Marcus Vinícius

O filme retrata de maneira dramática a barbárie do capitalismo, sobretudo na periferia do mundo:

A produção é muito boa, mas não deixa de ser uma propaganda anticomunista, sobretudo no momento da produção, na década de 60, em plena guerra fria..

O filme é um bom exemplo de como a ideologia burguesa é, de maneira sutil, colocada nas produções artísticas e de entretenimento. Não se trata de "uma crítica social foda", muito pelo contrário, o filme é reacionário quando reproduz a ideia de que o homem se encontra no estado de natureza enquanto um animal selvagem: "o lobo sendo o lobo de homem".
O filme propaga também o individualismo como um valor universal e parte integrante da natureza humana, nos fazendo acreditar não ser possível nos organizarmos coletivamente com o intuito de pensar e transformar a realidade social que nos cerca - ninguém sai do filme pensando na organização popular, seja forma de partidos, sindicatos e movimentos sociais como agente transformadores da sociedade.
Ademais, o filme transmite a ideia de que temos uma longa estratificação social - classes A, B, C, D, E, F...Z... - o que é falso e contribuí para deslegitimar a luta de classes presente na sociedade capitalista.
Enfim, a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante, no caso da nossa sociedade da classe burguesa. Esse filme é um espelho de que a ideologia nós cega de maneira indolor e sutilmente.