Últimas opiniões enviadas
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O filme é bem panfletário de tendência trotskysta, com uma visão ultrarromântica da revolução. Uma pena, por conta disso, pecaram com várias informações que poderiam enriquecer muito o documentário... Construindo críticas em cima da crise gerada pela revolução e pelo Stalin, que praticamente não existiram nesse doc.
Últimos recados
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Thiago Ferreira
ótima lista de filmes lisérgicos! hahaha
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Miriam
adorei suas listas
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Filmow
O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
O nome mais utilizado desse ritual é "Yamurikumã", que é o maior ritual feminino realizado entre as tribos do Alto Xingu. Achei engraçado, pois a única referência que achei da palavra "Jamurikumalu" estava relacionada ao filme, e com poucos dados que pudessem comprovar e dar significado à sua origem.
Recentemente tive a oportunidade de participar de uma roda de conversa com mulheres indígenas, onde haviam duas Kamaiurá/Yawalapiti que participaram desse filme, e são filhas do cacique da aldeia em que se realizou este ritual. Elas contaram sobre suas histórias como mulheres e filhas do cacique dentro da tribo, as dificuldades que enfrentam, mesmo em uma posição privilegiada em relação às demais mulheres, e sua forma de organização social e política. Inclusive, uma delas, Kaiulu Yawalapiti é presidenta da Associação Yamurikumã de Mulheres Xinguanas. Elas contaram que não simpatizavam muito com esse documentário, pelo simples fato de que ele mostrava coisas que não deveriam ser mostradas.
É engraçado ouvir isso como não-indígena, após muitos de nós assistirmos o doc e ficarmos maravilhados com a cultura tão diferente e a riqueza destes povos e rituais. Esquecemos que este é um ritual específico, voltado para o gênero feminino, que mostra apenas um determinado período da vida em uma aldeia. Portanto, que não representa diretamente a forma como essa ou outras etnias em especial se organizam durante uma vida inteira de forma política e social. Além disso, é um filme produzido por homens, mostrando um olhar que na realidade deveria ser das mulheres, que deveria consentir com o que as mulheres querem mostrar ou não.
A "força" e autoridade que esse documentário mostra, em nada se relaciona com o cotidiano da maioria das tribos do Alto Xingu. Lá ainda se realizam casamentos arranjados, se impõe padrões estéticos para as mulheres de forma conservadora (sim, isso existe, à maneira deles, claro), se realizam rituais muito agressivos para mulheres, e muitas vezes suas vozes são quase insignificantes nas decisões internas e externas, principalmente políticas. Esse foi um dos motivos para a criação da Associação Yamurikumã, para que as mulheres indígenas também pudessem contribuir em debates políticos, se beneficiassem com atendimento de saúde direcionado à mulher, dentro de seus costumes tradicionais, e desconstruíssem casos de machismo em sua própria cultura, que muitas vezes prejudicam mulheres por gerações e gerações, e são impedidos de mudar por conta da necessidade de "preservar" certas tradições.
Creio que é importante ter um olhar crítico à esse documentário. Nem tudo que as câmeras mostram pode ser a realidade. A forma destas populações verem o mundo é muito diferente da nossa, e certamente não iremos entender tudo que quisermos, se continuarmos aplicando nossas fórmulas não-indígenas à cultura deles. É importante saber o que eles, principalmente ELAS pensam sobre esse filme.