Mais uma vez assistindo TÁR e suspirando de amor. No encontro com Kaplan (o pseudo-maestro medíocre), Lydia Tár dá uma pista da existência de Linda Tarr quando sugere que a Accordion deixe de ser um instituto somente para mulheres, ao que Kaplan a alerta sobre o risco de perder seus doares. Ali, Linda Tarr surge como um vislumbre dos desejos originais de Lydia Tár os quais, a meu ver, ainda não foram totalmente destruídos pela corrupção do poder que ela agora detém em suas mãos. LINDA não se importa se parecerá menos feminista ao incluir homens, pois para ela a Música é absolutamente tudo, a coisa para qual as pessoas deveriam voltar o espírito, independente de quaisquer grupos ou aparências, ao contrário de LYDIA. O que me recorda aquela cena perto do film em que ela está em lágrimas: ali LYDIA e LINDA se encontram, e nesse contexto de pura beleza e vulnerabilidade, sem todo o mecanismo do Poder para blindá-la, Lydia Tár se rende diante de Bernstein e Linda. Aliás, estamos tão ansiosos para condenar Lydia que acabamos não percebendo que, por exemplo, na cena da aula em Juilliard, LINDA TARR se manifesta o tempo todo, independente da intenção de LYDIA (que é o de blindar-se dos erros já cometidos). Isso revela uma luta interna e nuançada. Nada dentro dela é simples. Ali, diante do militante Max, LINDA TARR nos diz verdades que jamais seriam ditas dentro ou fora dos cursos de música. A verdade continua a ser verdade. A prova disso é quando, no final do filme, vemos a protagonista AGINDO diante de um simples concerto de video-game como se estivesse trabalhando em sua brilhante Quinta de Mahler. As circunstâncias e o ambiente mudaram, mas sua Verdade interior continua intacta.
Após assistir novamente MAESTRO, a introdução pessoal feita por Leonard Bernstein sobre A CANÇÃO DA TERRA de Mahler (um ciclo de seis canções baseadas em antigos poemas chineses) martelou em minha mente. Retornei a ela e logo descobri a razão: tanto Mahler quanto Lenny lutavam para compreender a mortalidade, o contraste entre os elementos da vida e da morte — e os dualismos da existência. Mais que sobre seu casamento, seu legado ou Mahler, em minha opinião pessoal esse filme desenvolve seu cerne na luta de um ser humano para compreender e equilibrar verdades completamente contraditórias dentro de si (que quase se torna uma luta contra si mesmo). Como Mahler, Bernstein foi muitas coisas, um ser encrustado de nuances, cerrado, por vezes, em seus defeitos. Equilibrar suas ambiguidades, talvez a tarefa mais humana de todas, causava em seu interior conflitos ilustrados em uma vida repleta de esconderijos, sutilezas e uma solidão oculta, ao mesmo tempo que se entregava à exposição de sua imagem e seu talento (olha aí os contrastes...). Ele amava tanto as pessoas que quase não podia suportar. Ninguém em sua vida compreendeu tão profundamente isso como FELICIA. E Bradley Cooper sabia disso e honrou essa tão nobre verdade da forma mais grandiosa e bonita que conseguiu, soando por vezes até exagerado, entretanto não posso deixar de compreendê-lo quando a própria vida do maestro era de tal maneira, e isso, em hipótese alguma, depõe contra os dois, justo contrário: um ser humano com um interior e uma vida tão rica, quem poderia defini-lo? Quem poderia dar conta de tudo isso? É impossível. Depois de saber que, para o filme, Bradley Cooper entrou em contato com a neta de Mahler, não tive dúvidas de que seu respeito pelo legado de Bernstein era genuíno. Cooper ama Bernstein tanto quanto Bernstein amou Mahler.
A pergunta que ressoa em mim após revisitar pela 2a vez o filme é: Quem é o Maestro: Lenny ou Felicia?
Lembre-se que essa é uma opinião pessoal. Acredito que se deseja compreender melhor o mecanismo de MESTRO, seria interessante visitar a introdução feita por Bernstein. Isso talvez lhe traga alguma luz sobre as escolhas do diretor. Está disponível no YouTube.
Assisti novamente O RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS (é, provavelmente, o filme que mais reassisti em toda minha vida). O que Sciamma fez aqui jamais poderá ser repetido. Todo filme sáfico criado após essa obra ficará sempre em segundo lugar. Elogios, críticas, debates, não importa como você tente desvendá-lo: não arranham nem a superfície do que Céline alcançou. É inesgotável. Sempre que o assisto sinto que estou tocando em uma Verdade profunda demais, que devo apenas sussurrar para outras mulheres "assista esse filme...", pois alardeá-lo, gritar sua genialidade seria o mesmo que ferir o seu cerne original: o silêncio. É como uma espécie de segredo que invoca em cada mulher um segredo próprio, sobretudo — nós — mulheres que amam outras mulheres.
Sofrer de tanta Beleza é o preço que se paga pela possibilidade de tocar na Verdade.
Surpresa nenhuma o #Oscar reparar uma injustiça cometendo outra.
Com o devido respeito às demais candidatas, Cate Blanchett como Lydia Tár é INSUPERÁVEL, é um caso muito, mas muito particular em que a atriz alcança um nível de excelência tão sobrehumano, que eleva o que conhecemos por atuação. A proposta da personagem Lydia Tár já é em si muito avançada dentro de um filme que também habita um outro nível de cinema, quase sempre pouco popular, considerado chato, infelizmente. Às vezes temos de ter humildade para compreender que não somos o bastante para determinado filme, (isso aconteceu comigo quando iniciei minha empreitada pelos filmes de Andrei Tarkovski) talvez seja a nossa mediocridade tapando nosso juízo, ou essa nossa mania de querer sempre usar atalhos, desejando que os filmes nos peguem pela mão, mastigue cena por cena, RESPONDA TODAS AS PERGUNTAS POR NÓS. Então, quando surge algo como TÁR, a repulsa da maioria das pessoas é quase que instantânea. Mas eu digo a vocês da forma mais sincera e honesta que posso: é necessário encarar o brilhantismo de uma obra como uma luta contra a própria mediocridade, não desistir em hipótese alguma, fazê-lo mesmo que isso parta seu coração, pois tudo aquilo que nos possibilite refinar o gosto para a Arte, educar os nossos olhos e consciência para a complexidade humana... acreditem, é o que realmente vale a pena.
Dito isso, Cate Blanchett, obrigada por compartilhar essa inteligência magnífica. Você sempre será uma das melhores atrizes de todos os tempos. No fundo, no fundo, por mais que muitos tentem ignorar... todos sabemos a razão dessa estatueta não ter ido para as suas mãos.
Minha experiência com o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo aconteceu no final de junho do ano passado. Ninguém o conhecia, não tinha hype ainda nem nada. Lembro-me de terminá-lo e pensar "UAU, que experiência incrível e diferente...", o indiquei para todos os meus amigos.
Quando, passado alguns meses, tornei a assisti-lo, não consegui chegar na metade de tão insuportável. Senti vontade de chamar alguém para assistir comigo só para observar suas reações durante o longa. Hoje, pensando sobre tudo isso, tenho algumas considerações a fazer:
Primeiro: (antes que apareça alguém do fandom insuportável desse filme) aqui falo por mim e somente por mim.
No meu caso, é um filme de uma assistida só. O imediatismo dele e a quantidade exacerbada de estímulos não dá ao cérebro tempo suficiente para digerir os acontecimentos, então só restou a mim aceitar e seguir assistindo, era tanta novidade ao mesmo tempo (como o próprio título sugere) que se tornou viciante, eu só queria saber o que viria a seguir em detrimento de qualquer outro tipo de critério.
Em seu fim me senti maravilhada e cansada. Hoje já não consigo assisti-lo sabendo de tudo o que já aconteceu, me soa como uma piada mediana que na primeira vez que foi contada fez o maior sucesso, pessoas choraram de rir, mas na segunda vez perdeu totalmente a graça. Ela só serve para quem ainda não a ouviu. É assim que enxergo esse filme dentro de mim. A novidade e o hiper-estímulo trazem recompensas imediatas, o que é sem sombra de dúvidas maravilhoso para uma primeira vez, E SOMENTE ISSO.
Quem não o assistiu, tentem assisti-lo. Para mim valeu a pena.
Toda vez que assisto esse filme sinto o mesmo gosto: de que é outro nível de cinema, de atuação, de direção. Torno-me incapaz de tecer seja lá o que for sobre ele, como ocorre com certas verdades que só podem ser compreendidas se ruminadas em silêncio, em vez de jogadas à multidão.
O cuidado e a ternura em cada detalhe, a trilha sonora intimista. Durante todo o filme surge a sensação de que há muito a se notar, - para além da física dos olhos.
E, sobretudo, a necessidade de pará-lo a cada cena para simplesmente apreciar a pintura literal.
Uma obra de arte. O filme é um grande poema, por isso o caráter de recitação, o que chamaram aqui de "engessado". Também há essa névoa teatral que me atraiu desde o começo. Emily Dickinson era um espírito livre, e como é sabido, quando se entra em contato com um espírito livre, os espíritos aprisionados se constrangem.
Terminei de assisti-lo com a alma justificada. Obrigada, Emily e Terence.
Finalmente assisti La Tortue Rouge (co-produção Studio Ghibli) e sim - temos a melhor animação do ano. Duvido que se produza algo tão sensível e existencial, exceto dentro do próprio Ghibli.
O filme em questão não possui nenhuma fala, e tem seu limiar em um náufrago - todos os diálogos são constituídos de silêncio, solidão e intimidade. Há um magnífico tecido de metáforas que se desabrocha numa compreensão da existência.
O problemão de La La Land está no fato dele se sustentar em tudo, menos num bom roteiro. Aí ficou um água com açúcar cheio de referências, tornando a história viciada, sem substância própria. O filme não se sustenta senão pela casca que produz.
"Não existe pior trabalho que a arte, Doutor. É o preço que se paga pela genialidade. A vocação artística é muito perigosa. Poucas pessoas tem força para resistir. A arte toca certas faculdades particularmente perigosas da mente. A imaginação e a sensibilidade que podem facilmente gerar desiquilíbrios."
O Quarto do Pânico
3.4 959FILMAÇO!
Saltburn
3.5 869Sinto que perdi 2 horas da minha vida. É basicamente um balão enfeitado: bonito por fora, mas por dentro, vazio, vazio.
Tár
3.7 396 Assista AgoraMais uma vez assistindo TÁR e suspirando de amor. No encontro com Kaplan (o pseudo-maestro medíocre), Lydia Tár dá uma pista da existência de Linda Tarr quando sugere que a Accordion deixe de ser um instituto somente para mulheres, ao que Kaplan a alerta sobre o risco de perder seus doares. Ali, Linda Tarr surge como um vislumbre dos desejos originais de Lydia Tár os quais, a meu ver, ainda não foram totalmente destruídos pela corrupção do poder que ela agora detém em suas mãos. LINDA não se importa se parecerá menos feminista ao incluir homens, pois para ela a Música é absolutamente tudo, a coisa para qual as pessoas deveriam voltar o espírito, independente de quaisquer grupos ou aparências, ao contrário de LYDIA. O que me recorda aquela cena perto do film em que ela está em lágrimas: ali LYDIA e LINDA se encontram, e nesse contexto de pura beleza e vulnerabilidade, sem todo o mecanismo do Poder para blindá-la, Lydia Tár se rende diante de Bernstein e Linda. Aliás, estamos tão ansiosos para condenar Lydia que acabamos não percebendo que, por exemplo, na cena da aula em Juilliard, LINDA TARR se manifesta o tempo todo, independente da intenção de LYDIA (que é o de blindar-se dos erros já cometidos). Isso revela uma luta interna e nuançada. Nada dentro dela é simples. Ali, diante do militante Max, LINDA TARR nos diz verdades que jamais seriam ditas dentro ou fora dos cursos de música. A verdade continua a ser verdade. A prova disso é quando, no final do filme, vemos a protagonista AGINDO diante de um simples concerto de video-game como se estivesse trabalhando em sua brilhante Quinta de Mahler. As circunstâncias e o ambiente mudaram, mas sua Verdade interior continua intacta.
Esta é beleza da complexidade humana.
Maestro
3.1 261Após assistir novamente MAESTRO, a introdução pessoal feita por Leonard Bernstein sobre A CANÇÃO DA TERRA de Mahler (um ciclo de seis canções baseadas em antigos poemas chineses) martelou em minha mente. Retornei a ela e logo descobri a razão: tanto Mahler quanto Lenny lutavam para compreender a mortalidade, o contraste entre os elementos da vida e da morte — e os dualismos da existência. Mais que sobre seu casamento, seu legado ou Mahler, em minha opinião pessoal esse filme desenvolve seu cerne na luta de um ser humano para compreender e equilibrar verdades completamente contraditórias dentro de si (que quase se torna uma luta contra si mesmo). Como Mahler, Bernstein foi muitas coisas, um ser encrustado de nuances, cerrado, por vezes, em seus defeitos. Equilibrar suas ambiguidades, talvez a tarefa mais humana de todas, causava em seu interior conflitos ilustrados em uma vida repleta de esconderijos, sutilezas e uma solidão oculta, ao mesmo tempo que se entregava à exposição de sua imagem e seu talento (olha aí os contrastes...). Ele amava tanto as pessoas que quase não podia suportar. Ninguém em sua vida compreendeu tão profundamente isso como FELICIA. E Bradley Cooper sabia disso e honrou essa tão nobre verdade da forma mais grandiosa e bonita que conseguiu, soando por vezes até exagerado, entretanto não posso deixar de compreendê-lo quando a própria vida do maestro era de tal maneira, e isso, em hipótese alguma, depõe contra os dois, justo contrário: um ser humano com um interior e uma vida tão rica, quem poderia defini-lo? Quem poderia dar conta de tudo isso? É impossível.
Depois de saber que, para o filme, Bradley Cooper entrou em contato com a neta de Mahler, não tive dúvidas de que seu respeito pelo legado de Bernstein era genuíno. Cooper ama Bernstein tanto quanto Bernstein amou Mahler.
A pergunta que ressoa em mim após revisitar pela 2a vez o filme é: Quem é o Maestro: Lenny ou Felicia?
Lembre-se que essa é uma opinião pessoal. Acredito que se deseja compreender melhor o mecanismo de MESTRO, seria interessante visitar a introdução feita por Bernstein. Isso talvez lhe traga alguma luz sobre as escolhas do diretor. Está disponível no YouTube.
Anatomia de uma Queda
4.0 841 Assista AgoraBRILHANTE!
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 904 Assista AgoraAssisti novamente O RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS (é, provavelmente, o filme que mais reassisti em toda minha vida). O que Sciamma fez aqui jamais poderá ser repetido. Todo filme sáfico criado após essa obra ficará sempre em segundo lugar. Elogios, críticas, debates, não importa como você tente desvendá-lo: não arranham nem a superfície do que Céline alcançou. É inesgotável. Sempre que o assisto sinto que estou tocando em uma Verdade profunda demais, que devo apenas sussurrar para outras mulheres "assista esse filme...", pois alardeá-lo, gritar sua genialidade seria o mesmo que ferir o seu cerne original: o silêncio. É como uma espécie de segredo que invoca em cada mulher um segredo próprio, sobretudo — nós — mulheres que amam outras mulheres.
Sofrer de tanta Beleza é o preço que se paga pela possibilidade de tocar na Verdade.
Tár
3.7 396 Assista AgoraSurpresa nenhuma o #Oscar reparar uma injustiça cometendo outra.
Com o devido respeito às demais candidatas, Cate Blanchett como Lydia Tár é INSUPERÁVEL, é um caso muito, mas muito particular em que a atriz alcança um nível de excelência tão sobrehumano, que eleva o que conhecemos por atuação. A proposta da personagem Lydia Tár já é em si muito avançada dentro de um filme que também habita um outro nível de cinema, quase sempre pouco popular, considerado chato, infelizmente. Às vezes temos de ter humildade para compreender que não somos o bastante para determinado filme, (isso aconteceu comigo quando iniciei minha empreitada pelos filmes de Andrei Tarkovski) talvez seja a nossa mediocridade tapando nosso juízo, ou essa nossa mania de querer sempre usar atalhos, desejando que os filmes nos peguem pela mão, mastigue cena por cena, RESPONDA TODAS AS PERGUNTAS POR NÓS. Então, quando surge algo como TÁR, a repulsa da maioria das pessoas é quase que instantânea. Mas eu digo a vocês da forma mais sincera e honesta que posso: é necessário encarar o brilhantismo de uma obra como uma luta contra a própria mediocridade, não desistir em hipótese alguma, fazê-lo mesmo que isso parta seu coração, pois tudo aquilo que nos possibilite refinar o gosto para a Arte, educar os nossos olhos e consciência para a complexidade humana... acreditem, é o que realmente vale a pena.
Dito isso, Cate Blanchett, obrigada por compartilhar essa inteligência magnífica. Você sempre será uma das melhores atrizes de todos os tempos. No fundo, no fundo, por mais que muitos tentem ignorar... todos sabemos a razão dessa estatueta não ter ido para as suas mãos.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraMinha experiência com o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo aconteceu no final de junho do ano passado. Ninguém o conhecia, não tinha hype ainda nem nada. Lembro-me de terminá-lo e pensar "UAU, que experiência incrível e diferente...", o indiquei para todos os meus amigos.
Quando, passado alguns meses, tornei a assisti-lo, não consegui chegar na metade de tão insuportável. Senti vontade de chamar alguém para assistir comigo só para observar suas reações durante o longa. Hoje, pensando sobre tudo isso, tenho algumas considerações a fazer:
Primeiro: (antes que apareça alguém do fandom insuportável desse filme) aqui falo por mim e somente por mim.
No meu caso, é um filme de uma assistida só. O imediatismo dele e a quantidade exacerbada de estímulos não dá ao cérebro tempo suficiente para digerir os acontecimentos, então só restou a mim aceitar e seguir assistindo, era tanta novidade ao mesmo tempo (como o próprio título sugere) que se tornou viciante, eu só queria saber o que viria a seguir em detrimento de qualquer outro tipo de critério.
Em seu fim me senti maravilhada e cansada. Hoje já não consigo assisti-lo sabendo de tudo o que já aconteceu, me soa como uma piada mediana que na primeira vez que foi contada fez o maior sucesso, pessoas choraram de rir, mas na segunda vez perdeu totalmente a graça. Ela só serve para quem ainda não a ouviu. É assim que enxergo esse filme dentro de mim. A novidade e o hiper-estímulo trazem recompensas imediatas, o que é sem sombra de dúvidas maravilhoso para uma primeira vez, E SOMENTE ISSO.
Quem não o assistiu, tentem assisti-lo. Para mim valeu a pena.
Tár
3.7 396 Assista AgoraQuanto mais penso nesse filme, mais brilhante ele se torna dentro de mim.
Sonata de Outono
4.5 493Toda vez que assisto esse filme sinto o mesmo gosto: de que é outro nível de cinema, de atuação, de direção. Torno-me incapaz de tecer seja lá o que for sobre ele, como ocorre com certas verdades que só podem ser compreendidas se ruminadas em silêncio, em vez de jogadas à multidão.
O Segredo
2.4 338um insulto à inteligência
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraMelancolia.
As Quatro Voltas
3.9 35Tanta Beleza, tanta Intimidade, tanto de tanta coisa essencial. ♥
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraO cuidado e a ternura em cada detalhe, a trilha sonora intimista. Durante todo o filme surge a sensação de que há muito a se notar, - para além da física dos olhos.
E, sobretudo, a necessidade de pará-lo a cada cena para simplesmente apreciar a pintura literal.
Além das Palavras
3.5 44 Assista AgoraUma obra de arte. O filme é um grande poema, por isso o caráter de recitação, o que chamaram aqui de "engessado". Também há essa névoa teatral que me atraiu desde o começo. Emily Dickinson era um espírito livre, e como é sabido, quando se entra em contato com um espírito livre, os espíritos aprisionados se constrangem.
Terminei de assisti-lo com a alma justificada. Obrigada, Emily e Terence.
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraFinalmente assisti La Tortue Rouge (co-produção Studio Ghibli) e sim - temos a melhor animação do ano. Duvido que se produza algo tão sensível e existencial, exceto dentro do próprio Ghibli.
O filme em questão não possui nenhuma fala, e tem seu limiar em um náufrago - todos os diálogos são constituídos de silêncio, solidão e intimidade. Há um magnífico tecido de metáforas que se desabrocha numa compreensão da existência.
Pura contemplação.
Van Gogh: Pintando com Palavras
4.5 51Indico como um ato de gentileza - o melhor doc sobre Van Gogh já produzido.
Só o assista se estiver disposto a doar toda a tua atenção, pois há em sua constituição uma grande carga de incompreensão e solidão.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraUm adendo:
O problemão de La La Land está no fato dele se sustentar em tudo, menos num bom roteiro. Aí ficou um água com açúcar cheio de referências, tornando a história viciada, sem substância própria. O filme não se sustenta senão pela casca que produz.
A Chegada
4.2 3,4K Assista Agora“Na Guerra não há vencedores, só viúvos.”
Deus Não Está Morto 2
3.3 193 Assista AgoraAssim como o primeiro, este filme é ótimo para ensinar o que é uma falácia, pois está repleto delas.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraQuem gostou, bate palma. Quem não gostou, paciência.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista Agora1. Não é o tipo de filme feito para pessoas que buscam o terror mastigado de hoje;
2. O filme todo é bizarro, a trilha sonora é pesada e também bizarra, até os silêncios dentro da trama são bizarros;
3. O fanatismo religioso dentro de A Bruxa é extremo do início ao fim;
4. Os diálogos do filme foram baseados em documentos extraídos parcialmente da época;
5. A Bruxa é um filme para ser apreciado, cobra do expectador uma atenção mais cuidadosa, portanto, não espere sustos, não haverá;
6. Enfim, às pessoas que chamaram A Bruxa de lixo, os meus pêsames, porque há muita beleza ali para ser apreciada. Quem perde são vocês.
Estúdio Ghibli, Reino de Sonhos e Loucura
4.5 62"Por favor, saia se você
1. Não tem idéias;
2. Sempre depende dos outros;
3. Foge da responsabilidade;
4. Não tem entusiasmo."
♥
Camille Claudel, 1915
3.7 144"Não existe pior trabalho que a arte, Doutor. É o preço que se paga pela genialidade. A vocação artística é muito perigosa. Poucas pessoas tem força para resistir. A arte toca certas faculdades particularmente perigosas da mente. A imaginação e a sensibilidade que podem facilmente gerar desiquilíbrios."