as cores dos vestidos, o mar, a chama, a maneira de olhar, tudo nesse filme carrega um simbolismo que cria uma relação de circularidade muito bonita e forte na história.
me cativou especialmente a forma como as personagens conversam e o corpo delas conversa junto, em desejo e gesto.
por maior que seja a invisibilidade, o doc me fez lembrar de um jeito sensível que estamos em todos os lugares, há muito tempo. como homem trans, vivenciando boa parte do que foi dito por aquelas pessoas, preciso me lembrar disso todos os dias. assistir disclosure foi como me encontrar, só que em outros corpos. acho que o cinema faz isso com a gente. cria bons encontros. e bons encontros são extremamente poderosos
sou homem trans. o silêncio ressentido com que marina atravessou tudo aquilo também é meu. seja por medo ou por dor demais, há momentos em que a gente se cala e fica ali só sentindo e tentando entender tanta coisa sem explicação, em meio a tanto a dizer.
mas quando a palavra não diz, o corpo espalha a mensagem. nossa existência se encarrega disso. e é lindo pensar que não tem como minha existência e a de tantas outras pessoas trans não ser política.
o tempo que o Chuck tanto se esforçava pra controlar explodiu na frente dele nas mais variadas formas. desde o silêncio absoluto de uma paisagem deserta e isolada até instantes de pura contemplação nos quais ele foi forçado, ainda que tragicamente, a parar. enquanto assistia, parei junto com ele, e acho que taí uma das potências mais admiráveis da narrativa cinematográfica: produzir outras camadas de tempo, fora dos relógios, dos cronômetros, da indústria
o preto e branco nesse filme parece deixar entrever um potencial dialógico interessante com a resignação da cleo e com a aparente linearidade da rotina estabelecida na casa da família para a qual trabalha. a falta de cor, além de uma opção estética, pode ter algo a dizer sobre quem era aquela mulher contida, de olhar contemplativo, tomada pelo desamparo de um cotidiano niilista
de quantas viagens no tempo vamos precisar pra podermos fazer diferente? e se ao olharmos pra trás, ao final de todas essas viagens, fôssemos os personagens das mesmas histórias?
notável a sensibilidade e a articulação narrativa com que esse filme toca em questões sociais fundamentais e ainda lança luzes sobre as relações e as formas convencionalmente utilitaristas com que as pensamos
as longas tomadas de cena e a tranquilidade que o diretor teve em conduzir um enredo que não faz questão de se explicar tornam esse filme algo mais que uma experiência densa e imersiva: a ghost story é um belíssimo ponto fora da curva em meio aos contorcionismos do eixo do cinema mercadológico. pra além da identificação pessoal com a história, me comoveu a forma como uma boa ideia, a despeito do orçamento envolvido na sua concepção, faz sentir seu impacto.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista Agoraas cores dos vestidos, o mar, a chama, a maneira de olhar, tudo nesse filme carrega um simbolismo que cria uma relação de circularidade muito bonita e forte na história.
me cativou especialmente a forma como as personagens conversam e o corpo delas conversa junto, em desejo e gesto.
Revelação
4.6 56por maior que seja a invisibilidade, o doc me fez lembrar de um jeito sensível que estamos em todos os lugares, há muito tempo. como homem trans, vivenciando boa parte do que foi dito por aquelas pessoas, preciso me lembrar disso todos os dias. assistir disclosure foi como me encontrar, só que em outros corpos. acho que o cinema faz isso com a gente. cria bons encontros. e bons encontros são extremamente poderosos
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista Agoranão tô bem
Uma Mulher Fantástica
4.1 421 Assista Agorasou homem trans. o silêncio ressentido com que marina atravessou tudo aquilo também é meu. seja por medo ou por dor demais, há momentos em que a gente se cala e fica ali só sentindo e tentando entender tanta coisa sem explicação, em meio a tanto a dizer.
mas quando a palavra não diz, o corpo espalha a mensagem. nossa existência se encarrega disso. e é lindo pensar que não tem como minha existência e a de tantas outras pessoas trans não ser política.
sem espelhos, com espelhos, resistindo.
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista Agoraperdemos a mão e não matamos a mosca
Náufrago
3.9 1,9K Assista Agorao tempo que o Chuck tanto se esforçava pra controlar explodiu na frente dele nas mais variadas formas. desde o silêncio absoluto de uma paisagem deserta e isolada até instantes de pura contemplação nos quais ele foi forçado, ainda que tragicamente, a parar. enquanto assistia, parei junto com ele, e acho que taí uma das potências mais admiráveis da narrativa cinematográfica: produzir outras camadas de tempo, fora dos relógios, dos cronômetros, da indústria
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista Agora- "há outras formas de tornar alguém menor"
- "fazê-lo crer que é menor"
Bacurau
4.3 2,7K Assista Agoravisceral. grito em forma de filme
Roma
4.1 1,4K Assista Agorao preto e branco nesse filme parece deixar entrever um potencial dialógico interessante com a resignação da cleo e com a aparente linearidade da rotina estabelecida na casa da família para a qual trabalha. a falta de cor, além de uma opção estética, pode ter algo a dizer sobre quem era aquela mulher contida, de olhar contemplativo, tomada pelo desamparo de um cotidiano niilista
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista Agorade quantas viagens no tempo vamos precisar pra podermos fazer diferente? e se ao olharmos pra trás, ao final de todas essas viagens, fôssemos os personagens das mesmas histórias?
Quando Só o Coração Vê
4.2 48 Assista Agoranotável a sensibilidade e a articulação narrativa com que esse filme toca em questões sociais fundamentais e ainda lança luzes sobre as relações e as formas convencionalmente utilitaristas com que as pensamos
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista Agoraas longas tomadas de cena e a tranquilidade que o diretor teve em conduzir um enredo que não faz questão de se explicar tornam esse filme algo mais que uma experiência densa e imersiva: a ghost story é um belíssimo ponto fora da curva em meio aos contorcionismos do eixo do cinema mercadológico. pra além da identificação pessoal com a história, me comoveu a forma como uma boa ideia, a despeito do orçamento envolvido na sua concepção, faz sentir seu impacto.