Com dez indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Duna traz às telas mais uma adaptação do romance homônimo. Servindo de base para histórias como Game of Thrones e Star Wars, Duna foi revolucionário n apenas pela forma como trata a política espacial mas tbm com suas questões ambientalistas. Mas será q um livro com tanto peso conseguiu ser adaptado com fidelidade? Em partes, sim. Na trama, acompanharemos a família Artreides q se muda para o planeta Arrakis, mais conhecido por Duna. Lá, eles serão os novos líderes, cuidando da região e da fonte de renda do local, uma especiaria chamada Melange. Em meio a intrigas e reviravoltas, seguiremos o destino de Paul n apenas como líder de um planeta mas talvez de uma causa maior. Tomando como base apenas o filme, diria q a fotografia, ambientação e sonorização estão simplesmente estupendas. Ver as representações em tela doq antes existia somente em palavras é incrível, e ver como a produção adaptou as diferentes culturas e raças foi bastante interessante. Os efeitos especiais em sua maioria tbm estão magníficos, embora em breves momentos ocorram uma escorregadas bizarras. As atuações estão condizentes com líderes imperiais q se mantém ativos num jogo de poder q nunca para, e ver essa tensão nas entrelinhas faz com q as falas ganhem mais poder. A trama tbm é bem simples, e talvez o único empecilho q tenha sejam alguns pontos q n são bem explorados. Como adaptação o filme funciona quase q bem. A única mudança gritante, além da retirada de algumas cenas q podem ser consideradas barrigas, foi a mudança de gênero de um personagem e algumas personalidades q foram apagadas para transformarem os personagens em agentes de trama. Mesmo assim, a história está lá (pelo menos de metade do livro), e creio q as pessoa prefiram ver dois filmes de 2h30 ao invés de se dedicar a +-15h na leitura do livro. Outro problema são os termos inventados pra Duna: enquanto no livro vc consegue entender pelo contexto ou ele mesmo explica, sinto q em algumas partes o filme simplesmente joga e espera q vc já tenha lido antes. N deixa o espectador confuso, apenas solta a mão dele e espere q ele se ache depois. Mesmo assim, longe de ser um filme ruim. Duna traz muitas qualidades como um filme, apenas como adaptação q dá umas escorregadas. Mas perto de outras, Duna consegue ser uma adaptação feita com primor.
Com sete indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Amor, Sublime Amor é uma refilmagem de um filme homônimo de 1961 (o qual n assisti), o qual já foi considerado um clássico na época de seu lançamento e q levantou diversos questionamentos do pq deveria ser “refeito”. Spielberg, fascinado pelo primeiro, sempre teve o sonho de criar sua versão, e depois finalmente teve sua chance. Numa Nova York de 1957, acompanharemos o amor florescer entre dois jovens de gangues rivais, um de laatinoamericanos e o outro de norteamericanos. No melhor estilo Romeu e Julieta, este musical mostra quais os limites do amor e das lutas q são travadas mais por ancestralidade doq um motivo necessariamente aparente no presente. Mesclando High School Musical e La La Land, as coreografias e músicas são tão orgânicas que se mesclam à narrativa de uma forma sublime, e se conectam perfeitamente às cenas de diálogos “normais” q acontecem na sequência sem nenhum tipo de corte. A condução de câmera, o figurino e a fotografia tbm n saem por menos, e tudo está belíssimo em tela, trazendo o ar de “antigo” q a história pede. Uma coisa q pode incomodar alguns mas q me agradou foram alguns cenários bastante “fake”, mas no melhor sentido da palavra. Com um arte de cenário de teatro, o ambiente exalta a atuação dos atores e faz com q imaginemos q tudo estivesse sendo encenado num palco. As atuações na maior parte do tempo estão bastante satisfatórias, salvo raros momentos onde alguns atores n alcançam a emoção necessária para determinadas cenas. Outro “problema” são algumas resoluções simples e levemente irrealistas q são tomadas, mas como n sei se isso se dá à fidelidade com a obra original ou por algum lirismo próprio q foi utilizado prefiro n me aprofundar mais. Os questionamentos abordados sobre pertencimento são contundentes quando precisam ser e deixados nas entrelinhas da mesma forma. Nada soa forçado e logo vc se vê torcendo não por um lado em específico, mas q eles possam resolver as intrigas da melhor forma possível. Para os fãs de musical e de um bom romance, esse filme é uma boa pedida: emoção na medida certa com coreografias q farão seus pés balançarem enquanto vc assiste!
Com três indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, No ritmo do coração (CODA no original, q significa child of deaf adult (filho de adulto surdo)) é um filme de “drama” + comédia q usa dos clichês de filmes juvenis para abordar as dificuldades de ser a única ouvinte em uma família com três surdos. Sendo uma refilmagem do francês A família Bélier, o filme nos apresenta Ruby (encarnada com primor por Emilia Jones) que ajuda seu pai, mãe e irmão surdos no ramo da família, a pesca. No decorrer do filme, seu amor pelo canto irá aflorar ainda mais e ela será obrigada a escolher entre seguir seus sonhos ou continuar à mercê das vontades da família. Por ser bem clichê, o arco dramático do filme é bastante previsível. Mesmo assim, ele consegue extrair as emoções mais profundas daquela família q parece ser real em poucos minutos de cena. Os irmãos q se implicam mas se amam, o pai brincalhão e a mãe mais rígida, todos unidos (na medida do possível) mesmo com suas diferenças. Cada um tem seu momento de brilhar, com “diálogos” impactantes carregados de emoção. Destaco dois deles: - uma parte onde a filha canta para o pai (e nessa hora cheguei a derramar lágrimas) - outra onde a mãe, cega por suas vontades, negligencia a filha e acha q ela está ali apenas para servir. A relação das duas de dominante e dominada é algo q já foi abordado diversas vezes, mas da forma q foi apresentada, cheia de egoísmo e uma preocupação sem razão, trazem bastante revolta. Acho q o ponto fraco é o drama escolar, q é apresentado sem muito aprofundamento. Ruby sofre bullying em 2-3 momentos mas isso n ganha vazão. E meu deus… oq falar daquele relacionamento forçado apenas pra dar um gás no roteiro? Há um bom tempo q eu n via um par romântico tão sem sal e sem química entre ambos. E por falar nisso, o título brasileiro até pode ter um significado bom sobre “seguir sonhos”, mas da forma q é apresentado junto ao pôster leva a crer q se trata de um filme romântico, e isso definitivamente n é. Quando os roteiros pararem de se basear em romances vazios, talvez outras emoções possam ser exploradas. Mas tirando isso, o filme consegue emocionar e usar o clichê a seu favor como poucos conseguem.
Com quatro indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, O Beco do Pesadelo é a mais nova aposta do meu queridíssimo diretor Guillermo del Toro. Com uma temática bem menos fantasiosa q seus outros projetos, o filme nos apresenta a vida de Stan (vivido muito bem por Bradley Cooper), desde a morte de seu pai até a entrada dele num circo itinerante, sua sede pela fama e fazendo de tudo para alcançar seus objetivos. Toda a estética dos anos 40 e dos carnival salta aos olhos para os fãs do gênero. A ambientação, junto da fotografia q pende para as cores q lembram fotografias antigas, imerge o espectador naquele universo q, mesmo real, salte aos olhos no tom onírico exaltado pelos parques de diversão. A magia do ambiente impressiona, e serve como fio condutor de toda a trama. E por falar em trama, seus arcos cíclicos são muito bem apresentados, e quando se concluem e referenciam oq veio antes trazem uma sensação de satisfação por ver as peças se encaixando. Mas por mais q a trama seja bem construída, ela traz apenas um elemento inovador (relacionado a um desses números do circo). Além disso, traz reflexões sobre ganância, motivações vazias, amor x poder, mas nada q traga algo inovador. O terceiro ato, culminando em revelações não tão reveladoras assim, consegue ser digno ao q foi apresentado até então, mas é bem simples. O final, entretanto, mesmo sendo simples, fecha com perfeição o conceito cíclico q é apresentado em todo filme. Novamente: nada inovador, mas q é justo na forma q é apresentada. As atuações estão excelentes, e alguns personagens clamam por mais tempo em tela. O personagem do Bradley tem um carisma cínico de um malandro perigoso, mas q mesmo assim cativa… pelo menos até o ponto q suas motivações ficam sórdidas demais. Mesmo assim, ele nos apresenta uma boa contrução de personagem com nuances de emoção q fazem o filme ganhar ainda mais valor. É um bom filme mas q pode ser considerado arrastado por alguns, mas q nos momentos de tensão prende de uma forma q n faz com q os olhos saiam da tela. Um verdadeiro espetáculo!
Com três indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Licorice Pizza irá apresentar ao telespectador, na teoria, um romance diferenciado entre dois jovens com 10 anos de diferença e q “estão descobrindo o amor pela primeira vez”, tudo isso numa Los Angeles da década de 70. Já adianto q essa resenha será diferente das demais pois nas outras eu tentava n ser tão parcial, mas nessa serei obrigado a me meter. Antes, gostaria q soubessem uma coisa sobre mim. Eu nunca deixei de ver um filme até o final, pois pior q ela possa ser eu prefiro apreciá-lo em sua totalidade para depois afirmar oq de fato n me agradou. A única vez q isso aconteceu foi com o filme O monstro dentro de você, onde e 20min já estava de saco cheio. Se n fosse fazer esta resenha, Licorice Pizza seria o segundo, mas já q terminei posso dizer com propriedade q em nada me acrescentou. N é um filme ruim, só n é um filme pra mim. A fotografia antiga é bonita, a trilha sonora antiga é bacana e as atuações estão ok, principalmente dos dois estreantes q fazem o casal principal. Mas a trama… Sei lá, teve outro filme q teve essa pegada episódica onde um casal q descobria o sentimento nascendo se metia em diversas enrascadas, me fugiu o nome agora, mas justamente por serem vários cenários com MUITOS personagens secundários, a trama flutua e está à mercê da relação, amorosa ou n, entre o casal principal. Como disse em resenhas antigas, n sou fã de filmes de romance, mas quando o relacionamento convence pelo menos eu consigo comprar. Pra mim, a relação entre ambos foi superficial e aconteceu por uma necessidade platônica do protagonista e do roteiro em precisar contar a história. Aliado a isso, diversos acontecimentos fantasiosos e desdobramentos vão rolando por q sim e vc espectador q lute com sua suspensão da descrença para comprar oq tá rolando. Não entendi pq entrou na lista de melhores do ano pra muito youtubers, talvez por causa do Paul Thomas Anderson e uma filmografia particular q eu n tenha conhecimento ou pq eu n tenha a sensibilidade particular para captar a mensagem emocional e histórica (pq sim, tbm tem isso) presente no filme. Pra mim, sei q apenas duas palavras ficaram em minha mente: por quê?
Com seis indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, King Richard: Criando Campeãs contará, baseado em fatos reais, a história de Richard Willians e suas duas filhas, Venus e Serena, duas das maiores tenistas de todos os tempos. Um drama que irá nos apresentar sua trajetória desde a infância até suas primeiras partidas profissionais. Eu gosto do Will Smith, mas vendo esse filme consegui entender todas as críticas q fazem sobre sua pessoa. Sinceramente n entendi sua indicação como melhor ator, pois mesmo com trejeitos vocais e corporais ele continua com uma postura reconhecível de Will Smith, só q sem a parte cômica. Outro problema é seu personagem, o próprio Richard: sua persona questionavelmente rígida e arrogante afasta o espectador e dificulta a possível conexão q possa ser criada com o personagem principal. Sendo assim, grande parte do filme é prejudicada pelo simples ranço q vc tem dele e de suas ações. As atuações das mulheres, por outro lado (principalmente da q faz a Venus) trazem um fôlego especial pra trama, e seus sonhos e lutas particulares contra um homem autoritário dão certo gás ao filme. Mas no fim, as partes boas se resumem a isso, à curiosidade de vc saber o desenrolar dos fatos e a diálogos bons aqui e ali. Mas só. Um problema q filmes baseados em fatos têm é o recorte. Certos fatos q são apresentados no filem deixam interrogações do tipo “Mas como ele conseguiu fazer isso?” ou “Se ele fazia isso assim, como tbm conseguia fazer aquilo?”, oq transforma cenas e momentos reais em uma ficção especulativa q, se feita de forma ficcional, seria criticada pelo seu enorme número de furos. Quem gosta de filmes de esportes vai se divertir. Têm certos momentos onde os cortes de cena valorizam a ação da raquete, mas nos momentos de competição em si a montagem deixa a desejar. Mesmo assim, como desenvolvimento de personagem (de uma das filhas, e n do pai), o filme é ok. Qualidades técnicas e atuações ok q fazem jus a uma produção desse tipo, mas q poderiam ter feito muito mais com um recorte de roteiro melhor trabalhado.
Liderando a lista com 12 indicações ao Oscar, dentre eles o de melhor filme, Ataque dos cães é um faroeste não convencional que está liderando as apostas de que irá ser o grande premiado do evento. Mas tanto burburinho faz sentido? É importante salientar q o filme se passa no velho oeste para q se saiba de alguns aspectos do gênero e da época, para q esses possam ser desconstruídos no decorrer do filme. Mesmo assim, o fator drama salta aos olhos durante as 2h. Se vc espera bang bang, perseguições a diligências ou assaltos a banco, este filme n é pra vc. Na trama, iremos acompanhar a relação entre dois irmãos, Phil (interpretado pelo maravilhoso Benedito) e George (por Jesse Plemons) e suas formas diferentes de lidarem com aquele momento num distante ano de 1925. Depois, um deles se casa e a relação familiar se complica, principalmente quando problemas e segredos do passado vêm para a superfície. É difícil falar desse filme sem mencionar spoilers, mesmo assim irei evitá-los, pois aqueles q resolverem se debruçar sobre o filme terão uma grata experiência. Ele n é, entretanto, pra qualquer um. Quem for assistir deve ter noção deq precisará ficar atento a cada momento da tela para pegar as nuances e metáforas q são colocadas apenas nas entrelinhas. O segredo deste filme está em sua sutileza. Com um início meio lento, o filme vai ganhando fôlego à medida q mais lenha é colocada na fogueira. Uma das maiores críticas do filme se dá à masculinidade tóxica e em como ela pode ser prejudicial a todos. Mesmo assim, é incrível ver como o filme tbm homenageia e referencia a literatura grega. Uma trama intrincada q instiga a curiosidade e deixa de boca aberta quando chega ao fim (e q final). As atuações estão estupendas. Sutis quando precisam ser e explosivas da mesma forma. A fotografia com os tons terrosos dá um charme à parte, e tudo muito bem conduzido por uma musicalidade q imerge o espectador de uma forma mais intimista, diferente de Morricone q, em sua maioria, tinha mais uma pegada à ação. Então respondendo à pergunta inicial: sim, o filme é bom e merece ser comentado. Se surpreenda com o desenrolar da história e, quem sabe, tire reflexões pra sua vida.
Com sete indicações ao Oscar, dentre eles o de melhor filme, Belfast nos apresenta um período conturbado da Irlanda do Norte pelo olhar de uma criança. Os ataques que eram causados por protestantes contra católicos se estenderam por diversos anos, e por mais aterradores q tenham sido, o filme parece dar uma suavizada em tudo. Isso tem seus pontos positivos e negativos. De positivo dá pra pontuar a belíssima fotografia em preto e branco, os jogos de câmera e as conduções de cena como um todo. As atuações também estão ótimas, e faz com q aqueles personagens, por menor tempo em tela q tenham, pareçam ser pessoas q vc encontraria. Pq Belfast fala disso: das relações de famílias (com foco em uma) q moram numa rua e precisam lidar com tais ataques religiosos. De negativo, o produtor e roteirista Kenneth Branagh encontra no filme uma forma de contar causos doq viveu quando era jovem. Mesmo assim, algumas subtramas se iniciam, n possuem desenvolvimento e, em determinado, chegam a sua conclusão pq n podem ficar em aberto. Além disso, muito se diz sobre o tom do filme, q mesmo sendo um drama pende mais pro humor (n de gargalhada, mas aquele q deixa um riso de canto de boca). Ao meu ver, por se tratar de um filme com foco na visão infantil isso se justifica, assim como a trilha sonora “alegre” em momentos mais conflituosos. Mesmo com críticas às relações humana e “jogos de poder”, essa parte séria do filme é apenas pincelada. Oq é verdadeiramente aprofundado são as relações familiares do garotinho principal, oq vai determinar se vc vai gostar do filme ou n. Eu, por exemplo: analisando tecnicamente, com roteiro e tudo mais, o filme seria um 3,5, mas como eu me encantei com a inocência e pureza q é apresentada, fora os outros pontos positivos q já citei, fizeram com q eu gostasse bastante do filme. Se vc quiser algo mais sério e q retrate com fidelidade como foi o período the troubles, é bem provável q vc n curta tanto. Mas para algo mais descompromissado, um filme de sessão da tarde, talvez, Belfast vai conseguir te entreter. Creio q n irão sentir suas 1h40min passarem.
Com quatro indicações ao oscar, dentre eles o de melhor filme, Não olhe para cima é um filme que causou um burburinho na internet (principalmente por ditos intelectuais q diziam q o diretor se inspirou SIM na política brasileira) mas q agora caiu no esquecimento como tantos outros debates vazios. E isso prova q apenas uma ideia sozinha n é capaz de sustentar um filme a longo prazo. Pra quem n sabe, no filme iremos acompanhar a jornada de dois cientistas, vividos pelo Leonardo DiCrapio e pela Jennifer Lawrence, tentando alertar a humanidade (leia-se: Estados Unidos) deq um meteoro irá atingir a Terra. Com o intuito inicial de ser uma crítica ao aumento do aquecimento global e como as autoridades lidavam com a situação, a vinda da pandemia deu um novo escopo para o filme, oq fomentou discussão entre ambos os espectros políticos aqui e lá fora. Vamos tirar o elefante da sala logo: o filme consegue cumprir esse papel de crítica? Sim e não. Enquanto tenta se utilizar de um humor satírico q em muitas vezes perde a mão, a maior parte do filme foca na piada (e só na piada) enquanto a importância da mensagem é jogada pra debaixo do tapete. Mesmo assim, em certos momentos de sutileza o filme tem seu brilho, como quando a Jennifer vai falar com seus pais e eles n permitem q ela entre em casa por pensar diferente deles. Em resumo é isso: quando tenta ser engraçado e criticar o filme escorrega, mas quando come pelas beiradas e apresenta algo inesperado, aí ele ganha. Com relação à mensagem do filme: basicamente é uma luta pela verdade, uma “ode contra as fake news”, uma carta de amor à ciência ante às especulações baseadas em crença… mas isso se trata apenas da MENSAGEM. Seu aproveitamento no filme é pincelado por alto com personagens estereotipados (q conseguem cumprir seu papel às vezes) mas logo são jogados para escanteio com uma trama q tenta se levar a sério (mesmo sendo uma sátira). Com atuações q n fazem jus ao elenco estelar e com uma mensagem pertinente (mas q ficou batida por n ser trabalhada de forma inovadora), o filme entra no Oscar servindo mais de crítica para pontuar virtude doq qualquer outra coisa.
E vamos de resenha dessa empreitada da Netflix que parecia ser interessante, mas que no fim tá dividindo mais opinião do que a polarização mundial. Rua do medo: 1994 é a primeira de 3 partes de uma série de filmes que bebe muito de influências de filmes slasher e dos livros do autor RL Stine. Sua sinopse é a seguinte: Depois de uma série de assassinatos brutais, um grupo de adolescentes enfrenta uma força maligna que aterroriza a cidade há séculos. Bem-vindos a Shadyside. Nesse primeiro filme, as referências a Pânico são gritantes, e fiquei bastante feliz com a cena de abertura. Depois disso, entretanto, o filme nos apresenta Deena, uma personagem aparentemente ok mas que conseguiu me deixar com ranço no desenrolar da trama. Sobre a história, tais assassinatos parecem estar relacionados com uma bruxa do passado (que aparentemente será melhor abordada na parte 3), mas o foco logo vai para Deena e seu relacionamento conturbado com Sam. A apresentação de ambas, junto da revelação da rixa entre as cidades de Shadyside e Sunnyvale, é tão apressada e cômica (por vergonha alheia) que ajuda a ditar o tom superficial e sem noção que o filme irá tomar. “Mas você queria algo sério de um filme slasher?” Não, mas pelo menos me apresentasse algum personagem que eu me preocupasse. Qualquer um deles poderia morrer e eu não iria me importar. Mas nada disso se compara com a exceção de jumpscares e sons de PAM aleatórios que não possuem outra função narrativa senão assustar. O susto pelo susto, na minha opinião, é um recurso pobre, tanto que tudo era tão previsível que não criava uma tensão. A mitologia envolvendo os assassinos é bacana e eu gostaria, quem sabe, que houvesse uma série contando um pouco de cada um deles. Quem sabe não fosse melhor que essa introdução? Misturando um drama adolescente chato, sem substância e que romantiza relacionamentos tóxicos, com fórmulas baratas de susto da década de 70-80, o filme apresenta um slasher básico com personagens desinteressantes que levanta promessas interessantes para os próximos filmes. Agora é esperar se a promessa será cumprida de forma positiva ou não.
Entregando o bom e velho feijão com arroz, o filme nos apresenta uma jornada de herói bem estruturada com personagens principais cativantes. Jason Momoa se diverte e entrega um aquaman que foge das HQs, mas não por isso menos memorável. Amber Heard também parece estar à vontade no papel de Mera, e domina a cena num balanço entre o encantador e o ameaçador. A química entre ambos funciona, porém a parte romântica, ao meu ver, ficou forçada da mesma forma que outras partes sub aproveitadas da trama. Como os vilões Arraia Negra e Mestre dos Oceanos, por exemplo. Ambos possuem um design em tela tão belo quanto as criaturas e reinos debaixo d’água, mas suas motivações são tão rasas quanto uma piscina infantil. Mesmo assim, não deixam de ser menos aterradores em cenas de ação que são um desbunde para o espectador. A trama é linear com certas “missões secundárias” que me prenderam em tela e fizeram com que as quase 2h30min passassem voando, com ação desenfreada (e com monstros gigantes porque sim). Porém, com tanto foco na ação, o filme peca um pouco em diálogos expositivos demais em certos pontos e pouco verdadeiros em outros. Nada que tire o brilho geral da obra (a menos que você seja cricri demais e não se entregue à diversão descompromissada que o filme oferece). Aquaman consegue manter o equilíbrio entre acertos e erros. Tinha potencial para ser muito mais, principalmente discutindo questões ambientais que são meramente pinceladas, porém cumpre o papel no qual se propõem e entrega um filme de origem sem ser necessariamente de origem. Um mergulho nesse universo colorido e diverso que abre margem para ser desbravado em futuras continuações. E que elas cheguem tão rápidas e arrebatadoras quanto uma tsunami, nos inundando de desbundes visuais e Jason Momoa. Sim, mais Jason Momoa, por favor.
Primeiramente, o filme não é uma decepção total. Tomando a arlequina como personagem principal, Margot Robbie brilha ainda mais na personagem, se entregando de corpo e alma ao papel. Por ser uma história contada de seu ponto de vista, volta e meia somos transportados no tempo para contextualizar algumas ações que são tomadas no decorrer da trama. Ao meu ver, muitas vezes isso gera uma piada de metalinguagem, pois brinca com a confusão da própria personagem em si. As personagens secundárias têm suas funções bem determinadas e algumas tomam certos estereótipos que chegam a ficar engraçado para a trama (com exceção da Renee Montoya, que mais parece uma bucha, e a caçadora, que, em sua maioria, serve de deus ex machina), sendo o destaque principal para a Canário Negro e seu arco muito bem explorado. O vilão Máscara Negra é caricato e, mesmo que tenha fugido um pouco das origens das hqs, entrega um personagem sádico e caótico, enquanto é sem noção no mesmo tom empregado pelo filme. Seus momentos de burrice também são justificáveis, principalmente se levarmos em conta que é a Arlequina quem está contando sua versão dele. Porém, nem tudo são tiros de purpurina. Um dos pontos onde o filme mais peca são nas cenas de ação irreais e altamente coreografadas. Em nenhum momento senti medo ou pensei que algo de ruim poderia acontecer com as personagens, visto que passaram do limite onde um personagem derrota vários. Por vezes (com destaque para a cena da delegacia) os policiais pareciam esperar serem atacados para só depois darem saltos acrobáticos para depois caírem duros no chão. Com a DC indo ladeira abaixo nos cinemas, não é de se esperar que Aves de Rapina tenha feito certo sucesso, principalmente em ano de pandemia. É um filme divertido e bom pra passar um tempo se você não levá-lo tão a sério.
Mesmo com seus problemas, consegue ser um filme, no mínimo, divertido. Não conheço muito do personagem das hqs, mas acho que a mitologia apresentada funciona como uma boa porta de entrada para o herói nas telas. Mas se para o herói funciona, para o vilão existem algumas problemáticas criadas pelo próprio universo. O Dr Silvana tem um início interessante e permite abrir o filme de uma forma diferente. Tentado pelo poder dos sete pecados capitais, ele se torna um vilão aceitável e que tem bons momentos no decorrer do filme. O problema vai para as entidades em si, que foram anunciadas como o mal maior, dispostas a trazer o caos no mundo, porém o pior que fizeram foi segurar crianças para não fugirem. Voltando para o Shazam. Se ele como personagem não tem muitos problemas, por outro lado há uma problemática entre as personas abordadas pelos atores do herói e de Billy. Em raros momentos eles parecem ser a mesma pessoa em tela; enquanto um é bobalhão e impulsivo, o outro é mais recluso e frio. Mas fora isso, individualmente, os dois são muito bons no papel que desempenham. Deixando o pesar de lado, a galeria de personagens, principalmente as crianças do orfanato, é muito boa e consegue dar personalidade para sua maioria. Junto deles, o humor proporcionado é leve e com boas sacadas, mas peca em se prender no mesmo riso por diversas vezes. Fico feliz com os efeitos práticos utilizados e ao CGI (vi algumas reclamações a respeito, mas em mim nada incomodou). Por mais leve que tenha sido a experiência, senti o filme se arrastando por mais tempo que deveria, não sei explicar exatamente o porquê. Fato é que o filme foi um sucesso com o público mais jovem, então talvez seja algo com relação a mim. O importante, no final das contas, é abrir portas para novos amantes de super-heróis para que a cultura nerd continue a ser disseminada. E Shazam, com seu humor, referências e história costurada com momentos que reverberam do início ao fim da trama, é uma boa porta de entrada.
Quando minha namorada me chamou para ver Blue Jay, a única coisa q eu sabia era oq ela me contou: uma história de um casal q se reencontra depois de anos e tentam reviver os bons momentos q tiveram. Tá, e oq isso tem demais? Pra vcs eu n sei, mas pra mim sei q foi uma das melhores experiências cinematográficas da minha vida. Começando pelo fato deq todo filme é em preto e braco, oq traz um ar mais nostálgico e intimista para o casal em tela. E por falar neles, oq dizer de Mark Duplass (q nunca tinha ouvido falar até ver esse filme) e Sarah Paulson (reconhecida por diversos trabalhos, sendo o meu favorito na segunda temporada de AHS) que encarnaram com uma naturalidade SEM IGUAL a vida de um casal q teve sua vida, passou e q, por adventos do destino, acabaram se reencontrando. Eles SÃO os personagens, e a verdade q ambos entregam só faz com q o espectador fique preso na tela como um verdadeiro voyeur pra saber oq acontecerá depois. É uma narrativa doce, singela, tocante, emocionante, q faz rir e deixar olhos marejados se vc mergulhar na psiquê do casal. Um estudo de personagens q n apela pra exposições, e q deixa as verdades serem apresentadas com naturalidade até q entendemos pq eles se separaram. Isso sem mencionar as diversas camadas q ambos possuem, ora dizendo verdades dolorosas, ora escondendo com risos memórias duras de serem recordadas. Blue jay é uma experiência. Um filme sobre o amor q transcende o amor, e fala em como dois adultos q ainda nutrem sentimentos um pelo outro agem depois de anos separados. Uma pena q ele n seja mais reconhecido, mas espero q com esta resenha eu consiga despertar o desejo para q alguém veja. Se uma ver ficarei feliz. Se vc quer um filme leve pra fechar a noite ou pra lavar a cabeça depois de uma notícia ruim, Blue Jay é o pedido certo pra vc.
Parasita, mesmo tendo feito certo rebuliço quando foi lançado (principalmente nos EUA, onde parecem ter dificuldade em ler legendas), foi condecorado com o primeiro Oscar de melhor filme (dentre outras premiações) q n é de origem americana. Mas o filme é tudo isso? Eu diria que sim, e talvez um pouco mais doq se imagina. A grosso modo e sem entregar muitos spoilers, a história vai tratar de duas famílias q vivem diametralmente opostas, sendo uma rica e outra pobre. As “lutas de classes” q são abordadas em outros meios ganham novos pontos de vistas aqui, sendo abordados de certa maneira previsível mas q garantem grandes surpresas no desenrolar da trama. As atuações estão magníficas, e cada ator consegue exprimir verdade em sua atuação, seja através da imposição da fala ou até mesmo em gestos sutis. Da mesma forma, seus papéis deixam claro q n existem heróis ou vilões, e cada um tenta apenas seguir sua vida. Eu, no decorrer da trama, me importava com todos em tela, e ficava preocupado com oq poderia acontecer com eles. E sobre a trama digo apenas q vc n sabe oq esperar. Parece q ela caminha para um lugar e do nada vira. Quando vc pensa q falta pouco para o filme acabar, vc vê e ainda n chegou nem na metade, e as surpresas dali em diante só tendem a aumentar. Também sobre a trama, é muito importante ressaltar o uso de simbolismos (principalmente na pedra apresentada no início) como tbm nos jogos de câmera, transições, luminosidade e afins. As entrelinhas têm muito a oferecer na construção da trama em si. Dizer q Parasita tem um gênero limitaria sua grandiosidade. É uma mistura de comédia, terror, drama e suspense q funciona com um primor raras vezes visto. Um filme q n é fácil nem difícil, mas q exige atenção do espectador se este quiser compreendê-lo em sua totalidade. E, da mesma forma, um entretenimento q garante boas surpresas e queixos caídos para aqueles q quiserem se sentir incluídos no meio das trocas e intrigas das duas famílias. A porta da casa está aberta. Sinta-se à vontade para entrar.
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Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraCom dez indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Duna traz às telas mais uma adaptação do romance homônimo. Servindo de base para histórias como Game of Thrones e Star Wars, Duna foi revolucionário n apenas pela forma como trata a política espacial mas tbm com suas questões ambientalistas. Mas será q um livro com tanto peso conseguiu ser adaptado com fidelidade?
Em partes, sim. Na trama, acompanharemos a família Artreides q se muda para o planeta Arrakis, mais conhecido por Duna. Lá, eles serão os novos líderes, cuidando da região e da fonte de renda do local, uma especiaria chamada Melange. Em meio a intrigas e reviravoltas, seguiremos o destino de Paul n apenas como líder de um planeta mas talvez de uma causa maior.
Tomando como base apenas o filme, diria q a fotografia, ambientação e sonorização estão simplesmente estupendas. Ver as representações em tela doq antes existia somente em palavras é incrível, e ver como a produção adaptou as diferentes culturas e raças foi bastante interessante. Os efeitos especiais em sua maioria tbm estão magníficos, embora em breves momentos ocorram uma escorregadas bizarras. As atuações estão condizentes com líderes imperiais q se mantém ativos num jogo de poder q nunca para, e ver essa tensão nas entrelinhas faz com q as falas ganhem mais poder. A trama tbm é bem simples, e talvez o único empecilho q tenha sejam alguns pontos q n são bem explorados.
Como adaptação o filme funciona quase q bem. A única mudança gritante, além da retirada de algumas cenas q podem ser consideradas barrigas, foi a mudança de gênero de um personagem e algumas personalidades q foram apagadas para transformarem os personagens em agentes de trama. Mesmo assim, a história está lá (pelo menos de metade do livro), e creio q as pessoa prefiram ver dois filmes de 2h30 ao invés de se dedicar a +-15h na leitura do livro. Outro problema são os termos inventados pra Duna: enquanto no livro vc consegue entender pelo contexto ou ele mesmo explica, sinto q em algumas partes o filme simplesmente joga e espera q vc já tenha lido antes. N deixa o espectador confuso, apenas solta a mão dele e espere q ele se ache depois.
Mesmo assim, longe de ser um filme ruim. Duna traz muitas qualidades como um filme, apenas como adaptação q dá umas escorregadas. Mas perto de outras, Duna consegue ser uma adaptação feita com primor.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraCom sete indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Amor, Sublime Amor é uma refilmagem de um filme homônimo de 1961 (o qual n assisti), o qual já foi considerado um clássico na época de seu lançamento e q levantou diversos questionamentos do pq deveria ser “refeito”. Spielberg, fascinado pelo primeiro, sempre teve o sonho de criar sua versão, e depois finalmente teve sua chance.
Numa Nova York de 1957, acompanharemos o amor florescer entre dois jovens de gangues rivais, um de laatinoamericanos e o outro de norteamericanos. No melhor estilo Romeu e Julieta, este musical mostra quais os limites do amor e das lutas q são travadas mais por ancestralidade doq um motivo necessariamente aparente no presente.
Mesclando High School Musical e La La Land, as coreografias e músicas são tão orgânicas que se mesclam à narrativa de uma forma sublime, e se conectam perfeitamente às cenas de diálogos “normais” q acontecem na sequência sem nenhum tipo de corte. A condução de câmera, o figurino e a fotografia tbm n saem por menos, e tudo está belíssimo em tela, trazendo o ar de “antigo” q a história pede.
Uma coisa q pode incomodar alguns mas q me agradou foram alguns cenários bastante “fake”, mas no melhor sentido da palavra. Com um arte de cenário de teatro, o ambiente exalta a atuação dos atores e faz com q imaginemos q tudo estivesse sendo encenado num palco.
As atuações na maior parte do tempo estão bastante satisfatórias, salvo raros momentos onde alguns atores n alcançam a emoção necessária para determinadas cenas. Outro “problema” são algumas resoluções simples e levemente irrealistas q são tomadas, mas como n sei se isso se dá à fidelidade com a obra original ou por algum lirismo próprio q foi utilizado prefiro n me aprofundar mais.
Os questionamentos abordados sobre pertencimento são contundentes quando precisam ser e deixados nas entrelinhas da mesma forma. Nada soa forçado e logo vc se vê torcendo não por um lado em específico, mas q eles possam resolver as intrigas da melhor forma possível.
Para os fãs de musical e de um bom romance, esse filme é uma boa pedida: emoção na medida certa com coreografias q farão seus pés balançarem enquanto vc assiste!
No Ritmo do Coração
4.1 752 Assista AgoraCom três indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, No ritmo do coração (CODA no original, q significa child of deaf adult (filho de adulto surdo)) é um filme de “drama” + comédia q usa dos clichês de filmes juvenis para abordar as dificuldades de ser a única ouvinte em uma família com três surdos.
Sendo uma refilmagem do francês A família Bélier, o filme nos apresenta Ruby (encarnada com primor por Emilia Jones) que ajuda seu pai, mãe e irmão surdos no ramo da família, a pesca. No decorrer do filme, seu amor pelo canto irá aflorar ainda mais e ela será obrigada a escolher entre seguir seus sonhos ou continuar à mercê das vontades da família.
Por ser bem clichê, o arco dramático do filme é bastante previsível. Mesmo assim, ele consegue extrair as emoções mais profundas daquela família q parece ser real em poucos minutos de cena. Os irmãos q se implicam mas se amam, o pai brincalhão e a mãe mais rígida, todos unidos (na medida do possível) mesmo com suas diferenças. Cada um tem seu momento de brilhar, com “diálogos” impactantes carregados de emoção. Destaco dois deles:
- uma parte onde a filha canta para o pai (e nessa hora cheguei a derramar lágrimas)
- outra onde a mãe, cega por suas vontades, negligencia a filha e acha q ela está ali apenas para servir. A relação das duas de dominante e dominada é algo q já foi abordado diversas vezes, mas da forma q foi apresentada, cheia de egoísmo e uma preocupação sem razão, trazem bastante revolta.
Acho q o ponto fraco é o drama escolar, q é apresentado sem muito aprofundamento. Ruby sofre bullying em 2-3 momentos mas isso n ganha vazão. E meu deus… oq falar daquele relacionamento forçado apenas pra dar um gás no roteiro? Há um bom tempo q eu n via um par romântico tão sem sal e sem química entre ambos.
E por falar nisso, o título brasileiro até pode ter um significado bom sobre “seguir sonhos”, mas da forma q é apresentado junto ao pôster leva a crer q se trata de um filme romântico, e isso definitivamente n é.
Quando os roteiros pararem de se basear em romances vazios, talvez outras emoções possam ser exploradas. Mas tirando isso, o filme consegue emocionar e usar o clichê a seu favor como poucos conseguem.
O Beco do Pesadelo
3.5 496 Assista AgoraCom quatro indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, O Beco do Pesadelo é a mais nova aposta do meu queridíssimo diretor Guillermo del Toro. Com uma temática bem menos fantasiosa q seus outros projetos, o filme nos apresenta a vida de Stan (vivido muito bem por Bradley Cooper), desde a morte de seu pai até a entrada dele num circo itinerante, sua sede pela fama e fazendo de tudo para alcançar seus objetivos.
Toda a estética dos anos 40 e dos carnival salta aos olhos para os fãs do gênero. A ambientação, junto da fotografia q pende para as cores q lembram fotografias antigas, imerge o espectador naquele universo q, mesmo real, salte aos olhos no tom onírico exaltado pelos parques de diversão. A magia do ambiente impressiona, e serve como fio condutor de toda a trama. E por falar em trama, seus arcos cíclicos são muito bem apresentados, e quando se concluem e referenciam oq veio antes trazem uma sensação de satisfação por ver as peças se encaixando.
Mas por mais q a trama seja bem construída, ela traz apenas um elemento inovador (relacionado a um desses números do circo). Além disso, traz reflexões sobre ganância, motivações vazias, amor x poder, mas nada q traga algo inovador. O terceiro ato, culminando em revelações não tão reveladoras assim, consegue ser digno ao q foi apresentado até então, mas é bem simples. O final, entretanto, mesmo sendo simples, fecha com perfeição o conceito cíclico q é apresentado em todo filme. Novamente: nada inovador, mas q é justo na forma q é apresentada.
As atuações estão excelentes, e alguns personagens clamam por mais tempo em tela. O personagem do Bradley tem um carisma cínico de um malandro perigoso, mas q mesmo assim cativa… pelo menos até o ponto q suas motivações ficam sórdidas demais. Mesmo assim, ele nos apresenta uma boa contrução de personagem com nuances de emoção q fazem o filme ganhar ainda mais valor.
É um bom filme mas q pode ser considerado arrastado por alguns, mas q nos momentos de tensão prende de uma forma q n faz com q os olhos saiam da tela. Um verdadeiro espetáculo!
Licorice Pizza
3.5 596Com três indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, Licorice Pizza irá apresentar ao telespectador, na teoria, um romance diferenciado entre dois jovens com 10 anos de diferença e q “estão descobrindo o amor pela primeira vez”, tudo isso numa Los Angeles da década de 70. Já adianto q essa resenha será diferente das demais pois nas outras eu tentava n ser tão parcial, mas nessa serei obrigado a me meter.
Antes, gostaria q soubessem uma coisa sobre mim. Eu nunca deixei de ver um filme até o final, pois pior q ela possa ser eu prefiro apreciá-lo em sua totalidade para depois afirmar oq de fato n me agradou. A única vez q isso aconteceu foi com o filme O monstro dentro de você, onde e 20min já estava de saco cheio. Se n fosse fazer esta resenha, Licorice Pizza seria o segundo, mas já q terminei posso dizer com propriedade q em nada me acrescentou.
N é um filme ruim, só n é um filme pra mim. A fotografia antiga é bonita, a trilha sonora antiga é bacana e as atuações estão ok, principalmente dos dois estreantes q fazem o casal principal. Mas a trama… Sei lá, teve outro filme q teve essa pegada episódica onde um casal q descobria o sentimento nascendo se metia em diversas enrascadas, me fugiu o nome agora, mas justamente por serem vários cenários com MUITOS personagens secundários, a trama flutua e está à mercê da relação, amorosa ou n, entre o casal principal.
Como disse em resenhas antigas, n sou fã de filmes de romance, mas quando o relacionamento convence pelo menos eu consigo comprar. Pra mim, a relação entre ambos foi superficial e aconteceu por uma necessidade platônica do protagonista e do roteiro em precisar contar a história. Aliado a isso, diversos acontecimentos fantasiosos e desdobramentos vão rolando por q sim e vc espectador q lute com sua suspensão da descrença para comprar oq tá rolando.
Não entendi pq entrou na lista de melhores do ano pra muito youtubers, talvez por causa do Paul Thomas Anderson e uma filmografia particular q eu n tenha conhecimento ou pq eu n tenha a sensibilidade particular para captar a mensagem emocional e histórica (pq sim, tbm tem isso) presente no filme. Pra mim, sei q apenas duas palavras ficaram em minha mente: por quê?
King Richard: Criando Campeãs
3.8 408Com seis indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, King Richard: Criando Campeãs contará, baseado em fatos reais, a história de Richard Willians e suas duas filhas, Venus e Serena, duas das maiores tenistas de todos os tempos. Um drama que irá nos apresentar sua trajetória desde a infância até suas primeiras partidas profissionais.
Eu gosto do Will Smith, mas vendo esse filme consegui entender todas as críticas q fazem sobre sua pessoa. Sinceramente n entendi sua indicação como melhor ator, pois mesmo com trejeitos vocais e corporais ele continua com uma postura reconhecível de Will Smith, só q sem a parte cômica. Outro problema é seu personagem, o próprio Richard: sua persona questionavelmente rígida e arrogante afasta o espectador e dificulta a possível conexão q possa ser criada com o personagem principal. Sendo assim, grande parte do filme é prejudicada pelo simples ranço q vc tem dele e de suas ações.
As atuações das mulheres, por outro lado (principalmente da q faz a Venus) trazem um fôlego especial pra trama, e seus sonhos e lutas particulares contra um homem autoritário dão certo gás ao filme. Mas no fim, as partes boas se resumem a isso, à curiosidade de vc saber o desenrolar dos fatos e a diálogos bons aqui e ali. Mas só.
Um problema q filmes baseados em fatos têm é o recorte. Certos fatos q são apresentados no filem deixam interrogações do tipo “Mas como ele conseguiu fazer isso?” ou “Se ele fazia isso assim, como tbm conseguia fazer aquilo?”, oq transforma cenas e momentos reais em uma ficção especulativa q, se feita de forma ficcional, seria criticada pelo seu enorme número de furos.
Quem gosta de filmes de esportes vai se divertir. Têm certos momentos onde os cortes de cena valorizam a ação da raquete, mas nos momentos de competição em si a montagem deixa a desejar. Mesmo assim, como desenvolvimento de personagem (de uma das filhas, e n do pai), o filme é ok. Qualidades técnicas e atuações ok q fazem jus a uma produção desse tipo, mas q poderiam ter feito muito mais com um recorte de roteiro melhor trabalhado.
Ataque dos Cães
3.7 932Liderando a lista com 12 indicações ao Oscar, dentre eles o de melhor filme, Ataque dos cães é um faroeste não convencional que está liderando as apostas de que irá ser o grande premiado do evento. Mas tanto burburinho faz sentido?
É importante salientar q o filme se passa no velho oeste para q se saiba de alguns aspectos do gênero e da época, para q esses possam ser desconstruídos no decorrer do filme. Mesmo assim, o fator drama salta aos olhos durante as 2h.
Se vc espera bang bang, perseguições a diligências ou assaltos a banco, este filme n é pra vc. Na trama, iremos acompanhar a relação entre dois irmãos, Phil (interpretado pelo maravilhoso Benedito) e George (por Jesse Plemons) e suas formas diferentes de lidarem com aquele momento num distante ano de 1925. Depois, um deles se casa e a relação familiar se complica, principalmente quando problemas e segredos do passado vêm para a superfície.
É difícil falar desse filme sem mencionar spoilers, mesmo assim irei evitá-los, pois aqueles q resolverem se debruçar sobre o filme terão uma grata experiência. Ele n é, entretanto, pra qualquer um. Quem for assistir deve ter noção deq precisará ficar atento a cada momento da tela para pegar as nuances e metáforas q são colocadas apenas nas entrelinhas. O segredo deste filme está em sua sutileza. Com um início meio lento, o filme vai ganhando fôlego à medida q mais lenha é colocada na fogueira.
Uma das maiores críticas do filme se dá à masculinidade tóxica e em como ela pode ser prejudicial a todos. Mesmo assim, é incrível ver como o filme tbm homenageia e referencia a literatura grega. Uma trama intrincada q instiga a curiosidade e deixa de boca aberta quando chega ao fim (e q final).
As atuações estão estupendas. Sutis quando precisam ser e explosivas da mesma forma. A fotografia com os tons terrosos dá um charme à parte, e tudo muito bem conduzido por uma musicalidade q imerge o espectador de uma forma mais intimista, diferente de Morricone q, em sua maioria, tinha mais uma pegada à ação.
Então respondendo à pergunta inicial: sim, o filme é bom e merece ser comentado. Se surpreenda com o desenrolar da história e, quem sabe, tire reflexões pra sua vida.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraCom sete indicações ao Oscar, dentre eles o de melhor filme, Belfast nos apresenta um período conturbado da Irlanda do Norte pelo olhar de uma criança. Os ataques que eram causados por protestantes contra católicos se estenderam por diversos anos, e por mais aterradores q tenham sido, o filme parece dar uma suavizada em tudo. Isso tem seus pontos positivos e negativos.
De positivo dá pra pontuar a belíssima fotografia em preto e branco, os jogos de câmera e as conduções de cena como um todo. As atuações também estão ótimas, e faz com q aqueles personagens, por menor tempo em tela q tenham, pareçam ser pessoas q vc encontraria. Pq Belfast fala disso: das relações de famílias (com foco em uma) q moram numa rua e precisam lidar com tais ataques religiosos.
De negativo, o produtor e roteirista Kenneth Branagh encontra no filme uma forma de contar causos doq viveu quando era jovem. Mesmo assim, algumas subtramas se iniciam, n possuem desenvolvimento e, em determinado, chegam a sua conclusão pq n podem ficar em aberto. Além disso, muito se diz sobre o tom do filme, q mesmo sendo um drama pende mais pro humor (n de gargalhada, mas aquele q deixa um riso de canto de boca). Ao meu ver, por se tratar de um filme com foco na visão infantil isso se justifica, assim como a trilha sonora “alegre” em momentos mais conflituosos.
Mesmo com críticas às relações humana e “jogos de poder”, essa parte séria do filme é apenas pincelada. Oq é verdadeiramente aprofundado são as relações familiares do garotinho principal, oq vai determinar se vc vai gostar do filme ou n.
Eu, por exemplo: analisando tecnicamente, com roteiro e tudo mais, o filme seria um 3,5, mas como eu me encantei com a inocência e pureza q é apresentada, fora os outros pontos positivos q já citei, fizeram com q eu gostasse bastante do filme. Se vc quiser algo mais sério e q retrate com fidelidade como foi o período the troubles, é bem provável q vc n curta tanto.
Mas para algo mais descompromissado, um filme de sessão da tarde, talvez, Belfast vai conseguir te entreter. Creio q n irão sentir suas 1h40min passarem.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraCom quatro indicações ao oscar, dentre eles o de melhor filme, Não olhe para cima é um filme que causou um burburinho na internet (principalmente por ditos intelectuais q diziam q o diretor se inspirou SIM na política brasileira) mas q agora caiu no esquecimento como tantos outros debates vazios. E isso prova q apenas uma ideia sozinha n é capaz de sustentar um filme a longo prazo.
Pra quem n sabe, no filme iremos acompanhar a jornada de dois cientistas, vividos pelo Leonardo DiCrapio e pela Jennifer Lawrence, tentando alertar a humanidade (leia-se: Estados Unidos) deq um meteoro irá atingir a Terra. Com o intuito inicial de ser uma crítica ao aumento do aquecimento global e como as autoridades lidavam com a situação, a vinda da pandemia deu um novo escopo para o filme, oq fomentou discussão entre ambos os espectros políticos aqui e lá fora.
Vamos tirar o elefante da sala logo: o filme consegue cumprir esse papel de crítica? Sim e não. Enquanto tenta se utilizar de um humor satírico q em muitas vezes perde a mão, a maior parte do filme foca na piada (e só na piada) enquanto a importância da mensagem é jogada pra debaixo do tapete. Mesmo assim, em certos momentos de sutileza o filme tem seu brilho, como quando a Jennifer vai falar com seus pais e eles n permitem q ela entre em casa por pensar diferente deles.
Em resumo é isso: quando tenta ser engraçado e criticar o filme escorrega, mas quando come pelas beiradas e apresenta algo inesperado, aí ele ganha.
Com relação à mensagem do filme: basicamente é uma luta pela verdade, uma “ode contra as fake news”, uma carta de amor à ciência ante às especulações baseadas em crença… mas isso se trata apenas da MENSAGEM. Seu aproveitamento no filme é pincelado por alto com personagens estereotipados (q conseguem cumprir seu papel às vezes) mas logo são jogados para escanteio com uma trama q tenta se levar a sério (mesmo sendo uma sátira).
Com atuações q n fazem jus ao elenco estelar e com uma mensagem pertinente (mas q ficou batida por n ser trabalhada de forma inovadora), o filme entra no Oscar servindo mais de crítica para pontuar virtude doq qualquer outra coisa.
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraE vamos de resenha dessa empreitada da Netflix que parecia ser interessante, mas que no fim tá dividindo mais opinião do que a polarização mundial.
Rua do medo: 1994 é a primeira de 3 partes de uma série de filmes que bebe muito de influências de filmes slasher e dos livros do autor RL Stine. Sua sinopse é a seguinte: Depois de uma série de assassinatos brutais, um grupo de adolescentes enfrenta uma força maligna que aterroriza a cidade há séculos. Bem-vindos a Shadyside.
Nesse primeiro filme, as referências a Pânico são gritantes, e fiquei bastante feliz com a cena de abertura. Depois disso, entretanto, o filme nos apresenta Deena, uma personagem aparentemente ok mas que conseguiu me deixar com ranço no desenrolar da trama.
Sobre a história, tais assassinatos parecem estar relacionados com uma bruxa do passado (que aparentemente será melhor abordada na parte 3), mas o foco logo vai para Deena e seu relacionamento conturbado com Sam. A apresentação de ambas, junto da revelação da rixa entre as cidades de Shadyside e Sunnyvale, é tão apressada e cômica (por vergonha alheia) que ajuda a ditar o tom superficial e sem noção que o filme irá tomar.
“Mas você queria algo sério de um filme slasher?” Não, mas pelo menos me apresentasse algum personagem que eu me preocupasse. Qualquer um deles poderia morrer e eu não iria me importar.
Mas nada disso se compara com a exceção de jumpscares e sons de PAM aleatórios que não possuem outra função narrativa senão assustar. O susto pelo susto, na minha opinião, é um recurso pobre, tanto que tudo era tão previsível que não criava uma tensão.
A mitologia envolvendo os assassinos é bacana e eu gostaria, quem sabe, que houvesse uma série contando um pouco de cada um deles. Quem sabe não fosse melhor que essa introdução?
Misturando um drama adolescente chato, sem substância e que romantiza relacionamentos tóxicos, com fórmulas baratas de susto da década de 70-80, o filme apresenta um slasher básico com personagens desinteressantes que levanta promessas interessantes para os próximos filmes. Agora é esperar se a promessa será cumprida de forma positiva ou não.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraEntregando o bom e velho feijão com arroz, o filme nos apresenta uma jornada de herói bem estruturada com personagens principais cativantes. Jason Momoa se diverte e entrega um aquaman que foge das HQs, mas não por isso menos memorável. Amber Heard também parece estar à vontade no papel de Mera, e domina a cena num balanço entre o encantador e o ameaçador. A química entre ambos funciona, porém a parte romântica, ao meu ver, ficou forçada da mesma forma que outras partes sub aproveitadas da trama.
Como os vilões Arraia Negra e Mestre dos Oceanos, por exemplo. Ambos possuem um design em tela tão belo quanto as criaturas e reinos debaixo d’água, mas suas motivações são tão rasas quanto uma piscina infantil. Mesmo assim, não deixam de ser menos aterradores em cenas de ação que são um desbunde para o espectador.
A trama é linear com certas “missões secundárias” que me prenderam em tela e fizeram com que as quase 2h30min passassem voando, com ação desenfreada (e com monstros gigantes porque sim). Porém, com tanto foco na ação, o filme peca um pouco em diálogos expositivos demais em certos pontos e pouco verdadeiros em outros. Nada que tire o brilho geral da obra (a menos que você seja cricri demais e não se entregue à diversão descompromissada que o filme oferece).
Aquaman consegue manter o equilíbrio entre acertos e erros. Tinha potencial para ser muito mais, principalmente discutindo questões ambientais que são meramente pinceladas, porém cumpre o papel no qual se propõem e entrega um filme de origem sem ser necessariamente de origem. Um mergulho nesse universo colorido e diverso que abre margem para ser desbravado em futuras continuações.
E que elas cheguem tão rápidas e arrebatadoras quanto uma tsunami, nos inundando de desbundes visuais e Jason Momoa. Sim, mais Jason Momoa, por favor.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KPrimeiramente, o filme não é uma decepção total. Tomando a arlequina como personagem principal, Margot Robbie brilha ainda mais na personagem, se entregando de corpo e alma ao papel. Por ser uma história contada de seu ponto de vista, volta e meia somos transportados no tempo para contextualizar algumas ações que são tomadas no decorrer da trama. Ao meu ver, muitas vezes isso gera uma piada de metalinguagem, pois brinca com a confusão da própria personagem em si.
As personagens secundárias têm suas funções bem determinadas e algumas tomam certos estereótipos que chegam a ficar engraçado para a trama (com exceção da Renee Montoya, que mais parece uma bucha, e a caçadora, que, em sua maioria, serve de deus ex machina), sendo o destaque principal para a Canário Negro e seu arco muito bem explorado.
O vilão Máscara Negra é caricato e, mesmo que tenha fugido um pouco das origens das hqs, entrega um personagem sádico e caótico, enquanto é sem noção no mesmo tom empregado pelo filme. Seus momentos de burrice também são justificáveis, principalmente se levarmos em conta que é a Arlequina quem está contando sua versão dele.
Porém, nem tudo são tiros de purpurina. Um dos pontos onde o filme mais peca são nas cenas de ação irreais e altamente coreografadas. Em nenhum momento senti medo ou pensei que algo de ruim poderia acontecer com as personagens, visto que passaram do limite onde um personagem derrota vários. Por vezes (com destaque para a cena da delegacia) os policiais pareciam esperar serem atacados para só depois darem saltos acrobáticos para depois caírem duros no chão.
Com a DC indo ladeira abaixo nos cinemas, não é de se esperar que Aves de Rapina tenha feito certo sucesso, principalmente em ano de pandemia. É um filme divertido e bom pra passar um tempo se você não levá-lo tão a sério.
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraMesmo com seus problemas, consegue ser um filme, no mínimo, divertido.
Não conheço muito do personagem das hqs, mas acho que a mitologia apresentada funciona como uma boa porta de entrada para o herói nas telas. Mas se para o herói funciona, para o vilão existem algumas problemáticas criadas pelo próprio universo.
O Dr Silvana tem um início interessante e permite abrir o filme de uma forma diferente. Tentado pelo poder dos sete pecados capitais, ele se torna um vilão aceitável e que tem bons momentos no decorrer do filme. O problema vai para as entidades em si, que foram anunciadas como o mal maior, dispostas a trazer o caos no mundo, porém o pior que fizeram foi segurar crianças para não fugirem.
Voltando para o Shazam. Se ele como personagem não tem muitos problemas, por outro lado há uma problemática entre as personas abordadas pelos atores do herói e de Billy. Em raros momentos eles parecem ser a mesma pessoa em tela; enquanto um é bobalhão e impulsivo, o outro é mais recluso e frio. Mas fora isso, individualmente, os dois são muito bons no papel que desempenham.
Deixando o pesar de lado, a galeria de personagens, principalmente as crianças do orfanato, é muito boa e consegue dar personalidade para sua maioria. Junto deles, o humor proporcionado é leve e com boas sacadas, mas peca em se prender no mesmo riso por diversas vezes.
Fico feliz com os efeitos práticos utilizados e ao CGI (vi algumas reclamações a respeito, mas em mim nada incomodou).
Por mais leve que tenha sido a experiência, senti o filme se arrastando por mais tempo que deveria, não sei explicar exatamente o porquê. Fato é que o filme foi um sucesso com o público mais jovem, então talvez seja algo com relação a mim. O importante, no final das contas, é abrir portas para novos amantes de super-heróis para que a cultura nerd continue a ser disseminada. E Shazam, com seu humor, referências e história costurada com momentos que reverberam do início ao fim da trama, é uma boa porta de entrada.
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraQuando minha namorada me chamou para ver Blue Jay, a única coisa q eu sabia era oq ela me contou: uma história de um casal q se reencontra depois de anos e tentam reviver os bons momentos q tiveram. Tá, e oq isso tem demais? Pra vcs eu n sei, mas pra mim sei q foi uma das melhores experiências cinematográficas da minha vida.
Começando pelo fato deq todo filme é em preto e braco, oq traz um ar mais nostálgico e intimista para o casal em tela. E por falar neles, oq dizer de Mark Duplass (q nunca tinha ouvido falar até ver esse filme) e Sarah Paulson (reconhecida por diversos trabalhos, sendo o meu favorito na segunda temporada de AHS) que encarnaram com uma naturalidade SEM IGUAL a vida de um casal q teve sua vida, passou e q, por adventos do destino, acabaram se reencontrando. Eles SÃO os personagens, e a verdade q ambos entregam só faz com q o espectador fique preso na tela como um verdadeiro voyeur pra saber oq acontecerá depois.
É uma narrativa doce, singela, tocante, emocionante, q faz rir e deixar olhos marejados se vc mergulhar na psiquê do casal. Um estudo de personagens q n apela pra exposições, e q deixa as verdades serem apresentadas com naturalidade até q entendemos pq eles se separaram. Isso sem mencionar as diversas camadas q ambos possuem, ora dizendo verdades dolorosas, ora escondendo com risos memórias duras de serem recordadas.
Blue jay é uma experiência. Um filme sobre o amor q transcende o amor, e fala em como dois adultos q ainda nutrem sentimentos um pelo outro agem depois de anos separados. Uma pena q ele n seja mais reconhecido, mas espero q com esta resenha eu consiga despertar o desejo para q alguém veja. Se uma ver ficarei feliz.
Se vc quer um filme leve pra fechar a noite ou pra lavar a cabeça depois de uma notícia ruim, Blue Jay é o pedido certo pra vc.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraParasita, mesmo tendo feito certo rebuliço quando foi lançado (principalmente nos EUA, onde parecem ter dificuldade em ler legendas), foi condecorado com o primeiro Oscar de melhor filme (dentre outras premiações) q n é de origem americana. Mas o filme é tudo isso?
Eu diria que sim, e talvez um pouco mais doq se imagina. A grosso modo e sem entregar muitos spoilers, a história vai tratar de duas famílias q vivem diametralmente opostas, sendo uma rica e outra pobre. As “lutas de classes” q são abordadas em outros meios ganham novos pontos de vistas aqui, sendo abordados de certa maneira previsível mas q garantem grandes surpresas no desenrolar da trama.
As atuações estão magníficas, e cada ator consegue exprimir verdade em sua atuação, seja através da imposição da fala ou até mesmo em gestos sutis. Da mesma forma, seus papéis deixam claro q n existem heróis ou vilões, e cada um tenta apenas seguir sua vida. Eu, no decorrer da trama, me importava com todos em tela, e ficava preocupado com oq poderia acontecer com eles.
E sobre a trama digo apenas q vc n sabe oq esperar. Parece q ela caminha para um lugar e do nada vira. Quando vc pensa q falta pouco para o filme acabar, vc vê e ainda n chegou nem na metade, e as surpresas dali em diante só tendem a aumentar.
Também sobre a trama, é muito importante ressaltar o uso de simbolismos (principalmente na pedra apresentada no início) como tbm nos jogos de câmera, transições, luminosidade e afins. As entrelinhas têm muito a oferecer na construção da trama em si.
Dizer q Parasita tem um gênero limitaria sua grandiosidade. É uma mistura de comédia, terror, drama e suspense q funciona com um primor raras vezes visto. Um filme q n é fácil nem difícil, mas q exige atenção do espectador se este quiser compreendê-lo em sua totalidade. E, da mesma forma, um entretenimento q garante boas surpresas e queixos caídos para aqueles q quiserem se sentir incluídos no meio das trocas e intrigas das duas famílias.
A porta da casa está aberta. Sinta-se à vontade para entrar.