"Bramayugam" é um filme indiano de horror folclórico que mostra a saga de Thevan, um cantor da casta Paanan, tentando fugir da escravidão.
Incrivelmente bem filmado e de visual impressionante (tirando as cenas de luta que são péssimas em todos os sentidos), a obra se destaca por sua bela fotografia em preto e branco e por sua atmosfera de terror, construída não só através dos elementos sobrenaturais, mas também pela tensão gerada pelas dinâmicas de poder e casta. O filme sugere que os verdadeiros horrores não são apenas essas entidades, mas também as manifestações de ganância e opressão humana, indicando que o ciclo de poder e dominação é um loop interminável.
Gosto quando os filmes te fazem querer pesquisar sobre, e “Bramayugam” é exatamente um desses casos. Vale bastante a experiência.
Uma das melhores e mais impactantes obras que assisti. Não sou fã de usar o clichê do "extremamente necessário", mas acho que vou ter que me render a ele para falar de "Prima Facie".
Que atriz, que atuação e que texto! Um belo soco no estômago, daqueles de deixar sem ar e engolindo seco.
Muita inveja de quem teve a oportunidade de assistir ao vivo essa peça.
Sophomore slump forte de Pawo Choyning Dorji. Queria até escrever mais sobre esse filme, mas desanimei. Estava com a expectativa alta, por ter gostado bastante de Lunana, mas "The Monk and the Gun" nao chega nem perto.
Resumindo: uma crítica barata, óbvia e superficial da democracia americana. Cria-se um mistério todo em cima do porquê da arma para o monge, para terminar daquela forma. Que decepção!
"Memory" retrata o encontro de 2 personagens que enfrentam problemas distintos, um com o seu passado, outro com o seu futuro: Sylvia, traumatizada por abusos que sofreu na infância e Saul, amedrontado pelas incertezas causadas por uma demência precoce.
O filme acerta na sua capacidade de provocar empatia pelos seus protagonistas, desenhando um retrato íntimo das suas lutas internas, que é muito ajudado pelas ótimas atuações de seus atores, principalmente da Jessica Chastain, mas falha um pouco na escalada dos atos, indo do “frio” para o “quente” muito rápido, tornando situações, reações e diálogos pouco críveis em alguns momentos.
A única explicação para a nota alta é o pedigree do diretor e a crítica ao capital, que normalmente toca bastante gente pelo tema per se, independente de sua qualidade. Infelizmente me desanima muito quando vejo uma obra dessas sendo aclamada e virando clássico por efeito manada.
"Aatmapamphlet" é um coming of age indiano muito bem humorado que apresenta a história de Ashish Bende, um menino cuja vida, por coincidência ou não, se mistura com marcos históricos da Índia nos anos 90. A montagem rápida e o caráter autobiográfico narrado do filme me lembrou muito "The White Tiger", filme também indiano que foi sucesso na Netflix em 2021, chegando a ser indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Além disso, ambos tocam em questões de desigualdade e fazem críticas ao sistema de castas do país. Porém, em "Aatmapamphlet", a visão é mais infantil e a abordagem muito mais leve.
A escolha de encerrar a história com um aceno à fantasia não me agradou, pois tirou o impacto de suas observações sociais, dando um caráter ainda mais fictício ao filme. Mesmo assim, o longa consegue passar uma mensagem otimista de que o amor, seja ele romântico ou ao próximo, sempre deve prevalecer, independente da diferença entre classes e religiões. Pelo tema principal do filme, minha capacidade de julgá-lo plenamente fica limitada ao meu conhecimento superficial dos aspectos culturais e econômicos da Índia, fazendo com que simbolismos e referências mais profundas possam ter passado despercebidas por mim.
Como não me considero um grande fã de ficção científica, torna ainda mais significativa a sensação que tive assistindo "Duna 2". Não que o Villeneuve já não tivesse minha admiração e respeito, mas ele conseguiu superar as expectativas mais uma vez, entregando uma experiência cinematográfica que é praticamente impecável. Assistido em IMAX, o filme não é apenas um espetáculo para os olhos, é uma imersão total no universo de Duna, uma fusão entre som e imagem que não deixa você piscar.
No entanto, a incrível riqueza de temas e personagens da saga de Duna às vezes parece sobrecarregada pelo próprio peso de sua complexidade. Este sentimento, porém, pode não ser uma falha do filme em si, mas talvez uma característica intrínseca de uma saga tão profunda e extensa. Com a expectativa de futuras sequências, torço para que as origens dos personagens e os jogos de poder sejam explorados com mais profundidade.
Tema forte. A protagonista realmente parece uma menina de 14 ou 15 anos, o que torna a experiência de assistir o filme ainda mais pesada. A autoconsciência apresentada pela personagem em uma cena específica logo no início do longa me incomodou um pouco. Mas, no geral, um filme razoável.
"House Arrest" retrata a resistência intelectual e defesa da liberdade de expressão em uma sociedade repressiva como a Rússia. O filme aborda temas como isolamento e corrupção, e apresenta uma narrativa que funciona como uma ótima crítica social.
David, protagonista do longa, confronta não apenas as autoridades, mas também sua própria consciência e os custos de sua resistência. Vi que a inspiração para o personagem vem de Kirill Serebrennikov, um renomado diretor russo, conhecido por combater o autoritarismo e que, apesar das constantes pressões e ameaças, mantém-se firme em sua luta contra a opressão.
Apesar de ser uma "homenagem" à coragem de figuras como Serebrennikov, "House Arrest" termina questionando o preço dessas convicções e o valor da resiliência em um mundo que parece ser indiferente à verdade.
"Beyond Utopia" é um documentário profundo que explora a brutal realidade do regime comunista na Coreia do Norte, destacando tanto os aspectos ilusórios de uma utopia vendida através de lavagem cerebral e violência, quanto as bizarrices e práticas autoritárias do país para controle total da população. Através de relatos pessoais emocionantes, o filme narra as histórias de indivíduos e famílias que conseguiram fugir, e também daqueles que, infelizmente, foram capturados ou mortos na tentativa.
Com testemunhos diretos de quem viveu tudo na pele e imagens impactantes, "Beyond Utopia" não só revela a verdadeira face dos regimes comunistas, como também celebra a resiliência humana diante da opressão, contribuindo para a compreensão das dificuldades enfrentadas pelo povo em regimes totalitários e enfatizando a importância da liberdade e do direito de ir e vir.
"El Rapto" mergulha no contexto turbulento da Argentina pós-ditadura, trazendo à tona a complexidade da transição para a democracia através de um drama familiar marcado por um sequestro e suas consequências.
O filme foi inspirado na vida de Jorge Sivak, um famoso banqueiro argentino, morto em 1990, que foi retratada também no livro "El Salto de Papá", escrito por seu filho, Martín Sivak.
O longa até se esforça para elaborar uma trama que une os desafios políticos e sociais da época a um drama pessoal e familiar, mas em vários pontos, infelizmente, parece não alcançar todo o seu potencial narrativo.
"The Stranger" nos apresenta a Adnan, um homem que foi deserdado por seu pai por não atender suas expectativas, e que enfrenta uma crise existencial enquanto lida com desilusões em vários aspectos de sua vida pessoal, familiar e profissional.
Adnan não parece se encaixar no local onde vive e suas frustrações parecem afundá-lo cada vez mais, principalmente na bebida. Após um período na Rússia, onde deveria ter se formado em medicina, pelo menos na expectativa de todos ao redor, ele volta com a formação incompleta e alcoólatra, decepcionando a todos, incluindo a si mesmo.
A descoberta de um homem ferido em uma região na fronteira entre Síria e Líbano, dominada pelo exército Israelense, muda a vida do protagonista e poderia mudar a do filme também, mas infelizmente essa relação acaba sendo pouco explorada e torna-se o principal problema do longa.
Para quem conhece a obra homônima de Albert Camus, poderá fazer paralelos entre os personagens e até questionar quem é, de fato, o "The Stranger".
"Shadows in Paradise" é uma obra que certamente encontrará seu nicho entre os admiradores do estilo marcante de Kaurismäki, apesar de não atingir plenamente seu potencial, como foi em "Fallen Leaves".
O uso de personagens marginalizados, diálogos lacônicos e uma atmosfera melancólica, embora sejam marcas registradas do cineasta, não funcionaram tão bem para mim dessa vez.
Talvez um pouco difícil de acompanhar devido à vasta quantidade de personagens e a complexidade de suas ligações militares, agravadas também pelo meu pouco conhecimento da história coreana, mas mesmo assim, um filmaço! Certamente vai me motivar a me aprofundar mais e entender melhor a sua retomada à democracia.
"Propriedade" retrata uma briga de classes através de muita violência, com requintes de crueldade. Não há muito espaço para empatia e todos parecem culpados pela escalada dos atos. Não li nada sobre, mas chutaria que essa era a intenção do diretor.
Apesar de alguns furos de roteiro, o que mais me incomodou foi o som. O ruído ambiente muitas vezes abafava as falas, tornando-as pouco intelegíveis e, além disso, o volume variava bastante entre cenas.
No geral, achei o filme um bom suspense, com bons níveis de tensão.
Apesar de ter uma premissa interessante, principalmente para amantes de filmes de serial killer, "The Other Me" falha muito e entrega um mistério nada convincente.
A incorporação de citações de Pitágoras e teoremas matemáticos prometem um thriller psicológico instigante, mas o filme passa longe disso. Apesar de só conhecermos o assassino nos minutos finais, não há suspense nenhum na jornada. A sensação é de que tanto faz. Só queria que o filme acabasse logo.
"Munch" é uma confusa e ousada tentativa de retratar a essência do pintor norueguês conhecido mundialmente pela obra "O Grito".
Por meio de quatro atores distintos (incluindo a atriz Anne Krigsvoll, transformada fisicamente para interpretar o pintor), o filme mistura realidade e ficção, e é exatamente aí que ele encontra dificuldades em manter uma narrativa coesa.
A maior audácia de "Munch" foi tentar situar o pintor em cenários contemporâneos, como uma rave em Berlim do século XXI, por exemplo, tentando traçar paralelos entre seus dilemas internos e as buscas existencialistas modernas. Esta escolha anacrônica, que visa destacar a natureza atemporal dos conflitos de Munch e seu impacto na arte, pode ser intrigante para alguns, mas acaba se tornando confusa para aqueles menos familiarizados com a vida e obra do artista, como foi o meu caso.
Imagine
3.2 2Irã, táxi/Uber, histórias aleatórias..
Já vi isso antes! Rsrs
Guerra Civil
3.8 196Impressionante como a isenção nesse mundo polarizado incomoda. A maioria das críticas negativas focam nesse "problema" do filme. 🤷🏻♂️
Love Lies Bleeding: O Amor Sangra
3.6 84Bom filme, mas que quase estragou a experiência toda em uma única cena nos 10 minutos finais. Perdeu meia estrela só por ela.
Humane
2.5 11Premissa boa e só. Filme desleixado demais. Parece algo escrito e filmado às pressas. Atuações ruins, escolhas fáceis de roteiro... Esquecível.
A Fuga do Capitão Volkonogov
3.3 3"Meu pai foi capturado pelos fascistas na Espanha e não falou nada. Vocês torturam melhor que eles?"
The Theory of Everything
2.9 1Um episódio de duas horas de "The Twilight Zone" com atmosfera de "The Third Man".
Um Amor
3.7 2- Há muita freira que fuma e muita prostituta que reza.
- Amém
Bramayugam
3.4 6"Bramayugam" é um filme indiano de horror folclórico que mostra a saga de Thevan, um cantor da casta Paanan, tentando fugir da escravidão.
Incrivelmente bem filmado e de visual impressionante (tirando as cenas de luta que são péssimas em todos os sentidos), a obra se destaca por sua bela fotografia em preto e branco e por sua atmosfera de terror, construída não só através dos elementos sobrenaturais, mas também pela tensão gerada pelas dinâmicas de poder e casta. O filme sugere que os verdadeiros horrores não são apenas essas entidades, mas também as manifestações de ganância e opressão humana, indicando que o ciclo de poder e dominação é um loop interminável.
Gosto quando os filmes te fazem querer pesquisar sobre, e “Bramayugam” é exatamente um desses casos. Vale bastante a experiência.
Prima Facie
4.5 1Uma das melhores e mais impactantes obras que assisti. Não sou fã de usar o clichê do "extremamente necessário", mas acho que vou ter que me render a ele para falar de "Prima Facie".
Que atriz, que atuação e que texto! Um belo soco no estômago, daqueles de deixar sem ar e engolindo seco.
Muita inveja de quem teve a oportunidade de assistir ao vivo essa peça.
The Monk and the Gun
3.5 1Sophomore slump forte de Pawo Choyning Dorji. Queria até escrever mais sobre esse filme, mas desanimei. Estava com a expectativa alta, por ter gostado bastante de Lunana, mas "The Monk and the Gun" nao chega nem perto.
Resumindo: uma crítica barata, óbvia e superficial da democracia americana. Cria-se um mistério todo em cima do porquê da arma para o monge, para terminar daquela forma. Que decepção!
Memory
3.5 11"Memory" retrata o encontro de 2 personagens que enfrentam problemas distintos, um com o seu passado, outro com o seu futuro: Sylvia, traumatizada por abusos que sofreu na infância e Saul, amedrontado pelas incertezas causadas por uma demência precoce.
O filme acerta na sua capacidade de provocar empatia pelos seus protagonistas, desenhando um retrato íntimo das suas lutas internas, que é muito ajudado pelas ótimas atuações de seus atores, principalmente da Jessica Chastain, mas falha um pouco na escalada dos atos, indo do “frio” para o “quente” muito rápido, tornando situações, reações e diálogos pouco críveis em alguns momentos.
O Dinheiro
3.8 50 Assista AgoraA única explicação para a nota alta é o pedigree do diretor e a crítica ao capital, que normalmente toca bastante gente pelo tema per se, independente de sua qualidade. Infelizmente me desanima muito quando vejo uma obra dessas sendo aclamada e virando clássico por efeito manada.
Aatmapamphlet
3.5 1"Aatmapamphlet" é um coming of age indiano muito bem humorado que apresenta a história de Ashish Bende, um menino cuja vida, por coincidência ou não, se mistura com marcos históricos da Índia nos anos 90. A montagem rápida e o caráter autobiográfico narrado do filme me lembrou muito "The White Tiger", filme também indiano que foi sucesso na Netflix em 2021, chegando a ser indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Além disso, ambos tocam em questões de desigualdade e fazem críticas ao sistema de castas do país. Porém, em "Aatmapamphlet", a visão é mais infantil e a abordagem muito mais leve.
A escolha de encerrar a história com um aceno à fantasia não me agradou, pois tirou o impacto de suas observações sociais, dando um caráter ainda mais fictício ao filme. Mesmo assim, o longa consegue passar uma mensagem otimista de que o amor, seja ele romântico ou ao próximo, sempre deve prevalecer, independente da diferença entre classes e religiões. Pelo tema principal do filme, minha capacidade de julgá-lo plenamente fica limitada ao meu conhecimento superficial dos aspectos culturais e econômicos da Índia, fazendo com que simbolismos e referências mais profundas possam ter passado despercebidas por mim.
Duna: Parte 2
4.4 605Como não me considero um grande fã de ficção científica, torna ainda mais significativa a sensação que tive assistindo "Duna 2". Não que o Villeneuve já não tivesse minha admiração e respeito, mas ele conseguiu superar as expectativas mais uma vez, entregando uma experiência cinematográfica que é praticamente impecável. Assistido em IMAX, o filme não é apenas um espetáculo para os olhos, é uma imersão total no universo de Duna, uma fusão entre som e imagem que não deixa você piscar.
No entanto, a incrível riqueza de temas e personagens da saga de Duna às vezes parece sobrecarregada pelo próprio peso de sua complexidade. Este sentimento, porém, pode não ser uma falha do filme em si, mas talvez uma característica intrínseca de uma saga tão profunda e extensa. Com a expectativa de futuras sequências, torço para que as origens dos personagens e os jogos de poder sejam explorados com mais profundidade.
Le consentement
3.0 1Tema forte. A protagonista realmente parece uma menina de 14 ou 15 anos, o que torna a experiência de assistir o filme ainda mais pesada. A autoconsciência apresentada pela personagem em uma cena específica logo no início do longa me incomodou um pouco. Mas, no geral, um filme razoável.
House Arrest
3.6 2"House Arrest" retrata a resistência intelectual e defesa da liberdade de expressão em uma sociedade repressiva como a Rússia. O filme aborda temas como isolamento e corrupção, e apresenta uma narrativa que funciona como uma ótima crítica social.
David, protagonista do longa, confronta não apenas as autoridades, mas também sua própria consciência e os custos de sua resistência. Vi que a inspiração para o personagem vem de Kirill Serebrennikov, um renomado diretor russo, conhecido por combater o autoritarismo e que, apesar das constantes pressões e ameaças, mantém-se firme em sua luta contra a opressão.
Apesar de ser uma "homenagem" à coragem de figuras como Serebrennikov, "House Arrest" termina questionando o preço dessas convicções e o valor da resiliência em um mundo que parece ser indiferente à verdade.
Beyond Utopia
3.4 7"Beyond Utopia" é um documentário profundo que explora a brutal realidade do regime comunista na Coreia do Norte, destacando tanto os aspectos ilusórios de uma utopia vendida através de lavagem cerebral e violência, quanto as bizarrices e práticas autoritárias do país para controle total da população. Através de relatos pessoais emocionantes, o filme narra as histórias de indivíduos e famílias que conseguiram fugir, e também daqueles que, infelizmente, foram capturados ou mortos na tentativa.
Com testemunhos diretos de quem viveu tudo na pele e imagens impactantes, "Beyond Utopia" não só revela a verdadeira face dos regimes comunistas, como também celebra a resiliência humana diante da opressão, contribuindo para a compreensão das dificuldades enfrentadas pelo povo em regimes totalitários e enfatizando a importância da liberdade e do direito de ir e vir.
O Sequestro
3.0 5 Assista Agora"El Rapto" mergulha no contexto turbulento da Argentina pós-ditadura, trazendo à tona a complexidade da transição para a democracia através de um drama familiar marcado por um sequestro e suas consequências.
O filme foi inspirado na vida de Jorge Sivak, um famoso banqueiro argentino, morto em 1990, que foi retratada também no livro "El Salto de Papá", escrito por seu filho, Martín Sivak.
O longa até se esforça para elaborar uma trama que une os desafios políticos e sociais da época a um drama pessoal e familiar, mas em vários pontos, infelizmente, parece não alcançar todo o seu potencial narrativo.
The Stranger
2.5 1"The Stranger" nos apresenta a Adnan, um homem que foi deserdado por seu pai por não atender suas expectativas, e que enfrenta uma crise existencial enquanto lida com desilusões em vários aspectos de sua vida pessoal, familiar e profissional.
Adnan não parece se encaixar no local onde vive e suas frustrações parecem afundá-lo cada vez mais, principalmente na bebida. Após um período na Rússia, onde deveria ter se formado em medicina, pelo menos na expectativa de todos ao redor, ele volta com a formação incompleta e alcoólatra, decepcionando a todos, incluindo a si mesmo.
A descoberta de um homem ferido em uma região na fronteira entre Síria e Líbano, dominada pelo exército Israelense, muda a vida do protagonista e poderia mudar a do filme também, mas infelizmente essa relação acaba sendo pouco explorada e torna-se o principal problema do longa.
Para quem conhece a obra homônima de Albert Camus, poderá fazer paralelos entre os personagens e até questionar quem é, de fato, o "The Stranger".
Sombras no Paraíso
3.9 26 Assista Agora"Shadows in Paradise" é uma obra que certamente encontrará seu nicho entre os admiradores do estilo marcante de Kaurismäki, apesar de não atingir plenamente seu potencial, como foi em "Fallen Leaves".
O uso de personagens marginalizados, diálogos lacônicos e uma atmosfera melancólica, embora sejam marcas registradas do cineasta, não funcionaram tão bem para mim dessa vez.
12.12: The Day
4.5 1 Assista AgoraTalvez um pouco difícil de acompanhar devido à vasta quantidade de personagens e a complexidade de suas ligações militares, agravadas também pelo meu pouco conhecimento da história coreana, mas mesmo assim, um filmaço! Certamente vai me motivar a me aprofundar mais e entender melhor a sua retomada à democracia.
Propriedade
3.7 82 Assista Agora"Propriedade" retrata uma briga de classes através de muita violência, com requintes de crueldade. Não há muito espaço para empatia e todos parecem culpados pela escalada dos atos. Não li nada sobre, mas chutaria que essa era a intenção do diretor.
Apesar de alguns furos de roteiro, o que mais me incomodou foi o som. O ruído ambiente muitas vezes abafava as falas, tornando-as pouco intelegíveis e, além disso, o volume variava bastante entre cenas.
No geral, achei o filme um bom suspense, com bons níveis de tensão.
The Other Me
3.3 2Apesar de ter uma premissa interessante, principalmente para amantes de filmes de serial killer, "The Other Me" falha muito e entrega um mistério nada convincente.
A incorporação de citações de Pitágoras e teoremas matemáticos prometem um thriller psicológico instigante, mas o filme passa longe disso. Apesar de só conhecermos o assassino nos minutos finais, não há suspense nenhum na jornada. A sensação é de que tanto faz. Só queria que o filme acabasse logo.
Munch
2.8 1"Munch" é uma confusa e ousada tentativa de retratar a essência do pintor norueguês conhecido mundialmente pela obra "O Grito".
Por meio de quatro atores distintos (incluindo a atriz Anne Krigsvoll, transformada fisicamente para interpretar o pintor), o filme mistura realidade e ficção, e é exatamente aí que ele encontra dificuldades em manter uma narrativa coesa.
A maior audácia de "Munch" foi tentar situar o pintor em cenários contemporâneos, como uma rave em Berlim do século XXI, por exemplo, tentando traçar paralelos entre seus dilemas internos e as buscas existencialistas modernas. Esta escolha anacrônica, que visa destacar a natureza atemporal dos conflitos de Munch e seu impacto na arte, pode ser intrigante para alguns, mas acaba se tornando confusa para aqueles menos familiarizados com a vida e obra do artista, como foi o meu caso.