Arthur

Depois de construir um caminho que poderia levar a termos um thriller foda, o que acontece? Um exagero absurdo que torna o filme -- pra mim -- impossível de salvar. Me incomodou, desde a cena da psicóloga/psiquiatra no Skype na conferência, teorizando achismos e crendices, a forma como o transtorno dissociativo de personalidade foi apresentado. Em partes, desde a explicação de como funciona até transmitir a tensão das situações, o filme se apresenta maravilhoso. Mas depois de um tempo eu comecei a rolar os olhos pro que estava sendo construído: A besta. Fiquei horrorizado de verdade e demorei a entender que as pessoas que amaram o filme e acharam genial, tinham assistido o mesmo filme que eu, mas é tudo questão de gosto... Esperei algo lógico e que representasse de verdade -- dentro dos limites possíveis -- esse transtorno mesmo que com a liberdade poética do cinema, até por ser algo que não é tão conhecido e pode ser mal interpretado. Achei fundamental o desenvolvimento de personagem da Casey, com seu passado e suas dificuldades que afetaram sua personalidade de uma forma diferente e quase oposta à forma que o abuso afetou Kevin. Mas não dá, não me desce; tudo que eu não gostei, é o que o filme caminhou pra construir como fechamento e mensagem, então o filme não é pro meu gosto.