A impressionante fotografia dessa série consegue 'embelezar' a morte. A beleza dos pratos de Lecter consegue nos deixar com a boca cheia de água, mesmo sabendo qual é a origem do conteúdo.
A baixa audiência nos EUA provavelmente é por conta da inteligência dos personagens e dos diálogos. Muita filosofia, psicologia, psiquiatria, neurologia, sociologia, antropologia, etc. Não cabe na mente do público comum.
Comecei assistir essa série por causa de um amigo, que insistentemente me indicava.
Confesso que demorei um pouco para 'entrar' na série, mas, creio que isso ocorreu por causa do desenvolvimento lento da narrativa, da grande quantidade de personagens (demorou um pouco para me acostumar com eles) e os planos relativamente curtos. Tais características são adequadas, até porque, a proposta da série é trazer uma abordagem mais realista do trabalho policial (e os entornos). Pode parecer enfadonha no início, porém, é interessante seguir em frente, pois é questão apenas de se habituar.
Essa abordagem mais realista mostra, de maneira ‘crua’, tudo aquilo que envolve a dimensão policial: o trabalho nas ruas e em gabinetes (difíceis, diga-se de passagem), as hierarquias, a relação com o judiciário, a burocracia, a falta de recursos (sim, nos EUA também ocorre), os jogos de interesses (cada um pensando no seu próprio rabo) e a corrupção; do outro lado, o funcionamento de organizações criminosas, alcançando também o âmbito dos viciados.
É importante destacar que, por conta da abordagem realista, a série escapa um pouco das ‘romantizações’ tão comuns no cinema e na TV. Aqui não há o policial 100% inteligente, 100% bom e 100% competente, capaz de façanhas 'sobre-humanas’; também não há o criminoso 100% desumano, cruel e injusto. Não, não há idealizações; todos são capazes de amar e de odiar, de cometer erros e, com muito esforço, também acertos.
Há personagens muito carismáticos, que você descobre de maneira gradual: Omar, McNulty, Kima, Bubbies, Lester e Dee.
Enfim, é uma série com muitos atrativos; bem dirigida, roteiro inteligente, boas interpretações, personagens carismáticos, diálogos afiados e ótima montagem.
Ps: minha análise é apenas da primeira temporada, mas, duvido muito que me decepcionarei com as próximas.
Não é uma obra prima, mas o filme tem seus atrativos. Fazendo um paralelo com Elysium, outro filme de ficção científica distópica com crítica social, diria que Snowpiercer é um filme mais inteligente, porque parte de uma premissa bastante interessante e consegue desenvolvê-la bem. Elysium ficou apenas na premissa; nada mais foi agregado, por isso ficou sendo apenas um blockbuster de ação como muitos outros hollywoodianos.
O começo de Snowpiercer dava a impressão de que também seria assim. Ao longo do filme isso vai sendo desfeito, até chegarmos no "terceiro ato", o melhor momento da película. É ali que percebemos com mais clareza como o diretor utiliza metaforicamente o trem para ilustrar o funcionamento do sistema capitalista e como ele é 'justificado' pela ideologia (que no filme consiste em fazer as pessoas acreditarem que é necessário haver a divisão entre os pobres e os ricos, pois é a ordem 'natural'; as tentativas de modificar essa ordem podem trazer consequências nefastas, já que o equilíbrio do 'ecossistema' seria alterado.O equilíbrio tão necessário seria conseguido também pelo controle populacional, efetivado pelas mortes nos "movimentos revolucionários", que também são decorrentes da manipulação burguesa).
Há alguns furos, mas nada que desfaça a coerência do roteiro como um todo.
O filme tem muitos aspectos positivos (e alguns negativos), que já foram bem destacados pelo pessoal abaixo.
Gosto de TWD não tanto pelos zumbis, mas pela perspectiva de um mundo povoado por eles. Partindo daí, situações extremas surgem, onde as pessoas são obrigadas a tomar decisões difíceis.
E a decisão que Carol e Tyreese tiveram que tomar talvez tenha sido a mais difícil até hoje. Uma coisa é Rick apontar a arma e atirar numa Sofia errante, outra é Carol apontar e atirar numa criança viva. Acho que todos que assistiram se perguntaram: "Será que ela não mudaria se bem aconselhada?" Ficou claro que isso não aconteceria, pois se configurou em Lizzie um grave caso de psicopatia. Ela matou a irmã, não sentiu nenhum remorso e nada conseguiu convencê-la de que os errantes eram 'nocivos'. Não havia outra alternativa.
Foi muito boa a maneira como essa psicopatia se desenvolveu e como foi encaixada dentro do contexto. Um desvio comportamental e das "normas sociais", concomitante à uma empatia com os 'incompreendidos' zumbis.
Espetacular do início ao fim. Entretanto, não posso deixar de pontuar algumas coisas que me incomodaram no episódio final, principalmente no que diz respeito ao personagem Rust. Declaro desde já que gostei muito do final e creio que os pontos ‘negativos’ não afetam a minha avaliação da série como um todo.
1. O 'desfecho' da investigação. Foi bastante simples, consistente e correto. Mesmo assim, não faltou emoção e suspense. Rust e Marty percorrendo Carcosa foi o ápice do suspense na série. Ninguém fazia ideia do que encontraria ali e do que poderia acontecer. Além do mais, teve aquela voz medonha... Ao longo desses dois meses foram criadas muitas teorias para tentar desvendar os mistérios e descobrir quem era o assassino ou os assassinos. Isso foi muito interessante, nos levou a fazer bom uso da nossa imaginação, contudo, nos dois últimos episódios ficou muito claro que o foco principal da série era a relação dos dois detetives. Neste sentido, ficou num segundo plano o 'fim' da investigação, daí um final não muito surpreendente (talvez tenha sido surpreendente pelo que faltou, porque, depois do nosso trabalho investigativo rs, algumas coisas pareciam certas, como, por exemplo, o envolvimento das filhas de Marty).
2. A fidelidade aos objetivos da literatura inspiradora. Quem lê os contos de Lovecraft sabe que o modo dele produzir terror e suspense se sustenta não no que é mostrado, mas naquilo que está 'distante': no Indizível, no Incomensurável, Naquilo que não pode ser visto, etc. As palavras enigmáticas da voz em Carcosa, o vórtice que Cohle viu (se é que não foi uma consequência das drogas rs), o significado das galhadas, entre outras coisas, ficaram em 'aberto', cabendo a quem acompanhou interpretar ou, melhor ainda, silenciar-se, pois 'existem' coisas que estão “além do entendimento humano”. Operar com 'sugestões' é uma ótima maneira de produzir suspense e terror, então mérito para Nic Pizzolato, que soube muito bem criar essa atmosfera a partir de referências literárias da melhor qualidade.
3. Marty ou o próprio Rust não terem participação nos crimes. Algumas teorias os colocava sob suspeita, principalmente aquelas relacionadas a Marty, porém, a maioria dos telespectadores queria mesmo que eles se ‘acertassem’ de alguma maneira. E isso aconteceu. Começou no penúltimo episódio e fortaleceu no último. Obviamente, uma amizade à maneira deles, com dedos sendo apontados e com 'fuck you'. rs De uma maneira muito complexa, havia uma química entre eles e foi basicamente uma das coisas que a série quis mostrar. No final Marty foi um pouco Rust e Rust foi um pouco Marty.
O que não me agradou:
1. A explícitação de um maniqueísmo. Ora, num dos diálogos marcantes da série, Rust diz pra Marty que eles eram homens maus caçando homens maus. O maniqueísmo esteve presente desde o início, pois todos os defeitos de Marty e Rust e as besteiras que eles fizeram eram pequenos se comparados aos crimes que eles investigavam. Mas, essa luta entre o 'bem' e o 'mal' aparecia de maneira sutil. Marty e Rust não eram apresentados como heróis (quando isso aconteceu, foi através de uma série de mentiras) e também havia muitas dúvidas sobre o caráter de todos os personagens. Por tudo isso, foi estranho Rust afirmar que há, desde os primórdios, uma luta entre a luz e a escuridão e que naquele momento a luz tinha predominado. Teria ele começado a crer que existia o Bem e o Mal?
2. Rust foi o personagem marcante da série por conta do seu niilismo e ceticismo. A experiência de quase morte foi muito forte e poderia mudá-lo a tal ponto de fazê-lo crer que há um sentido para a vida. O que eu questiono é o seguinte: Um sujeito crítico como ele não poderia se questionar se as visões que tinha, inclusive da experiência de quase-morte, não eram decorrentes de anos de uso de drogas? Nada do que foi mostrado na série evidencia que o sobrenatural esteve presente e era real. O sobrenatural era real para os membros da seita (e, pelo que vimos, não são 'testemunhas' confiáveis) e apenas Rust é que tinha visões. Não haveria, então, motivos para afirmar a existência do sobrenatural com base no que Rust viu. Rust poderia continuar sendo niilista e cético, sem nenhum prejuízo para a trama. Até porque, toda a investigação feita por ele foi de maneira racional. Entretanto, é da cultura religiosa americana afirmar que existe vida depois da morte e isso é utilizado 'teleologicamente' na ficção.
Vale frisar que no ponto dois do que me agradou, me refiro à maneira de criar uma atmosfera com base em sugestões, o que não implica necessariamente que tal atmosfera estabeleça uma condição de verdade. Pode ser verídico ou não (e a incerteza é que torna a situação interessante).
É evidente que não é nenhum absurdo sugerir um Rust não cético e niilista. As pessoas mudam. Creio que a questão seja apenas de perspectivas. A minha perspectiva daria conta de um Rust que não mudaria em nada sua forma de ver o mundo, e sairia da experiência de quase-morte tão cético e niilista quanto antes.
Deixo claro também que posso estar errado, pois estou partindo do pressuposto de que Rust é mesmo um niilista e cético (e até mesmo ateu) e isso não é algo evidente; e ‘chegando’ a uma situação em que esse ceticismo e niilismo são ‘destruídos’, algo que também não é evidenciado, pois a história acaba nesse momento. rs
Resumindo: eu só não queria mais um final que mostrasse que não há um fim e que é questão de tempo encontrar aqueles que já partiram. Acho que estou sendo demasiadamente radical. rsrsrs :p
Mais um episódio sensacional. Já é possível sentenciar que é a melhor série pós Breaking Bad (mesmo que tenha começado agora a segunda metade).
Por tudo que foi desenvolvido na trama até agora, fica difícil afirmar o que irá acontecer daqui para frente. Entretanto, as boas obras de investigação policial têm por objetivo nos fazer especular, nos fazer decifrar os ‘signos’, em suma, juntar as peças e formar o quebra cabeça (mesmo que, posteriormente, descubramos que estávamos errados).
Vamos às elucubrações. rs Muito vem sendo especulado sobre a participação de Cohle e Marty nos assassinatos; se um deles é o assassino ou se tem algum tipo de envolvimento nos crimes. Não me parece que um deles seja o assassino. Os dois detetives têm motivos para suspeitar de Cohle, por conta de uma série de aspectos inexplicáveis (como o ‘sumiço’ por 10 anos) e também por aparentes contradições nos depoimentos. Os detetives sabem de coisas que nós ainda não sabemos, mas também sabemos de coisas que eles ainda não sabem. Sabemos que a suposta mentira sobre o pai de Cohle, na verdade, era para esconder uma ação extra-oficial; sabemos também que Cohle continuou investigando, como atesta o final do episódio, quando ele entra na antiga escola e encontra mais galhadas. A maneira como ele olha para o local, o fato de usar luvas para não ‘violar’ a cena do crime, e o manejo com uma das galhadas, dão a entender que ele estava diante de algo ‘novo’, desconhecido para ele até então. Seria para ele, talvez, mais uma peça do quebra cabeças.
Com relação a Marty, não me parece astuto o suficiente para ser o autor. O jeito impulsivo de ser o torna incapaz de elaborar tamanha farsa (embora, como foi bem dito abaixo, nos comentários, ele tenha apagado Ledoux muito rapidamente, talvez por medo de ele revelar algo para Cohle. Mas, prefiro acreditar que tenha sido por um acesso de fúria, que até então é uma das características marcantes de Marty).
A meu ver, a questão central é: Por que Cohle quis investigar sozinho por todos esses anos?
A resposta talvez seja aquela dada pelos usuários em comentários abaixo: porque ele suspeita que seja alguma figura do alto escalão, talvez o governador ou o pastor. Ou mesmo os dois. Ficou claro nos primeiros episódios que havia uma influência externa querendo determinar os rumos da investigação (quando queriam colocar uma força-tarefa para assumir o caso). Cohle se posicionou contra, talvez por suspeitar que havia gente de cima querendo que a verdade não viesse a tona. As ações extra-oficiais talvez tenham ocorrido para afastar a presença dessas pessoas.
Com base em tudo isso, eu diria que a história possui contornos parecidos com a de Jack, o Estripador (um caso difícil de ser solucionado, porque tinha pessoas influentes envolvidas: o assassino e as pessoas que queriam encobrir o escândalo). A dificuldade do caso, por causa do envolvimento de gente influente, talvez explique o porquê de uma suposta investigação solitária tão longa e minuciosa de Cohle.
Me ocorreu também que Marty foi arrastado para as ações extra-oficiais e que Cohle tivesse começado a suspeitar dele, porque a prisão de Ledoux talvez fosse fundamental para se chegar aos verdadeiros assassinos (pois, muito provavelmente, Cohle, com seu talento para extrair confissões, conseguiria extrair informações dele). Ao matar Ledoux, pode ter ocorrido a Cohle que Marty quis que a verdade ficasse escondida (talvez tivesse a certeza depois... Creio que muita coisa será revelada quando for mostrada a briga e a ruptura). Este seria também um dos motivos de Cohle ter seguido sozinho investigando. Mas, ainda prefiro acreditar na incapacidade de Marty, embora tudo possa acontecer...
É no tal galpão que pode estar as evidências colhidas por Cohle durante esses anos todos. Ou não. Talvez não tenha nada nele. Cohle estaria apenas manipulando os dois detetives (e ele ótimo nisso).
Enfim, são muitos ‘talvez’. Não dá para ter certeza de nada e isso é muito bom.
Cabe falar um pouco sobre as referências ao “Rei Amarelo”. Quem conhece os contos de H.P. Lovecraft, sabe que ele faz inúmeras referências a um livro maldito, feito com pele e escrito com sangue, que enlouqueceria as pessoas que o lesse: Necronomicon. Tal mitologia foi criada por Lovecraft, mas, sob influência de um outro escritor: Robert W. Chambers. Chambers é o autor de vários contos, influenciados por Ambrose Bierce e escritos em 1895 (embora eu não tenha certeza), que fazem menção a uma peça teatral chamada “O Rei Amarelo”. Não li ainda, pois a coletânea de contos nunca foi lançada no Brasil (embora informações dão conta de uma tradução em andamento), mas li num artigo (e um amigo meu conhece a coletânea) que a peça faz referência a uma cidade em ruínas, Carcosa, localizada em uma outra galáxia e habitado por uma entidade demoníaca chamada Hastur. Quem lê tal peça, assiste ou a encena, pode enlouquecer e morrer.
A curiosidade em torno dessas obras ‘amaldiçoadas’ é que, com o passar dos anos, se tornaram objeto de especulação sobre suas existências (ao meu ver, nunca existiram... são produtos de mentes geniais, com incrível talento para convencer, por causa da grande habilidade para operar com adjetivos). Inclusive, apareceram realmente, contudo, escritas por pessoas que leram Lovecraft e Chambers. Tais obras eram utilizadas por seitas, inclusive a Igreja Satânica criada por Anton Lavey.
Uma das consequências da leitura do livro seria a loucura. Isso implicaria, talvez, numa reinterpretação do conceito de loucura, que talvez aqui seja vista como “acesso ao transcendente”, ou, melhor dizendo: acesso aos Reinos Abissais das Obscuras Entidades do Passado (aqui é invenção minha, para uma melhor compreensão do que quero dizer. rsrsrs Se lêem Lovecraft, saberão do que se trata).
Onde eu quero chegar? Talvez os assassinatos da tal seita que Ledoux e o Rei Amarelo fazem parte, tenham ocorrido por causa da leitura da peça mencionada nos contos de Chambers. Isso explicaria as menções ao Rei Amarelo no diário de Dora Lange, as enigmáticas palavras de Ledoux antes de morrer e a teoria sobre o tempo, que foi utilizada por Cohle nos diálogos com os detetives. Talvez a peça contenha ensinamentos para algum tipo de transcendência e acesso à outras dimensões. E isso seria feito através de rituais de sacrifício, com regras específicas, expostas na tal peça.
Acho improvável que a série descambe para o sobrenatural... A história parece fincada no chão. Rituais ocorrem no mundo real e os motivos não diferem muito dos que são apresentados na ficção. Sem sobrenatural ou com, a verdade que as referências foram encaixadas de maneira inteligente pelos roteiristas.
Ps: Cohle parece ser o cara que mais tem os pés fincados no chão, por causa do seu ceticismo e niilismo. Até mencionou uma teoria científica, a teoria-m. Estarei falando besteira agora, mas, pelo pouco que sei da tal teoria, acho que ela converge para o universo mitológico de Chambers, Bierce e Lovecraft. rsrsrs Será que o roteirista seguiu essa linha?
Mais uma vez digo que são apenas hipóteses. Ficarei contente se não for nada disso, pois sei que seria surpreendido de maneira positiva (e tudo indica que será assim).
O episódio 4 foi excelente como um todo, mas os minutos finais foram perfeitos. Tecnicamente impecável e realista, a tal ponto de nos fazer sentir toda aquela tensão. Monstruoso o trabalho de apenas uma câmera!
Li alguns comentários de pessoas questionando o porquê daquele grupo seguir o governador. Ora, é tão difícil de compreender? Pois bem, faremos uma analogia...
A Alemanha foi o país mais prejudicado com a Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido derrotada, teve que pagar indenizações para os países vencedores. Fora a quantidade absurda de mortos. Em consequência disso, o país entrou numa crise econômica terrível e a auto estima do povo baixou (por terem sido derrotados e ainda assim pagar os vencedores). Daí aparece um sujeito de "pulso firme", 'corajoso', orador hábil, político perspicaz, que melhora situação econômica do país, o transforma numa potência e eleva a auto estima do povo alemão (através do mito da superioridade racial). Estamos falando de Hitler, o homem que levou os alemães a matar mais de 4 milhões de pessoas.
Pois bem... E numa realidade onde a população foi quase toda dizimada e os poucos que restam lutam desesperadamente para sobreviver? Não seria uma realidade ainda mais dura e cruel que a dos alemães? As circunstâncias não são ainda mais favoráveis para o aparecimento de "cães de guerra" com as mesmas qualidades que mencionei acima? As pessoas não seguirão com muita facilidade aquele que possuir essas qualidades e que oferecer algo além do desespero e a desesperança?
O governador tinha muitas qualidades e deu esperança àquelas pessoas (através da barbárie).
Crixus não era apenas um sujeito arrogante e que agia impulsivamente. Aquele diálogo com Spartacus foi um dos melhores da série. Muitas coisas que Crixus disse são pertinentes e creio que foi a vez dele abrir os olhos de Spartacus. Crixus estava certíssimo quando disse que a República não os deixaria livres. Com o poder que Roma já tinha e com homens como Crassus, extremamente ricos, não seria difícil oferecer recompensas no exterior.
Eu nos libertaria. Verdadeiramente livres. Acredita mesmo que Crassus parará assim que você chegar nas montanhas? Que a República nos deixará escapar em paz? Mostramos que são vulneráveis. Mostramos que uma mão trêmula pode tornar-se um punho. Desafiamos a ideia de que um escravo deve sempre saber seu lugar, aceitando punição e chicotadas pois foi ensinado a aceitá-las. Construímos Com nossas mãos, nosso sangue e nossas vidas. Podemos fazê-la cair pelo mesmo preço. Você abriu meus olhos para isso, Spartacus. Não me peça agora para fechá-los.
Um discurso simples sobre liberdade, mas coerente com as circunstâncias.
Tiberius não é filho de Crassus, mas sim de Batiatus. kkkkkk Ora, ele fodeu por trás com muita gente, tanto no sentido metafórico como no sentido literal. rs Com César foi no sentido literal (rs), com Kore parcialmente, com Crixus e Agron no sentido metafórico (apunhalando ambos por trás, na trairagem) e com Crassus, de maneira indireta, ao violar Kore. Enfim, o moleque calou a boca daqueles que achavam que ele seria apenas um 'revoltadinho'. Agora está sendo mais odiado do que Naevia.
Episódio mais parado que os anteriores, mas não menos espetacular. Na minha opinião, foi o mais tenso de todos, por conta das condições extremas nas quais os rebeldes estavam submetidos. Nível dramático absurdamente alto. Cheguei a sentir frio também (na barriga rs), por conta de alguns momentos de alta tensão.
- O "aperto de braços" entre Spartacus e Crixus, coerente com o nome do episódio: "Blood brothers". Foi muito bacana essa reviravolta, pois tudo levava a crer que eles iriam se separar cedo. Quem é que não ficou tenso com as encaradas que Crixus deu em Spartacus? rs Essa capacidade dos roteiristas de eliminar o óbvio nos leva a crer que haverá um final inesperado.
- César fazendo tudo que era esperado dele, mostrando ser muito esperto, inteligente (apesar de relativamente impulsivo), destemido e bom lutador. Por essas características é que ele causa antipatia em nós, pois é um adversário à altura dos rebeldes e que fez um estrago tremendo. É mais um motivo para se respeitar Crassus, pois escolheu o aliado certo para começar a fazer estragos no exército de Spartacus.
- Crassus mudando de expressão ao escutar o nome de Pompei. kkkkkkkkk
- A vingança de Tiberius. Foi um momento bastante desconfortável, mas coerente, pois Tiberius estava cheio de raiva do pai e essa foi a maneira mais eficiente de descarregá-la. Perdeu o seu amado (?) e então quis violar a amada de Crassus? Possivelmente...
Quanto mais indicados ao oscar de melhor filme eu vou assistindo, mais convicto vou ficando de que só dois realmente são muito bons: "Django" e "Amor". Mas continuarei assistindo. Ainda faltam alguns.
O que está acontecendo com a Academia? Me custa acreditar que "Amor" está concorrendo em 5 categorias, todas elas importantíssimas (Melhor filme, direção, roteiro original, atriz e melhor filme estrangeiro). Tem alguma coisa errada em Hollywood.
Ganhar? Aí é querer demais... Esse filme é bom demais para o Oscar. :p
Dizem que a inteligência tem limites e que a burrice não. Quase comecei a acreditar nisso depois de assistir esse filme.
Será que o cara do trote era um mestre da oratória ou as pessoas que caíram eram extremamente estúpidas? Prefiro acreditar que foi as duas coisas juntas. É a maneira mais coerente, na minha opinião, de explicar uma situação tão absurda como essa.
Esclarecendo: a nota baixa foi motivada pelo próprio filme, que é muito ruim. O elenco é péssimo.
- Isso significa que você acredita no além da vida? - No paraíso e no inferno? - Acredito que isso é apenas uma porta. Quando uma fecha, a outra abre. Se eu posso imaginar um paraíso, eu imaginaria uma porta se abrindo e atrás dela eu o encontrarei lá, esperando por mim. Meu amor.
Não tinha nada embolado, a série havia apenas começado (rimou). O problema é que as pessoas querem tudo pronto (e imediatamente), com as peças arrumadas nos seus devidos lugares. Quanto mais fácil, melhor. ¬¬
Hannibal (2ª Temporada)
4.5 802A impressionante fotografia dessa série consegue 'embelezar' a morte. A beleza dos pratos de Lecter consegue nos deixar com a boca cheia de água, mesmo sabendo qual é a origem do conteúdo.
A baixa audiência nos EUA provavelmente é por conta da inteligência dos personagens e dos diálogos. Muita filosofia, psicologia, psiquiatria, neurologia, sociologia, antropologia, etc. Não cabe na mente do público comum.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 512Ótimo piloto. Mantiveram uma das principais características do filme e da filmografia dos irmãos Coen: o humor negro.
O maior desafio dessa série é 'esticar' o filme. Começaram muito bem essa empreitada.
The Wire (1ª Temporada)
4.6 170 Assista AgoraComecei assistir essa série por causa de um amigo, que insistentemente me indicava.
Confesso que demorei um pouco para 'entrar' na série, mas, creio que isso ocorreu por causa do desenvolvimento lento da narrativa, da grande quantidade de personagens (demorou um pouco para me acostumar com eles) e os planos relativamente curtos. Tais características são adequadas, até porque, a proposta da série é trazer uma abordagem mais realista do trabalho policial (e os entornos). Pode parecer enfadonha no início, porém, é interessante seguir em frente, pois é questão apenas de se habituar.
Essa abordagem mais realista mostra, de maneira ‘crua’, tudo aquilo que envolve a dimensão policial: o trabalho nas ruas e em gabinetes (difíceis, diga-se de passagem), as hierarquias, a relação com o judiciário, a burocracia, a falta de recursos (sim, nos EUA também ocorre), os jogos de interesses (cada um pensando no seu próprio rabo) e a corrupção; do outro lado, o funcionamento de organizações criminosas, alcançando também o âmbito dos viciados.
É importante destacar que, por conta da abordagem realista, a série escapa um pouco das ‘romantizações’ tão comuns no cinema e na TV. Aqui não há o policial 100% inteligente, 100% bom e 100% competente, capaz de façanhas 'sobre-humanas’; também não há o criminoso 100% desumano, cruel e injusto. Não, não há idealizações; todos são capazes de amar e de odiar, de cometer erros e, com muito esforço, também acertos.
Há personagens muito carismáticos, que você descobre de maneira gradual: Omar, McNulty, Kima, Bubbies, Lester e Dee.
Enfim, é uma série com muitos atrativos; bem dirigida, roteiro inteligente, boas interpretações, personagens carismáticos, diálogos afiados e ótima montagem.
Ps: minha análise é apenas da primeira temporada, mas, duvido muito que me decepcionarei com as próximas.
Expresso do Amanhã
3.5 1,3K Assista grátisAquela geleia escura parece aqueles doces de banana vendidos em mercearias. rs
Não é uma obra prima, mas o filme tem seus atrativos. Fazendo um paralelo com Elysium, outro filme de ficção científica distópica com crítica social, diria que Snowpiercer é um filme mais inteligente, porque parte de uma premissa bastante interessante e consegue desenvolvê-la bem. Elysium ficou apenas na premissa; nada mais foi agregado, por isso ficou sendo apenas um blockbuster de ação como muitos outros hollywoodianos.
O começo de Snowpiercer dava a impressão de que também seria assim. Ao longo do filme isso vai sendo desfeito, até chegarmos no "terceiro ato", o melhor momento da película. É ali que percebemos com mais clareza como o diretor utiliza metaforicamente o trem para ilustrar o funcionamento do sistema capitalista e como ele é 'justificado' pela ideologia (que no filme consiste em fazer as pessoas acreditarem que é necessário haver a divisão entre os pobres e os ricos, pois é a ordem 'natural'; as tentativas de modificar essa ordem podem trazer consequências nefastas, já que o equilíbrio do 'ecossistema' seria alterado.O equilíbrio tão necessário seria conseguido também pelo controle populacional, efetivado pelas mortes nos "movimentos revolucionários", que também são decorrentes da manipulação burguesa).
Há alguns furos, mas nada que desfaça a coerência do roteiro como um todo.
O filme tem muitos aspectos positivos (e alguns negativos), que já foram bem destacados pelo pessoal abaixo.
Boa pedida cinematográfica! \o
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraEpisódio assustador, angustiante e muito triste!
Gosto de TWD não tanto pelos zumbis, mas pela perspectiva de um mundo povoado por eles. Partindo daí, situações extremas surgem, onde as pessoas são obrigadas a tomar decisões difíceis.
E a decisão que Carol e Tyreese tiveram que tomar talvez tenha sido a mais difícil até hoje. Uma coisa é Rick apontar a arma e atirar numa Sofia errante, outra é Carol apontar e atirar numa criança viva. Acho que todos que assistiram se perguntaram: "Será que ela não mudaria se bem aconselhada?" Ficou claro que isso não aconteceria, pois se configurou em Lizzie um grave caso de psicopatia. Ela matou a irmã, não sentiu nenhum remorso e nada conseguiu convencê-la de que os errantes eram 'nocivos'. Não havia outra alternativa.
Foi muito boa a maneira como essa psicopatia se desenvolveu e como foi encaixada dentro do contexto. Um desvio comportamental e das "normas sociais", concomitante à uma empatia com os 'incompreendidos' zumbis.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraEspetacular do início ao fim. Entretanto, não posso deixar de pontuar algumas coisas que me incomodaram no episódio final, principalmente no que diz respeito ao personagem Rust. Declaro desde já que gostei muito do final e creio que os pontos ‘negativos’ não afetam a minha avaliação da série como um todo.
O que me agradou:
1. O 'desfecho' da investigação. Foi bastante simples, consistente e correto. Mesmo assim, não faltou emoção e suspense. Rust e Marty percorrendo Carcosa foi o ápice do suspense na série. Ninguém fazia ideia do que encontraria ali e do que poderia acontecer. Além do mais, teve aquela voz medonha... Ao longo desses dois meses foram criadas muitas teorias para tentar desvendar os mistérios e descobrir quem era o assassino ou os assassinos. Isso foi muito interessante, nos levou a fazer bom uso da nossa imaginação, contudo, nos dois últimos episódios ficou muito claro que o foco principal da série era a relação dos dois detetives. Neste sentido, ficou num segundo plano o 'fim' da investigação, daí um final não muito surpreendente (talvez tenha sido surpreendente pelo que faltou, porque, depois do nosso trabalho investigativo rs, algumas coisas pareciam certas, como, por exemplo, o envolvimento das filhas de Marty).
2. A fidelidade aos objetivos da literatura inspiradora. Quem lê os contos de Lovecraft sabe que o modo dele produzir terror e suspense se sustenta não no que é mostrado, mas naquilo que está 'distante': no Indizível, no Incomensurável, Naquilo que não pode ser visto, etc. As palavras enigmáticas da voz em Carcosa, o vórtice que Cohle viu (se é que não foi uma consequência das drogas rs), o significado das galhadas, entre outras coisas, ficaram em 'aberto', cabendo a quem acompanhou interpretar ou, melhor ainda, silenciar-se, pois 'existem' coisas que estão “além do entendimento humano”. Operar com 'sugestões' é uma ótima maneira de produzir suspense e terror, então mérito para Nic Pizzolato, que soube muito bem criar essa atmosfera a partir de referências literárias da melhor qualidade.
3. Marty ou o próprio Rust não terem participação nos crimes. Algumas teorias os colocava sob suspeita, principalmente aquelas relacionadas a Marty, porém, a maioria dos telespectadores queria mesmo que eles se ‘acertassem’ de alguma maneira. E isso aconteceu. Começou no penúltimo episódio e fortaleceu no último. Obviamente, uma amizade à maneira deles, com dedos sendo apontados e com 'fuck you'. rs De uma maneira muito complexa, havia uma química entre eles e foi basicamente uma das coisas que a série quis mostrar. No final Marty foi um pouco Rust e Rust foi um pouco Marty.
O que não me agradou:
1. A explícitação de um maniqueísmo. Ora, num dos diálogos marcantes da série, Rust diz pra Marty que eles eram homens maus caçando homens maus. O maniqueísmo esteve presente desde o início, pois todos os defeitos de Marty e Rust e as besteiras que eles fizeram eram pequenos se comparados aos crimes que eles investigavam. Mas, essa luta entre o 'bem' e o 'mal' aparecia de maneira sutil. Marty e Rust não eram apresentados como heróis (quando isso aconteceu, foi através de uma série de mentiras) e também havia muitas dúvidas sobre o caráter de todos os personagens. Por tudo isso, foi estranho Rust afirmar que há, desde os primórdios, uma luta entre a luz e a escuridão e que naquele momento a luz tinha predominado. Teria ele começado a crer que existia o Bem e o Mal?
2. Rust foi o personagem marcante da série por conta do seu niilismo e ceticismo. A experiência de quase morte foi muito forte e poderia mudá-lo a tal ponto de fazê-lo crer que há um sentido para a vida. O que eu questiono é o seguinte: Um sujeito crítico como ele não poderia se questionar se as visões que tinha, inclusive da experiência de quase-morte, não eram decorrentes de anos de uso de drogas? Nada do que foi mostrado na série evidencia que o sobrenatural esteve presente e era real. O sobrenatural era real para os membros da seita (e, pelo que vimos, não são 'testemunhas' confiáveis) e apenas Rust é que tinha visões. Não haveria, então, motivos para afirmar a existência do sobrenatural com base no que Rust viu. Rust poderia continuar sendo niilista e cético, sem nenhum prejuízo para a trama. Até porque, toda a investigação feita por ele foi de maneira racional. Entretanto, é da cultura religiosa americana afirmar que existe vida depois da morte e isso é utilizado 'teleologicamente' na ficção.
Vale frisar que no ponto dois do que me agradou, me refiro à maneira de criar uma atmosfera com base em sugestões, o que não implica necessariamente que tal atmosfera estabeleça uma condição de verdade. Pode ser verídico ou não (e a incerteza é que torna a situação interessante).
É evidente que não é nenhum absurdo sugerir um Rust não cético e niilista. As pessoas mudam. Creio que a questão seja apenas de perspectivas. A minha perspectiva daria conta de um Rust que não mudaria em nada sua forma de ver o mundo, e sairia da experiência de quase-morte tão cético e niilista quanto antes.
Deixo claro também que posso estar errado, pois estou partindo do pressuposto de que Rust é mesmo um niilista e cético (e até mesmo ateu) e isso não é algo evidente; e ‘chegando’ a uma situação em que esse ceticismo e niilismo são ‘destruídos’, algo que também não é evidenciado, pois a história acaba nesse momento. rs
Resumindo: eu só não queria mais um final que mostrasse que não há um fim e que é questão de tempo encontrar aqueles que já partiram. Acho que estou sendo demasiadamente radical. rsrsrs :p
Rectify (1ª Temporada)
4.3 83Dezenove de junho a data de estreia da segunda temporada. \o/
http://www.sundance.tv/series/rectify/blog/2014/03/sundancetv-announces-rectify-season-2-premiere-date
Rectify (2ª Temporada)
4.4 44Data de estreia da segunda temporada: 19 de junho. A melhor notícia de 2014, até o momento. \o/
http://www.sundance.tv/series/rectify/blog/2014/03/sundancetv-announces-rectify-season-2-premiere-date
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraMais um episódio sensacional. Já é possível sentenciar que é a melhor série pós Breaking Bad (mesmo que tenha começado agora a segunda metade).
Por tudo que foi desenvolvido na trama até agora, fica difícil afirmar o que irá acontecer daqui para frente. Entretanto, as boas obras de investigação policial têm por objetivo nos fazer especular, nos fazer decifrar os ‘signos’, em suma, juntar as peças e formar o quebra cabeça (mesmo que, posteriormente, descubramos que estávamos errados).
Vamos às elucubrações. rs Muito vem sendo especulado sobre a participação de Cohle e Marty nos assassinatos; se um deles é o assassino ou se tem algum tipo de envolvimento nos crimes. Não me parece que um deles seja o assassino. Os dois detetives têm motivos para suspeitar de Cohle, por conta de uma série de aspectos inexplicáveis (como o ‘sumiço’ por 10 anos) e também por aparentes contradições nos depoimentos. Os detetives sabem de coisas que nós ainda não sabemos, mas também sabemos de coisas que eles ainda não sabem. Sabemos que a suposta mentira sobre o pai de Cohle, na verdade, era para esconder uma ação extra-oficial; sabemos também que Cohle continuou investigando, como atesta o final do episódio, quando ele entra na antiga escola e encontra mais galhadas. A maneira como ele olha para o local, o fato de usar luvas para não ‘violar’ a cena do crime, e o manejo com uma das galhadas, dão a entender que ele estava diante de algo ‘novo’, desconhecido para ele até então. Seria para ele, talvez, mais uma peça do quebra cabeças.
Com relação a Marty, não me parece astuto o suficiente para ser o autor. O jeito impulsivo de ser o torna incapaz de elaborar tamanha farsa (embora, como foi bem dito abaixo, nos comentários, ele tenha apagado Ledoux muito rapidamente, talvez por medo de ele revelar algo para Cohle. Mas, prefiro acreditar que tenha sido por um acesso de fúria, que até então é uma das características marcantes de Marty).
A meu ver, a questão central é: Por que Cohle quis investigar sozinho por todos esses anos?
A resposta talvez seja aquela dada pelos usuários em comentários abaixo: porque ele suspeita que seja alguma figura do alto escalão, talvez o governador ou o pastor. Ou mesmo os dois. Ficou claro nos primeiros episódios que havia uma influência externa querendo determinar os rumos da investigação (quando queriam colocar uma força-tarefa para assumir o caso). Cohle se posicionou contra, talvez por suspeitar que havia gente de cima querendo que a verdade não viesse a tona. As ações extra-oficiais talvez tenham ocorrido para afastar a presença dessas pessoas.
Com base em tudo isso, eu diria que a história possui contornos parecidos com a de Jack, o Estripador (um caso difícil de ser solucionado, porque tinha pessoas influentes envolvidas: o assassino e as pessoas que queriam encobrir o escândalo). A dificuldade do caso, por causa do envolvimento de gente influente, talvez explique o porquê de uma suposta investigação solitária tão longa e minuciosa de Cohle.
Me ocorreu também que Marty foi arrastado para as ações extra-oficiais e que Cohle tivesse começado a suspeitar dele, porque a prisão de Ledoux talvez fosse fundamental para se chegar aos verdadeiros assassinos (pois, muito provavelmente, Cohle, com seu talento para extrair confissões, conseguiria extrair informações dele). Ao matar Ledoux, pode ter ocorrido a Cohle que Marty quis que a verdade ficasse escondida (talvez tivesse a certeza depois... Creio que muita coisa será revelada quando for mostrada a briga e a ruptura). Este seria também um dos motivos de Cohle ter seguido sozinho investigando. Mas, ainda prefiro acreditar na incapacidade de Marty, embora tudo possa acontecer...
É no tal galpão que pode estar as evidências colhidas por Cohle durante esses anos todos. Ou não. Talvez não tenha nada nele. Cohle estaria apenas manipulando os dois detetives (e ele ótimo nisso).
Enfim, são muitos ‘talvez’. Não dá para ter certeza de nada e isso é muito bom.
Cabe falar um pouco sobre as referências ao “Rei Amarelo”. Quem conhece os contos de H.P. Lovecraft, sabe que ele faz inúmeras referências a um livro maldito, feito com pele e escrito com sangue, que enlouqueceria as pessoas que o lesse: Necronomicon. Tal mitologia foi criada por Lovecraft, mas, sob influência de um outro escritor: Robert W. Chambers. Chambers é o autor de vários contos, influenciados por Ambrose Bierce e escritos em 1895 (embora eu não tenha certeza), que fazem menção a uma peça teatral chamada “O Rei Amarelo”. Não li ainda, pois a coletânea de contos nunca foi lançada no Brasil (embora informações dão conta de uma tradução em andamento), mas li num artigo (e um amigo meu conhece a coletânea) que a peça faz referência a uma cidade em ruínas, Carcosa, localizada em uma outra galáxia e habitado por uma entidade demoníaca chamada Hastur. Quem lê tal peça, assiste ou a encena, pode enlouquecer e morrer.
A curiosidade em torno dessas obras ‘amaldiçoadas’ é que, com o passar dos anos, se tornaram objeto de especulação sobre suas existências (ao meu ver, nunca existiram... são produtos de mentes geniais, com incrível talento para convencer, por causa da grande habilidade para operar com adjetivos). Inclusive, apareceram realmente, contudo, escritas por pessoas que leram Lovecraft e Chambers. Tais obras eram utilizadas por seitas, inclusive a Igreja Satânica criada por Anton Lavey.
Uma das consequências da leitura do livro seria a loucura. Isso implicaria, talvez, numa reinterpretação do conceito de loucura, que talvez aqui seja vista como “acesso ao transcendente”, ou, melhor dizendo: acesso aos Reinos Abissais das Obscuras Entidades do Passado (aqui é invenção minha, para uma melhor compreensão do que quero dizer. rsrsrs Se lêem Lovecraft, saberão do que se trata).
Onde eu quero chegar? Talvez os assassinatos da tal seita que Ledoux e o Rei Amarelo fazem parte, tenham ocorrido por causa da leitura da peça mencionada nos contos de Chambers. Isso explicaria as menções ao Rei Amarelo no diário de Dora Lange, as enigmáticas palavras de Ledoux antes de morrer e a teoria sobre o tempo, que foi utilizada por Cohle nos diálogos com os detetives. Talvez a peça contenha ensinamentos para algum tipo de transcendência e acesso à outras dimensões. E isso seria feito através de rituais de sacrifício, com regras específicas, expostas na tal peça.
Acho improvável que a série descambe para o sobrenatural... A história parece fincada no chão. Rituais ocorrem no mundo real e os motivos não diferem muito dos que são apresentados na ficção. Sem sobrenatural ou com, a verdade que as referências foram encaixadas de maneira inteligente pelos roteiristas.
Ps: Cohle parece ser o cara que mais tem os pés fincados no chão, por causa do seu ceticismo e niilismo. Até mencionou uma teoria científica, a teoria-m. Estarei falando besteira agora, mas, pelo pouco que sei da tal teoria, acho que ela converge para o universo mitológico de Chambers, Bierce e Lovecraft. rsrsrs Será que o roteirista seguiu essa linha?
Mais uma vez digo que são apenas hipóteses. Ficarei contente se não for nada disso, pois sei que seria surpreendido de maneira positiva (e tudo indica que será assim).
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraO episódio 4 foi excelente como um todo, mas os minutos finais foram perfeitos. Tecnicamente impecável e realista, a tal ponto de nos fazer sentir toda aquela tensão. Monstruoso o trabalho de apenas uma câmera!
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraLi alguns comentários de pessoas questionando o porquê daquele grupo seguir o governador. Ora, é tão difícil de compreender? Pois bem, faremos uma analogia...
A Alemanha foi o país mais prejudicado com a Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido derrotada, teve que pagar indenizações para os países vencedores. Fora a quantidade absurda de mortos. Em consequência disso, o país entrou numa crise econômica terrível e a auto estima do povo baixou (por terem sido derrotados e ainda assim pagar os vencedores). Daí aparece um sujeito de "pulso firme", 'corajoso', orador hábil, político perspicaz, que melhora situação econômica do país, o transforma numa potência e eleva a auto estima do povo alemão (através do mito da superioridade racial). Estamos falando de Hitler, o homem que levou os alemães a matar mais de 4 milhões de pessoas.
Pois bem... E numa realidade onde a população foi quase toda dizimada e os poucos que restam lutam desesperadamente para sobreviver? Não seria uma realidade ainda mais dura e cruel que a dos alemães? As circunstâncias não são ainda mais favoráveis para o aparecimento de "cães de guerra" com as mesmas qualidades que mencionei acima? As pessoas não seguirão com muita facilidade aquele que possuir essas qualidades e que oferecer algo além do desespero e a desesperança?
O governador tinha muitas qualidades e deu esperança àquelas pessoas (através da barbárie).
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 638 Assista AgoraEssa
homenagem no final foi muito emocionante! Na verdade, uma das homenagens mais emocionantes que presencie na sétima arte. Antológica! \o/
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 638 Assista AgoraGostei dos roteiristas terem mostrado que
Crixus não era apenas um sujeito arrogante e que agia impulsivamente. Aquele diálogo com Spartacus foi um dos melhores da série. Muitas coisas que Crixus disse são pertinentes e creio que foi a vez dele abrir os olhos de Spartacus. Crixus estava certíssimo quando disse que a República não os deixaria livres. Com o poder que Roma já tinha e com homens como Crassus, extremamente ricos, não seria difícil oferecer recompensas no exterior.
Eu nos libertaria.
Verdadeiramente livres.
Acredita mesmo
que Crassus parará
assim que você chegar
nas montanhas?
Que a República
nos deixará escapar em paz?
Mostramos
que são vulneráveis.
Mostramos que uma mão trêmula
pode tornar-se um punho.
Desafiamos a ideia
de que um escravo
deve sempre saber seu lugar,
aceitando punição e chicotadas
pois foi ensinado a aceitá-las.
Construímos
Com nossas mãos,
nosso sangue e nossas vidas.
Podemos fazê-la cair
pelo mesmo preço.
Você abriu meus olhos
para isso, Spartacus.
Não me peça agora
para fechá-los.
Um discurso simples sobre liberdade, mas coerente com as circunstâncias.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 638 Assista AgoraEpisódio danado de bom, apesar dos spoilers que presenciei ao longo da semana. rs
Eu acho que
Tiberius não é filho de Crassus, mas sim de Batiatus. kkkkkk Ora, ele fodeu por trás com muita gente, tanto no sentido metafórico como no sentido literal. rs Com César foi no sentido literal (rs), com Kore parcialmente, com Crixus e Agron no sentido metafórico (apunhalando ambos por trás, na trairagem) e com Crassus, de maneira indireta, ao violar Kore. Enfim, o moleque calou a boca daqueles que achavam que ele seria apenas um 'revoltadinho'. Agora está sendo mais odiado do que Naevia.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 638 Assista AgoraEpisódio mais parado que os anteriores, mas não menos espetacular. Na minha opinião, foi o mais tenso de todos, por conta das condições extremas nas quais os rebeldes estavam submetidos. Nível dramático absurdamente alto. Cheguei a sentir frio também (na barriga rs), por conta de alguns momentos de alta tensão.
A cena de Crixus lutando contra os sete romanos foi uma das mais bem feitas de toda a série. Visualmente beirou a perfeição.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 638 Assista AgoraEpisódio espetacular! Está difícil conviver com a certeza de que a série terá um fim em pouco mais de um mês. :/
Alguns destaques:
- O "aperto de braços" entre Spartacus e Crixus, coerente com o nome do episódio: "Blood brothers". Foi muito bacana essa reviravolta, pois tudo levava a crer que eles iriam se separar cedo. Quem é que não ficou tenso com as encaradas que Crixus deu em Spartacus? rs Essa capacidade dos roteiristas de eliminar o óbvio nos leva a crer que haverá um final inesperado.
- César fazendo tudo que era esperado dele, mostrando ser muito esperto, inteligente (apesar de relativamente impulsivo), destemido e bom lutador. Por essas características é que ele causa antipatia em nós, pois é um adversário à altura dos rebeldes e que fez um estrago tremendo. É mais um motivo para se respeitar Crassus, pois escolheu o aliado certo para começar a fazer estragos no exército de Spartacus.
- Crassus mudando de expressão ao escutar o nome de Pompei. kkkkkkkkk
- A vingança de Tiberius. Foi um momento bastante desconfortável, mas coerente, pois Tiberius estava cheio de raiva do pai e essa foi a maneira mais eficiente de descarregá-la. Perdeu o seu amado (?) e então quis violar a amada de Crassus? Possivelmente...
Expectativas enormes para o próximo episódio!
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KQuanto mais indicados ao oscar de melhor filme eu vou assistindo, mais convicto vou ficando de que só dois realmente são muito bons: "Django" e "Amor". Mas continuarei assistindo. Ainda faltam alguns.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraO que está acontecendo com a Academia? Me custa acreditar que "Amor" está concorrendo em 5 categorias, todas elas importantíssimas (Melhor filme, direção, roteiro original, atriz e melhor filme estrangeiro). Tem alguma coisa errada em Hollywood.
Ganhar? Aí é querer demais... Esse filme é bom demais para o Oscar. :p
Obediência
3.4 309Dizem que a inteligência tem limites e que a burrice não. Quase comecei a acreditar nisso depois de assistir esse filme.
Será que o cara do trote era um mestre da oratória ou as pessoas que caíram eram extremamente estúpidas? Prefiro acreditar que foi as duas coisas juntas. É a maneira mais coerente, na minha opinião, de explicar uma situação tão absurda como essa.
Esclarecendo: a nota baixa foi motivada pelo próprio filme, que é muito ruim. O elenco é péssimo.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraQuase 3 de horas de filosofia barata! Creio que Augusto Cury e Paulo Coelho apreciariam este diálogo:
- Isso significa que você
acredita no além da vida?
- No paraíso e no inferno?
- Acredito que isso
é apenas uma porta.
Quando uma fecha,
a outra abre.
Se eu posso
imaginar um paraíso,
eu imaginaria
uma porta se abrindo
e atrás dela
eu o encontrarei lá,
esperando por mim.
Meu amor.
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KQue coisa... O melhor momento de Glee, não foi em Glee, mas sim em AHS. Entenderam? :p
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KAHS teve seu momento Glee! rs
Episódio de lascar o cano de bom! \o/
Rampage: Sede de Vingança
3.0 140Final cínico!
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KNão tinha nada embolado, a série havia apenas começado (rimou). O problema é que as pessoas querem tudo pronto (e imediatamente), com as peças arrumadas nos seus devidos lugares. Quanto mais fácil, melhor. ¬¬