Últimas opiniões enviadas
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Kairo
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O cinema de Dário Argento é tão
sublime. Praticamente todas as obras que vi, tenho a mesma sensação de sentir o coração parar por um instante e voltar a bater...
"4 mosche do velluto Grigio" é um misto eloquente de angústia, medo, vingança e tensão.
Quase sempre lidar com o desconhecido pode parecer amedrontador, no entanto com os mais próximos, penso que seja bem mais aterrador.
Cenas magníficas!!
O medo nos sufoca, nos deixa emparedado como na cena do "labirinto". Ele nos ausenta do presente, você sempre está em fuga, e mesmo em seus sonhos, você não descansa.
A culpa e a paranóia, muitas vezes andam juntas.
A sacada do colar é a genialidade no ponto máximo que ligação extraordinária.
"O quanto é difícil se aproximar ou entender uma mente excêntrica".
Adoro Dario, na minha opinião ele nunca erra!
Cada obra deixa marcas aqui.
Eu o tenho como um dos melhores diretores de todos os tempos.
Últimos recados
- Nenhum recado para Rê Miyu.
Kairo é angústia e introspecção.
O filme, conversa com os nossos fantasmas internos do começo ao fim. Uma das atmosferas mais densas que vi nos últimos tempo. Possui uma fotografia melancólica e sombria. E traz à tona estranheza e isolamento, é sim uma obra sufocante!
Absolutamente a depressão e consequentemente o suicídio, são amarrados pela premissa dos fantasmas... Muitas passagens brilhantes, como a primeira cena, onde quem assiste pode realizar algumas inferências, a partir da sombra de Taguchi, atrás da cortina que posicionado de modo a provocar uma gama de interpretações, uma delas ao meu ver e de (modo metafórico), nos induz a pensar que o indivíduo que comete o ato de suicídio, "já está morto", pois é um sujeito que vaga em descompasso com a vida social. Outro ponto interessante, é que tanto a tecnologia como o sobrenatural vinculados, funcionaram de forma espantosa nesse filme. Assim levo em consideração que ao longo das cenas, as personagens parecem caminhar para dentro de um espiral de profundo desespero e tristeza.Os diversos momentos de pavor com as sombras, são pontes de acessos para desenrolar profundas reflexões, sobre questões existenciais. Que promovem uma discussão sem fim, como: a vida, a morte, o medo e a solidão. Todas essas, são deliberadamente recorrentes.
Além disso um aspecto marcante, foi quando passei a levantar a hipótese das sombras serem os fantasmas internos que cada um de nós carrega e que derivam de situações extremas ou de traumas permanentes, que muitas vezes não conseguimos resolver ou mesmo não suportamos. E assim, por inúmeras razões de caráter emocional são materializados no mundo externo, passando assim a nos assombrar diariamente, causando sofrimento de modo não somente mental como físico.
Algumas vezes também, questionei o que pode ser o quarto proibido? Seria uma espécie de gatilho em nossa mente no qual não deveríamos acionar quando estamos vulneráveis ou mesmo acometidos pelo medo, ou com sentimentos de fracasso, ou seja quando estamos nas sombras?
Todos os detalhes são incríveis, as ruas por um exemplo nunca estão povoadas, nem os coletivos, dando assim um contraste com a mente cheia e (perturbada) dos personagens.
Os "fantasmas" no filme não amedrontaram tanto comparado a angústia que senti, a mensagem que o filme busca expor é muito mais sombria.
Para retratar um tema de depressão e suicídio o diretor, buscou no terror mostrar a real do isolamento, esse de todas as esferas.
Na reta final, um avião tudo indica ser norte americano destrói parte de um edifício, remetendo ao momento mais sombrio que o Japão já passou com o ataque da bomba atômica, mas isso é apenas uma suposição.
No mais estou ainda perdida.