Se no Brasil o trâmite de atores e atrizes entre o cinema e a televisão na maioria das vezes não funciona bem, nos Estados Unidos tal fenômeno tem se dado de forme bem diferente. Em terras tupiniquins, atores são selecionados mais pela aparência física do que pelo talento, o que não faz tanta diferença em se tratando de televisão, deviso à baixa qualidade artística da maioria das produções. Salvo em raras exceções, os rostinhos bonitos da TV não conseguem fazer bem a transição de linguagem e acabam fazendo feio no cinema. Isso explica aquela sensação de estar assistindo a uma novela da Globo, que experimentamos em boa parte das produções de visibilidade do cinema nacional. Ainda pretendo tentar tecer aqui no blog uma análise crítica acerca do cinema nacional, mas isso é conversa para uma outra hora. Recorri a esta relação, por vezes conflituosa, entre o cinema e a televisão, para falar de Missão Madrinha de Casamento (2011), uma das comédias mais elogiadas do ano.
Rango (2011) é a primeira animação dirigida por Gore Verbinski, o cineasta por trás dos três primeiros filmes da franquia Piratas do Caribe, é também o primeiro filme animado feito com a tecnologia da Industrial Light & Magic, uma das maiores companhias de efeitos especiais da atualidade. A inexperiência no ramo, tanto de Verbinski, quanto da Industrial Light & Magic, é praticamente imperceptível. Desta parceria surgiu uma das animações mais maduras em termos de linguagem e de referências dos últimos tempos. É evidente que Rango não atinge o mesmo nível de excelência alcançado nos últimos anos por algumas das animações feitas pela Pixar, como Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e Toy Story 3 (2010), contudo ele prova mais uma vez que produções do gênero podem ser ao mesmo tempo divertidas, criativas e inteligentes. [...]
O longa de Bennett Miller reza pela mesma cartilha que filmes como À Procura da Felicidade (2006) e Julie e Julia (2009), a fórmula usada é bem simples e praticamente invariável: o personagem central está desacreditado e sem expectativas, até que encontra uma solução para seus problemas, porém tal solução não é levada a serio por todos os amigos e familiares, no entanto eles persistem. Eles até chegam a pensar em desistir em alguns momentos, mas se mantêm firmes até que conseguem realizar os feitos que lhes tornaram notáveis. Geralmente a realização de tais feitos compensa todo o esforço e o desgaste do caminho trilhado até o topo... O Homem que Mudou o Jogo tem um roteiro linear sem tantos complicativos, sua trama é relativamente simples e ele convence facilmente boa parte do público com a ideia de que com persistência todos os sonhos podem ser realizados. É um filme redondinho, com arestas bem aparadas, cuja história é moldada de tal forma que cause mais comoção do que desconforto. Pois é, se trata de mais um filme feito nos moldes para cativar o público e a crítica e assim angariar prêmios...
A ousadia estética de O Artista foi ovacionada pela crítica especializada e por alguns cinéfilos, no entanto parte do público não entendeu a proposta, alguns mais radicais chegaram a pedir o dinheiro de volta na bilheteria do cinema após descobrirem (!) que o filme estava em um formato tido como retrógrado. Apesar de ter uma história simples e cativante, eu não creio que o filme realmente seja de fácil assimilação por parte do grande público. Certamente amantes do cinema clássico e aqueles que já estão familiarizados com filmes neste formato irão se deleitar, afinal não é sempre que vemos uma homenagem tão sincera e tão bem feita a toda uma época. Por esta perspectiva, O Artista soa como um grande obrigado, um reconhecimento tardio, a tantos nomes e carreiras que foram desfeitos em nome da inovação... Se existe um fio de melancolia na trama, ele se dá quando enxergamos no drama do personagem principal a história real de tantos artistas fenomenais cuja obra não foi capaz de sobreviver diante das imposições da indústria do entretenimento...
Alguns filmes conseguem reproduzir pensamentos e sentimentos experimentados pela consciência coletiva em determinados momentos históricos, como tal eles são capazes de ajudar a sociedade a ver um espelho de si mesma e assim se autoanalisar com uma maior precisão. Tal fenômeno se torna ainda mais forte quando o período histórico abordado é o atual, pois, ainda que o filme não seja capaz de fornecer uma análise aprofundada e precisa, ele consegue ao menos provocar o desconforto da sociedade que se vê retratada nele. Este é o caso de Tudo Pelo Poder (2011), o quarto filme dirigido por George Clooney, cuja trama mostra o desenvolvimento de uma fictícia campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. A decepção dos americanos com o governo de Barack Obama parece ressonar por toda o desenvolvimento da história, que retrata tão bem o atual panorama de descrédito na política. Como que imitando a realidade, o roteiro do filme flui do mais ingênuo idealismo (quem não se lembra da posse de Obama?) para a mais completa descrença no jogo político. [...]
[...] Stanley Kubrick – Imagens de Uma Vida (2001) cobre toda a tragetória do cineasta, desde seu primeiro longa, Fear and Desire (1953) até De Olhos bem Fechados (1999), o último, concluido dias antes de sua morte. O documentário ainda invade a tão resguardada privacidade do cineasta, mostrando imagens de sua infância e de sua vida ao lado da esposa e das duas filhas. Jan Halen se preocupa também em explorar a gênese da genialidade de Kubrick, mostrando sua paixão pela literatura, pelo xadrez e pela música clássica e ainda seu trabalho prematuro como fotógrafo, atividade na qual descobriria o dom de manipular as imagens. [...]
[...] Julie e Julia não é nem de longe uma obra prima e chega a ser bem clichê em alguns momentos, contudo é um filme delicioso de se assistir, isso não só pelos pratos que são preparados durante o desenvolvimento da trama (eu como vegetariano que sou não comeria nem metade deles). Meryl Streep nos brinda com mais uma excelente atuação, a voz e os trejeitos de sua personagem, que chegam a parecer caricatos, constituem uma recriação quase perfeita da verdadeira Julia Child (alguns vídeos, disponíveis no you tube, do programa que Julia apresentou na TV comprovam isso), seu desempenho extraordinário já seria mais que o suficiente para tornar o filme recomendável. Amy Adams também não faz feio, sua atuação explora muito bem o carisma de sua personagem, que se torna ainda mais cativante pela forma com que a atriz interpreta seus pequenos dramas e dilemas. A bela trilha sonora também merece destaque, mas no que se refere à parte técnica, é a montagem que nos salta os olhos, é ela que possibilita o constante diálogo entre as duas histórias contadas. [...]
[...] Nicolas Winding Refn, que recebeu o prêmio de direção em Cannes, constrói em Drive uma narrativa partindo quase que exclusivamente da perspectiva do personagem principal (Ryan Gosling), um enigmático motorista, cuja personalidade parece refletir não aquilo que ele é, mas tão somente aquilo que ele faz, ele não tem nome, não tem passado, ele apenas dirige... Mas se engana quem aponta o personagem como desumanizado ou minimalista, pois ele é justamente o oposto disso. Não nos importa saber de onde ele veio, nem quais são suas reais motivações, o que interessa é o conflito ético que ele experimenta na história e é este aspecto que torna o filme ainda mais impressionante. Na trama, o personagem ocupa seu tempo trabalhando ora como mecânico, ora como dublê em filmes de ação e ainda como motorista condutor de assaltantes em fuga. Ele não tem uma vida social, não tem tantos relacionamentos e observa o mundo à sua volta com resignação e indiferença. [...]
Tem filmes que tinham tudo para se tornarem obras primas, um elenco escolhido a dedo, um bom mote e um cineasta experiente no comando, no entanto em algum pontos eles acabam tropeçando e põem tudo a perder. Este é o caso de Contágio (2011), a mais nova película de Steven Soderbergh, o longa não é nem de longe um filme ruim, mas fica muito aquém da expetativa alimentada pela sua sinopse e pelos nomes envolvidos... Uma das piores sensações que acredito que possamos ter diante da tela, é a de que o filme está demorando para acabar, pois é, esta foi a sensação a qual fui acometido enquanto assistia Contágio. Eu, que acreditava já estar chegando ao desfecho da trama, tomei um baita susto quando me dei conta de que o filme ainda não estava nem na metade e ele tem menos de duas horas de duração. Eu normalmente não tenho nenhum problema com tramas que se desenrolam lentamente e este nem é o caso deste filme, que tem até um ritmo bem ágil, portanto atribuo minha reação não à uma questão de lentidão, mas ao simples fato de que em sua primeira hora de duração o filme é muito cansativo. [...]
Toda adaptação cinematográfica pressupõe transição de linguagens, neste processo, que ocorre durante a escrita do roteiro do filme, acontece uma verdadeira edição que pode eliminar personagens, ideias e acontecimentos presentes na obra original. Por isso é tão comum ouvirmos a máxima que diz que “o livro é infinitamente melhor que o filme”. A linguagem cinematográfica, em audiovisual, possui uma capacidade inimaginável de elaborar conceitos abstratos e materializar situações diversas, no entanto fazê-lo se torna mais complicado quando os mesmos conceitos e situações já ganharam vida através da linguagem literária, que possui uma capacidade igualmente ampla de interagir com o receptor de suas mensagens e de formar em seu imaginário a idealização daquilo que é abordado no texto.
[...] Em Meia-noite em Paris Woody Allen vai além, ele presta homenagem não só a cidade que lhe empresta sua estonteante beleza, ele reverencia também uma época e alguns de seus personagens mais ilustres. No filme o cineasta constrói uma verdadeira ode aos anos 20 e a alguns dos artistas que direta ou indiretamente lhe influenciaram. Não é a primeira vez que Allen usa o realismo fantástico como ferramento de linguagem em seus roteiros, mas desta vez a fantasia é tão sublime, tão bela, que nem carece de explicações ou justificativas. Tal como o personagem principal da trama, somos convidados a embarcamos em uma viagem artística e estética na qual nos sentimos constantemente entorpecidos diante do belíssimo simulacro do real que salta aos nossos olhos. O que Woody Allen constrói é um verdadeiro diálogo entre o cinema e outras expressões artísticas como a literatura, a pintura e a música. O encontro que ele cria entre seus personagens fictícios e outros inspirados em personalidades reais seria a idealização perfeita do diálogo que temos com os artistas quando entramos em contato com suas obras. [...]
[...] George Bailey (James Stewart) é o personagem central de A Felicidade Não Se Compra, desde jovem seu sonho foi fazer uma boa faculdade e viajar mundo afora colhendo experiências, ele acreditava não ter vocação para passar o resto de sua vida em uma cidade provinciana como aquela na qual nascera, no entanto no decorrer de sua vida ele vai abrindo mão de cada um de seus sonhos em favor daqueles estão à sua volta. Após a morte de seu pai ele decide cumprir a vontade do velho e assumir sua função em um pequeno banco que realiza empréstimos e financiamentos imobiliários. Seguindo os mesmos princípios do pai, George conduz o banco de uma forma que poderia ser apontada até como irresponsável, ele se preocupa mais em realizar o sonho da gente simples de sua cidade do que em enriquecer com seu negócio, ele assume um alto risco de crédito confiando apenas no caráter das pessoas para quem empresta altas quantias em dinheiro. George, através do banco, ajuda a tornar os pobres menos dependentes e a tirá-los do aluguel e isso começa a desagradar Henry F. Potter (Lionel Barrymore), um desonesto banqueiro e locatário de imóveis, que praticamente domina a economia da cidade. [...]
O silêncio pode ser por vezes a pior postura diante de uma situação que nos traumatiza e provoca intensa dor... Pode parecer clichê de livro de autoajuda, mas a verdade é que se abrir e desabafar com alguém alivia o peso que tal tipo de situação exerce sobre nós. Melinda no entanto prefere se fechar para o mundo, a dor que ela sente é tão intensa que ela se torna introspectiva e inexpressiva, sua solidão e melancolia aumentam à medida que ela percebe que seu silêncio e sua angústia já não são sentidos por mais ninguém. Ao seu modo de ver, pouco adiantaria se ela se pusesse a chorar ou se gritasse até esgotar suas forças, pois provavelmente ela não seria ouvida, todos à sua volta tinham se tornado egoístas demais para se compadecerem de seu sofrimento.
O lançamento de Roma, Cidade Aberta em 1945 é considerado o marco inicial do neorrealismo italiano. Este movimento cinematográfico, que está diretamente ligado ao contexto político e econômico da Itália do pós-guerra, serviu de contraponto ao estilo de filmes que era produzido no país durante o governo fascista de Mussolini. Por mais de duas décadas toda a produção cultural do país esteve submissa à estética romântica e positivista imposta pelo regime, os filmes rodados neste período camuflava a realidade dura experimentada pela população e buscava reforçar a influência e o domínio fascista. Ao contrário destes, os neorrealistas não estavam interessados em esconder a real situação do país, pelo contrário, o propósito deles era captar a angústia, a miséria e a dor vivenciada pela parcela mais pobre e oprimida da população.
Terrence Malick conseguiu realizar um filme que simplesmente beira a perfeição, ele é arte e filosofia da primeira á última sequência. A maestria do diretor fez com que o risco de que o filme se tornassem um panfletário religioso fosse definitivamente eliminado. Ao assistir ao filme percebe-se que em nenhum momento ele estará tentando “vender” uma determinada verdade, acerca dos temas que aborda, ele se torna desta forma similar a um livro de filosofia, cujo o interesse é mais provocar a reflexão acerca de determinado assunto do que apontar respostas definitivas. Para mim, assistir A Árvore da Vida foi uma experiência única e maravilhosa, que tentarei repetir em pouco tempo, antes que ela comece a se apagar de minha mente, no entanto não sei se posso indicar o filme para todos sem restrições. Apesar de não ser um filme de tão difícil compreensão, ele será melhor apreciado por aqueles que já estiverem familiarizados com o tipo de questionamento por ele levantado, creio que isso explique o porquê de ter ocorrido uma evasão maciça do público no meio da projeção, em diversas salas onde o filme foi exibido. Recomendo para tenha sensibilidade para apreciar uma verdadeira obra de arte!
[...] Ainda não sei explicar a má recepção de Ilha do Medo (2010) por boa parte do público e da crítica. O filme parece ter simplesmente passado batido, sem grandes efeitos, até mesmo por aqueles que consideram Martin Scorsese um dos maiores cineastas em atividade. Antes de assistir ao filme, eu cheguei a ler uma resenha que apontava a “falta de intimidade do diretor com o gênero suspense” como a culpada pelo seu aparente insucesso, esta é uma constatação um tanto equivocada, em primeiro lugar porque afirmar isso é negar a existência de Cabo do Medo (1991), na minha opinião um dos melhores filmes de Scorsese e um clássico do gênero, segundo porque rotular Ilha do Medo tão somente como suspense é simplesmente reduzi-lo à apenas uma das vertentes narrativas pelas quais ele transita. A trama mescla elementos de filmes de guerra, policial, noir, drama e suspense psicológico e o resultado é uma obra de inegável qualidade, que consegue nos prender e nos surpreender de uma forma arrebatadora. [...] Texto completo disponível em:
[...] Alphaville materializa em seu roteiro o temor experimentado pela consciência coletiva nos anos 60. Direta ou indiretamente, ele explora o medo da ameaça de uma guerra nuclear e a tensão constante do mundo bipolarizado. Como artista que é, Godard aponta para a poética como o elemento salvador tanto do indivíduo quanto da sociedade. De acordo esta visão, capitalismo e socialismo seriam nada mais que dois lados de uma mesma moeda, uma vez que ambos representavam, mesmo que de forma distinta, o controle exercido pela sociedade sobre o indivíduo. Na realidade paralela criada no filme, a sociedade é controlada por um super computador, o Alpha 60, que usa o raciocínio lógico para reprimir qualquer manifestação de sentimento ou humanidade e punir aqueles que subvertem as normas por ele impostas. O controle social alegorizado no filme mescla a selvageria destruidora do capitalismo ao dogmatismo comunista. [...] . Texto completo disponível em:
(...) Certamente não é um filme que agradará a todos, mas é uma grande pedida para quem está com os olhares atentos para a produção atual do cinema indie. Os atrativos são os mesmos presentes em outros filmes similares como Ghost Word (2001) e A Pequena Miss Sunshine (2006), e incluem personagens caricatos, dotados tanto de vícios quanto de virtudes, histórias não convencionais e uma pequena dose de experimentalismos. Creio que a maior vantagem deste tipo de filme seja a de que eles já nascem desprovidos da pretensão de agradar a todo mundo, o que dá maior liberdade de criação aos seus realizadores e ao elenco. De fato a despretensão é um dos trunfos de Submarine, que se apresenta como nada mais que um filme sobre descobertas e desventuras da adolescência, mas que consegue ir muito além de tudo isso, não pelos temas em que toca, mas pela forma com que os aborda. (...) . Texto completo disponível em:
[...] Assisti A Origem pela primeira vez no último sábado, (15/01), o filme talvez tenha me causado a mesma reação que 2001 causou nas platéias na ocasião de seu lançamento. Eu fiquei perplexo, e a complexidade da construção da trama me deixou uma certeza, eu precisava rever o filme novamente o mais rápido possível e não conseguiria esperar muito tempo. Eu precisava buscar mais respostas e tentar perceber o que não tinha notado antes. Já tinha então varias teorias sobre o final e o decorrer da história no filme, e ontem mesmo, (16/01) decidi coloca-las mais uma vez à prova. Ao contrário dos diversos blogs que comentaram o filme, eu não pretendo registrar aqui uma de minha interpretações, nem tentar convencer ninguém de que a minha visão é a mais coerente. Vou me ater a fazer uma breve sinopse e dar algumas dicas. [...] Texto completo disponível em:
É inexplicável a reação de estar diante de uma verdadeira obra de arte e sendo assim seria uma tarefa árdua tentar convencer do contrário qualquer um que tenha apontado Melancolia (2011) como um filme chato e carente de um bom roteiro. Ele foi pra mim precisamente o oposto disso. Se trata de mais um exemplar daquele tipo raro de produção, que subverte totalmente a ideia de que o cinema serviria tão somente como bom entretenimento. Os desavisados que esperavam do longa uma boa história sofre catástrofes naturais certamente saíram do cinema amargando uma baita decepção. Lars von Trier consegue se superar e me surpreender a cada filme, eu, que considerei Anticristo (2009) uma espécie de ápice criativo, fiquei boquiaberto da primeira à última sequência de Melancolia. Se seu filme anterior evocava o asco ao expor sem atenuantes o mais brutal da natureza humana, neste ele reproduz de forma quase palpável a mais profunda angústia existencial, condição que ele mesmo experimentou nos últimos anos.
Assisti pela primeira vez no Cine Internacional na TV Cultura, depois consegui encontrá-lo e revê-lo... pode ter alguns clichês, mas é um grande filme e retrata de forma belíssima a "revolução"...
Ouvir uma música pela primeira vez. Voltar à cidade onde cresceu. Enterrar um porquinho da índia de estimação. Fazer algo que nunca fez antes. Estar em uma sala de espera de um consultório. Não saber nadar. Sentir saudades. Ter uma ideia original e ficar rico. Não saber o que fazer da vida. Encarar a culpa. Uma conversa na beira da lareira. Tomar conta de um abismo infinito. Dar um abraço protetor na pessoa amada. Ir a uma pedreira. Descobrir o sentido da vida. Simplesmente gritar... A banalidade da existência se torna fascinante pelo simples fato de estarmos perto de quem gostamos, Hora de Voltar (2011), a estreia de Zach Braff como diretor, é sobre isso. É sobre amor, sobre amizade e sobre perdão, principalmente sobre perdoar a si mesmo. Esta foi a terceira vez que assisti ao filme e o efeito dele sobre mim continuou o mesmo. Eu não tinha tido um dia legal quando o assisti pela primeira vez, mas de uma forma quase mágica ele me fez, não esquecer, mas olhar com outros olhos para tudo que eu estava vivendo. Não por acaso, eu não estava em um dos meus melhores momentos quando decidi o rever nas duas outras vezes. . Texto completo no meu Blog, disponível em:
O mais curioso do filme é que a maioria daqueles que o assistiram desconsideraram que as cenas foram gravadas sem que os coadjuvantes soubessem que estavam participando de um filme...
Missão Madrinha de Casamento
3.2 1,7K Assista AgoraSe no Brasil o trâmite de atores e atrizes entre o cinema e a televisão na maioria das vezes não funciona bem, nos Estados Unidos tal fenômeno tem se dado de forme bem diferente. Em terras tupiniquins, atores são selecionados mais pela aparência física do que pelo talento, o que não faz tanta diferença em se tratando de televisão, deviso à baixa qualidade artística da maioria das produções. Salvo em raras exceções, os rostinhos bonitos da TV não conseguem fazer bem a transição de linguagem e acabam fazendo feio no cinema. Isso explica aquela sensação de estar assistindo a uma novela da Globo, que experimentamos em boa parte das produções de visibilidade do cinema nacional. Ainda pretendo tentar tecer aqui no blog uma análise crítica acerca do cinema nacional, mas isso é conversa para uma outra hora. Recorri a esta relação, por vezes conflituosa, entre o cinema e a televisão, para falar de Missão Madrinha de Casamento (2011), uma das comédias mais elogiadas do ano.
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Rango
3.6 1,6K Assista AgoraRango (2011) é a primeira animação dirigida por Gore Verbinski, o cineasta por trás dos três primeiros filmes da franquia Piratas do Caribe, é também o primeiro filme animado feito com a tecnologia da Industrial Light & Magic, uma das maiores companhias de efeitos especiais da atualidade. A inexperiência no ramo, tanto de Verbinski, quanto da Industrial Light & Magic, é praticamente imperceptível. Desta parceria surgiu uma das animações mais maduras em termos de linguagem e de referências dos últimos tempos. É evidente que Rango não atinge o mesmo nível de excelência alcançado nos últimos anos por algumas das animações feitas pela Pixar, como Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e Toy Story 3 (2010), contudo ele prova mais uma vez que produções do gênero podem ser ao mesmo tempo divertidas, criativas e inteligentes.
[...]
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O Homem que Mudou o Jogo
3.7 931 Assista AgoraO longa de Bennett Miller reza pela mesma cartilha que filmes como À Procura da Felicidade (2006) e Julie e Julia (2009), a fórmula usada é bem simples e praticamente invariável: o personagem central está desacreditado e sem expectativas, até que encontra uma solução para seus problemas, porém tal solução não é levada a serio por todos os amigos e familiares, no entanto eles persistem. Eles até chegam a pensar em desistir em alguns momentos, mas se mantêm firmes até que conseguem realizar os feitos que lhes tornaram notáveis. Geralmente a realização de tais feitos compensa todo o esforço e o desgaste do caminho trilhado até o topo... O Homem que Mudou o Jogo tem um roteiro linear sem tantos complicativos, sua trama é relativamente simples e ele convence facilmente boa parte do público com a ideia de que com persistência todos os sonhos podem ser realizados. É um filme redondinho, com arestas bem aparadas, cuja história é moldada de tal forma que cause mais comoção do que desconforto. Pois é, se trata de mais um filme feito nos moldes para cativar o público e a crítica e assim angariar prêmios...
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O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraA ousadia estética de O Artista foi ovacionada pela crítica especializada e por alguns cinéfilos, no entanto parte do público não entendeu a proposta, alguns mais radicais chegaram a pedir o dinheiro de volta na bilheteria do cinema após descobrirem (!) que o filme estava em um formato tido como retrógrado. Apesar de ter uma história simples e cativante, eu não creio que o filme realmente seja de fácil assimilação por parte do grande público. Certamente amantes do cinema clássico e aqueles que já estão familiarizados com filmes neste formato irão se deleitar, afinal não é sempre que vemos uma homenagem tão sincera e tão bem feita a toda uma época. Por esta perspectiva, O Artista soa como um grande obrigado, um reconhecimento tardio, a tantos nomes e carreiras que foram desfeitos em nome da inovação... Se existe um fio de melancolia na trama, ele se dá quando enxergamos no drama do personagem principal a história real de tantos artistas fenomenais cuja obra não foi capaz de sobreviver diante das imposições da indústria do entretenimento...
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Tudo pelo Poder
3.8 763 Assista AgoraAlguns filmes conseguem reproduzir pensamentos e sentimentos experimentados pela consciência coletiva em determinados momentos históricos, como tal eles são capazes de ajudar a sociedade a ver um espelho de si mesma e assim se autoanalisar com uma maior precisão. Tal fenômeno se torna ainda mais forte quando o período histórico abordado é o atual, pois, ainda que o filme não seja capaz de fornecer uma análise aprofundada e precisa, ele consegue ao menos provocar o desconforto da sociedade que se vê retratada nele. Este é o caso de Tudo Pelo Poder (2011), o quarto filme dirigido por George Clooney, cuja trama mostra o desenvolvimento de uma fictícia campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. A decepção dos americanos com o governo de Barack Obama parece ressonar por toda o desenvolvimento da história, que retrata tão bem o atual panorama de descrédito na política. Como que imitando a realidade, o roteiro do filme flui do mais ingênuo idealismo (quem não se lembra da posse de Obama?) para a mais completa descrença no jogo político.
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Stanley Kubrick: Imagens de uma Vida
4.3 78 Assista Agora[...]
Stanley Kubrick – Imagens de Uma Vida (2001) cobre toda a tragetória do cineasta, desde seu primeiro longa, Fear and Desire (1953) até De Olhos bem Fechados (1999), o último, concluido dias antes de sua morte. O documentário ainda invade a tão resguardada privacidade do cineasta, mostrando imagens de sua infância e de sua vida ao lado da esposa e das duas filhas. Jan Halen se preocupa também em explorar a gênese da genialidade de Kubrick, mostrando sua paixão pela literatura, pelo xadrez e pela música clássica e ainda seu trabalho prematuro como fotógrafo, atividade na qual descobriria o dom de manipular as imagens.
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Julie & Julia
3.6 1,1K Assista Agora[...]
Julie e Julia não é nem de longe uma obra prima e chega a ser bem clichê em alguns momentos, contudo é um filme delicioso de se assistir, isso não só pelos pratos que são preparados durante o desenvolvimento da trama (eu como vegetariano que sou não comeria nem metade deles). Meryl Streep nos brinda com mais uma excelente atuação, a voz e os trejeitos de sua personagem, que chegam a parecer caricatos, constituem uma recriação quase perfeita da verdadeira Julia Child (alguns vídeos, disponíveis no you tube, do programa que Julia apresentou na TV comprovam isso), seu desempenho extraordinário já seria mais que o suficiente para tornar o filme recomendável. Amy Adams também não faz feio, sua atuação explora muito bem o carisma de sua personagem, que se torna ainda mais cativante pela forma com que a atriz interpreta seus pequenos dramas e dilemas. A bela trilha sonora também merece destaque, mas no que se refere à parte técnica, é a montagem que nos salta os olhos, é ela que possibilita o constante diálogo entre as duas histórias contadas.
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Drive
3.9 3,5K Assista Agora[...]
Nicolas Winding Refn, que recebeu o prêmio de direção em Cannes, constrói em Drive uma narrativa partindo quase que exclusivamente da perspectiva do personagem principal (Ryan Gosling), um enigmático motorista, cuja personalidade parece refletir não aquilo que ele é, mas tão somente aquilo que ele faz, ele não tem nome, não tem passado, ele apenas dirige... Mas se engana quem aponta o personagem como desumanizado ou minimalista, pois ele é justamente o oposto disso. Não nos importa saber de onde ele veio, nem quais são suas reais motivações, o que interessa é o conflito ético que ele experimenta na história e é este aspecto que torna o filme ainda mais impressionante. Na trama, o personagem ocupa seu tempo trabalhando ora como mecânico, ora como dublê em filmes de ação e ainda como motorista condutor de assaltantes em fuga. Ele não tem uma vida social, não tem tantos relacionamentos e observa o mundo à sua volta com resignação e indiferença.
[...]
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Contágio
3.2 1,8K Assista AgoraTem filmes que tinham tudo para se tornarem obras primas, um elenco escolhido a dedo, um bom mote e um cineasta experiente no comando, no entanto em algum pontos eles acabam tropeçando e põem tudo a perder. Este é o caso de Contágio (2011), a mais nova película de Steven Soderbergh, o longa não é nem de longe um filme ruim, mas fica muito aquém da expetativa alimentada pela sua sinopse e pelos nomes envolvidos... Uma das piores sensações que acredito que possamos ter diante da tela, é a de que o filme está demorando para acabar, pois é, esta foi a sensação a qual fui acometido enquanto assistia Contágio. Eu, que acreditava já estar chegando ao desfecho da trama, tomei um baita susto quando me dei conta de que o filme ainda não estava nem na metade e ele tem menos de duas horas de duração. Eu normalmente não tenho nenhum problema com tramas que se desenrolam lentamente e este nem é o caso deste filme, que tem até um ritmo bem ágil, portanto atribuo minha reação não à uma questão de lentidão, mas ao simples fato de que em sua primeira hora de duração o filme é muito cansativo.
[...]
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A Insustentável Leveza do Ser
3.8 338 Assista AgoraToda adaptação cinematográfica pressupõe transição de linguagens, neste processo, que ocorre durante a escrita do roteiro do filme, acontece uma verdadeira edição que pode eliminar personagens, ideias e acontecimentos presentes na obra original. Por isso é tão comum ouvirmos a máxima que diz que “o livro é infinitamente melhor que o filme”. A linguagem cinematográfica, em audiovisual, possui uma capacidade inimaginável de elaborar conceitos abstratos e materializar situações diversas, no entanto fazê-lo se torna mais complicado quando os mesmos conceitos e situações já ganharam vida através da linguagem literária, que possui uma capacidade igualmente ampla de interagir com o receptor de suas mensagens e de formar em seu imaginário a idealização daquilo que é abordado no texto.
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Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista Agora[...]
Em Meia-noite em Paris Woody Allen vai além, ele presta homenagem não só a cidade que lhe empresta sua estonteante beleza, ele reverencia também uma época e alguns de seus personagens mais ilustres. No filme o cineasta constrói uma verdadeira ode aos anos 20 e a alguns dos artistas que direta ou indiretamente lhe influenciaram. Não é a primeira vez que Allen usa o realismo fantástico como ferramento de linguagem em seus roteiros, mas desta vez a fantasia é tão sublime, tão bela, que nem carece de explicações ou justificativas. Tal como o personagem principal da trama, somos convidados a embarcamos em uma viagem artística e estética na qual nos sentimos constantemente entorpecidos diante do belíssimo simulacro do real que salta aos nossos olhos. O que Woody Allen constrói é um verdadeiro diálogo entre o cinema e outras expressões artísticas como a literatura, a pintura e a música. O encontro que ele cria entre seus personagens fictícios e outros inspirados em personalidades reais seria a idealização perfeita do diálogo que temos com os artistas quando entramos em contato com suas obras.
[...]
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista Agora[...]
George Bailey (James Stewart) é o personagem central de A Felicidade Não Se Compra, desde jovem seu sonho foi fazer uma boa faculdade e viajar mundo afora colhendo experiências, ele acreditava não ter vocação para passar o resto de sua vida em uma cidade provinciana como aquela na qual nascera, no entanto no decorrer de sua vida ele vai abrindo mão de cada um de seus sonhos em favor daqueles estão à sua volta. Após a morte de seu pai ele decide cumprir a vontade do velho e assumir sua função em um pequeno banco que realiza empréstimos e financiamentos imobiliários. Seguindo os mesmos princípios do pai, George conduz o banco de uma forma que poderia ser apontada até como irresponsável, ele se preocupa mais em realizar o sonho da gente simples de sua cidade do que em enriquecer com seu negócio, ele assume um alto risco de crédito confiando apenas no caráter das pessoas para quem empresta altas quantias em dinheiro. George, através do banco, ajuda a tornar os pobres menos dependentes e a tirá-los do aluguel e isso começa a desagradar Henry F. Potter (Lionel Barrymore), um desonesto banqueiro e locatário de imóveis, que praticamente domina a economia da cidade.
[...]
Texto completo disponível em:
O Silêncio de Melinda
3.7 507[...]
O silêncio pode ser por vezes a pior postura diante de uma situação que nos traumatiza e provoca intensa dor... Pode parecer clichê de livro de autoajuda, mas a verdade é que se abrir e desabafar com alguém alivia o peso que tal tipo de situação exerce sobre nós. Melinda no entanto prefere se fechar para o mundo, a dor que ela sente é tão intensa que ela se torna introspectiva e inexpressiva, sua solidão e melancolia aumentam à medida que ela percebe que seu silêncio e sua angústia já não são sentidos por mais ninguém. Ao seu modo de ver, pouco adiantaria se ela se pusesse a chorar ou se gritasse até esgotar suas forças, pois provavelmente ela não seria ouvida, todos à sua volta tinham se tornado egoístas demais para se compadecerem de seu sofrimento.
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Roma, Cidade Aberta
4.3 119 Assista AgoraO lançamento de Roma, Cidade Aberta em 1945 é considerado o marco inicial do neorrealismo italiano. Este movimento cinematográfico, que está diretamente ligado ao contexto político e econômico da Itália do pós-guerra, serviu de contraponto ao estilo de filmes que era produzido no país durante o governo fascista de Mussolini. Por mais de duas décadas toda a produção cultural do país esteve submissa à estética romântica e positivista imposta pelo regime, os filmes rodados neste período camuflava a realidade dura experimentada pela população e buscava reforçar a influência e o domínio fascista. Ao contrário destes, os neorrealistas não estavam interessados em esconder a real situação do país, pelo contrário, o propósito deles era captar a angústia, a miséria e a dor vivenciada pela parcela mais pobre e oprimida da população.
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A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraTerrence Malick conseguiu realizar um filme que simplesmente beira a perfeição, ele é arte e filosofia da primeira á última sequência. A maestria do diretor fez com que o risco de que o filme se tornassem um panfletário religioso fosse definitivamente eliminado. Ao assistir ao filme percebe-se que em nenhum momento ele estará tentando “vender” uma determinada verdade, acerca dos temas que aborda, ele se torna desta forma similar a um livro de filosofia, cujo o interesse é mais provocar a reflexão acerca de determinado assunto do que apontar respostas definitivas. Para mim, assistir A Árvore da Vida foi uma experiência única e maravilhosa, que tentarei repetir em pouco tempo, antes que ela comece a se apagar de minha mente, no entanto não sei se posso indicar o filme para todos sem restrições. Apesar de não ser um filme de tão difícil compreensão, ele será melhor apreciado por aqueles que já estiverem familiarizados com o tipo de questionamento por ele levantado, creio que isso explique o porquê de ter ocorrido uma evasão maciça do público no meio da projeção, em diversas salas onde o filme foi exibido. Recomendo para tenha sensibilidade para apreciar uma verdadeira obra de arte!
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Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista Agora[...]
Ainda não sei explicar a má recepção de Ilha do Medo (2010) por boa parte do público e da crítica. O filme parece ter simplesmente passado batido, sem grandes efeitos, até mesmo por aqueles que consideram Martin Scorsese um dos maiores cineastas em atividade. Antes de assistir ao filme, eu cheguei a ler uma resenha que apontava a “falta de intimidade do diretor com o gênero suspense” como a culpada pelo seu aparente insucesso, esta é uma constatação um tanto equivocada, em primeiro lugar porque afirmar isso é negar a existência de Cabo do Medo (1991), na minha opinião um dos melhores filmes de Scorsese e um clássico do gênero, segundo porque rotular Ilha do Medo tão somente como suspense é simplesmente reduzi-lo à apenas uma das vertentes narrativas pelas quais ele transita. A trama mescla elementos de filmes de guerra, policial, noir, drama e suspense psicológico e o resultado é uma obra de inegável qualidade, que consegue nos prender e nos surpreender de uma forma arrebatadora.
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Alphaville
3.9 177 Assista Agora[...]
Alphaville materializa em seu roteiro o temor experimentado pela consciência coletiva nos anos 60. Direta ou indiretamente, ele explora o medo da ameaça de uma guerra nuclear e a tensão constante do mundo bipolarizado. Como artista que é, Godard aponta para a poética como o elemento salvador tanto do indivíduo quanto da sociedade. De acordo esta visão, capitalismo e socialismo seriam nada mais que dois lados de uma mesma moeda, uma vez que ambos representavam, mesmo que de forma distinta, o controle exercido pela sociedade sobre o indivíduo. Na realidade paralela criada no filme, a sociedade é controlada por um super computador, o Alpha 60, que usa o raciocínio lógico para reprimir qualquer manifestação de sentimento ou humanidade e punir aqueles que subvertem as normas por ele impostas. O controle social alegorizado no filme mescla a selvageria destruidora do capitalismo ao dogmatismo comunista.
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Submarine
4.0 1,6K(...)
Certamente não é um filme que agradará a todos, mas é uma grande pedida para quem está com os olhares atentos para a produção atual do cinema indie. Os atrativos são os mesmos presentes em outros filmes similares como Ghost Word (2001) e A Pequena Miss Sunshine (2006), e incluem personagens caricatos, dotados tanto de vícios quanto de virtudes, histórias não convencionais e uma pequena dose de experimentalismos. Creio que a maior vantagem deste tipo de filme seja a de que eles já nascem desprovidos da pretensão de agradar a todo mundo, o que dá maior liberdade de criação aos seus realizadores e ao elenco. De fato a despretensão é um dos trunfos de Submarine, que se apresenta como nada mais que um filme sobre descobertas e desventuras da adolescência, mas que consegue ir muito além de tudo isso, não pelos temas em que toca, mas pela forma com que os aborda.
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A Origem
4.4 5,9K Assista Agora[...]
Assisti A Origem pela primeira vez no último sábado, (15/01), o filme talvez tenha me causado a mesma reação que 2001 causou nas platéias na ocasião de seu lançamento. Eu fiquei perplexo, e a complexidade da construção da trama me deixou uma certeza, eu precisava rever o filme novamente o mais rápido possível e não conseguiria esperar muito tempo. Eu precisava buscar mais respostas e tentar perceber o que não tinha notado antes. Já tinha então varias teorias sobre o final e o decorrer da história no filme, e ontem mesmo, (16/01) decidi coloca-las mais uma vez à prova. Ao contrário dos diversos blogs que comentaram o filme, eu não pretendo registrar aqui uma de minha interpretações, nem tentar convencer ninguém de que a minha visão é a mais coerente. Vou me ater a fazer uma breve sinopse e dar algumas dicas.
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Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraÉ inexplicável a reação de estar diante de uma verdadeira obra de arte e sendo assim seria uma tarefa árdua tentar convencer do contrário qualquer um que tenha apontado Melancolia (2011) como um filme chato e carente de um bom roteiro. Ele foi pra mim precisamente o oposto disso. Se trata de mais um exemplar daquele tipo raro de produção, que subverte totalmente a ideia de que o cinema serviria tão somente como bom entretenimento. Os desavisados que esperavam do longa uma boa história sofre catástrofes naturais certamente saíram do cinema amargando uma baita decepção. Lars von Trier consegue se superar e me surpreender a cada filme, eu, que considerei Anticristo (2009) uma espécie de ápice criativo, fiquei boquiaberto da primeira à última sequência de Melancolia. Se seu filme anterior evocava o asco ao expor sem atenuantes o mais brutal da natureza humana, neste ele reproduz de forma quase palpável a mais profunda angústia existencial, condição que ele mesmo experimentou nos últimos anos.
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Capitães de Abril
3.7 13Assisti pela primeira vez no Cine Internacional na TV Cultura, depois consegui encontrá-lo e revê-lo... pode ter alguns clichês, mas é um grande filme e retrata de forma belíssima a "revolução"...
Hora de Voltar
3.9 400 Assista AgoraOuvir uma música pela primeira vez. Voltar à cidade onde cresceu. Enterrar um porquinho da índia de estimação. Fazer algo que nunca fez antes. Estar em uma sala de espera de um consultório. Não saber nadar. Sentir saudades. Ter uma ideia original e ficar rico. Não saber o que fazer da vida. Encarar a culpa. Uma conversa na beira da lareira. Tomar conta de um abismo infinito. Dar um abraço protetor na pessoa amada. Ir a uma pedreira. Descobrir o sentido da vida. Simplesmente gritar... A banalidade da existência se torna fascinante pelo simples fato de estarmos perto de quem gostamos, Hora de Voltar (2011), a estreia de Zach Braff como diretor, é sobre isso. É sobre amor, sobre amizade e sobre perdão, principalmente sobre perdoar a si mesmo. Esta foi a terceira vez que assisti ao filme e o efeito dele sobre mim continuou o mesmo. Eu não tinha tido um dia legal quando o assisti pela primeira vez, mas de uma forma quase mágica ele me fez, não esquecer, mas olhar com outros olhos para tudo que eu estava vivendo. Não por acaso, eu não estava em um dos meus melhores momentos quando decidi o rever nas duas outras vezes.
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A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraMinha interpretação do filme (que difere em parte daquela adotada pela crítica especializada):
Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão …
3.4 1,2K Assista AgoraO mais curioso do filme é que a maioria daqueles que o assistiram desconsideraram que as cenas foram gravadas sem que os coadjuvantes soubessem que estavam participando de um filme...