Uma obra com uma lógica bastante interessante, um espaço formal pro Anderson explorar sua identidade (as paredes e túneis se transformando num grande survival horror, um trabalho bastante ciente desse espaço e das possibilidades do mesmo). Sem contar que é um filme bastante inventivo (seja nas cenas de ação, seja nos flertes com o Sci), inventividade essa, que embute uma dinâmica na mitologia dos personagens, que agrega bem mais coisas ao universo da franquia, que a filosofia rastaquera de um "Prometheus" da vida por exemplo.
“Eu sinto que eles não querem ver Christine por causa da vida dela e sim por causa da morte. (...) Eu sinto que não estariamos conversando se ela não tivesse morrido daquela forma, ela não teve uma carreira extraórdinaria, não foi uma pessoa extraordinaria. Ela era muito bacana e eu a amava, mas foi por causa do sangue, das visceras, da violência da morte dela. Que é o gancho para estarmos aqui hoje. E hoje é história. A briga de Christine com o canal era por causa de sangue e visceras... Então tudo o que ela mais odiava é hoje o que motiva a ressucitarem a vida dela”.
Um mesmo evento sendo recriado, reencenado, re imaginado, diversas vezes, sob diversos pontos de vista. No centro a involuntariedade de um homem que acabou se tornando um herói. Sully segue mais ou menos a linha recente dos trabalhos de Eastwood, ao desmistificar grandes ícones da cultura americana recente, oferecendo novos contornos pra suas ações, suas justificativas, e suas consequências. A montagem é bastante criativa, sobretudo no que concerne os diversos flashbacks que interligam toda a trama, Clint continua sendo um diretor extremamente hábil na abordagem, recuperando um classicismo bem vindo, e a muito perdido (Da mesma forma que American Sniper ecoava John Ford e sobretudo Rastros de Ódio, Sully tem ecos explícitos de Hawks). Sua economia formal, concisa, dá ao filme uma objetividade necessária, interessante, e eu particularmente não acho que o filme necessitasse de mais alguma coisa (talvez uma duração maior). Cabe ainda uma menção a interpretação do Hanks. Sua caracterização é precisa, seus olhares, seus gestos, ele sabe como humanizar um personagem. A cena do bar, aquele incomodo visivelmente presente, é uma das coisas mais tocantes do ano. Resumo da ópera, mais um belo trabalho do Clintão, que segue sendo um dos mais interessantes diretores americanos da atualidade.
Impressionante. O cuidado técnico da Leni na construção de dados momentos do filme, causam uma impressão fortíssima. Um domínio extremamente pleno e ágil do oficio cinematográfico, sem necessariamente apelar pra um discurso condenável de fato. Não atoa, que o filme se tornou um dos responsáveis pela modernização do cinema alemão a época (rompendo com as bases expressionistas e apontando caminhos diversos em termos de linguagem) que influenciam até hoje. Uma verdadeira aula.
A exploração do homem pelo homem. A colonização de um novo mundo e a descoberta de outro universo. Tanto pros colonizadores, quanto para os índios residentes naquele ambiente. Toda a discussão antropológica/ sócio política, manifestadas nas entrelinhas de "The New Word", ganham um redimensionamento fantástico, graças a plastificação intensa das imagens de Malick, que fazem do filme, não apenas um documento histórico relevante, mas acima de tudo, um poema visual marcante acerca das relações do individuo com os lugares que são cerceados. Se em filmes posteriores a esse, o cineasta mostraria um certo desgaste com a linguagem técnica que ele mesmo criou, sendo muitas vezes refém de suas próprias obsessões e lá pelas tantas se perdendo na abordagem, repetindo a si mesmo e entregando trabalhos totalmente irregulares, aqui há um harmonioso concilio entre forma e conteúdo, que até mesmo sua longa (e muitas vezes cansativa) duração não consegue de forma alguma atrapalhar. O ritmo temporal, dilatado pelo excelente e minucioso trabalho de montagem, consegue capturar nos mais intrínsecos momentos, uma calmaria de beleza rara, deslumbrante, ressaltada pelo trabalho sempre marcante da direção e acima de tudo dos atores. Todos estão ótimos em cena, e até mesmo, aqueles que talvez não demonstrassem tanto talento, são, sob a batuta rígida de Terrence Malick, ressaltadas dentro da proposta universal que o filme abrange. No fim a jornada da não nomeada Pocahontas, acaba se tornando uma experiencia rara, difícil muitas vezes, mas no fim extremamente recompensadora.
Sério que tem gente avaliando o filme sem ver, movido somente por burrice e ignorância? Caraca velho.. Olha só aonde a polarização politica nos trouxe, agora temos os críticos que criticam sem ver. Na boa, cresçam. Se vocês acreditam que cinema não se mistura com politica, sugiro que deem uma olhada na filmografia de cineastas como Godard, Costa Gravas, Rossellini, Eisenstein...E deixem de ser tão baixo em nível e caráter. Me admira que uma rede social feita pra proliferar a arte e a cultura, seja tão infestada de acéfalos irracionais e pessoas envoltas em bolhas de estupidez. O filme não precisa desse tipo de publico, o cinema não necessita desse tipo de gente.
A) É um filme repleto de boas idéias e intenções. No entanto, é o filme com o roteiro mais óbvio dentre todos os outros trabalhos da Marvel, o que prejudica bastante a hora dessas boas idéias evoluirem. Acaba ficando mais do mesmo, o que prova por a + b que essa formula está totalmente desgastada. B) Eu amo a feiticeira escarlate C) EU AMO A FEITICEIRA ESCARLATE D) É tudo o que Vingadores poderia ter sido. Óbvio, como o titulo deixa bem explicito, é um filme com as lentes voltadas pro Steve Rogers. No entanto, achei bacana a estruturação do longa, que permite que vários outros personagens tenham seus arcos montados, sem que pra isso a trama principal seja prejudicada. Cada um tem seu tempo de tela, e isso é legal. Me fez esquecer por um momento, aquela salada confusa que Whedon fez no segundo filme da série.
Fico entre excelente e muito bom. Koreeda, hoje em dia, talvez seja o mais próximo que tenhamos de sei lá, Ozu talvez.. Só que diferente dos outros filmes dele, nesse aqui eu senti uma distancia emocional enorme. Não que a falta de conflitos da trama, seja um problema, pelo contrário, a mágica do cinema do Hirokazu, foi sempre essa organicidade que ele retira das coisas simples e do cotidiano bucólico. Só que nesse, eu senti falta de um plot mais envolvente, muitas vezes o filme me pareceu frio. Apesar da ternura de várias cenas. No entanto, ainda é um grande filme, como já era de se esperar, a direção cuidadosa na composição de cada cena, a mise-en-scène (cada filme mais apurada, diga se) garante uma cronica extremamente sensível, sem soar pedante demais, sobre valores familiares, vida, morte, ritos de passagem, isso tudo tratado com uma abrangência e um carinho, que somente os grandes cineastas são capazes de lidar. Belo filme.
Acho que poucas vezes fui tão surpreendido na vida, como fui aqui. Sério. Já fui assistir esperando um drama politico, carregado de bom mocismo e glorificação patriótica do espirito americano. Coisas de Spielberg, né? Realmente fiquei surpreso. Não é o tipo de filme, que a gente espera do cara que fez Cavalo de Guerra. Não existe quase nenhuma afetação sentimental abundante, ou exageros típicos do diretor, que ultimamente parece ter se acostumado a uma molencia, que atrapalha e muito a experiencia de assistir seus filmes. É tudo muito cru, muito realista, impactante. Mas não de um impacto barato, mas de uma porrada sentida. Chega a ser visceral. Um dos trabalhos de direção mais surpreendentes dessa ultima década, e acredito que seja também, um das melhores direções da carreira do homem. Inacreditável, como o filme consegue manter por quase 3 horas abruptas, uma tensão intermitente e interminável. Isso se deve também a montagem do filme, que diga se de passagem, é soberba. Consegue manter o ritmo, sem quebra nenhuma, a narrativa é totalmente centrada, o roteiro é um dos mais afiados e corajosos da carreira do diretor. Aquela fotografia saturada, me lembrou bastante os filmes do Mann (com certeza, uma inspiração pra esse filme) você assiste estupefato, aquela cena da invasão dos apartamentos, a forma com que cada plano sequencia, funciona na construção daquele momento, e como cada abrangência de detalhes, vai ser crucial pro desenrolar dos fatos lá na frente, você vê aquilo tudo, e é impossível, não ligar isso ao cara que fez "Heat". Mas acima de tudo, me lembrou o puta cineasta, que Spielberg costumava ser, em suas épocas de glória. Queria que ele voltasse a trabalhos mais audazes e corajosos como esse, e se entregasse cada vez menos aos academicismos de suas produções recentes. O Cinema agradeceria.
Desde a ambientação calculadamente escolhida e extremamente funcional em sua proposta imagética, as escolhas dos planos, os personagens e até mesmo o próprio enredo do filme. Carpenter aqui, finalmente assume em grande parte os elementos que influenciaram sua carreira, mas que em Vampiros no entanto, funcionam menos como referencia e mais como um exercício próprio do gênero ao qual supostamente pertence, criando assim um verdadeiro Western, com a sua marca autoral, num filme tão bem pensado, que com certeza merece figurar dentre as melhores suas melhores produções.
Um conjunto até interessante de boas idéias que funcionam em momentos isolados, mas que no entanto parecem soar um tanto destoantes quando se tratam de um todo. E isso, muitas vezes se deve ao roteiro da própria Amy Schumer, que investe em piadas recicladas, esteriótipos clichês e uma abordagem que distancia o espectador de seus apáticos personagens, e sofre a dificuldade de criar uma construção narrativa mais coesa e abrangente com o universo. proposto. Apesar dos pesares, o filme ainda tem seus momentos, graças sobretudo a direção sempre acertada de Judd Apatow, que entende o material que tem em mãos e consegue até fazer com que as duas horas de duração, não sejam de todo um tempo perdido.
A Iconografia de um mito, construída em cima de sangue, areia, suor e munição quase infinda. Daqueles filmes que mostram do porque o cinema é uma arte necessária. Filmaço.
Num grau de intimismo e pessimismo dificilmente alcançado por qualquer obra que eu tenha visto até então, Trinta Anos Essa Noite, surge como um marco. Mas do que meros relatos de ações ou perambulações do protagonista, Malle faz de seu filme uma obra de memórias deflagradas. Deflagradas pelo tempo, pela convivência, pelo medo, acompanhar a difícil jornada de uma pessoa que optou pelo fim de sua própria vida, rumo ao próprio passado, mas cercado de incertezas sobre o futuro, é de uma hercúlea tarefa. Não somente ao espectador, mas também ao próprio realizador, que opta por uma condução extremamente simples, mas nem por isso menos eficaz. Ao contrário, é justamente essa simplicidade na condução do drama, que torna o filme algo tão pesado de assistir. É como se ele regesse uma espécie da valsa do Adeus, e cabe ao espectador, somente o papel de voyeur de tão triste situação. "Eu gostaria de ter cativado as pessoas, retê-las, mantê-las próximas para que nada mais se movesse ao meu redor. Mas tudo sempre deu errado"
Menos ambicioso que seus trabalhos anteriores (e principalmente posteriores) Embriagado de Amor se mantém como uma peça unica dentro da filmografia de PTA. Menos ambicioso sim, mas nem por isso menos complexo. Os longos planos sequencias, as varias tomadas filmadas com câmera na mão, uma identidade visual diferenciada, tudo que se refere a linguagem própria do diretor podem ser encontradas nesse trabalho. Mas a complexidade a qual me referi logo no inicio, se dá sobretudo por seus personagens e na abordagem diferenciada com que PTA lida com os gêneros. Flerta com a comédia sim, assim como também flerta com o drama diversas vezes durante a narrativa. Mas esse flerte ocorre, sem nunca abraçar um gênero de fato, fazendo de Embriagado um filme quase que inclassificável. A proposta do diretor em fazer uma releitura de vários gêneros, só poderia realmente funcionar caso o filme tivesse como suporte um elenco que conseguisse realmente seguir a ousadia do diretor. E aqui é que Adam Sandler (sim, ele) consegue ser genial. O ator consegue passar todas as multifacetadas complexidade de seu personagem a tela, sem que pra isso recorra as caras e bocas habilmente conhecidas. Ainda que o filme volte e meia tropece em algumas escolhas obvias que não chegam a afetar o trabalho como um todo, Embriagado é um filme que merece de toda forma ser visto e celebrado. É um encontro de varias ousadias, vários talentos, que fazem desse um grande, grande filme.
Dentro filmografia de Jean Luc Godard parecem haver dois universos: Um antes que constrói um cinema próprio e um depois, que desconstrói de forma radical o universo criado anteriormente. Dois mundos tão indissociavelmente distintos, que nem parecem fazer parte da mente de um mesmo realizador. Sendo assim, pode se dizer que Weekend é o meio termo entre esses dois mundos, o ponto de colisão aonde esses universos se encontram, gerando assim um delicioso apocalipse. Uma viagem interminável, um estranho engarrafamento colossal que gera as mais loucas situações (incluindo muitos corpos dilacerados, explosões e capotamentos), personagens fantastiscos e surreais que surgem a tela de modo totalmente natural, discursos políticos, simbologias, criticas, referencias a cultura pop, o colapso de Godard em tela é a síntese do que veio antes e principalmente do que viria a seguir. É um cinema que antecedente toda a inquietude que sacudiria a frança a partir de 68, e que culmina em um dos finais mais emblemáticos de toda a carreira de Godard. Com a explosão de Weekend com todas suas criticas e ridicularizações a classe burguesa de sua época, Godard se despede da nova onda francesa e se arma de ideologias, de visão, deixa de ser apenas um cineasta. Se torna acima de tudo como nas palavras de um critico "Um Militante do Mundo".
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraO Sacrifício da minha paciência
The Room
2.3 492OH, HI MARK
Esse filme levou a expressão "cara de paisagem" a um patamar único.
Alien vs. Predador
2.7 473 Assista AgoraTá aí um filme que não merece a "fama" que tem.
Uma obra com uma lógica bastante interessante, um espaço formal pro Anderson explorar sua identidade (as paredes e túneis se transformando num grande survival horror, um trabalho bastante ciente desse espaço e das possibilidades do mesmo). Sem contar que é um filme bastante inventivo (seja nas cenas de ação, seja nos flertes com o Sci), inventividade essa, que embute uma dinâmica na mitologia dos personagens, que agrega bem mais coisas ao universo da franquia, que a filosofia rastaquera de um "Prometheus" da vida por exemplo.
Kate Interpreta Christine
3.5 18“Eu sinto que eles não querem ver Christine por causa da vida dela e sim por causa da morte. (...) Eu sinto que não estariamos conversando se ela não tivesse morrido daquela forma, ela não teve uma carreira extraórdinaria, não foi uma pessoa extraordinaria. Ela era muito bacana e eu a amava, mas foi por causa do sangue, das visceras, da violência da morte dela. Que é o gancho para estarmos aqui hoje. E hoje é história. A briga de Christine com o canal era por causa de sangue e visceras... Então tudo o que ela mais odiava é hoje o que motiva a ressucitarem a vida dela”.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraAlguns dos diálogos mais constrangedores de 2016 estão nesse filme
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 577 Assista AgoraUm mesmo evento sendo recriado, reencenado, re imaginado, diversas vezes, sob diversos pontos de vista. No centro a involuntariedade de um homem que acabou se tornando um herói. Sully segue mais ou menos a linha recente dos trabalhos de Eastwood, ao desmistificar grandes ícones da cultura americana recente, oferecendo novos contornos pra suas ações, suas justificativas, e suas consequências. A montagem é bastante criativa, sobretudo no que concerne os diversos flashbacks que interligam toda a trama, Clint continua sendo um diretor extremamente hábil na abordagem, recuperando um classicismo bem vindo, e a muito perdido (Da mesma forma que American Sniper ecoava John Ford e sobretudo Rastros de Ódio, Sully tem ecos explícitos de Hawks). Sua economia formal, concisa, dá ao filme uma objetividade necessária, interessante, e eu particularmente não acho que o filme necessitasse de mais alguma coisa (talvez uma duração maior). Cabe ainda uma menção a interpretação do Hanks. Sua caracterização é precisa, seus olhares, seus gestos, ele sabe como humanizar um personagem. A cena do bar, aquele incomodo visivelmente presente, é uma das coisas mais tocantes do ano. Resumo da ópera, mais um belo trabalho do Clintão, que segue sendo um dos mais interessantes diretores americanos da atualidade.
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista AgoraFalling slowly, eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me and erase me
Millennium Mambo
4.0 44A meterialização das memórias
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agora"É tudo um truque, Jep, é só um truque" <3
O Triunfo da Vontade
3.8 96 Assista AgoraImpressionante. O cuidado técnico da Leni na construção de dados momentos do filme, causam uma impressão fortíssima. Um domínio extremamente pleno e ágil do oficio cinematográfico, sem necessariamente apelar pra um discurso condenável de fato. Não atoa, que o filme se tornou um dos responsáveis pela modernização do cinema alemão a época (rompendo com as bases expressionistas e apontando caminhos diversos em termos de linguagem) que influenciam até hoje. Uma verdadeira aula.
O Novo Mundo
3.2 240 Assista AgoraA exploração do homem pelo homem. A colonização de um novo mundo e a descoberta de outro universo. Tanto pros colonizadores, quanto para os índios residentes naquele ambiente. Toda a discussão antropológica/ sócio política, manifestadas nas entrelinhas de "The New Word", ganham um redimensionamento fantástico, graças a plastificação intensa das imagens de Malick, que fazem do filme, não apenas um documento histórico relevante, mas acima de tudo, um poema visual marcante acerca das relações do individuo com os lugares que são cerceados. Se em filmes posteriores a esse, o cineasta mostraria um certo desgaste com a linguagem técnica que ele mesmo criou, sendo muitas vezes refém de suas próprias obsessões e lá pelas tantas se perdendo na abordagem, repetindo a si mesmo e entregando trabalhos totalmente irregulares, aqui há um harmonioso concilio entre forma e conteúdo, que até mesmo sua longa (e muitas vezes cansativa) duração não consegue de forma alguma atrapalhar. O ritmo temporal, dilatado pelo excelente e minucioso trabalho de montagem, consegue capturar nos mais intrínsecos momentos, uma calmaria de beleza rara, deslumbrante, ressaltada pelo trabalho sempre marcante da direção e acima de tudo dos atores. Todos estão ótimos em cena, e até mesmo, aqueles que talvez não demonstrassem tanto talento, são, sob a batuta rígida de Terrence Malick, ressaltadas dentro da proposta universal que o filme abrange. No fim a jornada da não nomeada Pocahontas, acaba se tornando uma experiencia rara, difícil muitas vezes, mas no fim extremamente recompensadora.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraSério que tem gente avaliando o filme sem ver, movido somente por burrice e ignorância? Caraca velho.. Olha só aonde a polarização politica nos trouxe, agora temos os críticos que criticam sem ver. Na boa, cresçam. Se vocês acreditam que cinema não se mistura com politica, sugiro que deem uma olhada na filmografia de cineastas como Godard, Costa Gravas, Rossellini, Eisenstein...E deixem de ser tão baixo em nível e caráter. Me admira que uma rede social feita pra proliferar a arte e a cultura, seja tão infestada de acéfalos irracionais e pessoas envoltas em bolhas de estupidez. O filme não precisa desse tipo de publico, o cinema não necessita desse tipo de gente.
Film Socialisme
3.2 128O Choque de Classes de Godard.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraA) É um filme repleto de boas idéias e intenções. No entanto, é o filme com o roteiro mais óbvio dentre todos os outros trabalhos da Marvel, o que prejudica bastante a hora dessas boas idéias evoluirem. Acaba ficando mais do mesmo, o que prova por a + b que essa formula está totalmente desgastada.
B) Eu amo a feiticeira escarlate
C) EU AMO A FEITICEIRA ESCARLATE
D) É tudo o que Vingadores poderia ter sido. Óbvio, como o titulo deixa bem explicito, é um filme com as lentes voltadas pro Steve Rogers. No entanto, achei bacana a estruturação do longa, que permite que vários outros personagens tenham seus arcos montados, sem que pra isso a trama principal seja prejudicada. Cada um tem seu tempo de tela, e isso é legal. Me fez esquecer por um momento, aquela salada confusa que Whedon fez no segundo filme da série.
Nossa Irmã Mais Nova
4.0 74 Assista AgoraFico entre excelente e muito bom. Koreeda, hoje em dia, talvez seja o mais próximo que tenhamos de sei lá, Ozu talvez.. Só que diferente dos outros filmes dele, nesse aqui eu senti uma distancia emocional enorme. Não que a falta de conflitos da trama, seja um problema, pelo contrário, a mágica do cinema do Hirokazu, foi sempre essa organicidade que ele retira das coisas simples e do cotidiano bucólico. Só que nesse, eu senti falta de um plot mais envolvente, muitas vezes o filme me pareceu frio. Apesar da ternura de várias cenas. No entanto, ainda é um grande filme, como já era de se esperar, a direção cuidadosa na composição de cada cena, a mise-en-scène (cada filme mais apurada, diga se) garante uma cronica extremamente sensível, sem soar pedante demais, sobre valores familiares, vida, morte, ritos de passagem, isso tudo tratado com uma abrangência e um carinho, que somente os grandes cineastas são capazes de lidar. Belo filme.
Munique
3.8 252 Assista AgoraPorra, que filmão hein?
Acho que poucas vezes fui tão surpreendido na vida, como fui aqui. Sério. Já fui assistir esperando um drama politico, carregado de bom mocismo e glorificação patriótica do espirito americano. Coisas de Spielberg, né?
Realmente fiquei surpreso. Não é o tipo de filme, que a gente espera do cara que fez Cavalo de Guerra. Não existe quase nenhuma afetação sentimental abundante, ou exageros típicos do diretor, que ultimamente parece ter se acostumado a uma molencia, que atrapalha e muito a experiencia de assistir seus filmes. É tudo muito cru, muito realista, impactante. Mas não de um impacto barato, mas de uma porrada sentida. Chega a ser visceral. Um dos trabalhos de direção mais surpreendentes dessa ultima década, e acredito que seja também, um das melhores direções da carreira do homem. Inacreditável, como o filme consegue manter por quase 3 horas abruptas, uma tensão intermitente e interminável. Isso se deve também a montagem do filme, que diga se de passagem, é soberba. Consegue manter o ritmo, sem quebra nenhuma, a narrativa é totalmente centrada, o roteiro é um dos mais afiados e corajosos da carreira do diretor. Aquela fotografia saturada, me lembrou bastante os filmes do Mann (com certeza, uma inspiração pra esse filme) você assiste estupefato, aquela cena da invasão dos apartamentos, a forma com que cada plano sequencia, funciona na construção daquele momento, e como cada abrangência de detalhes, vai ser crucial pro desenrolar dos fatos lá na frente, você vê aquilo tudo, e é impossível, não ligar isso ao cara que fez "Heat". Mas acima de tudo, me lembrou o puta cineasta, que Spielberg costumava ser, em suas épocas de glória. Queria que ele voltasse a trabalhos mais audazes e corajosos como esse, e se entregasse cada vez menos aos academicismos de suas produções recentes. O Cinema agradeceria.
Vampiros de John Carpenter
3.1 268 Assista AgoraDesde a ambientação calculadamente escolhida e extremamente funcional em sua proposta imagética, as escolhas dos planos, os personagens e até mesmo o próprio enredo do filme. Carpenter aqui, finalmente assume em grande parte os elementos que influenciaram sua carreira, mas que em Vampiros no entanto, funcionam menos como referencia e mais como um exercício próprio do gênero ao qual supostamente pertence, criando assim um verdadeiro Western, com a sua marca autoral, num filme tão bem pensado, que com certeza merece figurar dentre as melhores suas melhores produções.
Descompensada
2.9 347 Assista AgoraUm conjunto até interessante de boas idéias que funcionam em momentos isolados, mas que no entanto parecem soar um tanto destoantes quando se tratam de um todo. E isso, muitas vezes se deve ao roteiro da própria Amy Schumer, que investe em piadas recicladas, esteriótipos clichês e uma abordagem que distancia o espectador de seus apáticos personagens, e sofre a dificuldade de criar uma construção narrativa mais coesa e abrangente com o universo. proposto. Apesar dos pesares, o filme ainda tem seus momentos, graças sobretudo a direção sempre acertada de Judd Apatow, que entende o material que tem em mãos e consegue até fazer com que as duas horas de duração, não sejam de todo um tempo perdido.
Django
3.9 202 Assista AgoraA Iconografia de um mito, construída em cima de sangue, areia, suor e munição quase infinda. Daqueles filmes que mostram do porque o cinema é uma arte necessária. Filmaço.
Trinta Anos Esta Noite
4.3 142Num grau de intimismo e pessimismo dificilmente alcançado por qualquer obra que eu tenha visto até então, Trinta Anos Essa Noite, surge como um marco. Mas do que meros relatos de ações ou perambulações do protagonista, Malle faz de seu filme uma obra de memórias deflagradas. Deflagradas pelo tempo, pela convivência, pelo medo, acompanhar a difícil jornada de uma pessoa que optou pelo fim de sua própria vida, rumo ao próprio passado, mas cercado de incertezas sobre o futuro, é de uma hercúlea tarefa. Não somente ao espectador, mas também ao próprio realizador, que opta por uma condução extremamente simples, mas nem por isso menos eficaz. Ao contrário, é justamente essa simplicidade na condução do drama, que torna o filme algo tão pesado de assistir. É como se ele regesse uma espécie da valsa do Adeus, e cabe ao espectador, somente o papel de voyeur de tão triste situação. "Eu gostaria de ter cativado as pessoas, retê-las, mantê-las próximas para que nada mais se movesse ao meu redor. Mas tudo sempre deu errado"
Fata Morgana
3.7 13Leonard Cohen + Werner Herzog = <3
Visitor Q
3.4 166Uma ideia bacana desperdiçada numa produção amadorística com execução enfadonha.
Embriagado de Amor
3.6 479 Assista AgoraMenos ambicioso que seus trabalhos anteriores (e principalmente posteriores) Embriagado de Amor se mantém como uma peça unica dentro da filmografia de PTA. Menos ambicioso sim, mas nem por isso menos complexo. Os longos planos sequencias, as varias tomadas filmadas com câmera na mão, uma identidade visual diferenciada, tudo que se refere a linguagem própria do diretor podem ser encontradas nesse trabalho. Mas a complexidade a qual me referi logo no inicio, se dá sobretudo por seus personagens e na abordagem diferenciada com que PTA lida com os gêneros. Flerta com a comédia sim, assim como também flerta com o drama diversas vezes durante a narrativa. Mas esse flerte ocorre, sem nunca abraçar um gênero de fato, fazendo de Embriagado um filme quase que inclassificável. A proposta do diretor em fazer uma releitura de vários gêneros, só poderia realmente funcionar caso o filme tivesse como suporte um elenco que conseguisse realmente seguir a ousadia do diretor. E aqui é que Adam Sandler (sim, ele) consegue ser genial. O ator consegue passar todas as multifacetadas complexidade de seu personagem a tela, sem que pra isso recorra as caras e bocas habilmente conhecidas. Ainda que o filme volte e meia tropece em algumas escolhas obvias que não chegam a afetar o trabalho como um todo, Embriagado é um filme que merece de toda forma ser visto e celebrado. É um encontro de varias ousadias, vários talentos, que fazem desse um grande, grande filme.
Week-End à Francesa
3.8 108Dentro filmografia de Jean Luc Godard parecem haver dois universos: Um antes que constrói um cinema próprio e um depois, que desconstrói de forma radical o universo criado anteriormente. Dois mundos tão indissociavelmente distintos, que nem parecem fazer parte da mente de um mesmo realizador. Sendo assim, pode se dizer que Weekend é o meio termo entre esses dois mundos, o ponto de colisão aonde esses universos se encontram, gerando assim um delicioso apocalipse. Uma viagem interminável, um estranho engarrafamento colossal que gera as mais loucas situações (incluindo muitos corpos dilacerados, explosões e capotamentos), personagens fantastiscos e surreais que surgem a tela de modo totalmente natural, discursos políticos, simbologias, criticas, referencias a cultura pop, o colapso de Godard em tela é a síntese do que veio antes e principalmente do que viria a seguir. É um cinema que antecedente toda a inquietude que sacudiria a frança a partir de 68, e que culmina em um dos finais mais emblemáticos de toda a carreira de Godard. Com a explosão de Weekend com todas suas criticas e ridicularizações a classe burguesa de sua época, Godard se despede da nova onda francesa e se arma de ideologias, de visão, deixa de ser apenas um cineasta. Se torna acima de tudo como nas palavras de um critico "Um Militante do Mundo".