eles, destacam-se a residente que exibe possíveis traços do espectro autista (Taylor Dearden, filha de Bryan Cranston, de Breaking Bad), a petulante que se defende de sua vulnerabilidade fazendo bullying com outros (Isa Briones) e a médica mãe solteira que misteriosamente usa uma tornozeleira eletrônica (Fiona Dourif, mais conhecida por sua participação na franquia Chucky).
O ambiente caótico, em que as luzes brancas se refletem e causam o desconforto típico de estar dentro de um hospital, também faz com que The Pitt consiga nos carregar para dentro da história, tal qual ocorria no County General Hospital de Chicago. Se até um mestre da escrita como Stephen King se rasgou em elogios pela nova série da Max, não há como contestar que é um grande acerto. Para quem curtir, a boa notícia é o streaming já a renovou para uma segunda temporada.
‘Divisão Palermo’ discute inclusão com um humor irresistível!
Série argentina 'Divisão Palermo', disponível na Netflix, ri do politicamente correto ao falar de uma iniciativa de criar uma guarda municipal inclusiva em Buenos Aires.
Desde The Office, séries de comédia sobre ambientes de trabalho entraram na moda para valer. Podemos pensar aqui em vários “descendentes” do escritório gerido por Michael Scott, como Parks and Recreation e Superstore. Figurando como uma das mais originais dentro desse subgênero, está uma série latina, pouco conhecida, e que foi inclusa no catálogo da Netflix: a argentina Divisão Palermo.
A premissa é bem provocativa. Em Buenos Aires, a polícia bola uma forma de melhorar a sua (má) reputação entre a população, e resolve criar uma divisão dentro da guarda municipal composta apenas com minorias sociais. A ideia é justamente mirar no politicamente correto (sem que haja qualquer intenção real de inclusão, claro) e montar um time marcado pela diversidade.
De maneira bastante engraçada, a chamada Divisón Palermo acaba centralizando um grupo em que há um cego, um imigrante, uma pessoa com nanismo, um idoso, uma mulher cadeirante e outra transexual. Quem protagoniza esse time é um sujeito meio loser, que cai ali de para-quedas, chamado Felipe (papel de Santiago Korovsky, que, além de ator, é o criador, diretor e roteirista da série). Apesar de ser um tanto abobado, ele acaba se encaixando no grupo por ser… judeu.
O que sai a partir dessa proposta é uma metralhadora que dispara sem parar em direção ao próprio “bom-mocismo” forçado do espectador. Os burocratas e os políticos que tiveram a ideia de criar essa guarda obviamente não creem que esse grupo seja capaz de fazer um bom trabalho; enquanto isso, a população local se comove ao considerá-los como “seres de luz” (mas incompetentes).
A grande sacada de Santiago Korovsky, no entanto, é que ele cria uma história em que os envolvidos têm lugar de fala. Boa parte dos atores – como a atriz trans Valeria Ricciardi, o ator cego Facundo Bogarín, e Hernán Cuevas, que tem nanismo – levam elementos de suas vidas para os papéis, tornando legítimo o deboche presente em seus personagens. Em certo momento, por exemplo, o guarda municipal vivido por Hernán Cuevas é confundido com Peter Dinklage, um dos pouquíssimos artistas com nanismo que possuem projeção.
‘Divisão Palermo’: uma crítica escrachada à polícia
A tônica de Divisão Palermo, sem dúvida, é fazer uma crítica pesada à polícia da Argentina, apresentada aqui como claramente corrupta, preguiçosa e incompetente. A chegada de uma nova “tropa” serve para deixar claro que manter a aparência é mais importante que a eficiência, sendo essa uma iniciativa do próprio governo (e a sede da polícia é tão detonada que, toda vez que a secretária de segurança vai entrar em uma videochamada com a equipe, dá tudo errado).
Mas a sacada de Santiago Korovsky – que descreveu a série como a realização de um sonho – é trazer uma sensação de candura o tempo todo, mesmo que boa parte dos personagens sejam incompetentes em suas funções. Há também um elemento da narrativa policial que aparece quando o grupo descobre, totalmente por acaso, um crime. Mas isso acaba sendo a parte mais fraca dessa comédia.
A força, por outro lado, está no texto de Korovsky, cheio de boas sacadas e pequenos chistes. Preste atenção, por exemplo, na criatividade da cena que abre a série, quando Felipe e sua namorada estão em uma loja escolhendo um colchão. Mas claro que nada é o que parece.
Tudo isso faz com que se consolide personagens sólidos com quem podemos nos apegar, o que é, por fim, uma característica das séries de comédia realmente boas – qualquer pessoa que viu The Office sabe descrever com clareza quem é Dwight Schrute e Michael Scott, por exemplo. Assim, os espectadores que encararem Divisão Palermo certamente vão se apegar à palermice de Felipe ou à inteligência emocional de Sofia (Pilar Gamboa), uma cadeirante que denuncia o tempo todo o capacitismo com que é tratada.
Por fim, preste atenção no aproveitamento de uma música brasileira que é utilizada em um momento chave na série, com muita sagacidade. Acaba sendo um presentinho a mais para nós, os tantos brasileiros que vão se deliciar com os membros da Divisão Palermo.
Quando eu li Cem Anos de Solidão eu registrava todos os nomes dos personagens pra eu não me perder nessa circularidade de Gabo. E agora vejo a mega produção de Alex García López e penso que os personagens "pularam" do livro para as telas. A América Latina, e sobretudo a amada Colômbia de Gabo, chega até nós com louvor e encantamento. ❤ Nunca vi uma adaptação tão bem feita. Sou completamente apaixonada pelo coronel Aureliano Buendia, mas o que falar de Úrsula? Ela é simplesmente maravilhosa incrível.
O impacto desta série no imaginário coletivo das novas gerações é inestimável. A beleza dos rostos mestiços, indígenas, negros, as paisagens colombianas, o esforço da produção para recriar aquele Macondo... e a música de Puerto Candelaria, uma beleza.
Um drama médico excepcional com doses generosas de suspense e personagens devidamente desenvolvidos.
Nota: 4,5/5,0 [EXCELENTE]
Na seara dos dramas médicos, diante de tantas inserções nas duas últimas décadas nesse tipo narrativo seriado, quase não há espaço para inovação. Transplantes, situações caóticas no atendimento de emergência, crise de corrupção nos espaços hospitalares, conflitos entre médicos e pacientes, dentre tantos outros tópicos dramáticos, já foram demasiadamente utilizados no âmbito da ficção, mas ainda assim, há interesse constante do público no segmento em questão. Diante do exposto, me questionei antes de começar a primeira temporada de Sutura: o que essa série brasileira consegue trazer de diferencial em relação a tudo que já está estabelecido em outros programas do mesmo ramo? A pergunta foi respondida logo após o desfecho do primeiro episódio: muita coisa. Doses generosas de suspense, cálculo devidamente equacionado da tensão, personagens esféricos e distanciamento de alguns padrões novelísticos vulgares para dar espaço ao denso e intenso cotidiano de dois médicos, em posições sociais diferentes, alijados de suas condições contratuais, tendo em vista a obrigatoriedade de trabalhar para a criminalidade em prol da manutenção de suas vidas. É assim que a produção se desenvolve ao longo de seus oito episódios eletrizantes, de 50 minutos em média, um excelente trabalho de composição dramática, tecido por Fábio Montanari, criador que precisou aguardar mais de uma década para que o seu projeto saísse do papel e ganhasse forma. Pelo visto, foi bom esperar, pois o resultado é surpreendente. Ficção de primeira linha. Das linhas de diálogos aos perfis dos personagens.
Para o realizador, a série possui DNA brasileiro, mesmo que a sua produção tenha sido pensada em língua inglesa. O projeto, na verdade, é ramificação de um concurso de dramaturgia, escrito em 2013, formatado em 2015 e só transformado em audiovisual por agora. As velhas e exaustivas questões ligadas ao processo de produção cultural no Brasil. Com direção geral de Diego Martins e Jéssica Queiroz, Sutura foi estruturada com base em um meticuloso processo de investigação. Montanari entrevistou uma média de sessenta médicos, diversos jornalistas da área criminalista, esteve com sociólogos e estudiosos sobre crimes, para adensar mais o roteiro de sua narrativa, assegurando realismo diante da necessidade do espectador suspender rapidamente a descrença em algumas passagens para a perspectiva do entretenimento entrar em pleno funcionamento. Com traços de outras séries criminais, o programa emula elementos que deram certo em outras jornadas ficcionais, mas cria o seu próprio universo.
Na trama, Ícaro e a Dra. Mancini (Claudia Abreu) vivem na linha tênue entre a ética e a sobrevivência. Ele é um jovem de origem humilde, que conseguiu passar em primeiro lugar para começar os seus trabalhos numa residência médica situada em um dos hospitais mais renomados da cidade. Essa questão incomoda alguns dos outros colegas, de posições privilegiadas, mas desprovidos do mesmo resultado no processo classificatório em questão. Mas, como nada vem fácil para quem vem da periferia, o jovem precisa acertar as suas contas com a instituição de ensino onde se formou, para que assim, tenha o seu CRM e possa trabalhar dentro da lei. O grande conflito nesse processo é a sua completa falta de grana para resolver o esquema. Ele, grande admirador de Mancini, vê na oportunidade de atuar com a cirurgiã, um grande passo para a sua carreira. Mas os problemas se estabelecem logo. Mentalmente pressionado por um antigo amigo de jornada na juventude pobre de onde veio, Ícaro acaba atendendo ilegalmente algumas pessoas do mundo do crime no necrotério do hospital.
Não demora, Dra. Mancini também é levada ao lugar. Agora, ambos dividem conflitos semelhantes, ele numa posição bem mais comprometedora, mas ela dominada pelo nervosismo ao ter que assumir que a sua carreira anda em risco, pois os tremores nas mãos, originados de uma situação traumática que vai se delineando por meio de flashbacks que nos explicam como todos os personagens chegaram naquela situação sufocante. Assim, tendo que equilibrar a supervisão da residência com os atendimentos ilegais que se proliferam a cada instante, o jovem médico se coloca constantemente em risco, causando desconfiança nos demais residentes, bem como em outras pessoas que gravitam em torno de sua vida pessoal e profissional. O ambiente hospitalar, por sinal, um espaço de rotineiras situações de forte tensão, também é evidenciado quando a dupla se encontra na superfície, disfarçando-se do que cometem nas zonas abissais de um complexo gigantesco, mas todo monitorado por câmeras e por pessoas que não torcem pela recuperação de Mancini, tampouco pelo sucesso de quem mais possui obstáculos: Ícaro.
Há a direção corrupta, os egos em conflito, os momentos de calmaria (menos frequentes) em paralelo aos momentos de intensidade (mais constantes), o driblar dos curiosos, a postura impiedosa e pouco paciente dos chefes do crime, ameaçadores rotineiros da dupla de médicos, dentre outros tantos elementos que fazem desse primeiro bloco de episódios de Sutura um drama que vai além das abordagens estereotipadas das narrativas médicas, numa reversão de fórmula que torna o desenvolvimento empolgante o tempo inteiro. Purgamos com as dores psicológicas enfrentadas por Ícaro, compreendemos brevemente as motivações para Mancini ter se transformado numa mulher destemida, mas de comportamento complexo, difícil de lidar com o outro, além do entendimento sobre as ações e reações que levam tais personagens a caírem numa armadilha de desprendimento complicado. Eduardo Piagge, na direção de fotografia, Mariana Rocha, na condução musical, e Marghe Pennacchi, no design de produção, permitem que cenários, iluminação, enquadramentos e movimentos, todos sincronizados com a boa textura percussiva, possam assegurar eficiência narrativa e assertividade estética para a série.
Que uma segunda temporada seja produzida em tom de urgência, tal como o cotidiano dos protagonistas.
"Grimm" é, sem dúvida, uma série que conquistou o coração de muitos espectadores, incluindo aqueles que se tornaram fãs incondicionais e assim como eu, repetiram suas temporadas diversas vezes. Entretanto, como em qualquer produção, certas decisões narrativas podem deixar os fãs frustrados. A seguir, abordaremos algumas dessas escolhas que impactaram negativamente a trama e seus personagens.
foi a transformação de Juliette em uma Hexenbiest. Embora essa mudança tenha trazido um elemento interessante ao enredo a forma como foi conduzida foi desastrosa. A química entre Juliette e Nick era extremamente natural e a expectativa dos fãs era de que, apesar das dificuldades, o casal superaria as adversidades. No entanto, o desenrolar da história levou Juliette a atitudes extremas, como a destruição do trailer com os livros Grimm, além da traição a Nick. Não só isso, sua "nova identidade" e a drástica mudança de comportamento foram um duro golpe para os fãs que esperavam alguma forma de redenção para a personagem.
O final que lhe foi atribuído foi uma grande decepção e deixou um grande vazio na narrativa.
foi o relacionamento de Nick com Adalind. A personagem, que anteriormente havia causado tantas dificuldades na vida de Nick, como a tentativa de assassinato de sua tia e a destruição de seu relacionamento com Juliette, acaba se tornando o seu um par romântico. Essa decisão narrativa, além de contraditória, parece ignorar os traumas que Nick havia enfrentado. O fato de ele assumir a paternidade de seu filho, fruto de mais um feitiço de Adalind, é compreensível em um sentido emocional, mas a escolha de seguir em frente com Adalind
foi mal recebida por muitos, pois não parecia uma progressão lógica para o personagem.
a transformação do Capitão Renard em um vilão absoluto foi outra decisão que dividiu opiniões. Embora seu caráter ambíguo tenha sido um ponto forte durante as primeiras temporadas, sua total traição a Nick e Hank foi frustrante. Apesar de sua ganância por poder ser uma constante em sua personalidade, o Capitão sempre teve momentos de aliança e auxílio a Nick, até mesmo, literalmente sacrificando-se por ele. A deslealdade em relação aos amigos e sua brusca transformação para um vilão,
foram aspectos que prejudicaram o desenvolvimento da trama e deixaram os fãs insatisfeitos.
Por último, o final apressado da série foi um ponto crítico, mas pelo menos isso tem uma explicação aceitável. A Universal anunciou o cancelamento de "Grimm" de forma abrupta, o que resultou em um desfecho corrido e, em muitos aspectos, insatisfatório. Apesar de o encerramento ter trazido uma certa dignidade, a falta de tempo que os produtores tiveram para desenvolver adequadamente as tramas e solucionar os conflitos deixou algumas perguntas sem resposta. Esse ritmo acelerado tirou a oportunidade de oferecer aos fãs um fechamento mais coerente e elaborado.
Em conclusão, embora "Grimm" seja uma série adorada, suas falhas em decisões cruciais de enredo e desenvolvimento de personagens são inegáveis. Os fãs, que acompanharam cada reviravolta da história, certamente sentiram a frustração diante de escolhas que pareciam não respeitar a trajetória estabelecida dos personagens. Sem dúvida, os desafios da produção e as circunstâncias externas influenciaram esses desfechos, mas isso não diminui a decepção gerada nas expectativas dos espectadores. Como muitos de nós, eu também compartilho desse sentimento e me pergunto se, com um pouco mais de tempo e planejamento, a série poderia ter alcançado um desfecho mais satisfatório e fiel aos seus personagens.
Vamos ver se o filme que está sendo produzido traz novos desdobramentos que possam consertar certos pontos da série.
Estou realmente amando esse drama, ele só fica melhor e melhor!! O melhor drama de ação coreano que assisti. Cada cena de luta foi perfeitamente executada. Ele deveria ganhar o PRÊMIO DAESANG.
Han Ji Hyuk » No comando [The Veil + Seu olhar frio o torna tão sedutor]
A triste história de uma jovem médica viciada em uma droga mortal.
Nota: 5,0/5,0 (Obra-prima)
Apesar da hegemonia das novelas, nos últimos anos a Rede Globo – principalmente em virtude do Globoplay, o seu próprio serviço de streaming – tem investido cada vez mais em séries originais. Nesse viés, temas sociais estão cada vez mais presentes, como a sucateada saúde pública, exemplarmente vista na série médica Sob Pressão, e a ausência de investimentos na educação de Jovens e Adultos (EJA), em Segunda Chamada. Essa característica é benéfica, porque faz com que o telespectador – que está do outro lado da telinha – possa refletir sobre a temática retratada, o que promove de certa forma a intensificação do senso crítico, afinal de contas “a arte imita a vida” a todo momento. E o conteúdo de Onde Está Meu Coração é a dependência química, tema cheio de tabus na sociedade brasileira contemporânea, principalmente em relação ao preconceito em relação aos dependentes químicos. Diante disso, os autores do novo seriado, George Moura e Sérgio Goldenberg – idealizadores de O Rebu (2014) e de Onde Nascem os Fortes (2018) – quiseram desmistificar e elucidar os desdobramentos do indivíduo doente e das pessoas ao redor dele, como os familiares, os amigos e os amores.
Na pele da excelente atriz brasileira Letícia Colin, conhecemos a protagonista da história, chamada Amanda Meireles: médica, bem-sucedida, de família de classe média alta e casada com o arquiteto Miguel. Contudo, em virtude de diversas circunstâncias da vida, ela acaba sendo usuária assídua de drogas ilícitas, como o crack. Além disso, fomos apresentados aos pais da moça, vindos de Santos, cidade litorânea do estado de São Paulo: o pai, o também médico, David Meireles, e a mãe, a executiva Sofia Vergueiro (Mariana Lima). Ambos ficam bestializados e, claro, tristes, com o fato de a filha ser usuária de crack e, por conseguinte, o sentimento de culpa acaba sendo assolado por toda a família. O que será que leva uma pessoa a escolher o caminho das drogas? Refúgio? Proteção? Vulnerabilidade? Escapismo? Diversos são os questionamentos, mas sem uma resposta certa, fazendo com que o sofrimento seja retratado de ambos os lados: da filha e dos pais.
Embora o roteiro inicialmente não tenha aprofundado na história de vida de Amanda, inclusive nas razões pelas quais ela escolheu o crack como escape aos seus problemas, o seriado possui uma carga dramática significativa aos olhos do público. Isso se explica por meio das belas cenas gravadas em locações distintas, como a Cracolândia, região na qual se concentram usuários de drogas, o Memorial da América Latina e o famoso Parque do Ibirapuera, espaços localizados na cidade de São Paulo (SP). Foi uma tentativa de fazer com que estes espaços físicos citados fossem “personagens” sensoriais e frios, juntamente à atuação irretocável dos atores, sendo uma imersão quase verdadeira apesar de o produto ser ficcional. Em meio a isso, a demasiada tristeza invade os diálogos, cobertos até mesmo de pistas dos conflitos que estão por vir: no passado, por exemplo, David também já sofreu em função da dependência química, aliado ao fato de ele ter perdido um filho por conta disso; já Sofia se sente culpada e extremamente preocupada com o estado em que sua filha se encontra, tanto por ter se dedicado demais ao trabalho quanto por não ter prestado atenção aos sentimentos da filha ao longo do tempo até Amanda chegar a um estado lamentável como dependente química. Tem ainda o marido displicente, que escondeu o ocorrido de seus sogros na tentativa de resolver a situação sozinho. Resultado: não deu certo e, com isso, Amanda segue usando a droga em qualquer lugar, seja no trabalho, seja no apartamento de Beto, traficante responsável por apresentar as drogas à jovem médica. Para piorar a situação, Miguel, além de ter sido omisso em não cuidar de sua esposa, envolve-se com a sua nova cliente no ramo da arquitetura, Vivian (Camila Márdilla), mulher rica e super ambiciosa, que fará de tudo para conquistar o coração do moço, uma vez que sempre foi acostumada a ter tudo o que deseja.
No que diz respeito aos aspectos técnicos da direção de Luísa Lima – com supervisão artística de José Luiz Villamarim, com roteiro de Laura Rissin e de Matheus Souza – é evidente que a fotografia, os cenários e os figurinos são parte de uma superprodução gravada – com exclusividade – em locações, como as mencionadas anteriormente. Ao captar planos dramáticos, a câmera acabou reverberando os sentimentos de sensibilidade e de emoção de quem assistia ao piloto, principalmente na angustiante e inquietante sequência final, na qual pai, marido e os funcionários da clínica de reabilitação correm atrás de Amanda na tentativa de convencê-la de que o tratamento é a melhor opção para a jovem médica. Todavia, será mesmo que a internação compulsória é o melhor “remédio” para o paciente? Apesar de negar a todo instante a ajuda imprescindível para a sua recuperação, será que o dependente químico está lúcido o suficiente, por intermédio de suas faculdades mentais, para tomar decisões importantes para a sua vida? Foi sufocante ver a Amanda ficar pendurada no viaduto, e óbvio que ela não iria morrer, visto que a jovem é a protagonista de Onde Está Meu Coração.
Por fim, destaco que o seriado é pertinente para quebrar o paradigma, juntamente ao preconceito, de que as drogas ilícitas estão presentes somente no público com menor poder aquisitivo. Muito pelo contrário: sem qualquer glamourização, os entorpecentes estão disponíveis para todas as classes sociais, dentre pobres e ricos, e eles, infelizmente, adoecem a si próprios como ainda os familiares, os quais muitas das vezes não sabem como ajudar. Somado a isso, o enredo tem uma outra visão: a de não mostrar o tráfico, a ação policial e a violência, e sim evidenciar as mazelas humanas causadas pelo uso corriqueiro das drogas e o caminho de uma possível redenção e cura dos dependentes químicos. E para que Amanda possa percorrer essa estrada árdua até a completa desintoxicação, ela terá a ajuda de sua família, com amor e sensibilidade. Inclusive, na série, Fábio Assunção pôde usar a sua própria experiência de luta pessoal contra as drogas para dar veracidade à trama, já que ele usava entorpecentes não legalizados. E por falar nesse quesito, vale ressaltar que Letícia Colin está em uma de suas melhores personagens, seja por causa de sua expressão corporal, seja em virtude da maquiagem. Duas cenas merecem ser lembradas: o grito debaixo do chuveiro, logo no início do episódio, representando muito provavelmente a abstinência ou os efeitos colaterais do uso abundante do crack, e quando ela fumou sozinha entre as divisórias da estrutura física do lado de fora do Hospital Antônio Ribeiro Sá, local onde ela atua como médica residente.
Onde Está Meu Coração é uma das produções de maior sucesso originais do Globoplay, feita pelos Estúdios Globo, e eu tenho certeza de que você, meu(minha) caro(a) leitor(a), não vai se arrepender em acompanhar essa jornada de luta contra as drogas, aliada a uma convidativa trilha sonora. Uma curiosidade interessante é a bela abertura ao mostrar o nome da série, com as letras “o” preenchidas em vermelho, fazendo uma espécie de alusão aos batimentos cardíacos, sendo algo mágico e, de certa maneira, poético. Finalizo com a pergunta que não quer calar: Onde Está Meu Coração?
Com direção de Joana Jabace e baseada no livro homônimo de Raphael Montes, a série do Globoplay conta com roteiro adaptado por Raphael e Dennison Ramalho, Yuri Costa e com redação final de Claudia Jouvin.
A produção conta a história de Téo (Jaffar Bambirra), um estudante de medicina solitário que cuida de sua mãe paraplégica e se especializa em anatomia. Em um churrasco relutante com sua mãe, ele conhece Clarice (Julia Dalavia), uma aspirante a roteirista. Fascinado por ela, Téo se aproxima insistentemente, mas diante da recusa da mulher, ele a sequestra. O sujeito a coloca sedada em seu carro e embarga em uma viagem pelos lugares descritos no roteiro de Clarice, com o objetivo de conquistá-la. O final do livro é trágico, mas o escritor avisou que o desfecho da série será diferente.
O elenco conta ainda com Felipe Camargo, Teca Pereira, Fabiula Nascimento, Heloisa Honein, Debora Bloch, entre outros.
Tudo sobre "BBB: O Documentário - Mais que uma espiada"
Um documentário sobre os impactos do reality na vida dos participantes e na sociedade, mostrados pelos seus principais personagens. A série documental "BBB: O Documentário - Mais que uma espiada", dirigida e roteirizada por Bruno Della Latta, teve uma iniciativa inédita da emissora, que optou pela transmissão na grade aberta e não no Globoplay. A produção celebra as 24 edições já exibidas – a 25ª estreia dia 13 de janeiro – e os 22 anos do programa. Dividida em quatro episódios, a série traz exemplos de como o BBB se tornou um fenômeno cultural, além de um espelho das transformações sociais no Brasil ao longo dos anos. A obra será exibida em quatro dias consecutivos, até 10 de janeiro, na TV Globo, após ‘Mania de Você’.
Bruno Della Latta explica que, para além de curiosidades de bastidores, resgate de acontecimentos marcantes e histórias dos participantes, a narrativa envolve, sobretudo, a troca mútua entre as discussões sociais geradas no reality e as mudanças observadas – e vividas, claro – fora da casa. “Percebi que o ‘Big Brother Brasil’ vai muito além do entretenimento, sendo um reflexo vivo das questões culturais, sociais e comportamentais de cada época. Sempre tentei olhar o programa como um recorte do seu tempo. Quais temas foram debatidos naquele ano? Quem foi escolhido vencedor? Quais roupas as pessoas estavam usando? Quais músicas estavam tocando? Dá para assistir ao BBB e entender muito sobre o que estava acontecendo na sociedade brasileira. Foi essa linha que segui para criar este documentário”, coloca Bruno.
Amanda Prada, produtora de conteúdo e assistente de direção, destaca o papel transformador do BBB em ampliar horizontes e promover debates. "O programa desafia as bolhas em que vivemos e nos provoca a refletir sobre conflitos, empatia e julgamentos. Este documentário não é apenas uma retrospectiva; também mostra para a sociedade sobre como podemos evoluir", acrescenta. Com uma abordagem leve, às vezes mais bem-humorada e outras mais emotiva, a produção também explora as mudanças na forma de fazer e consumir televisão, já que o formato de confinamento moldou um novo comportamento, tanto para quem participa – muitos dos quais sempre sonharam em se tornar famosos ou trabalhar na TV, e viram no reality uma oportunidade –, quanto para quem assiste, que passou a acompanhar, curiosamente, a vida cotidiana através das câmeras.
Utilizando imagens de arquivo que mostram os momentos mais icônicos das 24 edições já veiculadas, e entrevistas com pessoas que fizeram parte dessa história, a série documental traça um retrato instigante do BBB como uma sensação midiática. “A escolha [pelos entrevistados] não foi feita por critério de importância ou visibilidade. Foram escolhidos os participantes que melhor poderiam contribuir para a história que queremos contar e que exemplificam as transformações sociais, culturais e comportamentais que mostramos no documentário”, complementa Bruno.
O primeiro episódio, ‘A Era da Fama’, explica o surgimento do formato na Holanda, sua importação para o Brasil e como rapidamente se tornou um sucesso entre os brasileiros. Para construir essa narrativa, nomes essenciais ao legado do ‘Big Brother Brasil’ deram depoimentos, como John de Mol Jr., criador do formato; e participantes históricos como Grazi Massafera (BBB5), Sabrina Sato (BBB3) e Cida, campeã do BBB4. Os bastidores e o impacto inicial do programa também são relatados por Marisa Orth e Pedro Bial, os primeiros apresentadores, e os diretores Boninho e Rodrigo Dourado, que detalham as inovações na produção. Momentos marcantes, como a cena icônica de Kleber Bambam (BBB1) com Maria Eugênia, sua boneca feita de vassoura, são recordados.
No segundo episódio, ‘A Seleção’, o foco recai sobre diversidade e inclusão, com depoimentos de Ariadna (BBB11), a primeira mulher trans a participar do reality, além de Vanessa (BBB14) e Juliana Alves (BBB13), que abordam questões raciais e sociais discutidas no programa. Sabrina Sato, que retorna neste episódio, e Gil do Vigor (BBB21) também compartilham suas histórias.
O terceiro episódio, nomeado ‘Os Conflitos’, explora momentos de grande repercussão midiática. Alguns dos entrevistados são Ana Paula (BBB16), Emily (BBB17), Manu Gavassi (BBB20), Solange (BBB4), além do também do apresentador Tiago Leifert. Eles falam também como o programa evoluiu na era das redes sociais, influenciando a leitura do público sobre o jogo.
Já o quarto episódio, ‘As Vitórias’, celebra alguns vencedores, com depoimentos de Jean Wyllys (BBB5), Thelma Assis (BBB20), Juliette (BBB21), entre outros, e o mais recente vencedor, Davi (BBB24), que analisam os efeitos de terem participado do reality. “A maioria compartilhou suas histórias com gratidão e emoção, mostrando o quanto o programa transformou suas vidas”, reforça Amanda. O cantor Paulo Ricardo também aparece em uma homenagem musical ao tema de abertura, e Tadeu Schmidt, apresentador atual, traz sua experiência em acompanhar de perto a trajetória dos participantes das últimas edições.
A direção acredita que a produção é uma homenagem ao Brasil e ao impacto do BBB nas transformações culturais. "É um programa que, mesmo 22 anos depois, continua nos mostrando novas perspectivas e nos instigando a evoluir como sociedade", conclui Bruno. “Este é um documento histórico de análise da sociedade, seu comportamento e as mudanças nos últimos 22 anos. Um grande alerta para o futuro, para quem vive em suas bolhas, para que se abra para o novo, olhe para o lado e enxergue o mundo além das suas relações e crenças como algo natural”, conceitua Amanda.
‘BBB: O Documentário - Mais que uma espiada’ tem direção e roteiro de Bruno Della Latta, redação de Elli Cafrê e produção de conteúdo e assistência à direção de Amanda Prada. A direção de gênero é de Mariano Boni.
🔮 Um Conto de Vingança, acompanhamos a traficante de armas Elena Federova (Morena Baccarin), recém capturada pelo FBI. Os agentes lhe oferecem um acordo judicial, mas, para chamar a atenção da prestigiada agente Val Turner e envolvê-la no caso, Elena decide orquestrar uma série de ataques a sete bancos diferentes. Enquanto a trama se reveza entre mergulhar no passado da criminosa e acompanhar suas ações no presente, vamos, pouco a pouco, entendendo a ligação entre Federova e Turner, além da motivação por trás da escolha dos alvos de seus crimes.
🍿 Um seguidor me sugeriu para ver essa série e eu Ignorei por muito tempo e hoje me arrependo por não ter visto antes. Terminei de ver e super Recomendo 👈
🎥 Infelizmente, a série foi cancelada após Uma temporada por motivos políticos*. Mas eu acho que essa série devia ter pelo menos 30 Temporadas ✅
🖥️ M.U.L.U.N.D.A.T.V 🖥️
* Em um dos episódios eles resumiram sobre a história da política brasileira, falando desde antes de Tancredo Neves até ao maior escândalo de corrupção brasileiro, a operação Lava-Jato
"Você não pode colocar a humanidade na guerra" ISSO É FRIO!!
Duvido que eu consiga entender completamente o que aqueles soldados passaram, mesmo vc sendo como um veterano do Afeganistão. É realmente incrível que este documentário fale com pessoas que estavam envolvidas no incidente em ambos os lados.
"As pessoas me perguntam se você acha que é algum tipo de herói? Eu não digo nada. Eles não vão entender"
Mesmo um veterano do Iraque, creio que jamais seremos capaz de compreender exatamente o que aqueles soldados vivenciaram. Hollywood tentou fazer o que pôde para acertar, mas nada é como a coisa certa... Definitivamente vou assistir a isso.
Eles deveriam incluir a Operação Malbatt lançada pelo Batalhão da Malásia. É uma operação de resgate conjunta muito importante dos EUA/Malásia durante a Batalha de Mogadíscio. 🇲🇾🤝🇺🇸
Durante o incidente Black Hawk Down, havia um comboio de socorro composto por soldados malaios e paquistaneses que foi enviado para ajudar a Força-Tarefa Ranger.
O Batalhão da Malásia recebeu ordens para resgatar 70 Rangers americanos e cinco membros da Força Aérea dos EUA no Mercado Bakaara de Mogadíscio. Um soldado malaio, o cabo Mat Aznan Awang, foi morto quando seu veículo foi atingido por um RPG, e outros sete soldados malaios ficaram feridos durante a batalha. A missão foi emboscada, e o Cabo Mat Aznan Awang foi morto. O exército dos EUA não reconheceu oficialmente o papel dos soldados da Malásia até 2013.
A série é muito boa. Claúdia Abreu é excelente e o elenco está incrível. Lógico que quem assiste séries americanas vai reconhecer referências de Greys Anatomy, House, The Mob Doctor e outras, mas Sutura contrói uma identidade própria com histórias interessantes, crítica social, elenco principal e de apoio emocionando o público e uma São Paulo retratada de forma nua, crua e realista. A fotografia e as tomadas aéreas da cidade são um show a parte.
Amei, não é só mais uma série médica, traz todo um contexto diferente, mostrando sempre os dois lados da coisa. Gostei demais. É ficção e os exageros são desculpáveis. Diferente de SOB PRESSÃO, o maniqueísmo é menos acentuado e há suspense e ação em doses certas.
Uma trama excelente e subtrama que te deixa perguntando, o que será que ele vai fazer?
Série dinâmica, tensa e envolvente. Possui todos os ingredientes que prende o público. Faz um crítica social à área da saúde e à hipocrisia no meio hospitalar, envolvendo corrupção e política. Os atores estão excelentes, com destaque principal para protagonista Claudia Abreu.
Excelente! Prende o telespectador do início ao fim, mostra a realidade da desigualdade no Brasil, Politicagem e, corrupcão, Personagens excelentes e, história bem elaborada!, cada episódio termina com um gostinho de quero mais, daquelas obras que o telespectador começa a assistir e não para até terminar a temporada!. Um ponto negativo (MINHA MODESTA OPINIÃO) achei a Vilã, chefe do tráfico Fraca pra personagem, não passou aquela imagem como criminosa, mas quem sabe é por ser a primeira temporada. Bom!
Alien: Earth (1ª Temporada)
2.5 3ALIEN: TERRA ESSAS CAIXAS ESCONDEM ALGO MUITO PIOR DO QUE VOCÊ IMAGINA!
Alien: Earth (2025), a aguardada série de Noah Hawley que traz os xenomorfos para o nosso planeta só parece que o terrivel xenomorfo nao esta vendo sozinho para a terra, outras espécies alienígenas estão vindo com ele.
Sinceramente! Na minha humilde opinião, ambos os teaser / trailers estão uma obra de arte, parabéns pela equipe que está por trás deles, inclusive! Esses conjuntos parecem ter vindo direto dos anos 70 / 80 e eu adoro isso, realmente! Eles levaram a tudo isso sério, até mesmo reutilizando os efeitos sonoros dos filmes antigos do Alien😗😙😁👌
É o que a gente busca nesse tipo de produção, qualidade em todos os aspectos, principalmente em uma produção que exige uma atenção toda especial com os detalhes!
Não sei se a serie vai ser boa, mas a premissa promete bastante pelos vistos.
PS: Se no filme "Predador Terras Selvagens" aparecer alguma tecnologia retrô dos anos 70 igual em Alien. Eu vou ter um treco 😮
Arcanjo Renegado (4ª Temporada)
1Resenha Sobre a Série: Arcanjo Renegado: Uma Joia Brasileira que Merecia Mais Reconhecimento - 📺
"Arcanjo Renegado" é sem dúvida a melhor produção brasileiras da última década, e poucos podem contestar essa afirmação. A série, disponível no Globoplay, traz à tona questões sociais complexas e provoca reflexões profundas sobre a corrupção política, violência urbana e os limites da atuação policial, fato que a torna uma obra relevante e necessária.
Ao iniciar a série, confesso que tinha minhas reservas, especialmente ao perceber que ela era uma produção da Globo, conhecida por vezes por abordar temáticas de forma superficial e desonesta. No entanto, "Arcanjo Renegado" surpreende ao fornecer uma narrativa equilibrada que explora, de maneira habilidosa, tanto o excesso de violência policial quanto a percepção de que, em alguns casos, essa violência se torna uma necessidade para combater o crime. Essa dualidade é apresentada com maestria, permitindo ao espectador formar suas próprias opiniões sem forçar um lado específico.
As atuações do elenco são outro ponto forte da série. Em especial, o ator Marcello Melo Jr. entrega uma performance impressionante como Mikhael Afonso, o protagonista. Sua atuação é tão convincente que transporta o público para o cerne da história, tornando cada cena repleta de intensidade emocional. O equilíbrio entre a escrita refinada e as performances poderosas contribui para que a série se mantenha cativante ao longo de suas temporadas.
A direção, que começou com Heitor Dhalia nas duas primeiras temporadas e continuou com Lipe Binder, Fábio Strazzer e Lucas Villamarim nas seguintes, mantém um padrão elevado de qualidade. Cada diretor trouxe sua visão e estilo, mas todos conseguiram preservar a essência da série, enriquecendo-a e ampliando seu impacto. Embora muitos possam considerar Dhalia o melhor dos diretores, a contribuição coletiva foi fundamental para moldar a narrativa envolvente da série.
É notável que, desde "Tropa de Elite 2", não vínhamos assistindo a uma produção tão bem elaborada e significativa. "Arcanjo Renegado" demonstra que é possível criar conteúdos de qualidade sem recorrer a agendas políticas forçadas ou simplificações discursivas que muitas vezes permeiam o gênero policial. A série se destaca pelo seu equilíbrio nos argumentos, apresentando um retrato intricado da realidade social brasileira.
Além disso, merece destaque a equipe de produção que, através de uma fotografia crua, ângulos diversificados e cenas de ação de tirar o fôlego, rivaliza com as grandes produções cinematográficas internacionais. As sequências são bem coreografadas e filmadas, mostrando um cuidado estético que se alinha com o desenvolvimento da trama.
Por todos esses motivos, "Arcanjo Renegado" não apenas merece mais reconhecimento, mas também um lugar de destaque na cultura popular brasileira. É uma série que, sem dúvida, proporciona entretenimento e reflexão, e que espero ver ganhar ainda mais elogios e visibilidade do público. Essa obra é uma prova de que o Brasil tem capacidade de produzir narrativas impactantes, e que a indústria audiovisual nacional pode evoluir para algo, além de produções cheias de agendas a serem cumpridas.
Reacher (3ª Temporada)
4.0 67Na terceira temporada, Reacher se disfarça como vendedor de tapetes. No entanto, ele não se torna um capacho, mas sim enfrenta as pessoas nos bastidores...
“Eu percebi porque é que fazes o que fazes. Não é só porque precisas de corrigir as coisas. E não é porque você é um garotinho. É porque você odeia o grandalhão. Tu odeias os grandes e poderosos filhos da put💥 que pensam que podem simplesmente safar-se das coisas. Então, certifique-se de que eles não.”
(Neagley no último episódio da terceira temporadade Reacher)
Na série solo da Neagley que estreia ainda este ano, a sinopse diz:
O inferno está decidida a perseguir justiça, Neagley usa tudo o que aprendeu com Jack Reacher e seu tempo como membro dos 110 Investigadores Especiais, colocando-se num caminho perigoso para descobrir um mal ameaçador.
Em 27 de março, o final da terceira temporada da série de ação Reacher foi ao ar no serviço de streaming Amazon Prime Video. Nele, o gigante de dois metros de altura (Alan Ritchson) luta contra um suposto vendedor de tapetes e seus capangas, desta vez em uma missão secreta. Mas, assim como nas temporadas anteriores, a série dramática cheia de ação surpreende com reviravoltas inteligentes e cenas engraçadas, além de cenas de luta bem coreografadas.
O novo elenco de apoio formado por Sonya Cassidy e Anthony Michael Hall também é convincente. Mas rostos familiares como Maria Sten como Neagley também podem ser vistos. A parte do spoiler começa no oitavo minuto.
Por favor, deixe-nos saber nos comentários qual cenário de livro você gostaria de ver na próxima quarta temporada.
Caçador de Demônios (1ª Temporada)
3.2 27A série de caçadores de demônios "The Bondsman" toma emprestado o estilo de "Supernatural" e vem com muita ação, ação e um Kevin Bacon legal no papel principal.
ALERTA DE SPOILER: esta MSN pode conter pistas sobre a continuação da trama!
Isso acontece na série “The Bondsman”
O caçador de recompensas Hub Halloran (Kevin Bacon, The Following) tem um grande problema na série The Bondsman.
Há apenas um momento ele estava perseguindo um criminoso fugitivo e agora ele está morto na poeira com a garganta cortada... Por que ele se encontra algumas horas depois na parede divisória de um quarto de motel decadente é um mistério para ele, mas uma coisa é certa: Hub está furioso.
No entanto, sua campanha de vingança contra a pessoa que ordenou seu assassinato, que por acaso é o novo namorado (Damon Herriman) de sua ex Maryanne (Jennifer Dice), se transforma em uma experiência sobrenatural. De repente, sem que ele saiba, Hub se torna um funcionário de poderes superiores e agora faz seu trabalho de uma maneira um pouco diferente do que antes. Em vez de bandidos terrenos, ele agora caça demônios que escaparam do inferno e deve mandá-los de volta
A comédia está na moda
Cinismo aliado a personagens malucos, ação e heróis legais parecem ser muito populares em vários provedores de streaming no momento. Combinado com uma pequena influência de séries de terror e mistério, esse conceito funciona ainda melhor, especialmente quando o personagem principal é um caçador de recompensas desiludido e recentemente assassinado...
É exatamente assim que você poderia descrever a premissa de “The Bondsman”. Quando um personagem assim é colocado em uma situação bizarra após a outra, com muito sangue fluindo e demônios vagando pela tela, o mundo do fã de fantasia está em ordem.
Os recém-chegados em Hollywood
No entanto, isso requer um ator com uma atitude decididamente tranquila, o que o criador da série, Grainger David, felizmente encontrou em Kevin Bacon. Um homem como David, que até agora produziu apenas alguns curtas-metragens mais ou menos bem avaliados, dificilmente teria tido a chance de ter seu próprio projeto de série no velho mundo da TV se não tivesse conquistado seu espaço como roteirista de algum formato estabelecido.
Nesse sentido, é um fato positivo que a Netflix e a Amazon Prime Video, em particular, sempre dão uma chance a talentos desconhecidos. Para começar, o produtor e roteirista criou uma história que se inspira claramente na longa série Supernatural, mas ainda tem um elemento novo e único. Quando o personagem principal Hub, por exemplo, dirige por estradas empoeiradas na velha caminhonete de sua mãe ao som de rock contagiante, você sem dúvida se lembra do grande modelo a ser seguido.
Velho, mas novo
A forma como
o primeiro demônio da semana aparece também decorre da representação clássica.
as aventuras dos Winchesters.
Desde o início, fica claro que “The Bondsman” não se leva muito a sério e gosta de brincar com clichês. O fato d
e a ex-esposa de Halloran, Maryanna, uma cantora country, e seu namorado e suposto assassino de seu marido Lucky gostarem de usar chapéus de cowboy
Elenco e estrutura
Além das grandes atuações de Kevin Bacon e Jennifer Nettles
(que, por sinal, é uma cantora country), também podemos esperar personagens marcantes como Beth Grant (Mayfair Witches, de Anne Rice), no papel da mãe de Hub, Kitty, que está sempre pronta com um comentário espirituoso. Damon Herriman (The Artful Dodger) interpreta Lucky no episódio piloto com uma atitude um pouco idiota, e Jolene Purdy, conhecida de WandaVision e Orange Is the New Black, está muito divertida como uma funcionária da agência de recompensas sobrenaturais "Gold's Pot" e
De uma perspectiva puramente estrutural, o Prime Video está seguindo o caminho de episódios curtos e concisos que já seguiu com a série de sucesso On Call. Cada episódio tem entre 30 e 35 minutos de duração, com a primeira temporada tendo um total de oito partes. Em outras palavras, a temporada inteira tem apenas 240 minutos de duração — ou a duração de dois longas-metragens.
Não há muito tempo para narrativas discrepantes e análises aprofundadas dos personagens, mas esse não é o objetivo de "The Bondsman". A série tem como objetivo principal oferecer entretenimento de fantasia cheio de ação, animado e espirituoso e, começando com o episódio piloto, consegue isso de uma forma lúdica.
Ainda não se sabe como a história se desenvolverá e se a primeira temporada conterá mais do que algumas divertidas caçadas a monstros. Seria bom saber por que Hub, de todas as pessoas, teve permissão de retornar do Inferno para transportar demônios que andavam pela Terra até lá.
Talvez os criadores da série nos deem algumas informações mais detalhadas sobre o passado de Hub aqui e ali, semelhante ao que Dick Wolf faz na produção mencionada acima "On Call". Se usado com moderação e casualmente em um ou dois episódios, isso pode ser benéfico para o formato e fortalecer o vínculo com o personagem principal.
Conclusão
O episódio piloto da série “The Bondsman” é uma mistura rápida e divertida de gêneros, que também tem um forte apelo em Kevin Bacon. Mesmo que memórias de “Supernatural” apareçam aqui e ali, o formato ainda consegue se sustentar e, graças à sua narrativa curta e nítida, proporciona ação, humor e suspense.
Adolescência
4.0 532‘Adolescência’ mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime cometido por um jovem!
Em 'Adolescência', minissérie da Netflix, o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
Primeiro episódio da série é exemplo máximo de qualidade televisiva.
A relação entre crime e sociedade é um terreno instável, onde se entrelaçam questões psicológicas, morais e institucionais. No centro desse labirinto está Adolescência, minissérie da Netflix que mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime violento cometido por um jovem.
Ao longo de quatro episódios, a produção não apenas destrincha os desdobramentos da investigação, mas escancara as camadas de culpa, desespero e negligência que se acumulam entre família, escola e sistema judicial. A narrativa, construída com a intensidade do plano-sequência, não dá espaço para respiro: o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
São seis da manhã de um dia comum. Comum, até que uma equipe de policiais fortemente armados, liderada pelo detetive Bascombe, invade uma casa e prende um garoto de 13 anos, Jamie Miller.
Seus pais, Eddie e Manda, assistem, paralisados, enquanto o filho é levado à delegacia, processado e trancado em uma cela. Jamie é acusado de assassinar um colega de escola. Ao lado de Eddie, que atua como seu representante legal, e de um advogado, ele precisa encarar as provas acumuladas pela polícia. Em questão de minutos, a rotina pacata da família se transforma em um pesadelo de horror, acusações e revelações brutais.
O início da série é um soco no estômago. Cada episódio é filmado em um único plano-sequência, técnica já dominada por Graham (que cocriou a série com o prolífico roteirista Jack Thorne) e pelo diretor Philip Barantini no filme O Chef (2021).
A abordagem em tempo real é sufocante. A câmera nos mantém reféns da tensão crescente, do instante em que a polícia invade a casa dos Miller até a apresentação da prova fatal contra Jamie, menos de uma hora depois. O caos e a angústia são quase insuportáveis. “Eu odeio casos com menores”, diz uma enfermeira ao avaliar a consciência de Jamie sobre sua situação. “Ninguém gosta”, responde o sargento da delegacia. Mas o trabalho precisa ser feito. O olhar da câmera, inquieto e onipresente, captura cada detalhe da destruição da vida daquele garoto.
Esse é apenas o primeiro dia. Os outros três episódios percorrem um ano e meio de investigação e julgamento. Bascombe e sua assistente, a detetive Frank (Faye Marsay), vasculham a escola da vítima. Jamie é analisado por uma psicóloga na prisão, Briony Ariston (Erin Doherty). No final, o veredicto chega justamente no dia do aniversário de 50 anos de Eddie.
Nenhum episódio seguinte repete o impacto do primeiro. Em alguns momentos, a insistência no plano-sequência parece mais um obstáculo do que um recurso narrativo eficaz, já que o sistema judicial é lento, burocrático e raramente se desenrola com a urgência dramática de uma hora contínua.
Isso torna a série desigual: o episódio inicial golpeia o espectador sem piedade, enquanto os demais assumem um ritmo mais expositivo e didático. Mas por que destacar o terceiro dia, ou os meses sete e treze? O que essas escolhas acrescentam de essencial à história?
‘Adolescência’ e o mergulho na “machosfera”
Graham e Thorne buscam contextualizar o crime de Jamie dentro de um cenário mais amplo de violência e alienação juvenil. Termos como “incel”, “manosfera” (ou “machosfera”) e “red pill” aparecem sem rodeios (“Bobagem do Andrew Tate”, diz a detetive Frank, com desprezo).
Em casa, os pais de Jamie se afogam na culpa – mas uma culpa que se concentra no próprio filho, e não na vítima. “Ele estava no quarto, não estava?”, lamenta Eddie. “Achávamos que ele estava seguro.”
‘Adolescência’: interpretações impressionantes.
É uma narrativa incômoda e perturbadora, na qual ninguém sai ileso. A misoginia violenta se alastra nas escolas britânicas. Pais ignoram o que seus filhos fazem na internet. Comportamentos destrutivos são passados adiante como heranças invisíveis. O resultado? Garotos como Jamie. Crianças mortas por facadas em estacionamentos desolados.
A atuação de Cooper como o acusado é magnética, jogando com a empatia do público de forma inquietante. O episódio focado no diálogo entre ele e a psicóloga Ariston é um duelo psicológico que prende e assusta ao mesmo tempo. O elenco inteiro está afiado – e, mais uma vez, Graham se sobressai.
A aposta no plano-sequência adiciona complexidade técnica, mas também limita a narrativa. A investigação escolar parece saída de um procedimento policial qualquer, enquanto a resolução do caso se encaminha deliberadamente para a desesperança. Há um equilíbrio delicado entre provocar reflexão e explorar o sofrimento. Adolescência flerta perigosamente com essa linha.
Ainda assim, negar a força do primeiro episódio seria impossível. É televisão em seu estado mais puro: visceral, sufocante, impossível de desviar o olhar. O fascínio mórbido por crimes extremos se mistura com o desejo de compreender um dilema ético complexo.
O fato de os episódios seguintes não alcançarem o mesmo impacto inicial é tanto uma falha quanto uma prova da grandiosidade do começo. Sempre bem executada, Adolescência mantém uma brutalidade que a torna uma experiência intensa, incômoda e inescapável.
Pesadelo Na Cozinha (1ª Temporada)
4.1 39‘Pesadelo na Cozinha’ não é sobre comida, mas sobre poder!
Reality show culinário da Band, 'Pesadelo na Cozinha', de Erick Jacquin, faz circular um discurso sobre as dinâmicas de poder no mundo corporativo.
O programa Pesadelo na Cozinha, da Band, é um dos subprodutos derivados do super sucesso de MasterChef Brasil (atração que, vale dizer, praticamente nunca sai da grade da emissora). Versão brasileira do Kitchen’s Nightmare, do chef britânico Gordon Ramsay, o reality show leva o francês Erick Jacquin – que talvez seja o mais carismático dos jurados de MasterChef – para prestar uma consultoria a restaurantes fadados ao fracasso para que, a partir de suas “dicas”, o empreendimento consiga se reorganizar e dar uma volta por cima.
O mote é simples e interessante, e programas desse tipo – que propõem uma makeover, ou seja, uma mudança radical, seja estética ou administrativa, em alguém ou algum negócio – costumam sempre prender a atenção de quem assiste (vide, por exemplo, consultorias como Esquadrão da Moda, do SBT, o antigo Extreme Makeover, que passava no Sony, ou O Sócio, exibido no Brasil pelo History Channel). Mas Pesadelo na Cozinha segue uma linha bastante específica e já bem explorada no MasterChef Brasil: ele oferece uma espécie de “pedagogia corporativa”, fundamentada na ordem, na produtividade, na obediência a autoridades e na busca cega pelos resultados. A ideia é a do terror, e não do acolhimento (não por acaso, o material de divulgação do programa emula Jacquin como o famoso personagem Freddie Krueger, do filme A hora do pesadelo). Nesse sentido, daria para dizer que a atração paralela de Erick Jacquin está mais perto de O Aprendiz do que de um programa de culinária.
Recentemente, a Band encerrou a segunda temporada do reality, exibindo sete episódios ao total, seguindo a mesma linha da primeira temporada. Curiosamente, depois do fechamento do sétimo episódio, o programa voltou a ser tema da conversa coletiva nas redes sociais ao se tornar um meme que reproduzia cenas do primeiro capítulo, em que Jacquin visitava um restaurante em Guarulhos chamado Pé de Fava. Durante a visita, o chef aparecia dando diversas broncas no proprietário, um homem chamado Fábio Lima. O momento que mais repercutiu online foram as caras e bocas de Jacquin quando Lima revela a ele que costumava desligar o freezer do restaurante à noite para economizar energia.
O caso do meme do Pé de Fava me parece um daqueles momentos inefáveis da internet, quando algo cai na boca do povo sem sabermos exatamente por quê. Digo isso porque a grosseria de Jacquin com os participantes é a regra e não a exceção no Pesadelo na Cozinha. Nada que difira dos reality shows corporativos em geral, em que os participantes são incitados a obedecer seus superiores sem questionamentos (no caso específico, o próprio Jacquin) pois, assim fica subentendido, só deste modo terão alguma chance de obter sucesso.
O que leva a pensar que, no fim, Pesadelo na Cozinha é um programa muito mais sobre poder do que sobre comida. O “cardápio”, de fato, está muito mais numa lição sobre um caminho de sucesso no mundo dos negócios baseado na submissão (aos chefes, aos superiores e, no fim das contas, aos mecanismos inescapáveis do capitalismo). Mas a última temporada me chamou a atenção justamente por estender esta discussão sobre poder para muito além da cozinha.
Explico melhor: na maior parte dos episódios exibidos, Jacquin visitava restaurantes em crise, em parte, pois estavam submetidos a sistemas de administração familiar. Quase sempre, os negócios eram gerenciados por um casal, e a dinâmica exibida no programa costuma replicar a mesma lógica: uma mulher que trabalha arduamente nas coxias e um homem que administra, aos gritos, uma equipe de funcionários. Neste sentido, a intervenção de Jacquin costumava ser uma espécie de aula sobre “masculinidade tóxica”: tentava, a duras penas, ensinar aos participantes que é possível obter respeito de uma equipe por meio do diálogo e não da ordem – mas, paradoxalmente, o chef ensinava isso justamente pelos gritos e pelas ameaças.
Deste modo, ainda que seja um programa extremamente estressante para a audiência, Pesadelo na Cozinha acaba cumprindo um irônico serviço à TV: reproduz em larga escala, ainda que de forma enviesada, as dinâmicas nocivas que existem para além dela. Em outras palavras, a atração se alimenta de um discurso que já está introjetado na sociedade – e fortalecido, por exemplo, por textos rasos de autoajuda ou frases de coaching – e devolve a ela de maneira bem ilustrada, ao acesso de todos. Resta saber o que nós, espectadores de reality shows, somos capazes de fazer com tudo isso a que assistimos.
Pesadelo Na Cozinha (4ª Temporada)
4.2 8O show escorrega ao reduzir Érick Jacquin a um chefe abusivo!
Em sua quarta temporada, 'Pesadelo na Cozinha' perde o aspecto da diversão e passa a apenas reproduzir as piores práticas possíveis aos ambientes corporativos.
Há oito anos, a Band lançou em sua grade a versão brasileira de Kitchen Nightmares, reality show de temática culinária em que o chef Gordon Ramsey vai até restaurantes que estão penando para sobreviver para dar uma consultoria especializada no intuito de salvá-los da falência. Nascia então o Pesadelo na Cozinha, uma espécie de spin-off do MasterChef Brasil, uma vez que é capitaneado por um de seus jurados, o francês Érick Jacquin.
Ao escolher Jacquin para protagonizar o novo programa, havia a intenção de estender ao produto toda a moralidade vinda do reality show original – a de supostamente vender ao espectador a ideia de que o mundo da cozinha carrega uma pedagogia sobre a vida, ao menos sobre como ela deveria ser. E essa visão poderia ser traduzida com algumas similaridades com os princípios do universo coach: a de que não há conquista sem sacrifício e sofrimento, e que é preciso, ao mesmo tempo, obedecer humildemente a uma hierarquia e tentar ser mais forte do que ela.
No começo de Pesadelo na Cozinha, um texto publicado nesta mesma página já sugeriu que o programa não falava sobre comida, mas sobre poder. Neste show, a persona algo fofinha e caricata do francês Jacquin abria espaço para um coach abusivo, supostamente cheio de conhecimentos, mas que só conseguia se impor pelo meio da força simbólica: deixando claro para os donos dos restaurantes participantes de que ele sabia mais, e que, aos demais, só cabia baixar as orelhas e ouvir.
Oito anos se passaram desde 2017, e Pesadelo na Cozinha chegou à sua quarta temporada, com o perdão do trocadilho, bem temperado pelas experiências anteriores. Exibido na Band e no serviço de streaming Max, o programa entrega um Jacquin finalmente transfigurado na pior faceta possível que poderia ter.
Se sua supostamente ranzinzice já pareceu até simpática em MasterChef Brasil (mesmo todos sabendo que se tratava mais de uma performance do que qualquer outra coisa), nos novos episódios, o programa adquiriu anacronismo ao retratar um tipo de relação trabalhista que, supomos, já não encontra casa em lugar algum.
‘Pesadelo na Cozinha’ e os abusos nas relações de trabalho
O formato, que é o mesmo desde a primeira temporada, segue inalterado. É sempre assim: Jacquin chega a um restaurante com problemas. Chega no salão e é servido com alguns pratos do cardápio, que estão ruins. Em seguida, ele conhece o staff, que presta um serviço incompetente e é tratado pelo chef visitante das formas mais odiosas possíveis – o que inclui gritos, palavrões e humilhações em público.
Depois de passar por todo esse périplo, no fim, o restaurante sempre é resgatado por Jacquin aos trancos e barrancos. Isso acontece também por meio da inclusão da equipe em uma dinâmica de grupo de qualidade duvidosa – por exemplo, todos são colocados em um labirinto e precisam sair juntos, ou devem remar em um rio para aprender sobre união – que, magicamente, muda tudo.
A quarta temporada mostra que, por ser tão engessado, o formato já não se sustenta de pé. É tudo previsível, o que inclui as broncas que Érick Jacquin dá nos colaboradores. A cada restaurante que ele visita, evidencia que nunca viu um estabelecimento tão sujo ou desorganizado – o pior é sempre o próximo. E, para exacerbar o cansaço, os episódios têm nada menos que 90 minutos, ou seja, o tempo de um longa-metragem.
Mas o que choca nessa temporada de 2025 é que realmente a produção parece acreditar que a persona “má” de Jacquin (que fez com que o programa ficasse famoso nas primeiras temporadas e reverberasse bastante nas redes sociais) ainda se sustenta. E o pior é que o chef se tornou absurdamente abusivo, em um nível que vai muito além do tolerável.
Alguns exemplos. No episódio, em que Jacquin vai no restaurante vegetariano Alternativa, na Vila Madalena, o dono da casa é o filho da antiga proprietária, que herdou o empreendimento. Claramente inapto para o posto que ocupa, o sujeito é permanentemente humilhado por Jacquin, que chega a encher balões estampados com o seu rosto e colocá-los nas mesas do restaurante, convidando os clientes a estourá-los sempre que tivessem uma reclamação.
O episódio exibe mais uma enxurrada de xingamentos e desrespeitos caindo sobre os funcionários que, se reagem, são retratados como petulantes que nunca irão evoluir. O gerente, não aguentando mais e prestes a ir para as vias de fato, em certo momento pega a sua moto e vai embora.
Nesse estágio da história contada ali, outra funcionária aparece na tela dizendo que ele podia parecer “fraco” por não aguentar as broncas. Ao fim, a equipe é levada para fazer uma remada conjunta. Uma das cozinheiras se recusa, aparentemente, por ter alguma fobia de água, mas é convencida a superar seu medo (mais uma vez, a lógica coach – Pablo Marçal no Pico dos Marins manda lembranças).
Assim como no resto da temporada, o que vemos é um tipo de postura corporativa hoje tida como inaceitável e que, em qualquer lugar mais esclarecido, abre margem a diversos tipos de processos trabalhistas. O Jacquin engraçadinho que se escandalizava com donos de restaurantes que desligavam o freezer para economizar energia, infelizmente, se tornou apenas mais um chefe abusivo de quem todo mundo tem raiva. É uma pena.
Sons of Anarchy (7ª Temporada)
4.6 574A vida e a morte de ‘Sons of Anarchy’.
“The crow flies straight
A perfect line
On the devil's path
Until you die…”
Filhos da Anarquia foi uma série violenta, sem redenção e final feliz, mas que contou de forma bem orquestrada a história de um clube de motociclistas.
Kurt Sutter, criador de Sons of Anarchy, buscou em Hamlet, o clássico de Shakespeare, a inspiração para a trama central do seu drama: traição familiar. Conforme os anos foram passando, essa característica que complementava a identidade da produção foi sendo abandonada, forçando a série a seguir outros rumos (não menos trágicos). O motivo é simples – e já foi abordado aqui pelo José Picelli: a ganância das emissoras em sugar o máximo de audiência possível de uma única série.
A história se passa na fictícia cidade de Charming, no estado da California, onde um grupo diversificado de motociclistas fazem parte do SAMCRO (sigla para Sons of Anarchy Motorcycle Club, Redwood Original). Liderados pelo ganancioso Clay Morrow, ao lado do vice-presidente Jax Teller, protagonista da série, os Sons of Anarchy são os responsáveis pelo contrabando de armas em todo o oeste dos Estados Unidos.
O ponto de partida do drama é o momento em que Teller tem um reencontro com seu falecido pai. Ele descobre um manuscrito que narra a decadência do clube, que um dia já foi movido pelo idealismo de liberdade, mas que claramente foi redirecionado por Clay para a busca de poder. A partir disso, temos diversos desdobramentos: o conflito constante entre Jax e Clay sobre o caminho que o clube deve tomar, a verdade por trás da morte de John Teller (pai de Jax), e o jogo de manipulação entre todos, sem exceção.
A violência foi um dos principais temas da série, sendo abordada praticamente como um mal necessário entre todos. Apesar disso, Sons of Anarchy dedicou-se a humanizar seus personagens. Difícil encontrar outra produção capaz de apresentar tantos anti-heróis cativantes como a série do canal norte-americano FX. A narrativa sempre entregava alguma justificativa para os atos de extrema agressividade e criminalidade.
Mesmo sendo uma história dominada por homens, o roteiro soube trabalhar muito bem as duas principais personagens femininas: Gemma Teller (Katey Sagal), a matriarca da família, e Tara Knowles (Maggie Siff), sua sucessora. Duas mulheres incrivelmente fortes e inteligentes, que impunham respeito em um meio extremamente machista, e que foram capazes de articular grandes decisões que afetavam a todos.
Outro ponto importante da série são as road trips. Sendo uma produção centrada em um grupo de motociclistas, Kurt Sutter deu muito destaque para as cenas de viagem, ação e perseguição sob duas rodas. A trilha sonora acompanhou perfeitamente o grupo desbravando a estrada. Não só as melodias funcionavam muito bem com a situação, mas principalmente as letras das músicas escolhidas estavam sempre alinhadas com a narrativa. Enquanto em outras séries as músicas ganham papel secundário, aqui elas assumem uma importância maior. Vale ressaltar a voz de Katey Sagal ao lado da banda The Forest Rangers – responsável por grande parte da trilha sonora.
A caracterização dos personagens foi praticamente a mesma do início ao fim. Os coletes de couro com badges identificando a filiação do clube e posição hierárquica, eram tratados com tanta importância quanto as Harley-Davidson que os personagens pilotavam. Os anéis de Jax também foram outra marca registrada, assim como as tatuagens com o símbolo do clube espalhadas no corpo de praticamente todos os membros.
Com uma produção impecável mantendo o clima de tensão na medida e o roteiro sempre instigante, a atuação do elenco foi o complemento perfeito. O destaque fica para Charlie Hunnam no papel de Jax – personagem que foi evoluindo muito bem do início ao fim – e Katey Sagal como Gemma – a atriz recebeu, com muito mérito, o Emmy de 2010.
Sons of Anarchy fez história com simplicidade, mas sem perder a audácia que reinava entre o clube. Com certeza, é uma série que vale fazer maratona – e o melhor, está disponível na íntegra na streaming.
PS: Terminei de assistir Sons of Anarchy e simplesmente não existem palavras pra descrever o quão boa é essa série. Definitivamente uma das melhores já feitas, literalmente não tem um episódio ruim. Charlie Hunnam dá um show de atuação do início ao fim e o resto do elenco não fica atrás nisso. Ótima trama, personagens envolventes, histórias pesadas e fortes e uma lista de músicas sem igual. Vale cada segundo
Jax Teller, um dos grandes anti-vilões da TV? Aprendi muita coisa com a série. Apesar de não concordar com a vida criminosa, muitas vezes, os personagens engolem o choro, fazem o que tem de ser feito e encaram as consequências de situações em que não é possível uma solução feliz. Assim como na vida. Aprendi muito!
Adolescência
4.0 532Imagine receber uma visita surpresa da polícia pela manhã, ser ameaçado com uma arma e forçado a se deitar no chão, e a polícia levar seu filho de 13 anos sob suspeita de assassinato. É assim que começa a série "Adolescência". Mas engana-se quem pensa que depois disso você pode respirar aliviado.
A série continua intensamente porque você acompanha ela o tempo todo, no verdadeiro sentido da palavra. Você não percebe de imediato, mas depois de um tempo percebe que a série é única, então não há cortes e você sempre acompanha os acontecimentos. Só para fazer isso foram necessários meses de prática; cada passo e cada movimento tinham que ser coordenados, a câmera tinha que estar lá o tempo todo, mas nunca atrapalhar. E se ocorrer um erro em algum lugar, tudo terá que ser reiniciado. É incrivelmente impressionante e há momentos em que você pensa que o diretor pode ter pensado brevemente em parar. Mas isso também o torna muito autêntico, porque as conversas às vezes falham por um momento, uma frase é adicionada, as pessoas interrompem umas às outras e alguns momentos simplesmente passam. Mas alguma coisa sempre acontece. Há apenas saltos temporais entre os quatro episódios, caso contrário, você estará lá. A câmera está em constante movimento e, como espectador, você sente como se estivesse bem no meio dela, porque está muito próximo em perspectiva, como se estivesse usando óculos 3D e se movimentando no espaço. Isso torna a série incrivelmente intensa; você se sente como um voyeur que, no primeiro episódio, tem uma visão geral do trabalho da polícia, conhece a escola no episódio 2, acompanha a psicóloga durante sua avaliação do menino acusado Jamie no episódio 3 e se envolve no novo mundo da família de Jamie no último episódio. Cada um dos 50 minutos é realmente comovente de várias maneiras, porque o caso em si é incrivelmente dramático e, a cada nova perspectiva, você tem uma noção de quão complexo tudo é, como todos os envolvidos sofrem à sua maneira e como só há perdedores.
O que é particularmente emocionante é que a série não condena nem acusa ninguém. Cada pessoa tenta lidar com a situação de alguma forma, cada pessoa tem que lidar com tudo dentro de seu ambiente. Há os pais de Jamie, que não conseguem entender como o filho é capaz de tal ato e, apesar de todas as evidências, querem acreditar que Jamie é inocente, já que ele também alega não ter feito nada de errado ou não ter feito nada de errado. No entanto, eles naturalmente pensam sobre o que eles próprios fizeram de errado e onde poderiam ter se comportado de forma diferente para que isso não tivesse acontecido. A rotina e a normalidade são muito deprimentes. Você assiste e percebe que isso pode realmente acontecer com qualquer família, porque há uma variedade de fatores em jogo aqui. Na escola, você vê o quanto o bullying nas mídias sociais desempenha um papel. Como usar postagens e comentários para tentar se colocar acima de alguém e chegar a uma posição de poder. Cada criança luta sua própria batalha e às vezes se defende contra-atacando. Há também professores impotentes, distantes da vida das crianças e que tentam impor suas opiniões no sistema escolar. Há também a pressão social que dita como os homens devem ser, o que as mulheres devem oferecer e como as crianças devem se orientar de acordo. Os episódios abordam tantos assuntos que seria possível discutir sobre eles por horas. É impressionante como essa estrutura complexa se desdobra ao longo da narrativa e como temos a sensação de que muitos aspectos ainda não foram contados. Há facilmente mais dez episódios possíveis que poderiam contribuir muito. E quanto à vítima, sua família, seus amigos, por exemplo? Qual é o papel do amigo de Jamie, que lhe deu a faca como forma de dissuasão? Como foram as outras conversas com Jamie? Como ele se saiu na prisão? Quando ele percebeu que realmente tinha feito aquilo? E e e.
No final, você fica um tanto perplexo. Por um lado, você fica feliz que a série já tenha acabado, porque foi difícil suportar essa intensidade por tanto tempo. Por outro lado, gostaríamos de saber muito mais, mas, ainda assim, estamos cientes de que, no final das contas, isso provavelmente não mudaria nada. Este é o nosso mundo, estes são os problemas de crescer. Há inúmeras maneiras de seguir na direção certa, mas também há muitas maneiras de seguir na outra direção. A comunicação, como a do policial com seu filho, parece ser a chave essencial, mas é mais fácil falar do que fazer.
Conclusão
"Adolescência" é uma série altamente recomendada, incrivelmente intensa com seu estilo narrativo único e, portanto, muito comovente. Além disso, a complexidade do que na verdade é um caso bastante simples é retratada muito bem, fazendo você se sentir ainda mais carregado emocionalmente. Imperdível.
OBS: “Adolescência” é uma minissérie britânica da Netflix é brutal e tornou-se um sucesso mundial.
A minissérie britânica “Adolescência”, que estreou na Netflix no dia 13 de março, vem causando grande repercussão. Conquistando um espaço dentro do Top10 da plataforma, a produção rapidamente captou o público em diversos países..
O drama de enredo denso é filmado em um único plano-sequência – sem cortes invisíveis ou edição digital – e acompanha uma investigação de assassinato cujo principal suspeito é um menino de 13 anos. Embora seja inspirada em eventos que de fato aconteceram, a história não foi construída com base em um caso específico.
Em quatro episódios filmados em uma única tomada, a trama acompanha a trajetória do jovem Jamie Miller, de 13 anos. O jovem é acusado de assassinar uma garota da escola onde estuda e a vida da família Miller é virada de cabeça para baixo. O laço entre pai e filho é comprometido conforme a linha entre inocência e culpa se torna cada vez mais tênue.
Com roteiro desenvolvido por Stephen Graham – que também dá vida a Eddie Miller, pai de Jamie –, a série aborda temas como os perigos das redes sociais, bullying, misoginia, além do papel masculino na sociedade. Em entrevista ao portal do streaming, Tudum, Stephen afirmou que o foco da produção é causar reflexão.
“Houve um incidente em que um menino (supostamente) esfaqueou uma garota e isso me chocou. Fiquei pensando: o que está acontecendo? O que está ocorrendo na sociedade para que um menino esfaqueie uma garota até a morte? Qual foi o estopim disso?’ E então aconteceu de novo, e de novo, e de novo. Realmente queria lançar uma luz sobre isso e perguntar: ‘por que isso está acontecendo hoje? O que está rolando? Como chegamos a esse ponto?”, questionou Stephen.
Adolescência marca a estreia de Owen Cooper como ator. Aos 15 anos, Owen foi escolhido pelo diretor de elenco entre 500 candidatos. “Eu nunca havia trabalhado antes, então apenas mandei uma fita, sem esperar muito”, disse ao jornal The Guardian. “Voltei da escola e minha mãe me disse que consegui o papel”.
Minha opinião: Essa é a série mais honesta que já vi. Assistam!
LIÇÕES:
5 AULAS DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL DO FILME ADOLESCÊNCIA NA NETFLIX.
1) Entendendo as emoções e suas raízes.
A série destaca a importância de ensinar as crianças, especialmente os meninos, a reconhecer e expressar seus sentimentos de maneiras saudáveis. A incapacidade de Jamie para processar rejeição e humilhação destaca a importância de ensinar a consciência emocional das crianças. A inteligência emocional começa com o reconhecimento e a compreensão dos sentimentos, bem como das suas origens, para prevenir comportamentos destrutivos como atacar com raiva ou violência.
2) O efeito da validação
A necessidade desesperada de Jamie por validação externa, vista nas suas interações com Briony e os seus pares, sublinha quão crítico é sentir-se visto e ouvido. Proporcionar às crianças espaços onde elas possam se expressar sem julgamento promove a resiliência emocional e a autoestima.
3) O perigo de emoções suprimidas
A incapacidade do pai de Jamie de expressar as suas emoções espelha abertamente as lutas de Jamie. O programa demonstra como as emoções não processadas, especialmente nos homens, podem levar a comportamentos prejudiciais. Inteligência emocional envolve aprender a expressar sentimentos de forma construtiva em vez de suprimi-los.
4) Desafiadora masculinidade tóxica
A série critica as pressões sociais que os garotos enfrentam para se conformar com ideias rígidas de masculinidade, como suprimir a vulnerabilidade ou igualar autoestima com domínio. Ensinar aos rapazes que não há problema em expressar emoções e procurar ajuda é um passo crucial para relacionamentos mais saudáveis e autopercepção.
5) Empatia
A abordagem de Briony a Jamie - ouvir sem julgamento imediato - demonstra o poder transformador da empatia. A inteligência emocional envolve não apenas compreender as próprias emoções, mas também empatia com os outros, o que pode criar oportunidades de crescimento e cura.
Navegando pela paisagem digital
A série expõe os desafios que os adolescentes enfrentam no mundo online, destacando a necessidade de alfabetização digital e a capacidade de avaliar criticamente informações e relacionamentos formados nas plataformas de redes sociais.
Eles não deixaram nada ao acaso no episódio 3 de Adolescência:
O psicólogo deu a Jamie meio sanduíche como uma maneira sutil de avaliar sua reação emocional e personalidade. Ao oferecer algo que ela sabe que ele não gosta, a psicóloga está observando como ele lida com o desconforto ou a discordância. Se você rejeitar, isso pode indicar uma necessidade de exercer controle ou uma atitude desafiadora. Se você aceitar isso sem reclamar, isso pode refletir submissão ou uma tendência a tolerar situações sem questionar, o que pode estar relacionado à falta de poder em sua vida.
Essa pequena ação também serve para entender como Jamie se relaciona com figuras de autoridade e se ele tem a capacidade de expressar suas próprias necessidades. O gesto de oferecer um chocolate quente, algo reconfortante e maternal, reforça o contraste entre o calor de um gesto de proteção e a difícil realidade emocional que Jamie enfrenta, permitindo à psicóloga obter uma visão mais profunda de seu estado mental.
Adolescência
4.0 532"Adolescência", da Netflix, é brutal - e extraordinária
O que está impactando o 📺 "No final de uma de suas palestras, uma mãe perturbada abordou Sigmund Freud e perguntou: "O que devo fazer para criar bem meus filhos?"
Freud, com seu pessimismo característico, respondeu: "Não importa o que eu faça, vai dar errado."
Essa frase parece encapsular o espírito de Adolescence, a nova minissérie de Philip Barantini que causou furor nas redes sociais. Com apenas quatro episódios, cada um filmado em uma sequência impressionante, a série se destaca pela execução técnica impecável. Entretanto, do ponto de vista narrativo, a escolha desse recurso pode parecer questionável.
As atuações de Stephen Graham e Owen Cooper são notáveis, acrescentando profundidade à história.
A história nos mergulha no inferno de uma família cuja vida vira de cabeça para baixo quando Jamie Miller, um garoto de 13 anos, é preso e acusado de assassinar um colega de classe. Este evento obriga os pais a enfrentarem seu pior pesadelo, enquanto a sociedade os condena sem hesitação.
A série se baseia em influências óbvias. Ratcatcher é uma referência clara, pois aborda a história de um garoto que, sem entender completamente suas ações, causa a morte acidental de um vizinho. Na adolescência, porém, dá-se mais peso ao processo policial e psicológico do que à percepção da própria criança.
O terceiro episódio pega emprestado elementos de In Treatment, série da HBO baseada na série israelense Be 'Tipul, na qual os diálogos entre terapeuta e paciente são o foco central. A conversa lenta e profunda neste episódio contrasta fortemente com o resto da série, o que pode ser desconcertante para alguns espectadores.
Por outro lado, temos a influência de Precisamos Falar Sobre o Kevin, que também deixa sua marca na exploração da paternidade e da impossibilidade de prever ou evitar certas ações dos filhos.
Longe de oferecer um relato mórbido ou explícito do crime, Adolescência analisa o processo legal, a coleta de provas e a análise psicológica do menor, ao mesmo tempo em que mostra os cinco estágios do luto (Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação). Além da história policial, o foco acaba mudando para o estigma social que transforma a família em párias, marcada por um evento fora de seu controle.
Esta não é uma série para quem procura ação, suspense frenético ou reviravoltas surpreendentes. Seu ritmo lento exige paciência, mas recompensa com uma reflexão profunda sobre educação, responsabilidade parental e os fatores sociais que moldam crianças e adolescentes.
Como disse Freud, a criação de filhos é um terreno incerto: "Não importa o que você faça, vai dar errado".
Na cena final de "Adolescência", é possível observar que ao entrar no quarto do filho, Eddie olha fixamente para o lado direito, mas a câmera não revela o que o personagem está vendo. Em uma entrevista recente, o ator Stephen Graham contou que, naquele momento, ele estava vendo fotos de sua família na vida real coladas no guarda-roupa.
A ideia foi do diretor da série, Philip Barantini, que decidiu imprimir fotos da família de Stephen e colocá-las no guarda-roupa de Jamie. O ator não foi avisado sobre essa ideia, e quando foi gravar a cena e viu as fotos da esposa e dos filhos coladas no armário, ficou ainda mais emotivo pois se imaginou na situação retratada na série.
maratonei a série, pesada demais, e o fato de todas as tomadas serem únicas tbm é um ponto super positivo... quando o 4 EP acabou e fiquei pensado pq tinha acabado daquela forma, mas pensando depois, a série não precisava de mais nada pra mostrar... sabemos o porque, sabemos quem, sabemos como e sabemos com o que...
no final: "quando as histórias são bem contadas, elas se tornam mais do que histórias", esse é o ponto. A discussão é mais importante que o objeto dela mesma. Isso é profundo e muito, mais muito difícil de ser julgado. E esse deve ser o maior mérido da séria. Sou um pai de 3 jovens, e percebi a difulculdade em controlar o que é, quase impossível de ser controlado. Não existe resposta exata ao tema, apenas meras suposições, o que torna a obra belíssima.
Obs importante: Senti a angústia de um pai que fez seu melhor, de uma mãe amável e uma irmã muito parceira que sentiram a culpa de um crime que eles não cometeram, mas que foi construído pouco a pouco ao seu lado e eles não viram.
A série é um tapa na cara e um abrir de olhos pra uma sociedade cega a algumas ameaças.
Se você é pai ou mãe, tem que assistir.
achei nota 10/10
A única obra mainstream desde Neon Genesis Evangelion a tratar o tema da comunidade incel com 0,01% de sinceridade e empatia
críticos de cinema: 🤯🤯🤯🤩
DETALHES:
1# Por que o psicólogo olha as câmeras na série Adolescência? 🎬👇
A psicóloga está tentando identificar padrões no comportamento de Jamie para que ela possa entendê-lo melhor. Embora a série sugira que Jamie luta para controlar sua raiva, ele acabou de ter uma explosão emocional, e este é o momento perfeito para o psicólogo analisar seu comportamento após uma birra, especialmente se ele estiver sozinho. Quando estamos sozinhos, muitas vezes surgem padrões em nossa personalidade que podem revelar quem realmente somos.
É por isso que a psicóloga está observando todos esses detalhes através das câmeras: ela quer ver como Jamie reage. Você está triste, preocupado ou até mesmo arrependido? Esses elementos são essenciais para avaliar o grau de remorso de uma pessoa que pode estar envolvida em um crime. Ao ver Jamie sentado calmo e aparentemente impassível, a psicóloga conclui que ele não demonstra sinais de remorso, permitindo que ela complete sua avaliação.
O que vocês acham?
2# Série da Netflix aborda temas como
masculinidade tóxica e ciberviolênci
Fenômeno incel tem preocupado especialistas pela conexão com
misoginia e episódios de violência.
Pesquisadores defendem que o problema deve ser tratado como questão de saúde mental: https://bbc.in/4j0Pqox
PS: Quem gosta de superficialidade, obviedade e pirotecnia policial hollywoodiana, nem assista. A série é de uma profundidade tremenda, absolutamente perfeita sem tirar nem por.
O terceiro episódio, o confronto tenso com a psicóloga, é puro cinema, onde tudo está na medida certa, todos os sentimentos humanos estão à mostra, toda contradição do nosso tempo, o mau uso das mídias sociais, os relacionamentos frustrados entre as pessoas, tudo está lá, nu e cru, através da voz do menino e no espanto e dor da psicóloga...
A cena com a psicóloga é histórica !!
Não precisou recorrer a cenas dantescas,nem a um grande plot twist, ou à obviedade dos filmes de suspense.
É brutal, absurdamente verdadeira, o plano-sequência é insano, os atores são muito acima da média… enfim!
Achei absolutamente bom! O triste é que uma produção tão importante vai passar reto sobre a baixíssima estatura intelectual de quem mais precisaria assistir.
As séries britânicas me dão uma tristeza enorme, uma sensação que aquele lugar é frio, triste, sorumbático... Adolescência, Bebê Rena, Black Mirror, The end of The fucking world e até The Crown
... Mas são inteligentes, profundas e impactantes, isso não dá pra negar
Gilda, Lúcia e o Bode
4.1 23A história de um trio nada convencional: um bode e duas mulheres.
NOTA: 3,5 / 5,0 ( MUITO BOM )
Lançado no Dia do Natal de 2020, o especial Gilda, Lúcia e o Bode foi uma continuação independente do primeiro episódio da minissérie Amor e Sorte, também lançado no ano pandêmico. Na nova história, temos uma mensagem de esperança, apesar dos percalços da vida, contendo, é claro, o protagonismo de mãe e filha na ficção, que também têm os mesmos papéis na vida real: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Se no episódio piloto tivemos elas na região serrana do Rio de Janeiro (RJ) na tentativa de se protegerem do contágio no coronavírus, a dupla, agora, encontra-se na Cidade Maravilhosa às vésperas da virada do ano de 2020 para 2021, mas com um grande empecilho. Ele foi materializado por meio das exponenciais dívidas bancárias de Gilda, as quais quase foram salvas pela filha Lúcia, mesmo com toda a teimosia excessiva da mãe. Em meio a isso, elas precisaram cuidar do Bode Everi, que a professora aposentada de 90 anos ganhou de uma rifa lá no episódio de estreia da série primogênita.
Além disso, há novamente a participação especial de Dimas, rapaz que vendeu o bilhete premiado para Gilda, e ainda tem uma missão super importante: levar o bonde embora para o interior antes que o animal destrua totalmente todo o jardim da residência. Aqui, nesse quesito, eu esperava uma interação maior com o animal, com elas correndo atrás dele após uma tentativa infrutífera de dar banho no bichano, por exemplo, ou com a Gilda gritando a plenos pulmões com raiva de ele estar comendo as plantas da idosa. Contudo, isso não foi mostrado, mas nem por isso deixou de ser emocionante, já que o pesadelo que ela teve com ele – muito engraçado os sustos e os gritos da Fernanda Montenegro ao visualizar Dimas e Lúcia com cabeça de bode, diga-se de passagem – despertou nela a vontade em apostar no famoso Jogo do Bicho, sendo o bicho em questão o bode, o qual tem a numeração 21.
E não é que a Dona Gilda estava certa em apostar no bendito do bode por intermédio da mensagem subliminar do sonho (ou do pesadelo)? Ainda mais que o ano da virada era o de 2021, por isso, a escolha do número 21, o que lhe rendeu uma bolada de trezentos mil reais. Se o Amor estava retratado lá na série-base, a Sorte com certeza foi a protagonista na vida da professora aposentada nesse especial. Já no elenco, além da divertida participação de Joaquim Torres Waddington, filho do casal de Andrucha Waddington e de Fernanda Torres, que também atuou em Amor e Sorte, tivemos a presença de outros atores, como Arlette Salles, Fabíula Nascimento, Kelzy Ecard, Thelmo Fernandes, Cibele Santa Cruz, Muse Maya, e Fernando Pestana.
Falando mais especificamente das duas primeiras atrizes mencionadas nessa lista, eu pensei que a primeira, ao incorporar a personagem Olga, fosse irmã de Gilda, e não cunhada da protagonista. Obviamente, isso não tirou em nada o brilhantismo da Arlette em cena, que nos entregou boas brigas entre a endividada e a cunhada frustrada. Por outro lado, a inserção de Fabíula, na pele da personagem corrompida pela corrupção Sílvia, foi um tanto avulsa, ou seja, sem muito destaque. Pensei que ela fosse ser uma espécie de vilã, pois a mulher estava usando uma tornozeleira eletrônica durante a sua estadia na casa do interior, e seria até mesmo divertido vendo-a roubar o montante que a Gilda ganhou no Jogo do Bicho, ou fugindo da polícia, por exemplo.
Outro destaque neste especial de final de ano foi a trilha sonora, porque, desde a emblemática abertura, contendo fotos antigas de mãe e filha da vida real, vemos o amor e a união das duas renomadas atrizes brasileiras. Para isso, nos minutos iniciais, o diretor artístico, Andrucha, escolheu a música Sorrir e Cantar como Bahia, do grupo Novos Baianos, ao passo que, no encerramento, Gilberto Gil foi o escolhido, ao cantar a música Refazenda. Todavia, o momento mais emblemático foi com Dimas – um personagem um tanto caipira – cantando a plenos pulmões a música Todo Mundo Vai Sofrer, da saudosa e eterna cantora da sofrência sertaneja Marília Mendonça, que, infelizmente, nos deixou em um trágico acidente aéreo, ocorrido em novembro de 2021.
Portanto, Gilda, Lúcia e o Bode, apesar de não ter tido um final tão surpreendente, isto é, sem aquela sensação de querer acompanhar mais sobre a dupla, deixou uma mensagem de esperança na época em que foi lançado. Ela foi caracterizada por desejar a todos os telespectadores da TV Globo uma união e um um ano melhor, pois, em 2020, todos nós fomos afetados pela triste e intensa pandemia de Covid-19. Se um dia, quem sabe, o Globoplay resolver lançar a continuação desse trio super divertido, eu vou adorar acompanhar, ainda mais com as falas afiadas e engraçadas de mãe e de filha. Se contar, é claro, a participação icônica do bode, um grande personagem, e do Dimas, mais um agregado à família.
Mal de Família (2ª Temporada)
3.9 8‘Mal de Família’: segunda temporada do thriller encontra o tom perfeito de comédia!
Em sua segunda temporada, 'Mal de Família', da Apple TV+, segue divertindo ao contar a história de cinco irmãs que planejam um assassinato.
Série pouco comentada do catálogo da Apple TV+, Mal de Família foi uma pérola escondida entre os lançamentos de 2022. De uma maneira que surpreendia pela inserção de toques de humor, ela contava a história de cinco irmãs incomodadas pelo marido abusivo de uma delas (chamado carinhosamente de The Prick ou, em tradução livre, “O Escroto”), que realmente é terrivelmente detestável – e criminoso. Por conta disso, todas elas tentam matá-lo, mas nunca têm sucesso.
Ainda assim, a primeira temporada abre nos dizendo que John Paul (o nome real do “Escroto”, e vivido de forma brilhantemente odiosa pelo ator Claes Bang) está morto. O que vamos desvendando ao longo dos episódios é o que, afinal, teria ocorrido com ele. A resposta, claro, só nos chega no final, e a temporada se encerra provocando uma certa curiosidade se seria possível dar sequência ao thriller.
A boa notícia é que Sharon Horgan (produtora da série e também a atriz que vive Eva, a irmã mais velha) conseguiu encontrar uma saída. A segunda temporada de Mal de Família (o título original é bem melhor: Bad Sisters) cumpre, mais uma vez, o desafio de nos envolver em uma trama que mistura suspense ao estilo “quem matou” com uma comicidade bastante peculiar. E, para o deleite de quem curtiu a série, as irmãs Garvey retornam ainda mais ácidas do que antes.
‘Mal de Família’: um novo mistério à vista
Sem trazer spoilers, é possível revelar que a temporada 2 mais uma vez gira em torno de um mistério ao estilo whodunnit. Novamente, estamos diante de uma mesma fórmula, mas que consegue ser concretizada com alguma originalidade, e com novos papéis importantes para a história.
Na nova história, Claire (Anne-Marie Duff), a viúva de John Paul, está se casando de novo com o encantador Ian (Owen McDonnell, de Killing Eve). A cerimônia é simples e encantadora, com todas as Garvey em trajes amarelos celebrando a chegada da felicidade à vida da irmã, que comeu o pão que o diabo amassou com o primeiro marido. Obviamente, já no fim do primeiro episódio, a maionese começa a desandar.
Entram em cena três bons personagens: o primeiro é o detetive Fergal Loftus (vivido pelo ator irlandês Barry Ward), que já aparecia na primeira temporada como um policial preguiçoso e meio corrupto que se interessava mais por golfe do que pelos casos. Ele será contraposto a uma nova profissional cheia de gás (Thaddea Graham) que irá confrontá-lo com o seu conformismo, o que traz uma nuance paralela à trama das Garvey.
Por fim, boa parte da graça da temporada gira em torno de Angelica (papel da veterana Fiona Shaw, que vivia Petúnia Dursley, a tia de Harry em Harry Potter). A irmã de Roger, o vizinho solteirão de Claire, entra na série com um grande alívio cômico ao dar vida a uma velha petulante que provoca verdadeiros desejos de assassinato. No entanto, o desenrolar de sua história está entre os eixos mais engraçados de Mal de Família. Ela é tão xarope que as Garvey a apelidam de The Wagon, uma gíria irlandês que equivale a bitch. De certa forma, Angelica é uma versão feminina do Escroto.
Mas nada é o que parece. Ainda assim, a impressão que se tem, no encerrar dessa segunda temporada, é que Bad Sisters aposta menos na qualidade do mistério e mais na questão do humor subjacente às interações atrapalhadas das irmãs. Ou seja: se o segredo que se revela não é tão original assim, nem importa tanto. A diversão aqui é rir (e se emocionar) com as tragédias de cinco irlandesas que parecem ser da nossa própria família.
The Pitt (1ª Temporada)
4.5 56‘The Pitt’ é um presente e tanto para os órfãos de ‘ER’!
Estrelada por Noah Wyle, 'The Pitt', nova série médica da Max, entrega emoção de alta qualidade ao contar histórias de médicos e pacientes em um hospital público.
A forma mais simples de descrever The Pitt, nova série médica original da Max, é referi-la como a sequência de ER, a atração da NBC que estabeleceu o mais alto parâmetro para narrativas televisivas desse gênero. Parece estar tudo lá: uma série que se passa dentro de um pronto socorro público, em condições precárias, com médicos e enfermeiros tratando casos do jeito que dá e se envolvendo nos dramas dos pacientes. Há mais coincidências: o criador de The Pitt, R. Scott Gemmill, era roteirista na série da NBC, e até a estrela das duas séries é a mesma (o ator Noah Wyle, que vivia o novato dr. Carter em ER), assim como o produtor executivo (John Wells).
A comparação pode sugerir um engodo típico de algum spin-off que busca tirar uma graninha em cima de fãs saudosos. Mas não se engane: The Pitt tem a capacidade de criar um fandom próprio, formado pelos espectadores que procuram aquilo que ER fazia de melhor, que era calibrar, de maneira sóbria, dramas pessoais e específicos da profissão.
Ao invés de Chicago, agora estamos em Pittsburg, em um PS comandado pelo doutor Michael “Robby” Robinavitch (papel de Noah Wyle). O local é chamado pelo apelido “the pitt” (algo como “o poço”, “o buraco”) porque o pronto-socorro, sempre super lotado, fica na parte térrea de um hospital dedicado, nos demais andares, a especialidades mais nobres.
É no chão que médicos experientes e novatos precisam batalhar todos os dias para enxugar gelo, já que os sistemas de saúde americanos fazem com que muita gente fique sem atendimento privado e necessitem de socorro nos raros hospitais públicos que existem. Nos corredores do Pittsburgh Trauma Medical Hospital, é comum que a equipe reconheça os mesmos moradores em situação de rua que estão sempre sendo levados para lá.
Mas se há semelhanças com ER, há também novidades em The Pitt. E talvez a mais interessante delas seja a contextualização. A temporada, que dura 15 episódios, passa inteira dentro do espaço de uma hora em um mesmo dia (aos moldes do que ocorria com a já clássica 24 Horas). E, além disso, tudo ocorre cinco anos após a epidemia de COVID-19 explodir no mundo todo.
Isso traz uma carga a mais a todos os profissionais, que enfrentam seus traumas. O dr. Robby, por exemplo, está circunspecto no dia fatídico da temporada pois ele marca o aniversário de morte do seu mentor, vítima da COVID-19. O dr. Adamson era então médico chefe do PS, e seu falecimento vai sendo relembrado por Robby por meio de flashbacks que não param de pipocar. É tudo muito próximo da nossa própria experiência, e genuinamente triste.
‘The Pitt’: um acerto nos personagens
Qualquer fã de séries médicas tende a concordar que, além da personalidade do protagonista, é importante focar também nas histórias paralelas – tanto as dos pacientes que entram e saem dos episódios (aqui, alguns casos se estendem por vários, envolvendo o público em tragédias absolutamente tocantes) quanto as dos demais profissionais da área de saúde.
Em The Pitt, o foco está, além dos médicos, nos enfermeiros, na assistência social e, claro, nos residentes, os médicos recém chegados, que têm uma certa responsabilidade em trazer uma boa carga humana à trama. Afinal, novatos lidam com questões profundamente humanas como insegurança, arrogância e necessidade de validação de seus superiores (neste ponto, acrescentaria aqui que as séries sobre medicina, assim como os programas de culinária, falam muito sobre poder).
Nesse sentido, a série se enriquece justamente por conseguir nos fornecer personagens complexos com estofo para que suas tramas importem. Dentre eles, destacam-se a residente que exibe possíveis traços do espectro autista (Taylor Dearden, filha de Bryan Cranston, de Breaking Bad), a petulante que se defende de sua vulnerabilidade fazendo bullying com outros (Isa Briones) e a médica mãe solteira que misteriosamente usa uma tornozeleira eletrônica (Fiona Dourif, mais conhecida por sua participação na franquia Chucky).
O ambiente caótico, em que as luzes brancas se refletem e causam o desconforto típico de estar dentro de um hospital, também faz com que The Pitt consiga nos carregar para dentro da história, tal qual ocorria no County General Hospital de Chicago. Se até um mestre da escrita como Stephen King se rasgou em elogios pela nova série da Max, não há como contestar que é um grande acerto. Para quem curtir, a boa notícia é o streaming já a renovou para uma segunda temporada.
Divisão Palermo (1ª Temporada)
3.6 11‘Divisão Palermo’ discute inclusão com um humor irresistível!
Série argentina 'Divisão Palermo', disponível na Netflix, ri do politicamente correto ao falar de uma iniciativa de criar uma guarda municipal inclusiva em Buenos Aires.
Desde The Office, séries de comédia sobre ambientes de trabalho entraram na moda para valer. Podemos pensar aqui em vários “descendentes” do escritório gerido por Michael Scott, como Parks and Recreation e Superstore. Figurando como uma das mais originais dentro desse subgênero, está uma série latina, pouco conhecida, e que foi inclusa no catálogo da Netflix: a argentina Divisão Palermo.
A premissa é bem provocativa. Em Buenos Aires, a polícia bola uma forma de melhorar a sua (má) reputação entre a população, e resolve criar uma divisão dentro da guarda municipal composta apenas com minorias sociais. A ideia é justamente mirar no politicamente correto (sem que haja qualquer intenção real de inclusão, claro) e montar um time marcado pela diversidade.
De maneira bastante engraçada, a chamada Divisón Palermo acaba centralizando um grupo em que há um cego, um imigrante, uma pessoa com nanismo, um idoso, uma mulher cadeirante e outra transexual. Quem protagoniza esse time é um sujeito meio loser, que cai ali de para-quedas, chamado Felipe (papel de Santiago Korovsky, que, além de ator, é o criador, diretor e roteirista da série). Apesar de ser um tanto abobado, ele acaba se encaixando no grupo por ser… judeu.
O que sai a partir dessa proposta é uma metralhadora que dispara sem parar em direção ao próprio “bom-mocismo” forçado do espectador. Os burocratas e os políticos que tiveram a ideia de criar essa guarda obviamente não creem que esse grupo seja capaz de fazer um bom trabalho; enquanto isso, a população local se comove ao considerá-los como “seres de luz” (mas incompetentes).
A grande sacada de Santiago Korovsky, no entanto, é que ele cria uma história em que os envolvidos têm lugar de fala. Boa parte dos atores – como a atriz trans Valeria Ricciardi, o ator cego Facundo Bogarín, e Hernán Cuevas, que tem nanismo – levam elementos de suas vidas para os papéis, tornando legítimo o deboche presente em seus personagens. Em certo momento, por exemplo, o guarda municipal vivido por Hernán Cuevas é confundido com Peter Dinklage, um dos pouquíssimos artistas com nanismo que possuem projeção.
‘Divisão Palermo’: uma crítica escrachada à polícia
A tônica de Divisão Palermo, sem dúvida, é fazer uma crítica pesada à polícia da Argentina, apresentada aqui como claramente corrupta, preguiçosa e incompetente. A chegada de uma nova “tropa” serve para deixar claro que manter a aparência é mais importante que a eficiência, sendo essa uma iniciativa do próprio governo (e a sede da polícia é tão detonada que, toda vez que a secretária de segurança vai entrar em uma videochamada com a equipe, dá tudo errado).
Mas a sacada de Santiago Korovsky – que descreveu a série como a realização de um sonho – é trazer uma sensação de candura o tempo todo, mesmo que boa parte dos personagens sejam incompetentes em suas funções. Há também um elemento da narrativa policial que aparece quando o grupo descobre, totalmente por acaso, um crime. Mas isso acaba sendo a parte mais fraca dessa comédia.
A força, por outro lado, está no texto de Korovsky, cheio de boas sacadas e pequenos chistes. Preste atenção, por exemplo, na criatividade da cena que abre a série, quando Felipe e sua namorada estão em uma loja escolhendo um colchão. Mas claro que nada é o que parece.
Tudo isso faz com que se consolide personagens sólidos com quem podemos nos apegar, o que é, por fim, uma característica das séries de comédia realmente boas – qualquer pessoa que viu The Office sabe descrever com clareza quem é Dwight Schrute e Michael Scott, por exemplo. Assim, os espectadores que encararem Divisão Palermo certamente vão se apegar à palermice de Felipe ou à inteligência emocional de Sofia (Pilar Gamboa), uma cadeirante que denuncia o tempo todo o capacitismo com que é tratada.
Por fim, preste atenção no aproveitamento de uma música brasileira que é utilizada em um momento chave na série, com muita sagacidade. Acaba sendo um presentinho a mais para nós, os tantos brasileiros que vão se deliciar com os membros da Divisão Palermo.
Cem Anos de Solidão (Parte 1)
4.6 110Quando eu li Cem Anos de Solidão eu registrava todos os nomes dos personagens pra eu não me perder nessa circularidade de Gabo. E agora vejo a mega produção de Alex García López e penso que os personagens "pularam" do livro para as telas. A América Latina, e sobretudo a amada Colômbia de Gabo, chega até nós com louvor e encantamento. ❤
Nunca vi uma adaptação tão bem feita. Sou completamente apaixonada pelo coronel Aureliano Buendia, mas o que falar de Úrsula? Ela é simplesmente maravilhosa incrível.
O impacto desta série no imaginário coletivo das novas gerações é inestimável. A beleza dos rostos mestiços, indígenas, negros, as paisagens colombianas, o esforço da produção para recriar aquele Macondo... e a música de Puerto Candelaria, uma beleza.
Sutura (1ª Temporada)
3.9 24Um drama médico excepcional com doses generosas de suspense e personagens devidamente desenvolvidos.
Nota: 4,5/5,0 [EXCELENTE]
Na seara dos dramas médicos, diante de tantas inserções nas duas últimas décadas nesse tipo narrativo seriado, quase não há espaço para inovação. Transplantes, situações caóticas no atendimento de emergência, crise de corrupção nos espaços hospitalares, conflitos entre médicos e pacientes, dentre tantos outros tópicos dramáticos, já foram demasiadamente utilizados no âmbito da ficção, mas ainda assim, há interesse constante do público no segmento em questão. Diante do exposto, me questionei antes de começar a primeira temporada de Sutura: o que essa série brasileira consegue trazer de diferencial em relação a tudo que já está estabelecido em outros programas do mesmo ramo? A pergunta foi respondida logo após o desfecho do primeiro episódio: muita coisa. Doses generosas de suspense, cálculo devidamente equacionado da tensão, personagens esféricos e distanciamento de alguns padrões novelísticos vulgares para dar espaço ao denso e intenso cotidiano de dois médicos, em posições sociais diferentes, alijados de suas condições contratuais, tendo em vista a obrigatoriedade de trabalhar para a criminalidade em prol da manutenção de suas vidas. É assim que a produção se desenvolve ao longo de seus oito episódios eletrizantes, de 50 minutos em média, um excelente trabalho de composição dramática, tecido por Fábio Montanari, criador que precisou aguardar mais de uma década para que o seu projeto saísse do papel e ganhasse forma. Pelo visto, foi bom esperar, pois o resultado é surpreendente. Ficção de primeira linha. Das linhas de diálogos aos perfis dos personagens.
Para o realizador, a série possui DNA brasileiro, mesmo que a sua produção tenha sido pensada em língua inglesa. O projeto, na verdade, é ramificação de um concurso de dramaturgia, escrito em 2013, formatado em 2015 e só transformado em audiovisual por agora. As velhas e exaustivas questões ligadas ao processo de produção cultural no Brasil. Com direção geral de Diego Martins e Jéssica Queiroz, Sutura foi estruturada com base em um meticuloso processo de investigação. Montanari entrevistou uma média de sessenta médicos, diversos jornalistas da área criminalista, esteve com sociólogos e estudiosos sobre crimes, para adensar mais o roteiro de sua narrativa, assegurando realismo diante da necessidade do espectador suspender rapidamente a descrença em algumas passagens para a perspectiva do entretenimento entrar em pleno funcionamento. Com traços de outras séries criminais, o programa emula elementos que deram certo em outras jornadas ficcionais, mas cria o seu próprio universo.
Na trama, Ícaro e a Dra. Mancini (Claudia Abreu) vivem na linha tênue entre a ética e a sobrevivência. Ele é um jovem de origem humilde, que conseguiu passar em primeiro lugar para começar os seus trabalhos numa residência médica situada em um dos hospitais mais renomados da cidade. Essa questão incomoda alguns dos outros colegas, de posições privilegiadas, mas desprovidos do mesmo resultado no processo classificatório em questão. Mas, como nada vem fácil para quem vem da periferia, o jovem precisa acertar as suas contas com a instituição de ensino onde se formou, para que assim, tenha o seu CRM e possa trabalhar dentro da lei. O grande conflito nesse processo é a sua completa falta de grana para resolver o esquema. Ele, grande admirador de Mancini, vê na oportunidade de atuar com a cirurgiã, um grande passo para a sua carreira. Mas os problemas se estabelecem logo. Mentalmente pressionado por um antigo amigo de jornada na juventude pobre de onde veio, Ícaro acaba atendendo ilegalmente algumas pessoas do mundo do crime no necrotério do hospital.
Não demora, Dra. Mancini também é levada ao lugar. Agora, ambos dividem conflitos semelhantes, ele numa posição bem mais comprometedora, mas ela dominada pelo nervosismo ao ter que assumir que a sua carreira anda em risco, pois os tremores nas mãos, originados de uma situação traumática que vai se delineando por meio de flashbacks que nos explicam como todos os personagens chegaram naquela situação sufocante. Assim, tendo que equilibrar a supervisão da residência com os atendimentos ilegais que se proliferam a cada instante, o jovem médico se coloca constantemente em risco, causando desconfiança nos demais residentes, bem como em outras pessoas que gravitam em torno de sua vida pessoal e profissional. O ambiente hospitalar, por sinal, um espaço de rotineiras situações de forte tensão, também é evidenciado quando a dupla se encontra na superfície, disfarçando-se do que cometem nas zonas abissais de um complexo gigantesco, mas todo monitorado por câmeras e por pessoas que não torcem pela recuperação de Mancini, tampouco pelo sucesso de quem mais possui obstáculos: Ícaro.
Há a direção corrupta, os egos em conflito, os momentos de calmaria (menos frequentes) em paralelo aos momentos de intensidade (mais constantes), o driblar dos curiosos, a postura impiedosa e pouco paciente dos chefes do crime, ameaçadores rotineiros da dupla de médicos, dentre outros tantos elementos que fazem desse primeiro bloco de episódios de Sutura um drama que vai além das abordagens estereotipadas das narrativas médicas, numa reversão de fórmula que torna o desenvolvimento empolgante o tempo inteiro. Purgamos com as dores psicológicas enfrentadas por Ícaro, compreendemos brevemente as motivações para Mancini ter se transformado numa mulher destemida, mas de comportamento complexo, difícil de lidar com o outro, além do entendimento sobre as ações e reações que levam tais personagens a caírem numa armadilha de desprendimento complicado. Eduardo Piagge, na direção de fotografia, Mariana Rocha, na condução musical, e Marghe Pennacchi, no design de produção, permitem que cenários, iluminação, enquadramentos e movimentos, todos sincronizados com a boa textura percussiva, possam assegurar eficiência narrativa e assertividade estética para a série.
Que uma segunda temporada seja produzida em tom de urgência, tal como o cotidiano dos protagonistas.
Grimm: Contos de Terror (6ª Temporada)
4.1 104Análise dos Pontos Negativos da Série "Grimm" 📺
"Grimm" é, sem dúvida, uma série que conquistou o coração de muitos espectadores, incluindo aqueles que se tornaram fãs incondicionais e assim como eu, repetiram suas temporadas diversas vezes. Entretanto, como em qualquer produção, certas decisões narrativas podem deixar os fãs frustrados. A seguir, abordaremos algumas dessas escolhas que impactaram negativamente a trama e seus personagens.
Um dos pontos mais controversos da série,
foi a transformação de Juliette em uma Hexenbiest. Embora essa mudança tenha trazido um elemento interessante ao enredo a forma como foi conduzida foi desastrosa. A química entre Juliette e Nick era extremamente natural e a expectativa dos fãs era de que, apesar das dificuldades, o casal superaria as adversidades. No entanto, o desenrolar da história levou Juliette a atitudes extremas, como a destruição do trailer com os livros Grimm, além da traição a Nick. Não só isso, sua "nova identidade" e a drástica mudança de comportamento foram um duro golpe para os fãs que esperavam alguma forma de redenção para a personagem.
Outro aspecto que gerou desapontamento
foi o relacionamento de Nick com Adalind. A personagem, que anteriormente havia causado tantas dificuldades na vida de Nick, como a tentativa de assassinato de sua tia e a destruição de seu relacionamento com Juliette, acaba se tornando o seu um par romântico. Essa decisão narrativa, além de contraditória, parece ignorar os traumas que Nick havia enfrentado. O fato de ele assumir a paternidade de seu filho, fruto de mais um feitiço de Adalind, é compreensível em um sentido emocional, mas a escolha de seguir em frente com Adalind
Adicionalmente,
a transformação do Capitão Renard em um vilão absoluto foi outra decisão que dividiu opiniões. Embora seu caráter ambíguo tenha sido um ponto forte durante as primeiras temporadas, sua total traição a Nick e Hank foi frustrante. Apesar de sua ganância por poder ser uma constante em sua personalidade, o Capitão sempre teve momentos de aliança e auxílio a Nick, até mesmo, literalmente sacrificando-se por ele. A deslealdade em relação aos amigos e sua brusca transformação para um vilão,
Por último, o final apressado da série foi um ponto crítico, mas pelo menos isso tem uma explicação aceitável. A Universal anunciou o cancelamento de "Grimm" de forma abrupta, o que resultou em um desfecho corrido e, em muitos aspectos, insatisfatório. Apesar de o encerramento ter trazido uma certa dignidade, a falta de tempo que os produtores tiveram para desenvolver adequadamente as tramas e solucionar os conflitos deixou algumas perguntas sem resposta. Esse ritmo acelerado tirou a oportunidade de oferecer aos fãs um fechamento mais coerente e elaborado.
Em conclusão, embora "Grimm" seja uma série adorada, suas falhas em decisões cruciais de enredo e desenvolvimento de personagens são inegáveis. Os fãs, que acompanharam cada reviravolta da história, certamente sentiram a frustração diante de escolhas que pareciam não respeitar a trajetória estabelecida dos personagens. Sem dúvida, os desafios da produção e as circunstâncias externas influenciaram esses desfechos, mas isso não diminui a decepção gerada nas expectativas dos espectadores. Como muitos de nós, eu também compartilho desse sentimento e me pergunto se, com um pouco mais de tempo e planejamento, a série poderia ter alcançado um desfecho mais satisfatório e fiel aos seus personagens.
Vamos ver se o filme que está sendo produzido traz novos desdobramentos que possam consertar certos pontos da série.
The Veil
4.3 4❝A pessoa no comando da situação agora sou eu.❞
Estou realmente amando esse drama, ele só fica melhor e melhor!! O melhor drama de ação coreano que assisti. Cada cena de luta foi perfeitamente executada. Ele deveria ganhar o PRÊMIO DAESANG.
Han Ji Hyuk » No comando [The Veil + Seu olhar frio o torna tão sedutor]
Onde Está Meu Coração
4.1 112A triste história de uma jovem médica viciada em uma droga mortal.
Nota: 5,0/5,0 (Obra-prima)
Apesar da hegemonia das novelas, nos últimos anos a Rede Globo – principalmente em virtude do Globoplay, o seu próprio serviço de streaming – tem investido cada vez mais em séries originais. Nesse viés, temas sociais estão cada vez mais presentes, como a sucateada saúde pública, exemplarmente vista na série médica Sob Pressão, e a ausência de investimentos na educação de Jovens e Adultos (EJA), em Segunda Chamada. Essa característica é benéfica, porque faz com que o telespectador – que está do outro lado da telinha – possa refletir sobre a temática retratada, o que promove de certa forma a intensificação do senso crítico, afinal de contas “a arte imita a vida” a todo momento. E o conteúdo de Onde Está Meu Coração é a dependência química, tema cheio de tabus na sociedade brasileira contemporânea, principalmente em relação ao preconceito em relação aos dependentes químicos. Diante disso, os autores do novo seriado, George Moura e Sérgio Goldenberg – idealizadores de O Rebu (2014) e de Onde Nascem os Fortes (2018) – quiseram desmistificar e elucidar os desdobramentos do indivíduo doente e das pessoas ao redor dele, como os familiares, os amigos e os amores.
Na pele da excelente atriz brasileira Letícia Colin, conhecemos a protagonista da história, chamada Amanda Meireles: médica, bem-sucedida, de família de classe média alta e casada com o arquiteto Miguel. Contudo, em virtude de diversas circunstâncias da vida, ela acaba sendo usuária assídua de drogas ilícitas, como o crack. Além disso, fomos apresentados aos pais da moça, vindos de Santos, cidade litorânea do estado de São Paulo: o pai, o também médico, David Meireles, e a mãe, a executiva Sofia Vergueiro (Mariana Lima). Ambos ficam bestializados e, claro, tristes, com o fato de a filha ser usuária de crack e, por conseguinte, o sentimento de culpa acaba sendo assolado por toda a família. O que será que leva uma pessoa a escolher o caminho das drogas? Refúgio? Proteção? Vulnerabilidade? Escapismo? Diversos são os questionamentos, mas sem uma resposta certa, fazendo com que o sofrimento seja retratado de ambos os lados: da filha e dos pais.
Embora o roteiro inicialmente não tenha aprofundado na história de vida de Amanda, inclusive nas razões pelas quais ela escolheu o crack como escape aos seus problemas, o seriado possui uma carga dramática significativa aos olhos do público. Isso se explica por meio das belas cenas gravadas em locações distintas, como a Cracolândia, região na qual se concentram usuários de drogas, o Memorial da América Latina e o famoso Parque do Ibirapuera, espaços localizados na cidade de São Paulo (SP). Foi uma tentativa de fazer com que estes espaços físicos citados fossem “personagens” sensoriais e frios, juntamente à atuação irretocável dos atores, sendo uma imersão quase verdadeira apesar de o produto ser ficcional. Em meio a isso, a demasiada tristeza invade os diálogos, cobertos até mesmo de pistas dos conflitos que estão por vir: no passado, por exemplo, David também já sofreu em função da dependência química, aliado ao fato de ele ter perdido um filho por conta disso; já Sofia se sente culpada e extremamente preocupada com o estado em que sua filha se encontra, tanto por ter se dedicado demais ao trabalho quanto por não ter prestado atenção aos sentimentos da filha ao longo do tempo até Amanda chegar a um estado lamentável como dependente química. Tem ainda o marido displicente, que escondeu o ocorrido de seus sogros na tentativa de resolver a situação sozinho. Resultado: não deu certo e, com isso, Amanda segue usando a droga em qualquer lugar, seja no trabalho, seja no apartamento de Beto, traficante responsável por apresentar as drogas à jovem médica. Para piorar a situação, Miguel, além de ter sido omisso em não cuidar de sua esposa, envolve-se com a sua nova cliente no ramo da arquitetura, Vivian (Camila Márdilla), mulher rica e super ambiciosa, que fará de tudo para conquistar o coração do moço, uma vez que sempre foi acostumada a ter tudo o que deseja.
No que diz respeito aos aspectos técnicos da direção de Luísa Lima – com supervisão artística de José Luiz Villamarim, com roteiro de Laura Rissin e de Matheus Souza – é evidente que a fotografia, os cenários e os figurinos são parte de uma superprodução gravada – com exclusividade – em locações, como as mencionadas anteriormente. Ao captar planos dramáticos, a câmera acabou reverberando os sentimentos de sensibilidade e de emoção de quem assistia ao piloto, principalmente na angustiante e inquietante sequência final, na qual pai, marido e os funcionários da clínica de reabilitação correm atrás de Amanda na tentativa de convencê-la de que o tratamento é a melhor opção para a jovem médica. Todavia, será mesmo que a internação compulsória é o melhor “remédio” para o paciente? Apesar de negar a todo instante a ajuda imprescindível para a sua recuperação, será que o dependente químico está lúcido o suficiente, por intermédio de suas faculdades mentais, para tomar decisões importantes para a sua vida? Foi sufocante ver a Amanda ficar pendurada no viaduto, e óbvio que ela não iria morrer, visto que a jovem é a protagonista de Onde Está Meu Coração.
Por fim, destaco que o seriado é pertinente para quebrar o paradigma, juntamente ao preconceito, de que as drogas ilícitas estão presentes somente no público com menor poder aquisitivo. Muito pelo contrário: sem qualquer glamourização, os entorpecentes estão disponíveis para todas as classes sociais, dentre pobres e ricos, e eles, infelizmente, adoecem a si próprios como ainda os familiares, os quais muitas das vezes não sabem como ajudar. Somado a isso, o enredo tem uma outra visão: a de não mostrar o tráfico, a ação policial e a violência, e sim evidenciar as mazelas humanas causadas pelo uso corriqueiro das drogas e o caminho de uma possível redenção e cura dos dependentes químicos. E para que Amanda possa percorrer essa estrada árdua até a completa desintoxicação, ela terá a ajuda de sua família, com amor e sensibilidade. Inclusive, na série, Fábio Assunção pôde usar a sua própria experiência de luta pessoal contra as drogas para dar veracidade à trama, já que ele usava entorpecentes não legalizados. E por falar nesse quesito, vale ressaltar que Letícia Colin está em uma de suas melhores personagens, seja por causa de sua expressão corporal, seja em virtude da maquiagem. Duas cenas merecem ser lembradas: o grito debaixo do chuveiro, logo no início do episódio, representando muito provavelmente a abstinência ou os efeitos colaterais do uso abundante do crack, e quando ela fumou sozinha entre as divisórias da estrutura física do lado de fora do Hospital Antônio Ribeiro Sá, local onde ela atua como médica residente.
Onde Está Meu Coração é uma das produções de maior sucesso originais do Globoplay, feita pelos Estúdios Globo, e eu tenho certeza de que você, meu(minha) caro(a) leitor(a), não vai se arrepender em acompanhar essa jornada de luta contra as drogas, aliada a uma convidativa trilha sonora. Uma curiosidade interessante é a bela abertura ao mostrar o nome da série, com as letras “o” preenchidas em vermelho, fazendo uma espécie de alusão aos batimentos cardíacos, sendo algo mágico e, de certa maneira, poético. Finalizo com a pergunta que não quer calar: Onde Está Meu Coração?
Dias Perfeitos (1ª Temporada)
1Com direção de Joana Jabace e baseada no livro homônimo de Raphael Montes, a série do Globoplay conta com roteiro adaptado por Raphael e Dennison Ramalho, Yuri Costa e com redação final de Claudia Jouvin.
A produção conta a história de Téo (Jaffar Bambirra), um estudante de medicina solitário que cuida de sua mãe paraplégica e se especializa em anatomia. Em um churrasco relutante com sua mãe, ele conhece Clarice (Julia Dalavia), uma aspirante a roteirista. Fascinado por ela, Téo se aproxima insistentemente, mas diante da recusa da mulher, ele a sequestra. O sujeito a coloca sedada em seu carro e embarga em uma viagem pelos lugares descritos no roteiro de Clarice, com o objetivo de conquistá-la. O final do livro é trágico, mas o escritor avisou que o desfecho da série será diferente.
O elenco conta ainda com Felipe Camargo, Teca Pereira, Fabiula Nascimento, Heloisa Honein, Debora Bloch, entre outros.
BBB: O Documentário
2.9 10Tudo sobre "BBB: O Documentário - Mais que uma espiada"
Um documentário sobre os impactos do reality na vida dos participantes e na sociedade, mostrados pelos seus principais personagens. A série documental "BBB: O Documentário - Mais que uma espiada", dirigida e roteirizada por Bruno Della Latta, teve uma iniciativa inédita da emissora, que optou pela transmissão na grade aberta e não no Globoplay. A produção celebra as 24 edições já exibidas – a 25ª estreia dia 13 de janeiro – e os 22 anos do programa. Dividida em quatro episódios, a série traz exemplos de como o BBB se tornou um fenômeno cultural, além de um espelho das transformações sociais no Brasil ao longo dos anos. A obra será exibida em quatro dias consecutivos, até 10 de janeiro, na TV Globo, após ‘Mania de Você’.
Bruno Della Latta explica que, para além de curiosidades de bastidores, resgate de acontecimentos marcantes e histórias dos participantes, a narrativa envolve, sobretudo, a troca mútua entre as discussões sociais geradas no reality e as mudanças observadas – e vividas, claro – fora da casa. “Percebi que o ‘Big Brother Brasil’ vai muito além do entretenimento, sendo um reflexo vivo das questões culturais, sociais e comportamentais de cada época. Sempre tentei olhar o programa como um recorte do seu tempo. Quais temas foram debatidos naquele ano? Quem foi escolhido vencedor? Quais roupas as pessoas estavam usando? Quais músicas estavam tocando? Dá para assistir ao BBB e entender muito sobre o que estava acontecendo na sociedade brasileira. Foi essa linha que segui para criar este documentário”, coloca Bruno.
Amanda Prada, produtora de conteúdo e assistente de direção, destaca o papel transformador do BBB em ampliar horizontes e promover debates. "O programa desafia as bolhas em que vivemos e nos provoca a refletir sobre conflitos, empatia e julgamentos. Este documentário não é apenas uma retrospectiva; também mostra para a sociedade sobre como podemos evoluir", acrescenta. Com uma abordagem leve, às vezes mais bem-humorada e outras mais emotiva, a produção também explora as mudanças na forma de fazer e consumir televisão, já que o formato de confinamento moldou um novo comportamento, tanto para quem participa – muitos dos quais sempre sonharam em se tornar famosos ou trabalhar na TV, e viram no reality uma oportunidade –, quanto para quem assiste, que passou a acompanhar, curiosamente, a vida cotidiana através das câmeras.
Utilizando imagens de arquivo que mostram os momentos mais icônicos das 24 edições já veiculadas, e entrevistas com pessoas que fizeram parte dessa história, a série documental traça um retrato instigante do BBB como uma sensação midiática. “A escolha [pelos entrevistados] não foi feita por critério de importância ou visibilidade. Foram escolhidos os participantes que melhor poderiam contribuir para a história que queremos contar e que exemplificam as transformações sociais, culturais e comportamentais que mostramos no documentário”, complementa Bruno.
O primeiro episódio, ‘A Era da Fama’, explica o surgimento do formato na Holanda, sua importação para o Brasil e como rapidamente se tornou um sucesso entre os brasileiros. Para construir essa narrativa, nomes essenciais ao legado do ‘Big Brother Brasil’ deram depoimentos, como John de Mol Jr., criador do formato; e participantes históricos como Grazi Massafera (BBB5), Sabrina Sato (BBB3) e Cida, campeã do BBB4. Os bastidores e o impacto inicial do programa também são relatados por Marisa Orth e Pedro Bial, os primeiros apresentadores, e os diretores Boninho e Rodrigo Dourado, que detalham as inovações na produção. Momentos marcantes, como a cena icônica de Kleber Bambam (BBB1) com Maria Eugênia, sua boneca feita de vassoura, são recordados.
No segundo episódio, ‘A Seleção’, o foco recai sobre diversidade e inclusão, com depoimentos de Ariadna (BBB11), a primeira mulher trans a participar do reality, além de Vanessa (BBB14) e Juliana Alves (BBB13), que abordam questões raciais e sociais discutidas no programa. Sabrina Sato, que retorna neste episódio, e Gil do Vigor (BBB21) também compartilham suas histórias.
O terceiro episódio, nomeado ‘Os Conflitos’, explora momentos de grande repercussão midiática. Alguns dos entrevistados são Ana Paula (BBB16), Emily (BBB17), Manu Gavassi (BBB20), Solange (BBB4), além do também do apresentador Tiago Leifert. Eles falam também como o programa evoluiu na era das redes sociais, influenciando a leitura do público sobre o jogo.
Já o quarto episódio, ‘As Vitórias’, celebra alguns vencedores, com depoimentos de Jean Wyllys (BBB5), Thelma Assis (BBB20), Juliette (BBB21), entre outros, e o mais recente vencedor, Davi (BBB24), que analisam os efeitos de terem participado do reality. “A maioria compartilhou suas histórias com gratidão e emoção, mostrando o quanto o programa transformou suas vidas”, reforça Amanda. O cantor Paulo Ricardo também aparece em uma homenagem musical ao tema de abertura, e Tadeu Schmidt, apresentador atual, traz sua experiência em acompanhar de perto a trajetória dos participantes das últimas edições.
A direção acredita que a produção é uma homenagem ao Brasil e ao impacto do BBB nas transformações culturais. "É um programa que, mesmo 22 anos depois, continua nos mostrando novas perspectivas e nos instigando a evoluir como sociedade", conclui Bruno. “Este é um documento histórico de análise da sociedade, seu comportamento e as mudanças nos últimos 22 anos. Um grande alerta para o futuro, para quem vive em suas bolhas, para que se abra para o novo, olhe para o lado e enxergue o mundo além das suas relações e crenças como algo natural”, conceitua Amanda.
‘BBB: O Documentário - Mais que uma espiada’ tem direção e roteiro de Bruno Della Latta, redação de Elli Cafrê e produção de conteúdo e assistência à direção de Amanda Prada. A direção de gênero é de Mariano Boni.
The Endgame (1ª Temporada)
3.8 4SÉRIE: THE ENDGAME
🎁 Investigação | GooglePlay | 2022
🔮 Um Conto de Vingança, acompanhamos a traficante de armas Elena Federova (Morena Baccarin), recém capturada pelo FBI. Os agentes lhe oferecem um acordo judicial, mas, para chamar a atenção da prestigiada agente Val Turner e envolvê-la no caso, Elena decide orquestrar uma série de ataques a sete bancos diferentes. Enquanto a trama se reveza entre mergulhar no passado da criminosa e acompanhar suas ações no presente, vamos, pouco a pouco, entendendo a ligação entre Federova e Turner, além da motivação por trás da escolha dos alvos de seus crimes.
🍿 Um seguidor me sugeriu para ver essa série e eu Ignorei por muito tempo e hoje me arrependo por não ter visto antes. Terminei de ver e super Recomendo 👈
🎥 Infelizmente, a série foi cancelada após Uma temporada por motivos políticos*. Mas eu acho que essa série devia ter pelo menos 30 Temporadas ✅
🖥️ M.U.L.U.N.D.A.T.V 🖥️
* Em um dos episódios eles resumiram sobre a história da política brasileira, falando desde antes de Tancredo Neves até ao maior escândalo de corrupção brasileiro, a operação Lava-Jato
Sobrevivendo à Queda dos Black Hawks
4.0 5"Você não pode colocar a humanidade na guerra" ISSO É FRIO!!
Duvido que eu consiga entender completamente o que aqueles soldados passaram, mesmo vc sendo como um veterano do Afeganistão. É realmente incrível que este documentário fale com pessoas que estavam envolvidas no incidente em ambos os lados.
"As pessoas me perguntam se você acha que é algum tipo de herói? Eu não digo nada. Eles não vão entender"
Mesmo um veterano do Iraque, creio que jamais seremos capaz de compreender exatamente o que aqueles soldados vivenciaram.
Hollywood tentou fazer o que pôde para acertar, mas nada é como a coisa certa... Definitivamente vou assistir a isso.
Eles deveriam incluir a Operação Malbatt lançada pelo Batalhão da Malásia. É uma operação de resgate conjunta muito importante dos EUA/Malásia durante a Batalha de Mogadíscio. 🇲🇾🤝🇺🇸
Durante o incidente Black Hawk Down, havia um comboio de socorro composto por soldados malaios e paquistaneses que foi enviado para ajudar a Força-Tarefa Ranger.
O Batalhão da Malásia recebeu ordens para resgatar 70 Rangers americanos e cinco membros da Força Aérea dos EUA no Mercado Bakaara de Mogadíscio. Um soldado malaio, o cabo Mat Aznan Awang, foi morto quando seu veículo foi atingido por um RPG, e outros sete soldados malaios ficaram feridos durante a batalha. A missão foi emboscada, e o Cabo Mat Aznan Awang foi morto. O exército dos EUA não reconheceu oficialmente o papel dos soldados da Malásia até 2013.
Sutura (1ª Temporada)
3.9 24Nota: 4.0/5.0
A série é muito boa. Claúdia Abreu é excelente e o elenco está incrível. Lógico que quem assiste séries americanas vai reconhecer referências de Greys Anatomy, House, The Mob Doctor e outras, mas Sutura contrói uma identidade própria com histórias interessantes, crítica social, elenco principal e de apoio emocionando o público e uma São Paulo retratada de forma nua, crua e realista. A fotografia e as tomadas aéreas da cidade são um show a parte.
Amei, não é só mais uma série médica, traz todo um contexto diferente, mostrando sempre os dois lados da coisa. Gostei demais. É ficção e os exageros são desculpáveis. Diferente de SOB PRESSÃO, o maniqueísmo é menos acentuado e há suspense e ação em doses certas.
Uma trama excelente e subtrama que te deixa perguntando, o que será que ele vai fazer?
Série dinâmica, tensa e envolvente. Possui todos os ingredientes que prende o público. Faz um crítica social à área da saúde e à hipocrisia no meio hospitalar, envolvendo corrupção e política. Os atores estão excelentes, com destaque principal para protagonista Claudia Abreu.
Excelente! Prende o telespectador do início ao fim, mostra a realidade da desigualdade no Brasil, Politicagem e, corrupcão, Personagens excelentes e, história bem elaborada!, cada episódio termina com um gostinho de quero mais, daquelas obras que o telespectador começa a assistir e não para até terminar a temporada!. Um ponto negativo (MINHA MODESTA OPINIÃO) achei a Vilã, chefe do tráfico Fraca pra personagem, não passou aquela imagem como criminosa, mas quem sabe é por ser a primeira temporada. Bom!
Vale muito a pena conferir!!!
Agora é Aguardar as próximas temporadas...