Rafaela Modesto

Esse final foi arrebatador. Pegou no fundo da minha alma.

A cena do mar foi uma das mais bonitas que já vi.

A segunda vez que assisti, já entendendo melhor a história, foi incrível. Na terceira vez, consegui captar ainda mais detalhes. Gosto muito de surrealismo e esse filme é muito profundo, assim como a mente humana. Pareceu um sonho, mas eram só fantasias e pensamentos de um senhor solitário e triste que estava imaginando como teria sido o relacionamento com uma garota pela qual ele se interessou quando era jovem, mas que não teve coragem de chamá-la pra sair... então a criou em sua mente, como um misto de seus próprios gostos pessoais. Ou seja, ela era uma projeção de sua própria mente.

Jake conviveu com a imagem dos pais mais novos, mais idosos e quando já tinham partido da fazenda. Ele nunca saiu de lá. Por isso, nessa ilusão criada pela mente dele, a imagem dos pais, a cada momento, está diferente. Porque as memórias da mente humana são assim e se perdem, se embaralham. Quando eles chegam na casa e ele chama os pais, eles demoram para aparecer. Porque o Jake (zelador), já idoso, mal se lembra de como era chegar em casa e os pais estarem lá. A única memória que ele ainda conseguia se recordar do cachorro, com dificuldade, era dele se sacudindo, porque era uma memória de quando ele era muito pequeno. Esse filme fala muito sobre a psique humana, sobre o tempo, memórias, melancolia, sobre a realidade e a ilusão. Sobre o que poderia ter sido e não foi. Por fim, ele se junta com o porquinho e então fica claro o porquê da história sobre o porco sendo comido por larvas no começo do filme. No Outdoor, aparece o porco dizendo: "Venha comigo." São os pensamentos suicidas de Jake, assim como a ligação no telefone da namorada. Pensamentos invadindo aquela fantasia criada por ele, entre memórias, imaginação e realidade.

Esse filme realmente mexeu comigo.