2 rostos conhecidos num roteiro horrendo, nada mais do que isso. Em geral é quase palatável pra assistir com o cérebro desligado, mas teve momentos tão ruins que me arrancaram sinceras gargalhadas:
O protagonista, absolutamente do nada: "Olha, uma planta! Já sei, o código genético da planta é a senha da maleta!". Essa parte pareceu escrita por uma criança que acabou de ouvir sobre código genético na escola.
Outra:
Eles estão num restaurante chique lá, aí do nada "Não sei quantos caça-recompensas têm aqui, mas..." - aí do nada tem uma dezena de criminosos caçadores de recompensas no restaurante, que supostamente estavam ali por coincidência? Horrível
E a participação do Ryan Reynolds eu tô até agora tentando entender. Parece que ele deu uma passada no set de gravação e aproveitaram pra colocar ele de última hora nas filmagens.
Não perca seu tempo, não tem motivo absolutamente nenhum pra assistir isso.
Esse é o filme que o ChatGPT criaria se pedissem pra ele misturar um monte de histórias populares de ficção.
Como fã de ficção-científica, infelizmente fui achando que seria uma história original interessante, mas poucas vezes vi um filme tão sem originalidade. Não tem absolutamente nada de novo. Só repetição de coisas que já vimos mil vezes antes. Um clichê atrás do outro.
Eu não conheço o trabalho do Zack Snyder mas o roteiro chega a ser engraçado de tão ruim.
sai pelos planetas recrutando pessoas pra ajudar ela a defender a sua comunidade. Até aí ok, só que ela tá basicamente falando pra essas pessoas arriscarem suas vidas por uma causa que mal conhecem. E ela mal precisa falar nada e todo mundo já vai aceitando, na maior naturalidade.
O recrutamento do general lá é especialmente cômico. O cara tá todo acabado, sem interesse na causa, até que a Kora fala a palavra mágica: "faça por vingança". E aí booom, isso foi suficiente. O convencimento do rebelde Bloodaxe lá pareceu tirado de um filme B de baixo orçamento.
E aquele dispositivo mecânico que imobiliza os personagens? Sério que o mecanismo que MATA a pessoa é o mesmo que SOLTA ela, só muda o lado do giro? Girou pra um lado, matou; girou pro outro, soltou. E aí deram o controle disso nas mãos do amigo da Kora?
E o personagem Kai: ele trai a Kora por que supostamente não quer ficar no lado perdedor da história, tá lutando pela própria sobrevivência de certa forma. Beleza. Mas aí do nada ele se transforma num sádico que quer ver o amigo da Kora matar ela? A traição dele foi por um motivo que até é possível tentar entender, mas do nada ele se torna cruel? Puts, lembrei também do começo do vídeo em que um soldado começa a atirar no único robô que eles têm pra fazer trabalho pesado de carregar caixas. Isso era só pra mostrar como o personagem era malvadão? Tão escrachado e caricato que parece um vilão de filme infantil, ridículo.
No final, é uma cópia fajuta de Star Wars com elementos de Avatar, Duna, Exterminador do Futuro, Kill Bill, Vikings e por aí vai. Uma fuleragem sem tamanho que só deve ter recebido um orçamento gigantesco porque o diretor e roteirista é famoso e tem uma legião de fãs, não tem outra explicação.
Mais uma boa temporada, mas me deu uma agonia profunda os caras repetirem aquela mensagem de socorro da Naomi umas 300 mil vezes. Aquelas cenas viraram tortura psicológica pra mim.
A morte do Alex também foi colocada de forma absurda na trama, do nada. Achei um desrespeito com o personagem, mas aí fui pesquisar e vi as alegações de assédio contra o ator, então entendo que tiveram que improvisar pra remover o cidadão da série.
A produção é excelente, as atuações em geral são boas, mas a história me deixou um gosto agridoce: prende a atenção o tempo todo, mas é quase toda sem pé nem cabeça. Quase como um vídeo que foi feito com base em gráficos de retenção da atenção, buscando maximizar o seu tempo assistindo, enfiando momentos de drama, suspense e mistério, mesmo que esses momentos não contribuam para a história em si.
realmente o Patoff convenceu o Sang a se matar e assinar um contrato dando poderes pra ele, numa conversa de 10 minutos? E depois não teve nenhum diretor da empresa, nenhum investidor, ninguém da área jurídica, pra contestar o cara simplesmente chegar e tomar conta como novo chefe? Sério?
Por exemplo: o que foi o Craig voltando depois na boate e vendo que era um escritório? Ele alucinou, foi drogado? A ponto de enxergar pessoas e pedir/beber drinks num lugar que na prática era um escritório?
E ele simplesmente seguiu no carro do Patoff mesmo quando viu uma pessoa amarrada no porta-malas? Nessa cena o personagem se mostrou tão molenga e tão incompatível com quem ele era antes (e foi depois), que não pareceu fazer sentido.
A loja em que o Craig estava que foi "assaltada" por 3 caras com as máscaras dos animais, e que supostamente o assalto não aconteceu. Ele alucinou tudo aquilo? Sóbrio e sem a presença do Patoff por perto?
E a Patti por um período de ~~dias~~ esteve hipnotizada ou possuída num porão, datilografando sem sequer trocar de roupa? E aí acordou quase que do nada quando a Elaine chegou?
E aquele pipi móvel na montanha?
As motivações do Patoff pra mim também são super confusas. A série quer levar você a pensar que ele é algum tipo de entidade, provavelmente o diabo, fazendo testes com as pessoas. Em outros momentos ele simplesmente parece ser assustador ou mal sem motivo, só para gerar um tom de curiosidade e mistério maior acerca do personagem, mas que não parece fazer sentido na história. "Quantos você pegaria de porrada no bar?". Cadeirante chegou 1 segundo atrasada e não pode entrar. E por aí vai.
É só por ele ser o capeta?
As melhores histórias de ficção são aquelas que criam um mundo próprio e que dentro desse mundo as coisas fazem sentido. Não importa se elas são absurdas na nossa realidade, se são pertinentes dentro da história, o autor fez bem o seu trabalho. Mas nessa não. Tudo é confuso e absurdo.
Me parece uma história legalzinha que tomou anabolizantes. Quando os roteiristas se reuniram, tentaram enfiar todo tipo de mistério possível pra que você não parasse de assistir. Mas franksteinizaram a trama. Mas no final das contas, a Amazon conseguiu que você assistisse. E é isso que importa. O "consultor" deles lá dentro deve estar se gabando sobre os gráficos de retenção nesse exato momento.
O final foi simplesmente uma aula de como fechar uma série. Visualmente lindo, sem deixar nenhuma história em aberto e com os flashbacks trazendo aquela emoção pra quem acompanhou todas as temporadas.
Série gostosinha de assistir que expande o maravilhoso mundo de Blade Runner, inclusive explica alguns detalhes da história de Blade Runner 2049. Agora o ponto central é uma discussão sempre relevante e que se tornará ainda mais nos próximos anos e décadas:
pega a personagem loira que tava no grupo de caça e amarra ela numa cadeira, aí a mulher diz: "por favor, eu só tava lá pra fazer companhia pros outros, eu sou uma boa pessoa e nunca machucaria alguém". Ou seja, mesmo pessoas empáticas ~em teoria~ não enxergam replicantes como humanos. O próprio senador morto, que tava no grupo de caça, também apareceu na TV como um defensor de direitos humanos básicos, mas tava matando replicantes porque não considera como humanos.
O policial marido dessa moça loira tenta se explicar, dizendo que a família da esposa era de caçadores por várias gerações, mas que depois dos animais serem extintos ficou complicado caçar e que animais artificiais são muito caros pra ficar matando assim por diversão. A Elle pergunta "então vocês resolveram matar humanos?" E o cara responde: "humanos NÃO! Replicantes!"
No episódio 9, quando a Elle confronta o Wallace Sênior, ela pergunta por que eles fizeram aquela caçada no deserto. Ele: "Você é apenas um bug. Replicantes não importam, nunca importaram." A Elle tenta argumentar dizendo que replicantes sentem dor, tanto quanto qualquer humano. O Wallace então responde dizendo "ótimo" e tentando matar ela em seguida.
Replicantes são androides feitos inteiramente de substâncias orgânicas, geneticamente modificados. Ou seja, são humanóides, humanos fabricados. Mas se eles têm consciência humana, isso os torna humanos ou não? Se o coração bate como humano, se sentem medo como humanos, se amam como humanos, merecem ser caçados? Isso sempre me lembra nosso tratamento com os animais também. Porcos têm a inteligência de uma criança de 3 anos, vacas choram de dor e pela perda dos seus filhos. Mas matamos milhões deles todos os dias. O divisor de águas, pros humanos, parece ser a capacidade de ter sentimentos, o que os replicantes claramente têm — mas os humanos negam. Assim como acontece com os animais.
Pra quem curte a temática cyberpunk e/ou o universo de Blade Runner, recomendo!
Que final horrível, sem pé nem cabeça, apressado e cheio de furos.
Fiquei feliz de ver que Dexter tinha voltado com uma temporada muito boa, digna de um novo final pra série... até que eles jogaram tudo no lixo nos últimos 20~30 minutos.
Dexter: geralmente calculista, resolve matar o Logan, um inocente, a princípio sem motivo. Isso porque não existia nenhuma prova contra o Dexter. O parafuso achado na casa dele? Botaram fogo na casa do cara, aí acham um parafuso lá e isso é prova de alguma coisa agora? Seria muito mais provável que a Angela, depois de ver as dezenas de corpos que o Kurt botou naquelas vitrines doentias dele, ligasse os pontos e aceitasse a teoria do Dexter de que Kurt tentou incriminá-lo. E mesmo se o Dexter fosse a julgamento, não tinha nenhuma confissão, nenhuma filmagem, nenhuma digital, nenhuma prova cabal que pudesse condená-lo. A decisão dele foi pouco pensada e impulsiva, algo meio fora de personagem.
Angela: policial horrível a série inteira, que pela segunda vez acha uma pista e já prende o cara sem provas (tinha feito igual com o Kurt). Aí bate o senso de justiceira e do nada ela quer pena de morte pro cara com quem namorava 30 minutos atrás. Mas esse senso todo vai pro ralo quando ela vê o Harrisson matar o Dexter e.... deixa ele fugir, dá dinheiro pra ele fugir, dá instruções pra ele fugir e ainda dá um abracinho no guri, que já tinha mostrado sérios sinais perturbadores e tinha acabado de matar o próprio pai. É sério isso?
Harrisson: tinha o bilhetinho que Dexter tinha mandado pra Hannah anos atrás. Ou seja: sabia que o pai tinha arrependimentos, sabia que o pai tentou se afastar justamente pra não causar mais mal pro filho. Mas mesmo assim foi atrás do pai, todo carente, conseguiu se conectar com ele, dizia que queria ser normal e.... acaba mudando de ideia do nada e matando o pai, saindo numa boa como se nada tivesse acontecido.
Poucas vezes eu vi uma série construir uma base legal e jogar tudo no esgoto em apenas um episódio. Nem o final de Game of Thrones foi tão decepcionante.
o Dexter ir a julgamento e ser inocentado por falta de provas, provando a necessidade do próprio Dexter na série de ir atrás desses criminosos que o sistema judicial deixa passar. Foi isso que ele fez a vida inteira. Ele mesmo matar um inocente e sair impune seria o arco perfeito. Aí sim, depois disso, se o Harrisson ficasse puto e quisesse ir atrás dele pra fazer justiça, faria sentido. Creio que assim o final ficaria correto e sem pontas soltas.
É uma alegoria irretocável da desinformação na nossa sociedade atual. Como nenhum assunto sério é levado com seriedade e como não chegamos a consensos sobre coisas óbvias. É sobre o coronavírus surgir e líderes mundiais ignorarem o problema, diminuírem, por pura politicagem e/ou ideologia. É sobre a ideologização de coisas que não deveriam ter lado. Um cometa vindo pra Terra é ruim e pronto, não deveríamos ter uma parte da sociedade torcendo pro cometa. É sobre o aquecimento global botar o maior desafio da história da humanidade na nossa frente e ninguém fazer nada, líderes mundiais criarem metas pífias pra lidar com a situação, as pessoas ignorarem e ficarem consumindo mais notícias de fofoca do que do possível "fim do mundo".
Supostos "especialistas" chegam a minimizar a questão do cometa, como a chefe da NASA, que fala que o lance do cometa é muito drama. Quando há informações defendendo os dois lados, em quem acreditar? Em certo momento o Dr. Mindy vai ao programa de TV lá e a repórter pergunta algo tipo "tem boatos de que não existe cometa, ou que existe, mas que pode ser bom, pode ser ruim... estamos tão confusos".
E tem também a representação da alienação quando um ator famoso de Hollywood usa um broche com uma seta pra cima e outra pra baixo, supostamente representando a "neutralidade" sobre a polêmica do cometa, dizendo que as pessoas precisam parar de brigar, precisam entrar em harmonia, e a repórter concorda dizendo "acho que estamos todos cansados de política".
Uma das partes mais engraçadas é quando a "solução" que as pessoas encontram é começar a cavar, pra se esconder no subterrâneo, e assim todo mundo começa a comprar pás e o preço sobe até 500 dólares. Algo semelhante ao que aconteceu com todo mundo estocando papel higiênico e comida no início da pandemia e até com os preços de álcool em gel que dispararam.
Curiosamente o programa The Daily Rip tenta trazer um alívio cômico pras notícias ruins, o que é criticado pelo personagem principal do di Caprio, mas é exatamente o mesmo que esse filme tá tentando fazer: passar uma mensagem bem séria através da comédia.
Não Olhe Para Cima é puro suco da nossa realidade atual.
Eu queria muito gostar de Matrix 4. Sou fã da trilogia. Reassisti os 3 primeiros e o Animatrix pra me preparar. Mas o 4 parece um tributo raso e vazio ao universo de Matrix.
Sim, os personagens de Matrix são esses. A ambientação e a estética são essas. Os elementos de Matrix estão ali. Mas Matrix Resurrections parece que não tem a inteligência, os conflitos filosóficos e nem de longe a originalidade dos primeiros filmes.
O primeiro filme foi uma obra de arte original e marcante. O segundo aprofundou. O terceiro fechou. O quarto veio pra que exatamente? O enredo inteiro parece genérico e sem profundidade. Pareceu uma tentativa desesperada de ressucitar Neo e Trinity, talvez pra "consertar" o final do Revolutions, que muitos não gostaram, ou talvez só pra fazer mais um filme da série e lucrar com isso — coisa que o próprio filme faz piada sobre.
Aliás, a primeira hora do filme é quase toda uma paródia de si mesmo. De falar sobre a falta de originalidade da indústria, das críticas aos reboots, do "trazer de volta uma série depois de encerrada a trilogia" até "a Warner disse que vai fazer, com ou sem a gente", ficou o sentimento de que fazer piada sobre algo sério não torna aquilo menos sério. O reconhecimento de que o 4º filme é possivelmente algo forçado, pra lucrar, não torna o filme melhor.
De certa maneira esse deboche se apresentou durante todo o filme. Primeiro com as tentativas de ser engraçado com piadinhas que pareceram não encaixar, apenas uma tentativa de adaptar a obra ao modelo de filmes contemporâneos que deram certo, como aqueles de heróis lotados de momentos pra rir. Depois o desrespeito aos personagens: Trinity espancando o Analista no final, repetidamente, algo totalmente fora de personagem, enquanto o Neo assiste aparentemente aprovando? Era pra ser um momento cômico? E a volta do Morpheus desfigurado, sem qualquer parte do filme se importar em desenvolver esse "novo" personagem? Passaram 3 filmes desenvolvendo a história do Neo como escolhido, pra no 4 trazerem ele de volta depois do seu sacrifício e ainda fazerem uma recém-acordada Trinity sair voando como se ela fosse também escolhida? Parece que a conclusão inteira da trilogia foi jogada pela janela, o que me pareceu um desrespeito com a própria história de Matrix e com os fãs dos primeiros 3 filmes, que aprenderam a dar valor àquela história, à sua profundidade e seus dilemas. É quase inaceitável.
O corpo de Matrix está lá, mas sem a alma. Teria sido melhor permanecer uma trilogia mesmo.
não era o que sonhava ser, um humano nascido, ainda lida com a perda da Joi encontrando uma propaganda interativa dela gigante na rua. Joi se aproxima e diz, de forma fria e comercial, que ele seria um bom Joe. É latente o contraste com cenas anteriores, em que ele desenvolvia seu afeto pela Joi dele, com ela chorando, parecendo humana, dizendo que ele era amado, um humano, e chamando-o de Joe. E ali na rua, com a cara toda arrebentada e vendo o gigante holograma rosa da Joi, seu castelo de cartas cai. E curiosamente a reação dele é fazer o que os humanos menos esperam de um replicante: agir como um humano.
Nesse ponto o filme me lembrou muito uma passagem de "A Vida de David Gale", outro filme fantástico: "O que significa ser realmente humano é viver por idéias e ideais." K então entrega sua
com certo receio dos replicantes, que fugiram, mataram, se rebelaram e soam como ameaça. Mas aos poucos você e o Deckard começam a enxergar a humanidade deles, ver seus sentimentos e perceber que nada mais querem do que viver. A separação entre humanos e replicantes então cai por terra à medida que passamos a ver ambos como iguais.
Inclusive acho que esse é o único motivo pelo qual o Roy não
matou o Deckard na cena final. Ele sabia que seu tempo estava acabando e se viu desesperado pra viver mais, mas nos seus últimos momentos, quando vê Deckard lutando com todas as suas forças pra não cair pra morte, se vê nele. Aqui toda a reflexão do filme, que vai sendo construída de modo a você e o Deckard enxergarem os replicantes como iguais, se inverte. Agora é o replicante que antes movido pelo ódio vê naquele humano alguém tão desesperado pela vida como ele. E por isso Roy salva Deckard, nos contemplando com um dos discursos mais interessantes que vi num filme, com tudo se perdendo na chuva.
Isso tudo nos faz refletir muito sobre os múltiplos preconceitos ainda presentes na nossa sociedade atual, na exploração sem escrúpulos de povos, classes e outros subgrupos, e também me fez pensar muito em como tratamos os animais: como coisas, escravos a serem confinados, escravizados, assassinados e consumidos, quando na verdade sentem dor e medo, carinho e afeto, e merecem viver livres.
Entrou direto pra minha lista de filmes favoritos.
Chorei durante e depois do episódio, e no dia seguinte também. Fiquei pensando naquilo durante uma semana.
Essa série não poderia ter um nome melhor. This Is Us é a gente, é a exploração simples, mas profunda, da mais pura essência do ser humano. Ela arranca de dentro os nossos sentimentos e bota tudo pra fora, expõe claramente à luz do dia. Eu não achava que uma série poderia mexer tanto com as nossas emoções, mas This Is Us é, ela própria, a representação das nossas emoções. Uma obra prima.
Eu tinha receio que eles iam entrar naquela de simplesmente achar um vilão qualquer a cada temporada, fazendo com que a série nunca tivesse um fim. Mas eles conseguiram aprofundar muito mais a trama, explorar mais a fundo os personagens, e já tô achando que foi a melhor temporada até aqui.
Não se engane. Sob o verniz da comédia romântica temos um filme bastante politizado. Ainda que não entre a fundo em nenhuma questão, aborda pontualmente racismo, misoginia, preconceito, polarização política, hipocrisia na sociedade. Fala sobre fazer concessões no amor, sobre aceitação do diferente, sobre empoderamento. Cria interessantes dilemas do tipo "manter minha essência ou me vender". Isso além de ser engraçadinho. Achei uma belíssima surpresa.
Poucas vezes vi uma série se perder tanto. A primeira e a segunda temporadas foram interessantes, intrigantes. Já essa terceira virou uma bagunça sem sentido.
Começou fraquíssima, mas aprendi a gostar depois que entendi seu objetivo. Não é pra ser um roteiro incrível com uma trama involvente, mas simplesmente pessoas comuns vivendo problemas comuns, aprendendo a lidar com as coisas, falhando miseravelmente e se reerguendo. É um retrato de vida real.
Excelente como ao invés de mostrar as provas de que a Terra não é plana, o documentário focou nos lados psicológico e social dos envolvidos. Pra mim dá pra resumir o documentário naquela parte que
a Patrícia fala sobre as teorias da conspiração sobre ela. Fala como não importa quantos fatos e provas ela apresente, os conspiracionistas dizem que tudo é falso, tudo é manipulado. Dá pra perceber o cérebro dela dando um nó quando ela percebe que tudo isso, que ela vinha falando sobre as conspirações contra ela, é exatamente o que ela faz pra desacreditar qualquer fato, informação e prova contra a Terra plana.
Também muito importante o final, quando surge a reflexão de que daqui a pouco algumas dessas pessoas começam a chegar em posições de poder e tomar decisões absurdas, como certos governantes que negam o aquecimento global.
Ghosted: Sem Resposta
2.8 972 rostos conhecidos num roteiro horrendo, nada mais do que isso. Em geral é quase palatável pra assistir com o cérebro desligado, mas teve momentos tão ruins que me arrancaram sinceras gargalhadas:
O protagonista, absolutamente do nada: "Olha, uma planta! Já sei, o código genético da planta é a senha da maleta!". Essa parte pareceu escrita por uma criança que acabou de ouvir sobre código genético na escola.
Outra:
Eles estão num restaurante chique lá, aí do nada "Não sei quantos caça-recompensas têm aqui, mas..." - aí do nada tem uma dezena de criminosos caçadores de recompensas no restaurante, que supostamente estavam ali por coincidência? Horrível
E a participação do Ryan Reynolds eu tô até agora tentando entender. Parece que ele deu uma passada no set de gravação e aproveitaram pra colocar ele de última hora nas filmagens.
Não perca seu tempo, não tem motivo absolutamente nenhum pra assistir isso.
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista Agora"Bella descobriu a felicidade a qualquer momento e precisa compartilhar".
For All Mankind (4ª Temporada)
3.9 12Aquela mão na mão. Que cena mais sutilmente linda.
Décadas de amor suprimido ali se libertaram, num olhar dele e num tímido sorriso dela.
O que vem depois prefiro esquecer.
Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo
2.6 301 Assista AgoraEsse é o filme que o ChatGPT criaria se pedissem pra ele misturar um monte de histórias populares de ficção.
Como fã de ficção-científica, infelizmente fui achando que seria uma história original interessante, mas poucas vezes vi um filme tão sem originalidade. Não tem absolutamente nada de novo. Só repetição de coisas que já vimos mil vezes antes. Um clichê atrás do outro.
Eu não conheço o trabalho do Zack Snyder mas o roteiro chega a ser engraçado de tão ruim.
A protagonista
sai pelos planetas recrutando pessoas pra ajudar ela a defender a sua comunidade. Até aí ok, só que ela tá basicamente falando pra essas pessoas arriscarem suas vidas por uma causa que mal conhecem. E ela mal precisa falar nada e todo mundo já vai aceitando, na maior naturalidade.
O recrutamento do general lá é especialmente cômico. O cara tá todo acabado, sem interesse na causa, até que a Kora fala a palavra mágica: "faça por vingança". E aí booom, isso foi suficiente. O convencimento do rebelde Bloodaxe lá pareceu tirado de um filme B de baixo orçamento.
E aquele dispositivo mecânico que imobiliza os personagens? Sério que o mecanismo que MATA a pessoa é o mesmo que SOLTA ela, só muda o lado do giro? Girou pra um lado, matou; girou pro outro, soltou. E aí deram o controle disso nas mãos do amigo da Kora?
E o personagem Kai: ele trai a Kora por que supostamente não quer ficar no lado perdedor da história, tá lutando pela própria sobrevivência de certa forma. Beleza. Mas aí do nada ele se transforma num sádico que quer ver o amigo da Kora matar ela? A traição dele foi por um motivo que até é possível tentar entender, mas do nada ele se torna cruel? Puts, lembrei também do começo do vídeo em que um soldado começa a atirar no único robô que eles têm pra fazer trabalho pesado de carregar caixas. Isso era só pra mostrar como o personagem era malvadão? Tão escrachado e caricato que parece um vilão de filme infantil, ridículo.
No final, é uma cópia fajuta de Star Wars com elementos de Avatar, Duna, Exterminador do Futuro, Kill Bill, Vikings e por aí vai. Uma fuleragem sem tamanho que só deve ter recebido um orçamento gigantesco porque o diretor e roteirista é famoso e tem uma legião de fãs, não tem outra explicação.
The Expanse (5ª Temporada)
4.0 34 Assista AgoraMais uma boa temporada, mas me deu uma agonia profunda os caras repetirem aquela mensagem de socorro da Naomi umas 300 mil vezes. Aquelas cenas viraram tortura psicológica pra mim.
A morte do Alex também foi colocada de forma absurda na trama, do nada. Achei um desrespeito com o personagem, mas aí fui pesquisar e vi as alegações de assédio contra o ator, então entendo que tiveram que improvisar pra remover o cidadão da série.
O Consultor (1ª Temporada)
3.2 19 Assista AgoraA produção é excelente, as atuações em geral são boas, mas a história me deixou um gosto agridoce: prende a atenção o tempo todo, mas é quase toda sem pé nem cabeça. Quase como um vídeo que foi feito com base em gráficos de retenção da atenção, buscando maximizar o seu tempo assistindo, enfiando momentos de drama, suspense e mistério, mesmo que esses momentos não contribuam para a história em si.
Começa que
realmente o Patoff convenceu o Sang a se matar e assinar um contrato dando poderes pra ele, numa conversa de 10 minutos? E depois não teve nenhum diretor da empresa, nenhum investidor, ninguém da área jurídica, pra contestar o cara simplesmente chegar e tomar conta como novo chefe? Sério?
Por exemplo: o que foi o Craig voltando depois na boate e vendo que era um escritório? Ele alucinou, foi drogado? A ponto de enxergar pessoas e pedir/beber drinks num lugar que na prática era um escritório?
E ele simplesmente seguiu no carro do Patoff mesmo quando viu uma pessoa amarrada no porta-malas? Nessa cena o personagem se mostrou tão molenga e tão incompatível com quem ele era antes (e foi depois), que não pareceu fazer sentido.
A loja em que o Craig estava que foi "assaltada" por 3 caras com as máscaras dos animais, e que supostamente o assalto não aconteceu. Ele alucinou tudo aquilo? Sóbrio e sem a presença do Patoff por perto?
E a Patti por um período de ~~dias~~ esteve hipnotizada ou possuída num porão, datilografando sem sequer trocar de roupa? E aí acordou quase que do nada quando a Elaine chegou?
E aquele pipi móvel na montanha?
As motivações do Patoff pra mim também são super confusas. A série quer levar você a pensar que ele é algum tipo de entidade, provavelmente o diabo, fazendo testes com as pessoas. Em outros momentos ele simplesmente parece ser assustador ou mal sem motivo, só para gerar um tom de curiosidade e mistério maior acerca do personagem, mas que não parece fazer sentido na história. "Quantos você pegaria de porrada no bar?". Cadeirante chegou 1 segundo atrasada e não pode entrar. E por aí vai.
É só por ele ser o capeta?
As melhores histórias de ficção são aquelas que criam um mundo próprio e que dentro desse mundo as coisas fazem sentido. Não importa se elas são absurdas na nossa realidade, se são pertinentes dentro da história, o autor fez bem o seu trabalho. Mas nessa não. Tudo é confuso e absurdo.
Me parece uma história legalzinha que tomou anabolizantes. Quando os roteiristas se reuniram, tentaram enfiar todo tipo de mistério possível pra que você não parasse de assistir. Mas franksteinizaram a trama. Mas no final das contas, a Amazon conseguiu que você assistisse. E é isso que importa. O "consultor" deles lá dentro deve estar se gabando sobre os gráficos de retenção nesse exato momento.
O Último Reino (5ª Temporada)
4.3 71 Assista AgoraO final foi simplesmente uma aula de como fechar uma série. Visualmente lindo, sem deixar nenhuma história em aberto e com os flashbacks trazendo aquela emoção pra quem acompanhou todas as temporadas.
Blade Runner: Black Lotus (1ª Temporada)
3.5 12Série gostosinha de assistir que expande o maravilhoso mundo de Blade Runner, inclusive explica alguns detalhes da história de Blade Runner 2049. Agora o ponto central é uma discussão sempre relevante e que se tornará ainda mais nos próximos anos e décadas:
o que é ser humano?
A essência da série se dá no episódio 6, quando a Elle com sede de vingança
pega a personagem loira que tava no grupo de caça e amarra ela numa cadeira, aí a mulher diz: "por favor, eu só tava lá pra fazer companhia pros outros, eu sou uma boa pessoa e nunca machucaria alguém". Ou seja, mesmo pessoas empáticas ~em teoria~ não enxergam replicantes como humanos. O próprio senador morto, que tava no grupo de caça, também apareceu na TV como um defensor de direitos humanos básicos, mas tava matando replicantes porque não considera como humanos.
O policial marido dessa moça loira tenta se explicar, dizendo que a família da esposa era de caçadores por várias gerações, mas que depois dos animais serem extintos ficou complicado caçar e que animais artificiais são muito caros pra ficar matando assim por diversão. A Elle pergunta "então vocês resolveram matar humanos?" E o cara responde: "humanos NÃO! Replicantes!"
No episódio 9, quando a Elle confronta o Wallace Sênior, ela pergunta por que eles fizeram aquela caçada no deserto. Ele: "Você é apenas um bug. Replicantes não importam, nunca importaram." A Elle tenta argumentar dizendo que replicantes sentem dor, tanto quanto qualquer humano. O Wallace então responde dizendo "ótimo" e tentando matar ela em seguida.
Replicantes são androides feitos inteiramente de substâncias orgânicas, geneticamente modificados. Ou seja, são humanóides, humanos fabricados. Mas se eles têm consciência humana, isso os torna humanos ou não? Se o coração bate como humano, se sentem medo como humanos, se amam como humanos, merecem ser caçados? Isso sempre me lembra nosso tratamento com os animais também. Porcos têm a inteligência de uma criança de 3 anos, vacas choram de dor e pela perda dos seus filhos. Mas matamos milhões deles todos os dias. O divisor de águas, pros humanos, parece ser a capacidade de ter sentimentos, o que os replicantes claramente têm — mas os humanos negam. Assim como acontece com os animais.
Pra quem curte a temática cyberpunk e/ou o universo de Blade Runner, recomendo!
Dexter: Sangue Novo
3.7 396Que final horrível, sem pé nem cabeça, apressado e cheio de furos.
Fiquei feliz de ver que Dexter tinha voltado com uma temporada muito boa, digna de um novo final pra série... até que eles jogaram tudo no lixo nos últimos 20~30 minutos.
Dexter: geralmente calculista, resolve matar o Logan, um inocente, a princípio sem motivo. Isso porque não existia nenhuma prova contra o Dexter. O parafuso achado na casa dele? Botaram fogo na casa do cara, aí acham um parafuso lá e isso é prova de alguma coisa agora? Seria muito mais provável que a Angela, depois de ver as dezenas de corpos que o Kurt botou naquelas vitrines doentias dele, ligasse os pontos e aceitasse a teoria do Dexter de que Kurt tentou incriminá-lo. E mesmo se o Dexter fosse a julgamento, não tinha nenhuma confissão, nenhuma filmagem, nenhuma digital, nenhuma prova cabal que pudesse condená-lo. A decisão dele foi pouco pensada e impulsiva, algo meio fora de personagem.
Angela: policial horrível a série inteira, que pela segunda vez acha uma pista e já prende o cara sem provas (tinha feito igual com o Kurt). Aí bate o senso de justiceira e do nada ela quer pena de morte pro cara com quem namorava 30 minutos atrás. Mas esse senso todo vai pro ralo quando ela vê o Harrisson matar o Dexter e.... deixa ele fugir, dá dinheiro pra ele fugir, dá instruções pra ele fugir e ainda dá um abracinho no guri, que já tinha mostrado sérios sinais perturbadores e tinha acabado de matar o próprio pai. É sério isso?
Harrisson: tinha o bilhetinho que Dexter tinha mandado pra Hannah anos atrás. Ou seja: sabia que o pai tinha arrependimentos, sabia que o pai tentou se afastar justamente pra não causar mais mal pro filho. Mas mesmo assim foi atrás do pai, todo carente, conseguiu se conectar com ele, dizia que queria ser normal e.... acaba mudando de ideia do nada e matando o pai, saindo numa boa como se nada tivesse acontecido.
Poucas vezes eu vi uma série construir uma base legal e jogar tudo no esgoto em apenas um episódio. Nem o final de Game of Thrones foi tão decepcionante.
Pra mim o final perfeito seria
o Dexter ir a julgamento e ser inocentado por falta de provas, provando a necessidade do próprio Dexter na série de ir atrás desses criminosos que o sistema judicial deixa passar. Foi isso que ele fez a vida inteira. Ele mesmo matar um inocente e sair impune seria o arco perfeito. Aí sim, depois disso, se o Harrisson ficasse puto e quisesse ir atrás dele pra fazer justiça, faria sentido. Creio que assim o final ficaria correto e sem pontas soltas.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraA perfeita representação de uma sociedade que nunca teve tanta informação disponível, mas que nunca foi tão ignorante.
É uma alegoria irretocável da desinformação na nossa sociedade atual. Como nenhum assunto sério é levado com seriedade e como não chegamos a consensos sobre coisas óbvias. É sobre o coronavírus surgir e líderes mundiais ignorarem o problema, diminuírem, por pura politicagem e/ou ideologia. É sobre a ideologização de coisas que não deveriam ter lado. Um cometa vindo pra Terra é ruim e pronto, não deveríamos ter uma parte da sociedade torcendo pro cometa. É sobre o aquecimento global botar o maior desafio da história da humanidade na nossa frente e ninguém fazer nada, líderes mundiais criarem metas pífias pra lidar com a situação, as pessoas ignorarem e ficarem consumindo mais notícias de fofoca do que do possível "fim do mundo".
Supostos "especialistas" chegam a minimizar a questão do cometa, como a chefe da NASA, que fala que o lance do cometa é muito drama. Quando há informações defendendo os dois lados, em quem acreditar? Em certo momento o Dr. Mindy vai ao programa de TV lá e a repórter pergunta algo tipo "tem boatos de que não existe cometa, ou que existe, mas que pode ser bom, pode ser ruim... estamos tão confusos".
E tem também a representação da alienação quando um ator famoso de Hollywood usa um broche com uma seta pra cima e outra pra baixo, supostamente representando a "neutralidade" sobre a polêmica do cometa, dizendo que as pessoas precisam parar de brigar, precisam entrar em harmonia, e a repórter concorda dizendo "acho que estamos todos cansados de política".
Uma das partes mais engraçadas é quando a "solução" que as pessoas encontram é começar a cavar, pra se esconder no subterrâneo, e assim todo mundo começa a comprar pás e o preço sobe até 500 dólares. Algo semelhante ao que aconteceu com todo mundo estocando papel higiênico e comida no início da pandemia e até com os preços de álcool em gel que dispararam.
Curiosamente o programa The Daily Rip tenta trazer um alívio cômico pras notícias ruins, o que é criticado pelo personagem principal do di Caprio, mas é exatamente o mesmo que esse filme tá tentando fazer: passar uma mensagem bem séria através da comédia.
Não Olhe Para Cima é puro suco da nossa realidade atual.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraDesnecessário.
Eu queria muito gostar de Matrix 4. Sou fã da trilogia. Reassisti os 3 primeiros e o Animatrix pra me preparar. Mas o 4 parece um tributo raso e vazio ao universo de Matrix.
Sim, os personagens de Matrix são esses. A ambientação e a estética são essas. Os elementos de Matrix estão ali. Mas Matrix Resurrections parece que não tem a inteligência, os conflitos filosóficos e nem de longe a originalidade dos primeiros filmes.
O primeiro filme foi uma obra de arte original e marcante. O segundo aprofundou. O terceiro fechou. O quarto veio pra que exatamente? O enredo inteiro parece genérico e sem profundidade. Pareceu uma tentativa desesperada de ressucitar Neo e Trinity, talvez pra "consertar" o final do Revolutions, que muitos não gostaram, ou talvez só pra fazer mais um filme da série e lucrar com isso — coisa que o próprio filme faz piada sobre.
Aliás, a primeira hora do filme é quase toda uma paródia de si mesmo. De falar sobre a falta de originalidade da indústria, das críticas aos reboots, do "trazer de volta uma série depois de encerrada a trilogia" até "a Warner disse que vai fazer, com ou sem a gente", ficou o sentimento de que fazer piada sobre algo sério não torna aquilo menos sério. O reconhecimento de que o 4º filme é possivelmente algo forçado, pra lucrar, não torna o filme melhor.
De certa maneira esse deboche se apresentou durante todo o filme. Primeiro com as tentativas de ser engraçado com piadinhas que pareceram não encaixar, apenas uma tentativa de adaptar a obra ao modelo de filmes contemporâneos que deram certo, como aqueles de heróis lotados de momentos pra rir. Depois o desrespeito aos personagens: Trinity espancando o Analista no final, repetidamente, algo totalmente fora de personagem, enquanto o Neo assiste aparentemente aprovando? Era pra ser um momento cômico? E a volta do Morpheus desfigurado, sem qualquer parte do filme se importar em desenvolver esse "novo" personagem? Passaram 3 filmes desenvolvendo a história do Neo como escolhido, pra no 4 trazerem ele de volta depois do seu sacrifício e ainda fazerem uma recém-acordada Trinity sair voando como se ela fosse também escolhida? Parece que a conclusão inteira da trilogia foi jogada pela janela, o que me pareceu um desrespeito com a própria história de Matrix e com os fãs dos primeiros 3 filmes, que aprenderam a dar valor àquela história, à sua profundidade e seus dilemas. É quase inaceitável.
O corpo de Matrix está lá, mas sem a alma. Teria sido melhor permanecer uma trilogia mesmo.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraO fantástico arco narrativo de quase 3 horas do K vira de fato 180º quando ele depois de descobrir que
não era o que sonhava ser, um humano nascido, ainda lida com a perda da Joi encontrando uma propaganda interativa dela gigante na rua. Joi se aproxima e diz, de forma fria e comercial, que ele seria um bom Joe. É latente o contraste com cenas anteriores, em que ele desenvolvia seu afeto pela Joi dele, com ela chorando, parecendo humana, dizendo que ele era amado, um humano, e chamando-o de Joe. E ali na rua, com a cara toda arrebentada e vendo o gigante holograma rosa da Joi, seu castelo de cartas cai. E curiosamente a reação dele é fazer o que os humanos menos esperam de um replicante: agir como um humano.
Nesse ponto o filme me lembrou muito uma passagem de "A Vida de David Gale", outro filme fantástico: "O que significa ser realmente humano é viver por idéias e ideais." K então entrega sua
vida pra lutar contra aquilo que até ontem ele defendia e se sacrifica pra unir um pai com uma filha.
A cena final do K na escada nevada é triste, desoladora e ao mesmo tempo linda de se ver.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraBlade Runner não é sobre tecnologia ou futuro. É sobre humanidade. O que é ser humano e o que nos separa?
Creio que a chave pra entender o filme é o Deckard, personagem principal, porque assistindo o filme você passa pela mesma jornada que ele. Começa
com certo receio dos replicantes, que fugiram, mataram, se rebelaram e soam como ameaça. Mas aos poucos você e o Deckard começam a enxergar a humanidade deles, ver seus sentimentos e perceber que nada mais querem do que viver. A separação entre humanos e replicantes então cai por terra à medida que passamos a ver ambos como iguais.
Inclusive acho que esse é o único motivo pelo qual o Roy não
matou o Deckard na cena final. Ele sabia que seu tempo estava acabando e se viu desesperado pra viver mais, mas nos seus últimos momentos, quando vê Deckard lutando com todas as suas forças pra não cair pra morte, se vê nele. Aqui toda a reflexão do filme, que vai sendo construída de modo a você e o Deckard enxergarem os replicantes como iguais, se inverte. Agora é o replicante que antes movido pelo ódio vê naquele humano alguém tão desesperado pela vida como ele. E por isso Roy salva Deckard, nos contemplando com um dos discursos mais interessantes que vi num filme, com tudo se perdendo na chuva.
Isso tudo nos faz refletir muito sobre os múltiplos preconceitos ainda presentes na nossa sociedade atual, na exploração sem escrúpulos de povos, classes e outros subgrupos, e também me fez pensar muito em como tratamos os animais: como coisas, escravos a serem confinados, escravizados, assassinados e consumidos, quando na verdade sentem dor e medo, carinho e afeto, e merecem viver livres.
Entrou direto pra minha lista de filmes favoritos.
This Is Us (1ª Temporada)
4.7 779 Assista AgoraAcho que nunca chorei tanto na minha vida quanto depois de ver o episódio
final do William.
Essa série não poderia ter um nome melhor. This Is Us é a gente, é a exploração simples, mas profunda, da mais pura essência do ser humano. Ela arranca de dentro os nossos sentimentos e bota tudo pra fora, expõe claramente à luz do dia. Eu não achava que uma série poderia mexer tanto com as nossas emoções, mas This Is Us é, ela própria, a representação das nossas emoções. Uma obra prima.
Ozark (3ª Temporada)
4.4 316Uma daquelas séries que melhora com o tempo.
Eu tinha receio que eles iam entrar naquela de simplesmente achar um vilão qualquer a cada temporada, fazendo com que a série nunca tivesse um fim. Mas eles conseguiram aprofundar muito mais a trama, explorar mais a fundo os personagens, e já tô achando que foi a melhor temporada até aqui.
Better Call Saul (5ª Temporada)
4.6 327Aquele final do episódio 9
quando a Kim tá discutindo com o Lalo
Não achava que era possível, mas Better Call Saul é tão bom quanto, ou melhor, que Breaking Bad.
Contágio
3.2 1,8K Assista AgoraCorrida aos mercados, dificuldade em criar vacina, isolamento social, médicos morrendo da doença, teorias da conspiração.
Em "Contágio" o vírus é bem mais letal. Mas fora isso, o filme já previa com precisão algumas das coisas pelas quais estamos passando.
Taylor Swift: Miss Americana
4.0 215 Assista AgoraGrande artista, ganhou meu máximo respeito com esse documentário.
Casal Improvável
3.4 290 Assista AgoraNão se engane. Sob o verniz da comédia romântica temos um filme bastante politizado. Ainda que não entre a fundo em nenhuma questão, aborda pontualmente racismo, misoginia, preconceito, polarização política, hipocrisia na sociedade. Fala sobre fazer concessões no amor, sobre aceitação do diferente, sobre empoderamento. Cria interessantes dilemas do tipo "manter minha essência ou me vender". Isso além de ser engraçadinho. Achei uma belíssima surpresa.
Glitch (3ª Temporada)
3.0 51 Assista AgoraPoucas vezes vi uma série se perder tanto. A primeira e a segunda temporadas foram interessantes, intrigantes. Já essa terceira virou uma bagunça sem sentido.
Flaked (1ª Temporada)
3.5 51 Assista AgoraComeçou fraquíssima, mas aprendi a gostar depois que entendi seu objetivo. Não é pra ser um roteiro incrível com uma trama involvente, mas simplesmente pessoas comuns vivendo problemas comuns, aprendendo a lidar com as coisas, falhando miseravelmente e se reerguendo. É um retrato de vida real.
The OA (Parte 2)
4.3 407Sou o Steve correndo pra sempre atrás daquela ambulância 💔
The Rain (2ª Temporada)
3.2 134̶T̶h̶e̶ ̶R̶a̶i̶n̶
The Smoke
A Terra é Plana
3.5 196Excelente como ao invés de mostrar as provas de que a Terra não é plana, o documentário focou nos lados psicológico e social dos envolvidos. Pra mim dá pra resumir o documentário naquela parte que
a Patrícia fala sobre as teorias da conspiração sobre ela. Fala como não importa quantos fatos e provas ela apresente, os conspiracionistas dizem que tudo é falso, tudo é manipulado. Dá pra perceber o cérebro dela dando um nó quando ela percebe que tudo isso, que ela vinha falando sobre as conspirações contra ela, é exatamente o que ela faz pra desacreditar qualquer fato, informação e prova contra a Terra plana.