Imagina se uma sorveteria chamada "Netflix Sorvetes" anunciasse que tem o melhor sorvete de chocolate da cidade, nos anúncios falam desse sabor, na faixada da sorveteria tem um cartaz do sorvete de chocolate, na capa do menu tem a foto do tal sorvete em destaque, na frente da sorveteria tem um cara fantasiado de sorvete de chocolate, etc. Ai vc pensa "poxa, quero tomar esse sorvete", chegando na sorveteria vc é atendido por um rapaz - vamos chama-lo de Kevin Smith ou KS pra simplificar - vc pede o bendito sorvete, mas o KS lhe da um sorvete de banana, aí vc diz "mas poxa, eu pedi um sorvete de chocolate" aí o KS responde "então, fazemos pouco desse sorvete, e ele está em falta, mas tem o sorvete de banana, que é empoderado e independente". Aí vc retruca "mas vcs fizeram tanta propaganda desse sabor, é obvio q as pessoas viriam atrás desse sorvete, pq não fizeram mais?" aí o KS lhe responde num tom agressivo "O nome da sorveteria é Netflix Sorvetes, e não Netflix Sorvetes de Chocolate, vc acha q iram me contratar para não vender sorvete de chocolate, cresça!".
Nesse ponto existirão 3 tipos d pessoas:
1 - as q aceitam o sorvete de banana e ficam contentes. 2 - as q aceitaram o sorvete de banana e não gostaram, pq o sorvete não lembrava um sorvete de banana por conta do gosto amargo. 3 - as que acharam td isso uma propaganda enganosa e foram embora.
Essa série foi isso, uma promessa de um sorvete de chocolate mas q no fim das contas era um sorvete de banana amargo.
- Engana os fãs. - Muda a história. - Muda os personagens. - Erros de roteiro. - He-man sem dar conselho do dia. - "Desenho da Teela". - "Corpo proporcional a uma mulher" = Teela e Maligna Bombada. - Sem muita personalidade. - Culpa os fãs por não gostarem.
A dura supermulher Cruz (Laysla De Oliveira) se junta aos fuzileiros navais dos EUA para escapar de seu namorado abusivo e logo é recrutada por um figurão da CIA (Zoe Saldaña) para fazer parte de sua unidade secreta de elite.
Transmissão em: Paramount+
Episódios vistos: 2 de 8
Dica para o sábio: se você tem ambições de se juntar ao programa ultrassecreto de “Leoas” feminino da CIA e se infiltrar profundamente para fazer amizade com mulheres no Oriente Médio cujos maridos, amigos ou parentes podem ser agentes terroristas, então não faça isso, sob quaisquer circunstâncias, faça uma tatuagem. O prolífico escritor/showrunner Taylor Sheridan (Yellowstone, Tulsa King e outros) revela esse detalhe sobre o perigo de tatuagens acabarem com seu disfarce no início do episódio de abertura deste thriller de espionagem liso e frenético para um poderoso efeito narrativo, ao mesmo tempo em que destaca a aparente aparência do programa. autenticidade.
Operações Especiais: Leoa Mas, por mais convincente que pareça o meio geral da agência de inteligência, ajudado pelo que parece ser um grande orçamento para os momentos de ação, também há alguns momentos implausíveis / involuntariamente engraçados, como quando nosso jovem herói Cruz (Laysla De Oliveira) literalmente tropeça em um centro de recrutamento militar e se inscreve em segundos para mudar sua vida para sempre. Sheridan não brinca.
Mais uma prova de que o showrunner mais ocupado da TV sabe como montar um grande e ousado drama de TV.
Uma das vertentes mais atraentes da série explora como trabalhar para uma organização implacavelmente exigente como a CIA deve interferir um pouco na vida doméstica de alguém. Pegue o personagem de Zoe Saldaña, Joe: quando ela finalmente chega em casa de suas exaustivas operações especiais, ela tem um marido um pouco melancólico, mas essencialmente simpático (David Annable), além de uma filha adolescente poderosamente irritada e sua irmã mais nova um pouco menos problemática, para disputar.
Joe é refrescantemente puro quando se trata de paternidade, efetivamente dizendo a seu filho adolescente para dar o fora, e Saldaña é totalmente convincente tanto nas cenas domésticas quanto ao enfrentar a 'guerra contra o terror' da América. E apesar dos papéis coadjuvantes estrelados por Nicole Kidman e Morgan Freeman (que não aparece nos dois primeiros episódios), o MVP do show é, sem dúvida, De Oliveira como Cruz, que passou por um programa de treinamento quase comicamente intenso.
Apesar de suas falhas, Lioness é mais uma prova de que o showrunner mais ocupado da TV sabe como montar um grande e ousado drama de TV. Então, embora você possa vir inicialmente para Saldaña, Kidman e Freeman, ficará para a verdadeira estrela do show: o extraordinário contador de histórias Taylor Sheridan.
Apesar de ocasionalmente aumentar a plausibilidade, a mais recente série de TV de Taylor Sheridan mistura ação explosiva de espionagem com questões domésticas para um efeito absorvente.
The Idol tinha um ótimo tema pra se discutir sobre a Hollywood tóxica, mas ao transformar tudo num show de horrores, fetiches sórdidos e romantizar os transtornos mentais, além da produção e segmento dos episódios serem bagunçados e sem nexo... Fica de exemplo de como NÃO falar do tema.
É triste que toda essa produção expôs o quão misógino e fetichista é o ponto de vista que estes "homens" têm das mulheres.
Essa série transcende o ruim, ela tem gosto e cheiro de m###a...
PIOR que demitiram a diretora Amy Seimetz e refilmaram com 80% da serie pronta porque Abel "The Weeknd" Tesfaye achou que a serie estava com uma perspectiva feminina demais
Eu quero MUITO que a versão da diretora de THE IDOL vaze!!!!
A Britney lançará um livro, em outubro, intitulado "The Woman In Me". Sem dúvidas, será melhor e mais verdadeiro, emocionante e revelador do que esta série (péssima).
"Vou repetir uma frase que eu coloquei para mim como mantra nesse documentário. Eu que achava que sabia da minha vida, depois do doc falei: ‘Nossa! Passei por tudo isso... Não sabia disso tudo. Se vocês acham que me conhecem, estão enganados. Vão me conhecer ainda mais a partir do dia 13", avalia Xuxa, se referindo a data de estreia do doc Original no streaming.
Xuxa deu uma entrevista de cerca de quarenta minutos para a imprensa e comentou sobre alguns detalhes do documentário, como a polêmica envolvendo o filme 'Amor Estranho Amor', onde contracenou com Marcelo Ribeiro em uma cena que foi usada para atacá-la durante muitos anos. "As pessoas que estavam comigo não sabiam lidar com isso. Se tivessem colocado a porcaria do filme para todo mundo ver, não teria acontecido nada disso. Fiz o filme de 17 para 18 anos, estou com 60 anos, e até hoje falam disso. É uma ficção. Uma menina que foi vendida para um prostíbulo para um político. A exploração sexual sendo abordada e que está em vigor até hoje. Desde aquela época as crianças eram exploradas e são até hoje. Nosso ex-presidente disse 'pintou um clima' e as pessoas nem falam mais disso, só eu. E digo que não pintou um clima, pintou um crime. A verdade é que fiz esse filme e até hoje sofro com esses comentários ridículos de 'a Xuxa é pedófila'", enfatiza.
Assistimos ao primeiro episódio que conta como foi o início da carreira de Xuxa e as dificuldades em lidar com as crianças, já que foi jogada na cova dos leões sem nenhum preparo. Há algumas cenas de seus primeiros programas e sua falta de tato com os pequenos diverte. Também há uma pequena mostra do fenômeno que a artista virou com uma legião de fãs que passaram a segui-la em todos os lugares possíveis. Já o aguardado embate com Marlene Mattos, com quem trabalhou por 19 anos, só acontece no quinto e último episódio.
Os 60 anos de história da Xuxa serão representados em 60 NFTs - sigla em inglês para Non-fungible Token – que passeiam por elementos marcantes da carreira da apresentadora, revivendo a memória afetiva dos fãs. O projeto marca a estreia de Xuxa, que se transformou num fenômeno pop ao longo de mais de quatro décadas de carreira, na web 3.0.
"Xuxa - O Documentário", série original streaming, tem direção geral de Pedro Bial, direção de Cassia Dian e Mônica Almeida, e roteiro de Camila Appel. A realização é do Conversa.doc, núcleo de documentários da equipe do 'Conversa com Bial', com produção de Anelise Franco, em coprodução com a Endemol Shine Brasil. A direção de gênero é de Mariano Boni.
A serie é feita para pensar, com diversas críticas, não só as tecnologias, mas ao comportamento humano também Vejo Black Mirror cada vez mais se distanciando das 'origens'. Isso vai afastar alguns fãs e conquistar outros novos, faz parte... Acho que eu até assistiria uma nova temporada mas com a expectativa bem baixa pra não me decepcionar
A Netflix poderia ousar e criar o Red Mirror (referência do quinto episódio que aparece no título) e trazer essas histórias sobrenaturais como uma série spin-off. Eu gostei dos episódios "novos" mas senti que eu tava vendo qualquer outra coisa menos Black Mirror.
Falar pouco e colocar minha opinião: Love, Death + Robots já tomou o lugar de Black Mirror no coração do público! É isso! E como eu sou o do contra que assiste as paradas atrasado, tô com Mr. Robot agora. Netflix romantizar assassinos é o que mais acontece, temos BR na lista Elize Matsunaga, tô esperando a Anna Jatobá aparecer por lá daqui um tempo).
"Os Outros" tem tudo para ser a melhor série de 2023 O que acontece quando todo mundo acha que tem razão? Essa pergunta é o despertar da série Original na streaming ‘Os Outros’, criada por Lucas Paraizo e com direção artística de Luisa Lima, que estreou na última quarta-feira de maio, dia 31, às 18h, para não assinantes. O primeiro episódio ficou disponível de forma gratuita até o dia 05 de junho. A cada semana, são disponibilizados dois episódios, sempre às quartas e sextas, até o dia 07 de julho.
No fictício condomínio Barra Diamond, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, duas famílias vizinhas vividas por Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) e Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) entram em choque após a briga dos filhos adolescentes, Marcinho (Antonio Haddad) e Rogério (Paulo Mendes). O que poderia ser um desentendimento corriqueiro cresce e desperta reflexões importantes sobre os limites da tolerância, capacidade de escuta e diálogo, compaixão, influência dos pais na criação dos filhos e solução de conflitos na atualidade.
É em busca de segurança e qualidade de vida que a família de Cibele se muda para o condomínio Barra Diamond, após ter vivido de perto a violência em um bairro de subúrbio onde moravam. Seduzidos pelo ideal de felicidade dos grandes residenciais, Cibele e o marido Amâncio estão aliviados em poder oferecer uma condição de vida melhor e uma juventude com mais opções para o filho Marcinho. Vendedor em uma loja de eletrodomésticos, Amâncio é um homem sensível que se preocupa com os outros e para quem sobra remediar os arroubos de Cibele. Mãe superprotetora, controladora e capaz de tudo pela segurança de seu filho, ela trabalha de casa como contadora e está sempre tomando as rédeas do que acontece na vida de sua família.
O filho deles, Marcinho, nunca foi o mais forte, nem o mais bonito ou inteligente, tampouco se destacou nas aulas de piano, mas uma coisa é certa: ele sempre foi um filho muito amado. Poucas mães foram mais dedicadas do que Cibele. Mas o excesso de amor também traz seus problemas. Marcinho fala pouco, mas as palavras acumulam dentro dele. E a raiva também, pois está cansado de sofrer bullying. Quando chega ao Barra Diamond ainda criança, o menino se encanta com a liberdade que enxerga no local e a família acredita encontrar no condomínio a tranquilidade que haviam perdido nos últimos anos. Mas tudo muda oito anos depois, quando o destino cruza o caminho deles com o da família do Wando, Mila (Maeve Jinkings) e o filho deles, Rogerio, família que leva uma vida conturbada pela dificuldade financeira e a relação pouco afetuosa que construíram. A falta de oportunidades do passado transformou Wando em alguém apegado ao mundo material e ao consumismo. Ele acha que será valorizado pelos bens que possui. É um pai apaixonado pelo filho, porém demonstra com brutalidade seus sentimentos e gera um relacionamento abusivo em casa. A esposa, Mila, foi uma criança maltratada pela mãe, Aurora (Magali Biff).
Rogério foi criado para ser o melhor no judô, nas brigas, na suposta boa educação. Mas por trás de sua ‘cara de mau’, Rogério é um menino cheio de carências. Durante uma partida de futebol com outros adolescentes no condomínio, Rogério acerta um soco em Marcinho motivado por um desentendimento em um lance do jogo. Mãe superprotetora e capaz de tudo para defender o filho, Cibele não tolera o que acontece e, sem abrir espaço para uma conversa, afronta a família do jovem que o atacou. Wando se recusa a se desculpar pelo que houve e minimiza o episódio, que chegou a deixar Marcinho desacordado no meio da quadra. Movida pela raiva diante do descaso do vizinho, Cibele arranha o carro dele.
A atitude dá início a uma rixa que extrapola os limites da quadra, em uma sequência de atos impensados e agressões que trazem à tona reações adversas. Motivados pelo que entendem como ameaças a si próprios e a suas famílias, os protagonistas deste drama contemporâneo se veem num emaranhado sem fim de atitudes extremas que mudam para sempre o curso de suas histórias.
A trama ainda tem outros personagens, como Dona Lúcia (Drica Moraes), a síndica do condomínio Barra Diamond, cuja aparente normalidade entra em risco diante das questões envolvendo as famílias. Ela conta com a atenção do porteiro Elvis (Rodrigo Garcia) para mantê-la informada sobre tudo o que acontece por ali. Já Sérgio (Eduardo Sterblitch) é um ex-policial expulso da corporação e morador do condomínio que vê uma oportunidade de obter vantagens diante do conflito entre os vizinhos. Do relacionamento com Joana (Kênia Bárbara), virou pai de Lorraine (Gi Fernandes), uma adolescente que chega de surpresa para morar com ele.
A série arrebata logo no primeiro episódio, onde a tensão surge logo no início e nunca mais se dilui. A essência do enredo é explorar o ódio que passou a dominar a sociedade nos últimos anos e causar um desconforto constante em quem assiste. Embora tenha pequenas doses de humor através de algumas situações, principalmente protagonizadas pela síndica, a história carrega um clima angustiante que persiste na maior parte do tempo, até em momentos de aparente calmaria. A direção de Luisa Lima está em perfeita sintonia com o texto de Lucas Paraizo e consegue extrair tudo o que o autor pretende com os conflitos e desdobramentos que vai criando. Aliás, o escritor vem se mostrando um dos maiores talentos da TV atualmente. Responsável pela adaptação do livro e do filme "Sob Pressão" para a tevê, que apresentou cinco temporadas brilhantes, Lucas agora envereda por um caminho que até apresenta similaridades com seu produto anterior, mas expõe a adrenalina de uma outra forma. Os médicos que conquistaram o público viviam em uma constante pressão alheia ao comportamento deles, já os moradores do condomínio convivem com um tensionamento oriundo de suas próprias atitudes.
Adriana Esteves e Milhem Cortaz são os grandes destaques da série. Cibele e Wando são os personagens que representam a irracionalidade e protagonizam as cenas de maior impacto na história. Maeve Jinkings é outro grande nome e emociona na pele de Mila, mulher que sofre com a violência do marido em um relacionamento abusivo. Drica Moraes trabalhou com Lucas Paraizo em "Sob Pressão" e repete a bem-sucedida parceria vivendo uma mulher que nada se parece com a médica Vera. Eduardo Sterblitch surpreende na pele de um tipo totalmente diferente de tudo o que fez em sua carreira, enquanto Paulo Mendes e Antonio Haddad se mostram gratas revelações.
Os atores honram a importância que têm no enredo e defendem com competência dois jovens que acabam sendo o estopim para uma declaração de guerra. Já a atuação de Milhem chega ao ápice no sétimo episódio, que se mostra o mais impactante até o momento. A sequência final é de tirar o fôlego.
"Os Outros" é uma criação de Lucas Paraizo, escrita com Fernanda Torres, Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A série tem direção artística de Luisa Lima e direção de Lara Carmo. A produção é de Luciana Monteiro, e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim. Tem tudo para ser a melhor série de 2023.
Depois de estabelecer os conflitos ao redor do subdelegado federal Raylan Givens (Timothy Olyphant) que retorna para sua terra natal na primeira temporada e de mergulhar ainda mais profundamente nas ameaças internas na segunda temporada, Graham Yost olha um pouco para fora do Kentucky e
introduz um vilão que vem da máfia de Detroit e que quer se estabelecer no território do protagonista como o novo grande chefão do tráfico de oxicodona (ou apenas oxi, para os íntimos). Não que isso já não tivesse acontecido antes na série, pois já houve entreveros com a máfia de Miami e, claro, com a mineradora representada por Carol Johnson (Rebecca Creskoff), mas,
agora, tudo parece partir dessa e convergir para essa nova ameaça exógena.
Neal McDonough, especialista em viver vilões estranhos, encarna Robert Quarles, o tal enviado da máfia de Detroit, com direito ao uso de uma conveniente pistola de manga e hábitos sexuais não muito saudáveis, além de aquele obrigatório passado traumático para explicar sua maldade. Não é um grande vilão, portanto, mais parecendo um recorte de diversos outros bem melhores que vemos por aí, o que acaba representando uma queda em qualidade na série especialmente se compararmos com a magnífica Margo Martindale como Mags Bennett, na temporada anterior. No entanto, Quarles, por logo se revelar um gângster bem menos cheio de si do que ele dá a entender que é, consegue criar interesse suficiente para justificá-lo como alguém que se encaixa nesse mundo particularmente imperfeito em que Raylan Givens vive.
Mais do que isso, Yost tem olhar clínico e sabe que não pode apostar todas as suas fichas em um personagem novo só e Quarles acaba funcionando como a “anomalia” dentro de uma estrutura bem sedimentada de “caipirice vilanesca” que a série oferece em generosa quantidade. Pensando no que já foi estabelecido, então, o showrunner pega peças de seu tabuleiro e as rearruma, de forma a primeiro dar mais destaque ao almofadinha de cabelo platinado e que mora em um trailer Wynn Duffy (Jere Burns) como uma espécie de segundo-em-comando para Quarles e, depois, introduzir Ellstin Limehouse (o excelente Mykelti Williamson) como o açougueiro e chefão de Noble’s Holler, região dominada por afrodescendentes. O maior uso de Duffy e a apresentação e desenvolvimento de Limehouse como uma espécie de “banqueiro” de bandido são os ingredientes que dão o verdadeiro tempero da temporada, já que todos os demais personagens e linhas narrativas conhecidas convergem para lá.
Ao trazer Quarles como um vilão em decadência que precisa se provar a seu chefe e mentor Theo Tonin (Adam Arkin, também diretor da série), ele necessariamente precisa escorar-se nos demais elementos criminosos da região, naturalmente justificando sua conexão com Duffy e Limehouse em razão de seu enfrentamento do bom e velho Boyd Crowder (Walton Goggins) e sua gangue composta agora por Ava (Joelle Carter), cada vez mais abraçando seu lado de gângster, Arlo (Raymond J. Barry), que continua vendo Helen (Linda Gehringer retornando em breve participação especial) em sua mente, Devil (Kevin Rankin) que tenta se bandear para o outro lado e Johnny (David Meunier), sempre traiçoeiro. E, como se isso não bastasse, um ponta narrativa não resolvida da temporada anterior – o destino do dinheiro desaparecido de Mags – funciona não só para trazer Dickie (Jeremy Davies) de volta, como também a jovem Loretta (Kaitlyn Dever), em uma bela maneira de se amarrar todo o conjunto da série até este ponto.
Em meio a isso tudo, é interessante notar como o próprio Raylan tem desenvolvimento acanhado que se limita a sua ex-esposa e quase futura nova esposa Winona (Natalie Zea), agora grávida dele, decidindo deixá-lo novamente em razão de sua incapacidade de mudar e se afastar do perigo. Trata-se de uma discussão interessante, que renderia bons desdobramentos dramáticos, mas, aqui, a escolha é simplesmente retirar a personagem do destaque da série, fazendo com que Raylan volte a ser ainda mais introspectivo, morando no andar de cima de um bar e tendo um caso com a bela dona. Há perfeita lógica no encadeamento dos acontecimentos no lado da vida pessoal do protagonista, mas meu ponto é que o caminho tomado na temporada é simplista demais, sem dar oportunidade tanto para Olyphant quanto para Zea trabalharem seus personagens a contento.
Não que o protagonista, às vezes, não possa abrir espaço para os vilões e para a trama como um todo, mas, aqui, Raylan por muito pouco não se torna um coadjuvante em sua própria série, diversas vezes funcionando muito mais como ponte narrativa do que como alguém organicamente inserido na história para além de suas conexões sanguíneas e de antigas amizades, claro. Se pelo menos Boyd Crowder tivesse subido no palco e tomado o (anta)protagonismo para si, a coisa seria diferente, mas não é o que acontece exatamente, pelo que por vezes é incômodo ver Raylan aparecendo para começar ou encerrar algo, sem efetivamente participar de todo o processo, algo que é bem visível na tentativa de armação de Quarles para cima dele, colocando-o na mira do FBI, uma situação que acaba tão rapidamente quanto começa.
Depois de chegar ao topo com sua segunda temporada, Justified dá uns passos atrás e mostra-se menos do que excelente em seu terceiro ano. Mas isso é normal e acontece nas melhores famílias, especialmente porque o resultado final ainda é muito bom. O importante é seguir em frente e tentar voltar ao topo novamente.
Veterano nas produções da Marvel Studios, Samuel L. Jackson volta como Nick Fury protagonizando a série. O ator, que está presente desde a Fase 1 do MCU, participou de diversos filmes do estúdio, como Homem de Ferro (2008), Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), Os Vingadores (2012), Vingadores: Era de Ultron (2015), Capitã Marvel (2019), entre muitos outros, tendo sua última aparição em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019).
Outra pessoa já bastante conhecida pelos fãs é Cobie Smulders. A atriz fez sua estreia no MCU em Os Vingadores (2012), interpretando Maria Hill, fiel escudeira de Nick Fury e ex-vice-diretora da “S.H.I.E.L.D.”.
O público pode até achar que não se lembra dele, mas o ator australiano Ben Mendelsohn já faz parte do MCU a alguns anos. Visto pela primeira vez em Capitã Marvel (2019), Ben interpreta Talos, um Skrull que buscava uma forma de se reencontrar com sua família. Mais tarde, em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), descobrimos que ele estava se passando por Nick Fury a pedidos do próprio.
Martin Freeman é outro que tem fãs da Marvel para chamar de seus. O ator britânico teve sua primeira aparição em Pantera Negra (2018) como Everett Ross, um agente da CIA e aliado do herói.
Emilia Clarke é uma atriz britânica que ficou famosa por interpretar Daenerys Targaryen em Game of Thrones (2011). Marcando sua estreia no Universo Marvel, ela dá vida à G’iah, filha de Talos (Ben Mendelsohn), sendo apresentada pela primeira vez ao público ainda criança em Capitã Marvel (2019). Agora, já adulta e ressentida pela distância do pai e do pouco caso dos humanos, ela acaba se juntando ao grupo rebelde dos Skrull’s.
Famoso por interpretar o ativista americano Malcolm X em Uma Noite em Miami (2020), ele chega ao Universo Marvel para dar vida ao vilão Gravik, chefe de uma facção de extremistas Skrull que estão fartos de pedir por ajuda.
Olivia Colman chega ao MCU como a agente Sonya Falsworth, do serviço de inteligência britânico MI6, que recebe a tarefa de proteger os interesses de segurança nacional da Inglaterra diante da invasão Skrull.
Ambientado nos anos 1990, o filme é uma aventura totalmente nova de um período nunca visto na história do Universo Cinematográfico da Marvel e acompanha a jornada de Carol Danvers (Brie Larson), conforme ela se torna uma das personagens mais poderosas do universo. Enquanto uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas chega à Terra, Danvers se vê junto a um pequeno grupo de aliados bem no meio da ação. Nick Fury e Skrull Talos são dois dos principais personagens da trama e ajudam a Capitã Marvel a se entender como uma nova heroína no universo.
Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem que aceitou ser voluntário em uma série de experiências que visam criar o supersoldado americano. Os militares conseguem transformá-lo em uma arma humana, mas logo percebem que o supersoldado é valioso demais para colocá-lo em risco na luta contra os nazistas. Desta forma, Rogers é usado como uma celebridade do exército, marcando presença em paradas realizadas pela Europa no intuito de levantar a estima dos combatentes. Para isso, ele passa a usar um traje com as cores da bandeira dos Estados Unidos, azul, branca e vermelha. Só que um plano nazista faz com que Rogers entre em ação e assuma a alcunha de Capitão América, usando seus dons para combatê-los em plenas trincheiras da guerra.
Já no futuro, Nick Fury faz uma aparição no fim do filme e conta a Steve que ele esteve congelado por 70 anos. Além disso, na cena pós créditos, o personagem interpretado por Samuel L. Jackson fala pela primeira vez sobre a iniciativa Vingadores.
Quando é capturado em território inimigo, o genial magnata Tony Stark (Robert Downey Jr.) constrói uma armadura de alta tecnologia para escapar. Agora, ele tem a missão de salvar o mundo como um herói que não nasceu. Nick Fury também faz sua aparição em uma cena pós créditos da produção apresentando ao herói a iniciativa Vingadores.
Agora que sua identidade de super-herói foi revelada, Tony Stark mais uma vez tem que entrar na armadura e enfrentar seu mais perigoso inimigo, mas não sem ter alguns novos aliados. Em uma rápida participação, mais uma vez Nick Fury vai atrás do herói para convidá-lo a entrar para os Vingadores.
O Poderoso Thor (Chris Hemsworth) está prestes a ascender ao trono do reino fantástico de Asgard, até que sua arrogância imprudente reacende uma guerra antiga. Logo Thor é banido para a Terra para viver entre os seres humanos. Perseguido pela força invasora enviada para destruí-lo, o desventurado Deus do Trovão tem que enfrentar a batalha e descobrir o que é preciso para se tornar um verdadeiro herói. Nick Fury também aparece em uma cena pós créditos com uma novidade: Ele apresenta o poder do Tesseract para o Dr. Erik Selvig.
Quando um inimigo inesperado ameaça à segurança global, Nick Fury, diretor da agência internacional pacificadora conhecida como S.H.I.E.L.D., junto com Maria Hill, se vê precisando de uma equipe para puxar o mundo de volta da beira do desastre. Abrangendo o globo, um esforço de recrutamento ousado começa.
Steve Rogers vive tranquilamente em Washington, D.C., quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado. Unindo forças com a Viúva Negra (Scarlett Johansson), o Capitão América luta para expor a grande conspiração. Quando a dimensão da trama maligna é revelada, eles pedem ajuda a um novo aliado, o Falcão (Anthony Mackie). Contudo, logo se veem enfrentando o Soldado Invernal, e Nick Fury e Maria Hill se juntam a equipe para combater as forças do mal.
Quando Tony Stark tenta reiniciar um programa de manutenção de paz, as coisas não dão certo e os super-heróis mais poderosos da Terra terão que passar no teste definitivo para salvar o planeta da destruição pelas mãos do vilão Ultron. Maria Hill e Nick Fury mais uma vez participam da produção ajudando os maiores heróis do planeta a vencerem um novo inimigo.
Thanos (Josh Brolin) finalmente chega à Terra, disposto a reunir as Joias do Infinito. Para enfrentá-lo, os Vingadores precisam unir forças com os Guardiões da Galáxia, ao mesmo tempo em que lidam com desavenças entre alguns de seus integrantes. Maria Hill e Nick Fury fazem uma participação na cena pós créditos antes de serem afetados pelo BLIP. Em sua última ação, eles avisam Carol Denvers sobre a ameaça que chegou ao universo.
No final épico da Saga do Infinito, os Vingadores enfrentam Thanos. Quando eventos devastadores eliminam metade da população mundial e dividem suas fileiras, o resto dos heróis lutam para avançar. Mas eles devem se unir para restaurar a ordem e a harmonia no universo e trazer de volta seus entes queridos. Nick e Maria fazem uma participação na cena final no velório de Tony Stark, os dois chegam para se despedirem de um grande amigo e herói.
Lançada em 2021, a primeira série da Marvel Studios que chegou no Disney+ combina o estilo das comédias clássicas com o Universo Cinematográfico da Marvel para contar a história de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), um casal de super-heróis com uma vida perfeita, que começa a suspeitar que nem tudo é o que parece. Uma das cenas pós créditos é a presença de um Skrull conversando com Maria Rambeau sobre os perigos que estão por vir.
Apesar de não se poder dizer que a primeira temporada de Justified demorou a se encontrar, não seria injusto afirmar que ela mostra um pouco de hesitação em realmente usar o potencial que tem ao lidar com seus vilões, notadamente os membros da família Crowder e ao trafegar com frequência entre os episódios soltos e os que narram a história principal, estranhamente não chegando a fechar completamente seu arco narrativo. No entanto, toda e qualquer reticência nesses dois sentidos é eliminada por completo na mais do que impressionante segunda temporada da série, em que mais uma família caipira com passado entrelaçado com o de Raylan Givens (Timothy Olyphant) – o clã Bennett – é magistralmente introduzido, desenvolvido e utilizado em toda sua gloriosa plenitude.
O primeiro episódio da segunda temporada, no entanto, além de fazer essa mencionada introdução, precisa primeiro lidar com o encerramento da temporada inaugural, uma escolha narrativa estranha, mas que cuja culpa, para mim, fica com o primeiro ano da série, até porque tudo é feito muito celeremente, sem realmente ocupar espaço desse início,
com Boyd Crowder (Walton Goggins) caçando a pistoleira sobrevivente da máfia de Miami, Raylan o impedindo de matá-la e, depois, o subdelegado, com a ajuda de seu ex-chefe da Flórida, estabelecendo um “acordo” como o poderoso chefão daquelas paragens. Com isso para trás, ainda há tempo para as apresentações apropriadas do clã Bennett, a matriarca Mags (Margo Martindale), dona de uma loja de conveniência caindo aos pedaços que é fachada para seu negócio de plantação e venda de maconha, e seus filhos Doyle (Joseph Lyle Taylor), o mais velho e xerife do condado que leva o nome do clã, Dickie (Jeremy Davies), o filho do meio invejoso e cheio de planos escusos (e impensados) que manca de uma das pernas em razão de uma tacada de beisebol que recebeu de ninguém menos do que Raylan e, finalmente, Coover (Brad William Henke), o mais novo e especialista em cannabis sativa, mas, de outra forma, não mais do que um mondrongo violento.
Como acontece com o clã Crowder, aquela aparência arquetípica dos americanos interioranos que vemos em filmes como Amargo Pesadelo impera, mas, também assim como com os Crowders, essa aparência é enganosa, não mais do que a mera superfície e eles, no conjunto, especialmente (ou, talvez, unicamente) graças à malemolente Mags, são muito mais inteligentes e ameaçadores do que se imagina. Pode até parecer que o novo clã é um mero bis in idem em relação ao clã Crowder, mas, na verdade, considerando que a série se passa em um território composto por diversos condados contíguos no Kentucky, a presença de diversas famílias rivais – pois os Bennetts, os Crowders e os Givens historicamente não se dão – é perfeitamente aceitável e, mais do que isso, lógica. Além disso, os catalisadores macro e micro que colocam a família Bennett em destaque na temporada são bem diferentes do foco quase exclusivo em Boyd no ano anterior.
No micro, a linha narrativa dos Bennetts lida com o assassinato, por eles, do pai da jovem Loretta McCready (Kaitlyn Dever) e sua subsequente adoção – para todos os efeitos práticos – por Mags. É uma história perversa, daquelas de dar asco, pois o que a matriarca quer é transformar Loretta em seu brinquedo, na filha que acha que sempre quis ter, passando a pentear seus cabelos e a enfeitá-la como se uma boneca fosse, sem sequer dizer o que aconteceu com o pai, enquanto a garota, inteligente, começa a desconfiar de algo podre. No macro, a história lida com uma toda-poderosa empresa mineradora de carvão que envia Carol Johnson (Rebecca Creskoff) para expandir os negócios na região, o que Mags recebe com um verniz externo de afronta, mas que, pessoalmente, faz de tudo para aproveitar-se da situação e garantir muito dinheiro para sua família. As duas narrativas paralelas envolvem, claro, Raylan Givens que primeiro protege a jovem de um pedófilo empregado por Mags, criando uma conexão com a menina e, depois, ao passar a servir de guarda-costas para Carol. Boyd Crowder, que também passa a trabalhar para Carol, lida com o restante de sua força de vontade de sair da vida de crime, o que não resiste por muito tempo, para seu desespero resignado, o que, no processo, acaba tragando Ava (Joelle Carter) e Arlo (Raymond J. Barry) para esse caminho sombrio, com consequências trágicas para Helen (Linda Gehringer).
Apesar de haver episódios que podemos classificar como soltos, de “caso da semana”, a presença deles é bem menos sentida do que na temporada inaugural, servindo muito mais para lembrar o espectador de que o serviço de delegado federal vai além de brigas entre clãs locais do que para qualquer outra coisa. Além disso, há uma interessante subtrama envolvendo Winona (Natalie Zea), agora separada, mas não divorciada de Gary (William Ragsdale), continuando seu caso com o ex-marido Raylan que, de supetão, ao ver uma bolsa de dinheiro esquecida nos arquivos dos delegados federais, a furta, o que leva a toda a sorte de problemas para ela e para Raylan que, ao final, converge em uma quieta, mas relevante quebra de confiança de Art Mullen (Nick Searcy) em relação aos dois. O que realmente impressiona é como tudo é magistralmente costurado ao longo dos 13 episódios e como o arco principal, envolvendo os Bennetts, ganha um fim poderoso e perfeitamente cíclico.
Mas, para além da qualidade da produção em si, não há como deixar de falar na continuada qualidade das atuações de Timothy Olyphant e Walton Goggins nos papeis opostos principais, o primeiro trazendo um cinismo misturado com melancolia e humor que imediatamente torna seu personagem inesquecível e o segundo uma inteligência ímpar, com elementos de maquiavelismo e respeito pelo ex-amigo que encantam. No entanto, mesmo considerando os dois, quem realmente merece destaque especial na temporada são Margo Martindale como Mags e Jeremy Davies como Dickie. Do sotaque às feições do rosto e posturas corporais, os dois simplesmente mastigam os cenários quando aparecem, transformando seus personagens em uma amálgama de um estranho amor familial que tem contornos genuínos, com sentimentos pesados de cobiça, desdém, inveja, dor e pura maldade. São dois personagens que não deixam nada a dever em termos de complexidade a Raylan e Boyd, por vezes até sendo mais marcantes, provavelmente, no caso de Mags especialmente, o ponto alto vilanesco de toda a série.
Depois de começar já muito bem em seu primeiro ano, Graham Yost, com mais confiança no material que tem, tira completamente os freios de Justified e entrega um primor de segunda temporada que faz excelente uso de seu elenco e premissas, além de introduzir antagonistas novos absolutamente inesquecíveis que ganham arcos memoráveis. Poucas séries de faroeste conseguem chegar a esse nível de qualidade, mas o neo-western baseado nas obras literárias de Elmore Leonard mostra que não há segredo quando há roteiros sólidos combinados com atuações de se tirar o chapéu Stetson.
Se lembrarmos dos anos 80 e 90, chega a ser irônico que os personagens da DC Comics, desde O Homem de Aço, tenham tido tantos problemas para se firmar em um universo cinematográfico compartilhado realmente coeso. Afinal, em 1984, Supergirl dividiu o mesmo universo com o Superman de Christopher Reeve e, em 1990, é perfeitamente possível dizer que The Flash, que só se manteve no ar por uma temporada, foi concebida para dividir o mesmo universo do Batman de Tim Burton. Concordo que são compartilhamentos discretos – no primeiro caso apenas algumas menções e, no segundo, apenas o “espírito” e, claro, Danny Elfman -, mas são tentativas embrionárias interessantes e, em última análise, também falhas de se reunir super-heróis diferentes sob um mesmo guarda-chuva.
The Flash, apesar da vida curta que teve, marcou tanto sua época que a série de 22 episódios não só não foi esquecida, como serviu de modelo para muita coisa que viria nas décadas seguintes em termos de origem de super-heróis no audiovisual e na confecção de seus uniformes, sempre um desafio – às vezes um pesadelo – para as equipes criativas, além de ter sido efetivamente incorporada ao multiverso DC por intermédio da talvez injustamente longeva The Flash, que foi ao ar de 2014 a 2023. Na série noventista, John Wesley Shipp vive Barry Allen, um cientista forense que, depois de um acidente envolvendo um relâmpago e frascos de elementos químicos, ganha incríveis poderes relacionados com super velocidade e torna-se o icônico Velocista Escarlate.
A Warner Bros. lá por 1988, começou a se movimentar na direção da criação de séries de TV sobre os personagens da DC e Danny Bilson e Paul De Meo desenvolveram uma série que traria diversos personagens importantes para a telinha. Esse conceito inicial, porém, não foi em frente, mas o interesse no conceito não demorou a se renovar com o sucesso de Batman (1989) nos cinemas, levando a mesma dupla a conseguir luz verde para trabalhar em uma série focada no Flash que começaria com um piloto de duração dupla, um telefilme, trocando em miúdos. A atmosfera foi quase que completamente herdada do filme de Tim Burton, uma escolha que parecia mais do que natural para época. Com isso, Central City, a cidade fictícia onde Barry Allen vive, é, basicamente), uma versão mais simplificada (e barata) da Gotham City gótica de Burton, algo que é amplificado pelas diversas tomadas noturnas repletas de fumaça e pela escolha de vilões, nada mais do que uma gangue de motoqueiros um tanto quanto genérica liderada pelo vingativo e corrupto ex-policial Nicholas Pike (Michael Nader) que é inimigo mortal de Jay Allen (Tim Thomerson), policial e irmão mais velho de Barry. Sob certos aspectos, sobretudo o grau de violência até elevado para uma obra destinada à TV aberta americana, a série também evoca Darkman, de Sam Raimi, lançado nos cinemas no mesmo ano.
O roteiro escrito pela dupla de criadores da série é o padrão de origens de super-herói: um acidente dá poderes ao protagonista que, inicialmente, os rejeita; ele é ajudado por uma cientista; seu irmão é assassinado pelo vilão e, com isso, o heróis efetivamente nasce, com o uniforme sendo fornecido pela cientista. Mas simplicidade não é sempre sinônimo de história ruim e é sensível o cuidado na criação de uma conexão familiar para Barry e dele com sua namorada Iris West (Paula Marshall), com seu amigo e colega de trabalho Julio Mendez (Alex Désert) e, finalmente, com a Christina R. “Tina” McGee (Amanda Pays), cientista da versão pobrinha (uma salinha, nenhum outro funcionário e alguns aparelhos pseudo-modernos) do STAR Labs. É particularmente interessante como Henry Allen (o veteraníssimo M. Emmet Walsh), pai de Barry e Jay, reverencia Jay por ser um policial verdadeiro e desdenha Barry por ele ser “só” um técnico, o que o magoa profundamente.
Jogando seguro, mas com qualidade, na categoria roteiro, os desafios maiores da produção ficaram mesmo na criação do famoso uniforme vermelho do super-herói e os efeitos de velocidade. No primeiro ponto, o artista de quadrinhos Dave Stevens (criador do Rocketeer) recriou o uniforme clássico emudecendo a cor vermelha, retirando o amarelo das botas e trocando o amarelo pelo dourado nos detalhes, além de rebuscar os “apetrechos” do Flash, especialmente os dois “fones” em seus ouvidos. Com o conceito pronto, coube a famoso Stan Winston Studios construir a roupa com músculos aparentes de forma que ela resultasse em um híbrido entre a armadura do Batman de Burton e um tecido que lembrasse o estilo dos quadrinhos. Talvez, para os padrões de hoje, ela não funcione mais, mas, para a época, ela representou alguns passos a frente na escolha de materiais e estilo que, não tenham dúvida, influenciou inclusive o uniforme conceitualmente semelhante que Henry Cavill usou no citado longa de 2013 de Zack Snyder.
No lado dos efeitos especiais para dar a impressão de super velocidade, os problemas são mais visíveis. No entanto, temos que convir que esses efeitos nem mesmo hoje em dia, com todo o CGI disponível, ficam muito bons (vide o recentíssimo The Flash, com Ezra Miller) quando a escolha não é usar a câmera lenta extrema como nas sensacionais sequências do Mercúrio, na franquia X-Men nos cinemas. No episódio piloto, o que é feito é o que se espera da tecnologia da época, ou seja, a aceleração dos fotogramas e a sobreposição deles em velocidades extremas, além do uso de câmera em primeira pessoa. Há momentos constrangedores, não tenham dúvida, mas a grande verdade é que o conjunto funciona de maneira suficientemente eficiente para não atrapalhar a narrativa.
O começo de The Flash é, portanto, um caprichado – e caro, uma das razões para a vida curta da série – piloto com duração de longa-metragem que adapta com cuidado a origem do personagem nos quadrinhos e que consegue fazer de Shipp, um ator razoavelmente limitado, talvez o melhor Velocista Escarlate live-action até hoje. E, voltando à questão do universo compartilhado, seria muito fácil, se a série continuasse para além de sua temporada inaugural, a Warner providenciar a reunião do BatKeaton com o Flash de Shipp ou, pelo menos, tornar explícito que os dois super-heróis coexistiam no mesmo universo.
Número de temporadas: 01 Número de episódios: 22 Período de exibição: 20 de setembro de 1990 a 18 de maio de 1991.
Há continuação ou reboot?: Não. Mas Barry Allen, vivido por John Wesley Shipp, foi absorvido no multiverso DC por meio do chamado Arroweverse, participando de episódios de The Flash (2014), Arrow e Supergirl. Além disso, Ship viveu tanto Henry Allen, pai de Barry Allen, quanto Jay Garrick, o Flash original, em The Flash (2014) e este último personagem também em Stargirl.
‘Alasca: Em Busca da Notícia’ é uma decepção do início ao fim.
Série estrelada por Hilary Swank, 'Alasca: Em Busca da Notícia' conta a história de uma repórter premiada que, após um "cancelamento", vai trabalhar em um pequeno jornal local no Alasca.
As séries e filmes sobre jornalismo são recorrentes dentro da ficção. É tanta história que retrata a suposta rotina heroica de redações no mundo todo que fica difícil inovar dentro neste nicho. A série Alasca: Em Busca da Notícia, presente no catálogo da Star+, infelizmente, não traz grandes contribuições nesse aspecto.
O que não significa que a série estrelada por Hilary Swank não tenha pontos interessantes. A narrativa criada por Tom McCarthy (que dirigiu Spotlight: Segredos Revelados, outra obra sobre jornalismo, em 2015) se ocupa em contar a história de uma repórter talentosa, mas egocêntrica, chamada Eileen Fitzgerald (papel de Swank). Ela foi acusada de um erro em uma matéria envolvendo um escândalo político e acaba “cancelada”, tendo que se retirar do mercado e passar a se dedicar apenas a livros (na verdade, ela procura uma ocupação enquanto ninguém a contrata).
Quando um antigo chefe (Stanley Cornik) liga oferecendo uma vaga em um pequeno jornal no estado do Alaska, Eileen se sente humilhada de certa forma. Mas não há outra opção, e ela acaba se mudando para lá para atuar no The Daily Alaskan, um veículo com ênfase nas notícias locais.
Contudo, o fato de serem pequenos e meio falidos (a redação está alocada em um shopping) não impede que os jornalistas se aventurem em reportagens investigativas de fôlego, que mexem sobretudo com as fontes do poder no Alasca, estado que é pintado na série como um dos mais abandonados dos Estados Unidos. Eileen, ao lado da jovem repórter Roz (Grace Dove), entra em uma investigação densa que busca entender por que está ocorrendo muitos assassinatos de mulheres locais, de origem nativo-americana, enquanto o governo não executa qualquer plano para solucionar estes crimes.
Esta história irá ser abordada, esquecida e recuperada ao longo dos onze episódios, que também trazem vários outros casos envolvendo todos os jornalistas, sugerindo um esquema procedural, ao exemplo de séries longevas como House, E.R. e Law and Order. Contudo, por mais que a temática seja interessante (a novidade aqui é o foco no jornalismo local, ao invés dos grandes veículos), o resultado fica aquém das expectativas.
‘Alasca’: roteiro frágil e elenco fraco
Alasca: Em Busca da Notícia apresenta dois problemas centrais: o elenco e o roteiro. Ou seja, os pilares de fundação da série não são sólidos, dando pouca margem para um resultado positivo.
Para começar, vejamos o roteiro. Ainda que se pretenda uma série procedural, em que casos isolados ocorrem em cada episódio, há uma amarração pobre da temporada e muitos buracos que ficam na trama. O caso central, da morte da nativa-americana Gloria Namac, aparece logo no primeiro episódio, parece ser esquecido e volta ao final. Até aí, tudo bem – mas a questão é que muitos detalhes não são explicados após haver a solução do caso. Não sabemos, no fim, o que exatamente aconteceu com ela.
Além disso, ainda que Alasca tenha alguns momentos inspirados, a série descamba excessivamente aos estereótipos da profissão. Os “arquétipos” dos jornalistas são batidos: a profissional que não para nunca de trabalhar, a crise constante quanto à perda de emprego, a dificuldade de lidar com a dureza do ofício. Alguns clichês beiram o ridículo, como o impasse entre ter que decidir entre um jornal pequeno e uma proposta do New York Times.
Mas tudo isso se sustentaria melhor caso houvesse um elenco reluzente. Curiosamente, a própria estrela da série, Hilary Swank (que já venceu o Oscar duas vezes), constrói uma personagem tão pouco crível que beira o insuportável. Fica claro que Eileen deve ser retratada como uma pessoa arrogante, mas Swank perde tanto a mão que ela começa a parecer uma máquina. A sua “humanidade”, representada pelos ataques de pânico que tem, também ficam largados pelo meio da história.
Igualmente duro está o elenco de apoio, mais inexperiente. As cenas de romance não convencem e toda interação que aparece entre os personagens dá a impressão de ser um ensaio de estudantes. Há exceções, claro (o experiente Stanley Cornik, que fez Scandal, poderia entrar aqui); mas, de modo geral, o resultado é fraco.
Com tantos pontos frágeis que transparecem nos onze episódios, não é de espantar que Alasca: Em Busca da Notícia tenha sido cancelada logo na primeira temporada.
"A Vida Pela Frente" retrata o melhor e o pior da adolescência com realismo e sensibilidade
A produtora independente Daza Filmes estreou uma nova série no dia 22 de junho e disponibilizou cinco episódios, de um total de dez. Os cinco restantes foram colocados na plataforma no dia 6 de julho. "A Vida Pela Frente" foca nos dilemas atemporais da adolescência, que inclui aquela intensidade característica, um mundo de descobertas e muitas primeiras vezes. Criada por Leandra Leal, Rita Toledo e Carol Benjamin, a trama desperta atenção logo no início através dos bons personagens e ótimo elenco.
Ambientada no Rio de Janeiro, na virada do milênio, entre 1999 e 2000, trazendo a nostalgia dos que viveram esse período e as sensações de quem vive hoje as transformações únicas dessa etapa, a trama acompanha a história de seis amigos de personalidades diversas, suas expectativas e conflitos internos e externos, que têm suas vidas transformadas após um evento traumático. Em 10 episódios, a série é contada em dois tempos, explorando o antes e depois dessa reviravolta marcante e mergulhando em temas como saúde mental, responsabilidade afetiva, sexo, romance, festas e luto. Beta (Flora Camolese), Cadé (Jaffar Bambirra), Marina (Muse Maya), Vicente (Henrique Barreira) e JP (Lourenço Dantas) estudam em um colégio da zona sul carioca e estão prestes a encarar o turbilhão de emoções do último ano letivo. O grupo ainda é impactado com uma novidade: Liz (Nina Tomsic), uma menina tímida e enigmática que entra na escola e, mesmo sem intenção, movimenta as relações entre os jovens com sua chegada. Entre a expectativa para o vestibular, a descoberta da sexualidade e o desejo pelo pertencimento, típico desta fase, os adolescentes têm que enfrentar as consequências, riscos e limites que separam a vida jovem da adulta.
A produção preenche o vácuo deixado por "Malhação", que esteve no ar na TV aberta por 25 anos e abordou os inúmeros dilemas adolescentes de diferentes formas ao longo de 27 temporadas. Infelizmente, o seriado tinha como empecilho a questão da classificação indicativa, o que prejudicava a profundidade de determinadas situações. Apenas algumas histórias, por exemplo, mostravam os jovens bebendo álcool e só veio a acontecer nos últimos anos. Drogas, então, eram colocadas em raríssimas situações e sempre de forma bastante subliminar. A vantagem de uma série sobre a adolescência estar exclusivamente em uma plataforma de streaming é justamente poder explorar tudo sem receios ou censura.
E "A Vida Pela Frente" consegue abordar várias questões importantes de forma corajosa, ao mesmo tempo que utiliza a sensibilidade na construção de todos os personagens. Nicotina, maconha e cocaína são usadas pelos adolescentes de forma recreativa e também como válvula de escape para os dilemas de cada um, o que inclui fragilidades emocionais evidentes. Até que uma tragédia acontece e todos precisam encarar o luto ainda tão jovens. A forma como o roteiro expõe o suicídio gera muitas reflexões e também deixa um ar de mistério em torno das circunstâncias da morte de uma das personagens centrais. A narrativa utiliza o passado e o presente simultaneamente, algo que virou corriqueiro em várias séries. É tudo tão bem desenvolvido que é fácil maratonar. Os episódios também não são longos. E não há a necessidade de grandes viradas ou um ritmo frenético.
O elenco é repleto de bons nomes com destaque para Nina Tomsic, que consegue expor a delicadeza e o mistério que Liz provoca na história. A personagem não fascina apenas Beta e Cadé, como também hipnotiza o telespectador. Aliás, Flora Camolese (que brilha atualmente em "Vai na Fé", na Globo) e Jaffar Bambirra dividem o protagonismo com talento e formam um ótimo trisal. Vale elogiar ainda Muse Maya na pele de Marina e Henrique Barreira como Vicente, personagem que lembra um pouco a fase inicial de Fred, atual papel do ator em "Vai na Fé". Lourenço Dantas compõe o quinteto e faz bonito em seu primeiro trabalho no audiovisual. É um time muito bem escolhido.
Além de criadoras da série, Leandra Leal, Rita Toledo e Carol Benjamin dividem a direção geral com Bruno Safadi. Os roteiros foram escritos por Rita Toledo, que assina a redação final, Carol Benjamin, Fernanda Frotté e Victor Nascimento, com supervisão de Lucas Paraizo, autor de "Sob Pressão" e "Os Outros". Leandra também atua e emociona na trama como Tereza, a mãe solo e superprotetora de Liz. O elenco reúne ainda Angela Leal, Estrela Straus, Rodrigo Pandolfo, Ângelo Antônio, Stella Rabello, Claudio Mendes, Letrux, Helena Bonjour, Luiz Henrique Nogueira, Gustavo Vaz, Yara Charry, Josie Antello, Raquel Paixão e Rafael Saraiva, que também brilham. A série conta ainda com produção de Maria Barreto, que assina a produção executiva com Marcello Ludwing Maia; direção de montagem de Carol Benjamin; direção de fotografia de Mauro Pinheiro Jr, ABC; direção de arte de Clara Rocha; figurino de Malu Mello; caracterização por Adriana Alves; som direto por Laura Zimmerman; desenho de som e mixagem de Edson Secco; e trilha sonora e supervisão musical de Plinio Profeta.
"A Vida Pela Frente" é uma série Original produzida pela Daza Filmes, em parceria com a televisão, e esbanja qualidades. Vale a pena conferir, independente da idade.
Dica na PRIMEVIDE O: Um Ano Inesquecível - Primavera (23/06) com Gabriel Contente
Egocêntrico e vaidoso, Arnold extermina o Schwarzenegger de verdade
Muito bem produzido, documentário da Netflix mostra astro jogando confetes em si mesmo
Quando a série documental Arnold começa, a voz grave de Schwarzenegger atravessa a imagem do astro que, sentado em sua poltrona, sorri orgulhosamente, enquanto acende um enorme charuto. É o primeiro sinal de uma emulação iludida dos ícones masculinos de outrora: o grandalhão rico, poderoso, que fala de suas vitórias fumando e bebendo uísque. Quer dizer, a visão que tem de si não é tão diferente da do restante do mundo. Em sua versão dos fatos, ele não está longe do Exterminador que o imortalizou. Ele só vence, só supera, só conquista.
Não há nada de errado em querer falar de si com cores gentis. No entanto, existe uma consequência pouco contornável: documentários feitos pelos próprios objetos de escrutínio tendem a ser pouco precisos ou profundos no que diz respeito à vida real. Quando uma pessoa famosa resolve escrever uma autobiografia ou fazer seu próprio filme, ela acaba produzindo uma peça de celebração, que visa única e exclusivamente a autopromoção. Afinal, a trajetória de qualquer pessoa — famosa ou não — depende muito de olhares panorâmicos.
Arnold até estrutura sua narrativa usando um número considerável de depoimentos marcantes — afinal de contas, o astro tem acesso fácil a todos os "personagens" centrais dessa jornada autodeclarada. Porém, poucos deles tocam diretamente na sua vida pessoal. Qualquer falha ou escândalo é sempre descrito pela ótica do próprio Arnold — o que explica, por exemplo, porque Maria Shriver não dá nenhuma declaração sobre o ex-marido. Em outras palavras, se for para falar de suas conquistas, todo mundo está lá; agora quem poderia mencionar seus erros é convenientemente poupado.
A estratégia é compreensível, mas deixa o resultado final turvo. A proposta soa deslocada, já que o que estamos vendo é de conhecimento geral do público. Estatísticas, números, valores... nada disso é necessário para o repertório do espectador simpatizante de Schwarzenegger. O que havia de interessante sobre ele, isto é, sua humanidade é deliberadamente ocultada.
True Lies
Os três episódios do doc são usados para focar em cada uma das grandes tranformações profissionais de Schwarzenegger. O primeiro conta sua infância na Áustria, com a mãe, o pai e o irmão — um capitulo que poderia gerar controvérsia por si só, uma vez que o pai de Arnold lutou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos nazistas. A personalidade dele, segundo o próprio astro, é a de um homem rígido e amargurado com a derrota alemã. Embora as matérias sobre o documentário falem muito sobre o pai nazista do ator, isso não é declarado no episódio. Arnold também não é claro sobre como o irmão, descrito como alguém muito sensivel e artístico, foi esmagado pela postura reacionária do pai. O que é Arnold quer mesmo é falar sobre como ele se tornou campeão de fisiculturismo muito rápido.
No segundo episódio, o foco é sua chegada ao cinema. Aqui começa a construção do Arnold enquanto instituição heroica. Como ele mesmo faz questão de estabelecer, sua vida era movida pelo que vinha em seguida, pelo "pico" que ele escalaria depois de já ter conseguido o que queria. O cinema, então, foi seu próximo Everest. E, como era de se esperar, logo ele vira o maior rival de Sylvester Stalone — rivalidade descrita com ares de sexta série pelos dois. O episódio é o mais interessante para os fãs, que podem descobrir detalhes sobre filmes estrelados pelo ator e histórias engraçadas ou surpreendentes sobre os bastidores de alguns deles. E até James Cameron está lá para contar algumas delas.
O terceiro e último é o que retrata a chegada de Arnold à política. Ele fala orgulhoso de como pulou todas as etapas de um político regular para chegar ao cargo de govenador, o que é até compreensível quando se trata de um país que fez isso ao levar um apresentador de reality show à Casa Branca. Não há um só corte da edição que valorize os motivos pelos quais um político deve querer se tornar governador (ajudar as pessoas): e não há porque todos os motivos de Schwarzenegger só tem a ver com ele próprio. Uma vez político, ele passa brevemente por alguns escândalos de assédio (apenas para mostrar como ele só ficou mais popular depois deles) e pelo maior de todos os escândalos: a traição à esposa com uma empregada da própria casa. Mais uma vez, a menção é só para reforçar que ele saiu dessa tão bem quanto das outras.
Apesar de todos os confetes tendenciosos, o documentário é muito bem produzido, com ótima seleção de imagens e uma edição rápida e divertida — esta, inclusive, capaz de aliviar a sensação de autopromoção. Contudo, Arnold tem um ponto de vista alienado e não chega nem perto de aprofundar a figura do atleta/ator/político. Trabalhar duro é muito importante e leva as pessoas aonde elas querem chegar Mas isso todo mundo sabe. Você não precisa de três horas de vaidade bruta para aprender essa lição.
Agora é oficial: "Billions" chegará ao fim com a próxima sétima temporada no Showtime. O último ano do drama financeiro de 12 episódios começa no streamer Paramount + com Showtime em 11 de agosto, antes de ir para a exibição linear nos EUA em 13 de agosto. Mais episódios serão lançados semanalmente.
Tem havido especulações sobre a conclusão de "Billions" desde que se soube que o ex-ator principal Damian Lewis apareceria novamente nos novos episódios (relatou a TV americana). Finalmente, Dan Soder, que interpreta Dudley Mafee na série, também fez um comentário que sugeria o final enquanto aparecia em um programa de esportes da NBC. A Showtime confirmou tudo isso na quinta-feira.
"Billions" segue originalmente a disputa entre o gerente de fundos de hedge Robert "Bobby" Axelrod (Lewis) e o advogado de carreira Charles "Chuck" Rhoades (Paul Giamatti) - que, enquanto atuava como procurador federal, buscou a condenação de Axelrod para garantir sua próprio impulsionar uma carreira política.
Mas agora que Axe se foi e Michael Prince assumiu seu lugar
, Rhodes deve criar estratégias e agir com mais astúcia do que nunca.
De acordo com a descrição oficial, as alianças serão mais uma vez viradas de cabeça para baixo na sétima temporada. Velhas feridas são transformadas em armas, lealdades são testadas e a traição cresce em proporções épicas à medida que os inimigos se tornam amigos cautelosos.
, os riscos logo ultrapassam Wall Street e se espalham pelo mundo.
"Billions" é considerada uma das séries de maior sucesso da Showtime. Portanto, não é de surpreender que a emissora pretenda expandir o formato para uma franquia com várias ramificações. Segundo as próprias declarações, os responsáveis têm atualmente quatro novos projetos em desenvolvimento: “Billions: Miami”, “Billions: London”, “Millions” e “Trillions”.
Segunda temporada de ‘Yellowjackets’ fica aquém da expectativa, mas continua divertida!
Ainda que sem o mesmo impacto, segunda temporada de 'Yellowjackets' aprofunda a trama das personagens, entregando os horrores prometidos pela série.
Quando a série da Showtime Yellowjackets foi lançada, em 2021, houve uma grande expectativa em torno da história sobre meninas que ficaram presas em um lugar inóspito e tiveram que fazer coisas horríveis para sobreviver. O mais terrível, desde o início, foi a sugestão de canibalismo: a ideia de que os membros do grupo tiveram que comer uns aos outros para não morrer de fome.
Pois bem, a primeira temporada foi atravessada inteira em um clima de mistério. Passeando entre passado (as adolescentes) e presentes (elas já na casa dos 40 anos), Yellowjackets foi construída em cima da tensão sobre quais traumas foram desencadeados naquele espaço para que essas mulheres terminassem tão “estragadas”. Mas pouco foi revelado no primeiro ano da série.
Em 2023, a segunda temporada começa a nos entregar os horrores que foram prometidos. E é claro que o canibalismo está no cardápio. Mas não apenas isso: embora não seja tão forte quando a temporada 1, aqui temos relances de profundidade que explicam as psiques das personagens com as quais nos apegamos tanto.
‘Yellowjackets’ e o caminho para a loucura
Lottie (Courtney Eaton) tem centralidade na trama da série de horror. Imagem: Divulgação. É engraçado definir Yellowjackets como uma série capaz de gerar afeto, pois não há nada de confortável nela. Mas o termo cabe aqui no sentido de que a atração consegue gerar um apego às personagens, pois mais que elas sejam todas cheias de problemas.
Lottie (Courtney Eaton) tem centralidade na trama da série de horror.
O elenco principal – composto por Shauna (Sophie Nélisse/ Melanie Lynskey), Natalie (Sophie Thatcher/ Juliette Lewis), Taissa (Jasmin Savoy Brown/ Tawny Cypress) e Misty (Sammi Hanratty/ Christina Ricci) – ganha reforço, com o retorno à história, na idade adulta, de duas personagens importantes: Van (Lauren Ambrose, sempre lembrada como a Claire de Six Feet Under) e Lottie (Simone Kessell).
Esta última, sobretudo, tem um papel central na trama que é desenrolada na segunda temporada. Isto porque Lottie (Courtney Eaton na versão adolescente) é, de alguma forma, a mola propulsora de todos os acontecimentos sombrios que começam a ocorrer. Quando o avião cai no local deserto (que, até o momento, não se sabe bem onde é), é Lottie que acaba se tornando uma espécie de bússola mística para todos.
Na falta de utilidade para o conhecimento lógico, a espiritualidade se torna uma das muletas possíveis para que o grupo sobreviva. Lottie, então, começa a manifestar uma consciência sobre o que a floresta (the wilderness) quer dessas pessoas.
Supostamente, há um poder natural (um monstro sem olhos? Um espírito?) que está pedindo coisas para poder existir: um sacrifício ou outro, ao que elas concluem, dando margem às cenas mais aterrorizantes que já foram exibidas. Mas a grande questão é: Lottie tem razão ou este é apenas um devaneio de uma pessoa com problemas mentais?
São estas questões que vão sendo desenvolvidas na nova temporada – muitas vezes, com resultados irregulares. A Lottie adulta passou de pessoa internada em clínica psiquiátrica a uma líder religiosa que comanda uma comunidade terapêutica de muito sucesso. Embora pareça pouco crível, o novo cenário é usado para juntar novamente o grupo de amigas (e é incrível como todos os deslocamentos de carro que elas fazem ocorrem em poucos segundos, como se os Estados Unidos fosse um país minúsculo).
Mas outro ponto positivo do destaque dado a Lottie é que ela impulsiona a ideia do “selvagem” como um personagem próprio, e que vai tomando cada vez mais espaço nesta nova temporada. E o mistério acerca do que seria “isso” ainda parece longe de ser resolvido.
Novas tramas
Outros indivíduos também foram enriquecidos nessa temporada 2 (a proposta do canal Showtime é levar a série até a quinta temporada), como a família de Shauna. Ela mesma, aliás, tem elementos a mais em sua história (como o desdobramento triste de sua gravidez). Mas a filha rebelde Callie (Sarah Desjardins) e o marido chantagista Jeff (Warren Kole) sofrem viradas interessantes na trama.
Por fim, a perturbadora Misty (talvez a melhor personagem de Yellowjackets) ganha mais nuances sobre a sua suposta loucura, que a torna a pessoa mais indesejada (com razão, muitos diriam) deste grupo maldito. Ela é defendida com dignidade por duas atrizes excelentes que conseguem nos fazer sentir raiva e pena dessa menina absurdamente desencaixada.
Ainda que a nova temporada tenha ficado aquém da primeira (há enredos que parecem meio remendados ou esquecidos pelo caminho, como a família e a carreira política de Taissa), Yellowjackets continua sendo uma boa diversão – especialmente para quem leva no peito um coração saudoso do clima grunge dos anos 90.
Um dos últimos grandes impérios do período medieval, foi com toda certeza o Império Mongol, que sob a liderança do lendário Gêngis Khan, formou um dos mais extensos impérios de toda historia humana, composto por uma cultura militarista que se utilizada da força e invasões para dominar seus adversários, lembrando muito o povo Huno, sendo temidos por todos que estavam próximos de suas campanhas militares.
A historia mongol começa nas ultimas décadas do século XII, quando Temujin Borgjin, futuro Khan (titulo dado ao líder dos mongóis) teve sua esposa sequestrada por uma tribo adversária, os chamados merquitas. Com o incidente, Temujin se uniu com outras tribos da região para conseguir resgatar sua mulher. Embora Temujin tenha saído vitorioso do confronto, o enfrentamento demonstrou uma fragilidade entre as tribos, que não tinham de fato uma união militar para enfrentar oponentes externos, e depois que o conflito terminou, Jamuka, um dos companheiros de luta, acabou fazendo uma proposta de união para Temujin Borgjin.
Nesse momento, os laços entre tribos mongóis passaram a se ampliar, e uma nova realidade passou a acontecer, onde invasões externas eram facilmente expulsas por uma quantidade grande de soldados que vinham das mais diversas tribos, para impedir que o território mongol fosse usurpado. Em 1206, vendo o sucesso da união mongol, vários chefes de tribos se uniram, e transformaram Temujin Borgjin no líder político de todos mongóis, o chamado Gêngis Khan, e assim que tomou posse de seu novo cargo, passou a impor diversas leis sob seus domínios, como por exemplo a convocação militar de jovens que estivessem em seu território.
Pautando um processo de formação de guerreiros que pudessem se sobressair contra grandes exércitos, os soldados mongóis começaram a dominar a montaria e o arco, e logo começaram um violento processo de expansão territorial contra chineses, russos e islâmicos. Logo o império mongol já abrangia territórios mais extensos que todos esses citados, obrigando vários grandes reinos a se subordinar aos mongóis, pagando impostos elevadíssimos para que uma invasão não fosse consumada, e nesse processo, no ano de 1227, quando seu exercito dominava algumas cidades no sul da Rússia, Gêngis Khan acabou sendo acometido por uma febre forte (provavelmente malária) e acabou falecendo.
Após o ocorrido, Ogedei (1186-1241), terceiro filho de Gêngis, assumiu o governo molgol, continuando a sua campanha de expansão militar e territorial, chegando a tomar a China, Polônia e Moscou, além de ter penetrado em quase todo território húngaro, tendo sido esse o ponto de maior tensão para reinos francos, ingleses e outros europeus, pois a proximidade dos mongóis da península itálica demonstrava uma possível invasão à Europa.
Entretanto em 1246, o comando militar mongol ficou vago com a morte de seu principal líder, e a demora para se definir um novo líder enfraqueceu o poder mongol, obrigando os mesmos a deixar a campanha de expansão parada por um tempo.
No ano de 1294, o imperador Kublai Khan estabeleceu uma nova divisão de territórios mongóis entre quatro herdeiros, devido a dificuldade de administração de um vasto território, mas o efeito acabou sendo reverso, pois a desarticulação abriu portas para que outras nações empreendessem investidas contra Mongólia, e ao meio a vários ataques, no século XVII os chineses transformaram-se em senhores absolutos de todo império mongol.
No ano de 1911 os mongóis conseguiram reaver sua independência, e na década seguinte, a revolução comunista fez com que a Mongólia entrasse politicamente e economicamente sob influência soviética, e sua democracia foi reestruturada somente a partir da década de 90, sendo atualmente um povo que enfrenta dificuldades diversas na parte econômica, ainda sendo subordinados a China em grande parte.
‘Os Outros’ retrata um Brasil polarizado e em pé de guerra
'Os Outros', a excelente minissérie da streaming estrelada por Adriana Esteves e Milhem Kortaz, retrata como uma briga entre famílias num condomínio pode escalar a proporções trágicas.
O Brasil está em pé de guerra. Quanto a isso, não há mais dúvidas. A polarização política, que também reflete abismos culturais, sociais e econômicos, em um país hoje dividido, há tempos não se restringe à esfera pública. Invadiu a vida privada. A ótima série Os Outros, original do Brasil, traz essa atmosfera belicista para dentro do Barra Diamond, um condomínio de classe média no bairro carioca da Barra da Tijuca, um dos berços do extremismo.
O estopim dessa bomba é uma briga entre dois adolescentes que leva a um conflito violento entre as famílias dos rapazes, com consequências trágicas. No centro de tudo, estão a violência e o uso de armas como formas de resolução de conflitos.
Escrita por Lucas Paraízo, um dos criadores da brilhante série Sob Pressão, Os Outros tem direção artística de Luisa Lima. Adriana Esteves, sempre excelente, vive Cibele, a mãe do jovem agredido na quadra de esportes do condomínio, Marcinho (Antonio Haddad).
Revoltada com a agressão sofrida pelo seu filho, a mulher vai tirar satisfações do agressor e acaba batendo de frente com o pai de Rogério (Paulo Mendes), Wando, vivido com fúria por Milhem Kortaz, que é uma verdadeira bomba relógio: ele acaba de ser demitido e leva com a esposa Mila (Maeve Jinkings) uma relação abusiva em vários âmbitos, inclusive o sexual.
Enquanto Cibele é uma mãe super protetora, Wando é idolatrado pelo filho, um garoto agressivo ao limite da psicopatia que enxerga na masculinidade tóxica do pai um exemplo. O marido de Cibele e pai de Marcinho (Thomas Aquino) é o extremo oposto. Sensato e compassivo, ele é por vezes destratado pela esposa, que o considera pacífico demais. Tanto que ela vai buscar a ajuda de Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial corrupto e violento que lhe vende uma arma de fogo e vai entregar muita crueldade ao tentar tirar vantagem da briga entre os vizinhos
Os dois primeiros episódios de Os Outros são construídos em torno de suas protagonistas, o primeiro de Cibele e o segundo de Mila. A câmera é expressiva, investigativa, e faz do condomínio uma espécie de microcosmo do Brasil contemporâneo, onde o inimigo pode literalmente morar ao lado.
Dois novos capítulos vão ao ar toda semana, às quartas-feiras.
Operação: Lioness aposta no básico, mas tem protagonistas com potencial
Sim, você já viu isso antes: uma trama norte-americana de espionagem ambientada em um cenário de conflito no Oriente Médio, com muitos tiros e bombas - e os Estados Unidos, claro, como os guardiões da liberdade e da paz mundial. Operação: Lioness, nova série do Paramount+, que estreia neste domingo (23), não tem a pretensão de inovar no gênero e aposta nas escolhas mais seguras para capturar a atenção dos fãs de histórias de ação, com sequências explosivas (literalmente) já em seus primeiros minutos e um elenco recheado de estrelas, como Zoe Saldaña, Nicole Kidman e Morgan Freeman.
Mas o que promete sustentar de verdade a atração criada por Tony Sheridan são duas personagens bem delineadas e muito bem defendidas por suas atrizes. De um lado está Joe (Saldaña), líder do programa Lioness (leoa, em português) e responsável por comandar perigosas operações secretas com agentes infiltradas no círculo próximo de seus alvos, no papel de amigas de suas namoradas, esposas e filhas.
Quando algo dá errado (e isso não demora a acontecer), ela toma as decisões difíceis que precisam ser tomadas e faz tudo que está ao seu alcance para não desmoronar diante da própria família ou de uma cobrança mais dura de seus superiores, como mostra a tensa reunião com Kaitlyn Meade (Kidman) e Donald Westfield (Michael Kelly) no quartel-general da CIA.
Até aqui, Joe seria apenas mais uma patriota competente e extremamente dedicada ao trabalho, como tantas outras figuras idealizadas pelo imaginário militar estadunidense na TV e no cinema. É no encontro conflituoso com Cruz (Laysla de Oliveira), entretanto, que ela cresce: sua culpa por erros passados e a necessidade de seguir em frente entram em combustão diante da postura combativa e um tanto agressiva da nova lioness.
Cruz é uma vítima de violência doméstica que conseguiu reconstruir sua vida como fuzileira naval e que logo se destacou de seus companheiros por seu empenho e seus excelentes resultados durante o treinamento. Ela encara os novos desafios com a mesma coragem com que enfrentou seu agressor e não pensa duas vezes antes de questionar sua superior sobre o que julga importante. A típica trama do novato entrando em um grupo já estabelecido ganha força com essa dinâmica, especialmente porque Laysla joga de igual para igual com Zoe em cena e empresta muita personalidade à personagem.
De modo geral, o enxuto episódio piloto cumpre bem o papel de apresentar as suas principais peças, contextualiza as motivações de suas protagonistas, deixa claro quais são os riscos da operação em curso e dá um gostinho do que está por vir ao longo da temporada, com uma breve demonstração das habilidades de Cruz em campo. Ao mesmo tempo em que satisfaz quem se contenta com o básico das tramas de espionagem, Operação: Lioness deixa no ar potencial para agradar quem busca algo além do mais do mesmo.
Resumindo: LIONESS é baseado em um programa da CIA da vida real e segue Cruz Manuelos (Laysla De Oliveira), uma jovem fuzileiro naval rude, mas apaixonada, recrutada para se juntar à Equipe de Engajamento da Lioness da CIA para ajudar a derrubar uma organização terrorista de dentro. Enquanto isso, Joe (Zoe Saldaña) é o chefe da estação do programa Lioness, encarregado de treinar, gerenciar e liderar suas agentes disfarçadas. Enquanto Kaitlyn Meade (Nicole Kidman) é a supervisora sênior da CIA, que teve uma longa carreira no jogo político. Ela deve conciliar as armadilhas de ser uma mulher na comunidade de inteligência de alto escalão, uma esposa que anseia pela atenção que ela mesma não pode dar e uma mentora para alguém que se aproxima suspeitamente da mesma estrada rochosa em que se encontrou.
A sigla “Fubar” significa “Fucked Up Beyond All Repair/Recognition”, expressão que pode ser traduzida como “F*dido Além de Todo Reparo/Reconhecimento”.
A sigla já apareceu em alguns filmes famosos. Um dos primeiros grandes filmes a usá-lo como ditado foi Tango & Cash, de 1989, uma comédia estrelada por Kurt Russell e Sylvester Stallone. Cash faz uso repetido de “F.U.B.A.R.” antes que o Tango de Stallone finalmente pergunte o que isso significa.
Acredita-se que FUBAR tenha suas origens na 2ª Guerra Mundial e se refere a qualquer situação, evento, pessoa, etc, que tenha sido destruído além do reparo.
Então estava eu na casa de um amigo assistindo um dos meus filmes O Resgate do Soldado Ryan, quando o grupo encontrou um destacamento acampado em uma região segura. Procuravam o soldado Ryan em sua missão, da Companhia Easy, dos paraquedistas, e conversaram com um piloto sobrevivente de uma queda de um dos transportes aéreos para oficiais.
Ele contou que o avião que ele pilotava carregava um General de 3 estrelas e, para protegê-lo, reforçaram todo o avião com barras metálicas. Porém, as barras sobrecarregaram o avião, que mais lento, fora atingido no ar e caiu. O piloto fez um milagre, mas todos os passageiros morreram e a carga ficou inútil.
“As barras que eram para proteger mataram o general” disse o piloto. Foi aí que um dos soldados soltou: “Fubar”.
Lembrei na hora, “Ei, eu tenho esse livro”.
Sempre gostei do assunto Guerra. Se pensarmos bem, a humanidade sempre deu saltos de desenvolvimento em tempos de guerra. Chego a afirmar que, na evolução humana, o humanoide não se aprimorou fazendo utensílios para sua comodidade. Acredito que a primeira preocupação humana foi com a batalha, por isso se ergue das patas, por isso usou pedras e madeiras, e começou a aprimorar objetos para conseguir se defender de predadores, primeiramente, depois para caçar.
A guerra está dentro do ser humano e é por isso que a história da humanidade está repleta de disputas e conflitos. Bom, se estamos falando nisso, é claro que este assunto também estaria muito presente nas mesas de RPG.
Uma temática muito utilizada no mundo errepegístico é a era medieval, onde os homens se enfrentavam em batalhas corpo a corpo, com espadas e lanças. Outros sistemas trazem mais a questão social dos personagens, baseando-se nas narrativas mais detalhadas, menos combativas e, em geral, contemporâneas. A guerra é tratada de modo não específicos nestes tipos de sistema. Mas uma criação de um brasileiro chamado Osny “Airwolf” Pereira e dedica inteiramente à guerra moderna (pós II GM), o sistema apoiado nas regras do D20 Modern: F.U.B.A.R.
FUBAR traz regras para cenários de guerra, com muita referência ao período da II Grande Guerra, por isso o nome f.u.b.a.r, mas pode ser aplicado a qualquer combate moderno, desde de a guerra do Vietnam, Golfo, Malvinas, ou as mais recentes, como a invasão do Iraque. Vamos ao livro…
O nome FUBAR é uma gíria inventada pelos soldados americanos e utilizada quando a situação estava muito desfavorável, como em missões suicidas ou em condições de falta de informação, pior ainda?, em casos de informação trocada. O significado ao pé da letra é Fucked Up Beyond All Recognition, ferrados além de qualquer reconhecimento, ao pé da letra, mas em campo queria dizer mesmo: “Tâmo muito fud&¨%!* do”.
Em essência, ela sintetiza bem o que podemos esperar da trama da série da Netflix com Arnold Schwarzenegger.
"A Infância de Romeu e Julieta" é um acerto da parceria entre SBT e Prime Video
O SBT deixou claro com "Poliana Moça" que não sabe fazer novela para adolescentes. O intuito da trama, que se tratava da continuação de "As Aventuras de Poliana", era mostrar os dilemas da juventude através da protagonista crescida, mas apresentou um roteiro tão infantil quanto o anterior e ainda afugentou o público que já não estava mais interessado no produto baseado em uma produção que teve 564 capítulos. Agora a mesma Íris Abravanel, a única autora da emissora, resolveu voltar ao enredo para crianças, sem pretensões de atingir outra faixa etária, com "A Infância de Romeu e Julieta", que estreou semana passada.
A história é baseada no clássico de William Shakespeare, mas sem a tragédia no final por razões óbvias. E foi uma boa ideia criar uma novela infantil tendo como premissa um casal tão conhecido mundialmente. Também merece elogios a escolha de um ator negro para interpretar Romeu, o que implicou na escalação de outros intérpretes negros para a composição da família do protagonista. O SBT está muito atrasado na questão da diversidade, já que nunca teve qualquer preocupação a respeito em suas novelas ou programas da emissora. Mas antes tarde do que nunca. Miguel Ângelo é carismático e não faz feio em cena. Já Julieta ficou a cargo de Vittória Seixas.
Castanheiras é um bairro dividido em dois lados, apelidados pelos próprios moradores, de Vila e Torre. No primeiro, encontram-se sobrados coloridos, estabelecimentos menores e familiares. No segundo, condomínios de prédios imponente e um boulevard luxuoso. As famílias Campos e Monteiro são as mais antigas da região, mas não se suportam e vivem cada uma de um lado. Os Campos no lado Vila das Flores e os Monteiro no Residencial Verona, do lado Torre. Apesar de existirem zonas neutras no bairro, os moradores de cada lado evitam passar no lado oposto, e o centro divisor do bairro, A Praça da Árvore, vira ponto de encontro para os conflitos.
Romeu é o neto mais velho e herdeiro preferido do bem-sucedido Leandro Monteiro (Guilherme Sant`anna), dono de uma holding que gerencia várias empresas, inclusive a construtora responsável pela mudança e modernização de Castanheiras no lado Torre. Julieta, ou Juli, menina descolada e skatista, é a única neta do rigoroso Hélio Campos (Luis Guilherme), treinador e idealizador do CEC, Centro Esportivo Castanheiras, local onde todas as crianças do bairro praticam atividades físicas e participam de competições esportivas. Hélio e sua esposa, Clara (Lu Grimaldi), também lideram a associação do bairro, que luta para manter a história de Castanheiras e seu aspecto original, entrando em conflito direto com Leandro. Romeu é muito bom nos esportes e sonha em poder jogar junto com os amigos no CEC, mas não tem permissão da sua família para isso. Ele apenas pode jogar tênis em seu condomínio, que é tradição entre os Monteiro.
Campos e Monteiro são conhecidos como grandes inimigos, dos patriarcas até os filhos, mas ninguém sabe como tudo realmente começou. Romeu e Julieta ainda são novos e não têm muitas informações sobre essa trajetória conturbada. Por isso não nutrem rancor. É somente na festa de dez anos do CEC que eles se conhecem por acaso num momento mágico e fantasioso. A conexão é imediata e os dois querem saber mais um do outro, mas se frustram ao descobrirem que são justamente das famílias rivais. Além de seus avôs, suas mães também não podem se encontrar que a briga é certa. Vera Monteiro (Bianca Rinaldi) é responsável pela prisão de Mariana Campos (Juliana Schalch) no passado e, por isso, as duas viraram concorrentes nos negócios, tendo seus mercados localizados um em frente ao outro. Para piorar, os melhores amigos de Romeu (Alex, Karen, Rosalina e seu primo Nando) não se dão nada bem com os de Juli (Téo, Lívia e o apaixonado Patrick).
A história é simples, mas cativante. A cidade cenográfica é colorida e bem lúdica, o que ajuda no clima da produção. Ter a grande Lu Grimaldi em um dos principais papéis é um acerto, assim como a talentosa Juliana Schalch, que tem uma boa química com João Baldasserini, o intérprete de Daniel. Outro bom nome do elenco é André Mattos na pele do porteiro Fausto, o clássico fofoqueiro do bairro. Karin Hills vivendo uma perua fútil e arrogante, a vilã Gláucia, também foi outro êxito de escalação. O conjunto vem se mostrando harmonioso e atrativo.
"A Infância de Romeu e Julieta" é a primeira produção do SBT com a Prime Video. A plataforma de streaming disponibiliza cinco capítulos por semana em um único dia, assim como outro streaming faz com o primeiro capítulo "Os Outros". A medida certamente afeta a audiência da emissora de Silvio Santos ---- ainda está longe do objetivo de alcançar dois dígitos na média ----, mas a divisão de custos compensa a queda nos números e tem tudo para firmar a parceria para futuras produções. Ao menos neste início, está tudo caminhando bem.
Aproveite para assistir: Série com Kiefer Sutherland é pra quem curte inesperadas REVIRAVOLTAS!
Nem tudo é o que parece ser. Chegou no catálogo da Paramount Plus um seriado cheio de reviravoltas, idas e vindas por meio de diferentes pontos de vistas, que exploram as possibilidades da espionagem industrial através das ações de um protagonista desconfiado com tudo e todos, que tem uma empresa que resolve situações, cria vantagens, das mais diversas, para quem o contrata, mas se vê constantemente perdido pelas falhas de um enorme plano que envolve questões democráticas e que podem afetar o planeta das informações. Criada pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, Rabbit Hole: Jogo de Mentiras, não entrega muito nessa primeira temporada, deixando as principais respostas para as próximas etapas.
Na trama, conhecemos John Weir (Kiefer Sutherland), um dos criadores de uma empresa de sucesso que resolve questões ligadas à espionagem para empresas e pessoas que os contrata. Em um novo e audacioso plano, a conclusão não sai como esperado e ele se vê envolvido em uma trama cheio de caminhos dentro da narrativa que tinha criado. Lutando contra seu complicado passado, memórias doloridas, e perdas no presente, ele precisará se juntar a um grupo de novas pessoas para enfim colocar o trem de volta aos trilhos e sair vencedor em uma batalha que gira em torno da informação.
O roteiro busca ser engenhoso, modifica peças de lugar frequentemente através das peculiaridades do seu confuso protagonista, usa do flashback para ampliar o entendimento na parte psicológica dos personagens. As perguntas começam aqui:
Será que é tudo parte de um plano dele? Qual o plano? Será que está sendo enganado?
Engana-se quem acha que encontrará respostas nessa primeira temporada, na verdade muitas perguntas são introduzidas pelas entrelinhas, inclusive.
Por falar do lado psicológico de John Weir, essa é a parte mais interessante para se seguir observando. A mente e suas complexidades viram elementos importantes nessa história, o começo do visualizar outros cenários, até o real entendimento dos traumas de um passado que não esquece, até mesmo suas aflições do que pode ser real ou não são ingredientes que tornam esse protagonista enigmático.
A subtrama policial, com o foco na detetive que os investiga, é o ponto fraco dessa primeira parte da história, parece distante adicionado apenas o óbvio dentro de um limitado ponto de vista de quem, assim como nós espectadores, não está entendendo os principais porquês que atravessam essa mirabolante história.
Pelas ruas de uma grande cidade norte-americana, ou mesmo escondidos em lugares remotos, vamos acompanhando os passos do novo grupo formado por Weir em busca de respostas, onde a busca pelo controle da informação é o início de um caminho com muitas motivações e possibilidades.
Instigante, Os Outros mostra como querer ter sempre razão pode ser mortal
Criador de Os Outros, Lucas Paraizo tem "obsessão" por microcosmos, pequenos espaços que podem representar toda a sociedade. Foi assim em outra série dele, Sob Pressão, ambientada em um hospital. O condomínio fictício surgiu durante a pandemia de coronavirus, que provocou o aumento da interação (e dos conflitos) entre vizinhos.
"Acho que esses espaços nos ajudam a entender as múltiplas camadas das pessoas que habitam naquele lugar. Parece contraditório, mas quanto mais particularizamos, em certo sentido, mas conseguimos universalizar. Independentemente dos condomínios, todos nós temos vizinhos em cima, em baixo, dos lados. Essa escolha é a vontade de mostrar que o que vemos no outro somos nós mesmos", explicou Paraizo ao ser perguntado.
Na mesma entrevista coletiva, a diretora artística de Os Outros, Luisa Lima, revelou outra importante referência para a série além da vizinhança: o filme Parasita, vencedor de quatro Oscars em 2020, incluindo Melhor Filme.
"Quando vi Parasita, acho que ele escrevia o sexto episódio, falei: 'Lucas, tem tudo a ver com o que você está falando!'. Fiquei muito nervosa, era uma crítica social gigante. Parasita se tornou uma pesquisa fundamental para nós, e consequentemente o audiovisual da Coreia do Sul", afirmou a diretora.
"Sou muito fã de Deus da Carnificina, e foi o ponto de partida para entender que a briga entre dois adolescentes era universal. Poderia acontecer aqui, nos Estados Unidos, em Israel ou no Japão. Queria um ponto de partida que fosse comum a todos nós e que de alguma maneira fosse produtivo. Relatos Selvagens, filme argentino, de alguma maneira mostra o que acontece quando a gente usa limites em prol da nossa própria verdade. Beleza Americana também fala da desconstrução da sociedade idealizada, o que está por trás daquela rosa vermelha, ou no nosso caso do condomínio", complementa Paraizo.
Nova série do Brasil é estrelada por Adriana Esteves, Eduardo Sterblitch e Milhem Cortaz
Nova série brasileira, Os Outros provoca o espectador desde as primeiras cenas do episódio de estreia, lançado na quarta-feira (31/05/2023) pela plataforma de streaming brasileira. Ambientada em um condomínio, endereço comum em grandes cidades, a produção criada por Lucas Paraizo instiga por mostrar brigas entre vizinhos que não são mera ficção.
Contada de maneira não-linear, a primeira temporada apresenta um conflito moral logo na primeira cena:
uma mulher decide comprar um revólver mesmo sem saber manusear uma arma. Em seguida, um flashback apresenta Cibele (Adriana Esteves), nova moradora do fictício condomínio Barra Diamond, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Ao lado do marido, Amâncio (Thomás Aquino), e do filho, Marcinho (Antonio Haddad), ela prevê muitos momentos felizes no imóvel recém-adquirido. Anos depois, Cibele se desespera ao descobrir que seu garoto, adolescente, havia sido espancado na quadra comum do edifício.
O episódio acende faíscas nos personagens, que cometem atrocidades sem pensar nas consequências.
Cibele recorre ao vizinho, o ex-policial corrupto Sergio (Eduardo Sterblitch), para se proteger da família do agressor de seu filho, Rogério (Paulo Mendes). O pai do garoto, Wando (Milhem Cortaz), viveu um "dia de fúria", à la Michael Douglas, a partir de sua de
missão.
Neste momento, o público conhece o lado superprotetor dos protagonistas
: Cibele defende Marcinho com unhas, dentes e armas. Wando obriga Rogério a se desculpar, mas imediatamente "passa pano" para o comportamento agressivo de Rogério, que luta judô e joga games de tiro (o único erro do primeiro episódio, por associar videogames e violência).
", passam a se atacar ferozmente. Além do revólver da moradora, o vizinho tenta invadir a casa de sua rival com uma barra de ferro, em uma cena inevitável de se comparar à sequência antológica de O Iluminado em que Jack Nicholson diz: "Here's Johnny!".
Aos respectivos cônjuges, Amâncio (marido de Cibele) e Mila (mulher de Wando interpretada por Maeve Jinkings), lhes cabe a missão de resgatar a sanidade de seus pares. Entretanto, parece ser tarde demais, já que os vizinhos raivosos estão decididos a ter razão sobre seus filhos.
A esta altura, os pais já praticaram desvios de caráter muito mais graves do que a briga adolescente e sugerem surpresas trágicas aos espectadores.
E este é apenas o primeiro capítulo. A cada semana, serão disponibilizados dois episódios, sempre às quartas e sextas, até 7 de julho.
Mestres do Universo (1ª Temporada - Salvando Eternia: Parte 1)
3.3 143 Assista AgoraImagina se uma sorveteria chamada "Netflix Sorvetes" anunciasse que tem o melhor sorvete de chocolate da cidade, nos anúncios falam desse sabor, na faixada da sorveteria tem um cartaz do sorvete de chocolate, na capa do menu tem a foto do tal sorvete em destaque, na frente da sorveteria tem um cara fantasiado de sorvete de chocolate, etc.
Ai vc pensa "poxa, quero tomar esse sorvete", chegando na sorveteria vc é atendido por um rapaz - vamos chama-lo de Kevin Smith ou KS pra simplificar - vc pede o bendito sorvete, mas o KS lhe da um sorvete de banana, aí vc diz "mas poxa, eu pedi um sorvete de chocolate" aí o KS responde "então, fazemos pouco desse sorvete, e ele está em falta, mas tem o sorvete de banana, que é empoderado e independente". Aí vc retruca "mas vcs fizeram tanta propaganda desse sabor, é obvio q as pessoas viriam atrás desse sorvete, pq não fizeram mais?" aí o KS lhe responde num tom agressivo "O nome da sorveteria é Netflix Sorvetes, e não Netflix Sorvetes de Chocolate, vc acha q iram me contratar para não vender sorvete de chocolate, cresça!".
Nesse ponto existirão 3 tipos d pessoas:
1 - as q aceitam o sorvete de banana e ficam contentes.
2 - as q aceitaram o sorvete de banana e não gostaram, pq o sorvete não lembrava um sorvete de banana por conta do gosto amargo.
3 - as que acharam td isso uma propaganda enganosa e foram embora.
Essa série foi isso, uma promessa de um sorvete de chocolate mas q no fim das contas era um sorvete de banana amargo.
Mestres do Universo (1ª Temporada - Salvando Eternia: Parte 2)
3.5 45 Assista Agora- Engana os fãs.
- Muda a história.
- Muda os personagens.
- Erros de roteiro.
- He-man sem dar conselho do dia.
- "Desenho da Teela".
- "Corpo proporcional a uma mulher" = Teela e Maligna Bombada.
- Sem muita personalidade.
- Culpa os fãs por não gostarem.
Operação Lioness (1ª Temporada)
3.9 40 Assista AgoraA dura supermulher Cruz (Laysla De Oliveira) se junta aos fuzileiros navais dos EUA para escapar de seu namorado abusivo e logo é recrutada por um figurão da CIA (Zoe Saldaña) para fazer parte de sua unidade secreta de elite.
Transmissão em: Paramount+
Episódios vistos: 2 de 8
Dica para o sábio: se você tem ambições de se juntar ao programa ultrassecreto de “Leoas” feminino da CIA e se infiltrar profundamente para fazer amizade com mulheres no Oriente Médio cujos maridos, amigos ou parentes podem ser agentes terroristas, então não faça isso, sob quaisquer circunstâncias, faça uma tatuagem. O prolífico escritor/showrunner Taylor Sheridan (Yellowstone, Tulsa King e outros) revela esse detalhe sobre o perigo de tatuagens acabarem com seu disfarce no início do episódio de abertura deste thriller de espionagem liso e frenético para um poderoso efeito narrativo, ao mesmo tempo em que destaca a aparente aparência do programa. autenticidade.
Operações Especiais: Leoa
Mas, por mais convincente que pareça o meio geral da agência de inteligência, ajudado pelo que parece ser um grande orçamento para os momentos de ação, também há alguns momentos implausíveis / involuntariamente engraçados, como quando nosso jovem herói Cruz (Laysla De Oliveira) literalmente tropeça em um centro de recrutamento militar e se inscreve em segundos para mudar sua vida para sempre. Sheridan não brinca.
Mais uma prova de que o showrunner mais ocupado da TV sabe como montar um grande e ousado drama de TV.
Uma das vertentes mais atraentes da série explora como trabalhar para uma organização implacavelmente exigente como a CIA deve interferir um pouco na vida doméstica de alguém. Pegue o personagem de Zoe Saldaña, Joe: quando ela finalmente chega em casa de suas exaustivas operações especiais, ela tem um marido um pouco melancólico, mas essencialmente simpático (David Annable), além de uma filha adolescente poderosamente irritada e sua irmã mais nova um pouco menos problemática, para disputar.
Joe é refrescantemente puro quando se trata de paternidade, efetivamente dizendo a seu filho adolescente para dar o fora, e Saldaña é totalmente convincente tanto nas cenas domésticas quanto ao enfrentar a 'guerra contra o terror' da América. E apesar dos papéis coadjuvantes estrelados por Nicole Kidman e Morgan Freeman (que não aparece nos dois primeiros episódios), o MVP do show é, sem dúvida, De Oliveira como Cruz, que passou por um programa de treinamento quase comicamente intenso.
Apesar de suas falhas, Lioness é mais uma prova de que o showrunner mais ocupado da TV sabe como montar um grande e ousado drama de TV. Então, embora você possa vir inicialmente para Saldaña, Kidman e Freeman, ficará para a verdadeira estrela do show: o extraordinário contador de histórias Taylor Sheridan.
Apesar de ocasionalmente aumentar a plausibilidade, a mais recente série de TV de Taylor Sheridan mistura ação explosiva de espionagem com questões domésticas para um efeito absorvente.
The Idol (1ª Temporada)
1.7 146 Assista AgoraA série que poderia ter sido e não foi.
The Idol tinha um ótimo tema pra se discutir sobre a Hollywood tóxica, mas ao transformar tudo num show de horrores, fetiches sórdidos e romantizar os transtornos mentais, além da produção e segmento dos episódios serem bagunçados e sem nexo... Fica de exemplo de como NÃO falar do tema.
É triste que toda essa produção expôs o quão misógino e fetichista é o ponto de vista que estes "homens" têm das mulheres.
Essa série transcende o ruim, ela tem gosto e cheiro de m###a...
PIOR que demitiram a diretora Amy Seimetz e refilmaram com 80% da serie pronta porque Abel "The Weeknd" Tesfaye achou que a serie estava com uma perspectiva feminina demais
Eu quero MUITO que a versão da diretora de THE IDOL vaze!!!!
A Britney lançará um livro, em outubro, intitulado "The Woman In Me". Sem dúvidas, será melhor e mais verdadeiro, emocionante e revelador do que esta série (péssima).
Xuxa, O Documentário
3.5 87"Vou repetir uma frase que eu coloquei para mim como mantra nesse documentário. Eu que achava que sabia da minha vida, depois do doc falei: ‘Nossa! Passei por tudo isso... Não sabia disso tudo. Se vocês acham que me conhecem, estão enganados. Vão me conhecer ainda mais a partir do dia 13", avalia Xuxa, se referindo a data de estreia do doc Original no streaming.
Xuxa deu uma entrevista de cerca de quarenta minutos para a imprensa e comentou sobre alguns detalhes do documentário, como a polêmica envolvendo o filme 'Amor Estranho Amor', onde contracenou com Marcelo Ribeiro em uma cena que foi usada para atacá-la durante muitos anos. "As pessoas que estavam comigo não sabiam lidar com isso. Se tivessem colocado a porcaria do filme para todo mundo ver, não teria acontecido nada disso. Fiz o filme de 17 para 18 anos, estou com 60 anos, e até hoje falam disso. É uma ficção. Uma menina que foi vendida para um prostíbulo para um político. A exploração sexual sendo abordada e que está em vigor até hoje. Desde aquela época as crianças eram exploradas e são até hoje. Nosso ex-presidente disse 'pintou um clima' e as pessoas nem falam mais disso, só eu. E digo que não pintou um clima, pintou um crime. A verdade é que fiz esse filme e até hoje sofro com esses comentários ridículos de 'a Xuxa é pedófila'", enfatiza.
Assistimos ao primeiro episódio que conta como foi o início da carreira de Xuxa e as dificuldades em lidar com as crianças, já que foi jogada na cova dos leões sem nenhum preparo. Há algumas cenas de seus primeiros programas e sua falta de tato com os pequenos diverte. Também há uma pequena mostra do fenômeno que a artista virou com uma legião de fãs que passaram a segui-la em todos os lugares possíveis. Já o aguardado embate com Marlene Mattos, com quem trabalhou por 19 anos, só acontece no quinto e último episódio.
Os 60 anos de história da Xuxa serão representados em 60 NFTs - sigla em inglês para Non-fungible Token – que passeiam por elementos marcantes da carreira da apresentadora, revivendo a memória afetiva dos fãs. O projeto marca a estreia de Xuxa, que se transformou num fenômeno pop ao longo de mais de quatro décadas de carreira, na web 3.0.
"Xuxa - O Documentário", série original streaming, tem direção geral de Pedro Bial, direção de Cassia Dian e Mônica Almeida, e roteiro de Camila Appel. A realização é do Conversa.doc, núcleo de documentários da equipe do 'Conversa com Bial', com produção de Anelise Franco, em coprodução com a Endemol Shine Brasil. A direção de gênero é de Mariano Boni.
Black Mirror (6ª Temporada)
3.3 602A serie é feita para pensar, com diversas críticas, não só as tecnologias, mas ao comportamento humano também
Vejo Black Mirror cada vez mais se distanciando das 'origens'. Isso vai afastar alguns fãs e conquistar outros novos, faz parte... Acho que eu até assistiria uma nova temporada mas com a expectativa bem baixa pra não me decepcionar
A Netflix poderia ousar e criar o Red Mirror (referência do quinto episódio que aparece no título) e trazer essas histórias sobrenaturais como uma série spin-off. Eu gostei dos episódios "novos" mas senti que eu tava vendo qualquer outra coisa menos Black Mirror.
Falar pouco e colocar minha opinião: Love, Death + Robots já tomou o lugar de Black Mirror no coração do público! É isso! E como eu sou o do contra que assiste as paradas atrasado, tô com Mr. Robot agora. Netflix romantizar assassinos é o que mais acontece, temos BR na lista Elize Matsunaga, tô esperando a Anna Jatobá aparecer por lá daqui um tempo).
Os Outros (1ª Temporada)
4.0 256"Os Outros" tem tudo para ser a melhor série de 2023
O que acontece quando todo mundo acha que tem razão? Essa pergunta é o despertar da série Original na streaming ‘Os Outros’, criada por Lucas Paraizo e com direção artística de Luisa Lima, que estreou na última quarta-feira de maio, dia 31, às 18h, para não assinantes. O primeiro episódio ficou disponível de forma gratuita até o dia 05 de junho. A cada semana, são disponibilizados dois episódios, sempre às quartas e sextas, até o dia 07 de julho.
No fictício condomínio Barra Diamond, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, duas famílias vizinhas vividas por Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) e Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) entram em choque após a briga dos filhos adolescentes, Marcinho (Antonio Haddad) e Rogério (Paulo Mendes). O que poderia ser um desentendimento corriqueiro cresce e desperta reflexões importantes sobre os limites da tolerância, capacidade de escuta e diálogo, compaixão, influência dos pais na criação dos filhos e solução de conflitos na atualidade.
É em busca de segurança e qualidade de vida que a família de Cibele se muda para o condomínio Barra Diamond, após ter vivido de perto a violência em um bairro de subúrbio onde moravam. Seduzidos pelo ideal de felicidade dos grandes residenciais, Cibele e o marido Amâncio estão aliviados em poder oferecer uma condição de vida melhor e uma juventude com mais opções para o filho Marcinho. Vendedor em uma loja de eletrodomésticos, Amâncio é um homem sensível que se preocupa com os outros e para quem sobra remediar os arroubos de Cibele. Mãe superprotetora, controladora e capaz de tudo pela segurança de seu filho, ela trabalha de casa como contadora e está sempre tomando as rédeas do que acontece na vida de sua família.
O filho deles, Marcinho, nunca foi o mais forte, nem o mais bonito ou inteligente, tampouco se destacou nas aulas de piano, mas uma coisa é certa: ele sempre foi um filho muito amado. Poucas mães foram mais dedicadas do que Cibele. Mas o excesso de amor também traz seus problemas. Marcinho fala pouco, mas as palavras acumulam dentro dele. E a raiva também, pois está cansado de sofrer bullying. Quando chega ao Barra Diamond ainda criança, o menino se encanta com a liberdade que enxerga no local e a família acredita encontrar no condomínio a tranquilidade que haviam perdido nos últimos anos. Mas tudo muda oito anos depois, quando o destino cruza o caminho deles com o da família do Wando, Mila (Maeve Jinkings) e o filho deles, Rogerio, família que leva uma vida conturbada pela dificuldade financeira e a relação pouco afetuosa que construíram.
A falta de oportunidades do passado transformou Wando em alguém apegado ao mundo material e ao consumismo. Ele acha que será valorizado pelos bens que possui. É um pai apaixonado pelo filho, porém demonstra com brutalidade seus sentimentos e gera um relacionamento abusivo em casa. A esposa, Mila, foi uma criança maltratada pela mãe, Aurora (Magali Biff).
Rogério foi criado para ser o melhor no judô, nas brigas, na suposta boa educação. Mas por trás de sua ‘cara de mau’, Rogério é um menino cheio de carências. Durante uma partida de futebol com outros adolescentes no condomínio, Rogério acerta um soco em Marcinho motivado por um desentendimento em um lance do jogo. Mãe superprotetora e capaz de tudo para defender o filho, Cibele não tolera o que acontece e, sem abrir espaço para uma conversa, afronta a família do jovem que o atacou. Wando se recusa a se desculpar pelo que houve e minimiza o episódio, que chegou a deixar Marcinho desacordado no meio da quadra. Movida pela raiva diante do descaso do vizinho, Cibele arranha o carro dele.
A atitude dá início a uma rixa que extrapola os limites da quadra, em uma sequência de atos impensados e agressões que trazem à tona reações adversas. Motivados pelo que entendem como ameaças a si próprios e a suas famílias, os protagonistas deste drama contemporâneo se veem num emaranhado sem fim de atitudes extremas que mudam para sempre o curso de suas histórias.
A trama ainda tem outros personagens, como Dona Lúcia (Drica Moraes), a síndica do condomínio Barra Diamond, cuja aparente normalidade entra em risco diante das questões envolvendo as famílias. Ela conta com a atenção do porteiro Elvis (Rodrigo Garcia) para mantê-la informada sobre tudo o que acontece por ali. Já Sérgio (Eduardo Sterblitch) é um ex-policial expulso da corporação e morador do condomínio que vê uma oportunidade de obter vantagens diante do conflito entre os vizinhos. Do relacionamento com Joana (Kênia Bárbara), virou pai de Lorraine (Gi Fernandes), uma adolescente que chega de surpresa para morar com ele.
A série arrebata logo no primeiro episódio, onde a tensão surge logo no início e nunca mais se dilui. A essência do enredo é explorar o ódio que passou a dominar a sociedade nos últimos anos e causar um desconforto constante em quem assiste. Embora tenha pequenas doses de humor através de algumas situações, principalmente protagonizadas pela síndica, a história carrega um clima angustiante que persiste na maior parte do tempo, até em momentos de aparente calmaria. A direção de Luisa Lima está em perfeita sintonia com o texto de Lucas Paraizo e consegue extrair tudo o que o autor pretende com os conflitos e desdobramentos que vai criando. Aliás, o escritor vem se mostrando um dos maiores talentos da TV atualmente. Responsável pela adaptação do livro e do filme "Sob Pressão" para a tevê, que apresentou cinco temporadas brilhantes, Lucas agora envereda por um caminho que até apresenta similaridades com seu produto anterior, mas expõe a adrenalina de uma outra forma. Os médicos que conquistaram o público viviam em uma constante pressão alheia ao comportamento deles, já os moradores do condomínio convivem com um tensionamento oriundo de suas próprias atitudes.
Adriana Esteves e Milhem Cortaz são os grandes destaques da série. Cibele e Wando são os personagens que representam a irracionalidade e protagonizam as cenas de maior impacto na história. Maeve Jinkings é outro grande nome e emociona na pele de Mila, mulher que sofre com a violência do marido em um relacionamento abusivo. Drica Moraes trabalhou com Lucas Paraizo em "Sob Pressão" e repete a bem-sucedida parceria vivendo uma mulher que nada se parece com a médica Vera. Eduardo Sterblitch surpreende na pele de um tipo totalmente diferente de tudo o que fez em sua carreira, enquanto Paulo Mendes e Antonio Haddad se mostram gratas revelações.
"Os Outros" é uma criação de Lucas Paraizo, escrita com Fernanda Torres, Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A série tem direção artística de Luisa Lima e direção de Lara Carmo. A produção é de Luciana Monteiro, e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim. Tem tudo para ser a melhor série de 2023.
Justified (3ª Temporada)
4.3 303ª TEMPORADA: Introduzindo uma ameaça externa.
Depois de estabelecer os conflitos ao redor do subdelegado federal Raylan Givens (Timothy Olyphant) que retorna para sua terra natal na primeira temporada e de mergulhar ainda mais profundamente nas ameaças internas na segunda temporada, Graham Yost olha um pouco para fora do Kentucky e
introduz um vilão que vem da máfia de Detroit e que quer se estabelecer no território do protagonista como o novo grande chefão do tráfico de oxicodona (ou apenas oxi, para os íntimos). Não que isso já não tivesse acontecido antes na série, pois já houve entreveros com a máfia de Miami e, claro, com a mineradora representada por Carol Johnson (Rebecca Creskoff), mas,
Neal McDonough, especialista em viver vilões estranhos, encarna Robert Quarles, o tal enviado da máfia de Detroit, com direito ao uso de uma conveniente pistola de manga e hábitos sexuais não muito saudáveis, além de aquele obrigatório passado traumático para explicar sua maldade. Não é um grande vilão, portanto, mais parecendo um recorte de diversos outros bem melhores que vemos por aí, o que acaba representando uma queda em qualidade na série especialmente se compararmos com a magnífica Margo Martindale como Mags Bennett, na temporada anterior. No entanto, Quarles, por logo se revelar um gângster bem menos cheio de si do que ele dá a entender que é, consegue criar interesse suficiente para justificá-lo como alguém que se encaixa nesse mundo particularmente imperfeito em que Raylan Givens vive.
Mais do que isso, Yost tem olhar clínico e sabe que não pode apostar todas as suas fichas em um personagem novo só e Quarles acaba funcionando como a “anomalia” dentro de uma estrutura bem sedimentada de “caipirice vilanesca” que a série oferece em generosa quantidade. Pensando no que já foi estabelecido, então, o showrunner pega peças de seu tabuleiro e as rearruma, de forma a primeiro dar mais destaque ao almofadinha de cabelo platinado e que mora em um trailer Wynn Duffy (Jere Burns) como uma espécie de segundo-em-comando para Quarles e, depois, introduzir Ellstin Limehouse (o excelente Mykelti Williamson) como o açougueiro e chefão de Noble’s Holler, região dominada por afrodescendentes. O maior uso de Duffy e a apresentação e desenvolvimento de Limehouse como uma espécie de “banqueiro” de bandido são os ingredientes que dão o verdadeiro tempero da temporada, já que todos os demais personagens e linhas narrativas conhecidas convergem para lá.
Ao trazer Quarles como um vilão em decadência que precisa se provar a seu chefe e mentor Theo Tonin (Adam Arkin, também diretor da série), ele necessariamente precisa escorar-se nos demais elementos criminosos da região, naturalmente justificando sua conexão com Duffy e Limehouse em razão de seu enfrentamento do bom e velho Boyd Crowder (Walton Goggins) e sua gangue composta agora por Ava (Joelle Carter), cada vez mais abraçando seu lado de gângster, Arlo (Raymond J. Barry), que continua vendo Helen (Linda Gehringer retornando em breve participação especial) em sua mente, Devil (Kevin Rankin) que tenta se bandear para o outro lado e Johnny (David Meunier), sempre traiçoeiro. E, como se isso não bastasse, um ponta narrativa não resolvida da temporada anterior – o destino do dinheiro desaparecido de Mags – funciona não só para trazer Dickie (Jeremy Davies) de volta, como também a jovem Loretta (Kaitlyn Dever), em uma bela maneira de se amarrar todo o conjunto da série até este ponto.
Em meio a isso tudo, é interessante notar como o próprio Raylan tem desenvolvimento acanhado que se limita a sua ex-esposa e quase futura nova esposa Winona (Natalie Zea), agora grávida dele, decidindo deixá-lo novamente em razão de sua incapacidade de mudar e se afastar do perigo. Trata-se de uma discussão interessante, que renderia bons desdobramentos dramáticos, mas, aqui, a escolha é simplesmente retirar a personagem do destaque da série, fazendo com que Raylan volte a ser ainda mais introspectivo, morando no andar de cima de um bar e tendo um caso com a bela dona. Há perfeita lógica no encadeamento dos acontecimentos no lado da vida pessoal do protagonista, mas meu ponto é que o caminho tomado na temporada é simplista demais, sem dar oportunidade tanto para Olyphant quanto para Zea trabalharem seus personagens a contento.
Não que o protagonista, às vezes, não possa abrir espaço para os vilões e para a trama como um todo, mas, aqui, Raylan por muito pouco não se torna um coadjuvante em sua própria série, diversas vezes funcionando muito mais como ponte narrativa do que como alguém organicamente inserido na história para além de suas conexões sanguíneas e de antigas amizades, claro. Se pelo menos Boyd Crowder tivesse subido no palco e tomado o (anta)protagonismo para si, a coisa seria diferente, mas não é o que acontece exatamente, pelo que por vezes é incômodo ver Raylan aparecendo para começar ou encerrar algo, sem efetivamente participar de todo o processo, algo que é bem visível na tentativa de armação de Quarles para cima dele, colocando-o na mira do FBI, uma situação que acaba tão rapidamente quanto começa.
Depois de chegar ao topo com sua segunda temporada, Justified dá uns passos atrás e mostra-se menos do que excelente em seu terceiro ano. Mas isso é normal e acontece nas melhores famílias, especialmente porque o resultado final ainda é muito bom. O importante é seguir em frente e tentar voltar ao topo novamente.
Invasão Secreta
2.8 183 Assista AgoraConheça os personagens da nova série do MCU no Disney+:
Samuel L. Jackson – Nick Fury
Veterano nas produções da Marvel Studios, Samuel L. Jackson volta como Nick Fury protagonizando a série. O ator, que está presente desde a Fase 1 do MCU, participou de diversos filmes do estúdio, como Homem de Ferro (2008), Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), Os Vingadores (2012), Vingadores: Era de Ultron (2015), Capitã Marvel (2019), entre muitos outros, tendo sua última aparição em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019).
Cobie Smulders – Maria Hill
Outra pessoa já bastante conhecida pelos fãs é Cobie Smulders. A atriz fez sua estreia no MCU em Os Vingadores (2012), interpretando Maria Hill, fiel escudeira de Nick Fury e ex-vice-diretora da “S.H.I.E.L.D.”.
Ben Mendelsohn – Talos
O público pode até achar que não se lembra dele, mas o ator australiano Ben Mendelsohn já faz parte do MCU a alguns anos. Visto pela primeira vez em Capitã Marvel (2019), Ben interpreta Talos, um Skrull que buscava uma forma de se reencontrar com sua família. Mais tarde, em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), descobrimos que ele estava se passando por Nick Fury a pedidos do próprio.
Martin Freeman – Everett Ross
Martin Freeman é outro que tem fãs da Marvel para chamar de seus. O ator britânico teve sua primeira aparição em Pantera Negra (2018) como Everett Ross, um agente da CIA e aliado do herói.
Emilia Clarke – G’iah
Emilia Clarke é uma atriz britânica que ficou famosa por interpretar Daenerys Targaryen em Game of Thrones (2011). Marcando sua estreia no Universo Marvel, ela dá vida à G’iah, filha de Talos (Ben Mendelsohn), sendo apresentada pela primeira vez ao público ainda criança em Capitã Marvel (2019). Agora, já adulta e ressentida pela distância do pai e do pouco caso dos humanos, ela acaba se juntando ao grupo rebelde dos Skrull’s.
Kingsley Ben-Adir – Gravik
Famoso por interpretar o ativista americano Malcolm X em Uma Noite em Miami (2020), ele chega ao Universo Marvel para dar vida ao vilão Gravik, chefe de uma facção de extremistas Skrull que estão fartos de pedir por ajuda.
Olivia Colman – Sonya Falsworth
Olivia Colman chega ao MCU como a agente Sonya Falsworth, do serviço de inteligência britânico MI6, que recebe a tarefa de proteger os interesses de segurança nacional da Inglaterra diante da invasão Skrull.
Invasão Secreta
2.8 183 Assista AgoraConheça mais sobre outras obras e entenda os filmes necessários para assistir antes da estreia da série:
Capitã Marvel (2019)
Ambientado nos anos 1990, o filme é uma aventura totalmente nova de um período nunca visto na história do Universo Cinematográfico da Marvel e acompanha a jornada de Carol Danvers (Brie Larson), conforme ela se torna uma das personagens mais poderosas do universo. Enquanto uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas chega à Terra, Danvers se vê junto a um pequeno grupo de aliados bem no meio da ação. Nick Fury e Skrull Talos são dois dos principais personagens da trama e ajudam a Capitã Marvel a se entender como uma nova heroína no universo.
Capitão América: O Primeiro Vingador (2011)
Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem que aceitou ser voluntário em uma série de experiências que visam criar o supersoldado americano. Os militares conseguem transformá-lo em uma arma humana, mas logo percebem que o supersoldado é valioso demais para colocá-lo em risco na luta contra os nazistas. Desta forma, Rogers é usado como uma celebridade do exército, marcando presença em paradas realizadas pela Europa no intuito de levantar a estima dos combatentes. Para isso, ele passa a usar um traje com as cores da bandeira dos Estados Unidos, azul, branca e vermelha. Só que um plano nazista faz com que Rogers entre em ação e assuma a alcunha de Capitão América, usando seus dons para combatê-los em plenas trincheiras da guerra.
Já no futuro, Nick Fury faz uma aparição no fim do filme e conta a Steve que ele esteve congelado por 70 anos. Além disso, na cena pós créditos, o personagem interpretado por Samuel L. Jackson fala pela primeira vez sobre a iniciativa Vingadores.
Homem de Ferro (2008)
Quando é capturado em território inimigo, o genial magnata Tony Stark (Robert Downey Jr.) constrói uma armadura de alta tecnologia para escapar. Agora, ele tem a missão de salvar o mundo como um herói que não nasceu. Nick Fury também faz sua aparição em uma cena pós créditos da produção apresentando ao herói a iniciativa Vingadores.
Homem de Ferro 2 (2010)
Agora que sua identidade de super-herói foi revelada, Tony Stark mais uma vez tem que entrar na armadura e enfrentar seu mais perigoso inimigo, mas não sem ter alguns novos aliados. Em uma rápida participação, mais uma vez Nick Fury vai atrás do herói para convidá-lo a entrar para os Vingadores.
Thor (2011)
O Poderoso Thor (Chris Hemsworth) está prestes a ascender ao trono do reino fantástico de Asgard, até que sua arrogância imprudente reacende uma guerra antiga. Logo Thor é banido para a Terra para viver entre os seres humanos. Perseguido pela força invasora enviada para destruí-lo, o desventurado Deus do Trovão tem que enfrentar a batalha e descobrir o que é preciso para se tornar um verdadeiro herói. Nick Fury também aparece em uma cena pós créditos com uma novidade: Ele apresenta o poder do Tesseract para o Dr. Erik Selvig.
Os Vingadores (2012)
Quando um inimigo inesperado ameaça à segurança global, Nick Fury, diretor da agência internacional pacificadora conhecida como S.H.I.E.L.D., junto com Maria Hill, se vê precisando de uma equipe para puxar o mundo de volta da beira do desastre. Abrangendo o globo, um esforço de recrutamento ousado começa.
Capitão América: Soldado Invernal (2011)
Steve Rogers vive tranquilamente em Washington, D.C., quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado. Unindo forças com a Viúva Negra (Scarlett Johansson), o Capitão América luta para expor a grande conspiração. Quando a dimensão da trama maligna é revelada, eles pedem ajuda a um novo aliado, o Falcão (Anthony Mackie). Contudo, logo se veem enfrentando o Soldado Invernal, e Nick Fury e Maria Hill se juntam a equipe para combater as forças do mal.
Vingadores: Era de Ultron (2015)
Quando Tony Stark tenta reiniciar um programa de manutenção de paz, as coisas não dão certo e os super-heróis mais poderosos da Terra terão que passar no teste definitivo para salvar o planeta da destruição pelas mãos do vilão Ultron. Maria Hill e Nick Fury mais uma vez participam da produção ajudando os maiores heróis do planeta a vencerem um novo inimigo.
Vingadores: Guerra Infinita (2018)
Thanos (Josh Brolin) finalmente chega à Terra, disposto a reunir as Joias do Infinito. Para enfrentá-lo, os Vingadores precisam unir forças com os Guardiões da Galáxia, ao mesmo tempo em que lidam com desavenças entre alguns de seus integrantes. Maria Hill e Nick Fury fazem uma participação na cena pós créditos antes de serem afetados pelo BLIP. Em sua última ação, eles avisam Carol Denvers sobre a ameaça que chegou ao universo.
Vingadores: Ultimato (2019)
No final épico da Saga do Infinito, os Vingadores enfrentam Thanos. Quando eventos devastadores eliminam metade da população mundial e dividem suas fileiras, o resto dos heróis lutam para avançar. Mas eles devem se unir para restaurar a ordem e a harmonia no universo e trazer de volta seus entes queridos. Nick e Maria fazem uma participação na cena final no velório de Tony Stark, os dois chegam para se despedirem de um grande amigo e herói.
Wandavision (2021)
Lançada em 2021, a primeira série da Marvel Studios que chegou no Disney+ combina o estilo das comédias clássicas com o Universo Cinematográfico da Marvel para contar a história de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), um casal de super-heróis com uma vida perfeita, que começa a suspeitar que nem tudo é o que parece. Uma das cenas pós créditos é a presença de um Skrull conversando com Maria Rambeau sobre os perigos que estão por vir.
Justified (2ª Temporada)
4.4 27 Assista AgoraA guerra dos clãs.
Apesar de não se poder dizer que a primeira temporada de Justified demorou a se encontrar, não seria injusto afirmar que ela mostra um pouco de hesitação em realmente usar o potencial que tem ao lidar com seus vilões, notadamente os membros da família Crowder e ao trafegar com frequência entre os episódios soltos e os que narram a história principal, estranhamente não chegando a fechar completamente seu arco narrativo. No entanto, toda e qualquer reticência nesses dois sentidos é eliminada por completo na mais do que impressionante segunda temporada da série, em que mais uma família caipira com passado entrelaçado com o de Raylan Givens (Timothy Olyphant) – o clã Bennett – é magistralmente introduzido, desenvolvido e utilizado em toda sua gloriosa plenitude.
O primeiro episódio da segunda temporada, no entanto, além de fazer essa mencionada introdução, precisa primeiro lidar com o encerramento da temporada inaugural, uma escolha narrativa estranha, mas que cuja culpa, para mim, fica com o primeiro ano da série, até porque tudo é feito muito celeremente, sem realmente ocupar espaço desse início,
com Boyd Crowder (Walton Goggins) caçando a pistoleira sobrevivente da máfia de Miami, Raylan o impedindo de matá-la e, depois, o subdelegado, com a ajuda de seu ex-chefe da Flórida, estabelecendo um “acordo” como o poderoso chefão daquelas paragens. Com isso para trás, ainda há tempo para as apresentações apropriadas do clã Bennett, a matriarca Mags (Margo Martindale), dona de uma loja de conveniência caindo aos pedaços que é fachada para seu negócio de plantação e venda de maconha, e seus filhos Doyle (Joseph Lyle Taylor), o mais velho e xerife do condado que leva o nome do clã, Dickie (Jeremy Davies), o filho do meio invejoso e cheio de planos escusos (e impensados) que manca de uma das pernas em razão de uma tacada de beisebol que recebeu de ninguém menos do que Raylan e, finalmente, Coover (Brad William Henke), o mais novo e especialista em cannabis sativa, mas, de outra forma, não mais do que um mondrongo violento.
Como acontece com o clã Crowder, aquela aparência arquetípica dos americanos interioranos que vemos em filmes como Amargo Pesadelo impera, mas, também assim como com os Crowders, essa aparência é enganosa, não mais do que a mera superfície e eles, no conjunto, especialmente (ou, talvez, unicamente) graças à malemolente Mags, são muito mais inteligentes e ameaçadores do que se imagina. Pode até parecer que o novo clã é um mero bis in idem em relação ao clã Crowder, mas, na verdade, considerando que a série se passa em um território composto por diversos condados contíguos no Kentucky, a presença de diversas famílias rivais – pois os Bennetts, os Crowders e os Givens historicamente não se dão – é perfeitamente aceitável e, mais do que isso, lógica. Além disso, os catalisadores macro e micro que colocam a família Bennett em destaque na temporada são bem diferentes do foco quase exclusivo em Boyd no ano anterior.
No micro, a linha narrativa dos Bennetts lida com o assassinato, por eles, do pai da jovem Loretta McCready (Kaitlyn Dever) e sua subsequente adoção – para todos os efeitos práticos – por Mags. É uma história perversa, daquelas de dar asco, pois o que a matriarca quer é transformar Loretta em seu brinquedo, na filha que acha que sempre quis ter, passando a pentear seus cabelos e a enfeitá-la como se uma boneca fosse, sem sequer dizer o que aconteceu com o pai, enquanto a garota, inteligente, começa a desconfiar de algo podre. No macro, a história lida com uma toda-poderosa empresa mineradora de carvão que envia Carol Johnson (Rebecca Creskoff) para expandir os negócios na região, o que Mags recebe com um verniz externo de afronta, mas que, pessoalmente, faz de tudo para aproveitar-se da situação e garantir muito dinheiro para sua família. As duas narrativas paralelas envolvem, claro, Raylan Givens que primeiro protege a jovem de um pedófilo empregado por Mags, criando uma conexão com a menina e, depois, ao passar a servir de guarda-costas para Carol. Boyd Crowder, que também passa a trabalhar para Carol, lida com o restante de sua força de vontade de sair da vida de crime, o que não resiste por muito tempo, para seu desespero resignado, o que, no processo, acaba tragando Ava (Joelle Carter) e Arlo (Raymond J. Barry) para esse caminho sombrio, com consequências trágicas para Helen (Linda Gehringer).
Apesar de haver episódios que podemos classificar como soltos, de “caso da semana”, a presença deles é bem menos sentida do que na temporada inaugural, servindo muito mais para lembrar o espectador de que o serviço de delegado federal vai além de brigas entre clãs locais do que para qualquer outra coisa. Além disso, há uma interessante subtrama envolvendo Winona (Natalie Zea), agora separada, mas não divorciada de Gary (William Ragsdale), continuando seu caso com o ex-marido Raylan que, de supetão, ao ver uma bolsa de dinheiro esquecida nos arquivos dos delegados federais, a furta, o que leva a toda a sorte de problemas para ela e para Raylan que, ao final, converge em uma quieta, mas relevante quebra de confiança de Art Mullen (Nick Searcy) em relação aos dois. O que realmente impressiona é como tudo é magistralmente costurado ao longo dos 13 episódios e como o arco principal, envolvendo os Bennetts, ganha um fim poderoso e perfeitamente cíclico.
Mas, para além da qualidade da produção em si, não há como deixar de falar na continuada qualidade das atuações de Timothy Olyphant e Walton Goggins nos papeis opostos principais, o primeiro trazendo um cinismo misturado com melancolia e humor que imediatamente torna seu personagem inesquecível e o segundo uma inteligência ímpar, com elementos de maquiavelismo e respeito pelo ex-amigo que encantam. No entanto, mesmo considerando os dois, quem realmente merece destaque especial na temporada são Margo Martindale como Mags e Jeremy Davies como Dickie. Do sotaque às feições do rosto e posturas corporais, os dois simplesmente mastigam os cenários quando aparecem, transformando seus personagens em uma amálgama de um estranho amor familial que tem contornos genuínos, com sentimentos pesados de cobiça, desdém, inveja, dor e pura maldade. São dois personagens que não deixam nada a dever em termos de complexidade a Raylan e Boyd, por vezes até sendo mais marcantes, provavelmente, no caso de Mags especialmente, o ponto alto vilanesco de toda a série.
Depois de começar já muito bem em seu primeiro ano, Graham Yost, com mais confiança no material que tem, tira completamente os freios de Justified e entrega um primor de segunda temporada que faz excelente uso de seu elenco e premissas, além de introduzir antagonistas novos absolutamente inesquecíveis que ganham arcos memoráveis. Poucas séries de faroeste conseguem chegar a esse nível de qualidade, mas o neo-western baseado nas obras literárias de Elmore Leonard mostra que não há segredo quando há roteiros sólidos combinados com atuações de se tirar o chapéu Stetson.
The Flash (1ª Temporada)
3.3 10Limitado, agora, muito eficiente.
Nota: Muito bom
escala: 3.5 / 5
Se lembrarmos dos anos 80 e 90, chega a ser irônico que os personagens da DC Comics, desde O Homem de Aço, tenham tido tantos problemas para se firmar em um universo cinematográfico compartilhado realmente coeso. Afinal, em 1984, Supergirl dividiu o mesmo universo com o Superman de Christopher Reeve e, em 1990, é perfeitamente possível dizer que The Flash, que só se manteve no ar por uma temporada, foi concebida para dividir o mesmo universo do Batman de Tim Burton. Concordo que são compartilhamentos discretos – no primeiro caso apenas algumas menções e, no segundo, apenas o “espírito” e, claro, Danny Elfman -, mas são tentativas embrionárias interessantes e, em última análise, também falhas de se reunir super-heróis diferentes sob um mesmo guarda-chuva.
The Flash, apesar da vida curta que teve, marcou tanto sua época que a série de 22 episódios não só não foi esquecida, como serviu de modelo para muita coisa que viria nas décadas seguintes em termos de origem de super-heróis no audiovisual e na confecção de seus uniformes, sempre um desafio – às vezes um pesadelo – para as equipes criativas, além de ter sido efetivamente incorporada ao multiverso DC por intermédio da talvez injustamente longeva The Flash, que foi ao ar de 2014 a 2023. Na série noventista, John Wesley Shipp vive Barry Allen, um cientista forense que, depois de um acidente envolvendo um relâmpago e frascos de elementos químicos, ganha incríveis poderes relacionados com super velocidade e torna-se o icônico Velocista Escarlate.
A Warner Bros. lá por 1988, começou a se movimentar na direção da criação de séries de TV sobre os personagens da DC e Danny Bilson e Paul De Meo desenvolveram uma série que traria diversos personagens importantes para a telinha. Esse conceito inicial, porém, não foi em frente, mas o interesse no conceito não demorou a se renovar com o sucesso de Batman (1989) nos cinemas, levando a mesma dupla a conseguir luz verde para trabalhar em uma série focada no Flash que começaria com um piloto de duração dupla, um telefilme, trocando em miúdos. A atmosfera foi quase que completamente herdada do filme de Tim Burton, uma escolha que parecia mais do que natural para época. Com isso, Central City, a cidade fictícia onde Barry Allen vive, é, basicamente), uma versão mais simplificada (e barata) da Gotham City gótica de Burton, algo que é amplificado pelas diversas tomadas noturnas repletas de fumaça e pela escolha de vilões, nada mais do que uma gangue de motoqueiros um tanto quanto genérica liderada pelo vingativo e corrupto ex-policial Nicholas Pike (Michael Nader) que é inimigo mortal de Jay Allen (Tim Thomerson), policial e irmão mais velho de Barry. Sob certos aspectos, sobretudo o grau de violência até elevado para uma obra destinada à TV aberta americana, a série também evoca Darkman, de Sam Raimi, lançado nos cinemas no mesmo ano.
O roteiro escrito pela dupla de criadores da série é o padrão de origens de super-herói: um acidente dá poderes ao protagonista que, inicialmente, os rejeita; ele é ajudado por uma cientista; seu irmão é assassinado pelo vilão e, com isso, o heróis efetivamente nasce, com o uniforme sendo fornecido pela cientista. Mas simplicidade não é sempre sinônimo de história ruim e é sensível o cuidado na criação de uma conexão familiar para Barry e dele com sua namorada Iris West (Paula Marshall), com seu amigo e colega de trabalho Julio Mendez (Alex Désert) e, finalmente, com a Christina R. “Tina” McGee (Amanda Pays), cientista da versão pobrinha (uma salinha, nenhum outro funcionário e alguns aparelhos pseudo-modernos) do STAR Labs. É particularmente interessante como Henry Allen (o veteraníssimo M. Emmet Walsh), pai de Barry e Jay, reverencia Jay por ser um policial verdadeiro e desdenha Barry por ele ser “só” um técnico, o que o magoa profundamente.
Jogando seguro, mas com qualidade, na categoria roteiro, os desafios maiores da produção ficaram mesmo na criação do famoso uniforme vermelho do super-herói e os efeitos de velocidade. No primeiro ponto, o artista de quadrinhos Dave Stevens (criador do Rocketeer) recriou o uniforme clássico emudecendo a cor vermelha, retirando o amarelo das botas e trocando o amarelo pelo dourado nos detalhes, além de rebuscar os “apetrechos” do Flash, especialmente os dois “fones” em seus ouvidos. Com o conceito pronto, coube a famoso Stan Winston Studios construir a roupa com músculos aparentes de forma que ela resultasse em um híbrido entre a armadura do Batman de Burton e um tecido que lembrasse o estilo dos quadrinhos. Talvez, para os padrões de hoje, ela não funcione mais, mas, para a época, ela representou alguns passos a frente na escolha de materiais e estilo que, não tenham dúvida, influenciou inclusive o uniforme conceitualmente semelhante que Henry Cavill usou no citado longa de 2013 de Zack Snyder.
No lado dos efeitos especiais para dar a impressão de super velocidade, os problemas são mais visíveis. No entanto, temos que convir que esses efeitos nem mesmo hoje em dia, com todo o CGI disponível, ficam muito bons (vide o recentíssimo The Flash, com Ezra Miller) quando a escolha não é usar a câmera lenta extrema como nas sensacionais sequências do Mercúrio, na franquia X-Men nos cinemas. No episódio piloto, o que é feito é o que se espera da tecnologia da época, ou seja, a aceleração dos fotogramas e a sobreposição deles em velocidades extremas, além do uso de câmera em primeira pessoa. Há momentos constrangedores, não tenham dúvida, mas a grande verdade é que o conjunto funciona de maneira suficientemente eficiente para não atrapalhar a narrativa.
O começo de The Flash é, portanto, um caprichado – e caro, uma das razões para a vida curta da série – piloto com duração de longa-metragem que adapta com cuidado a origem do personagem nos quadrinhos e que consegue fazer de Shipp, um ator razoavelmente limitado, talvez o melhor Velocista Escarlate live-action até hoje. E, voltando à questão do universo compartilhado, seria muito fácil, se a série continuasse para além de sua temporada inaugural, a Warner providenciar a reunião do BatKeaton com o Flash de Shipp ou, pelo menos, tornar explícito que os dois super-heróis coexistiam no mesmo universo.
Número de temporadas: 01
Número de episódios: 22
Período de exibição: 20 de setembro de 1990 a 18 de maio de 1991.
Há continuação ou reboot?: Não. Mas Barry Allen, vivido por John Wesley Shipp, foi absorvido no multiverso DC por meio do chamado Arroweverse, participando de episódios de The Flash (2014), Arrow e Supergirl. Além disso, Ship viveu tanto Henry Allen, pai de Barry Allen, quanto Jay Garrick, o Flash original, em The Flash (2014) e este último personagem também em Stargirl.
Alasca Em Busca Da Notícia
3.6 8‘Alasca: Em Busca da Notícia’ é uma decepção do início ao fim.
Série estrelada por Hilary Swank, 'Alasca: Em Busca da Notícia' conta a história de uma repórter premiada que, após um "cancelamento", vai trabalhar em um pequeno jornal local no Alasca.
As séries e filmes sobre jornalismo são recorrentes dentro da ficção. É tanta história que retrata a suposta rotina heroica de redações no mundo todo que fica difícil inovar dentro neste nicho. A série Alasca: Em Busca da Notícia, presente no catálogo da Star+, infelizmente, não traz grandes contribuições nesse aspecto.
O que não significa que a série estrelada por Hilary Swank não tenha pontos interessantes. A narrativa criada por Tom McCarthy (que dirigiu Spotlight: Segredos Revelados, outra obra sobre jornalismo, em 2015) se ocupa em contar a história de uma repórter talentosa, mas egocêntrica, chamada Eileen Fitzgerald (papel de Swank). Ela foi acusada de um erro em uma matéria envolvendo um escândalo político e acaba “cancelada”, tendo que se retirar do mercado e passar a se dedicar apenas a livros (na verdade, ela procura uma ocupação enquanto ninguém a contrata).
Quando um antigo chefe (Stanley Cornik) liga oferecendo uma vaga em um pequeno jornal no estado do Alaska, Eileen se sente humilhada de certa forma. Mas não há outra opção, e ela acaba se mudando para lá para atuar no The Daily Alaskan, um veículo com ênfase nas notícias locais.
Contudo, o fato de serem pequenos e meio falidos (a redação está alocada em um shopping) não impede que os jornalistas se aventurem em reportagens investigativas de fôlego, que mexem sobretudo com as fontes do poder no Alasca, estado que é pintado na série como um dos mais abandonados dos Estados Unidos. Eileen, ao lado da jovem repórter Roz (Grace Dove), entra em uma investigação densa que busca entender por que está ocorrendo muitos assassinatos de mulheres locais, de origem nativo-americana, enquanto o governo não executa qualquer plano para solucionar estes crimes.
Esta história irá ser abordada, esquecida e recuperada ao longo dos onze episódios, que também trazem vários outros casos envolvendo todos os jornalistas, sugerindo um esquema procedural, ao exemplo de séries longevas como House, E.R. e Law and Order. Contudo, por mais que a temática seja interessante (a novidade aqui é o foco no jornalismo local, ao invés dos grandes veículos), o resultado fica aquém das expectativas.
‘Alasca’: roteiro frágil e elenco fraco
Alasca: Em Busca da Notícia apresenta dois problemas centrais: o elenco e o roteiro. Ou seja, os pilares de fundação da série não são sólidos, dando pouca margem para um resultado positivo.
Para começar, vejamos o roteiro. Ainda que se pretenda uma série procedural, em que casos isolados ocorrem em cada episódio, há uma amarração pobre da temporada e muitos buracos que ficam na trama. O caso central, da morte da nativa-americana Gloria Namac, aparece logo no primeiro episódio, parece ser esquecido e volta ao final. Até aí, tudo bem – mas a questão é que muitos detalhes não são explicados após haver a solução do caso. Não sabemos, no fim, o que exatamente aconteceu com ela.
Além disso, ainda que Alasca tenha alguns momentos inspirados, a série descamba excessivamente aos estereótipos da profissão. Os “arquétipos” dos jornalistas são batidos: a profissional que não para nunca de trabalhar, a crise constante quanto à perda de emprego, a dificuldade de lidar com a dureza do ofício. Alguns clichês beiram o ridículo, como o impasse entre ter que decidir entre um jornal pequeno e uma proposta do New York Times.
Mas tudo isso se sustentaria melhor caso houvesse um elenco reluzente. Curiosamente, a própria estrela da série, Hilary Swank (que já venceu o Oscar duas vezes), constrói uma personagem tão pouco crível que beira o insuportável. Fica claro que Eileen deve ser retratada como uma pessoa arrogante, mas Swank perde tanto a mão que ela começa a parecer uma máquina. A sua “humanidade”, representada pelos ataques de pânico que tem, também ficam largados pelo meio da história.
Igualmente duro está o elenco de apoio, mais inexperiente. As cenas de romance não convencem e toda interação que aparece entre os personagens dá a impressão de ser um ensaio de estudantes. Há exceções, claro (o experiente Stanley Cornik, que fez Scandal, poderia entrar aqui); mas, de modo geral, o resultado é fraco.
Com tantos pontos frágeis que transparecem nos onze episódios, não é de espantar que Alasca: Em Busca da Notícia tenha sido cancelada logo na primeira temporada.
A Vida pela Frente (1ª Temporada)
3.9 18"A Vida Pela Frente" retrata o melhor e o pior da adolescência com realismo e sensibilidade
A produtora independente Daza Filmes estreou uma nova série no dia 22 de junho e disponibilizou cinco episódios, de um total de dez. Os cinco restantes foram colocados na plataforma no dia 6 de julho. "A Vida Pela Frente" foca nos dilemas atemporais da adolescência, que inclui aquela intensidade característica, um mundo de descobertas e muitas primeiras vezes. Criada por Leandra Leal, Rita Toledo e Carol Benjamin, a trama desperta atenção logo no início através dos bons personagens e ótimo elenco.
Ambientada no Rio de Janeiro, na virada do milênio, entre 1999 e 2000, trazendo a nostalgia dos que viveram esse período e as sensações de quem vive hoje as transformações únicas dessa etapa, a trama acompanha a história de seis amigos de personalidades diversas, suas expectativas e conflitos internos e externos, que têm suas vidas transformadas após um evento traumático. Em 10 episódios, a série é contada em dois tempos, explorando o antes e depois dessa reviravolta marcante e mergulhando em temas como saúde mental, responsabilidade afetiva, sexo, romance, festas e luto.
Beta (Flora Camolese), Cadé (Jaffar Bambirra), Marina (Muse Maya), Vicente (Henrique Barreira) e JP (Lourenço Dantas) estudam em um colégio da zona sul carioca e estão prestes a encarar o turbilhão de emoções do último ano letivo. O grupo ainda é impactado com uma novidade: Liz (Nina Tomsic), uma menina tímida e enigmática que entra na escola e, mesmo sem intenção, movimenta as relações entre os jovens com sua chegada. Entre a expectativa para o vestibular, a descoberta da sexualidade e o desejo pelo pertencimento, típico desta fase, os adolescentes têm que enfrentar as consequências, riscos e limites que separam a vida jovem da adulta.
A produção preenche o vácuo deixado por "Malhação", que esteve no ar na TV aberta por 25 anos e abordou os inúmeros dilemas adolescentes de diferentes formas ao longo de 27 temporadas. Infelizmente, o seriado tinha como empecilho a questão da classificação indicativa, o que prejudicava a profundidade de determinadas situações. Apenas algumas histórias, por exemplo, mostravam os jovens bebendo álcool e só veio a acontecer nos últimos anos. Drogas, então, eram colocadas em raríssimas situações e sempre de forma bastante subliminar. A vantagem de uma série sobre a adolescência estar exclusivamente em uma plataforma de streaming é justamente poder explorar tudo sem receios ou censura.
E "A Vida Pela Frente" consegue abordar várias questões importantes de forma corajosa, ao mesmo tempo que utiliza a sensibilidade na construção de todos os personagens. Nicotina, maconha e cocaína são usadas pelos adolescentes de forma recreativa e também como válvula de escape para os dilemas de cada um, o que inclui fragilidades emocionais evidentes. Até que uma tragédia acontece e todos precisam encarar o luto ainda tão jovens. A forma como o roteiro expõe o suicídio gera muitas reflexões e também deixa um ar de mistério em torno das circunstâncias da morte de uma das personagens centrais. A narrativa utiliza o passado e o presente simultaneamente, algo que virou corriqueiro em várias séries. É tudo tão bem desenvolvido que é fácil maratonar. Os episódios também não são longos. E não há a necessidade de grandes viradas ou um ritmo frenético.
O elenco é repleto de bons nomes com destaque para Nina Tomsic, que consegue expor a delicadeza e o mistério que Liz provoca na história. A personagem não fascina apenas Beta e Cadé, como também hipnotiza o telespectador. Aliás, Flora Camolese (que brilha atualmente em "Vai na Fé", na Globo) e Jaffar Bambirra dividem o protagonismo com talento e formam um ótimo trisal. Vale elogiar ainda Muse Maya na pele de Marina e Henrique Barreira como Vicente, personagem que lembra um pouco a fase inicial de Fred, atual papel do ator em "Vai na Fé". Lourenço Dantas compõe o quinteto e faz bonito em seu primeiro trabalho no audiovisual. É um time muito bem escolhido.
Além de criadoras da série, Leandra Leal, Rita Toledo e Carol Benjamin dividem a direção geral com Bruno Safadi. Os roteiros foram escritos por Rita Toledo, que assina a redação final, Carol Benjamin, Fernanda Frotté e Victor Nascimento, com supervisão de Lucas Paraizo, autor de "Sob Pressão" e "Os Outros". Leandra também atua e emociona na trama como Tereza, a mãe solo e superprotetora de Liz. O elenco reúne ainda Angela Leal, Estrela Straus, Rodrigo Pandolfo, Ângelo Antônio, Stella Rabello, Claudio Mendes, Letrux, Helena Bonjour, Luiz Henrique Nogueira, Gustavo Vaz, Yara Charry, Josie Antello, Raquel Paixão e Rafael Saraiva, que também brilham. A série conta ainda com produção de Maria Barreto, que assina a produção executiva com Marcello Ludwing Maia; direção de montagem de Carol Benjamin; direção de fotografia de Mauro Pinheiro Jr, ABC; direção de arte de Clara Rocha; figurino de Malu Mello; caracterização por Adriana Alves; som direto por Laura Zimmerman; desenho de som e mixagem de Edson Secco; e trilha sonora e supervisão musical de Plinio Profeta.
"A Vida Pela Frente" é uma série Original produzida pela Daza Filmes, em parceria com a televisão, e esbanja qualidades. Vale a pena conferir, independente da idade.
Dica na PRIMEVIDE O: Um Ano Inesquecível - Primavera (23/06) com Gabriel Contente
Arnold
4.1 54 Assista AgoraEgocêntrico e vaidoso, Arnold extermina o Schwarzenegger de verdade
Muito bem produzido, documentário da Netflix mostra astro jogando confetes em si mesmo
Quando a série documental Arnold começa, a voz grave de Schwarzenegger atravessa a imagem do astro que, sentado em sua poltrona, sorri orgulhosamente, enquanto acende um enorme charuto. É o primeiro sinal de uma emulação iludida dos ícones masculinos de outrora: o grandalhão rico, poderoso, que fala de suas vitórias fumando e bebendo uísque. Quer dizer, a visão que tem de si não é tão diferente da do restante do mundo. Em sua versão dos fatos, ele não está longe do Exterminador que o imortalizou. Ele só vence, só supera, só conquista.
Não há nada de errado em querer falar de si com cores gentis. No entanto, existe uma consequência pouco contornável: documentários feitos pelos próprios objetos de escrutínio tendem a ser pouco precisos ou profundos no que diz respeito à vida real. Quando uma pessoa famosa resolve escrever uma autobiografia ou fazer seu próprio filme, ela acaba produzindo uma peça de celebração, que visa única e exclusivamente a autopromoção. Afinal, a trajetória de qualquer pessoa — famosa ou não — depende muito de olhares panorâmicos.
Arnold até estrutura sua narrativa usando um número considerável de depoimentos marcantes — afinal de contas, o astro tem acesso fácil a todos os "personagens" centrais dessa jornada autodeclarada. Porém, poucos deles tocam diretamente na sua vida pessoal. Qualquer falha ou escândalo é sempre descrito pela ótica do próprio Arnold — o que explica, por exemplo, porque Maria Shriver não dá nenhuma declaração sobre o ex-marido. Em outras palavras, se for para falar de suas conquistas, todo mundo está lá; agora quem poderia mencionar seus erros é convenientemente poupado.
A estratégia é compreensível, mas deixa o resultado final turvo. A proposta soa deslocada, já que o que estamos vendo é de conhecimento geral do público. Estatísticas, números, valores... nada disso é necessário para o repertório do espectador simpatizante de Schwarzenegger. O que havia de interessante sobre ele, isto é, sua humanidade é deliberadamente ocultada.
True Lies
Os três episódios do doc são usados para focar em cada uma das grandes tranformações profissionais de Schwarzenegger. O primeiro conta sua infância na Áustria, com a mãe, o pai e o irmão — um capitulo que poderia gerar controvérsia por si só, uma vez que o pai de Arnold lutou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos nazistas. A personalidade dele, segundo o próprio astro, é a de um homem rígido e amargurado com a derrota alemã. Embora as matérias sobre o documentário falem muito sobre o pai nazista do ator, isso não é declarado no episódio. Arnold também não é claro sobre como o irmão, descrito como alguém muito sensivel e artístico, foi esmagado pela postura reacionária do pai. O que é Arnold quer mesmo é falar sobre como ele se tornou campeão de fisiculturismo muito rápido.
No segundo episódio, o foco é sua chegada ao cinema. Aqui começa a construção do Arnold enquanto instituição heroica. Como ele mesmo faz questão de estabelecer, sua vida era movida pelo que vinha em seguida, pelo "pico" que ele escalaria depois de já ter conseguido o que queria. O cinema, então, foi seu próximo Everest. E, como era de se esperar, logo ele vira o maior rival de Sylvester Stalone — rivalidade descrita com ares de sexta série pelos dois. O episódio é o mais interessante para os fãs, que podem descobrir detalhes sobre filmes estrelados pelo ator e histórias engraçadas ou surpreendentes sobre os bastidores de alguns deles. E até James Cameron está lá para contar algumas delas.
O terceiro e último é o que retrata a chegada de Arnold à política. Ele fala orgulhoso de como pulou todas as etapas de um político regular para chegar ao cargo de govenador, o que é até compreensível quando se trata de um país que fez isso ao levar um apresentador de reality show à Casa Branca. Não há um só corte da edição que valorize os motivos pelos quais um político deve querer se tornar governador (ajudar as pessoas): e não há porque todos os motivos de Schwarzenegger só tem a ver com ele próprio. Uma vez político, ele passa brevemente por alguns escândalos de assédio (apenas para mostrar como ele só ficou mais popular depois deles) e pelo maior de todos os escândalos: a traição à esposa com uma empregada da própria casa. Mais uma vez, a menção é só para reforçar que ele saiu dessa tão bem quanto das outras.
Apesar de todos os confetes tendenciosos, o documentário é muito bem produzido, com ótima seleção de imagens e uma edição rápida e divertida — esta, inclusive, capaz de aliviar a sensação de autopromoção. Contudo, Arnold tem um ponto de vista alienado e não chega nem perto de aprofundar a figura do atleta/ator/político. Trabalhar duro é muito importante e leva as pessoas aonde elas querem chegar Mas isso todo mundo sabe. Você não precisa de três horas de vaidade bruta para aprender essa lição.
NOTA: 3/5, ou seja, Bom
Billions (6ª Temporada)
3.2 6Agora é oficial: "Billions" chegará ao fim com a próxima sétima temporada no Showtime. O último ano do drama financeiro de 12 episódios começa no streamer Paramount + com Showtime em 11 de agosto, antes de ir para a exibição linear nos EUA em 13 de agosto. Mais episódios serão lançados semanalmente.
Tem havido especulações sobre a conclusão de "Billions" desde que se soube que o ex-ator principal Damian Lewis apareceria novamente nos novos episódios (relatou a TV americana). Finalmente, Dan Soder, que interpreta Dudley Mafee na série, também fez um comentário que sugeria o final enquanto aparecia em um programa de esportes da NBC. A Showtime confirmou tudo isso na quinta-feira.
"Billions" segue originalmente a disputa entre o gerente de fundos de hedge Robert "Bobby" Axelrod (Lewis) e o advogado de carreira Charles "Chuck" Rhoades (Paul Giamatti) - que, enquanto atuava como procurador federal, buscou a condenação de Axelrod para garantir sua próprio impulsionar uma carreira política.
Mas agora que Axe se foi e Michael Prince assumiu seu lugar
De acordo com a descrição oficial, as alianças serão mais uma vez viradas de cabeça para baixo na sétima temporada. Velhas feridas são transformadas em armas, lealdades são testadas e a traição cresce em proporções épicas à medida que os inimigos se tornam amigos cautelosos.
Com o retorno de Bobby 'Axe' Axelrod
"Billions" é considerada uma das séries de maior sucesso da Showtime. Portanto, não é de surpreender que a emissora pretenda expandir o formato para uma franquia com várias ramificações. Segundo as próprias declarações, os responsáveis têm atualmente quatro novos projetos em desenvolvimento: “Billions: Miami”, “Billions: London”, “Millions” e “Trillions”.
Yellowjackets (2ª Temporada)
3.5 101Segunda temporada de ‘Yellowjackets’ fica aquém da expectativa, mas continua divertida!
Ainda que sem o mesmo impacto, segunda temporada de 'Yellowjackets' aprofunda a trama das personagens, entregando os horrores prometidos pela série.
Quando a série da Showtime Yellowjackets foi lançada, em 2021, houve uma grande expectativa em torno da história sobre meninas que ficaram presas em um lugar inóspito e tiveram que fazer coisas horríveis para sobreviver. O mais terrível, desde o início, foi a sugestão de canibalismo: a ideia de que os membros do grupo tiveram que comer uns aos outros para não morrer de fome.
Pois bem, a primeira temporada foi atravessada inteira em um clima de mistério. Passeando entre passado (as adolescentes) e presentes (elas já na casa dos 40 anos), Yellowjackets foi construída em cima da tensão sobre quais traumas foram desencadeados naquele espaço para que essas mulheres terminassem tão “estragadas”. Mas pouco foi revelado no primeiro ano da série.
Em 2023, a segunda temporada começa a nos entregar os horrores que foram prometidos. E é claro que o canibalismo está no cardápio. Mas não apenas isso: embora não seja tão forte quando a temporada 1, aqui temos relances de profundidade que explicam as psiques das personagens com as quais nos apegamos tanto.
‘Yellowjackets’ e o caminho para a loucura
Lottie (Courtney Eaton) tem centralidade na trama da série de horror. Imagem: Divulgação.
É engraçado definir Yellowjackets como uma série capaz de gerar afeto, pois não há nada de confortável nela. Mas o termo cabe aqui no sentido de que a atração consegue gerar um apego às personagens, pois mais que elas sejam todas cheias de problemas.
Lottie (Courtney Eaton) tem centralidade na trama da série de horror.
O elenco principal – composto por Shauna (Sophie Nélisse/ Melanie Lynskey), Natalie (Sophie Thatcher/ Juliette Lewis), Taissa (Jasmin Savoy Brown/ Tawny Cypress) e Misty (Sammi Hanratty/ Christina Ricci) – ganha reforço, com o retorno à história, na idade adulta, de duas personagens importantes: Van (Lauren Ambrose, sempre lembrada como a Claire de Six Feet Under) e Lottie (Simone Kessell).
Esta última, sobretudo, tem um papel central na trama que é desenrolada na segunda temporada. Isto porque Lottie (Courtney Eaton na versão adolescente) é, de alguma forma, a mola propulsora de todos os acontecimentos sombrios que começam a ocorrer. Quando o avião cai no local deserto (que, até o momento, não se sabe bem onde é), é Lottie que acaba se tornando uma espécie de bússola mística para todos.
Na falta de utilidade para o conhecimento lógico, a espiritualidade se torna uma das muletas possíveis para que o grupo sobreviva. Lottie, então, começa a manifestar uma consciência sobre o que a floresta (the wilderness) quer dessas pessoas.
Supostamente, há um poder natural (um monstro sem olhos? Um espírito?) que está pedindo coisas para poder existir: um sacrifício ou outro, ao que elas concluem, dando margem às cenas mais aterrorizantes que já foram exibidas. Mas a grande questão é: Lottie tem razão ou este é apenas um devaneio de uma pessoa com problemas mentais?
São estas questões que vão sendo desenvolvidas na nova temporada – muitas vezes, com resultados irregulares. A Lottie adulta passou de pessoa internada em clínica psiquiátrica a uma líder religiosa que comanda uma comunidade terapêutica de muito sucesso. Embora pareça pouco crível, o novo cenário é usado para juntar novamente o grupo de amigas (e é incrível como todos os deslocamentos de carro que elas fazem ocorrem em poucos segundos, como se os Estados Unidos fosse um país minúsculo).
Mas outro ponto positivo do destaque dado a Lottie é que ela impulsiona a ideia do “selvagem” como um personagem próprio, e que vai tomando cada vez mais espaço nesta nova temporada. E o mistério acerca do que seria “isso” ainda parece longe de ser resolvido.
Novas tramas
Outros indivíduos também foram enriquecidos nessa temporada 2 (a proposta do canal Showtime é levar a série até a quinta temporada), como a família de Shauna. Ela mesma, aliás, tem elementos a mais em sua história (como o desdobramento triste de sua gravidez). Mas a filha rebelde Callie (Sarah Desjardins) e o marido chantagista Jeff (Warren Kole) sofrem viradas interessantes na trama.
Por fim, a perturbadora Misty (talvez a melhor personagem de Yellowjackets) ganha mais nuances sobre a sua suposta loucura, que a torna a pessoa mais indesejada (com razão, muitos diriam) deste grupo maldito. Ela é defendida com dignidade por duas atrizes excelentes que conseguem nos fazer sentir raiva e pena dessa menina absurdamente desencaixada.
Ainda que a nova temporada tenha ficado aquém da primeira (há enredos que parecem meio remendados ou esquecidos pelo caminho, como a família e a carreira política de Taissa), Yellowjackets continua sendo uma boa diversão – especialmente para quem leva no peito um coração saudoso do clima grunge dos anos 90.
Marco Polo (2ª Temporada)
4.1 95 Assista AgoraA HISTÓRIA E A GEOGRAFIA DO GRANDE IMPÉRIO MONGOL
Um dos últimos grandes impérios do período medieval, foi com toda certeza o Império Mongol, que sob a liderança do lendário Gêngis Khan, formou um dos mais extensos impérios de toda historia humana, composto por uma cultura militarista que se utilizada da força e invasões para dominar seus adversários, lembrando muito o povo Huno, sendo temidos por todos que estavam próximos de suas campanhas militares.
A historia mongol começa nas ultimas décadas do século XII, quando Temujin Borgjin, futuro Khan (titulo dado ao líder dos mongóis) teve sua esposa sequestrada por uma tribo adversária, os chamados merquitas. Com o incidente, Temujin se uniu com outras tribos da região para conseguir resgatar sua mulher. Embora Temujin tenha saído vitorioso do confronto, o enfrentamento demonstrou uma fragilidade entre as tribos, que não tinham de fato uma união militar para enfrentar oponentes externos, e depois que o conflito terminou, Jamuka, um dos companheiros de luta, acabou fazendo uma proposta de união para Temujin Borgjin.
Nesse momento, os laços entre tribos mongóis passaram a se ampliar, e uma nova realidade passou a acontecer, onde invasões externas eram facilmente expulsas por uma quantidade grande de soldados que vinham das mais diversas tribos, para impedir que o território mongol fosse usurpado. Em 1206, vendo o sucesso da união mongol, vários chefes de tribos se uniram, e transformaram Temujin Borgjin no líder político de todos mongóis, o chamado Gêngis Khan, e assim que tomou posse de seu novo cargo, passou a impor diversas leis sob seus domínios, como por exemplo a convocação militar de jovens que estivessem em seu território.
Pautando um processo de formação de guerreiros que pudessem se sobressair contra grandes exércitos, os soldados mongóis começaram a dominar a montaria e o arco, e logo começaram um violento processo de expansão territorial contra chineses, russos e islâmicos. Logo o império mongol já abrangia territórios mais extensos que todos esses citados, obrigando vários grandes reinos a se subordinar aos mongóis, pagando impostos elevadíssimos para que uma invasão não fosse consumada, e nesse processo, no ano de 1227, quando seu exercito dominava algumas cidades no sul da Rússia, Gêngis Khan acabou sendo acometido por uma febre forte (provavelmente malária) e acabou falecendo.
Após o ocorrido, Ogedei (1186-1241), terceiro filho de Gêngis, assumiu o governo molgol, continuando a sua campanha de expansão militar e territorial, chegando a tomar a China, Polônia e Moscou, além de ter penetrado em quase todo território húngaro, tendo sido esse o ponto de maior tensão para reinos francos, ingleses e outros europeus, pois a proximidade dos mongóis da península itálica demonstrava uma possível invasão à Europa.
Entretanto em 1246, o comando militar mongol ficou vago com a morte de seu principal líder, e a demora para se definir um novo líder enfraqueceu o poder mongol, obrigando os mesmos a deixar a campanha de expansão parada por um tempo.
No ano de 1294, o imperador Kublai Khan estabeleceu uma nova divisão de territórios mongóis entre quatro herdeiros, devido a dificuldade de administração de um vasto território, mas o efeito acabou sendo reverso, pois a desarticulação abriu portas para que outras nações empreendessem investidas contra Mongólia, e ao meio a vários ataques, no século XVII os chineses transformaram-se em senhores absolutos de todo império mongol.
No ano de 1911 os mongóis conseguiram reaver sua independência, e na década seguinte, a revolução comunista fez com que a Mongólia entrasse politicamente e economicamente sob influência soviética, e sua democracia foi reestruturada somente a partir da década de 90, sendo atualmente um povo que enfrenta dificuldades diversas na parte econômica, ainda sendo subordinados a China em grande parte.
Os Outros (1ª Temporada)
4.0 256‘Os Outros’ retrata um Brasil polarizado e em pé de guerra
'Os Outros', a excelente minissérie da streaming estrelada por Adriana Esteves e Milhem Kortaz, retrata como uma briga entre famílias num condomínio pode escalar a proporções trágicas.
O Brasil está em pé de guerra. Quanto a isso, não há mais dúvidas. A polarização política, que também reflete abismos culturais, sociais e econômicos, em um país hoje dividido, há tempos não se restringe à esfera pública. Invadiu a vida privada. A ótima série Os Outros, original do Brasil, traz essa atmosfera belicista para dentro do Barra Diamond, um condomínio de classe média no bairro carioca da Barra da Tijuca, um dos berços do extremismo.
O estopim dessa bomba é uma briga entre dois adolescentes que leva a um conflito violento entre as famílias dos rapazes, com consequências trágicas. No centro de tudo, estão a violência e o uso de armas como formas de resolução de conflitos.
Escrita por Lucas Paraízo, um dos criadores da brilhante série Sob Pressão, Os Outros tem direção artística de Luisa Lima. Adriana Esteves, sempre excelente, vive Cibele, a mãe do jovem agredido na quadra de esportes do condomínio, Marcinho (Antonio Haddad).
Revoltada com a agressão sofrida pelo seu filho, a mulher vai tirar satisfações do agressor e acaba batendo de frente com o pai de Rogério (Paulo Mendes), Wando, vivido com fúria por Milhem Kortaz, que é uma verdadeira bomba relógio: ele acaba de ser demitido e leva com a esposa Mila (Maeve Jinkings) uma relação abusiva em vários âmbitos, inclusive o sexual.
Enquanto Cibele é uma mãe super protetora, Wando é idolatrado pelo filho, um garoto agressivo ao limite da psicopatia que enxerga na masculinidade tóxica do pai um exemplo. O marido de Cibele e pai de Marcinho (Thomas Aquino) é o extremo oposto. Sensato e compassivo, ele é por vezes destratado pela esposa, que o considera pacífico demais. Tanto que ela vai buscar a ajuda de Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial corrupto e violento que lhe vende uma arma de fogo e vai entregar muita crueldade ao tentar tirar vantagem da briga entre os vizinhos
Os dois primeiros episódios de Os Outros são construídos em torno de suas protagonistas, o primeiro de Cibele e o segundo de Mila. A câmera é expressiva, investigativa, e faz do condomínio uma espécie de microcosmo do Brasil contemporâneo, onde o inimigo pode literalmente morar ao lado.
Dois novos capítulos vão ao ar toda semana, às quartas-feiras.
Operação Lioness (1ª Temporada)
3.9 40 Assista AgoraOperação: Lioness aposta no básico, mas tem protagonistas com potencial
Sim, você já viu isso antes: uma trama norte-americana de espionagem ambientada em um cenário de conflito no Oriente Médio, com muitos tiros e bombas - e os Estados Unidos, claro, como os guardiões da liberdade e da paz mundial. Operação: Lioness, nova série do Paramount+, que estreia neste domingo (23), não tem a pretensão de inovar no gênero e aposta nas escolhas mais seguras para capturar a atenção dos fãs de histórias de ação, com sequências explosivas (literalmente) já em seus primeiros minutos e um elenco recheado de estrelas, como Zoe Saldaña, Nicole Kidman e Morgan Freeman.
Mas o que promete sustentar de verdade a atração criada por Tony Sheridan são duas personagens bem delineadas e muito bem defendidas por suas atrizes. De um lado está Joe (Saldaña), líder do programa Lioness (leoa, em português) e responsável por comandar perigosas operações secretas com agentes infiltradas no círculo próximo de seus alvos, no papel de amigas de suas namoradas, esposas e filhas.
Quando algo dá errado (e isso não demora a acontecer), ela toma as decisões difíceis que precisam ser tomadas e faz tudo que está ao seu alcance para não desmoronar diante da própria família ou de uma cobrança mais dura de seus superiores, como mostra a tensa reunião com Kaitlyn Meade (Kidman) e Donald Westfield (Michael Kelly) no quartel-general da CIA.
Até aqui, Joe seria apenas mais uma patriota competente e extremamente dedicada ao trabalho, como tantas outras figuras idealizadas pelo imaginário militar estadunidense na TV e no cinema. É no encontro conflituoso com Cruz (Laysla de Oliveira), entretanto, que ela cresce: sua culpa por erros passados e a necessidade de seguir em frente entram em combustão diante da postura combativa e um tanto agressiva da nova lioness.
Cruz é uma vítima de violência doméstica que conseguiu reconstruir sua vida como fuzileira naval e que logo se destacou de seus companheiros por seu empenho e seus excelentes resultados durante o treinamento. Ela encara os novos desafios com a mesma coragem com que enfrentou seu agressor e não pensa duas vezes antes de questionar sua superior sobre o que julga importante. A típica trama do novato entrando em um grupo já estabelecido ganha força com essa dinâmica, especialmente porque Laysla joga de igual para igual com Zoe em cena e empresta muita personalidade à personagem.
De modo geral, o enxuto episódio piloto cumpre bem o papel de apresentar as suas principais peças, contextualiza as motivações de suas protagonistas, deixa claro quais são os riscos da operação em curso e dá um gostinho do que está por vir ao longo da temporada, com uma breve demonstração das habilidades de Cruz em campo. Ao mesmo tempo em que satisfaz quem se contenta com o básico das tramas de espionagem, Operação: Lioness deixa no ar potencial para agradar quem busca algo além do mais do mesmo.
Resumindo: LIONESS é baseado em um programa da CIA da vida real e segue Cruz Manuelos (Laysla De Oliveira), uma jovem fuzileiro naval rude, mas apaixonada, recrutada para se juntar à Equipe de Engajamento da Lioness da CIA para ajudar a derrubar uma organização terrorista de dentro. Enquanto isso, Joe (Zoe Saldaña) é o chefe da estação do programa Lioness, encarregado de treinar, gerenciar e liderar suas agentes disfarçadas. Enquanto Kaitlyn Meade (Nicole Kidman) é a supervisora sênior da CIA, que teve uma longa carreira no jogo político. Ela deve conciliar as armadilhas de ser uma mulher na comunidade de inteligência de alto escalão, uma esposa que anseia pela atenção que ela mesma não pode dar e uma mentora para alguém que se aproxima suspeitamente da mesma estrada rochosa em que se encontrou.
Fubar (1ª Temporada)
3.2 35 Assista AgoraO que significa F.U.B.A.R. ???
A sigla “Fubar” significa “Fucked Up Beyond All Repair/Recognition”, expressão que pode ser traduzida como “F*dido Além de Todo Reparo/Reconhecimento”.
A sigla já apareceu em alguns filmes famosos. Um dos primeiros grandes filmes a usá-lo como ditado foi Tango & Cash, de 1989, uma comédia estrelada por Kurt Russell e Sylvester Stallone. Cash faz uso repetido de “F.U.B.A.R.” antes que o Tango de Stallone finalmente pergunte o que isso significa.
Acredita-se que FUBAR tenha suas origens na 2ª Guerra Mundial e se refere a qualquer situação, evento, pessoa, etc, que tenha sido destruído além do reparo.
Então estava eu na casa de um amigo assistindo um dos meus filmes O Resgate do Soldado Ryan, quando o grupo encontrou um destacamento acampado em uma região segura. Procuravam o soldado Ryan em sua missão, da Companhia Easy, dos paraquedistas, e conversaram com um piloto sobrevivente de uma queda de um dos transportes aéreos para oficiais.
Ele contou que o avião que ele pilotava carregava um General de 3 estrelas e, para protegê-lo, reforçaram todo o avião com barras metálicas. Porém, as barras sobrecarregaram o avião, que mais lento, fora atingido no ar e caiu. O piloto fez um milagre, mas todos os passageiros morreram e a carga ficou inútil.
“As barras que eram para proteger mataram o general” disse o piloto.
Foi aí que um dos soldados soltou: “Fubar”.
Lembrei na hora, “Ei, eu tenho esse livro”.
Sempre gostei do assunto Guerra. Se pensarmos bem, a humanidade sempre deu saltos de desenvolvimento em tempos de guerra. Chego a afirmar que, na evolução humana, o humanoide não se aprimorou fazendo utensílios para sua comodidade. Acredito que a primeira preocupação humana foi com a batalha, por isso se ergue das patas, por isso usou pedras e madeiras, e começou a aprimorar objetos para conseguir se defender de predadores, primeiramente, depois para caçar.
A guerra está dentro do ser humano e é por isso que a história da humanidade está repleta de disputas e conflitos. Bom, se estamos falando nisso, é claro que este assunto também estaria muito presente nas mesas de RPG.
Uma temática muito utilizada no mundo errepegístico é a era medieval, onde os homens se enfrentavam em batalhas corpo a corpo, com espadas e lanças. Outros sistemas trazem mais a questão social dos personagens, baseando-se nas narrativas mais detalhadas, menos combativas e, em geral, contemporâneas. A guerra é tratada de modo não específicos nestes tipos de sistema. Mas uma criação de um brasileiro chamado Osny “Airwolf” Pereira e dedica inteiramente à guerra moderna (pós II GM), o sistema apoiado nas regras do D20 Modern: F.U.B.A.R.
FUBAR traz regras para cenários de guerra, com muita referência ao período da II Grande Guerra, por isso o nome f.u.b.a.r, mas pode ser aplicado a qualquer combate moderno, desde de a guerra do Vietnam, Golfo, Malvinas, ou as mais recentes, como a invasão do Iraque. Vamos ao livro…
O nome FUBAR é uma gíria inventada pelos soldados americanos e utilizada quando a situação estava muito desfavorável, como em missões suicidas ou em condições de falta de informação, pior ainda?, em casos de informação trocada. O significado ao pé da letra é Fucked Up Beyond All Recognition, ferrados além de qualquer reconhecimento, ao pé da letra, mas em campo queria dizer mesmo: “Tâmo muito fud&¨%!* do”.
Em essência, ela sintetiza bem o que podemos esperar da trama da série da Netflix com Arnold Schwarzenegger.
A Infância de Romeu e Julieta
1"A Infância de Romeu e Julieta" é um acerto da parceria entre SBT e Prime Video
O SBT deixou claro com "Poliana Moça" que não sabe fazer novela para adolescentes. O intuito da trama, que se tratava da continuação de "As Aventuras de Poliana", era mostrar os dilemas da juventude através da protagonista crescida, mas apresentou um roteiro tão infantil quanto o anterior e ainda afugentou o público que já não estava mais interessado no produto baseado em uma produção que teve 564 capítulos. Agora a mesma Íris Abravanel, a única autora da emissora, resolveu voltar ao enredo para crianças, sem pretensões de atingir outra faixa etária, com "A Infância de Romeu e Julieta", que estreou semana passada.
A história é baseada no clássico de William Shakespeare, mas sem a tragédia no final por razões óbvias. E foi uma boa ideia criar uma novela infantil tendo como premissa um casal tão conhecido mundialmente. Também merece elogios a escolha de um ator negro para interpretar Romeu, o que implicou na escalação de outros intérpretes negros para a composição da família do protagonista. O SBT está muito atrasado na questão da diversidade, já que nunca teve qualquer preocupação a respeito em suas novelas ou programas da emissora. Mas antes tarde do que nunca. Miguel Ângelo é carismático e não faz feio em cena. Já Julieta ficou a cargo de Vittória Seixas.
Castanheiras é um bairro dividido em dois lados, apelidados pelos próprios moradores, de Vila e Torre. No primeiro, encontram-se sobrados coloridos, estabelecimentos menores e familiares. No segundo, condomínios de prédios imponente e um boulevard luxuoso. As famílias Campos e Monteiro são as mais antigas da região, mas não se suportam e vivem cada uma de um lado. Os Campos no lado Vila das Flores e os Monteiro no Residencial Verona, do lado Torre. Apesar de existirem zonas neutras no bairro, os moradores de cada lado evitam passar no lado oposto, e o centro divisor do bairro, A Praça da Árvore, vira ponto de encontro para os conflitos.
Romeu é o neto mais velho e herdeiro preferido do bem-sucedido Leandro Monteiro (Guilherme Sant`anna), dono de uma holding que gerencia várias empresas, inclusive a construtora responsável pela mudança e modernização de Castanheiras no lado Torre. Julieta, ou Juli, menina descolada e skatista, é a única neta do rigoroso Hélio Campos (Luis Guilherme), treinador e idealizador do CEC, Centro Esportivo Castanheiras, local onde todas as crianças do bairro praticam atividades físicas e participam de competições esportivas. Hélio e sua esposa, Clara (Lu Grimaldi), também lideram a associação do bairro, que luta para manter a história de Castanheiras e seu aspecto original, entrando em conflito direto com Leandro. Romeu é muito bom nos esportes e sonha em poder jogar junto com os amigos no CEC, mas não tem permissão da sua família para isso. Ele apenas pode jogar tênis em seu condomínio, que é tradição entre os Monteiro.
Campos e Monteiro são conhecidos como grandes inimigos, dos patriarcas até os filhos, mas ninguém sabe como tudo realmente começou. Romeu e Julieta ainda são novos e não têm muitas informações sobre essa trajetória conturbada. Por isso não nutrem rancor. É somente na festa de dez anos do CEC que eles se conhecem por acaso num momento mágico e fantasioso. A conexão é imediata e os dois querem saber mais um do outro, mas se frustram ao descobrirem que são justamente das famílias rivais. Além de seus avôs, suas mães também não podem se encontrar que a briga é certa. Vera Monteiro (Bianca Rinaldi) é responsável pela prisão de Mariana Campos (Juliana Schalch) no passado e, por isso, as duas viraram concorrentes nos negócios, tendo seus mercados localizados um em frente ao outro. Para piorar, os melhores amigos de Romeu (Alex, Karen, Rosalina e seu primo Nando) não se dão nada bem com os de Juli (Téo, Lívia e o apaixonado Patrick).
A história é simples, mas cativante. A cidade cenográfica é colorida e bem lúdica, o que ajuda no clima da produção. Ter a grande Lu Grimaldi em um dos principais papéis é um acerto, assim como a talentosa Juliana Schalch, que tem uma boa química com João Baldasserini, o intérprete de Daniel. Outro bom nome do elenco é André Mattos na pele do porteiro Fausto, o clássico fofoqueiro do bairro. Karin Hills vivendo uma perua fútil e arrogante, a vilã Gláucia, também foi outro êxito de escalação. O conjunto vem se mostrando harmonioso e atrativo.
"A Infância de Romeu e Julieta" é a primeira produção do SBT com a Prime Video. A plataforma de streaming disponibiliza cinco capítulos por semana em um único dia, assim como outro streaming faz com o primeiro capítulo "Os Outros". A medida certamente afeta a audiência da emissora de Silvio Santos ---- ainda está longe do objetivo de alcançar dois dígitos na média ----, mas a divisão de custos compensa a queda nos números e tem tudo para firmar a parceria para futuras produções. Ao menos neste início, está tudo caminhando bem.
Rabbit Hole: Jogo de Mentiras
3.4 11 Assista AgoraAproveite para assistir: Série com Kiefer Sutherland é pra quem curte inesperadas REVIRAVOLTAS!
Nem tudo é o que parece ser. Chegou no catálogo da Paramount Plus um seriado cheio de reviravoltas, idas e vindas por meio de diferentes pontos de vistas, que exploram as possibilidades da espionagem industrial através das ações de um protagonista desconfiado com tudo e todos, que tem uma empresa que resolve situações, cria vantagens, das mais diversas, para quem o contrata, mas se vê constantemente perdido pelas falhas de um enorme plano que envolve questões democráticas e que podem afetar o planeta das informações. Criada pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, Rabbit Hole: Jogo de Mentiras, não entrega muito nessa primeira temporada, deixando as principais respostas para as próximas etapas.
Na trama, conhecemos John Weir (Kiefer Sutherland), um dos criadores de uma empresa de sucesso que resolve questões ligadas à espionagem para empresas e pessoas que os contrata. Em um novo e audacioso plano, a conclusão não sai como esperado e ele se vê envolvido em uma trama cheio de caminhos dentro da narrativa que tinha criado. Lutando contra seu complicado passado, memórias doloridas, e perdas no presente, ele precisará se juntar a um grupo de novas pessoas para enfim colocar o trem de volta aos trilhos e sair vencedor em uma batalha que gira em torno da informação.
O roteiro busca ser engenhoso, modifica peças de lugar frequentemente através das peculiaridades do seu confuso protagonista, usa do flashback para ampliar o entendimento na parte psicológica dos personagens. As perguntas começam aqui:
Será que é tudo parte de um plano dele?
Qual o plano?
Será que está sendo enganado?
Engana-se quem acha que encontrará respostas nessa primeira temporada, na verdade muitas perguntas são introduzidas pelas entrelinhas, inclusive.
Por falar do lado psicológico de John Weir, essa é a parte mais interessante para se seguir observando. A mente e suas complexidades viram elementos importantes nessa história, o começo do visualizar outros cenários, até o real entendimento dos traumas de um passado que não esquece, até mesmo suas aflições do que pode ser real ou não são ingredientes que tornam esse protagonista enigmático.
A subtrama policial, com o foco na detetive que os investiga, é o ponto fraco dessa primeira parte da história, parece distante adicionado apenas o óbvio dentro de um limitado ponto de vista de quem, assim como nós espectadores, não está entendendo os principais porquês que atravessam essa mirabolante história.
Pelas ruas de uma grande cidade norte-americana, ou mesmo escondidos em lugares remotos, vamos acompanhando os passos do novo grupo formado por Weir em busca de respostas, onde a busca pelo controle da informação é o início de um caminho com muitas motivações e possibilidades.
Os Outros (1ª Temporada)
4.0 256Instigante, Os Outros mostra como querer ter sempre razão pode ser mortal
Criador de Os Outros, Lucas Paraizo tem "obsessão" por microcosmos, pequenos espaços que podem representar toda a sociedade. Foi assim em outra série dele, Sob Pressão, ambientada em um hospital. O condomínio fictício surgiu durante a pandemia de coronavirus, que provocou o aumento da interação (e dos conflitos) entre vizinhos.
"Acho que esses espaços nos ajudam a entender as múltiplas camadas das pessoas que habitam naquele lugar. Parece contraditório, mas quanto mais particularizamos, em certo sentido, mas conseguimos universalizar. Independentemente dos condomínios, todos nós temos vizinhos em cima, em baixo, dos lados. Essa escolha é a vontade de mostrar que o que vemos no outro somos nós mesmos", explicou Paraizo ao ser perguntado.
Na mesma entrevista coletiva, a diretora artística de Os Outros, Luisa Lima, revelou outra importante referência para a série além da vizinhança: o filme Parasita, vencedor de quatro Oscars em 2020, incluindo Melhor Filme.
"Quando vi Parasita, acho que ele escrevia o sexto episódio, falei: 'Lucas, tem tudo a ver com o que você está falando!'. Fiquei muito nervosa, era uma crítica social gigante. Parasita se tornou uma pesquisa fundamental para nós, e consequentemente o audiovisual da Coreia do Sul", afirmou a diretora.
"Sou muito fã de Deus da Carnificina, e foi o ponto de partida para entender que a briga entre dois adolescentes era universal. Poderia acontecer aqui, nos Estados Unidos, em Israel ou no Japão. Queria um ponto de partida que fosse comum a todos nós e que de alguma maneira fosse produtivo. Relatos Selvagens, filme argentino, de alguma maneira mostra o que acontece quando a gente usa limites em prol da nossa própria verdade. Beleza Americana também fala da desconstrução da sociedade idealizada, o que está por trás daquela rosa vermelha, ou no nosso caso do condomínio", complementa Paraizo.
Nova série do Brasil é estrelada por Adriana Esteves, Eduardo Sterblitch e Milhem Cortaz
Nova série brasileira, Os Outros provoca o espectador desde as primeiras cenas do episódio de estreia, lançado na quarta-feira (31/05/2023) pela plataforma de streaming brasileira. Ambientada em um condomínio, endereço comum em grandes cidades, a produção criada por Lucas Paraizo instiga por mostrar brigas entre vizinhos que não são mera ficção.
Contada de maneira não-linear, a primeira temporada apresenta um conflito moral logo na primeira cena:
uma mulher decide comprar um revólver mesmo sem saber manusear uma arma. Em seguida, um flashback apresenta Cibele (Adriana Esteves), nova moradora do fictício condomínio Barra Diamond, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Ao lado do marido, Amâncio (Thomás Aquino), e do filho, Marcinho (Antonio Haddad), ela prevê muitos momentos felizes no imóvel recém-adquirido. Anos depois, Cibele se desespera ao descobrir que seu garoto, adolescente, havia sido espancado na quadra comum do edifício.
O episódio acende faíscas nos personagens, que cometem atrocidades sem pensar nas consequências.
Cibele recorre ao vizinho, o ex-policial corrupto Sergio (Eduardo Sterblitch), para se proteger da família do agressor de seu filho, Rogério (Paulo Mendes). O pai do garoto, Wando (Milhem Cortaz), viveu um "dia de fúria", à la Michael Douglas, a partir de sua de
Neste momento, o público conhece o lado superprotetor dos protagonistas
: Cibele defende Marcinho com unhas, dentes e armas. Wando obriga Rogério a se desculpar, mas imediatamente "passa pano" para o comportamento agressivo de Rogério, que luta judô e joga games de tiro (o único erro do primeiro episódio, por associar videogames e violência).
Cibele e Wando, aparentemente pais "corujas
", passam a se atacar ferozmente. Além do revólver da moradora, o vizinho tenta invadir a casa de sua rival com uma barra de ferro, em uma cena inevitável de se comparar à sequência antológica de O Iluminado em que Jack Nicholson diz: "Here's Johnny!".
Aos respectivos cônjuges, Amâncio (marido de Cibele) e Mila (mulher de Wando interpretada por Maeve Jinkings), lhes cabe a missão de resgatar a sanidade de seus pares. Entretanto, parece ser tarde demais, já que os vizinhos raivosos estão decididos a ter razão sobre seus filhos.
A esta altura, os pais já praticaram desvios de caráter muito mais graves do que a briga adolescente e sugerem surpresas trágicas aos espectadores.