Não conseguia entender muito bem como as pessoas podiam gostar dessa série. Antes de começar a assistir, nada nela me chamava a atenção. Não tinha assistido nenhum trailer interessante, e o clima de mistério da trama não me pegava, me parecia mais uma história rasa que tentava se passar por algo maior do que realmente é. Sem contar que não me descia uma história sobre um hacker. Como desenvolveriam isso? Imaginei logo uma série parada, onde os dramas pessoais seriam mais importantes do que a trama em si. Não poderia estar mais enganado.
Após assistir a uma primeira temporada quase perfeita, onde cada peça da trama foi se encaixando perfeitamente até o final, e o roteiro foi nos enganando episódio a episódio, nos fazendo ter a falsa impressão de que estávamos entendendo a trama para nos últimos três episódios nos fazer repensar tudo o que tínhamos assistido desde o primeiro episódio, me deparo com uma segunda temporada que consegue evoluir em todos os quesitos da primeira.
Todos os pontos que ficavam implícitos na primeira temporada vão se mostrando cada vez mais ameaçadores aos personagens. Se antes tínhamos Elliot imaginando uma suposta perseguição contra ele, aqui o clima de mistério é elevado a níveis quase insuportáveis, com praticamente todos os personagens ficando expostos a alguma ameaça. E enquanto esse clima de mistério e paranoia vai aumentando a cada episódio, temos ainda algumas cenas mais explosivas, como tiroteios muito bem filmados e totalmente coerentes com a trama, coisa que faltou um pouco na primeira temporada.
Todas as atuações continuam em alto nível, com o destaque óbvio sendo o ator que interpreta Elliot. Incrível como ele consegue entrar no personagem totalmente, mantendo um olhar vidrado e esbugalhado a todo momento, expondo muito bem o fato de que ele quase nunca consegue diferenciar a realidade daquilo que a mente dele cria ao redor dele.
Mas o grande destaque da série continua sendo o roteiro e seu desenvolvimento. Talvez o fato de ser praticamente escrita por uma pessoa só, o criador da série, garanta essa coesão. E novamente ele consegue nos enganar da mesma forma que fez na primeira temporada, nos fazendo cair no mesmo truque de nos fazer aos poucos acreditar que estamos entendendo a trama (os primeiros episódios levam Elliot por um caminho que parece meio desconexo, por uma trama que parece não ter muito a ver com o resto da história) somente para nos acordar com um soco, mostrando como as pistas estavam lá o tempo todo e nós não vimos. Sem falar como ainda vemos aqui algumas cenas da primeira temporada por outra perspectiva, o que nos faz repensar certos pontos da trama que tínhamos como certos e já entendidos.
Além de tudo isso, o roteiro ainda é corajoso ao em certo episódio deixar Elliot de lado, seu personagem mais interessante, não o mostrando em momento algum, para desta forma poder desenvolver melhor os personagens secundários da trama. Outra estratégia sensacional, que contribuiu para o clima de mistério e paranoia da trama, foi o tratamento dado ao personagem Tyrell.
Seu sumiço, tratado desde o último episódio da primeira temporada, tem um peso imenso nesta, principalmente para Elliot, e seu retorno é muito bem pensado pelo trama, fazendo Elliot (e nós) duvidar a todo momento se ele realmente está vivo ou se é somente mais uma criação da mente de Elliot.
Como em qualquer das obras produzidas pelo Netflix nos últimos tempos, a qualidade técnica desta série está muito acima da média. Isso nem é algo que se comenta mais ao se falar sobre séries e filmes do Netflix, já que acabou sendo o minimo que se espera do serviço.
Luke Cage era um personagem semi-desconhecido para mim. Achei interessante a proposta da série, de apostar em um personagem que as pessoas não estão acostumadas, já que mesmo que você não leia quadrinhos, pelo menos conhece os personagens mais famosos, que compõem a "linha de frente" da Marvel. Luke Cage era só um nome que eu já tinha ouvido falar, e sua importância como primeiro grande herói negro, pelo menos ao meu ver, era algo meio perdido no tempo e na infinidade de sagas eternas e reboots das hq's.
Desta forma, a série veio em um ótimo momento, conseguindo resgatar muito bem a importância icônica do personagem, em um momento em que a discussão sobre a violência contra o povo negro nos bairros pobres dos Estados Unidos está a tona depois de inúmeros episódios de violência policial. Nada mais marcante que um negro a prova de balas, que protege seu bairro e população acima de tudo, sem pedir nada em troca e aceitando qualquer sofrimento que isso implique.
A personalidade do personagem é muito bem construída pela série, contando principalmente com a ajuda do ator para isso. Extremamente carismático, o ator escolhido para viver o personagem o faz com uma segurança de quem parece entender as questões mais profundas acerca dele, e não somente o superficial de um homem extremamente forte e invulnerável.
Mas nesta construção de personalidade que está a questão que mais me incomodou na série. Com o anúncio da série e os trailers, fiquei tão interessado pelo personagem que comecei a pesquisar um pouco sobre ele, tentando entender sua importância para os quadrinhos. Achei interessante a forma como o personagem foi apresentado ao público logo em suas primeiras histórias. Luke Cage, um herói do gueto, nos quadrinhos é retratado como um herói de aluguel, que recebe dinheiro para proteger pessoas, e dessa forma consegue seu sustento. Utilizando um pouco mais de violência e com atitudes mais sacanas, achei o Luke Cage herói de aluguel dos quadrinhos mais interessante que o da série, com sua moral senso de justiça acima de tudo. Em certos momentos da série o roteiro chega a evocar essa origem do personagem, com pessoas oferecendo dinheiro ou tentando contratá-lo como "segurança", mas ele sempre recusa. Claro, são mídias e épocas totalmente diferentes, e esse Cage sacana provavelmente não cairia bem aos olhos do grande público. Sua retratação como um herói negro renegado, quase perfeito, vem a calhar no momento.
Outro ponto que me incomodou, e isso é quase um pecado em uma série sobre um herói, são as poucas lutas e cenas de ação. Além de sofrer um pouco com o ritmo da série, que talvez se tivesse um 3 episódios a menos seria um pouco mais dinâmica, temos poucas lutas durante os episódios, sem contar o fato de que durante a série inteira Cage não tem um vilão a sua altura.
Se não fosse sua moral, os problemas de Cage poderiam ser resolvidos rapidinho, pois nem Cornell nem Kid Cascavel, e o mundo de capangas seriam páreo para um Cage enfurecido ou disposto a jogar um pouco sujo. Mas deve ser comentado também a coragem da série em construir um "suposto" vilão durante sua primeira metade (Cornell), para tirá-lo de cena de forma totalmente inesperada, introduzindo outro vilão (Kid Cascavel) e, num pano de fundo, construindo a personalidade de outro aos poucos (Mariah).
Apesar de qualquer defeito que a série possa ter, ela acaba sendo divertida de se assistir, além de introduzir muito bem a atmosfera do Harlem ao espectador, e te colocar dentro da história tanto pelo roteiro quanto pelo uso preciso da trilha sonora. Homenageando toda uma cultura negra centenária e importantíssima pra sociedade americana, essa série abre caminho para que em suas próximas temporadas Luke Cage tenha muito mais a oferecer como série de herói.
É claro que essa série está um nível acima de muita coisa que é produzida hoje em dia. Em questão de produção, construção de personagens, e principalmente de atuação, vemos uma obra que se preocupa com todo e qualquer detalhe, nos mergulhando fundo na Colômbia decadente do final dos anos 80, mas ao mesmo tempo transformando aquele cenário em algo quase mágico aos nossos olhos, de certa forma se utilizando até do tal "realismo mágico" que é citado algumas vezes na série.
E a série consegue nos ganhar de tal forma ao ponto de torcermos para que Pablo não morra no final, apesar de isso ser inevitável. E não torcemos por isso por termos simpatia por ele (apesar de a série, principalmente nesta temporada, ter romantizado bastante a relação dele com sua familia, tentando transformá-lo numa figura menos detestável, talvez até para que sentíssemos algo com sua morte, talvez) mas sim pois isso representa uma interrogação quanto ao destino da série. Em sua primeira temporada, Pablo e sua ascensão eram o que nos faziam assistir aos episódios, tentando entender como aquela figura conseguiu em tal patamar de poder. A partir desta segunda temporada, desde o começo vemos um Pablo decadente, com sua história sendo um fio muito tênue, incapaz de manter o interesse totalmente aceso durante todos os episódios. Não a toa a introdução do Cartel de Cali acaba salvando a série, pois seria impossível manter o foco somente em Escobar novamente. Não havia história suficiente para isso.
Mas agora, com sua morte e a série claramente estabelecendo Cali como o inimigo a ser batido, fico sem conseguir imaginar como farão para manter o interesse do público (ou pelo menos o meu). Não temos mais uma figura emblemática como Escobar, e sim figuras praticamente desconhecidas do imaginário popular. Esperemos, e torçamos para que o nível se mantenha.
Além de qualquer dúvida quanto ao destino da série, nesta temporada tivemos mais um show de Wagner Moura, explorando de forma perfeita a situação de Escobar para entregar uma atuação sensacional. Enquanto vemos todos os pilares de seu império sendo derrubado, Moura é capaz de invocar em sua atuação alguém que a todo momento parece ser dono da situação, justificando toda a lealdade que Escobar inspirava em seus sicários, mesmo nos momentos mais complicados.
A qualidade das produções da Netflix, de uns tempos para cá, é inquestionável. Seja nos filmes originais ou nas séries, o serviço tem se mostrado muito mais efetivo e cuidadoso com suas obras do que muito canal de televisão e companhias de cinema. E esta obra exemplifica isso. Durante todos seus episódios acompanhamos de forma primorosa toda a guerra por poder da familia Iglesias, contando com uma narrativa e um nível de produção totalmente imersivo, nos fazendo sentir quase como se estivéssemos assistindo a um documentário sobre o mundo do futebol.
Desde a atuação até o desenvolvimento da história, tudo é muito bem feito, e não consegui não ter um certo grau de inveja de uma produção que retrata tão bem o futebol. Todos os esquemas retratados, as armações e a dinamica dos jogadores nos fazem pensar "Isso poderia ter sido produzido no Brasil". Infelizmente, parece que teremos que esperar muito mais para ter uma obra desse nível sobre futebol.
Mas claro que o futebol em si e o time dos Cuervos são somente instrumentos do roteiro para que acompanhemos a guerra de egos dos personagens da série. Chava e Isabel exemplificam muito bem uma dinâmica conflituosa, ele sendo mais carismático mas fraco, ela mais forte mas inflexível e sem a simpatia dos outros. Sem perceber, de certa forma os dois se completam, não sendo a toa que a possibilidade de os dois compartilharem a presidência do clube é levantada várias vezes na série, não sendo isso possível devido ao ego inflado de cada um. A série consegue explorar esse conflito muito bem durante os episódios, o costurando através de todo o universo fascinante que cerca uma equipe de futebol.
Essa série merece todos os créditos possíveis, sendo uma ótima comédia em certos momentos, ao mesmo tempo que nos emociona e no deixa tensos, tentando imaginar qual dos dois conquistará a presidência definitiva. Além de conseguir nos fazer até torcer pelos Cuervos em certos momentos, e isso sim é um mérito inquestionável.
Não que eu já não esperasse algo bom. Mas o que foi apresentado nessa série transcende qualquer expectativa que eu pudesse ter. Sua qualidade de produção, roteiro e atuação a colocam como uma das melhores obras que eu já assisti.
Sendo bastante fiel aos acontecimentos da vida deste criminoso que praticamente mandava na Colômbia, a série é bem sucedida ao criar um monstro que ao mesmo tempo que se mostra um ser-humano cruel com seus inimigos (e com inocentes), também consegue cativar o público de certa forma graças as suas ações com sua família, e sua inteligência demonstrada (e claro, pela atuação magnifica de Wagner Moura). Além, disso, praticamente todos os outros personagens conseguem pelo menos alguns minutos de destaque durante os episódios, marcando vários deles na memória, tornando a série não somente uma "biografia" de Pablo Escobar, mas sim um panorama completo sobre tudo e todos que o envolviam.
Wagner Moura, mais uma vez, se mostra um ator fora do comum. Sua composição de Pablo Escobar é sensacional, e mesmo seu sotaque soando estranho em certo momentos, isso em nada atrapalha a imersão que sua figura nos faz ter naquele universo.
Além de atuações sensacionais, a série ainda conta com um nível de produção cinematográfico. As cenas de ação são muito bem feitas, com destaque para
a sequência onde "O Mexicano" é perseguido e morto junto com seu filho.
A cena inteira é frenética, terminando num clímax que te faz perceber que estava segurando o folego desde o começo da cena.
Ao pensar sobre a série, somente consigo encontrar elogios a fazer. No máximo, como demérito, posso dizer que o desenvolvimento final da série me deixou um pouco preocupado com seu futuro. Não sabia que a série seria contínua, pensava que seria uma minissérie que terminaria com a morte de Escobar. Agora, ao final dessa temporada, no ponto em que ela termina, fico imaginando como farão para desenvolver a história a partir daí. Não que não confie nos produtores da série, pois já se mostraram extremamente capazes nessa primeira temporada. Só espero que consigam desenvolver o material da segunda temporada de forma que a série não fique arrastada até o grande clímax (que acredito ser a morte de Escobar), já que do ponto em que termina a primeira temporada, acredito ser "um caminho reto" até esse clímax.
Ao chegar pela segunda vez ao final desta série, novamente não consigo pensar em algo produzido para televisão que seja mais importante que The Wire.
Criando uma obra única, onde todas as temporadas são conduzidas como se fossem uma só, e acontecimentos e personagens somente mencionados ainda na primeira temporada, ou que pareceriam sem importância em temporadas passadas vão crescendo a cada episódio, David Simon faz não somente uma série de entretenimento, mas um verdadeiro estudo de uma parte da sociedade, estudo esse que pode ser aplicado a qualquer realidade. Essa série poderia se passar em qualquer cidade grande do mundo, e suas indagações, questões, problemas e soluções apresentadas continuariam sendo as mesmas.
Acompanhamos desde a primeira temporada uma gama de personagens inesquecíveis, que crescem a cada episódio. Inaugurando na HBO já uma técnica de roteiro onde várias histórias de vários núcleos diferentes são apresentadas, fazendo com que núcleos tão distantes um do outros acabem sendo influenciados pelas ações desses personagens, nem que de forma sutil, não acho exagero dizer que se não fosse por The Wire séries como Game of Thrones teriam grande dificuldade em serem roteirizadas.
E mesmo contando com recursos limitadíssimos, The Wire nunca deixou de apresentar cenas impressionantes, fazendo dessa limitação um trunfo e um estilo de filmagem. Não temos grandes perseguições, mas temos tiros realistas. Não temos cenas de ação em câmera lenta, mas temos cenas de extrema tensão, onde a atuação dos personagens faz a diferença. The Wire, apesar de tudo, merece todos os aplausos por seus méritos técnicos, soando realista até demais, sendo essa umas das maiores causas de seus baixos índices de audiência.
Falando nos personagens e nos atores, não há como destacar alguém, pois não há um único personagem que não fique na memória de quem assiste essa série. Contando com vários atores desconhecidos, sendo que alguns nunca tinham atuado na vida, como vários dos jovens do núcleo escolar da 4ª temporada, mesmo aqueles que só aparecerem na primeira temporada conseguiram marcar sua presença na série, como Wallace por exemplo. Mesmo chegando na última temporada você ainda lembra daqueles personagens, muito por causa da repetição de suas histórias. Como uma das maiores lições de The Wire, aquelas histórias são cíclicas, por mais que aqueles jovens lutem contra aquela realidade, eles acabam se afundando mais nela.
Mas, acima de qualquer coisa, acredito que a importância de The Wire está em sua coragem de criar uma história sobre um problema sério, que é o combate as drogas, mas entender a realidade em que se passa. Como todas as sequências musicais que fecham as temporadas mostram, nada muda, por mais que você lute contra. O próprio personagem Carver, que é um dos que mais cresce durante a série, fala na primeira temporada, que a guerra contra as drogas é impossível de ser vencida. Talvez por isso ele seja um dos que mais se envolve quando o Major Colvin, na 3ª temporada, encontra uma forma diferente e, aparentemente efetiva, de lidar com o problema. Mas, novamente entendo sua realidade, a série mostra como a burocracia, a falta de coragem, e a própria hipocrisia da política e da sociedade como um todo não permitem que esse problema seja combatido.
The Wire não é somente um produto de entretenimento. Diverte sim, como qualquer série boa, mas acima de tudo nos dá uma visão de algo que achamos que está longe de nossa realidade, mas é só passar pelas esquinas de qualquer cidade grande do Brasil que pensaremos por um momento que estamos passando por West Baltimore.
Gosto do trabalho dos irmãos Coen, mas nunca fui muito fã do filme que originou esta série. E, depois de assistir essa série, posso dizer que ela evolui todos os aspectos do filme, tornando-se algo maior e muito mais interessante. Desde o tom, a comédia de erros envolvida na história extremamente trágica, onde tudo se encaixa perfeitamente para criar um suspense que te mantém preso até o último episódio, passando pelas atuações sensacionais, sendo Martin Freeman o grande destaque, com um personagem que vai revelando cada faceta de sua personalidade a cada episódio,
até se afundar até o pescoço nos seus crimes e nos crimes cometidos pelo personagem do Billy Bob Thornton, em outra atuação magistral.
Essa série com certeza merece ser vista, tanto por quem é fã do filme original, quanto por quem só quer passar dez episódios ficando cada vez mais ansioso para ver como essa história vai acabar!
É incrivel como o final foi tão óbvio, e por isso genial. Gostei do fato de a série não ter tentado surpreender a toa, com uma trama absurda no último episódio. Aconteceu exatamente aquilo que todos esperavam, e por isso acho que foi tão bom. Com certeza, uma série para ficar na história.
Não esperava uma obra tão profunda sobre o tema. Com pouco tempo para contar uma história que se estende por décadas, e com tantos personagens, a série consegue nos dar uma visão geral de toda a trajetória de Saddam, conseguindo tempo ainda para focar em vários personagens secundários, como os filhos ou os generais de seu exército, sendo bem completa nesse sentido.
Com uma grande qualidade técnica, a série passa pelas diferentes épocas do Iraque sem soar falsa, ou dar a impressão de que está sendo feita em estúdio. Conseguimos sentir o Iraque, tanto a parte rica quanto a parte miserável. E as atuações são sensacionais, com destaque óbvio para o ator que faz o próprio Saddam, e para o ator que faz o seu filho mais velho, Uday, que consegue transformá-lo não em um simples vilão, ou alguém somente desprezível, mas em um personagem complexo, violento e sádico, mas interessante ao mesmo tempo.
Sem cair na armadilha óbvia de se tornar maniqueísta ou tendenciosa, ou fazer grandes julgamentos de seus personagens, a série não se torna algo chato, propagandista da "vitória" americana. Simplesmente acompanhamos uma história interessante, com personagens complexos e não vilões do mundo real.
Se a série tem algum demérito, é deixar alguns poucos personagens de lado durante a história, não mostrando o que acontece com eles no futuro, e principalmente não se aprofundar um pouco mais no julgamento de Saddam, que também é uma parte interessantíssima da história. Mas isso não desmerece de forma alguma a série, que com certeza é uma das melhores obras já feitas sobre o tema.
Série muito boa, muito bem produzida, mas acho que pode evoluir muito. Espero que certos detalhes, principalmente na evolução e relação dos personagens, sejam melhor desenvolvidos na segunda temporada. Mas mesmo assim vale muito a pena assistir a essa série.
Ainda não terminei de assistir essa temporada, mas com certeza já digo que é a melhor de todas, só por causa do episódio do cocõ. Nunca ri tanto assistindo uma série de comédia. Por quê?
Porquê como é dito no próprio episódio, "Cocô é engraçado!"
É incrível como a qualidade aumenta da primeira para a segunda temporada. Ainda mais com o personagem do Danny DeVito, que faz toda a diferença.
Enquanto a primeira temporada tinha vários pontos fracos, essa praticamente não tem nenhum episódio sem graça, e eles conseguem fazer piadas com praticamente qualquer tema sem ser forçado. De dependencia em drogas e pessoas deficientes, aos judeus, negros, brancos, relações entre irmãos, pais e filhos, religião, política, economia, américa... Nada é perdoado nessa série.
Várias séries clamam que seu diferencial é ser politicamente incorreta, mas a maioria são de um nível de politicamente incorreto que só surpreende adolescentes e pessoas sem nenhum senso critico que só entendem as piadas quando elas fazem referências a cultura pop. Essa é provavelmente a série mais politicamente incorreta da atualidade, ao ponto de chegar a incomodar em certos momentos, mas é impossível não rir das incoerências desses personagens.
Incrível como uma série em que todos os personagens principais são pessoas horríveis, que só pensam em se dar bem em cima dos outros, consegue nos fazer ter um interesse tão grande por esses personagens. Valeu muito a pena não ter parado na fraca primeira temporada, e espero que as seguintes consigam manter o nível de insanidade presente nessa ótima segunda temporada!
Apesar de ter deixado certos plots se perderem, como o plot envolvendo o Nelson, essa temporada conseguiu ser ainda melhor que a segunda, e mostra que essa série vem numa crescente muito boa desde sua primeira temporada, ao contrário do que muitos sited de "critica" especializadas em séries dizem por aí.
Steve Buscemi continua dominando a série como Nucky, mas personagens que antes só rodeavam a história, como Al Capone, Charles Luciano, Chalky White, Rothstein e principalmente Richard, entre outros, e vários outros tiveram chance de mostrar seu valor para a narrativa. A dinâmica da relação entre Nucky e o Eli, mostrando como o irmão mais novo, apesar de tudo, praticamente idolatra o Nucky, caindo novamente naquela vida, é muito interessante. e o vilão Gyp Rosetti foi muito bem construído pelo roteiro, lembrando muitas vezes o Tommy DeVitto do's Bons Companheiros. Sem a carga perfeita de humor do Joe Pesci, é claro.
Mas algumas coisas me incomodaram um pouco, como a aproximação de certas características da série com as características da já clássica "The Sopranos". Certas sequências de sonhos do Nucky, claramente inspiradas nas clássicas sequências de sonhos do Tony Soprano, acabaram me incomodando, assim como a transformação do Nucky em um assassino frio. Isso lembra muito o Tony Soprano, o que eu acho que não precisava. Na minha opinião, Nucky Thompson tinha que ser uma figura mais estilo o Robert De Niro no filme "Cassino", sem se envolver diretamente com a violência. Até porque quem conhece a história do verdadeiro Nucky Thompson sabe que ele muito provavelmente nunca matou ninguém, nem ordenou assassinatos. Mas como a série não é totalmente comprometida com a realidade, tá valendo essas mudanças, e apesar de incomodarem, não tiram o brilhantismo da atuação do Steve Buscemi.
Como já dito, a parte da história envolvendo o Nelson acabou não indo a lugar nenhum, assim como a personagem Margaret mais atrapalhou o desenvolvimento da narrativa, do que rendeu boas tramas ou bons episódios. Espero que esses peronagens sejam melhor aproveitados nas próximas temporadas.
Terminando com uma referência clara a "O Poderoso Chefão", não poderia chamar essa temporada de outra coisa que não, ótima. Tem seus problemas, mas seus méritos são muito maiores, e valem a assistida!
Essa temporada é muito mais dramática do que a primeira! Não que não tenha momentos engraçados, mas os episódios dramáticos fazem grande diferença para que essa série seja considerada uma das mehores séries da história!
Reassisti um episódio hoje, e me deu uma saudade dessa época de lost, até a quarta temporada, quando a série ainda era foda; Como a vida era feliz antes de se saber o final de Lost!
Até aqui, na quinta temporada, não consigo considerar a série como a "melhor da história", como muitos dizem, mas támbém não nego suas qualidades, principalmente na construção dos personagens. Mesmo certos personagens sendo meio que esquecidos pela série com o tempo, a construção dos personagens principais faz com que você realmente se importe com eles, e se sinta mal quando você
percebe os problemas mentais do Corrado começando a aparecer, quando você percebe que apesar de todo o seu esforço para não continuar naquela vida, Tony B acaba se afundando nela, e até mesmo quando você é pego de surpresa com o assassinato mais chocante da série: quem diria que a personagem da Adriana, que durante as primeiras temporadas não acrescentou quase nada, iria render o plot principal daquele que é provavelmente o melhor episódio da série inteira!
Apesar de ter gostado muito das temporadas anteriores, acredito que seja aqui que The Sopranos chega ao máximo de seu potencial. Só espero que isso se mantenha durante sua última temporada!
Estranhamente, acabo não me importando muito com as tramas da série, e sim com seus personagens. Não sei se essa é a intenção da série, mas as histórias, principalmente nessa terceira temporada, parecem não ser importantes. A temporada se focou muito mais nos problemas "domésticos" de Tony, e até de alguns outros personagens, sem deselvolver uma grande trama ou alguma coisa do tipo. Isso não é ruim, pois eu pelo menos, como já disse, me importo mais com os personagens do que com as histórias em que eles estão envolvidos. Ao meu ver, essa temporada foi mais fraca que a anterior, mas ainda assim foi muito boa, mas baseado nessas três temporadas, não digo que é a melhor série da história, etc... Acredito que a série ainda vai chegar em seu auge (ou pelo menos espero)!
Uma temporada meio estranha. Apesar de ter grandes momentos, e ótimos episódios, o arco do personagem Rich Aprille acabou sendo meio decepcionante. Talvez o objetivo fosse ser meio irônico, ou até chocante o fato de
Mr. Robot (2ª Temporada)
4.4 518Não conseguia entender muito bem como as pessoas podiam gostar dessa série. Antes de começar a assistir, nada nela me chamava a atenção. Não tinha assistido nenhum trailer interessante, e o clima de mistério da trama não me pegava, me parecia mais uma história rasa que tentava se passar por algo maior do que realmente é. Sem contar que não me descia uma história sobre um hacker. Como desenvolveriam isso? Imaginei logo uma série parada, onde os dramas pessoais seriam mais importantes do que a trama em si. Não poderia estar mais enganado.
Após assistir a uma primeira temporada quase perfeita, onde cada peça da trama foi se encaixando perfeitamente até o final, e o roteiro foi nos enganando episódio a episódio, nos fazendo ter a falsa impressão de que estávamos entendendo a trama para nos últimos três episódios nos fazer repensar tudo o que tínhamos assistido desde o primeiro episódio, me deparo com uma segunda temporada que consegue evoluir em todos os quesitos da primeira.
Todos os pontos que ficavam implícitos na primeira temporada vão se mostrando cada vez mais ameaçadores aos personagens. Se antes tínhamos Elliot imaginando uma suposta perseguição contra ele, aqui o clima de mistério é elevado a níveis quase insuportáveis, com praticamente todos os personagens ficando expostos a alguma ameaça. E enquanto esse clima de mistério e paranoia vai aumentando a cada episódio, temos ainda algumas cenas mais explosivas, como tiroteios muito bem filmados e totalmente coerentes com a trama, coisa que faltou um pouco na primeira temporada.
Todas as atuações continuam em alto nível, com o destaque óbvio sendo o ator que interpreta Elliot. Incrível como ele consegue entrar no personagem totalmente, mantendo um olhar vidrado e esbugalhado a todo momento, expondo muito bem o fato de que ele quase nunca consegue diferenciar a realidade daquilo que a mente dele cria ao redor dele.
Mas o grande destaque da série continua sendo o roteiro e seu desenvolvimento. Talvez o fato de ser praticamente escrita por uma pessoa só, o criador da série, garanta essa coesão. E novamente ele consegue nos enganar da mesma forma que fez na primeira temporada, nos fazendo cair no mesmo truque de nos fazer aos poucos acreditar que estamos entendendo a trama (os primeiros episódios levam Elliot por um caminho que parece meio desconexo, por uma trama que parece não ter muito a ver com o resto da história) somente para nos acordar com um soco, mostrando como as pistas estavam lá o tempo todo e nós não vimos. Sem falar como ainda vemos aqui algumas cenas da primeira temporada por outra perspectiva, o que nos faz repensar certos pontos da trama que tínhamos como certos e já entendidos.
Além de tudo isso, o roteiro ainda é corajoso ao em certo episódio deixar Elliot de lado, seu personagem mais interessante, não o mostrando em momento algum, para desta forma poder desenvolver melhor os personagens secundários da trama. Outra estratégia sensacional, que contribuiu para o clima de mistério e paranoia da trama, foi o tratamento dado ao personagem Tyrell.
Seu sumiço, tratado desde o último episódio da primeira temporada, tem um peso imenso nesta, principalmente para Elliot, e seu retorno é muito bem pensado pelo trama, fazendo Elliot (e nós) duvidar a todo momento se ele realmente está vivo ou se é somente mais uma criação da mente de Elliot.
Mal posso esperar pela terceira temporada.
Luke Cage (1ª Temporada)
3.7 502Como em qualquer das obras produzidas pelo Netflix nos últimos tempos, a qualidade técnica desta série está muito acima da média. Isso nem é algo que se comenta mais ao se falar sobre séries e filmes do Netflix, já que acabou sendo o minimo que se espera do serviço.
Luke Cage era um personagem semi-desconhecido para mim. Achei interessante a proposta da série, de apostar em um personagem que as pessoas não estão acostumadas, já que mesmo que você não leia quadrinhos, pelo menos conhece os personagens mais famosos, que compõem a "linha de frente" da Marvel. Luke Cage era só um nome que eu já tinha ouvido falar, e sua importância como primeiro grande herói negro, pelo menos ao meu ver, era algo meio perdido no tempo e na infinidade de sagas eternas e reboots das hq's.
Desta forma, a série veio em um ótimo momento, conseguindo resgatar muito bem a importância icônica do personagem, em um momento em que a discussão sobre a violência contra o povo negro nos bairros pobres dos Estados Unidos está a tona depois de inúmeros episódios de violência policial. Nada mais marcante que um negro a prova de balas, que protege seu bairro e população acima de tudo, sem pedir nada em troca e aceitando qualquer sofrimento que isso implique.
A personalidade do personagem é muito bem construída pela série, contando principalmente com a ajuda do ator para isso. Extremamente carismático, o ator escolhido para viver o personagem o faz com uma segurança de quem parece entender as questões mais profundas acerca dele, e não somente o superficial de um homem extremamente forte e invulnerável.
Mas nesta construção de personalidade que está a questão que mais me incomodou na série. Com o anúncio da série e os trailers, fiquei tão interessado pelo personagem que comecei a pesquisar um pouco sobre ele, tentando entender sua importância para os quadrinhos. Achei interessante a forma como o personagem foi apresentado ao público logo em suas primeiras histórias. Luke Cage, um herói do gueto, nos quadrinhos é retratado como um herói de aluguel, que recebe dinheiro para proteger pessoas, e dessa forma consegue seu sustento. Utilizando um pouco mais de violência e com atitudes mais sacanas, achei o Luke Cage herói de aluguel dos quadrinhos mais interessante que o da série, com sua moral senso de justiça acima de tudo. Em certos momentos da série o roteiro chega a evocar essa origem do personagem, com pessoas oferecendo dinheiro ou tentando contratá-lo como "segurança", mas ele sempre recusa. Claro, são mídias e épocas totalmente diferentes, e esse Cage sacana provavelmente não cairia bem aos olhos do grande público. Sua retratação como um herói negro renegado, quase perfeito, vem a calhar no momento.
Outro ponto que me incomodou, e isso é quase um pecado em uma série sobre um herói, são as poucas lutas e cenas de ação. Além de sofrer um pouco com o ritmo da série, que talvez se tivesse um 3 episódios a menos seria um pouco mais dinâmica, temos poucas lutas durante os episódios, sem contar o fato de que durante a série inteira Cage não tem um vilão a sua altura.
Se não fosse sua moral, os problemas de Cage poderiam ser resolvidos rapidinho, pois nem Cornell nem Kid Cascavel, e o mundo de capangas seriam páreo para um Cage enfurecido ou disposto a jogar um pouco sujo. Mas deve ser comentado também a coragem da série em construir um "suposto" vilão durante sua primeira metade (Cornell), para tirá-lo de cena de forma totalmente inesperada, introduzindo outro vilão (Kid Cascavel) e, num pano de fundo, construindo a personalidade de outro aos poucos (Mariah).
Apesar de qualquer defeito que a série possa ter, ela acaba sendo divertida de se assistir, além de introduzir muito bem a atmosfera do Harlem ao espectador, e te colocar dentro da história tanto pelo roteiro quanto pelo uso preciso da trilha sonora. Homenageando toda uma cultura negra centenária e importantíssima pra sociedade americana, essa série abre caminho para que em suas próximas temporadas Luke Cage tenha muito mais a oferecer como série de herói.
Narcos (2ª Temporada)
4.4 459 Assista AgoraÉ claro que essa série está um nível acima de muita coisa que é produzida hoje em dia. Em questão de produção, construção de personagens, e principalmente de atuação, vemos uma obra que se preocupa com todo e qualquer detalhe, nos mergulhando fundo na Colômbia decadente do final dos anos 80, mas ao mesmo tempo transformando aquele cenário em algo quase mágico aos nossos olhos, de certa forma se utilizando até do tal "realismo mágico" que é citado algumas vezes na série.
E a série consegue nos ganhar de tal forma ao ponto de torcermos para que Pablo não morra no final, apesar de isso ser inevitável. E não torcemos por isso por termos simpatia por ele (apesar de a série, principalmente nesta temporada, ter romantizado bastante a relação dele com sua familia, tentando transformá-lo numa figura menos detestável, talvez até para que sentíssemos algo com sua morte, talvez) mas sim pois isso representa uma interrogação quanto ao destino da série. Em sua primeira temporada, Pablo e sua ascensão eram o que nos faziam assistir aos episódios, tentando entender como aquela figura conseguiu em tal patamar de poder. A partir desta segunda temporada, desde o começo vemos um Pablo decadente, com sua história sendo um fio muito tênue, incapaz de manter o interesse totalmente aceso durante todos os episódios. Não a toa a introdução do Cartel de Cali acaba salvando a série, pois seria impossível manter o foco somente em Escobar novamente. Não havia história suficiente para isso.
Mas agora, com sua morte e a série claramente estabelecendo Cali como o inimigo a ser batido, fico sem conseguir imaginar como farão para manter o interesse do público (ou pelo menos o meu). Não temos mais uma figura emblemática como Escobar, e sim figuras praticamente desconhecidas do imaginário popular. Esperemos, e torçamos para que o nível se mantenha.
Além de qualquer dúvida quanto ao destino da série, nesta temporada tivemos mais um show de Wagner Moura, explorando de forma perfeita a situação de Escobar para entregar uma atuação sensacional. Enquanto vemos todos os pilares de seu império sendo derrubado, Moura é capaz de invocar em sua atuação alguém que a todo momento parece ser dono da situação, justificando toda a lealdade que Escobar inspirava em seus sicários, mesmo nos momentos mais complicados.
Agora é esperar pelas próximas temporadas.
Club de Cuervos (1ª Temporada)
4.1 20 Assista AgoraA qualidade das produções da Netflix, de uns tempos para cá, é inquestionável. Seja nos filmes originais ou nas séries, o serviço tem se mostrado muito mais efetivo e cuidadoso com suas obras do que muito canal de televisão e companhias de cinema. E esta obra exemplifica isso. Durante todos seus episódios acompanhamos de forma primorosa toda a guerra por poder da familia Iglesias, contando com uma narrativa e um nível de produção totalmente imersivo, nos fazendo sentir quase como se estivéssemos assistindo a um documentário sobre o mundo do futebol.
Desde a atuação até o desenvolvimento da história, tudo é muito bem feito, e não consegui não ter um certo grau de inveja de uma produção que retrata tão bem o futebol. Todos os esquemas retratados, as armações e a dinamica dos jogadores nos fazem pensar "Isso poderia ter sido produzido no Brasil". Infelizmente, parece que teremos que esperar muito mais para ter uma obra desse nível sobre futebol.
Mas claro que o futebol em si e o time dos Cuervos são somente instrumentos do roteiro para que acompanhemos a guerra de egos dos personagens da série. Chava e Isabel exemplificam muito bem uma dinâmica conflituosa, ele sendo mais carismático mas fraco, ela mais forte mas inflexível e sem a simpatia dos outros. Sem perceber, de certa forma os dois se completam, não sendo a toa que a possibilidade de os dois compartilharem a presidência do clube é levantada várias vezes na série, não sendo isso possível devido ao ego inflado de cada um. A série consegue explorar esse conflito muito bem durante os episódios, o costurando através de todo o universo fascinante que cerca uma equipe de futebol.
Essa série merece todos os créditos possíveis, sendo uma ótima comédia em certos momentos, ao mesmo tempo que nos emociona e no deixa tensos, tentando imaginar qual dos dois conquistará a presidência definitiva. Além de conseguir nos fazer até torcer pelos Cuervos em certos momentos, e isso sim é um mérito inquestionável.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 897 Assista AgoraEssa série conseguiu me surpreender.
Não que eu já não esperasse algo bom. Mas o que foi apresentado nessa série transcende qualquer expectativa que eu pudesse ter. Sua qualidade de produção, roteiro e atuação a colocam como uma das melhores obras que eu já assisti.
Sendo bastante fiel aos acontecimentos da vida deste criminoso que praticamente mandava na Colômbia, a série é bem sucedida ao criar um monstro que ao mesmo tempo que se mostra um ser-humano cruel com seus inimigos (e com inocentes), também consegue cativar o público de certa forma graças as suas ações com sua família, e sua inteligência demonstrada (e claro, pela atuação magnifica de Wagner Moura). Além, disso, praticamente todos os outros personagens conseguem pelo menos alguns minutos de destaque durante os episódios, marcando vários deles na memória, tornando a série não somente uma "biografia" de Pablo Escobar, mas sim um panorama completo sobre tudo e todos que o envolviam.
Wagner Moura, mais uma vez, se mostra um ator fora do comum. Sua composição de Pablo Escobar é sensacional, e mesmo seu sotaque soando estranho em certo momentos, isso em nada atrapalha a imersão que sua figura nos faz ter naquele universo.
Além de atuações sensacionais, a série ainda conta com um nível de produção cinematográfico. As cenas de ação são muito bem feitas, com destaque para
a sequência onde "O Mexicano" é perseguido e morto junto com seu filho.
Ao pensar sobre a série, somente consigo encontrar elogios a fazer. No máximo, como demérito, posso dizer que o desenvolvimento final da série me deixou um pouco preocupado com seu futuro. Não sabia que a série seria contínua, pensava que seria uma minissérie que terminaria com a morte de Escobar. Agora, ao final dessa temporada, no ponto em que ela termina, fico imaginando como farão para desenvolver a história a partir daí. Não que não confie nos produtores da série, pois já se mostraram extremamente capazes nessa primeira temporada. Só espero que consigam desenvolver o material da segunda temporada de forma que a série não fique arrastada até o grande clímax (que acredito ser a morte de Escobar), já que do ponto em que termina a primeira temporada, acredito ser "um caminho reto" até esse clímax.
The Wire (5ª Temporada)
4.6 113Ao chegar pela segunda vez ao final desta série, novamente não consigo pensar em algo produzido para televisão que seja mais importante que The Wire.
Criando uma obra única, onde todas as temporadas são conduzidas como se fossem uma só, e acontecimentos e personagens somente mencionados ainda na primeira temporada, ou que pareceriam sem importância em temporadas passadas vão crescendo a cada episódio, David Simon faz não somente uma série de entretenimento, mas um verdadeiro estudo de uma parte da sociedade, estudo esse que pode ser aplicado a qualquer realidade. Essa série poderia se passar em qualquer cidade grande do mundo, e suas indagações, questões, problemas e soluções apresentadas continuariam sendo as mesmas.
Acompanhamos desde a primeira temporada uma gama de personagens inesquecíveis, que crescem a cada episódio. Inaugurando na HBO já uma técnica de roteiro onde várias histórias de vários núcleos diferentes são apresentadas, fazendo com que núcleos tão distantes um do outros acabem sendo influenciados pelas ações desses personagens, nem que de forma sutil, não acho exagero dizer que se não fosse por The Wire séries como Game of Thrones teriam grande dificuldade em serem roteirizadas.
E mesmo contando com recursos limitadíssimos, The Wire nunca deixou de apresentar cenas impressionantes, fazendo dessa limitação um trunfo e um estilo de filmagem. Não temos grandes perseguições, mas temos tiros realistas. Não temos cenas de ação em câmera lenta, mas temos cenas de extrema tensão, onde a atuação dos personagens faz a diferença. The Wire, apesar de tudo, merece todos os aplausos por seus méritos técnicos, soando realista até demais, sendo essa umas das maiores causas de seus baixos índices de audiência.
Falando nos personagens e nos atores, não há como destacar alguém, pois não há um único personagem que não fique na memória de quem assiste essa série. Contando com vários atores desconhecidos, sendo que alguns nunca tinham atuado na vida, como vários dos jovens do núcleo escolar da 4ª temporada, mesmo aqueles que só aparecerem na primeira temporada conseguiram marcar sua presença na série, como Wallace por exemplo. Mesmo chegando na última temporada você ainda lembra daqueles personagens, muito por causa da repetição de suas histórias. Como uma das maiores lições de The Wire, aquelas histórias são cíclicas, por mais que aqueles jovens lutem contra aquela realidade, eles acabam se afundando mais nela.
Mas, acima de qualquer coisa, acredito que a importância de The Wire está em sua coragem de criar uma história sobre um problema sério, que é o combate as drogas, mas entender a realidade em que se passa. Como todas as sequências musicais que fecham as temporadas mostram, nada muda, por mais que você lute contra. O próprio personagem Carver, que é um dos que mais cresce durante a série, fala na primeira temporada, que a guerra contra as drogas é impossível de ser vencida. Talvez por isso ele seja um dos que mais se envolve quando o Major Colvin, na 3ª temporada, encontra uma forma diferente e, aparentemente efetiva, de lidar com o problema. Mas, novamente entendo sua realidade, a série mostra como a burocracia, a falta de coragem, e a própria hipocrisia da política e da sociedade como um todo não permitem que esse problema seja combatido.
The Wire não é somente um produto de entretenimento. Diverte sim, como qualquer série boa, mas acima de tudo nos dá uma visão de algo que achamos que está longe de nossa realidade, mas é só passar pelas esquinas de qualquer cidade grande do Brasil que pensaremos por um momento que estamos passando por West Baltimore.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511Gosto do trabalho dos irmãos Coen, mas nunca fui muito fã do filme que originou esta série. E, depois de assistir essa série, posso dizer que ela evolui todos os aspectos do filme, tornando-se algo maior e muito mais interessante. Desde o tom, a comédia de erros envolvida na história extremamente trágica, onde tudo se encaixa perfeitamente para criar um suspense que te mantém preso até o último episódio, passando pelas atuações sensacionais, sendo Martin Freeman o grande destaque, com um personagem que vai revelando cada faceta de sua personalidade a cada episódio,
até se afundar até o pescoço nos seus crimes e nos crimes cometidos pelo personagem do Billy Bob Thornton, em outra atuação magistral.
Essa série com certeza merece ser vista, tanto por quem é fã do filme original, quanto por quem só quer passar dez episódios ficando cada vez mais ansioso para ver como essa história vai acabar!
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraÉ incrivel como o final foi tão óbvio, e por isso genial. Gostei do fato de a série não ter tentado surpreender a toa, com uma trama absurda no último episódio. Aconteceu exatamente aquilo que todos esperavam, e por isso acho que foi tão bom. Com certeza, uma série para ficar na história.
A Casa de Saddam
4.1 8 Assista AgoraNão esperava uma obra tão profunda sobre o tema. Com pouco tempo para contar uma história que se estende por décadas, e com tantos personagens, a série consegue nos dar uma visão geral de toda a trajetória de Saddam, conseguindo tempo ainda para focar em vários personagens secundários, como os filhos ou os generais de seu exército, sendo bem completa nesse sentido.
Com uma grande qualidade técnica, a série passa pelas diferentes épocas do Iraque sem soar falsa, ou dar a impressão de que está sendo feita em estúdio. Conseguimos sentir o Iraque, tanto a parte rica quanto a parte miserável. E as atuações são sensacionais, com destaque óbvio para o ator que faz o próprio Saddam, e para o ator que faz o seu filho mais velho, Uday, que consegue transformá-lo não em um simples vilão, ou alguém somente desprezível, mas em um personagem complexo, violento e sádico, mas interessante ao mesmo tempo.
Sem cair na armadilha óbvia de se tornar maniqueísta ou tendenciosa, ou fazer grandes julgamentos de seus personagens, a série não se torna algo chato, propagandista da "vitória" americana. Simplesmente acompanhamos uma história interessante, com personagens complexos e não vilões do mundo real.
Se a série tem algum demérito, é deixar alguns poucos personagens de lado durante a história, não mostrando o que acontece com eles no futuro, e principalmente não se aprofundar um pouco mais no julgamento de Saddam, que também é uma parte interessantíssima da história. Mas isso não desmerece de forma alguma a série, que com certeza é uma das melhores obras já feitas sobre o tema.
It's Always Sunny in Philadelphia (5ª Temporada)
4.4 15 Assista AgoraComeça bem devagar, mas os últimos episódios são pesadíssimos. Com certeza melhor série de comédia da atualidade, e uma das melhores da história.
Sons of Anarchy (1ª Temporada)
4.4 446 Assista AgoraSérie muito boa, muito bem produzida, mas acho que pode evoluir muito. Espero que certos detalhes, principalmente na evolução e relação dos personagens, sejam melhor desenvolvidos na segunda temporada. Mas mesmo assim vale muito a pena assistir a essa série.
It's Always Sunny in Philadelphia (4ª Temporada)
4.4 37 Assista AgoraTemporada sensacional!
Além de ter o melhor episódio da série até agora, ainda tem vários que entram fácil na lista de melhores.
Com certeza uma das melhores séries da história, que só melhora a cada temporada.
It's Always Sunny in Philadelphia (4ª Temporada)
4.4 37 Assista AgoraAinda não terminei de assistir essa temporada, mas com certeza já digo que é a melhor de todas, só por causa do episódio do cocõ. Nunca ri tanto assistindo uma série de comédia. Por quê?
Porquê como é dito no próprio episódio, "Cocô é engraçado!"
It's Always Sunny in Philadelphia (2ª Temporada)
4.3 33É incrível como a qualidade aumenta da primeira para a segunda temporada. Ainda mais com o personagem do Danny DeVito, que faz toda a diferença.
Enquanto a primeira temporada tinha vários pontos fracos, essa praticamente não tem nenhum episódio sem graça, e eles conseguem fazer piadas com praticamente qualquer tema sem ser forçado. De dependencia em drogas e pessoas deficientes, aos judeus, negros, brancos, relações entre irmãos, pais e filhos, religião, política, economia, américa... Nada é perdoado nessa série.
Várias séries clamam que seu diferencial é ser politicamente incorreta, mas a maioria são de um nível de politicamente incorreto que só surpreende adolescentes e pessoas sem nenhum senso critico que só entendem as piadas quando elas fazem referências a cultura pop. Essa é provavelmente a série mais politicamente incorreta da atualidade, ao ponto de chegar a incomodar em certos momentos, mas é impossível não rir das incoerências desses personagens.
Incrível como uma série em que todos os personagens principais são pessoas horríveis, que só pensam em se dar bem em cima dos outros, consegue nos fazer ter um interesse tão grande por esses personagens. Valeu muito a pena não ter parado na fraca primeira temporada, e espero que as seguintes consigam manter o nível de insanidade presente nessa ótima segunda temporada!
Cosmos
4.8 150Com certeza a obra mais importante da história do entretenimento!
Boardwalk Empire - O Império do Contrabando (3ª Temporada)
4.5 98Apesar de ter deixado certos plots se perderem, como o plot envolvendo o Nelson, essa temporada conseguiu ser ainda melhor que a segunda, e mostra que essa série vem numa crescente muito boa desde sua primeira temporada, ao contrário do que muitos sited de "critica" especializadas em séries dizem por aí.
Steve Buscemi continua dominando a série como Nucky, mas personagens que antes só rodeavam a história, como Al Capone, Charles Luciano, Chalky White, Rothstein e principalmente Richard, entre outros, e vários outros tiveram chance de mostrar seu valor para a narrativa. A dinâmica da relação entre Nucky e o Eli, mostrando como o irmão mais novo, apesar de tudo, praticamente idolatra o Nucky, caindo novamente naquela vida, é muito interessante. e o vilão Gyp Rosetti foi muito bem construído pelo roteiro, lembrando muitas vezes o Tommy DeVitto do's Bons Companheiros. Sem a carga perfeita de humor do Joe Pesci, é claro.
Mas algumas coisas me incomodaram um pouco, como a aproximação de certas características da série com as características da já clássica "The Sopranos". Certas sequências de sonhos do Nucky, claramente inspiradas nas clássicas sequências de sonhos do Tony Soprano, acabaram me incomodando, assim como a transformação do Nucky em um assassino frio. Isso lembra muito o Tony Soprano, o que eu acho que não precisava. Na minha opinião, Nucky Thompson tinha que ser uma figura mais estilo o Robert De Niro no filme "Cassino", sem se envolver diretamente com a violência. Até porque quem conhece a história do verdadeiro Nucky Thompson sabe que ele muito provavelmente nunca matou ninguém, nem ordenou assassinatos. Mas como a série não é totalmente comprometida com a realidade, tá valendo essas mudanças, e apesar de incomodarem, não tiram o brilhantismo da atuação do Steve Buscemi.
Como já dito, a parte da história envolvendo o Nelson acabou não indo a lugar nenhum, assim como a personagem Margaret mais atrapalhou o desenvolvimento da narrativa, do que rendeu boas tramas ou bons episódios. Espero que esses peronagens sejam melhor aproveitados nas próximas temporadas.
Terminando com uma referência clara a "O Poderoso Chefão", não poderia chamar essa temporada de outra coisa que não, ótima. Tem seus problemas, mas seus méritos são muito maiores, e valem a assistida!
Louie (3ª Temporada)
4.6 37Uma série de comédia que te faz pensar e se emocionar com certeza merece a nota máxima!
Louie (2ª Temporada)
4.4 26Essa temporada é muito mais dramática do que a primeira! Não que não tenha momentos engraçados, mas os episódios dramáticos fazem grande diferença para que essa série seja considerada uma das mehores séries da história!
Louie (1ª Temporada)
4.3 42Mistura perfeita entre a comédia e o drama!
Lost (4ª Temporada)
4.2 329 Assista AgoraReassisti um episódio hoje, e me deu uma saudade dessa época de lost, até a quarta temporada, quando a série ainda era foda; Como a vida era feliz antes de se saber o final de Lost!
Família Soprano (5ª Temporada)
4.7 124A melhor temporada da série até agora.
Até aqui, na quinta temporada, não consigo considerar a série como a "melhor da história", como muitos dizem, mas támbém não nego suas qualidades, principalmente na construção dos personagens. Mesmo certos personagens sendo meio que esquecidos pela série com o tempo, a construção dos personagens principais faz com que você realmente se importe com eles, e se sinta mal quando você
percebe os problemas mentais do Corrado começando a aparecer, quando você percebe que apesar de todo o seu esforço para não continuar naquela vida, Tony B acaba se afundando nela, e até mesmo quando você é pego de surpresa com o assassinato mais chocante da série: quem diria que a personagem da Adriana, que durante as primeiras temporadas não acrescentou quase nada, iria render o plot principal daquele que é provavelmente o melhor episódio da série inteira!
Apesar de ter gostado muito das temporadas anteriores, acredito que seja aqui que The Sopranos chega ao máximo de seu potencial. Só espero que isso se mantenha durante sua última temporada!
Família Soprano (3ª Temporada)
4.6 139 Assista AgoraEstranhamente, acabo não me importando muito com as tramas da série, e sim com seus personagens. Não sei se essa é a intenção da série, mas as histórias, principalmente nessa terceira temporada, parecem não ser importantes. A temporada se focou muito mais nos problemas "domésticos" de Tony, e até de alguns outros personagens, sem deselvolver uma grande trama ou alguma coisa do tipo. Isso não é ruim, pois eu pelo menos, como já disse, me importo mais com os personagens do que com as histórias em que eles estão envolvidos. Ao meu ver, essa temporada foi mais fraca que a anterior, mas ainda assim foi muito boa, mas baseado nessas três temporadas, não digo que é a melhor série da história, etc... Acredito que a série ainda vai chegar em seu auge (ou pelo menos espero)!
Família Soprano (2ª Temporada)
4.6 118 Assista AgoraUma temporada meio estranha. Apesar de ter grandes momentos, e ótimos episódios, o arco do personagem Rich Aprille acabou sendo meio decepcionante. Talvez o objetivo fosse ser meio irônico, ou até chocante o fato de
ele morrer daquela forma
"Pussy"
Dead Set
3.8 178A série cumpre aquilo a que ela promete: não se levar a sério em momento nenhum. Vale a pena assistir.