Felizmente os pinschers da internet, seguidores desse moleque que tá sujando a cadeira da presidência do Brasil, não ditam bosta nenhuma. Salas cheias pra prestigiar essa obra. Tive que procurar diversos cinemas pra conseguir assistir... felizmente consegui, ainda que num assento péssimo, o que me fará ir assistir de novo... e vou levar gente comigo. rs
Queria ter gostado muito mais, mas infelizmente não consegui.
A meu ver, essa é mais uma produção Globoplay que, embora idealizada no formato série pra plataforma (e, por isso, presume-se que goza de maior liberdade artística), parece não ter conseguido evitar de se socorrer ao formato de telenovela e até mesmo de séries feitas para o grande público da Rede Globo.
Onde Está Meu Coração tinha tudo para marcar: um elenco estelar que, em boa parte, entregou uma excelente atuação mesmo, uma fotografia que não deixa nada a desejar a séries aclamadas internacionalmente, e, sobretudo, uma história central que poderia arrebatar a sua audiência.
Os problemas na condução do plot principal pra mim foram vários. Havia muitas formas de se contar o drama de alguém como Amanda que cai pro mundo das drogas; havia muitas formas de se tratar sobre a dependência química, mas parece que diante de tantas possibilidades, o roteiro pretendeu ser ousado sem saber como se sustentar. Antes tivesse preferido o feijão com arroz do que a feijoada indigesta. Já dizia o outro... better play safe than sorry.
Um dos pontos mais esdrúxulos pra mim foi a questão dos plots paralelos, em especial o das personagens Júlia e Vivian. A primeira, vivida de forma questionável pela Manu Morelli, que ora parecia querer o bem da irmã sendo inclusive capaz de impedi-la efetivamente de recair mais uma vez, ora parecia uma jovem crente moderninha do movimento resolvi esperar deslumbrada, ora parecia ter uma obsessão e inveja irrepreensíveis de Amanda (roubou o anel que a avó deu, quis roubar o namorado e confessou que roubava suas roupas na infância). A cena dela com o cunhado foi tão desnecessária e vomitada que foi impossível não sentir vergonha alheia. O roteiro deu muito, mas não explicou nada. Tudo pareceu gratuito, e, pior, inconsistente. Já a Vivian parece que entrou na série com o único intuito de irritar o espectador... mas a sua personagem também peca pela inconsistência: entra na série como empoderada, dona de si, sabendo o que quer; depois se transforma numa versão caricata de vilã de malhação, emocionalmente imatura e irracional. Se a ideia era justamente essa, então ela foi (no mínimo) mal executada.
A trilha sonora me incomodou em boa parte, não pela escolha das músicas, incrivelmente boas, mas porque simplesmente não casavam com as cenas, e às vezes pareciam existir com o único fim de romantizar a questão das drogas.
Por fim, e o que mais me incomodou, foi o tom exageradamente didático com o qual a série tentou abordar a questão da dependência química. Alguns episódios (em especial os do começo da temporada) guardavam pra si uma forte energia daquelas novelas do Manoel Carlos que encerravam cada capítulo com o depoimento de alguém. Não tenho problema nenhum se esse era o objetivo da série, mas da metade da temporada pro final, essa característica se perdeu pra dar espaço à superação quase imediata da protagonista que se elevou ao posto de barbie salvadora e trouxe ao público estatísticas gerais extraídas da Wikipédia sobre as drogas com frases de efeito rasas nunca antes levantadas na série e também jamais aprofundadas no episódio final, como que a forma do combate a esse problema, de saúde pública, tem se mostrado ineficaz. Oh really? O episódio final, que poderia salvar um pouco dessa loucura/confusão do roteiro, preferiu dar espaço ao aparecimento de um bebê na porta da casa da protagonista, como se isso fosse essencial para sua real motivação para sobriedade.
Definitivamente uma série irreal (e de certo modo até irresponsável) sobre drogas. E não porque simplesmente retratou o drama da dependência química numa família de classe média alta, mas porque se acovardou quando poderia ter dado espaço em seu roteiro para críticas de fato pertinentes sobre o assunto a partir dessa perspectiva privilegiada da pessoa que está viciada e daqueles que lhe são próximos. Antes a série tivesse preferido flertar menos com tantas complexidades e se atentasse melhor à sua protagonista. Talvez o feijão com arroz aí teria sido mais gostoso.
Quando o assunto é minissérie, não tem pra ninguém. HBO mais uma vez ensinando como se faz. Teve um número de episódios na medida certa, com cliffhanger atrás de cliffhanger e com um final avassalador, grandioso, chocante.
Kate Winslet e Julianne Nicholson simplesmente impecáveis. E eu preciso de um spin-off da Helen, vivida de forma tão maravilhosa pelo patrimônio que é Jean Smart.
Vai rapar os prêmios da próxima temporada de premiação se esse mundo for minimamente justo.
Eu precisava daquele final e não sabia. Horroroso? Sim, mas nem perto do horror que as mulheres de Gilead sofrem nas mãos dos "Comandantes". Dito isso, achei foi pouco.
Não condeno quem assiste a filmes/séries esperando uma "lição de moral" no fim, uma mensagem didática à sociedade, um aceno de esperança. Mas eu, particularmente, ando tendo a mais completa aversão à obras que se dedicam a passar uma "mensagem", especialmente considerando o momento da história em que estamos.
Druk (Another Round) se tornou um dos meus favoritos porque ele é, como já citaram abaixo, extremamente humano. É tão humano que dói. É um filme que claramente se preocupa em ser humano, em apontar como o ser humano é falho, e o roteiro dá muitas "dicas" de que essa é a sua preocupação, como quando da cena do exame do Sebastian em que ele reproduz o conceito de ansiedade. Pra mim, ele me ganhou em falar sobre anti heróis e dispensar a moral pra tratar de um assunto tão delicado como alcoolismo. Não é o tipo de filme pra se passar pra uma turma de ensino médio, nem (óbvio) pra estampar uma campanha contra o consumo de álcool. Ao mesmo tempo, pra quem se atentou ao longa, ele mostra de forma extremamente fria (e quase cruel) como o consumo exagerado do álcool destrói relações e pessoas, mas faz isso sem nenhum pudor.
Por fim, só uma nota de rodapé mesmo, é importante destacar que o filme se passa na Dinamarca, é bem nacionalista (mostrando hinos, costumes e a vivência local) e o alcoolismo pra eles é tido/vivido de uma forma completamente diferente da nossa, considerando o contexto sócio-cultural que é separado por um abismo do nosso como sociedade brasileira.
Com bols*min*on e só atacando um livro de história no meio da cara e metendo uma vacina pra virar jacaré logo em seguida pra, QUEM SABE, tomar um pouco de vergonha na cara e ver se cria caráter.
Vamos de cinco estrelas pra melhorar a avaliação do filme que esse bando de doente tá se dando ao trabalho de avaliar mal sem sequer ter assistido.
Foi uma novela extremamente brasileira, homenageando as nossas características, as nossas raízes, aquilo de mais precioso que temos para nos orgulhar. Trouxe Gonzaguinha, Bethânia, Gal e encerrou com uma passagem de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. O que a vida quer da gente é coragem. Num momento tão doloroso da nossa História, uma novela lindamente dolorida, passou esperança e orgulho (de novo) em ser brasileiro em um momento em que ser brasileiro traz tanta tristeza.
Não consigo ser crítico com Amor de Mãe... e vou compartilhar (um pouco do) por quê.
O primeiro é a conexão emocional que tive com a novela. Depois de A Favorita (2008), eu nunca mais acompanhei novela alguma do início ao fim. Mesmo novelas espíritas que eu gosto demais (Além do Tempo e Espelho da Vida), eu pulava cenas, perdi episódios e acompanhava apenas quando podia, com pouco ou nenhum acesso ao Globo Play. Avenida Brasil, outro fenômeno, só conseguia assistir as cenas do núcleo principal, o resto era praticamente intragável pra mim. Com Amor de Mãe, foi diferente. Eu não só assistia aos capítulos inteiros, como também, em outros momentos, os deixava de fundo reprisando, como uma comfort series mesmo. Essa novela marcou um ano que pessoalmente foi muito bom, que foi 2019, e atravessou 2020 comigo também, principalmente com a sua pausa. Retornou cheia de decisões questionáveis, em 2021, demonstrando que assim como para todos nós, as coisas eram melhores antes da pandemia (e aqui faço a referência à citação acertadíssima de Chico Barney a respeito da análise dessa 'segunda temporada' da novela).
O segundo ponto, e esse se deve em boa parte à impecável Lourdes de Regina Cazé, é o elenco. Que delícia estar com eles todos os dias. A união do elenco estelar onde todos pareciam despidos de ego e vaidade, tão perceptível em parte de outros elencos, passava da tela e te abraçava. Me sentia em casa. Cara, em algumas cenas, dado o terceiro ponto que já insiro aqui, que é a trilha sonora, me fazia quase sentir cheiros da infância. A abertura com cenas maternais, absolutamente familiares, arrebatadas pelo imortal Gonzaguinha, emocionavam sempre, especialmente aos finais do capítulo, em homenagem à mãe de alguém dessa obra. Todos pareciam tão à vontade e felizes em cena, que era impossível eu não me sentir exatamente assim assistindo à novela.
A criação do Irandhir Santos do seu Álvaro, em clara referência a certo político, foi certeira. A Lídia de Malu Galli, que era uma versão carioca e melhorada de Renata Klein, de Big Little Lies, maravilhosa e tão relatable, especialmente pelo exagero de bebida alcóolica na pandemia. O querido Sandro de Humberto Carrão, que é um personagem tão raro de se assistir (e torcer para) em uma novela das nove. Mesmo personagens que poderiam ter aparecido ainda mais durante toda a novela, mas que davam um tom ótimo pra narrativa, como Firula, Dayse, Penha e Leila Gratiluz... um texto (especialmente na primeira parte) sutil, mas extremamente cirúrgico.
Por essas e outras, eu não consigo analisar Amor de Mãe de forma fria e tão crítica.... por tudo o que me proporcionou, os leves surtos (como a absurda cena da Vitória abrindo a porta do carro àquele cara e indo com ele pro meio do mato até a Betina entre a vida e a morte numa UTI, mas com as unhas recém-saídas de uma manicure) foram a preços muito baixos que eu tive que pagar. Além disso, é sempre importante frisar que Amor de Mãe é um evento que raramente acontece na faixa nobre da televisão brasileira, já que estamos acostumados a ver vez sim e vez também textos extremamente doídos de incoerentes e mesmo quando o autor tenta inovar, como no caso de Babilônia, o público rechaça de tal maneira que a Globo intervém e traz o texto pro mais do mesmo. Amor de Mãe passou por todos os obstáculos naturalmente inerentes à sua narrativa e também pelos de fortuito externo (pandemia) com a cabeça erguida e uma direção de Zé Villamarim imune à críticas. Passou ilesa? Claro que não. Mas de cabeça erguida, mantendo o seu core intacto e ainda nos fazendo chorar de emoção ao som de Bethânia e Gal Costa.
Já citei a trilha sonora?
E ao contrário do que grande parte acha, eu vi comédia na novela, um humor inteligentíssimo, como quando a Estela, com uma arma apontada na sua cara, e disse ao algoz: "Na cara não, Belizário".
Foi uma novela extremamente brasileira, homenageando as nossas características, as nossas raízes, aquilo de mais precioso que temos para nos orgulhar. Trouxe Gonzaguinha, Bethânia, Gal e encerrou com uma passagem de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. O que a vida quer da gente é coragem. Num momento tão doloroso da nossa História, uma novela lindamente dolorida, passou esperança e orgulho (de novo) em ser brasileiro em um momento em que ser brasileiro traz tanta tristeza.
Enfim, pra mim é 10/10, minha novela favorita. Podia ter mais, podia ser ainda maior, mas foi exatamente o que eu precisava e queria. Vou guardar no coração.
Tenso durante boa parte de sua duração, definitivamente pesado e com uma atuação de Vanessa Kirby que hipnotiza, mas não me parece um filme que vou lembrar daqui alguns meses.
Um detalhe é o Shia interpretando... ele mesmo? Chatíssimo, projetinho de sad boy e intragável. Assim que ele saiu de cena, o filme se tornou mais digerível pra mim.
Alguns dos comentários rasos dessa seção, embora lamentáveis, não surpreendem. Apenas justificam um pouco do que vivemos como nação brasileira. Petra diz algo como "democracia baseada no esquecimento" no meio do documentário... e é isso. Boa parte do brasileiro não só não faz ideia da Historia do próprio país, como, baseado em erros crassos de pensamento e comportamento social (comemorar impeachment soltando rojão numa das principais avenidas do Brasil? não existe limite pro cafona?), tenta desacreditar a História de forma rasteira. É incrível que um bando de ratos saudando a família (entre criminosos, como torturadores) ao votar por impeachment cujo processo tem em sua autoria uma figura animal e claramente desequilibrada, inadmissivelmente solta em sociedade, muitos envolvidos diretamente com escândalo de corrupção, ainda sejam o reflexo mais puro e honesto de boa parte dos brasileiros. "É preciso um acordo nacional, com o Supremo, com tudo"... tudo tão na cara. Tudo tão VOMITADO. E milhares de brasileiros copófragas se alimentam disso em pleno 2020 - quase 21 -, de cabresto, entoando de forma disciplinada e obediente o discurso que uma elite minúscula determina que deve ser entoado, não só sem se questionar ou duvidar por um segundo ser mera massa de manobra, mas ainda com orgulho da própria burrice irresponsável. É o fim.
Pra mim a grande e grata surpresa é Reese. Depois das duas principais séries dela em pouco tempo (Big Little Lies e Little Fires Everywhere) em que ela interpreta praticamente a mesma personagem - e o faz muito bem -, vê-la sair totalmente da sua zona de conforto e dar vida a uma personagem que tinha tudo pra ser enjoada e chata, tornando ela cheia de camadas e complexidade, deu gosto de ver! A série é uma preciosidade... um pouco lenta no início, mas logo fiquei viciado e maratonei de uma só vez.
Desde os meus 17 anos, nunca que pensei que seria possível acompanhar uma novela em horário vespertino, muito menos Malhação. E não era como se eu quisesse. Pra mim, a novelinha teen tinha morrido com a saída do Cabeção, e depois só me parecia uma tradição na programação da Globo que não tinha nada melhor pra passar no horário. Sem contar que depois que você assiste a produções internacionais sobre adolescentes (vai de The O.C. a Euphoria), é muito difícil engolir uma novelinha água com açúcar que passa por um ano e pouco no ar, com episódios de 30 minutos focados exclusivamente em triângulos amorosos e uma comédia de tom duvidoso.
Me surpreendi quando parei, um dia, pra ver um capítulo dessa Malhação, especialmente em uma cena da Benedita, interpretada de maneira magistral pela Daphne Bozaski. Desde então, sempre tive curiosidade por essa Malhação, e aumentou ainda mais quando soube que ganhou o Emmy.
Agora, na quarentena, parei pra ver à tarde e, quando me dei conta, estava correndo pra Globo Play pra ver na íntegra, porque não conseguia esperar pelo capítulo seguinte. Passei pelo menos dois finais de semana inteiros maratonando Viva a Diferença. Que experiência! Mesmo com as restrições do horário e do público alvo, essa edição de Malhação desafiou o status quo, o conservadorismo (um monstro com força total em 2018), e trouxe, de forma inovada e corajosa, a realidade de muitos jovens do Brasil. A ousadia me deixou perplexo. Trouxe à mesa discussões importantíssimas, que vão desde a gravidez na adolescência até o ensino público no país, passando por homofobia, racismo, injustiça social e fake news. E principalmente fake news e o ódio que circula nas redes sociais. Alguns capítulos chegavam a ser cinematográficos, dando de 10 a 0 em muita produção enlatada. O roteiro foi realmente ousado, me chocou com a fotografia impecável, a trilha sonora magistral e até mesmo com algumas cenas que eu jamais pensei que veria nesse horário.
Às vezes a gente menospreza um produto nacional só por ser brasileiro... ou por ser da TV aberta... mas bastou UMA chance pra eu me apaixonar por essa história. Sem vergonha alguma, confesso que chorei algumas vezes assistindo. E não foram poucas. Pra mim, as cenas da Bene falando sobre a sua característica ao pai, a Tina discutindo com a mãe e a redenção da Dona Mitsuko, a Helen conseguindo justiça para o pai, a Keyla enfrentando a sua própria realidade e se divindo em mil pra dar conta de tudo e a Lica sendo agredida pelo pai são algumas que encheram os olhos de água. Se tornou um dos meus programas favoritos e certamente vou rever um ou outro episódio de vez em quando. Agora aguardo ansioso pela série, que vai explorar as garotas do vagão na fase adulta, e o trailer já arrepiou.
Incrível demais. Cinco estrelas sem precisar pensar duas vezes.
O primeiro ponto especial da série é o seu elenco, que chama a atenção desde o primeiro episódio. Embora a Kerry e a Reese sejam, pra variar, excelentes no que se propõe a fazer, aqui são as crianças que roubam a cena, especialmente a Lexi Underwood e a Jade Pettyjohn e as atrizes que interpretam Elena e Mia na juventude.
Agora, como li o livro primeiro, vou compartilhar as minhas impressões.
A primeira coisa que senti foi o aprofundamento dos personagens e de seus respectivos backgrounds, que é uma coisa no livro que foca exclusivamente na Mia. Em paralelo, é de saltar os olhos que, na série, os personagens quase que sem exceção sofrem de uma demonização, por vezes absurda.
Se no começo da temporada você torce o nariz e quase chega a detestar a Mia de Kerry Washington, que, no livro, é completamente mais pés no chão e menos emocional, no final você já começa a torcer pra Elena da Witherspoon se dar mal, já que suas atitudes beiram o vilanesco digno de uma novela das seis. Acho que o que dá consistência à personagem e não a faz cair no caricato é exatamente como a série cria um background pra Elena - que no livro é pouco (ênfase no 'POUCO') explorado - e usa da perfeição da atuação da Reese que se sente em casa nesse tipo de personagem (não, qualquer comparação com a Madeline em Big Little Lies NÃO é mera coincidência).
Nesse caso, a Kerry me parece muito mais versátil como atriz. Com exceção de suas caras, bocas e outros trejeitos corporais que são sua marca registrada, não há nada em Washington que te remeta à imponente Olivia Pope. A Mia da Kerry é muito mais vulnerável.
As crianças foram conduzidas quase que fielmente ao livro, com exceção da Pearl, que na obra literária me parece muito mais subalterna à mãe e muito mais compreensiva (de um jeito quase inatural). Por vezes, no livro, senti falta da Pearl da Lexi Underwood, que se rebela e age mais naturalmente.
Em paralelo, existe a questão racial que no livro também me parece mais suave do que na série, que é escancarada. Na verdade, acho ambas as abordagens boas e não vejo problema algum com elas. Especialmente no núcleo secundário - Bebe, May Ling e Linda - a fidelização à obra original é incontestável (não 100%, mas é exponencialmente mais que no núcleo principal).
Por fim, vou falar o que mais me incomodou. É verdade que é uma obra baseada num livro, que não tem como ser 100% fiel (embora aqui a série parece não se importar nem minimamente com a fidelização - e tudo bem com isso), e todos os "problemas" inerentes à adaptações. O problema pra mim (e tudo se concentra nos 30 minutos finais do último episódio) é que, de repente, uma série que parecia sã até então, joga tudo pro alto e decide apelar para o absurdo. Não existe ninguém capaz de me colocar na cabeça que é minimamente viável que três irmãos se unam pra atear fogo na casa de forma tranquila (apesar de ter havido pequenos surtos em todos os lugares - rs - desculpem o trocadilho infame), mas basicamente foi um olhar pra cara do outro que, do nada, DO NADA, decidem romper com a realidade e atear fogo, quase que numa metáfora gratuita ao recomeço, ao basta que eles precisavam dar. A série não mostrou essa curva de ascensão da personalidade dos personagens, com claro enfoque no Trip, por exemplo, que, pela lógica da construção do personagem, jamais participaria daquilo ativamente.
No livro, é a Izzy que ateia o fogo e ela não é impedida nem auxiliada por ninguém. Nisso, em comparação, o livro parece fazer muito mais sentido.
A cena da família perfeita em colapso parece ter sido feita às pressas, pareceu inatural, pareceu novelesco demais.
No entanto, a série se recupera nos minutos finais e fecha muito bem, tão bem que você não se arrepende nem por um instante de ter acompanhado.
Por (tudo) isso, acho que aqui se esta diante de um caso em que o livro e o filme se completam. Ambos não são perfeitos em suas narrativas de forma isolada, parecendo que dependem um do outro. Na verdade, se eu tivesse que escolher, acho que escolheria a série, só pela construção dos personagens e pelas reações mais humanas e naturais. O livro embora excelente também, tem um final mais coerente e, a meu ver, se sobressai em relação à série, mas é mais nesse ponto.
A nota do filme no Filmow é rídicula e baseada em opiniões controversas.
Por pouco desisto de assistir no cinema justamente pelo que li por aqui... ainda bem que já são anos de Filmow e tô acostumado com os exageros infundados da galera daqui. O filme é muito bom e a sua duração, pelo menos pra mim, não foi um problema. Pelo contrário: nem vi passar.
O elenco e a fotografia são os pontos altos... e embora seja uma adaptação (com todos os problemas intrínsecos a esse fato que já são esperados), achei muito boa: eu me senti envolto nos dramas das personagens e Nicole Kidman, pra variar, me emocionou. Gostei muito da forma como John Crowley brinca com a linearidade. Aqui, pra mim, funciona muitissimo bem.
Tão atual. Destaque, inclusive, pro Fernando Eiras fazendo o militar no início do filme. Me lembrou até um ser ignóbil aí muito em voga e infelizmente no comando do país.
É bom, mas terminou com uma sensação de inacabado. Saí da sala literalmente com esse sentimento, como se fosse continuar, se estender. Poderia ter se aprofundado mais. Apesar de ricos participantes e relatos interessantíssimos, acho que o doc tentou abordar muitos pontos, muitos momentos, e acabou deixando tudo bastante superficial. Em todo caso, ainda muito necessário.
Um filme de 1h30m de duração mas que pareceu interminável. Vale a pena (?) pela fotografia e pela trilha sonora, porque todo o resto não funciona. Definitivamente não é um filme gay. Se eu tivesse que dizer que público esse filme pretende representar acho que seria g0ys... e o pior é que tô falando sério.
A forma como o longa fala sobre "não se importar com o rótulo" chega a ser um desserviço. Eu pensei que fossem passar uma mensagem mais madura por tudo o que a crítica falou dessa coisa, mas não. Era isso mesmo.
Eu gostei de todos os filmes da franquia The Conjuring até aqui. Até A Freira, que tinha potencial pra deixar todo mundo sem dormir por uma semana mas que se resumiu àqueles sustinhos e ainda serviu de abertura pra essa ideia SEM SENTIDO de meter comédia em filme de terror, eu curti. Com ressalvas, mas curti. Agora, nesse Annabelle, a vontade de comunicar o Ministério Público pra instaurar uma ação contra essa porcaria por danos morais coletivos é quase que incontrolável. Pareceu durar mais que todos os Senhor dos Aneis e só piorava. O final foi um alívio.
Nada nesse filme funcionou, a meu ver. PRIMEIRO: ninguém pode entrar naquele caralho de sala, certo? Eles sempre mencionaram isso e isso foi, inclusive, pilar da premissa desse filme. Aí no final ela leva a menina lá dentro só pra falar meia dúzia de frases motivadoras? Quê? E não venham com "mas por que você tá esperando tanta coerência de um filme de terror?", porque os filmes da franquia tendem a ser fieis a sua própria mitologia, mas aqui parece que simplesmente se esquecem de tudo; SEGUNDO: quem realmente vai num cinema e paga pra ver um filme de terror pra ver alívio cômico? Isso já aconteceu na Freira e aqui é quase que parte da sinopse do filme. Quebra todo o pouco clima que esse Annabelle agoniza pra construir; e TERCEIRO: jura por deus que alguém achou uma boa ideia botar um lobisomem no meio do filme? o Thor, cachorro da Gracyanne Barbosa, daria mais medo. E o pior é que corri pra ver aquela novela de xmen da Record e os efeitos pareciam melhores que esse lobisomem e aquele diabo que pegou a filha dos Warren na sala de artefatos.
Sim, só tenho o que reclamar desse filme mesmo.
1,5 estrela por conta do trio Patrick Wilson, Vera Farmiga e McKenna Grace.
Homeland: Segurança Nacional (8ª Temporada)
4.4 106Essas séries de hoje em dia, todas num geral, precisam ter aula com Homeland sobre como iniciar e como encerrar uma história. A maior que temos.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraFelizmente os pinschers da internet, seguidores desse moleque que tá sujando a cadeira da presidência do Brasil, não ditam bosta nenhuma. Salas cheias pra prestigiar essa obra. Tive que procurar diversos cinemas pra conseguir assistir... felizmente consegui, ainda que num assento péssimo, o que me fará ir assistir de novo... e vou levar gente comigo. rs
Onde Está Meu Coração
4.1 112It's better play safe than sorry.
Queria ter gostado muito mais, mas infelizmente não consegui.
A meu ver, essa é mais uma produção Globoplay que, embora idealizada no formato série pra plataforma (e, por isso, presume-se que goza de maior liberdade artística), parece não ter conseguido evitar de se socorrer ao formato de telenovela e até mesmo de séries feitas para o grande público da Rede Globo.
Onde Está Meu Coração tinha tudo para marcar: um elenco estelar que, em boa parte, entregou uma excelente atuação mesmo, uma fotografia que não deixa nada a desejar a séries aclamadas internacionalmente, e, sobretudo, uma história central que poderia arrebatar a sua audiência.
Os problemas na condução do plot principal pra mim foram vários. Havia muitas formas de se contar o drama de alguém como Amanda que cai pro mundo das drogas; havia muitas formas de se tratar sobre a dependência química, mas parece que diante de tantas possibilidades, o roteiro pretendeu ser ousado sem saber como se sustentar. Antes tivesse preferido o feijão com arroz do que a feijoada indigesta. Já dizia o outro... better play safe than sorry.
Um dos pontos mais esdrúxulos pra mim foi a questão dos plots paralelos, em especial o das personagens Júlia e Vivian. A primeira, vivida de forma questionável pela Manu Morelli, que ora parecia querer o bem da irmã sendo inclusive capaz de impedi-la efetivamente de recair mais uma vez, ora parecia uma jovem crente moderninha do movimento resolvi esperar deslumbrada, ora parecia ter uma obsessão e inveja irrepreensíveis de Amanda (roubou o anel que a avó deu, quis roubar o namorado e confessou que roubava suas roupas na infância). A cena dela com o cunhado foi tão desnecessária e vomitada que foi impossível não sentir vergonha alheia. O roteiro deu muito, mas não explicou nada. Tudo pareceu gratuito, e, pior, inconsistente. Já a Vivian parece que entrou na série com o único intuito de irritar o espectador... mas a sua personagem também peca pela inconsistência: entra na série como empoderada, dona de si, sabendo o que quer; depois se transforma numa versão caricata de vilã de malhação, emocionalmente imatura e irracional. Se a ideia era justamente essa, então ela foi (no mínimo) mal executada.
A trilha sonora me incomodou em boa parte, não pela escolha das músicas, incrivelmente boas, mas porque simplesmente não casavam com as cenas, e às vezes pareciam existir com o único fim de romantizar a questão das drogas.
Por fim, e o que mais me incomodou, foi o tom exageradamente didático com o qual a série tentou abordar a questão da dependência química. Alguns episódios (em especial os do começo da temporada) guardavam pra si uma forte energia daquelas novelas do Manoel Carlos que encerravam cada capítulo com o depoimento de alguém. Não tenho problema nenhum se esse era o objetivo da série, mas da metade da temporada pro final, essa característica se perdeu pra dar espaço à superação quase imediata da protagonista que se elevou ao posto de barbie salvadora e trouxe ao público estatísticas gerais extraídas da Wikipédia sobre as drogas com frases de efeito rasas nunca antes levantadas na série e também jamais aprofundadas no episódio final, como que a forma do combate a esse problema, de saúde pública, tem se mostrado ineficaz. Oh really? O episódio final, que poderia salvar um pouco dessa loucura/confusão do roteiro, preferiu dar espaço ao aparecimento de um bebê na porta da casa da protagonista, como se isso fosse essencial para sua real motivação para sobriedade.
Definitivamente uma série irreal (e de certo modo até irresponsável) sobre drogas. E não porque simplesmente retratou o drama da dependência química numa família de classe média alta, mas porque se acovardou quando poderia ter dado espaço em seu roteiro para críticas de fato pertinentes sobre o assunto a partir dessa perspectiva privilegiada da pessoa que está viciada e daqueles que lhe são próximos. Antes a série tivesse preferido flertar menos com tantas complexidades e se atentasse melhor à sua protagonista. Talvez o feijão com arroz aí teria sido mais gostoso.
Uma pena.
Mare of Easttown
4.4 655 Assista AgoraQuando o assunto é minissérie, não tem pra ninguém. HBO mais uma vez ensinando como se faz. Teve um número de episódios na medida certa, com cliffhanger atrás de cliffhanger e com um final avassalador, grandioso, chocante.
Kate Winslet e Julianne Nicholson simplesmente impecáveis. E eu preciso de um spin-off da Helen, vivida de forma tão maravilhosa pelo patrimônio que é Jean Smart.
Vai rapar os prêmios da próxima temporada de premiação se esse mundo for minimamente justo.
Você Nunca Esteve Sozinha: O Doc de Juliette
4.3 199Deus me proteja do documentário de juliete.
O Conto da Aia (4ª Temporada)
4.3 428 Assista AgoraEu precisava daquele final e não sabia.
Horroroso? Sim, mas nem perto do horror que as mulheres de Gilead sofrem nas mãos dos "Comandantes". Dito isso, achei foi pouco.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraNão condeno quem assiste a filmes/séries esperando uma "lição de moral" no fim, uma mensagem didática à sociedade, um aceno de esperança. Mas eu, particularmente, ando tendo a mais completa aversão à obras que se dedicam a passar uma "mensagem", especialmente considerando o momento da história em que estamos.
Druk (Another Round) se tornou um dos meus favoritos porque ele é, como já citaram abaixo, extremamente humano. É tão humano que dói. É um filme que claramente se preocupa em ser humano, em apontar como o ser humano é falho, e o roteiro dá muitas "dicas" de que essa é a sua preocupação, como quando da cena do exame do Sebastian em que ele reproduz o conceito de ansiedade. Pra mim, ele me ganhou em falar sobre anti heróis e dispensar a moral pra tratar de um assunto tão delicado como alcoolismo. Não é o tipo de filme pra se passar pra uma turma de ensino médio, nem (óbvio) pra estampar uma campanha contra o consumo de álcool. Ao mesmo tempo, pra quem se atentou ao longa, ele mostra de forma extremamente fria (e quase cruel) como o consumo exagerado do álcool destrói relações e pessoas, mas faz isso sem nenhum pudor.
Por fim, só uma nota de rodapé mesmo, é importante destacar que o filme se passa na Dinamarca, é bem nacionalista (mostrando hinos, costumes e a vivência local) e o alcoolismo pra eles é tido/vivido de uma forma completamente diferente da nossa, considerando o contexto sócio-cultural que é separado por um abismo do nosso como sociedade brasileira.
Se levar o Oscar, será extremamente merecido.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraCom bols*min*on e só atacando um livro de história no meio da cara e metendo uma vacina pra virar jacaré logo em seguida pra, QUEM SABE, tomar um pouco de vergonha na cara e ver se cria caráter.
Vamos de cinco estrelas pra melhorar a avaliação do filme que esse bando de doente tá se dando ao trabalho de avaliar mal sem sequer ter assistido.
Amor de Mãe
3.8 52 Assista AgoraFoi uma novela extremamente brasileira, homenageando as nossas características, as nossas raízes, aquilo de mais precioso que temos para nos orgulhar. Trouxe Gonzaguinha, Bethânia, Gal e encerrou com uma passagem de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. O que a vida quer da gente é coragem. Num momento tão doloroso da nossa História, uma novela lindamente dolorida, passou esperança e orgulho (de novo) em ser brasileiro em um momento em que ser brasileiro traz tanta tristeza.
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Não consigo ser crítico com Amor de Mãe... e vou compartilhar (um pouco do) por quê.
O primeiro é a conexão emocional que tive com a novela. Depois de A Favorita (2008), eu nunca mais acompanhei novela alguma do início ao fim. Mesmo novelas espíritas que eu gosto demais (Além do Tempo e Espelho da Vida), eu pulava cenas, perdi episódios e acompanhava apenas quando podia, com pouco ou nenhum acesso ao Globo Play. Avenida Brasil, outro fenômeno, só conseguia assistir as cenas do núcleo principal, o resto era praticamente intragável pra mim. Com Amor de Mãe, foi diferente. Eu não só assistia aos capítulos inteiros, como também, em outros momentos, os deixava de fundo reprisando, como uma comfort series mesmo. Essa novela marcou um ano que pessoalmente foi muito bom, que foi 2019, e atravessou 2020 comigo também, principalmente com a sua pausa. Retornou cheia de decisões questionáveis, em 2021, demonstrando que assim como para todos nós, as coisas eram melhores antes da pandemia (e aqui faço a referência à citação acertadíssima de Chico Barney a respeito da análise dessa 'segunda temporada' da novela).
O segundo ponto, e esse se deve em boa parte à impecável Lourdes de Regina Cazé, é o elenco. Que delícia estar com eles todos os dias. A união do elenco estelar onde todos pareciam despidos de ego e vaidade, tão perceptível em parte de outros elencos, passava da tela e te abraçava. Me sentia em casa. Cara, em algumas cenas, dado o terceiro ponto que já insiro aqui, que é a trilha sonora, me fazia quase sentir cheiros da infância. A abertura com cenas maternais, absolutamente familiares, arrebatadas pelo imortal Gonzaguinha, emocionavam sempre, especialmente aos finais do capítulo, em homenagem à mãe de alguém dessa obra. Todos pareciam tão à vontade e felizes em cena, que era impossível eu não me sentir exatamente assim assistindo à novela.
A criação do Irandhir Santos do seu Álvaro, em clara referência a certo político, foi certeira. A Lídia de Malu Galli, que era uma versão carioca e melhorada de Renata Klein, de Big Little Lies, maravilhosa e tão relatable, especialmente pelo exagero de bebida alcóolica na pandemia. O querido Sandro de Humberto Carrão, que é um personagem tão raro de se assistir (e torcer para) em uma novela das nove. Mesmo personagens que poderiam ter aparecido ainda mais durante toda a novela, mas que davam um tom ótimo pra narrativa, como Firula, Dayse, Penha e Leila Gratiluz... um texto (especialmente na primeira parte) sutil, mas extremamente cirúrgico.
Por essas e outras, eu não consigo analisar Amor de Mãe de forma fria e tão crítica.... por tudo o que me proporcionou, os leves surtos (como a absurda cena da Vitória abrindo a porta do carro àquele cara e indo com ele pro meio do mato até a Betina entre a vida e a morte numa UTI, mas com as unhas recém-saídas de uma manicure) foram a preços muito baixos que eu tive que pagar. Além disso, é sempre importante frisar que Amor de Mãe é um evento que raramente acontece na faixa nobre da televisão brasileira, já que estamos acostumados a ver vez sim e vez também textos extremamente doídos de incoerentes e mesmo quando o autor tenta inovar, como no caso de Babilônia, o público rechaça de tal maneira que a Globo intervém e traz o texto pro mais do mesmo. Amor de Mãe passou por todos os obstáculos naturalmente inerentes à sua narrativa e também pelos de fortuito externo (pandemia) com a cabeça erguida e uma direção de Zé Villamarim imune à críticas. Passou ilesa? Claro que não. Mas de cabeça erguida, mantendo o seu core intacto e ainda nos fazendo chorar de emoção ao som de Bethânia e Gal Costa.
Já citei a trilha sonora?
E ao contrário do que grande parte acha, eu vi comédia na novela, um humor inteligentíssimo, como quando a Estela, com uma arma apontada na sua cara, e disse ao algoz: "Na cara não, Belizário".
Foi uma novela extremamente brasileira, homenageando as nossas características, as nossas raízes, aquilo de mais precioso que temos para nos orgulhar. Trouxe Gonzaguinha, Bethânia, Gal e encerrou com uma passagem de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. O que a vida quer da gente é coragem. Num momento tão doloroso da nossa História, uma novela lindamente dolorida, passou esperança e orgulho (de novo) em ser brasileiro em um momento em que ser brasileiro traz tanta tristeza.
Enfim, pra mim é 10/10, minha novela favorita. Podia ter mais, podia ser ainda maior, mas foi exatamente o que eu precisava e queria. Vou guardar no coração.
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraTenso durante boa parte de sua duração, definitivamente pesado e com uma atuação de Vanessa Kirby que hipnotiza, mas não me parece um filme que vou lembrar daqui alguns meses.
Um detalhe é o Shia interpretando... ele mesmo? Chatíssimo, projetinho de sad boy e intragável. Assim que ele saiu de cena, o filme se tornou mais digerível pra mim.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KAlguns dos comentários rasos dessa seção, embora lamentáveis, não surpreendem. Apenas justificam um pouco do que vivemos como nação brasileira. Petra diz algo como "democracia baseada no esquecimento" no meio do documentário... e é isso. Boa parte do brasileiro não só não faz ideia da Historia do próprio país, como, baseado em erros crassos de pensamento e comportamento social (comemorar impeachment soltando rojão numa das principais avenidas do Brasil? não existe limite pro cafona?), tenta desacreditar a História de forma rasteira. É incrível que um bando de ratos saudando a família (entre criminosos, como torturadores) ao votar por impeachment cujo processo tem em sua autoria uma figura animal e claramente desequilibrada, inadmissivelmente solta em sociedade, muitos envolvidos diretamente com escândalo de corrupção, ainda sejam o reflexo mais puro e honesto de boa parte dos brasileiros. "É preciso um acordo nacional, com o Supremo, com tudo"... tudo tão na cara. Tudo tão VOMITADO. E milhares de brasileiros copófragas se alimentam disso em pleno 2020 - quase 21 -, de cabresto, entoando de forma disciplinada e obediente o discurso que uma elite minúscula determina que deve ser entoado, não só sem se questionar ou duvidar por um segundo ser mera massa de manobra, mas ainda com orgulho da própria burrice irresponsável. É o fim.
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 760 Assista AgoraUma das melhores coisas da Netflix (de toda a Netflix mesmo, não somente da Netflix Brasil) e digo sem medo de errar.
The Morning Show (1ª Temporada)
4.4 207Pra mim a grande e grata surpresa é Reese.
Depois das duas principais séries dela em pouco tempo (Big Little Lies e Little Fires Everywhere) em que ela interpreta praticamente a mesma personagem - e o faz muito bem -, vê-la sair totalmente da sua zona de conforto e dar vida a uma personagem que tinha tudo pra ser enjoada e chata, tornando ela cheia de camadas e complexidade, deu gosto de ver!
A série é uma preciosidade... um pouco lenta no início, mas logo fiquei viciado e maratonei de uma só vez.
O Fascínio
2.1 100 Assista AgoraPra um filme de terror tá bom demais: tem mitologia, tem suspense, tem susto e o final acaba sendo bem amarradinho.
Merece uma nota maior.
Malhação Viva a Diferença
4.1 26Ah, a quarentena!
Desde os meus 17 anos, nunca que pensei que seria possível acompanhar uma novela em horário vespertino, muito menos Malhação. E não era como se eu quisesse. Pra mim, a novelinha teen tinha morrido com a saída do Cabeção, e depois só me parecia uma tradição na programação da Globo que não tinha nada melhor pra passar no horário. Sem contar que depois que você assiste a produções internacionais sobre adolescentes (vai de The O.C. a Euphoria), é muito difícil engolir uma novelinha água com açúcar que passa por um ano e pouco no ar, com episódios de 30 minutos focados exclusivamente em triângulos amorosos e uma comédia de tom duvidoso.
Me surpreendi quando parei, um dia, pra ver um capítulo dessa Malhação, especialmente em uma cena da Benedita, interpretada de maneira magistral pela Daphne Bozaski. Desde então, sempre tive curiosidade por essa Malhação, e aumentou ainda mais quando soube que ganhou o Emmy.
Agora, na quarentena, parei pra ver à tarde e, quando me dei conta, estava correndo pra Globo Play pra ver na íntegra, porque não conseguia esperar pelo capítulo seguinte. Passei pelo menos dois finais de semana inteiros maratonando Viva a Diferença. Que experiência! Mesmo com as restrições do horário e do público alvo, essa edição de Malhação desafiou o status quo, o conservadorismo (um monstro com força total em 2018), e trouxe, de forma inovada e corajosa, a realidade de muitos jovens do Brasil. A ousadia me deixou perplexo. Trouxe à mesa discussões importantíssimas, que vão desde a gravidez na adolescência até o ensino público no país, passando por homofobia, racismo, injustiça social e fake news. E principalmente fake news e o ódio que circula nas redes sociais. Alguns capítulos chegavam a ser cinematográficos, dando de 10 a 0 em muita produção enlatada. O roteiro foi realmente ousado, me chocou com a fotografia impecável, a trilha sonora magistral e até mesmo com algumas cenas que eu jamais pensei que veria nesse horário.
Às vezes a gente menospreza um produto nacional só por ser brasileiro... ou por ser da TV aberta... mas bastou UMA chance pra eu me apaixonar por essa história. Sem vergonha alguma, confesso que chorei algumas vezes assistindo. E não foram poucas. Pra mim, as cenas da Bene falando sobre a sua característica ao pai, a Tina discutindo com a mãe e a redenção da Dona Mitsuko, a Helen conseguindo justiça para o pai, a Keyla enfrentando a sua própria realidade e se divindo em mil pra dar conta de tudo e a Lica sendo agredida pelo pai são algumas que encheram os olhos de água. Se tornou um dos meus programas favoritos e certamente vou rever um ou outro episódio de vez em quando. Agora aguardo ansioso pela série, que vai explorar as garotas do vagão na fase adulta, e o trailer já arrepiou.
Incrível demais. Cinco estrelas sem precisar pensar duas vezes.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraO primeiro ponto especial da série é o seu elenco, que chama a atenção desde o primeiro episódio. Embora a Kerry e a Reese sejam, pra variar, excelentes no que se propõe a fazer, aqui são as crianças que roubam a cena, especialmente a Lexi Underwood e a Jade Pettyjohn e as atrizes que interpretam Elena e Mia na juventude.
Agora, como li o livro primeiro, vou compartilhar as minhas impressões.
A primeira coisa que senti foi o aprofundamento dos personagens e de seus respectivos backgrounds, que é uma coisa no livro que foca exclusivamente na Mia. Em paralelo, é de saltar os olhos que, na série, os personagens quase que sem exceção sofrem de uma demonização, por vezes absurda.
Se no começo da temporada você torce o nariz e quase chega a detestar a Mia de Kerry Washington, que, no livro, é completamente mais pés no chão e menos emocional, no final você já começa a torcer pra Elena da Witherspoon se dar mal, já que suas atitudes beiram o vilanesco digno de uma novela das seis. Acho que o que dá consistência à personagem e não a faz cair no caricato é exatamente como a série cria um background pra Elena - que no livro é pouco (ênfase no 'POUCO') explorado - e usa da perfeição da atuação da Reese que se sente em casa nesse tipo de personagem (não, qualquer comparação com a Madeline em Big Little Lies NÃO é mera coincidência).
Nesse caso, a Kerry me parece muito mais versátil como atriz. Com exceção de suas caras, bocas e outros trejeitos corporais que são sua marca registrada, não há nada em Washington que te remeta à imponente Olivia Pope. A Mia da Kerry é muito mais vulnerável.
As crianças foram conduzidas quase que fielmente ao livro, com exceção da Pearl, que na obra literária me parece muito mais subalterna à mãe e muito mais compreensiva (de um jeito quase inatural). Por vezes, no livro, senti falta da Pearl da Lexi Underwood, que se rebela e age mais naturalmente.
Em paralelo, existe a questão racial que no livro também me parece mais suave do que na série, que é escancarada. Na verdade, acho ambas as abordagens boas e não vejo problema algum com elas. Especialmente no núcleo secundário - Bebe, May Ling e Linda - a fidelização à obra original é incontestável (não 100%, mas é exponencialmente mais que no núcleo principal).
Por fim, vou falar o que mais me incomodou.
É verdade que é uma obra baseada num livro, que não tem como ser 100% fiel (embora aqui a série parece não se importar nem minimamente com a fidelização - e tudo bem com isso), e todos os "problemas" inerentes à adaptações. O problema pra mim (e tudo se concentra nos 30 minutos finais do último episódio) é que, de repente, uma série que parecia sã até então, joga tudo pro alto e decide apelar para o absurdo. Não existe ninguém capaz de me colocar na cabeça que é minimamente viável que três irmãos se unam pra atear fogo na casa de forma tranquila (apesar de ter havido pequenos surtos em todos os lugares - rs - desculpem o trocadilho infame), mas basicamente foi um olhar pra cara do outro que, do nada, DO NADA, decidem romper com a realidade e atear fogo, quase que numa metáfora gratuita ao recomeço, ao basta que eles precisavam dar. A série não mostrou essa curva de ascensão da personalidade dos personagens, com claro enfoque no Trip, por exemplo, que, pela lógica da construção do personagem, jamais participaria daquilo ativamente.
No livro, é a Izzy que ateia o fogo e ela não é impedida nem auxiliada por ninguém. Nisso, em comparação, o livro parece fazer muito mais sentido.
A cena da família perfeita em colapso parece ter sido feita às pressas, pareceu inatural, pareceu novelesco demais.
No entanto, a série se recupera nos minutos finais e fecha muito bem, tão bem que você não se arrepende nem por um instante de ter acompanhado.
Por (tudo) isso, acho que aqui se esta diante de um caso em que o livro e o filme se completam. Ambos não são perfeitos em suas narrativas de forma isolada, parecendo que dependem um do outro. Na verdade, se eu tivesse que escolher, acho que escolheria a série, só pela construção dos personagens e pelas reações mais humanas e naturais. O livro embora excelente também, tem um final mais coerente e, a meu ver, se sobressai em relação à série, mas é mais nesse ponto.
Espero que não inventem uma segunda temporada.
Melhores episódios: 03 e 06.
Segunda Chamada (1ª Temporada)
4.5 111Não posso ver Jurema e Silvio (com o doguinho) que quero correr pra abraçá-los.
Que sensibilidade linda a dessa série!
Cafarnaum
4.6 673 Assista Agora"I'd want adults to listen to me. I want adults who can't raise kids not to have any."
O Pintassilgo
3.3 111 Assista AgoraA nota do filme no Filmow é rídicula e baseada em opiniões controversas.
Por pouco desisto de assistir no cinema justamente pelo que li por aqui... ainda bem que já são anos de Filmow e tô acostumado com os exageros infundados da galera daqui. O filme é muito bom e a sua duração, pelo menos pra mim, não foi um problema. Pelo contrário: nem vi passar.
O elenco e a fotografia são os pontos altos... e embora seja uma adaptação (com todos os problemas intrínsecos a esse fato que já são esperados), achei muito boa: eu me senti envolto nos dramas das personagens e Nicole Kidman, pra variar, me emocionou. Gostei muito da forma como John Crowley brinca com a linearidade. Aqui, pra mim, funciona muitissimo bem.
Veria de novo.
Hebe: A Estrela do Brasil
3.4 182"Nós estamos vivendo num mundinho de merda."
Tão atual. Destaque, inclusive, pro Fernando Eiras fazendo o militar no início do filme. Me lembrou até um ser ignóbil aí muito em voga e infelizmente no comando do país.
Carta Para Além dos Muros
4.4 94É bom, mas terminou com uma sensação de inacabado. Saí da sala literalmente com esse sentimento, como se fosse continuar, se estender. Poderia ter se aprofundado mais. Apesar de ricos participantes e relatos interessantíssimos, acho que o doc tentou abordar muitos pontos, muitos momentos, e acabou deixando tudo bastante superficial. Em todo caso, ainda muito necessário.
Pequenos Gigantes
3.4 70Um filme de 1h30m de duração mas que pareceu interminável. Vale a pena (?) pela fotografia e pela trilha sonora, porque todo o resto não funciona. Definitivamente não é um filme gay. Se eu tivesse que dizer que público esse filme pretende representar acho que seria g0ys... e o pior é que tô falando sério.
A forma como o longa fala sobre "não se importar com o rótulo" chega a ser um desserviço. Eu pensei que fossem passar uma mensagem mais madura por tudo o que a crítica falou dessa coisa, mas não. Era isso mesmo.
Annabelle 3: De Volta Para Casa
2.8 680 Assista AgoraEu gostei de todos os filmes da franquia The Conjuring até aqui. Até A Freira, que tinha potencial pra deixar todo mundo sem dormir por uma semana mas que se resumiu àqueles sustinhos e ainda serviu de abertura pra essa ideia SEM SENTIDO de meter comédia em filme de terror, eu curti. Com ressalvas, mas curti. Agora, nesse Annabelle, a vontade de comunicar o Ministério Público pra instaurar uma ação contra essa porcaria por danos morais coletivos é quase que incontrolável. Pareceu durar mais que todos os Senhor dos Aneis e só piorava. O final foi um alívio.
Nada nesse filme funcionou, a meu ver. PRIMEIRO: ninguém pode entrar naquele caralho de sala, certo? Eles sempre mencionaram isso e isso foi, inclusive, pilar da premissa desse filme. Aí no final ela leva a menina lá dentro só pra falar meia dúzia de frases motivadoras? Quê? E não venham com "mas por que você tá esperando tanta coerência de um filme de terror?", porque os filmes da franquia tendem a ser fieis a sua própria mitologia, mas aqui parece que simplesmente se esquecem de tudo; SEGUNDO: quem realmente vai num cinema e paga pra ver um filme de terror pra ver alívio cômico? Isso já aconteceu na Freira e aqui é quase que parte da sinopse do filme. Quebra todo o pouco clima que esse Annabelle agoniza pra construir; e TERCEIRO: jura por deus que alguém achou uma boa ideia botar um lobisomem no meio do filme? o Thor, cachorro da Gracyanne Barbosa, daria mais medo. E o pior é que corri pra ver aquela novela de xmen da Record e os efeitos pareciam melhores que esse lobisomem e aquele diabo que pegou a filha dos Warren na sala de artefatos.
1,5 estrela por conta do trio Patrick Wilson, Vera Farmiga e McKenna Grace.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraMEU DEUS JÁ CHEGOU ACLAMADA
ps.: é mandatório aumentar essa nota pra 5.