"Pague Para Entrar, Reze Para Sair" é um filme sobre o qual todo mundo já se manifestou, embora ele não seja sequer um clássico do gênero terror. Assim que o filme começou, achei que estava prestes a assistir a coisa mais bizarra e aterrorizante de minha vida, quando, de fato, foi apenas a mais bizarra. Isso ocorre porque, apesar de Tobi Hooper ser um mestre do horror, este filme não parece ter sido feito para ser (exclusivamente) assustador; se o diretor assim o quisesse, ele assim o teria feito. De mais a mais, se você gostou "Gritos Mortais" e deseja ver uma versão engraçada dele, "Pague Para Entrar, Reze Para Sair" é provavelmente uma boa escolha.
Fui ao cinema sem saber nenhum detalhe sobre "Olhos da Justiça", muito menos de que se tratava de um remake. Meu primeiro pensamento sobre o filme, em seu início, é que eu estava assistindo a uma história confusa, considerando que, por várias vezes, não pude entender se a cena se passava atual ou antigamente. Portanto, acho que os editores poderiam ter tido um maior cuidado nesse aspecto. Todavia, o filme como um tudo, é simplesmente GENIAL. Jess é uma policial cuja filha fora estranhamente assassinada, de modo que todo o roteiro é relacionado com as consequências que tal crime trouxe a ela e a seus amigos de profissão. Porém, de fato, o que realmente me surpreendeu foi o grande twist sobre o qual eu jamais desconfiei; aliás, saí do cinema boquiaberto após a revelação do "comportamento" de Jess, o qual foi brilhantemente escrito. De mais a mais, ignorando toda a controvérsia envolvendo "este filme é melhor ou pior que o original", eu considero "Olhos da Justiça" um ÓTIMO projeto que merece ser muito mais reconhecido do que atualmente o é.
Hollywood sempre gostou, e lucrou, com filmes envolvendo cafajestes e os problemas que as mulheres enfrentam com eles, e isso pode ser relacionado com a história de "Amigos, Amigos..". Jason Biggs performa um cara ingênuo (novidade) cuja namorada não se importa com ele, devido ao fato de ele ser "bonzinho" demais para provocar atração na garota. Esse personagem, Dustin, possui um melhor amigo que é o maior cafajeste das Américas. Adivinhem quem acaba se apaixonando pela namorada do Dustin? Seu melhor amigo cafajeste, obviamente. Desse ponto em diante, o filme é repleto de situações hilárias, principalmente porque a personagem de Kate Hudson demonstra um pouco da indecisão feminina. A trama toda é bem universal, de modo que muita gente vai se identificar com o filme. Apesar de "Amigos, Amigos.." ser mais um filme de comédia esculachada do que um filme sério sobre relacionamentos, há muito o que se extrair dele, portanto, é recomendável de ser assistido.
"Presos no Gelo" é um filme de terror cheio de situações previsíveis, personagens mal escritos e cheio dos clichês que já vimos por diversas vezes. Em resumo, há um grupo de pessoas pouco diligentes, as quais nunca se importam em tentar matar o sociopata que as persegue; em vez disso, elas preferem correr ou andar em direção à ele. Além disso, o filme transmite a sensação de ser muito longo, uma vez que há um jogo de gato e rato acontecendo por mais de meia hora, o que é um absurdo. Se você considerava que havia péssimos personagens e policiais em "Pânico", sugiro-lhe assistir "Presos no Gelo" e possivelmente reconsiderar sua opinião acerca daquele filme!
Um pensamento que irrompeu na minha cabeça após o término do filme: quanta audácia. Desde o começo dele, é possível visualizar que o casal Varney não possui química nenhuma, porquanto os personagens são bem diferentes um do outro. O Sr. Varney é aquele cara cuja esposa é capaz de mandar e desmandar nele quando ela quiser-- e nesse caso, ela quer o tempo todo. Já a Sra. Varney é uma mulher com personalidade forte, que tenta viver o sonho americano, no qual ela tenta ser a melhor em tudo e ter a melhor família da vizinhança-- nem que isso seja apenas de aparência. De fato, sua personagem é um clássico Freudiano, principalmente por evitar conflitos e tentar negar os problemas cotidianos, sendo que isso tudo é bem refletido na cena em que ela é chamada na escola do filho. Isso sendo dito, o Sr. Varney, ao admitir que sua vida é péssima, começa a sair com outra mulher: que é viciada em drogas prescritas. Sr. Varney, apesar de ser um farmacêutico, ético até então, junta-se a essa louca vida de adicção e sensações, o que traz situações cômicas ao enredo-- e lembrando-me de "O Povo Contra Larry Flint". Há boas reviravoltas durante todo o filme, e se você gosta de filmes surpreendentes, esse é com certeza uma boa escolha. No final, não é transmitida ao espectador nenhuma mensagem sobre vida ou relacionamentos, mas é fácil de se ver como, às vezes, as circunstâncias imprevisíveis podem lhe salvar.
"Love, Rosie" é um filme a que fui assistir sem saber nada sobre. Mas, considerando que havia milhares de adolescentes irritantes na sessão de cinema, eu com certeza imaginei que se tratava de outro besteirol americano, assim digamos. Contudo, o filme acabou sendo bem diferente disso. Desde o começo, fui capaz de notar quão rapidamente os personagens eram introduzidos ao espectador, e como questões inesperadas aconteciam a todo o momento. O roteiro provou ser bem corajoso ao demonstrar sexo entre adolescentes e o mau uso de preservativo-- o que é ainda mais raro em uma produção inglesa. O estilo de relação entre Rosie e Alex é tão comum na vida real que fica difícil de não se compreender pelo que os personagens passam, e de não se sentir no lugar deles. Outrossim, o aspecto cômico do filme é tão bom quanto o drama, considerando que me peguei rindo por vários momentos-- na verdade, pelo extremo constrangimento que me foi demonstrado durante a história. A única coisa que não gostei em relação à esse filme foi a manipuladora trilha-sonora; às vezes, o diretor ficava preguiçoso e tocava uma música impactante para demonstrar o sentimento dos personagens e da atmosfera das situações, em vez de delegar esse trabalho ao elenco. Fora isso, de fato, talvez um final mais triste poderia ter tornado "Love, Rosie" ainda mais anticonvencional, mas, ainda assim, esse é um filme bem excêntrico e surpreendente, servindo para todas as audiências.
Esse é um filme que se tornou bem famoso aqui no Brasil, devido ao elevado número de vezes em que os canais nacionais o exibiram. Eu tenho vaga lembrança de tê-lo visto quando criança, mas há alguns meses, resolvi vê-lo de vez. As cenas iniciais e o roteiro são bem promissores: um jovem ameaçado pelo maior bad boy do colégio. Partindo dessa premissa, quem assiste a esse filme, está consciente de que ele não será nada sério. De fato, a história nunca tenta se tornar séria; os personagens são bem caricaturados, reunindo os mais famosos clichês do gênero ensino médio. Contudo, o filme me provou ser interessante por ter me entretido de uma forma positiva, fazendo-me torcer para o bom moço escapar de todos os castigos que ele merecia, apesar de ele ter feito tudo o que fez em prol de se salvar. A trilha sonora é realmente divertida, e possivelmente satisfaz todo o tipo de audiência. "Te Pego Lá Fora" é, sem dúvidas, um bom entretenimento proveniente da década maluca que foram os anos 80.
Eu primeiro vi esse filme há cerca de 5 anos, e lembro-me ter sido positivamente surpreendido por ele. Mês passado decidi assisti-lo novamente, e essa foi uma grande ideia que tive. Eva Mendes performa, de forma excelente, uma mulher que é capaz de tudo para promover seu programa de televisão, custe o que custar. Nesse caso, isso custa, de fato, uma vida; a personagem inventa uma espécie de roleta russa para televisão, em que uma pessoa morre, ao vivo. Dito isso, é fácil de se imaginar a proporção negativa que esta controvérsia toma, mas personagem de Mendes nunca desiste de seus anseios. O roteiro prova ser interessante por trazer alguns novos temas que a maioria das sociedades capitalistas enfrenta, como violência, ambição financeira, imprensa sensacionalista e pessoas como meros objetos do sistema. Katy seria uma boa pessoa se ela possuísse toda aquela determinação para ajudar as pessoas necessitadas, as que estão morrendo por doenças ou sofrendo por incontáveis motivos, mas a obsessão dela por fama e dinheiro a torna uma pessoa detestável. "Ao Vivo!" é, por fim das contas, um thriller misturado com drama que entretém, horrifica e nos faz pensar sobre o pesado mundo em que vivemos, independente de concordarmos com o estilo de vida abordado no roteiro ou não.
Dois rapazes se perdem em algum lugar longe das cidades, e como é possível de se imaginar, tal fato traz diversos problemas ao bem-estar deles. Meu principal problema com esse filme se relaciona com a direção, que é uma das mais estranhas que já vi. Eu digo, há várias cenas desnecessárias à trama, como as cenas nas quais são mostradas as paisagens e as montanhas. Isso porque desde o início já sabemos onde eles estão, então não há coerência de focar tão repetitivamente o cenário. Por esse motivo, às vezes, meus amigos e eu nos perguntamos se estávamos assistindo a um filme, ou se alguém havia, por engano, trocado de canal para vermos "Globo Repórter". Além disso, a falta de conversa entre os personagens é também algo que realmente nos cansou, visto que, assim sendo, não há desenvolvimento dos personagens; os espectadores são simplesmente impossibilitados de saber quem é (ou quem são?) Gerry e Gerry, de onde eles vêm, e qual tipo de relacionamento eles têm. De outro vértice, por alguns momentos eu consegui admirar esse filme por ser TÃO estranho; tudo parece ser bem diferente dos outros filmes que cruzaram minha vida. Portanto, Gus Van Sant prova ser, pelo menos, corajoso. Em conclusão, "Gerry" não é um filme que eu gostaria de ver de novo, tampouco de recomendar aos amigos, mas ele mostra ser uma razoável oportunidade para aqueles que estão cansados da mesma velha história que Hollywood vem contando nos seus filmes habituais.
Você sabe que está vendo a um bom filme quando você passa o tempo todo tentando adivinhar o que irá acontecer e acaba sempre falhando. Esse é o caso, para mim, com "O Abutre". Esse filme possui um dos melhores roteiros que eu vi nos últimos meses; a história é bem empolgante, devido às situações excêntricas pelas quais os personagens passam. Aliás, vale mencionar quão bom é o desenvolvimento dos personagens, principalmente de Louis Bloom, Rick e da diretora de jornalismo. Os três começaram o filme de uma forma, e conforme o filme foi evoluindo, eles se mostraram muito diferentes do que pareciam ser no início. Na minha opinião, o objetivo principal dessa história é o de mostrar quão longe as pessoas podem ir por dinheiro, e como o nosso mundo capitalista estimula o tipo de comportamento protagonizado nesse filme. Além disso, Jake Gyllenhaal, mais uma vez, prova que sabe atuar. Por fim, "O Abutre" é uma agradável surpresa de 2014 e eu me sinto bem contente de tê-la visto no cinema.
Ao longo de minha vida, eu vi vários filmes de terror envolvendo clichês e personagens burros, e, ao menos nesses aspectos, "Shuttle" é o filme-mestre. Quatro atores performam, aqui, alguns dos personagens mais burros dos cinema;
essas vítimas possuíam diversas chances de escapar do psicopata, mas devido ao implausível e exagerado medo que elas demonstraram ter, não foram capazes de se salvar. Esses jovens apenas deixaram o motorista louco fazer o que ele bem entendia, enquanto eles estavam sofrendo e sendo torturados por todo o tempo. Aliás, a atuação de Cameron Goodman não é NADA convincente, considerando que ela nunca demonstrava estar tão amedrontada em momentos em que ela REALMENTE deveria estar. Minha cunhada e eu não conseguíamos parar de reclamar de tanta forçação de barra, como quando as garotas saíram da van e NÃO CORRERAM, por algum motivo aleatório. Além disso, como é possível que o psicopata tenha dirigido por duas ou três horas pela cidade e NINGUÉM tenha aparecido no caminho? Eu digo, quão abandona pode uma cidade ser? Enfim, "Shuttle" tem um roteiro bem pouco convincente, e a única coisa que pode ser relativamente elogiado é o fato de que nenhuma das garotas foi machucada durante o filme, sendo possível de se chegar àquele desfecho-- o que eu não previ em nenhum momento. Fora isso, o filme é apenas péssimo.
"Montado na Bala" é mais um surpreendente trabalho de Stephen King que vai às telas e impressiona o público. Nessa história, temos um homem que possivelmente sofre de um severo transtorno psiquiátrico. Dito isso, torna-se fácil de se presumir as alucinações que ele apresenta todo o tempo. As atuações nesse filme são ótimas, com destaque para David Arquette, quem provou ser capaz de retratar algo diferente de um inábil policial. Seu personagem aqui é até interessante-- e bem assustador. De fato, cada personagem desse filme é assustador de sua própria maneira. Além disso, direção e edição são criativas, às vezes utilizando repetições e slow motion para intensificar a atmosfera da cena. O roteiro, apesar de ser um pouco louco demais por alguns momentos, prova ser inteligente quando menciona Freud e o famoso ato falho. Contudo, a melhor coisa desse filme é o final, em que temos uma bela reflexão sobre o passado, o futuro... e a vida! Você só há de ser um pouco paciente e esforçado para entender essa obra-- e apreciá-la!
Eu tinha recentemente conversado com uma amiga a respeito de quanto gostamos de "Vicky Cristina Barcelona", e lembro-me de ela ter definido o filme como 'uma explosão de sentimentos'. Eu instantaneamente concordei com ela, e ao assistir "O Sonho de Cassandra", isso foi tudo que veio à minha mente: uma explosão de sentimentos.
McGregor e Farrell profissionalmente retratam dois irmãos que cometem um assassinato no intuito de ajudar seu tio, e devido à essa intensa emoção, um deles começa a apresentar problemas psiquiátricos.
A relação entre os irmãos é extremamente convincente, principalmente devido à ótima direção de Wolly Allen, mais uma vez. Durante o filme, torna-se difícil não nos colocarmos nas posições de Ian e Terry; o que ocorreu foi uma situação indubitavelmente difícil de se lidar. A primeira hora de filme é cheia de conversas, o que me cansou um pouco, mas assim que os irmãos entraram na casa do desafeto do tio, eu tive vontade de gritar, por tanta intensidade no clímax. Fora isso, a única coisa que não gostei no filme foi o final apressado, e tenho certeza que muita gente realmente o odiou, mas esse foi um meio anticonvencional de contar a história. Aliás, nem sempre temos de ver o que acontece em seguida; às vezes é bom deixar para o espectador tirar suas próprias conclusões. Em resumo, "O Sonho de Cassandra" é outro GRANDE trabalho de Allen.
Apesar de eu não ser muito fã de ficções científicas, devo admitir que "Gattaca" é um filme que realmente prendeu minha atenção. Desde o começo, o roteiro prova ser instigante, devido às curiosas vidas de Anton e, claro, de Vincent. A história é capaz de fazer o espectador refletir sobre questões como imortalidade, tecnologia, sentimentos e vida no futuro; muito do que os criadores de "Gattaca" fazem pode ser relacionado com o desiderato utópico de viver eternamente. Vincent Freeman é um ótimo personagem que tenta sobreviver numa firma em que os funcionários foram 'criados' cientificamente, enquanto ele é apenas um cara normal, com problemas de coração. O elenco é extremamente profissional, com destaque para Ethan Hawke e Jude Law. Há cenas recheadas de suspense, como quando Jude Law sobe as escadas. Na minha opinião, "Gattaca" é um dos melhores filmes de ficção científica feitos nos anos 90, sendo superior inclusive à filmes modernos lançados em 2013, como "Gravidade". Parabéns ao time!
"Amor à Queima-Roupa" é um filme sobre o qual as pessoas geralmente falam bem, e semana passada eu pude finalmente vê-lo eu mesmo e descobrir por que ele é tão bem reconhecido. A primeira cena já revela qual é a principal qualidade do filme: o elenco. Os atores envolvidos nesse projeto são bem profissionais, de modo que uma cena normal, rotineira, se torna deveras envolvente. Christian Slater e Patricia Arquette performam um casal que é supostamente o vilão da história, mas devido ao seu inexplicável poder de cativação, os personagens tornam-se as estrelas do filme. Apesar de eles fazerem coisas terríveis durante a história, toda vez que eles aparentam estar em perigo-- ou toda vez que eles estão sendo espancados--, eu me senti extremamente agoniado-- e triste por eles. Além disso, esse filme possui uma ÓTIMA trilha sonora, a qual às vezes deixa o personagem mudo sem atrapalhar o ritmo do longa-- o que é super-raro. O único motivo para eu não dar 5 estrelas para esse filme é o excesso de violência protagonizado; às vezes eu acho que Tarantino poderia ter sido um pouco mais calmo nesse romance, mas ainda assim, "Amor à Queima-Roupa" é um de seus memoráveis trabalhos.
Sendo um acompanhador dos trabalhos de Paulo Gustavo, sinto-me com o direito de dizer que este filme parece ser um grande episódio de "220 Volts", com o ator principal performando sua própria mãe em cenas supostamente ficcionais. A atuação de Paulo Gustavo aqui é fantástica, tornando-se difícil de notar que a mãe é na verdade caracterizada por um homem. Ele trouxe tanta vida à personagem de Dona Hermínia que ficou difícil de não acreditar nela e não a relacionar com sua própria mãe. Há algumas boas situações criadas pelos roteiristas, tal como a questão da sexualidade de Juliano durante sua vida; apesar de ser bem evidente que ele era homossexual desde criança, a mãe sempre deu um jeito de "não ver", o que trouxe certa ironia às cenas relacionadas. Contudo, como muita gente disse aqui e no IMDb, essa não é uma comédia que fará uma mudança em sua vida, mas que certamente se trata de um trabalho original, capaz de entreter o mais variado tipo de público.
Filme divertido que retrata bem o espírito superprotetor das mães em relação aos filhos, demonstrado de uma forma intencionalmente caricaturada. As cenas são divertidas por estarem embasadas em situações constrangedoras, graças à um roteiro despretencioso e direto ao ponto. As atuações são regulares, com exceção de Estelle Getty, que performou a aventureira idosa, mãe do Stallone, em grande estilo. Um bom filme para ser assistido sem maiores expectativas.
Considerando que os filmes de terror que estão saindo este ano são TODOS envolvendo exorcismo e coisas relativas à possessão-- que aliás, estão extremamente saturadas--, eu achei que assistir um terror dos anos noventa seria uma boa ideia. Poderia ser, se não fosse 11 horas da noite no meu silencioso bairro. "Strangeland" é realmente um filme bem estranho, o que pode ser notado, desde o começo, pela estranha direção que às vezes foca até nos pés dos personagens. Além disso, eu não fazia ideia que nos anos noventa as pessoas tinham computadores (e internet) capazes de transmitir áudio e vídeo instantaneamente. O filme como um todo é bem sombrio, com cenas de mutilação, tortura e toda loucura que você pode imaginar. Infelizmente, existem vários furos no roteiro, tais como:
Se Smallwood era tão depressivo e pessimista com a vida, por que ele nunca cogitou cometer suicídio? Ainda, como Mike encontrou a 'casa do terror', sendo que a única coisa audível no notebook era um latido de cachorro? Por que ele estava parado exatamente na frente da casa do Smallwood? Além disso, como que um policial na ativa é espancado por um insano que passou confinado num hospital psiquiátrico por quatro anos?
Tais situações são difíceis de se acreditar. O final é uma decepção relativa, mas eu não posso negar que "Mórbido Silêncio" é um filme divertido (eu queria dizer entretente, mas essa palavra não existe em português) para os que gostam do gênero, como eu.
Considerando que este filme seria supostamente uma continuação de "Mar Aberto", eu achei que seria tipo um remake, mas com piores diálogos e atores. Contudo, "Pânico em Alto Mar" acabou sendo algo muito melhor do que eu esperava. As atuações, por exemplo, são bem profissionais, com performances convincentes de todo o elenco; eles realmente foram capazes de trazer vida aos coitados dos personagens. O início do roteiro pode levar o espectador a acreditar que se trata de mais um forçado filme adolescente, mas as situações se mostram, de alguma forma, originais e inteligentes. "Pânico em Alto Mar" é difícil ser assistido, devido à agonia causada no espectador, como consequência das terríveis situações que os personagens enfrentam. O único ponto que não gostei foram os desnecessários cortes feitos em algumas cenas, como a da conversa no quarto, em que uma cena de trinta segundos precisou de 3 ou 4 cortes, o que demonstra certa inabilidade por parte do diretor (ou do elenco?). Contudo, o filme como um todo é respeitável, misturando drama e terror psicológico por todo o tempo e entretendo o público.
Jonah é um cara relativamente envergonhado que descobre ter câncer no testículo, o que o dá apenas três semanas para encontrar alguém para engravidar. Dito isso, é fácil imaginar os problemas que ele enfrenta tentando encontrar uma mãe para seu filho. O roteiro é bom por ter uma ideia original e alguns momentos constrangedores, que são o que torna o filme engraçado. Destaque para a cena do casal lésbico e para as cenas envolvendo a 'cegueira' de Gus, o ingênuo housemate. Há momentos sensuais no filme, portanto é recomendável assistí-lo sozinho (ou muito bem acompanhado). O final não é nada memoroso, como o filme também não o é, mas a história em si é divertida e eu a recomendo para quem se interessa pelo assunto.
"Philomena" é um filme que tem sido bem falado desde seu lançamento, mas por algum motivo, permanece sendo um filme relativamente pouco conhecido. Philomena é uma senhora que perdeu seu filho (Anthony) para as irmãs que viveram no internato em que ela cresceu. Agora que um escritor aparece em cena, Philomena aceita ir até os Estados Unidos para descobrir alguma pista de onde seu filho pode estar atualmente. O personagem da Philomena dá a impressão de ser alienado e ingênuo-- e de fato ele pode até ser--, mas suas decisões no decorrer da história são bem racionais, surpreendendo o espectador o tempo todo. A direção de fotografia é maravilhosa, lembrando-me de "O Escritor Fantasma"; até as histórias são, de algum modo, similar. As atuações me convenceram de sua qualidade na cena do aeroporto, em que tanto Coogan quanto Dench tiveram que ser muito cuidadosos para não olhara para a câmera. O ápice da história ocorre quando Philomena entra na casa de Pete, e não darei nenhum spoiler sobre a cena. A lição de moral que o escritor dá às irmãs do convento é um grande momento em um grande filme que é "Philomena". Em resumo, esse é um ótimo filme cheio de bons momentos e com um twist criativo, considerando a vida de Anthony e seus desejos.
"Quando um Homem Ama uma Mulher" é um filme feito com simplicidade que conta a história de uma mulher que descobre ser alcoólatra, e sua família dá o melhor de si para ajudá-la. Contudo, como é possível prever, especialmente em um drama, as coisas não seguem na direção certa com facilidade, de modo que há vários problemas para serem resolvidos durante a história. Eu admito que, por um momento, senti que não gostaria do filme, principalmente pela personagem antipática que é Alice; em algumas cenas, eu só queria que o personagem do Andy Garcia deixasse-a e encontrasse uma nova mulher. Michael parecia muito paciente para Alice. Entretanto, é disso que os bons dramas são feitos: dúvida. Se ela fosse perfeita e fácil de se lidar, não haveria momentos tão tensos como os aqui encenados. No mais, as crianças que retratam as filhas são extremamente carinhosas, motivo pelo qual trouxeram às personagens a vida que precisavam ter, e é isto que deixou a história ainda mais intensa. Em resumo, esse é outro grande filme dos anos noventa!
O filme é centrado no relacionamento entre um homem e sua irmã que possui autismo. Durante o enredo, a irmã (Molly) parece melhorar seu problema após ser submetida à uma cirurgia-- apesar de eu estar certo de que estudantes de medicina e médicos em geral não acreditarão em tal possibilidade de cura. O clímax da história é alcançado quando
Molly descobre que o problema está voltando, e que em poucos dias ela voltará a ser autista
. De um lado, eu gostei do filme por ter uma bela direção de fotografia; não me pareceu ser um filme dos anos 90, senão dos anos 2000. Além disso, a atuação de Elisabeth Shue é bem profissional, seja ao retratar Molly como autista ou sã. Contudo, acho que o filme não se diferenciou dos outros do gênero, deixando de inovar. No mais, achei que Aaron Eackhart não combinou com o papel que lhe foi dado. Desta forma, acredito que "Molly" divide opiniões, sendo razoável atribuir-lhe o rótulo de filme "morno".
"O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro" quase correspondeu por completo às minhas expectativas. A primeira hora de filme é extremamente envolvente, contendo várias cenas de ação, drama e até comédia, cada uma de seu jeito peculiar. A cena em que nosso herói abaixa as calças de um criminoso é muito espontânea, motivo pelo qual me peguei rindo sozinho na sala. A relação entre Peter Parker e Harry Osborn é tão boa quanto eu imaginava; eles jogam aquele clássico jogo em que inicialmente eles parecem se gostar, mas, em outros momentos, parecem inimigos. Foi exatamente o que aconteceu na trilogia antiga, e aqui se perpetuou. Os efeitos especiais e a direção de fotografia são fantásticos. A atuação de Emma Stone é ótima, e é possível perceber a confiança que o diretor tem nela ao atribui-la todas as falas emotivas que o filme possui. Fora isso, eu até que concordo com aqueles que reclamaram do roteiro, que parece ter sido elaborado às pressas em alguns momentos, mas não creio que isso tenha estragado as tantas qualidades do filme. Este filme, apesar de não superar o seu antecessor, é um trabalho que respeito e recomendo a todos que gostam do super-herói.
Pague Para Entrar, Reze Para Sair
3.1 345"Pague Para Entrar, Reze Para Sair" é um filme sobre o qual todo mundo já se manifestou, embora ele não seja sequer um clássico do gênero terror. Assim que o filme começou, achei que estava prestes a assistir a coisa mais bizarra e aterrorizante de minha vida, quando, de fato, foi apenas a mais bizarra. Isso ocorre porque, apesar de Tobi Hooper ser um mestre do horror, este filme não parece ter sido feito para ser (exclusivamente) assustador; se o diretor assim o quisesse, ele assim o teria feito. De mais a mais, se você gostou "Gritos Mortais" e deseja ver uma versão engraçada dele, "Pague Para Entrar, Reze Para Sair" é provavelmente uma boa escolha.
Olhos da Justiça
3.2 449 Assista AgoraFui ao cinema sem saber nenhum detalhe sobre "Olhos da Justiça", muito menos de que se tratava de um remake. Meu primeiro pensamento sobre o filme, em seu início, é que eu estava assistindo a uma história confusa, considerando que, por várias vezes, não pude entender se a cena se passava atual ou antigamente. Portanto, acho que os editores poderiam ter tido um maior cuidado nesse aspecto. Todavia, o filme como um tudo, é simplesmente GENIAL. Jess é uma policial cuja filha fora estranhamente assassinada, de modo que todo o roteiro é relacionado com as consequências que tal crime trouxe a ela e a seus amigos de profissão. Porém, de fato, o que realmente me surpreendeu foi o grande twist sobre o qual eu jamais desconfiei; aliás, saí do cinema boquiaberto após a revelação do "comportamento" de Jess, o qual foi brilhantemente escrito. De mais a mais, ignorando toda a controvérsia envolvendo "este filme é melhor ou pior que o original", eu considero "Olhos da Justiça" um ÓTIMO projeto que merece ser muito mais reconhecido do que atualmente o é.
Amigos, Amigos, Mulheres à Parte
3.0 288Hollywood sempre gostou, e lucrou, com filmes envolvendo cafajestes e os problemas que as mulheres enfrentam com eles, e isso pode ser relacionado com a história de "Amigos, Amigos..". Jason Biggs performa um cara ingênuo (novidade) cuja namorada não se importa com ele, devido ao fato de ele ser "bonzinho" demais para provocar atração na garota. Esse personagem, Dustin, possui um melhor amigo que é o maior cafajeste das Américas. Adivinhem quem acaba se apaixonando pela namorada do Dustin? Seu melhor amigo cafajeste, obviamente. Desse ponto em diante, o filme é repleto de situações hilárias, principalmente porque a personagem de Kate Hudson demonstra um pouco da indecisão feminina. A trama toda é bem universal, de modo que muita gente vai se identificar com o filme. Apesar de "Amigos, Amigos.." ser mais um filme de comédia esculachada do que um filme sério sobre relacionamentos, há muito o que se extrair dele, portanto, é recomendável de ser assistido.
Presos no Gelo
3.1 280 Assista Agora"Presos no Gelo" é um filme de terror cheio de situações previsíveis, personagens mal escritos e cheio dos clichês que já vimos por diversas vezes. Em resumo, há um grupo de pessoas pouco diligentes, as quais nunca se importam em tentar matar o sociopata que as persegue; em vez disso, elas preferem correr ou andar em direção à ele. Além disso, o filme transmite a sensação de ser muito longo, uma vez que há um jogo de gato e rato acontecendo por mais de meia hora, o que é um absurdo. Se você considerava que havia péssimos personagens e policiais em "Pânico", sugiro-lhe assistir "Presos no Gelo" e possivelmente reconsiderar sua opinião acerca daquele filme!
Rolou uma Química
2.8 44 Assista AgoraUm pensamento que irrompeu na minha cabeça após o término do filme: quanta audácia. Desde o começo dele, é possível visualizar que o casal Varney não possui química nenhuma, porquanto os personagens são bem diferentes um do outro. O Sr. Varney é aquele cara cuja esposa é capaz de mandar e desmandar nele quando ela quiser-- e nesse caso, ela quer o tempo todo. Já a Sra. Varney é uma mulher com personalidade forte, que tenta viver o sonho americano, no qual ela tenta ser a melhor em tudo e ter a melhor família da vizinhança-- nem que isso seja apenas de aparência. De fato, sua personagem é um clássico Freudiano, principalmente por evitar conflitos e tentar negar os problemas cotidianos, sendo que isso tudo é bem refletido na cena em que ela é chamada na escola do filho. Isso sendo dito, o Sr. Varney, ao admitir que sua vida é péssima, começa a sair com outra mulher: que é viciada em drogas prescritas. Sr. Varney, apesar de ser um farmacêutico, ético até então, junta-se a essa louca vida de adicção e sensações, o que traz situações cômicas ao enredo-- e lembrando-me de "O Povo Contra Larry Flint". Há boas reviravoltas durante todo o filme, e se você gosta de filmes surpreendentes, esse é com certeza uma boa escolha. No final, não é transmitida ao espectador nenhuma mensagem sobre vida ou relacionamentos, mas é fácil de se ver como, às vezes, as circunstâncias imprevisíveis podem lhe salvar.
Simplesmente Acontece
3.8 1,8K Assista Agora"Love, Rosie" é um filme a que fui assistir sem saber nada sobre. Mas, considerando que havia milhares de adolescentes irritantes na sessão de cinema, eu com certeza imaginei que se tratava de outro besteirol americano, assim digamos. Contudo, o filme acabou sendo bem diferente disso. Desde o começo, fui capaz de notar quão rapidamente os personagens eram introduzidos ao espectador, e como questões inesperadas aconteciam a todo o momento. O roteiro provou ser bem corajoso ao demonstrar sexo entre adolescentes e o mau uso de preservativo-- o que é ainda mais raro em uma produção inglesa. O estilo de relação entre Rosie e Alex é tão comum na vida real que fica difícil de não se compreender pelo que os personagens passam, e de não se sentir no lugar deles. Outrossim, o aspecto cômico do filme é tão bom quanto o drama, considerando que me peguei rindo por vários momentos-- na verdade, pelo extremo constrangimento que me foi demonstrado durante a história. A única coisa que não gostei em relação à esse filme foi a manipuladora trilha-sonora; às vezes, o diretor ficava preguiçoso e tocava uma música impactante para demonstrar o sentimento dos personagens e da atmosfera das situações, em vez de delegar esse trabalho ao elenco. Fora isso, de fato, talvez um final mais triste poderia ter tornado "Love, Rosie" ainda mais anticonvencional, mas, ainda assim, esse é um filme bem excêntrico e surpreendente, servindo para todas as audiências.
Te Pego Lá Fora
3.6 518Esse é um filme que se tornou bem famoso aqui no Brasil, devido ao elevado número de vezes em que os canais nacionais o exibiram. Eu tenho vaga lembrança de tê-lo visto quando criança, mas há alguns meses, resolvi vê-lo de vez. As cenas iniciais e o roteiro são bem promissores: um jovem ameaçado pelo maior bad boy do colégio. Partindo dessa premissa, quem assiste a esse filme, está consciente de que ele não será nada sério. De fato, a história nunca tenta se tornar séria; os personagens são bem caricaturados, reunindo os mais famosos clichês do gênero ensino médio. Contudo, o filme me provou ser interessante por ter me entretido de uma forma positiva, fazendo-me torcer para o bom moço escapar de todos os castigos que ele merecia, apesar de ele ter feito tudo o que fez em prol de se salvar. A trilha sonora é realmente divertida, e possivelmente satisfaz todo o tipo de audiência. "Te Pego Lá Fora" é, sem dúvidas, um bom entretenimento proveniente da década maluca que foram os anos 80.
Ao Vivo!
2.9 71Eu primeiro vi esse filme há cerca de 5 anos, e lembro-me ter sido positivamente surpreendido por ele. Mês passado decidi assisti-lo novamente, e essa foi uma grande ideia que tive. Eva Mendes performa, de forma excelente, uma mulher que é capaz de tudo para promover seu programa de televisão, custe o que custar. Nesse caso, isso custa, de fato, uma vida; a personagem inventa uma espécie de roleta russa para televisão, em que uma pessoa morre, ao vivo. Dito isso, é fácil de se imaginar a proporção negativa que esta controvérsia toma, mas personagem de Mendes nunca desiste de seus anseios. O roteiro prova ser interessante por trazer alguns novos temas que a maioria das sociedades capitalistas enfrenta, como violência, ambição financeira, imprensa sensacionalista e pessoas como meros objetos do sistema. Katy seria uma boa pessoa se ela possuísse toda aquela determinação para ajudar as pessoas necessitadas, as que estão morrendo por doenças ou sofrendo por incontáveis motivos, mas a obsessão dela por fama e dinheiro a torna uma pessoa detestável. "Ao Vivo!" é, por fim das contas, um thriller misturado com drama que entretém, horrifica e nos faz pensar sobre o pesado mundo em que vivemos, independente de concordarmos com o estilo de vida abordado no roteiro ou não.
Gerry
3.3 92Dois rapazes se perdem em algum lugar longe das cidades, e como é possível de se imaginar, tal fato traz diversos problemas ao bem-estar deles. Meu principal problema com esse filme se relaciona com a direção, que é uma das mais estranhas que já vi. Eu digo, há várias cenas desnecessárias à trama, como as cenas nas quais são mostradas as paisagens e as montanhas. Isso porque desde o início já sabemos onde eles estão, então não há coerência de focar tão repetitivamente o cenário. Por esse motivo, às vezes, meus amigos e eu nos perguntamos se estávamos assistindo a um filme, ou se alguém havia, por engano, trocado de canal para vermos "Globo Repórter". Além disso, a falta de conversa entre os personagens é também algo que realmente nos cansou, visto que, assim sendo, não há desenvolvimento dos personagens; os espectadores são simplesmente impossibilitados de saber quem é (ou quem são?) Gerry e Gerry, de onde eles vêm, e qual tipo de relacionamento eles têm. De outro vértice, por alguns momentos eu consegui admirar esse filme por ser TÃO estranho; tudo parece ser bem diferente dos outros filmes que cruzaram minha vida. Portanto, Gus Van Sant prova ser, pelo menos, corajoso. Em conclusão, "Gerry" não é um filme que eu gostaria de ver de novo, tampouco de recomendar aos amigos, mas ele mostra ser uma razoável oportunidade para aqueles que estão cansados da mesma velha história que Hollywood vem contando nos seus filmes habituais.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraVocê sabe que está vendo a um bom filme quando você passa o tempo todo tentando adivinhar o que irá acontecer e acaba sempre falhando. Esse é o caso, para mim, com "O Abutre". Esse filme possui um dos melhores roteiros que eu vi nos últimos meses; a história é bem empolgante, devido às situações excêntricas pelas quais os personagens passam. Aliás, vale mencionar quão bom é o desenvolvimento dos personagens, principalmente de Louis Bloom, Rick e da diretora de jornalismo. Os três começaram o filme de uma forma, e conforme o filme foi evoluindo, eles se mostraram muito diferentes do que pareciam ser no início. Na minha opinião, o objetivo principal dessa história é o de mostrar quão longe as pessoas podem ir por dinheiro, e como o nosso mundo capitalista estimula o tipo de comportamento protagonizado nesse filme. Além disso, Jake Gyllenhaal, mais uma vez, prova que sabe atuar. Por fim, "O Abutre" é uma agradável surpresa de 2014 e eu me sinto bem contente de tê-la visto no cinema.
Passageiros da Noite
2.7 121Ao longo de minha vida, eu vi vários filmes de terror envolvendo clichês e personagens burros, e, ao menos nesses aspectos, "Shuttle" é o filme-mestre. Quatro atores performam, aqui, alguns dos personagens mais burros dos cinema;
essas vítimas possuíam diversas chances de escapar do psicopata, mas devido ao implausível e exagerado medo que elas demonstraram ter, não foram capazes de se salvar. Esses jovens apenas deixaram o motorista louco fazer o que ele bem entendia, enquanto eles estavam sofrendo e sendo torturados por todo o tempo. Aliás, a atuação de Cameron Goodman não é NADA convincente, considerando que ela nunca demonstrava estar tão amedrontada em momentos em que ela REALMENTE deveria estar. Minha cunhada e eu não conseguíamos parar de reclamar de tanta forçação de barra, como quando as garotas saíram da van e NÃO CORRERAM, por algum motivo aleatório. Além disso, como é possível que o psicopata tenha dirigido por duas ou três horas pela cidade e NINGUÉM tenha aparecido no caminho? Eu digo, quão abandona pode uma cidade ser? Enfim, "Shuttle" tem um roteiro bem pouco convincente, e a única coisa que pode ser relativamente elogiado é o fato de que nenhuma das garotas foi machucada durante o filme, sendo possível de se chegar àquele desfecho-- o que eu não previ em nenhum momento. Fora isso, o filme é apenas péssimo.
Montado na Bala
2.9 103"Montado na Bala" é mais um surpreendente trabalho de Stephen King que vai às telas e impressiona o público. Nessa história, temos um homem que possivelmente sofre de um severo transtorno psiquiátrico. Dito isso, torna-se fácil de se presumir as alucinações que ele apresenta todo o tempo. As atuações nesse filme são ótimas, com destaque para David Arquette, quem provou ser capaz de retratar algo diferente de um inábil policial. Seu personagem aqui é até interessante-- e bem assustador. De fato, cada personagem desse filme é assustador de sua própria maneira. Além disso, direção e edição são criativas, às vezes utilizando repetições e slow motion para intensificar a atmosfera da cena. O roteiro, apesar de ser um pouco louco demais por alguns momentos, prova ser inteligente quando menciona Freud e o famoso ato falho. Contudo, a melhor coisa desse filme é o final, em que temos uma bela reflexão sobre o passado, o futuro... e a vida! Você só há de ser um pouco paciente e esforçado para entender essa obra-- e apreciá-la!
O Sonho de Cassandra
3.4 232 Assista AgoraEu tinha recentemente conversado com uma amiga a respeito de quanto gostamos de "Vicky Cristina Barcelona", e lembro-me de ela ter definido o filme como 'uma explosão de sentimentos'. Eu instantaneamente concordei com ela, e ao assistir "O Sonho de Cassandra", isso foi tudo que veio à minha mente: uma explosão de sentimentos.
McGregor e Farrell profissionalmente retratam dois irmãos que cometem um assassinato no intuito de ajudar seu tio, e devido à essa intensa emoção, um deles começa a apresentar problemas psiquiátricos.
Gattaca, uma Experiência Genética
3.9 649 Assista AgoraApesar de eu não ser muito fã de ficções científicas, devo admitir que "Gattaca" é um filme que realmente prendeu minha atenção. Desde o começo, o roteiro prova ser instigante, devido às curiosas vidas de Anton e, claro, de Vincent. A história é capaz de fazer o espectador refletir sobre questões como imortalidade, tecnologia, sentimentos e vida no futuro; muito do que os criadores de "Gattaca" fazem pode ser relacionado com o desiderato utópico de viver eternamente. Vincent Freeman é um ótimo personagem que tenta sobreviver numa firma em que os funcionários foram 'criados' cientificamente, enquanto ele é apenas um cara normal, com problemas de coração. O elenco é extremamente profissional, com destaque para Ethan Hawke e Jude Law. Há cenas recheadas de suspense, como quando Jude Law sobe as escadas. Na minha opinião, "Gattaca" é um dos melhores filmes de ficção científica feitos nos anos 90, sendo superior inclusive à filmes modernos lançados em 2013, como "Gravidade". Parabéns ao time!
Amor à Queima-Roupa
3.9 362 Assista Agora"Amor à Queima-Roupa" é um filme sobre o qual as pessoas geralmente falam bem, e semana passada eu pude finalmente vê-lo eu mesmo e descobrir por que ele é tão bem reconhecido. A primeira cena já revela qual é a principal qualidade do filme: o elenco. Os atores envolvidos nesse projeto são bem profissionais, de modo que uma cena normal, rotineira, se torna deveras envolvente. Christian Slater e Patricia Arquette performam um casal que é supostamente o vilão da história, mas devido ao seu inexplicável poder de cativação, os personagens tornam-se as estrelas do filme. Apesar de eles fazerem coisas terríveis durante a história, toda vez que eles aparentam estar em perigo-- ou toda vez que eles estão sendo espancados--, eu me senti extremamente agoniado-- e triste por eles. Além disso, esse filme possui uma ÓTIMA trilha sonora, a qual às vezes deixa o personagem mudo sem atrapalhar o ritmo do longa-- o que é super-raro. O único motivo para eu não dar 5 estrelas para esse filme é o excesso de violência protagonizado; às vezes eu acho que Tarantino poderia ter sido um pouco mais calmo nesse romance, mas ainda assim, "Amor à Queima-Roupa" é um de seus memoráveis trabalhos.
Minha Mãe é Uma Peça: O Filme
3.7 2,6K Assista AgoraSendo um acompanhador dos trabalhos de Paulo Gustavo, sinto-me com o direito de dizer que este filme parece ser um grande episódio de "220 Volts", com o ator principal performando sua própria mãe em cenas supostamente ficcionais. A atuação de Paulo Gustavo aqui é fantástica, tornando-se difícil de notar que a mãe é na verdade caracterizada por um homem. Ele trouxe tanta vida à personagem de Dona Hermínia que ficou difícil de não acreditar nela e não a relacionar com sua própria mãe. Há algumas boas situações criadas pelos roteiristas, tal como a questão da sexualidade de Juliano durante sua vida; apesar de ser bem evidente que ele era homossexual desde criança, a mãe sempre deu um jeito de "não ver", o que trouxe certa ironia às cenas relacionadas. Contudo, como muita gente disse aqui e no IMDb, essa não é uma comédia que fará uma mudança em sua vida, mas que certamente se trata de um trabalho original, capaz de entreter o mais variado tipo de público.
Pare, Senão Mamãe Atira!
2.6 229 Assista AgoraFilme divertido que retrata bem o espírito superprotetor das mães em relação aos filhos, demonstrado de uma forma intencionalmente caricaturada. As cenas são divertidas por estarem embasadas em situações constrangedoras, graças à um roteiro despretencioso e direto ao ponto. As atuações são regulares, com exceção de Estelle Getty, que performou a aventureira idosa, mãe do Stallone, em grande estilo. Um bom filme para ser assistido sem maiores expectativas.
Mórbido Silêncio
2.8 55Considerando que os filmes de terror que estão saindo este ano são TODOS envolvendo exorcismo e coisas relativas à possessão-- que aliás, estão extremamente saturadas--, eu achei que assistir um terror dos anos noventa seria uma boa ideia. Poderia ser, se não fosse 11 horas da noite no meu silencioso bairro. "Strangeland" é realmente um filme bem estranho, o que pode ser notado, desde o começo, pela estranha direção que às vezes foca até nos pés dos personagens. Além disso, eu não fazia ideia que nos anos noventa as pessoas tinham computadores (e internet) capazes de transmitir áudio e vídeo instantaneamente. O filme como um todo é bem sombrio, com cenas de mutilação, tortura e toda loucura que você pode imaginar. Infelizmente, existem vários furos no roteiro, tais como:
Se Smallwood era tão depressivo e pessimista com a vida, por que ele nunca cogitou cometer suicídio? Ainda, como Mike encontrou a 'casa do terror', sendo que a única coisa audível no notebook era um latido de cachorro? Por que ele estava parado exatamente na frente da casa do Smallwood? Além disso, como que um policial na ativa é espancado por um insano que passou confinado num hospital psiquiátrico por quatro anos?
Pânico em Alto Mar
2.5 310 Assista AgoraConsiderando que este filme seria supostamente uma continuação de "Mar Aberto", eu achei que seria tipo um remake, mas com piores diálogos e atores. Contudo, "Pânico em Alto Mar" acabou sendo algo muito melhor do que eu esperava. As atuações, por exemplo, são bem profissionais, com performances convincentes de todo o elenco; eles realmente foram capazes de trazer vida aos coitados dos personagens. O início do roteiro pode levar o espectador a acreditar que se trata de mais um forçado filme adolescente, mas as situações se mostram, de alguma forma, originais e inteligentes. "Pânico em Alto Mar" é difícil ser assistido, devido à agonia causada no espectador, como consequência das terríveis situações que os personagens enfrentam. O único ponto que não gostei foram os desnecessários cortes feitos em algumas cenas, como a da conversa no quarto, em que uma cena de trinta segundos precisou de 3 ou 4 cortes, o que demonstra certa inabilidade por parte do diretor (ou do elenco?). Contudo, o filme como um todo é respeitável, misturando drama e terror psicológico por todo o tempo e entretendo o público.
Preciso Ser Pai
2.7 59 Assista AgoraJonah é um cara relativamente envergonhado que descobre ter câncer no testículo, o que o dá apenas três semanas para encontrar alguém para engravidar. Dito isso, é fácil imaginar os problemas que ele enfrenta tentando encontrar uma mãe para seu filho. O roteiro é bom por ter uma ideia original e alguns momentos constrangedores, que são o que torna o filme engraçado. Destaque para a cena do casal lésbico e para as cenas envolvendo a 'cegueira' de Gus, o ingênuo housemate. Há momentos sensuais no filme, portanto é recomendável assistí-lo sozinho (ou muito bem acompanhado). O final não é nada memoroso, como o filme também não o é, mas a história em si é divertida e eu a recomendo para quem se interessa pelo assunto.
Philomena
4.0 925 Assista Agora"Philomena" é um filme que tem sido bem falado desde seu lançamento, mas por algum motivo, permanece sendo um filme relativamente pouco conhecido. Philomena é uma senhora que perdeu seu filho (Anthony) para as irmãs que viveram no internato em que ela cresceu. Agora que um escritor aparece em cena, Philomena aceita ir até os Estados Unidos para descobrir alguma pista de onde seu filho pode estar atualmente. O personagem da Philomena dá a impressão de ser alienado e ingênuo-- e de fato ele pode até ser--, mas suas decisões no decorrer da história são bem racionais, surpreendendo o espectador o tempo todo. A direção de fotografia é maravilhosa, lembrando-me de "O Escritor Fantasma"; até as histórias são, de algum modo, similar. As atuações me convenceram de sua qualidade na cena do aeroporto, em que tanto Coogan quanto Dench tiveram que ser muito cuidadosos para não olhara para a câmera. O ápice da história ocorre quando Philomena entra na casa de Pete, e não darei nenhum spoiler sobre a cena. A lição de moral que o escritor dá às irmãs do convento é um grande momento em um grande filme que é "Philomena". Em resumo, esse é um ótimo filme cheio de bons momentos e com um twist criativo, considerando a vida de Anthony e seus desejos.
Quando um Homem Ama uma Mulher
3.6 219 Assista Agora"Quando um Homem Ama uma Mulher" é um filme feito com simplicidade que conta a história de uma mulher que descobre ser alcoólatra, e sua família dá o melhor de si para ajudá-la. Contudo, como é possível prever, especialmente em um drama, as coisas não seguem na direção certa com facilidade, de modo que há vários problemas para serem resolvidos durante a história. Eu admito que, por um momento, senti que não gostaria do filme, principalmente pela personagem antipática que é Alice; em algumas cenas, eu só queria que o personagem do Andy Garcia deixasse-a e encontrasse uma nova mulher. Michael parecia muito paciente para Alice. Entretanto, é disso que os bons dramas são feitos: dúvida. Se ela fosse perfeita e fácil de se lidar, não haveria momentos tão tensos como os aqui encenados. No mais, as crianças que retratam as filhas são extremamente carinhosas, motivo pelo qual trouxeram às personagens a vida que precisavam ter, e é isto que deixou a história ainda mais intensa. Em resumo, esse é outro grande filme dos anos noventa!
Experimentando a Vida
3.4 30O filme é centrado no relacionamento entre um homem e sua irmã que possui autismo. Durante o enredo, a irmã (Molly) parece melhorar seu problema após ser submetida à uma cirurgia-- apesar de eu estar certo de que estudantes de medicina e médicos em geral não acreditarão em tal possibilidade de cura. O clímax da história é alcançado quando
Molly descobre que o problema está voltando, e que em poucos dias ela voltará a ser autista
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista Agora"O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro" quase correspondeu por completo às minhas expectativas. A primeira hora de filme é extremamente envolvente, contendo várias cenas de ação, drama e até comédia, cada uma de seu jeito peculiar. A cena em que nosso herói abaixa as calças de um criminoso é muito espontânea, motivo pelo qual me peguei rindo sozinho na sala. A relação entre Peter Parker e Harry Osborn é tão boa quanto eu imaginava; eles jogam aquele clássico jogo em que inicialmente eles parecem se gostar, mas, em outros momentos, parecem inimigos. Foi exatamente o que aconteceu na trilogia antiga, e aqui se perpetuou. Os efeitos especiais e a direção de fotografia são fantásticos. A atuação de Emma Stone é ótima, e é possível perceber a confiança que o diretor tem nela ao atribui-la todas as falas emotivas que o filme possui. Fora isso, eu até que concordo com aqueles que reclamaram do roteiro, que parece ter sido elaborado às pressas em alguns momentos, mas não creio que isso tenha estragado as tantas qualidades do filme. Este filme, apesar de não superar o seu antecessor, é um trabalho que respeito e recomendo a todos que gostam do super-herói.