Últimas opiniões enviadas
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Em uma nova revisão, com debate, alguns problemas, maiores que as próprias contradições estruturais, se manifestam: o desfecho imposto por David Cardoso, por exemplo, que contradiz a lógica anterior do enfrentamento entre os personagens. No geral, entretanto, a autoralidade candeiasiana e a base teatral validam a narrativa muito forte sobre um período atroz de nossa história. O personagem masculino é bem construído em sua ojeriza e Vera Gimenez consegue se impor como freira descobrindo que amar a Deus requer prática. O uso da trilha musical, a montagem elíptica e a fotografia do próprio Candeias são agrados à parte, bem como a averiguação das obsessões bestiais do realizador, que sempre expõe como as agruras do ambiente tendem a desumanizar os indivíduos. Incômodo e problemático, mas indubitavelmente ótimo! (WPC>)
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Vários amigos acham este o melhor da trilogia. Eu, entretanto, sempre tive uma barreira íntima em relação a ele. Na revisão, acho que entendi o porquê, em lógica de psicologia reversa, visto que vermelho é a minha cor favorita, sou extremamente cinófilo e também passo por questões envolvendo a renúncia de compromissos pessoais em razão de problemas familiares. Zbigniew Preisner comparece com um lindo bolero (executado numa passarela de moda, quem diria?) e Iréne Jacob encanta-nos a cada instante, a cada sorriso, a cada emulação profissional de tristeza... A direção e a montagem são sobremaneira joviais e a personificação de Jean-Louis Trintignant faz jus à sua fama enquanto ícone francês. O vermelho fascina, seduz... As indicações ao Oscar que o filme recebeu são merecedíssimas! Imagino o impacto desta obra para o jovem Paul Thomas Anderson, por exemplo. Lindo: na revisão, emocionei-me bastante! (WPC>)
Últimos recados
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Pedro Brasa
Olá, Wesley.
Acho que já falei isso pra você, mas praticamente um terço das informações que busco na hora de decidir que filme ver são suas resenhas e comentários aqui no Filmow. Por isso, agora decidi curtir todos os comentários que eu já vi e que eu vir daqui pra frente.
Abraços calorosos.
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Bruno Silvestre Silva de Souza
Caro amigo Wesley PC, mais uma vez você nos brindou com uma crítica de uma análise fílmica, que nos sempre deixa entusiasmados a ir às telonas. Quem poderia imaginar que um filme brasileiro no gênero thriller psicológico estralado pro Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini poderia ser uma grata surpresa? No mesmo dia assisti A Primeira Profecia (2024) que explica a origem de Damien do clássico A Primeira Profecia (1976), por esse mês de abril de 2024 já esgotei minha dose de suspense/terror mensal de forma brilhante.
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Bruno Silvestre Silva de Souza
Caro amigo Wesley PC, há dois anos você falou da sua predileção pelo filme A Profecia (1976) de Richard Donner, coincidentemente está nos cinemas A Primeira Profecia (2024) com Sônia Braga, que é uma espécie de prequel do clássico setentista. Cace-o urgentemente.
Este filme marcou a minha pré-adolescência: foi a primeira vez na vida em que ouvi a palavra "orgasmo" e que apresentou-me a uma artista que, naquela época, já era completa, já podai ser considerada imortal. após o show arrebatador do último sábado, no Brasil, resolvi voltar a este documentário seminal, e percebi muitas similaridades cênicas. Os depoimentos são ótimos, bem como a demonstração das vocações maternais da cantora, que tratava a seus dançarinos como filhos. Ela não hesita em se exibir como caprichosa, mimada e um tanto infantil nalguns momentos, mas tudo isso é justificado pelas diversas falas sobre a necessidade de ser amada. As situações envolvendo os seus familiares, no show em Detroit, também explicam muito sobre ele. Idem quanto aos encontros com Kevin Costner, Pedro Almodóvar, Antonio Banderas e o relacionamento com Warren Beatty. A despeito da longa duração, é um filme muito gostoso de ser visto, principalmente quando se é fã da estrela titular. Muito bom perceber quão fiel a si mesma ela permaneceu, trinta e três anos depois que ela própria tinha ainda 33 anos. Adorei! (WPC>)