Depois de meses aguardando o novo filme do mestre do suspense, finalmente fui conferir…
E que decepção!
Segue a lista de problemas:
- O filme já começa de forma tosca, o que foi toda a cena do sequestro? Senti vergonha alheia tanto da forma que foi filmada, mas principalmente da reação dos personagens. - A coisa não melhora quando chegam no cativeiro, o mínimo que se espera de um filme claustrofóbico é tensão, como Rua Cloverfield fez de forma tão eficiente ano passado, mas tensão é algo que não se encontra em Split, o que mais pesa contra o filme é ele ter tanta cena externa, como é possível criar um ambiente de tensão quando não se foca em apenas um lugar? - Aliás, todas as cenas externas envolvendo a psicóloga são extremamente desnecessárias, tirando umas duas conversas que ela tem com o Kevin, todo o arco dela poderia ser facilmente cortado sem prejudicar a narrativa. - Com exceção de Cassey, as outras duas personagens não recebem qualquer desenvolvimento, estão ali apenas para morrerem, pior, o roteiro ainda as tira de cena falhando em fazer o público dá a mínima para o destino daquelas pessoas.
Positivos:
- Atuação dos dois protagonistas, James entrega a melhor atuação da carreira e uma das melhores da década, a esnobada que ele irá levar da Academia só prova como a premiação é falha, já que excluiu um filme por puro preconceito de gênero, minha esposa Anya Taylor também deu uma atuação visceral, transformando Cassey em uma figura tridimensional, fugindo dos estereótipos que se espera de uma protagonista de filme de terror. - O fim, logo quando pensava que o filme tinha sido uma grande decepção, eis que M. Night bota uma surpresa de fazer qualquer nerd querer gritar no cinema de tanta emoção, a revelação no final do filme que tudo se passa no Universo de Corpo Fechado é genial e fecha com inteligência todas as pontas soltas durante o filme e, ainda por cima, deixa uma ponta para o que provavelmente será o maior filme de 'terror' da história.
Acompanho a franquia X-Men desde que eu era criança e, eu acreditava que eu já conhecia mais do que suficiente sobre personagens que habitavam esse mundo, Logan veio para mudar essa percepção completamente. Os personagens nunca estiveram tão cru, emocionais e vulnereis como neste filme, Logan vai além do gênero SH, é principalmente um estudo de personagem, divergindo ainda mais da fórmula do gênero do que Deadpool fez no ano passado. Compreendendo a força emocional que assola o filme, Mangold dá o filme nas mãos de seus atores, e eles não decepcionam. Enquanto Stewart oferece um desempenho visceral, digno de Awards, Jackman pode finalmente transformar Wolverine em um personagem tridimensional, um homem imperfeito que está cansado das atrocidades do mundo, um homem que busca apenas a paz, numa brilhante desempenho de Jackman que já está no hall de personagens insubstituíveis das adaptações de super-heróis, e fechando o trio, temos a pequena Keen, a maior revelação do filme, é notável ver como a jovem atriz pode transmitir diferentes emoções sem dizer uma única palavra, em um trabalho que se concentrou mais na ação do que no diálogo, e essa é a principal razão que faz de sua cena final um dos momentos mais bonitos já vistos em um filme de super-heróis. Mas talvez nada me surpreendeu mais do que o quão inesperado o filme foi. Quando assistimos á uma adaptação de filme de super-herói nos dias atuais, já sabemos o que esperar do início ao fim, Logan não é nada assim, ele consegue surpreender o público durante todo o tempo, ele não tem medo de tomar decisões impopulares, não perde tempo construindo coisas para uma sequel, o único foco é a própria narrativa, e esse é o aspecto mais forte do filme.
Cruel e bonito, Logan fecha uma Era longa de uma forma poderosa que seus personagens merecem.
São filmes como La La Land que trazem a verdadeira alma do cinema. São filmes assim que fazem tolos sonharem.
A premissa não poderia ser mais básica: Rapaz conhece garota, se apaixona, e enfrentam diversos problemas para ficarem juntos. Se a princípio isso não chama a atenção, quando adentrarmos aquele mundo, tudo se torna mágico. Ancorado pelo melhor casal protagonista de 2016 e um dos melhores casais que o cinema já apresentou, La La Land encontra na sua simplicidade a sua maior arma, provando-se um filme extremamente carismático, energético do começo ao fim, inteligente, dramático e, sem dúvida alguma, complexo, por baixo de toda a ingenuidade que o filme aparenta ter, há fortes temas sendo explorados pelo brilhante roteiro.
La La Land nada mais é que uma grande homenagem ao cinema, uma mistura de tudo que já deu certo nas telonas, trazido ao público de uma forma rejuvenescida por um brilhante diretor -aliás, cabe aqui ressaltar que o personagem de Sebastian se assemelha bastante ao que o diretor faz aqui, trazendo um gênero outrora esquecido, de volta ao topo, atualizando-o sem perder a essência-.
Contando com números musicais magistralmente interpretados, o filme não comete nem o mais comum deslize presente nos filmes do gênero, os números nunca chegam a serem repetitivos ou maçantes, todos trabalham para o roteiro funcionar, nunca parecendo que foram "forçados" pelo mesmo apenas pra aumentar o número de músicas.
La La Land é uma obra de arte que apenas o cinema é capaz de produzir, ao final do sessão, o público sairá com uma lágrima no rosto e uma música no coração.
"Quando alguém está se afogando, ela sempre tentará levar outra pessoa"
Não há frase que melhor defina Passageiros do que essa.
É bastante complicado falar desse filme, pra ele funcionar, é de extrema importância que o cinéfilo se coloque no lugar do nosso protagonista, talvez assim as ações tomadas pelo roteiro se 'justifiquem' de alguma forma. O grande problema em Passageiros -além do twist- talvez seja a sua falta de ambição, Humanos perdidos no espaço não é um tema novo, aparecendo em diversas obras ao longo da história, apenas nessa década tivemos dois blockbusters abordando de forma complexa esse tema (Gravidade & O Marciano), e é nesse quesito onde Passageiros mais falha, sua abordagem é rasa e superficial, preferindo focar no romance entre nossos protagonistas do que em uma abordagem mais complexa sobre o desespero da situação.
Se o filme funciona é, sem dúvida alguma, graças ao carisma de nossos personagens principais, principalmente Jennifer Lawrence que traz uma atuação magistral no momento que sua Aurora descobre o principal segredo do filme.
Com um visual belíssimo, um design de produção esplêndido e uma trilha que se destaca nos momentos tensos, Passageiros é, literalmente, um deleite para os olhos.
No final do dia, Passageiros é um filme moralmente corrupto e visualmente belo.
Chega a ser difícil falar sobre esse filme, porque, bem, na verdade, isso nem sequer chega a ser um filme.
Ao longo de suas (longas) duas horas de duração, somos apresentados a um fiapo de roteiro que tem como único intuito garantir o máximo proveito da bela estética de Refn que consegue fazer um filme tão belo e tão raso quanto os personagens que nele habitam. Não há o menor desenvolvimento de qualquer personagem, chega a ser cômico a forma como a personagem de Fanning troca de personalidade de uma cena para outra, sem que qualquer desenvolvimento prévio indicasse isso, é como se o roteiro simplesmente decidisse que era hora dela se tornar uma "Bad Girl". O filme ainda tenta chocar com algumas cenas explicitas que provavelmente não causarão efeito algum em qualquer pessoa acima dos Oito anos.
Não há espaço para atuação aqui, todos os atores estão no filme com o único intuito de vender sua beleza para a câmera, na verdade, o fotografo presente no filme poderia servir como um sósia do próprio diretor, levando em conta a forma como ele dirige a obra, transformando algo que deveria ser uma crítica em um fetiche.
Abusando de slow motion até chegar ao ponto em que se torna enfadonho, The Neon Demon é perfeita definição daquelas pessoas que são lindas por fora, mas oca por dentro.
O filme começa de uma premissa simples: zumbis num trem, existe algo mais claustrofóbico que isso? Uma premissa dessas poderia ter rendido um verdadeiro teste para cardíaco em mãos competentes, infelizmente, o resultado é mais um filme de ação genérico que um exercício de tensão.
Temos um início sólido, com um tom de conspiração tão costumeiro nesse tipo de filme, além do desenvolvimento de nossos protagonistas, algo essencial para filmes do gênero terror funcionarem, afinal, temos que nos importar com o destino dos personagens, certo?
E, então, eis que começam os problemas e, como os Zumbis do filme, eles são uma enxurrada! Começando pela ação em si, apesar de bem realizado, ela lembra muito outro filme do gênero (e infinitamente superior), Guerra Mundial Z, falta ao longa uma marca própria. O diretor é bastante eficaz na hora de montar a tensão, mas na hora de finaliza-las, a coisa vai por água abaixo, com quase todas as cenas do filme terminando em um anti-clímax, algo inaceitável nesse tipo de filme. O filme falha miseravelmente em criar o terror necessário para a situação, pelo contrario, alguns personagens parecem estar entediados (?!) diante do ocorrido, eles nunca conseguem transmitir o pavor que aquela situação exige. Outro recurso bastante irritante usado diversas vezes pelo diretor é o slow motion, funcionando apenas uma vez, e deixando apenas uma sensação de "filme tosco" quando o diretor usa do recurso pela quarta vez. O alívio cômico, sempre presente, não funciona na maioria das vezes, é realmente difícil acreditar que alguém conseguiria fazer piada estando preso num banheiro com um exército de zumbis do lado de fora. Mas, o maior problema é, sem dúvida alguma, o roteiro, contendo furos imperdoáveis que chegam a ofender a inteligente do cinéfilo, o filme chega ao extremo de simplesmente "criar" situações sem qualquer base, visando apenas salvar certos personagens.
Entretanto, o filme não é um desastre total, as pessoas vistas na tela são carismáticas o suficiente para fazer com quem nos importássemos com o destino delas, a relação pai-filha é bem construída -apesar de alguns diálogos pavorosos-, e, as cenas de ação, apesar de genéricas, funcionam muito bem, aliás, talvez esse seja o ponto mais positivo do longa, não ficar devendo em nada aos grandes blockbusters americanos, mesmo com as suas claras limitações.
Belo, encantador, divertido, inteligente e com um ótimo senso de ironia, Love & Friendship, é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano, uma verdadeira aula de humor com inteligência, se há justiça no mundo, Beckinsale será lembrada no Oscar pelo o que vem a ser a melhor performance de sua carreira.
Ja acompanhei diversas jornadas no cinema durante minha vida, porém, poucas me encantaram tanto quanto essa. Ao término do filme, me recusava a deixar aquela família única para trás.
Captain Fantastic é uma fábula de uma família lutando para se manter única, em um mundo cheio de pessoas sem um diferencial, acompanhamos a jornada de pessoas que querem apenas se sentirem especiais, em um planeta tão cruelmente repetitivo, não por acaso todos os filhos possuem nomes "inventados pelos pais", são únicos, assim como a obra que os aborda. O filme traz o clássico embate de hipster x capitalismo, mas de um novo ângulo, não vilanizando um dos lados, algo tão comum nesse tipo de obra, tão pouco exalta o outro estilo de vida como o "único certo", a Obra traz a visão de ambos os mundos pelos olhos de personagens complexos, bem desenvolvidos e, com dilemas críveis que cada espectador pode se identificar.
Contando com uma atuação marcante de seu protagonista e de todo o núcleo infantil, Captain Fantastic faz jus ao seu título e mostra como é possível fazer um filme Fantástico do enredo mais simplista. Mais do que uma jornada, uma aula de auto-descoberta, Captain mostra que é possível se adequar a um mundo sem perder a essência do que nos faz únicos, afinal, não deveríamos todos sermos criaturas únicas?
A coisa que eu mais admiro nesta franquia é como eles conseguem evoluir em cada novo filme, apesar de suas claras limitações, não apenas no orçamento, mas também em seu enredo, apesar de ser um enredo intrigante, você só pode ir até certo ponto antes de parecer redundante. Por esse motivo é tão interessante ver que eles terminam a trilogia (?) de uma maneira tão grande!
Mesmo gostando dos dois primeiros exemplares, eu sempre senti falta de uma maior exploração de seus -provocantes- temas e, se o segundo filme já mostrou uma melhoria interessante neste aspecto, este leva a história para outro nível!
Se durante o segundo filme pudemos presenciar a Purge Night pelos olhos dos civils, agora podemos ver qual é o verdadeiro significado por trás dessa data e, isso é a melhor coisa neste filme, temas como: racismo, segregação social, religião, grandes empresas roubando pessoas pobres, estão finalmente na mira da franquia e, enquanto não podemos esperar um maior desenvolvimento neles (isso ainda é um terceiro filme em uma grande franquia blockbuster), é bom ver que DeMonaco mostrou alguma maturidade neste filme.
E falando sobre maturidade, o aspecto mais popular na franquia também mudou muito durante este tempo. Enquanto a violência no primeiro filme foi mostrada como um fetiche, neste não é nada mais do que a conseqüência do horror presenciado por seus personagens, DeMonaco não está mais feliz enquanto filma a violência, ele está deprimido, e isso é mais uma aspecto interessando, mostrando como ele cresceu com sua própria franquia!
A ação atinge seu pico de qualidade, facilmente a melhor da franquia e ainda mais impressionante quando consideramos seu limitado orçamento. Com um fim que fecha algumas portas e abre outros (mal posso esperar para ver esta prequel sobre o primeiro Purge), Ano da Eleição termina não apenas como o melhor exemplar na franquia, mas também como parte de uma franquia peculiar que só vem melhorando com o passar do tempo.
Não chega a ser ofensivamente ruim, consegue criar um clima sufocante, consegue manter as coisas tensas a maior parte do tempo e, principalmente, consegue desenvolver perfeitamente todos os seus personagens. É como sempre falo: Você sabe que um filme de terror funcionou quando você não quer ver seus personagens morrendo.
O problema são as atitudes que esses personagens tomam, são estúpidas demais até mesmo para um filme de terror, por conta desse tipo de situação, o filme se auto sabota e, em alguns momentos, vira uma comédia involuntária.
Mesmo assim merece ser conferido, a atmosfera é excelente, tem algumas cenas assustadoras e boas atuações.
Cinema, a sétima arte; Capaz de nos emocionar, ensinar, amar, chorar, o cinema é, e sempre foi, o berço das emoções da humanidade. Então, como lidar com uma obra que alcança todas os extremos que a sétima arte pode produzir?
O contato homem/desconhecido não é um assunto novo, já tendo sido explorado diversas outras vezes na grande tela, passando por filmes tocantes como E.T, até aberrações como Independence Day: Ressurgence, mas, afirmo categoricamente que o tema nunca foi abordado de uma forma tão delicada e esperançosa como nessa obra.
Dirigido pelo sempre competente Dennis Villenueve, Arrival revela-se não apenas o seu filme mais ambicioso, mas também uma daquelas obras que já nascem como clássico instantâneo, cuja mensagem de otimismo deve se fazer necessária por muitas décadas, sim, infelizmente acredito que a mensagem passada ao longo do filme ainda será necessária por muitos anos, a humanidade tem uma tendência a esquecer rápido dos horrores da guerra, e por isso filmes como Arrival se fazem sempre tão necessários porque "numa guerra nunca teremos vencedores, apenas viúvas".
Contando com uma trilha sonora espetacular (provavelmente já está garantido o Oscar nessa categoria), Arrival é um filme extremamente atmosférico, nós não somos apenas espectadores, nós adentramos aquele mundo, buscamos respostas, choramos com a dor dos personagens, aqui vale ressaltar a excelente atuação de Amy Adams que transforma Louise não em uma heroína típica, mas em um humano imperfeito, criando o tão necessário laço personagem-público que é necessário para uma obra como essa funcionar.
Arrival não é apenas um filme de ficção científica, não é apenas um drama, e nem um estudo de personagens, é uma obra filosófica cujo significado deve transcender o próprio tempo que o filme tanto admira, afinal, há algo mais belo e cruel que o tempo?
Geralmente ao assistir uma obra de terror, não estou apenas assistindo uma obra cinematográfica como faço com outros gêneros, eu estou adentrando este mundo, eu entro na mente doentia do diretor, e é por isso que eu amo tanto esse gênero, e é por isso que amo a mente doentia de Fede Alvarez.
Deixe-me comentar primeiro sobre suas qualidades técnicas, você pode odiar os filmes de Fede, mas você não pode negar o quão bem feito eles são, ele pode fazer um orçamento barato parecer tão impressionante como um grande blockbuster, não é surpresa que a Marvel o quis para comandar seu Universo. Eu pude notar que ele aprendeu algumas novas técnicas nesses três anos de abstinência, ele provavelmente assistiu alguns filmes do Mestre Wan, porque eu pude sentir sua influência durante este filme, por exemplo, quando ele mostra a casa pela primeira vez, isso foi claramente inspirado por Wan, mas Fede faz isso de uma forma única que deixa sua marca ao invés de apenas copiar o que já foi feito. A violência, mesmo que menor do que em seu filme anterior, é tão impressionante como antes, eu realmente o admiro por usar efeitos manuais em seus filmes, leva o realismo para outro nível. Toda a atmosfera é claustrofóbica como deve se esperar de um filme como este, você pode sentir a tensão dos atores ao fazer este filme e isso é incrível. Mas, pelo menos para mim, o aspecto mais impressionante foi a edição de som, se o filme funciona tão bem é por causa do brilhante som, eu não estou sendo exagerado quando eu digo que é digno de Oscar.
Todos os atores estão bons em seus personagens, mas Levy rouba o show mais uma vez. Ela pode ir de uma parte dramática para um olhar de psicopata em poucos segundos, ela prova mais uma vez que é um dos novos talentos do horror, Fede pode extrair o seu melhor, e eu realmente quero ver ambos trabalhando juntos novamente! O Blind Man já está no corredor da maioria dos "vilões" icônicos.
O enredo é simples e é por isso que é tão eficaz! Não se engane, um roteiro simples não significa que ele não pode ser inteligente ou complexo, e o roteiro deste filme é bastante complexo, ele faz algumas perguntas realmente interessantes, como: O que pode ser considerado Justiça para você? A única razão para o homem seguir a religião é para impedi-los de fazer coisas terríveis?
Complexo, profundo, tenso, fantástico. O Homem Nas Trevas é outro exemplo de porque todos nós amamos filmes de terror, um novo clássico para o gênero.
Acredito que presenciamos o enterro de um dos maiores nomes de Hollywood com esse filme, não apenas pelo fracasso comercial, mas principalmente por conta do fracasso autoral.
Roland Emmerich nunca foi um bom contador de estórias, ele sempre foi um diretor que impressionava pelo espetáculo visual, usando a narrativa apenas como segundo plano, o que acontece quando ele não consegue mais nem imprimir um visual impressionante em um filme? Um completo desastre. O filme original tinha diversos problemas: Um roteiro problemático e cheio de furos, muitos personagens-sendo a maioria desnecessária para a narrativa-, um humor que falhava em diversas vezes, além de diálogos risíveis e expositivos, entretanto, esse filme ainda funcionava porque trazia um espetáculo visual que de certa forma apagava todos esses erros, transformando a obra em algo extremamente divertido, essa sequel basicamente potencializa tudo que deu errado e, joga fora tudo que deu certo.
A premissa básica já era algo extremamente ridículo, Hollywood levando a falta de criatividade ao limite máximo, eles mesmo admitem isso numa fala: “Essa é definitivamente maior que a outra”, que sintetiza bem a ideia de que toda sequel desnecessária precisa ser pelo menos maior que a anterior, pena que nesse caso nem isso consegue salvar o filme. A obra falha no mínimo que esperamos de um filme desses: DIVERSÃO, as cenas de ação não impressionam em nenhum momento, se Roland falha até em criar algo visualmente espetacular, resta aos personagens à árdua tarefa de dar alma ao filme e, eles falham miseravelmente, todo o elenco novo é terrível, nenhum ator consegue ter sequer carisma, o que resta são os veteranos que aparecem unicamente com o proposito de nostalgia e, até certo ponto, funcionam, ver os aqueles rostos antigos e queridos de volta nas telas é a única coisa digna dessa sequel. Algo que me impressionou bastante (de forma negativa) foi o tom adotado pelo filme, saiu aquele tom solar e divertido do primeiro filme para entrar algo mais dark nessa sequel, esse é sem dúvidas um dos piores erros dessa obra, não existe nada pior que um blockbuster burro que tenta se levar a sério, se você fez um filme burro, não tente fazer o público engolir isso, tire sarro do filme, como Jurassic World fez de forma tão genial -a cena da Claire correndo do Rex de salto alto já é icônica e mostra perfeitamente o motivo do filme funcionar tão bem-, sabendo que se trata de uma obra extremamente boba, Jurassic World apela para o absurdo e diverte bastante, algo que essa sequel ignorou, levando a adotar um tom mais realista, sendo que isso só deixou o filme extremamente enfadonho.
Outro ponto que me incomodou bastante nesse filme foi a obsessão do diretor em destruir famílias como forma de abrir portas para uma sequel –que nunca vai acontecer- contando com o elenco novo, o filme mata nada menos que SEIS pais/tios para deixar os próximos filmes livres para o novo elenco, eu entendo que é necessário passar o bastão para a nova geração (por pior que ela seja), mas era realmente necessário matar quase todo o elenco veterano para isso? Isso é uma completa falta de respeito com os fãs do original. Não vou nem ressaltar o fato do filme ter diversos arcos e não trabalhar nenhum decentemente porque isso já vem desde o primeiro filme, nessa sequel ele apenas conseguiu construís arcos ainda mais desinteressantes, o que foi aquela cena das crianças em perigo no ônibus?! Sério que precisávamos ver isso mais uma vez em um filme desses?
Não tem muito que falar dessa nova geração, todos falham em dar o mínimo de carisma para seus personagens, aliás, é irônico notar como o roteiro é tão preguiçoso que aborda o mesmo tema para os CINCO integrantes do grupo
, o humor não funciona em nenhum momento, a ação é extremamente genérica. A única coisa positiva que posso ressaltar sobre o filme é terem dado mais espaço para os veteranos que para os novatos, sem duvida nenhuma é muito melhor acompanhar aquelas pessoas do filme original terem seus arcos expandidos que acompanhar os novos e desinteressantes arcos dessa nova geração.
Roland chegou á um momento critico de sua carreira, o público não se impressiona mais com filmes de desastres, sendo que essa sempre foi sua marca registrada, não vejo muita saída para ele nesse momento da carreira, ele já tentou fazer filmes mais sérios e acabou fracassando, se ele não consegue mais nem surpreender o público com cenas de destruição, o que será do futuro de sua carreira?
Ah, e gostaria de deixar registrado que a cena em que o Gale urina em território alienígena e logo depois dá um murro em um deles foi uma das cenas mais constrangedoras que já vi no cinema.
Interessantíssima a abordagem dos meios que a polícia usa para chegar aos bandidos -usar exatamente das mesmas armas deles, é realmente válido? Ate que ponto isso chega a corromper os oficiais? Quando uma pessoa extrapola os limites em "nome da lei"- além de ser um tema em bastante evidência atualmente no país.
O filme funciona principalmente por conta do elenco extremamente competente -Jennifer repete o personagem de "O Lado Bom da Vida"- mas tem carisma suficiente pra sustentar o lado cômico do filme.
Candidato mais forte na corrida ao Oscar, até então.
A franquia "Atividade Paranormal" pode ser considerada como uma das mais irregulares já feitas na história do cinema, alternando entre bons (exemplares 1 e 3) e maus momentos (o resto). Com a falta de um filme ano passado, somos brindados com dois exemplares nesse ano, um, marcado para outubro, e esse spin Off lançado recentemente.
O roteiro escolheu abordar nesse exemplar, algo que tinha sido usado apenas como pano de fundo nos dois últimos filmes, a seita das bruxas, uma saída inteligente, que poderia ter dado um novo gás se tivesse sido bem explorada, infelizmente, o filme acaba se sabotando, e entregando o exemplar mais fraco da franquia até então.
Contado com um grupo de personagens medíocres, o filme falha em criar a simples conexão público-filme, o que acaba tornando a fita extremamente enfadonha, já que não nos importamos com o destino daquelas pessoas. Aliás, chega a ser irônico, que o momento mais interessante do filme, vem de algo extremamente involuntário; em dado momento do longa, o protagonista descobre possuir certas "habilidades", e a sua principal reação é gravar um video, e postar no youtube, um reflexo da juventude atual, que está mais preocupada em repassar a informação, do quê com a importância que ela venha a ter.
É extremamente patético as saídas que o roteiro encontra para botar os personagens em contato com o mundo paranormal. -é difícil de acreditar que em pleno 2014, alguém vá fazer todo um esforço para ver um casal supostamente transando-.
Os atores falham ao criar personagens minimamente carismáticos, contando com atuações patéticas, e uma trilha sonora pouco inspirada, o filme consegue falhar até mesmo em criar uma atmosfera de suspense, soando mais como um filme de aventura, ou comédia involuntária.
Com um desfecho que tenta fazer conexão com o primeiro exemplar, mas só consegue ressaltar a regra ditada na franquia "Pânico": "nunca mexa com o original", o filme termina como começou, sem acrescentar nada para a franquia original, e chega ser triste ressaltar como a ganância dos produtores, conseguiu estragar uma franquia que tinha tudo para entrar pra história do gênero, transformado-a em uma auto paródia.
A sinopse é bastante interessante, e abre um leque de diferentes caminhos que o filme poderia seguir: Poderia render um interessante estudo sobre a mente humana; Poderia ser uma eficiente ficção sobre uma sociedade sem valores morais; Ou poderia ser apenas mais um suspense eficiente. Infelizmente, o longa não se encaixa em nenhuma das alternativas.
O diretor James DeMonaco claramente quis seguir pelo caminho mais fácil, o do suspense violento, e tinha todos os ingredientes pra fazer um filme realmente tenso. Uma casa gigante, e sem energia, uma familia amendrotada por intrusos máscarados, e é incrível notar como o diretor conseguiu desperdiçar tudo isso, e acabou transformando o filme em um suspense medíocre.
Um dos problemas cruciais do filme, são os personagens totalmente unidimensionais. Temos: O pai bem sucedido; A mãe que sempre o apóia; O filho estranho mas inteligente; A filha que tem um namorado não aceito pela família (Mais clichê impossível); E pra completar, um dos piores psicopatas já feitos no cinema, com um discurso que já seria datado na década passada, que dirá em 2022. E é justamente aqui que reside o problema do filme, afinal, como o público pode temer pela vida daquela família, se não consegue se identificar com nenhuma das figuras expostas na tela? O elenco não consegue se destacar em momento algum, com destaque negativo para Ethan Hawke -que geralmente é um bom ator- mas que aqui atua no piloto automático, claramente, só participando do filme pelo cachê.
O filme consegue falhar até no aspecto mais fácil: A violência, tendo poucas cenas realmente violentas, assim como o diretor falha ao criar um clima de suspense, já que a invasão á casa, é tão brusca, que não alcança a tensão desejada em momento algum.
Contando com um desfecho medíocre -dando brecha para futuras continuações-, é irônico notar que a parte mais eficiente do filme, reside, nos seus créditos finais, onde o roteiro mostra como seria a mídia se não tivesse que se adequar aos pudores exigidos pela sociedade, se ao menos o filme fosse livre desse mesmo pudor que tanto crítica...
Supostamente baseado em fatos reais, a estória é a mesma de sempre: "Família sendo assombrada em nova casa por entidades que não consegue compreender" porém, aqui, é mostrado o resultado quando o "mais do mesmo" cai em mãos competentes.
James Wan que já havia mostrado do que é capaz -no competente "Insidious"- comprova aqui, ser uma das melhores coisas que já ocorreram no gênero de terror nos últimos anos. O diretor compreende que para um filme de Horror funcionar, é necessário haver uma ligação com os personagens presentes nele, e é nesse aspecto que o diretor sai na frente de seus colegas contemporâneos. Obviamente que isso não seria possível, se o diretor não tivesse escalado um competente elenco. Com destaque para o trio: Vera Farmiga; Patrick Wilson e Lili Taylor que conseguem dar profundidade aos seus personagens, num gênero em que basicamente somos cercados de personagens unidimensionais. E graças á isso, o diretor consegue criar a ligação: Púlbico-Filme, nos fazendo realmente importar pelo destino daquelas pessoas.
Competente também nos aspectos técnicos, o filme impresiona pela ótima remontagem da década de 70, a arrepiante trilha sonora (marca registrada dos filmes de Wan). E a maravilhosa e sombria fotografia.
Ao final da sessão, fica a impressão de um sopro de novidade, em um gênero que vinha ficando cada vez mais desgastado. Um filme de terror que consegue deixar os mais novos com medo de abrir o armário,e fazer alguns adultos dormirem com a luz ligada.
Para o bem do terror, que James Wan repense sua declaração de abandonar o gênero, pois ele parece dominar a arte de que: "Menos é mais".
Nunca Diga Seu Nome
2.2 468 Assista AgoraO que diabos foi isso?
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraDepois de meses aguardando o novo filme do mestre do suspense, finalmente fui conferir…
E que decepção!
Segue a lista de problemas:
- O filme já começa de forma tosca, o que foi toda a cena do sequestro? Senti vergonha alheia tanto da forma que foi filmada, mas principalmente da reação dos personagens.
- A coisa não melhora quando chegam no cativeiro, o mínimo que se espera de um filme claustrofóbico é tensão, como Rua Cloverfield fez de forma tão eficiente ano passado, mas tensão é algo que não se encontra em Split, o que mais pesa contra o filme é ele ter tanta cena externa, como é possível criar um ambiente de tensão quando não se foca em apenas um lugar?
- Aliás, todas as cenas externas envolvendo a psicóloga são extremamente desnecessárias, tirando umas duas conversas que ela tem com o Kevin, todo o arco dela poderia ser facilmente cortado sem prejudicar a narrativa.
- Com exceção de Cassey, as outras duas personagens não recebem qualquer desenvolvimento, estão ali apenas para morrerem, pior, o roteiro ainda as tira de cena falhando em fazer o público dá a mínima para o destino daquelas pessoas.
Positivos:
- Atuação dos dois protagonistas, James entrega a melhor atuação da carreira e uma das melhores da década, a esnobada que ele irá levar da Academia só prova como a premiação é falha, já que excluiu um filme por puro preconceito de gênero, minha esposa Anya Taylor também deu uma atuação visceral, transformando Cassey em uma figura tridimensional, fugindo dos estereótipos que se espera de uma protagonista de filme de terror.
- O fim, logo quando pensava que o filme tinha sido uma grande decepção, eis que M. Night bota uma surpresa de fazer qualquer nerd querer gritar no cinema de tanta emoção, a revelação no final do filme que tudo se passa no Universo de Corpo Fechado é genial e fecha com inteligência todas as pontas soltas durante o filme e, ainda por cima, deixa uma ponta para o que provavelmente será o maior filme de 'terror' da história.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraAcompanho a franquia X-Men desde que eu era criança e, eu acreditava que eu já conhecia mais do que suficiente sobre personagens que habitavam esse mundo, Logan veio para mudar essa percepção completamente. Os personagens nunca estiveram tão cru, emocionais e vulnereis como neste filme, Logan vai além do gênero SH, é principalmente um estudo de personagem, divergindo ainda mais da fórmula do gênero do que Deadpool fez no ano passado. Compreendendo a força emocional que assola o filme, Mangold dá o filme nas mãos de seus atores, e eles não decepcionam. Enquanto Stewart oferece um desempenho visceral, digno de Awards, Jackman pode finalmente transformar Wolverine em um personagem tridimensional, um homem imperfeito que está cansado das atrocidades do mundo, um homem que busca apenas a paz, numa brilhante desempenho de Jackman que já está no hall de personagens insubstituíveis das adaptações de super-heróis, e fechando o trio, temos a pequena Keen, a maior revelação do filme, é notável ver como a jovem atriz pode transmitir diferentes emoções sem dizer uma única palavra, em um trabalho que se concentrou mais na ação do que no diálogo, e essa é a principal razão que faz de sua cena final um dos momentos mais bonitos já vistos em um filme de super-heróis. Mas talvez nada me surpreendeu mais do que o quão inesperado o filme foi. Quando assistimos á uma adaptação de filme de super-herói nos dias atuais, já sabemos o que esperar do início ao fim, Logan não é nada assim, ele consegue surpreender o público durante todo o tempo, ele não tem medo de tomar decisões impopulares, não perde tempo construindo coisas para uma sequel, o único foco é a própria narrativa, e esse é o aspecto mais forte do filme.
Cruel e bonito, Logan fecha uma Era longa de uma forma poderosa que seus personagens merecem.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraSão filmes como La La Land que trazem a verdadeira alma do cinema. São filmes assim que fazem tolos sonharem.
A premissa não poderia ser mais básica: Rapaz conhece garota, se apaixona, e enfrentam diversos problemas para ficarem juntos. Se a princípio isso não chama a atenção, quando adentrarmos aquele mundo, tudo se torna mágico. Ancorado pelo melhor casal protagonista de 2016 e um dos melhores casais que o cinema já apresentou, La La Land encontra na sua simplicidade a sua maior arma, provando-se um filme extremamente carismático, energético do começo ao fim, inteligente, dramático e, sem dúvida alguma, complexo, por baixo de toda a ingenuidade que o filme aparenta ter, há fortes temas sendo explorados pelo brilhante roteiro.
La La Land nada mais é que uma grande homenagem ao cinema, uma mistura de tudo que já deu certo nas telonas, trazido ao público de uma forma rejuvenescida por um brilhante diretor -aliás, cabe aqui ressaltar que o personagem de Sebastian se assemelha bastante ao que o diretor faz aqui, trazendo um gênero outrora esquecido, de volta ao topo, atualizando-o sem perder a essência-.
Contando com números musicais magistralmente interpretados, o filme não comete nem o mais comum deslize presente nos filmes do gênero, os números nunca chegam a serem repetitivos ou maçantes, todos trabalham para o roteiro funcionar, nunca parecendo que foram "forçados" pelo mesmo apenas pra aumentar o número de músicas.
La La Land é uma obra de arte que apenas o cinema é capaz de produzir, ao final do sessão, o público sairá com uma lágrima no rosto e uma música no coração.
Passageiros
3.3 1,5K Assista Agora"Quando alguém está se afogando, ela sempre tentará levar outra pessoa"
Não há frase que melhor defina Passageiros do que essa.
É bastante complicado falar desse filme, pra ele funcionar, é de extrema importância que o cinéfilo se coloque no lugar do nosso protagonista, talvez assim as ações tomadas pelo roteiro se 'justifiquem' de alguma forma. O grande problema em Passageiros -além do twist- talvez seja a sua falta de ambição, Humanos perdidos no espaço não é um tema novo, aparecendo em diversas obras ao longo da história, apenas nessa década tivemos dois blockbusters abordando de forma complexa esse tema (Gravidade & O Marciano), e é nesse quesito onde Passageiros mais falha, sua abordagem é rasa e superficial, preferindo focar no romance entre nossos protagonistas do que em uma abordagem mais complexa sobre o desespero da situação.
Se o filme funciona é, sem dúvida alguma, graças ao carisma de nossos personagens principais, principalmente Jennifer Lawrence que traz uma atuação magistral no momento que sua Aurora descobre o principal segredo do filme.
Com um visual belíssimo, um design de produção esplêndido e uma trilha que se destaca nos momentos tensos, Passageiros é, literalmente, um deleite para os olhos.
No final do dia, Passageiros é um filme moralmente corrupto e visualmente belo.
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
3.5 330 Assista AgoraUma verdadeira aula de como se fazer um "disaster movie". Filmaço!
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraChega a ser difícil falar sobre esse filme, porque, bem, na verdade, isso nem sequer chega a ser um filme.
Ao longo de suas (longas) duas horas de duração, somos apresentados a um fiapo de roteiro que tem como único intuito garantir o máximo proveito da bela estética de Refn que consegue fazer um filme tão belo e tão raso quanto os personagens que nele habitam. Não há o menor desenvolvimento de qualquer personagem, chega a ser cômico a forma como a personagem de Fanning troca de personalidade de uma cena para outra, sem que qualquer desenvolvimento prévio indicasse isso, é como se o roteiro simplesmente decidisse que era hora dela se tornar uma "Bad Girl". O filme ainda tenta chocar com algumas cenas explicitas que provavelmente não causarão efeito algum em qualquer pessoa acima dos Oito anos.
Não há espaço para atuação aqui, todos os atores estão no filme com o único intuito de vender sua beleza para a câmera, na verdade, o fotografo presente no filme poderia servir como um sósia do próprio diretor, levando em conta a forma como ele dirige a obra, transformando algo que deveria ser uma crítica em um fetiche.
Abusando de slow motion até chegar ao ponto em que se torna enfadonho, The Neon Demon é perfeita definição daquelas pessoas que são lindas por fora, mas oca por dentro.
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraO filme começa de uma premissa simples: zumbis num trem, existe algo mais claustrofóbico que isso? Uma premissa dessas poderia ter rendido um verdadeiro teste para cardíaco em mãos competentes, infelizmente, o resultado é mais um filme de ação genérico que um exercício de tensão.
Temos um início sólido, com um tom de conspiração tão costumeiro nesse tipo de filme, além do desenvolvimento de nossos protagonistas, algo essencial para filmes do gênero terror funcionarem, afinal, temos que nos importar com o destino dos personagens, certo?
E, então, eis que começam os problemas e, como os Zumbis do filme, eles são uma enxurrada! Começando pela ação em si, apesar de bem realizado, ela lembra muito outro filme do gênero (e infinitamente superior), Guerra Mundial Z, falta ao longa uma marca própria. O diretor é bastante eficaz na hora de montar a tensão, mas na hora de finaliza-las, a coisa vai por água abaixo, com quase todas as cenas do filme terminando em um anti-clímax, algo inaceitável nesse tipo de filme. O filme falha miseravelmente em criar o terror necessário para a situação, pelo contrario, alguns personagens parecem estar entediados (?!) diante do ocorrido, eles nunca conseguem transmitir o pavor que aquela situação exige. Outro recurso bastante irritante usado diversas vezes pelo diretor é o slow motion, funcionando apenas uma vez, e deixando apenas uma sensação de "filme tosco" quando o diretor usa do recurso pela quarta vez. O alívio cômico, sempre presente, não funciona na maioria das vezes, é realmente difícil acreditar que alguém conseguiria fazer piada estando preso num banheiro com um exército de zumbis do lado de fora. Mas, o maior problema é, sem dúvida alguma, o roteiro, contendo furos imperdoáveis que chegam a ofender a inteligente do cinéfilo, o filme chega ao extremo de simplesmente "criar" situações sem qualquer base, visando apenas salvar certos personagens.
Entretanto, o filme não é um desastre total, as pessoas vistas na tela são carismáticas o suficiente para fazer com quem nos importássemos com o destino delas, a relação pai-filha é bem construída -apesar de alguns diálogos pavorosos-, e, as cenas de ação, apesar de genéricas, funcionam muito bem, aliás, talvez esse seja o ponto mais positivo do longa, não ficar devendo em nada aos grandes blockbusters americanos, mesmo com as suas claras limitações.
Amor & Amizade
3.2 90 Assista AgoraBelo, encantador, divertido, inteligente e com um ótimo senso de ironia, Love & Friendship, é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano, uma verdadeira aula de humor com inteligência, se há justiça no mundo, Beckinsale será lembrada no Oscar pelo o que vem a ser a melhor performance de sua carreira.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraJa acompanhei diversas jornadas no cinema durante minha vida, porém, poucas me encantaram tanto quanto essa. Ao término do filme, me recusava a deixar aquela família única para trás.
Captain Fantastic é uma fábula de uma família lutando para se manter única, em um mundo cheio de pessoas sem um diferencial, acompanhamos a jornada de pessoas que querem apenas se sentirem especiais, em um planeta tão cruelmente repetitivo, não por acaso todos os filhos possuem nomes "inventados pelos pais", são únicos, assim como a obra que os aborda. O filme traz o clássico embate de hipster x capitalismo, mas de um novo ângulo, não vilanizando um dos lados, algo tão comum nesse tipo de obra, tão pouco exalta o outro estilo de vida como o "único certo", a Obra traz a visão de ambos os mundos pelos olhos de personagens complexos, bem desenvolvidos e, com dilemas críveis que cada espectador pode se identificar.
Contando com uma atuação marcante de seu protagonista e de todo o núcleo infantil, Captain Fantastic faz jus ao seu título e mostra como é possível fazer um filme Fantástico do enredo mais simplista. Mais do que uma jornada, uma aula de auto-descoberta, Captain mostra que é possível se adequar a um mundo sem perder a essência do que nos faz únicos, afinal, não deveríamos todos sermos criaturas únicas?
12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição
3.3 804 Assista AgoraA coisa que eu mais admiro nesta franquia é como eles conseguem evoluir em cada novo filme, apesar de suas claras limitações, não apenas no orçamento, mas também em seu enredo, apesar de ser um enredo intrigante, você só pode ir até certo ponto antes de parecer redundante. Por esse motivo é tão interessante ver que eles terminam a trilogia (?) de uma maneira tão grande!
Mesmo gostando dos dois primeiros exemplares, eu sempre senti falta de uma maior exploração de seus -provocantes- temas e, se o segundo filme já mostrou uma melhoria interessante neste aspecto, este leva a história para outro nível!
Se durante o segundo filme pudemos presenciar a Purge Night pelos olhos dos civils, agora podemos ver qual é o verdadeiro significado por trás dessa data e, isso é a melhor coisa neste filme, temas como: racismo, segregação social, religião, grandes empresas roubando pessoas pobres, estão finalmente na mira da franquia e, enquanto não podemos esperar um maior desenvolvimento neles (isso ainda é um terceiro filme em uma grande franquia blockbuster), é bom ver que DeMonaco mostrou alguma maturidade neste filme.
E falando sobre maturidade, o aspecto mais popular na franquia também mudou muito durante este tempo. Enquanto a violência no primeiro filme foi mostrada como um fetiche, neste não é nada mais do que a conseqüência do horror presenciado por seus personagens, DeMonaco não está mais feliz enquanto filma a violência, ele está deprimido, e isso é mais uma aspecto interessando, mostrando como ele cresceu com sua própria franquia!
A ação atinge seu pico de qualidade, facilmente a melhor da franquia e ainda mais impressionante quando consideramos seu limitado orçamento. Com um fim que fecha algumas portas e abre outros (mal posso esperar para ver esta prequel sobre o primeiro Purge), Ano da Eleição termina não apenas como o melhor exemplar na franquia, mas também como parte de uma franquia peculiar que só vem melhorando com o passar do tempo.
O Uivo
2.7 209Não chega a ser ofensivamente ruim, consegue criar um clima sufocante, consegue manter as coisas tensas a maior parte do tempo e, principalmente, consegue desenvolver perfeitamente todos os seus personagens. É como sempre falo: Você sabe que um filme de terror funcionou quando você não quer ver seus personagens morrendo.
O problema são as atitudes que esses personagens tomam, são estúpidas demais até mesmo para um filme de terror, por conta desse tipo de situação, o filme se auto sabota e, em alguns momentos, vira uma comédia involuntária.
Mesmo assim merece ser conferido, a atmosfera é excelente, tem algumas cenas assustadoras e boas atuações.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraCinema, a sétima arte; Capaz de nos emocionar, ensinar, amar, chorar, o cinema é, e sempre foi, o berço das emoções da humanidade. Então, como lidar com uma obra que alcança todas os extremos que a sétima arte pode produzir?
O contato homem/desconhecido não é um assunto novo, já tendo sido explorado diversas outras vezes na grande tela, passando por filmes tocantes como E.T, até aberrações como Independence Day: Ressurgence, mas, afirmo categoricamente que o tema nunca foi abordado de uma forma tão delicada e esperançosa como nessa obra.
Dirigido pelo sempre competente Dennis Villenueve, Arrival revela-se não apenas o seu filme mais ambicioso, mas também uma daquelas obras que já nascem como clássico instantâneo, cuja mensagem de otimismo deve se fazer necessária por muitas décadas, sim, infelizmente acredito que a mensagem passada ao longo do filme ainda será necessária por muitos anos, a humanidade tem uma tendência a esquecer rápido dos horrores da guerra, e por isso filmes como Arrival se fazem sempre tão necessários porque "numa guerra nunca teremos vencedores, apenas viúvas".
Contando com uma trilha sonora espetacular (provavelmente já está garantido o Oscar nessa categoria), Arrival é um filme extremamente atmosférico, nós não somos apenas espectadores, nós adentramos aquele mundo, buscamos respostas, choramos com a dor dos personagens, aqui vale ressaltar a excelente atuação de Amy Adams que transforma Louise não em uma heroína típica, mas em um humano imperfeito, criando o tão necessário laço personagem-público que é necessário para uma obra como essa funcionar.
Arrival não é apenas um filme de ficção científica, não é apenas um drama, e nem um estudo de personagens, é uma obra filosófica cujo significado deve transcender o próprio tempo que o filme tanto admira, afinal, há algo mais belo e cruel que o tempo?
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraGeralmente ao assistir uma obra de terror, não estou apenas assistindo uma obra cinematográfica como faço com outros gêneros, eu estou adentrando este mundo, eu entro na mente doentia do diretor, e é por isso que eu amo tanto esse gênero, e é por isso que amo a mente doentia de Fede Alvarez.
Deixe-me comentar primeiro sobre suas qualidades técnicas, você pode odiar os filmes de Fede, mas você não pode negar o quão bem feito eles são, ele pode fazer um orçamento barato parecer tão impressionante como um grande blockbuster, não é surpresa que a Marvel o quis para comandar seu Universo. Eu pude notar que ele aprendeu algumas novas técnicas nesses três anos de abstinência, ele provavelmente assistiu alguns filmes do Mestre Wan, porque eu pude sentir sua influência durante este filme, por exemplo, quando ele mostra a casa pela primeira vez, isso foi claramente inspirado por Wan, mas Fede faz isso de uma forma única que deixa sua marca ao invés de apenas copiar o que já foi feito. A violência, mesmo que menor do que em seu filme anterior, é tão impressionante como antes, eu realmente o admiro por usar efeitos manuais em seus filmes, leva o realismo para outro nível. Toda a atmosfera é claustrofóbica como deve se esperar de um filme como este, você pode sentir a tensão dos atores ao fazer este filme e isso é incrível. Mas, pelo menos para mim, o aspecto mais impressionante foi a edição de som, se o filme funciona tão bem é por causa do brilhante som, eu não estou sendo exagerado quando eu digo que é digno de Oscar.
Todos os atores estão bons em seus personagens, mas Levy rouba o show mais uma vez. Ela pode ir de uma parte dramática para um olhar de psicopata em poucos segundos, ela prova mais uma vez que é um dos novos talentos do horror, Fede pode extrair o seu melhor, e eu realmente quero ver ambos trabalhando juntos novamente! O Blind Man já está no corredor da maioria dos "vilões" icônicos.
O enredo é simples e é por isso que é tão eficaz! Não se engane, um roteiro simples não significa que ele não pode ser inteligente ou complexo, e o roteiro deste filme é bastante complexo, ele faz algumas perguntas realmente interessantes, como: O que pode ser considerado Justiça para você? A única razão para o homem seguir a religião é para impedi-los de fazer coisas terríveis?
Complexo, profundo, tenso, fantástico. O Homem Nas Trevas é outro exemplo de porque todos nós amamos filmes de terror, um novo clássico para o gênero.
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 867 Assista AgoraAcredito que presenciamos o enterro de um dos maiores nomes de Hollywood com esse filme, não apenas pelo fracasso comercial, mas principalmente por conta do fracasso autoral.
Roland Emmerich nunca foi um bom contador de estórias, ele sempre foi um diretor que impressionava pelo espetáculo visual, usando a narrativa apenas como segundo plano, o que acontece quando ele não consegue mais nem imprimir um visual impressionante em um filme? Um completo desastre. O filme original tinha diversos problemas: Um roteiro problemático e cheio de furos, muitos personagens-sendo a maioria desnecessária para a narrativa-, um humor que falhava em diversas vezes, além de diálogos risíveis e expositivos, entretanto, esse filme ainda funcionava porque trazia um espetáculo visual que de certa forma apagava todos esses erros, transformando a obra em algo extremamente divertido, essa sequel basicamente potencializa tudo que deu errado e, joga fora tudo que deu certo.
A premissa básica já era algo extremamente ridículo, Hollywood levando a falta de criatividade ao limite máximo, eles mesmo admitem isso numa fala: “Essa é definitivamente maior que a outra”, que sintetiza bem a ideia de que toda sequel desnecessária precisa ser pelo menos maior que a anterior, pena que nesse caso nem isso consegue salvar o filme. A obra falha no mínimo que esperamos de um filme desses: DIVERSÃO, as cenas de ação não impressionam em nenhum momento, se Roland falha até em criar algo visualmente espetacular, resta aos personagens à árdua tarefa de dar alma ao filme e, eles falham miseravelmente, todo o elenco novo é terrível, nenhum ator consegue ter sequer carisma, o que resta são os veteranos que aparecem unicamente com o proposito de nostalgia e, até certo ponto, funcionam, ver os aqueles rostos antigos e queridos de volta nas telas é a única coisa digna dessa sequel. Algo que me impressionou bastante (de forma negativa) foi o tom adotado pelo filme, saiu aquele tom solar e divertido do primeiro filme para entrar algo mais dark nessa sequel, esse é sem dúvidas um dos piores erros dessa obra, não existe nada pior que um blockbuster burro que tenta se levar a sério, se você fez um filme burro, não tente fazer o público engolir isso, tire sarro do filme, como Jurassic World fez de forma tão genial -a cena da Claire correndo do Rex de salto alto já é icônica e mostra perfeitamente o motivo do filme funcionar tão bem-, sabendo que se trata de uma obra extremamente boba, Jurassic World apela para o absurdo e diverte bastante, algo que essa sequel ignorou, levando a adotar um tom mais realista, sendo que isso só deixou o filme extremamente enfadonho.
Outro ponto que me incomodou bastante nesse filme foi a obsessão do diretor em destruir famílias como forma de abrir portas para uma sequel –que nunca vai acontecer- contando com o elenco novo, o filme mata nada menos que SEIS pais/tios para deixar os próximos filmes livres para o novo elenco, eu entendo que é necessário passar o bastão para a nova geração (por pior que ela seja), mas era realmente necessário matar quase todo o elenco veterano para isso? Isso é uma completa falta de respeito com os fãs do original. Não vou nem ressaltar o fato do filme ter diversos arcos e não trabalhar nenhum decentemente porque isso já vem desde o primeiro filme, nessa sequel ele apenas conseguiu construís arcos ainda mais desinteressantes, o que foi aquela cena das crianças em perigo no ônibus?! Sério que precisávamos ver isso mais uma vez em um filme desses?
Não tem muito que falar dessa nova geração, todos falham em dar o mínimo de carisma para seus personagens, aliás, é irônico notar como o roteiro é tão preguiçoso que aborda o mesmo tema para os CINCO integrantes do grupo
(perda dos pais)
Roland chegou á um momento critico de sua carreira, o público não se impressiona mais com filmes de desastres, sendo que essa sempre foi sua marca registrada, não vejo muita saída para ele nesse momento da carreira, ele já tentou fazer filmes mais sérios e acabou fracassando, se ele não consegue mais nem surpreender o público com cenas de destruição, o que será do futuro de sua carreira?
Ah, e gostaria de deixar registrado que a cena em que o Gale urina em território alienígena e logo depois dá um murro em um deles foi uma das cenas mais constrangedoras que já vi no cinema.
300: A Ascensão do Império
3.2 1,6K Assista AgoraPegaram todas as cenas descartadas do original, fizeram uma colcha de retalhos da estória, e lançaram essa "sequência".
Quando um Estranho Chama
2.9 649 Assista AgoraNunca entenderei o motivo de gostar tanto desse filme .-. Guilty Pleasure nível máximo.
Piranha 2
1.6 773 Assista AgoraExtrapolaram no trash, acabou se tornando um filme sem identidade, e bem inferior ao divertido primeiro exemplar.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraInteressantíssima a abordagem dos meios que a polícia usa para chegar aos bandidos -usar exatamente das mesmas armas deles, é realmente válido? Ate que ponto isso chega a corromper os oficiais? Quando uma pessoa extrapola os limites em "nome da lei"- além de ser um tema em bastante evidência atualmente no país.
O filme funciona principalmente por conta do elenco extremamente competente -Jennifer repete o personagem de "O Lado Bom da Vida"- mas tem carisma suficiente pra sustentar o lado cômico do filme.
Candidato mais forte na corrida ao Oscar, até então.
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraComo conseguiram criar um filme tão bom, com uma premissa tão rasa?! Ainda há esperança em hollywood. \o/
O Herdeiro do Diabo
1.7 546Atividade Paranormal versão 14.0
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal
2.4 764 Assista AgoraA franquia "Atividade Paranormal" pode ser considerada como uma das mais irregulares já feitas na história do cinema, alternando entre bons (exemplares 1 e 3) e maus momentos (o resto). Com a falta de um filme ano passado, somos brindados com dois exemplares nesse ano, um, marcado para outubro, e esse spin Off lançado recentemente.
O roteiro escolheu abordar nesse exemplar, algo que tinha sido usado apenas como pano de fundo nos dois últimos filmes, a seita das bruxas, uma saída inteligente, que poderia ter dado um novo gás se tivesse sido bem explorada, infelizmente, o filme acaba se sabotando, e entregando o exemplar mais fraco da franquia até então.
Contado com um grupo de personagens medíocres, o filme falha em criar a simples conexão público-filme, o que acaba tornando a fita extremamente enfadonha, já que não nos importamos com o destino daquelas pessoas. Aliás, chega a ser irônico, que o momento mais interessante do filme, vem de algo extremamente involuntário; em dado momento do longa, o protagonista descobre possuir certas "habilidades", e a sua principal reação é gravar um video, e postar no youtube, um reflexo da juventude atual, que está mais preocupada em repassar a informação, do quê com a importância que ela venha a ter.
É extremamente patético as saídas que o roteiro encontra para botar os personagens em contato com o mundo paranormal. -é difícil de acreditar que em pleno 2014, alguém vá fazer todo um esforço para ver um casal supostamente transando-.
Os atores falham ao criar personagens minimamente carismáticos, contando com atuações patéticas, e uma trilha sonora pouco inspirada, o filme consegue falhar até mesmo em criar uma atmosfera de suspense, soando mais como um filme de aventura, ou comédia involuntária.
Com um desfecho que tenta fazer conexão com o primeiro exemplar, mas só consegue ressaltar a regra ditada na franquia "Pânico": "nunca mexa com o original", o filme termina como começou, sem acrescentar nada para a franquia original, e chega ser triste ressaltar como a ganância dos produtores, conseguiu estragar uma franquia que tinha tudo para entrar pra história do gênero, transformado-a em uma auto paródia.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraA sinopse é bastante interessante, e abre um leque de diferentes caminhos que o filme poderia seguir: Poderia render um interessante estudo sobre a mente humana; Poderia ser uma eficiente ficção sobre uma sociedade sem valores morais; Ou poderia ser apenas mais um suspense eficiente. Infelizmente, o longa não se encaixa em nenhuma das alternativas.
O diretor James DeMonaco claramente quis seguir pelo caminho mais fácil, o do suspense violento, e tinha todos os ingredientes pra fazer um filme realmente tenso. Uma casa gigante, e sem energia, uma familia amendrotada por intrusos máscarados, e é incrível notar como o diretor conseguiu desperdiçar tudo isso, e acabou transformando o filme em um suspense medíocre.
Um dos problemas cruciais do filme, são os personagens totalmente unidimensionais. Temos: O pai bem sucedido; A mãe que sempre o apóia; O filho estranho mas inteligente; A filha que tem um namorado não aceito pela família (Mais clichê impossível); E pra completar, um dos piores psicopatas já feitos no cinema, com um discurso que já seria datado na década passada, que dirá em 2022. E é justamente aqui que reside o problema do filme, afinal, como o público pode temer pela vida daquela família, se não consegue se identificar com nenhuma das figuras expostas na tela? O elenco não consegue se destacar em momento algum, com destaque negativo para Ethan Hawke -que geralmente é um bom ator- mas que aqui atua no piloto automático, claramente, só participando do filme pelo cachê.
O filme consegue falhar até no aspecto mais fácil: A violência, tendo poucas cenas realmente violentas, assim como o diretor falha ao criar um clima de suspense, já que a invasão á casa, é tão brusca, que não alcança a tensão desejada em momento algum.
Contando com um desfecho medíocre -dando brecha para futuras continuações-, é irônico notar que a parte mais eficiente do filme, reside, nos seus créditos finais, onde o roteiro mostra como seria a mídia se não tivesse que se adequar aos pudores exigidos pela sociedade, se ao menos o filme fosse livre desse mesmo pudor que tanto crítica...
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraQuando os clichês são bem aproveitados.
Supostamente baseado em fatos reais, a estória é a mesma de sempre: "Família sendo assombrada em nova casa por entidades que não consegue compreender" porém, aqui, é mostrado o resultado quando o "mais do mesmo" cai em mãos competentes.
James Wan que já havia mostrado do que é capaz -no competente "Insidious"- comprova aqui, ser uma das melhores coisas que já ocorreram no gênero de terror nos últimos anos. O diretor compreende que para um filme de Horror funcionar, é necessário haver uma ligação com os personagens presentes nele, e é nesse aspecto que o diretor sai na frente de seus colegas contemporâneos. Obviamente que isso não seria possível, se o diretor não tivesse escalado um competente elenco. Com destaque para o trio: Vera Farmiga; Patrick Wilson e Lili Taylor que conseguem dar profundidade aos seus personagens, num gênero em que basicamente somos cercados de personagens unidimensionais. E graças á isso, o diretor consegue criar a ligação: Púlbico-Filme, nos fazendo realmente importar pelo destino daquelas pessoas.
Competente também nos aspectos técnicos, o filme impresiona pela ótima remontagem da década de 70, a arrepiante trilha sonora (marca registrada dos filmes de Wan). E a maravilhosa e sombria fotografia.
Ao final da sessão, fica a impressão de um sopro de novidade, em um gênero que vinha ficando cada vez mais desgastado. Um filme de terror que consegue deixar os mais novos com medo de abrir o armário,e fazer alguns adultos dormirem com a luz ligada.
Para o bem do terror, que James Wan repense sua declaração de abandonar o gênero, pois ele parece dominar a arte de que: "Menos é mais".