Bom filme, vale o ingresso pela atuação do McAvoy, no entanto, deixa a desejar pelo desfecho, uma vez que o espectador é direcionado para uma tensão psicológica/existencial limítrofe entre a loucura e sanidade e isso se perde no desenvolvimento do roteiro que parte para uma conclusão quase que sobrenatural, mesmo embasado "cientificamente" o desfecho final não convence. A temática do filme é riquíssima e poderia ter sido abordada de uma maneira mais original. Sem contar que não há uma conclusão, talvez proposital para uma sequência que já é costume endêmico de Holywood.
Clássica balada japonesa que questiona a hipocrisia moral do bushido com uma fotografia delicada e bem elaborada. Em um período em que o status de samurai perde seu sentido bélico e torna-se uma função burocrática, os valores tradicionais são questionados em um jogo de verdade e mentira. O desmonte das aparências, da falsa noção de honra e moralidade servem como um reflexo da nossa moral judaico-cristã, que esconde seus vícios e degradação por de trás de um discurso de valor artificial e sem correspondência real. Além de uma história interessante as cenas de lutas são belas, reais e empolgantes, perfeitas para os amantes das artes marciais.
Um filme feito por religiosos surtados que transita entre o bizarro e o cômico, somado à um roteiro previsível e péssimas atuações com atores da pior competência. Além de utilizar clichês filosóficos descontextualizados sem o mínimo de argumentação na tentativa de estereotipar os professores de filosofia que não existiriam nem se DEUS quisesse.
Uma hecatombe hermenêutica e estética que relega para um segundo plano a busca por um sentido linear, o que mais vale na obra além de sua fotografia recheada de simbolismo para todos os gostos é a construção do processo apoteótico a partir da negação do materialismo,do hedonismo, do individualismo transpassados de fortes críticas sociais.
Uma explosão visual que explora muito bem a decadência, o imundo e o dantesco, claro reflexo do âmago das personagens. A decrepitude do ambiente reverbera a decrepitude moral da cidade. É uma antologia perfeita da amoralidade, individualismo e da solidão contemporânea onde as personagens deixam de perceber a própria humanidade que fora suplantada pelo sofrimento pregresso, mas que em algum grau não deixou de existir completamente demonstrada magistralmente em sacrifícios altruístas embebidos de um falso niilismo. Sintetizo o filme na máxima nietzscheana "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você".
A obra é um repositório de temas a serem explorados na área antropológica, sociológica e filosófica, no entanto acredito que o conceito que baliza o filme é a máxima aristotélica anthropos physei politikon zoon (O homem é um animal político), pois embora todo o esforço da personagem para manter os filhos afastado da civilização, criando uma comunidade familiar quase que autossuficiente, ele não consegue desvincular-se totalmente da civilização, nem conter a natureza política de seus filhos, inerente a todo ser humano, que se inclina a buscar o convívio social extra familiar (animal político). Entre extremos o filme demonstra a possibilidade de uma vida confortável sem a submissão à indústria cultural e consumismo latente em nossa sociedade, oferecendo uma crítica contundente e uma reflexão profunda sobre o que realmente é necessário para ser feliz.
Uma referência onírica ao clássico de Orwell, onde habitam elementos foucaultianos da sociedade de controle e da demasiada alienação das pessoas que beira a indiferença para o com o outro, efeito de um Estado totalitário, que utiliza da burocracia exacerbada como forma de perpetuação do poder em uma sociedade ultra-tecnológica em que nada funciona direito. Embora longo e muitas vezes disperso, o filme vale pelas inúmeras referências intelectuais e cinematográficas (ex.: Encouraçado Potemkin), além de uma fotografia e cenários inspirados na Art Déco explorados de maneira deslumbrante. Mesmo um pouco confuso, vale como experiência estética para os que não conseguem enxergar todos os pixels referenciais que constituem a obra.
Nem toda história interessante cria um filme interessante, esse filme não atinge nada do que se propõe a fazer, se é que se propõe...não aborda as questões raciais latentes nas décadas de 50/60 que ultrapasse o politicamente correto, não demonstra o esforço das personagens de maneira significativa, na verdade é um filme sobre a luta dos negros feito sob a ótica dos brancos para lucrar com o filão das lutas das minorias, apresentando assim uma obra que não fala categoricamente de nada e não leva a nenhuma reflexão real sobre o tema que se propõe.
"Não nascemos humanos, nos tornamos humanos". É a partir da máxima retro citada que o filme se estrutura antropológicamente, sinalizando a seguinte questão: " O que é o ser humano?". Herzog entalha lentamente a passagem da condição natural para a condição cultural, própria do ser humano em seu processo construtivo da significação do "EU" e o "MUNDO" partindo de uma perspectiva materialista. Assim o filme por si mesmo resignifica o "ENIGMA" de Kaspar para o ENIGMA do nosso próprio constructo de humanos.
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraBom filme, vale o ingresso pela atuação do McAvoy, no entanto, deixa a desejar pelo desfecho, uma vez que o espectador é direcionado para uma tensão psicológica/existencial limítrofe entre a loucura e sanidade e isso se perde no desenvolvimento do roteiro que parte para uma conclusão quase que sobrenatural, mesmo embasado "cientificamente" o desfecho final não convence. A temática do filme é riquíssima e poderia ter sido abordada de uma maneira mais original. Sem contar que não há uma conclusão, talvez proposital para uma sequência que já é costume endêmico de Holywood.
Hara-Kiri: Morte de um Samurai
4.1 64Clássica balada japonesa que questiona a hipocrisia moral do bushido com uma fotografia delicada e bem elaborada. Em um período em que o status de samurai perde seu sentido bélico e torna-se uma função burocrática, os valores tradicionais são questionados em um jogo de verdade e mentira. O desmonte das aparências, da falsa noção de honra e moralidade servem como um reflexo da nossa moral judaico-cristã, que esconde seus vícios e degradação por de trás de um discurso de valor artificial e sem correspondência real. Além de uma história interessante as cenas de lutas são belas, reais e empolgantes, perfeitas para os amantes das artes marciais.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraUm filme feito por religiosos surtados que transita entre o bizarro e o cômico, somado à um roteiro previsível e péssimas atuações com atores da pior competência. Além de utilizar clichês filosóficos descontextualizados sem o mínimo de argumentação na tentativa de estereotipar os professores de filosofia que não existiriam nem se DEUS quisesse.
A Montanha Sagrada
4.3 465Uma hecatombe hermenêutica e estética que relega para um segundo plano a busca por um sentido linear, o que mais vale na obra além de sua fotografia recheada de simbolismo para todos os gostos é a construção do processo apoteótico a partir da negação do materialismo,do hedonismo, do individualismo transpassados de fortes críticas sociais.
Sin City: A Cidade do Pecado
3.8 1,3K Assista AgoraUma explosão visual que explora muito bem a decadência, o imundo e o dantesco, claro reflexo do âmago das personagens. A decrepitude do ambiente reverbera a decrepitude moral da cidade. É uma antologia perfeita da amoralidade, individualismo e da solidão contemporânea onde as personagens deixam de perceber a própria humanidade que fora suplantada pelo sofrimento pregresso, mas que em algum grau não deixou de existir completamente demonstrada magistralmente em sacrifícios altruístas embebidos de um falso niilismo.
Sintetizo o filme na máxima nietzscheana "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você".
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraA obra é um repositório de temas a serem explorados na área antropológica, sociológica e filosófica, no entanto acredito que o conceito que baliza o filme é a máxima aristotélica anthropos physei politikon zoon (O homem é um animal político), pois embora todo o esforço da personagem para manter os filhos afastado da civilização, criando uma comunidade familiar quase que autossuficiente, ele não consegue desvincular-se totalmente da civilização, nem conter a natureza política de seus filhos, inerente a todo ser humano, que se inclina a buscar o convívio social extra familiar (animal político). Entre extremos o filme demonstra a possibilidade de uma vida confortável sem a submissão à indústria cultural e consumismo latente em nossa sociedade, oferecendo uma crítica contundente e uma reflexão profunda sobre o que realmente é necessário para ser feliz.
Brazil, o Filme
3.8 402 Assista AgoraUma referência onírica ao clássico de Orwell, onde habitam elementos foucaultianos da sociedade de controle e da demasiada alienação das pessoas que beira a indiferença para o com o outro, efeito de um Estado totalitário, que utiliza da burocracia exacerbada como forma de perpetuação do poder em uma sociedade ultra-tecnológica em que nada funciona direito. Embora longo e muitas vezes disperso, o filme vale pelas inúmeras referências intelectuais e cinematográficas (ex.: Encouraçado Potemkin), além de uma fotografia e cenários inspirados na Art Déco explorados de maneira deslumbrante. Mesmo um pouco confuso, vale como experiência estética para os que não conseguem enxergar todos os pixels referenciais que constituem a obra.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraNem toda história interessante cria um filme interessante, esse filme não atinge nada do que se propõe a fazer, se é que se propõe...não aborda as questões raciais latentes nas décadas de 50/60 que ultrapasse o politicamente correto, não demonstra o esforço das personagens de maneira significativa, na verdade é um filme sobre a luta dos negros feito sob a ótica dos brancos para lucrar com o filão das lutas das minorias, apresentando assim uma obra que não fala categoricamente de nada e não leva a nenhuma reflexão real sobre o tema que se propõe.
O Enigma de Kaspar Hauser
4.0 328"Não nascemos humanos, nos tornamos humanos". É a partir da máxima retro citada que o filme se estrutura antropológicamente, sinalizando a seguinte questão: " O que é o ser humano?". Herzog entalha lentamente a passagem da condição natural para a condição cultural, própria do ser humano em seu processo construtivo da significação do "EU" e o "MUNDO" partindo de uma perspectiva materialista. Assim o filme por si mesmo resignifica o "ENIGMA" de Kaspar para o ENIGMA do nosso próprio constructo de humanos.