Conversations With a Killer é um ótimo projeto do Joe Berlinger em parceria com a Netflix, essa dupla vem rendendo ótimos trabalhos. A ideia de montar toda uma estrutura narrativa da linha do tempo de um serial killer com base em depoimentos gravados em fitas de áudio até então sigilosas é impressionante. Desde The Ted Bundy Tapes, quando a Netflix estava se estabelecendo como uma potência na produção de conteúdo true crime de qualidade, algo me dizia que mais cedo ou mais tarde a história do Jeffrey Dahmer seria trazida à tona (considerando que até hoje esse é um dos maiores nomes dentro da criminologia estadunidense), esse momento chegou e coincidentemente foi pelas mãos do Berlinger também. Essa é uma história que sempre traz muito impacto emocional, não importa quantas vezes seja contada, e o Berlinger segue a mesma fórmula das temporadas anteriores: muitas imagens de arquivo, contexto político-social, entrevistas, dramatizações sutis e não invasivas e uma edição bem afiada, eu não esperava menos do cara que fez a trilogia Paradise Lost. Não sei como foram as negociações nos bastidores, mas gostaria de ter visto mais sobre as vítimas e as famílias. Não tem como controlar as emoções após aquele "in memorian" nos segundos finais.
Que história assustadora! O novo documentário true crime da Netflix conta sobre o recente caso dos 11 membros de uma mesma família encontrados mortos na capital da Índia, Nova Delhi, em 2018, de forma inexplicável e duvidosa. Esta história é como uma mistura do caso francês Dupont de Ligonnès (contado no episódio “House of Terror” da excelente série documental Unsolved Mysteries, da Netflix) com a inesquecível tragédia na longínqua Jonestown, em 1978, e uma pitada adicional de Agatha Christie, sendo esta série um espaço para a reflexão e a reconstituição dos fatos para entendermos o que aconteceu com estas 11 pessoas e qual a verdade por trás do mistério de suas mortes. Perturbador, controverso e polêmico, o doc traz à tona temas como suicídio, fanatismo, saúde mental, fé e submissão. Vale a pena conhecer a história desta família.
Muitos estão falando que este é o documentário definitivo sobre o 11 de setembro e eu não poderia concordar mais. Nunca vi uma abordagem sobre este atentado terrorista tão próxima, real e fidedigna quanto a que é mostrada aqui em "9/11: One Day in America", é como assistir o desastre pelos olhos daquelas pessoas que estavam no olho do furacão. O objetivo aqui é reconstruir aquele dia, hora a hora, minuto a minuto, tijolo por tijolo, seguindo toda trajetória da tragédia e trazendo coletâneas de imagens e filmagens tão ricas, poderosas e emblemáticas que o processo de assisti-las chega a ser vertiginoso. Imagens amadoras, imagens jornalísticas, imagens profissionais das equipes de resgate, imagens de câmeras descartáveis, tudo é usado aqui, é um trabalho extraordinário de pesquisa e montagem feito pela National Geographic e pelo 9/11 Memorial & Museum, espero que esta série seja reconhecida na próxima temporada de premiações. Enfatizo também o valor histórico e simbólico dos segmentos envolvendo as equipes de resgate que foram muito bem acompanhados e registrados, mesmo sob extrema situação de risco. Aqui não se fala em motivo, não se fala em porquês, acho que sequer o nome "Osama Bin Laden" é mencionado, o espaço aqui é todo das vítimas, tanto as que se foram, quanto as que ficaram para contar suas histórias, suas perdas, seus milagres, o fio condutor de todo o documentário é justamente o resgate da experiência em tempo real dos que voltaram e dos que pereceram. Só não dou nota máxima porque senti falta de mais espaço para o desenvolvimento do ataque ao Pentágono e da queda do Voo 93. Ainda assim, este doc superou com folga o Turning Point da Netflix, que também é muito bom e serve como um excelente complemento sobre o contexto político em que o atentado se desenvolveu. Espero que ambos recebam mais reconhecimento porque são produções de valor inestimável.
Ótima série de documentário que mostra o antes, o durante e o depois do atentado terrorista em 11 de setembro de 2001, expondo todo o plano de fundo político que desencadeou este marco histórico e as muitas falhas do governo americano em lidar com a tragédia. Mesmo após 20 anos, esta guerra ainda está longe de acabar. Fiquei impressionado com a riqueza de detalhes e arquivos de imagens que são usados aqui, excelente trabalho de edição, narrativa e organização da linha do tempo. Há muitas questões de são levantadas aqui para reflexão de forma justa, sensata e relevante, não sendo este apenas mais um título que “chove no molhado”.
Ressalto também o trabalho primoroso do episódio “A Place of Danger”, é como acompanhar um filme de terror em tempo real, com filmagens de diversos ângulos e perspectivas daquela manhã de setembro, é uma experiência tão imersiva que chega a ser sufocante e assustadora, é como estar lá.
Em 2020 a Globoplay lançou sua versão da polêmica história do médium João de Deus na excelente docussérie "Em Nome de Deus", poucos meses depois a Netflix traz também sua versão com "João de Deus: Cura e Crime", que não é tão completo e abrangente quanto o da Globoplay, mas traz novos pontos de vista muito válidos desta história horrorosa. Ambos os documentários carecem de um aprofundamento e desenvolvimento do ponto-chave desta história que levou João de Deus chegar onde chegou: a procedência das curas, ou supostas curas, espirituais. A Netflix adota aqui um tom mais poético e íntimo em sua narrativa, algumas tomadas de cena me lembraram de longe (bem de longe) o estilo do diretor documentarista Werner Herzog, em contrapartida, o doc da Globoplay parte de uma abordagem mais jornalística e ambos se complementam muito bem.
Até hoje acho essa história surreal demais para ser verdade, mais absurda que muitos roteiros de filmes de terror, ainda mais porque revela uma faceta da Allison Mack jamais antes vista em sua personagem Chloe Sullivan de Smallville, que sempre foi minha série preferida. Como fã, foi um choque muito grande quando estas revelações explodiram na internet. Apesar da história da seita NXIVM já ter sido contada no documentário The Vow da HBO, Seduced traz à tona novos pontos de vista de forma bem mais incisiva, direta e pessoal, dando destaque aos depoimentos de uma das peças-chave deste escândalo: India Oxenberg. Ambas as produções, da HBO e da Starz, se complementam muito bem e são uma boa pedida para quem se interessa por histórias sobre líderes de seitas e seguidores fanáticos.
Posso dizer com tranquilidade que Making a Murderer é oficialmente a minha produção original Netflix preferida, lugar antes ocupado pelo filme Roma. Há aqui um nível impressionante de qualidade e excelência no processo de contar uma história, e que história! Isso aqui é um monumento dentro do campo de documentários! A série acompanha o caso criminal extremamente complexo de Steven Avery e Brandan Dassey, acusados injustamente por um homicídio que não cometeram e suas inúmeras tentativas de absolvição. A cobertura da série abrange 13 anos do caso, entre 2005 e 2018, com cenas do tribunal, dramatizações, muitas imagens de arquivo, novas investigações, é um caso criminal inacreditável que foi acompanhado em tempo real, o que me leva a aplaudir a edição da série que realiza um trabalho formidável na composição da linha do tempo, dos fatos e da narrativa num compilado de 20 episódios de 1 hora de duração. Making a Murderer está muito além de qualquer docussérie “true crime” que eu já vi e felizmente é um projeto que ganhou vida graças ao investimento da Netflix. Não é à toa que venceu 4 das 6 indicações ao Emmy Awards.
Acredito que nenhuma história de ficção poderá superar o que aconteceu na cidade de Guaratuba, Paraná, nos anos 90. É curioso pensar sobre as omissões, as coincidências, os silenciamentos, a monstruosidade, a linha do tempo, as conexões entre todas as peças, me sobe um arrepio gelado quando penso na possibilidade da existência de um destino já escrito para cada ser humano. Teria sido este um típico caso de “ironia do destino”?
O documentário conta sobre um caso criminal em que não há consolo, não há respiro, não há esperança, é um mergulho em queda livre num grande e escuro vazio. Eu achava que o caso dos irmãos Naves tinha sido o maior ato de injustiça judicial brasileira, até conhecer a história dos meninos Evandro e Leandro.
Em 1992 os dois garotos entraram para as estatísticas de crianças desaparecidas no Paraná (número que aumentava vertiginosamente) e o dia 15 de fevereiro de 92 foi o marco zero dos eventos cataclísmicos que acarretaram a história mais horripilante e inacreditável do nosso país, envolvendo intolerância religiosa, satanismo, tortura, política, corrupção e violência policial.
Estou completamente destruído com todas as circunstâncias desta história, mas como obra documental, a Globoplay fez mais um excelente trabalho.
Adorei as aventuras do Tanjiro com a Nezuko, o anime tem uma estética bastante agradável e caprichada, e apesar de haver alguns personagens difíceis de aturar (Zenitsu) e muitas passagens melodramáticas demais, é um shonen bem tradicional e divertido. Achei promissor.
“João de Deus” é um nome que traz consigo um histórico inacreditável de manipulação e controle de massas, seus trabalhos construíram um delírio coletivo e um exército fiel de seguidores muito semelhante ao dos políticos de direita, que aos olhos de seus admiradores são figuras puras, benevolentes, especiais e inquestionáveis. Cuidado com as pessoas intocáveis! Por outro lado, é emocionante e inspirador ver a força de tantas mulheres que foram vítimas de um homem horripilante e conseguiram superar o medo da retaliação física, psicológica (e até divina) ao gritarem o que há muito tempo estava trancafiado. Este documentário me lembrou bastante o excelente The Keepers da Netflix, que aborda os mesmos temas: religião, abusos, homicídios, traumas, corrupção e impunidade. E a luta continua.
E bora zerar mais um doc true crime da Netflix!! Fico na torcida para que a Netflix faça uma série documental sobre Columbine, Utoya, Chernobyl, Panamá, 11 de setembro, Charles Manson, John Wayne Gacy, Jeffrey Dahmer, além de mais casos brasileiros e mais outros casos polêmicos pelo mundo, daquele jeito especial que só a Netflix sabe fazer, cheio de imagens e vídeos de arquivo, tomadas aéreas com drones, mapas, entrevistas e dramatizações não invasivas.
Pessoas chateadas com um documentário sobre o caso Elisa Lam e o Hotel Cecil porque ele fala bastante sobre o caso Elisa Lam e o Hotel Cecil 🤣🤣 Só pode ser piada
Desde 2013 o caso Elisa Lam se tornou uma lenda urbana moderna e alvo de muitas suspeitas, polêmicas, teorias da conspiração e boatos sobre possíveis influências de forças sobrenaturais, para os menos céticos. O mais novo documentário da Netflix reconta todo o drama da jovem canadense Elisa Lam em sua viagem pela Califórnia até chegar no famigerado Hotel Cecil, onde foi encontrada morta na caixa d’água, deixando para trás migalhas que sugeriam um crime assustador. A abordagem do doc é propositalmente sensacionalista, pois a história é revisitada de acordo com a linha do tempo dos fatos e trazendo à tona todos os pontos de vista da mídia antes, durante e depois do desfecho do caso. Crime Scene: The Vanishing at the Cecil Hotel é uma boa opção para quem gosta de histórias de mistério e investigação policial.
O Estripador conta uma história que vai muito mais além do que as ações intimidadoras de um serial killer contra as mulheres. Vemos aqui uma história de terror, de repressão, de abandono, de preconceito, vemos uma representação das sequelas do machismo e do sexismo e de como elas são semelhantes aos efeitos colaterais de uma bomba nuclear, pouco perceptíveis no início, mas avassaladoras quando entram em ação.
Nicole Kidman sussurrando, encarando, chorando, gritando, surtando, secando as lágrimas com as pontas dos dedos, se recompondo, e começando tudo de novo, por 6 horas seguidas. É pra isso que eu pago internet. A indicação da lenda ao Emmy e Golden Globe já vem pronta.
Há um vácuo enorme entre a Mildred Ratched de 1975 e a Mildred Ratched de 2020, a Sarah Paulson é uma ótima atriz, mas não consegui enxergar a essência da personagem na forma como ela foi idealizada aqui, apenas alguns lapsos. Também não achei que esta tenha sido uma história de origem convincente, está mais para um universo paralelo de American Horror Story do que para um aprofundamento honesto e verossímil no cerne de O Estranho no Ninho. O tratamento estético é bastante cuidadoso, há muitas cores vibrantes e figurinos vistosos, mas a série caminha numa constante linha decrescente.
Unsolved Mysteries (Mistérios Sem Solução) é um documentário impressionante que apresenta uma coletânea de histórias misteriosas envolvendo crimes e casos macabros que até hoje jazem sem um desfecho oficial pela polícia ou pela ciência. O foco aqui são histórias de desaparecimentos, assassinatos, mortes inexplicáveis, mas também há espaço para especulações sobrenaturais e místicas. Vale ressaltar que apesar de a narrativa trazer um toque investigativo e bastante envolvente, há um alto teor de morbidez, impunidade, martírio e angústia em algumas histórias, o que particularmente abalou muito meu emocional, mas ainda assim, eu passei várias semanas aguardando o dia da estreia deste documentário na Netflix (1 de julho) e o devorei em poucas horas no mesmo dia, era o tipo de produção que eu já sentia que iria atender à todas as minhas expectativas e foi o que aconteceu. Já estou ansioso pela "parte 2" que chega em 19 de outubro.
Notas individuais dos episódios: 01. Mystery on the Rooftop: nota 10 02. 13 Minutes: nota 9,5 03. House of Terror: nota 8,0 04. No Ride Home: nota 9,5 05. Berkshire’s UFO: nota 8,0 06. Missing Witness: nota 9,0
Uma série que chegou de mansinho e surpreendeu a todos por sua inventividade, formato, concepção e qualidades técnicas, trabalha com vários estilos de animações (desde as de traços mais sineglos até as que esbanjam um hiper-realismo impressionante) e desenvolve com esmero uma porção de temáticas dentro do vasto campo da ficção científica, tais como tecnologia, política, perversidade humana, ecologia, misticismo, robótica, homem vs máquina. Uma das melhores surpresas de 2019.
Melhores episódios: - The Witness - Beyond the Aquila Rift - Shape-Shifters - Helping Hand - Fish Night - The Secret War
Conversando Com Um Serial Killer: O Canibal de Milwaukee
4.0 64 Assista AgoraConversations With a Killer é um ótimo projeto do Joe Berlinger em parceria com a Netflix, essa dupla vem rendendo ótimos trabalhos. A ideia de montar toda uma estrutura narrativa da linha do tempo de um serial killer com base em depoimentos gravados em fitas de áudio até então sigilosas é impressionante. Desde The Ted Bundy Tapes, quando a Netflix estava se estabelecendo como uma potência na produção de conteúdo true crime de qualidade, algo me dizia que mais cedo ou mais tarde a história do Jeffrey Dahmer seria trazida à tona (considerando que até hoje esse é um dos maiores nomes dentro da criminologia estadunidense), esse momento chegou e coincidentemente foi pelas mãos do Berlinger também. Essa é uma história que sempre traz muito impacto emocional, não importa quantas vezes seja contada, e o Berlinger segue a mesma fórmula das temporadas anteriores: muitas imagens de arquivo, contexto político-social, entrevistas, dramatizações sutis e não invasivas e uma edição bem afiada, eu não esperava menos do cara que fez a trilogia Paradise Lost. Não sei como foram as negociações nos bastidores, mas gostaria de ter visto mais sobre as vítimas e as famílias. Não tem como controlar as emoções após aquele "in memorian" nos segundos finais.
O Mistério das Mortes de Burari
3.7 44 Assista AgoraQue história assustadora! O novo documentário true crime da Netflix conta sobre o recente caso dos 11 membros de uma mesma família encontrados mortos na capital da Índia, Nova Delhi, em 2018, de forma inexplicável e duvidosa. Esta história é como uma mistura do caso francês Dupont de Ligonnès (contado no episódio “House of Terror” da excelente série documental Unsolved Mysteries, da Netflix) com a inesquecível tragédia na longínqua Jonestown, em 1978, e uma pitada adicional de Agatha Christie, sendo esta série um espaço para a reflexão e a reconstituição dos fatos para entendermos o que aconteceu com estas 11 pessoas e qual a verdade por trás do mistério de suas mortes. Perturbador, controverso e polêmico, o doc traz à tona temas como suicídio, fanatismo, saúde mental, fé e submissão. Vale a pena conhecer a história desta família.
Memórias do 11-9
4.5 14 Assista AgoraMuitos estão falando que este é o documentário definitivo sobre o 11 de setembro e eu não poderia concordar mais. Nunca vi uma abordagem sobre este atentado terrorista tão próxima, real e fidedigna quanto a que é mostrada aqui em "9/11: One Day in America", é como assistir o desastre pelos olhos daquelas pessoas que estavam no olho do furacão. O objetivo aqui é reconstruir aquele dia, hora a hora, minuto a minuto, tijolo por tijolo, seguindo toda trajetória da tragédia e trazendo coletâneas de imagens e filmagens tão ricas, poderosas e emblemáticas que o processo de assisti-las chega a ser vertiginoso. Imagens amadoras, imagens jornalísticas, imagens profissionais das equipes de resgate, imagens de câmeras descartáveis, tudo é usado aqui, é um trabalho extraordinário de pesquisa e montagem feito pela National Geographic e pelo 9/11 Memorial & Museum, espero que esta série seja reconhecida na próxima temporada de premiações. Enfatizo também o valor histórico e simbólico dos segmentos envolvendo as equipes de resgate que foram muito bem acompanhados e registrados, mesmo sob extrema situação de risco. Aqui não se fala em motivo, não se fala em porquês, acho que sequer o nome "Osama Bin Laden" é mencionado, o espaço aqui é todo das vítimas, tanto as que se foram, quanto as que ficaram para contar suas histórias, suas perdas, seus milagres, o fio condutor de todo o documentário é justamente o resgate da experiência em tempo real dos que voltaram e dos que pereceram. Só não dou nota máxima porque senti falta de mais espaço para o desenvolvimento do ataque ao Pentágono e da queda do Voo 93. Ainda assim, este doc superou com folga o Turning Point da Netflix, que também é muito bom e serve como um excelente complemento sobre o contexto político em que o atentado se desenvolveu. Espero que ambos recebam mais reconhecimento porque são produções de valor inestimável.
Ponto de Virada: 11/9 e a Guerra contra o Terror
4.3 38 Assista AgoraÓtima série de documentário que mostra o antes, o durante e o depois do atentado terrorista em 11 de setembro de 2001, expondo todo o plano de fundo político que desencadeou este marco histórico e as muitas falhas do governo americano em lidar com a tragédia. Mesmo após 20 anos, esta guerra ainda está longe de acabar. Fiquei impressionado com a riqueza de detalhes e arquivos de imagens que são usados aqui, excelente trabalho de edição, narrativa e organização da linha do tempo. Há muitas questões de são levantadas aqui para reflexão de forma justa, sensata e relevante, não sendo este apenas mais um título que “chove no molhado”.
Ressalto também o trabalho primoroso do episódio “A Place of Danger”, é como acompanhar um filme de terror em tempo real, com filmagens de diversos ângulos e perspectivas daquela manhã de setembro, é uma experiência tão imersiva que chega a ser sufocante e assustadora, é como estar lá.
João de Deus: Cura e Crime
3.6 95Em 2020 a Globoplay lançou sua versão da polêmica história do médium João de Deus na excelente docussérie "Em Nome de Deus", poucos meses depois a Netflix traz também sua versão com "João de Deus: Cura e Crime", que não é tão completo e abrangente quanto o da Globoplay, mas traz novos pontos de vista muito válidos desta história horrorosa. Ambos os documentários carecem de um aprofundamento e desenvolvimento do ponto-chave desta história que levou João de Deus chegar onde chegou: a procedência das curas, ou supostas curas, espirituais. A Netflix adota aqui um tom mais poético e íntimo em sua narrativa, algumas tomadas de cena me lembraram de longe (bem de longe) o estilo do diretor documentarista Werner Herzog, em contrapartida, o doc da Globoplay parte de uma abordagem mais jornalística e ambos se complementam muito bem.
Seduced: Inside The NXIVM Cult
4.1 26 Assista AgoraAté hoje acho essa história surreal demais para ser verdade, mais absurda que muitos roteiros de filmes de terror, ainda mais porque revela uma faceta da Allison Mack jamais antes vista em sua personagem Chloe Sullivan de Smallville, que sempre foi minha série preferida. Como fã, foi um choque muito grande quando estas revelações explodiram na internet. Apesar da história da seita NXIVM já ter sido contada no documentário The Vow da HBO, Seduced traz à tona novos pontos de vista de forma bem mais incisiva, direta e pessoal, dando destaque aos depoimentos de uma das peças-chave deste escândalo: India Oxenberg. Ambas as produções, da HBO e da Starz, se complementam muito bem e são uma boa pedida para quem se interessa por histórias sobre líderes de seitas e seguidores fanáticos.
Como Se Tornar um Tirano
3.9 57 Assista AgoraO manual da tirania sendo seguido â risca no Brasil.
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 387Já tava na hora da Netflix fazer mais um doc true crime Brasil, espero que seja do mesmo nível de Bandidos na TV.
Making a Murderer (2ª Temporada)
4.1 71Posso dizer com tranquilidade que Making a Murderer é oficialmente a minha produção original Netflix preferida, lugar antes ocupado pelo filme Roma. Há aqui um nível impressionante de qualidade e excelência no processo de contar uma história, e que história! Isso aqui é um monumento dentro do campo de documentários! A série acompanha o caso criminal extremamente complexo de Steven Avery e Brandan Dassey, acusados injustamente por um homicídio que não cometeram e suas inúmeras tentativas de absolvição. A cobertura da série abrange 13 anos do caso, entre 2005 e 2018, com cenas do tribunal, dramatizações, muitas imagens de arquivo, novas investigações, é um caso criminal inacreditável que foi acompanhado em tempo real, o que me leva a aplaudir a edição da série que realiza um trabalho formidável na composição da linha do tempo, dos fatos e da narrativa num compilado de 20 episódios de 1 hora de duração. Making a Murderer está muito além de qualquer docussérie “true crime” que eu já vi e felizmente é um projeto que ganhou vida graças ao investimento da Netflix. Não é à toa que venceu 4 das 6 indicações ao Emmy Awards.
Making a Murderer (2ª Temporada)
4.1 71Kathleen Zellner é a melhor personagem de uma série de TV e ninguém vai me convencer do contrário.
O Caso Evandro
4.5 249Acredito que nenhuma história de ficção poderá superar o que aconteceu na cidade de Guaratuba, Paraná, nos anos 90. É curioso pensar sobre as omissões, as coincidências, os silenciamentos, a monstruosidade, a linha do tempo, as conexões entre todas as peças, me sobe um arrepio gelado quando penso na possibilidade da existência de um destino já escrito para cada ser humano. Teria sido este um típico caso de “ironia do destino”?
O documentário conta sobre um caso criminal em que não há consolo, não há respiro, não há esperança, é um mergulho em queda livre num grande e escuro vazio. Eu achava que o caso dos irmãos Naves tinha sido o maior ato de injustiça judicial brasileira, até conhecer a história dos meninos Evandro e Leandro.
Em 1992 os dois garotos entraram para as estatísticas de crianças desaparecidas no Paraná (número que aumentava vertiginosamente) e o dia 15 de fevereiro de 92 foi o marco zero dos eventos cataclísmicos que acarretaram a história mais horripilante e inacreditável do nosso país, envolvendo intolerância religiosa, satanismo, tortura, política, corrupção e violência policial.
Estou completamente destruído com todas as circunstâncias desta história, mas como obra documental, a Globoplay fez mais um excelente trabalho.
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba (1ª Temporada)
4.4 252 Assista AgoraAdorei as aventuras do Tanjiro com a Nezuko, o anime tem uma estética bastante agradável e caprichada, e apesar de haver alguns personagens difíceis de aturar (Zenitsu) e muitas passagens melodramáticas demais, é um shonen bem tradicional e divertido. Achei promissor.
Em Nome de Deus
4.3 115“João de Deus” é um nome que traz consigo um histórico inacreditável de manipulação e controle de massas, seus trabalhos construíram um delírio coletivo e um exército fiel de seguidores muito semelhante ao dos políticos de direita, que aos olhos de seus admiradores são figuras puras, benevolentes, especiais e inquestionáveis. Cuidado com as pessoas intocáveis! Por outro lado, é emocionante e inspirador ver a força de tantas mulheres que foram vítimas de um homem horripilante e conseguiram superar o medo da retaliação física, psicológica (e até divina) ao gritarem o que há muito tempo estava trancafiado. Este documentário me lembrou bastante o excelente The Keepers da Netflix, que aborda os mesmos temas: religião, abusos, homicídios, traumas, corrupção e impunidade. E a luta continua.
Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração
3.6 44E bora zerar mais um doc true crime da Netflix!!
Fico na torcida para que a Netflix faça uma série documental sobre Columbine, Utoya, Chernobyl, Panamá, 11 de setembro, Charles Manson, John Wayne Gacy, Jeffrey Dahmer, além de mais casos brasileiros e mais outros casos polêmicos pelo mundo, daquele jeito especial que só a Netflix sabe fazer, cheio de imagens e vídeos de arquivo, tomadas aéreas com drones, mapas, entrevistas e dramatizações não invasivas.
Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil
3.4 260 Assista AgoraPessoas chateadas com um documentário sobre o caso Elisa Lam e o Hotel Cecil porque ele fala bastante sobre o caso Elisa Lam e o Hotel Cecil 🤣🤣 Só pode ser piada
Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil
3.4 260 Assista AgoraDesde 2013 o caso Elisa Lam se tornou uma lenda urbana moderna e alvo de muitas suspeitas, polêmicas, teorias da conspiração e boatos sobre possíveis influências de forças sobrenaturais, para os menos céticos. O mais novo documentário da Netflix reconta todo o drama da jovem canadense Elisa Lam em sua viagem pela Califórnia até chegar no famigerado Hotel Cecil, onde foi encontrada morta na caixa d’água, deixando para trás migalhas que sugeriam um crime assustador. A abordagem do doc é propositalmente sensacionalista, pois a história é revisitada de acordo com a linha do tempo dos fatos e trazendo à tona todos os pontos de vista da mídia antes, durante e depois do desfecho do caso. Crime Scene: The Vanishing at the Cecil Hotel é uma boa opção para quem gosta de histórias de mistério e investigação policial.
A História do Palavrão (1ª Temporada)
3.7 16 Assista AgoraDivertido, irreverente, informativo e tem o Nicolas Cage apresentando, é o tipo de documentário que eu nem sabia que eu precisava. Fuck yeah!
O Estripador (1ª Temporada)
3.6 56 Assista AgoraO Estripador conta uma história que vai muito mais além do que as ações intimidadoras de um serial killer contra as mulheres. Vemos aqui uma história de terror, de repressão, de abandono, de preconceito, vemos uma representação das sequelas do machismo e do sexismo e de como elas são semelhantes aos efeitos colaterais de uma bomba nuclear, pouco perceptíveis no início, mas avassaladoras quando entram em ação.
The Undoing
3.7 254 Assista AgoraNicole Kidman sussurrando, encarando, chorando, gritando, surtando, secando as lágrimas com as pontas dos dedos, se recompondo, e começando tudo de novo, por 6 horas seguidas. É pra isso que eu pago internet. A indicação da lenda ao Emmy e Golden Globe já vem pronta.
Lorena
4.2 26Em época de “estupro culposo”, o que Lorena Bobbitt fez chega a ser um ato de revolução.
Ratched (1ª Temporada)
3.8 393 Assista AgoraHá um vácuo enorme entre a Mildred Ratched de 1975 e a Mildred Ratched de 2020, a Sarah Paulson é uma ótima atriz, mas não consegui enxergar a essência da personagem na forma como ela foi idealizada aqui, apenas alguns lapsos. Também não achei que esta tenha sido uma história de origem convincente, está mais para um universo paralelo de American Horror Story do que para um aprofundamento honesto e verossímil no cerne de O Estranho no Ninho. O tratamento estético é bastante cuidadoso, há muitas cores vibrantes e figurinos vistosos, mas a série caminha numa constante linha decrescente.
Mistérios sem Solução (Volume 1)
3.8 142 Assista AgoraUnsolved Mysteries (Mistérios Sem Solução) é um documentário impressionante que apresenta uma coletânea de histórias misteriosas envolvendo crimes e casos macabros que até hoje jazem sem um desfecho oficial pela polícia ou pela ciência. O foco aqui são histórias de desaparecimentos, assassinatos, mortes inexplicáveis, mas também há espaço para especulações sobrenaturais e místicas. Vale ressaltar que apesar de a narrativa trazer um toque investigativo e bastante envolvente, há um alto teor de morbidez, impunidade, martírio e angústia em algumas histórias, o que particularmente abalou muito meu emocional, mas ainda assim, eu passei várias semanas aguardando o dia da estreia deste documentário na Netflix (1 de julho) e o devorei em poucas horas no mesmo dia, era o tipo de produção que eu já sentia que iria atender à todas as minhas expectativas e foi o que aconteceu. Já estou ansioso pela "parte 2" que chega em 19 de outubro.
Notas individuais dos episódios:
01. Mystery on the Rooftop: nota 10
02. 13 Minutes: nota 9,5
03. House of Terror: nota 8,0
04. No Ride Home: nota 9,5
05. Berkshire’s UFO: nota 8,0
06. Missing Witness: nota 9,0
Naruto Shippuden (4ª Temporada)
4.4 72 Assista AgoraIno só assistindo às lutas do Shikamaru e do Kakashi por conta dos roteiristas machistas de Naruto. Não fosse isso, a temporada seria 5/5.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraUma série que chegou de mansinho e surpreendeu a todos por sua inventividade, formato, concepção e qualidades técnicas, trabalha com vários estilos de animações (desde as de traços mais sineglos até as que esbanjam um hiper-realismo impressionante) e desenvolve com esmero uma porção de temáticas dentro do vasto campo da ficção científica, tais como tecnologia, política, perversidade humana, ecologia, misticismo, robótica, homem vs máquina. Uma das melhores surpresas de 2019.
Melhores episódios:
- The Witness
- Beyond the Aquila Rift
- Shape-Shifters
- Helping Hand
- Fish Night
- The Secret War