Curta metragem pioneiro em que se tem o primeiro cartoon a reproduzir a imagem e os movimentos de um dinossauro. Em 13 minutos de animação, o diretor Winsor McCay interage com sua cria determinando comandos ao personagem e até produzindo seu cartoon em miniatura no desenho e pegando uma carona com o animal adestrado. Alguns técnicas utilizadas no filme se tornariam padrões na animação, como o 'background' ou seja, o cenário em que o personagem animado se movimenta. Este cenário é marcado para ficar estático com as figuras que se movimentam em seu espaço dando naturalidade e consistencia visual. Charmosamente rústico.
A primeira produção em que o experimentalismo e a noção de uma construção narrativa se aproximam através da criatividade de Émile Cohl. A criação de imagens com uso de traços que será resgatado novamente na década de setenta com a animação da linha. Primeiro desenho animado com cena 'live action'. Valor histórico indiscutível.
Utilizando o dispositivo de entrevista, Karin descortina aspectos não apenas pessoais de cada uma de suas tias, mas também elementos de cultura local, preconceitos e estilos que delinearam os anos 30 do interior cearense onde as mulheres se portam de uma forma submissa ou desafiadora frente a sociedade. Ao mesmo tempo que ele resgata as memórias de parentes e as escolhas de vida o diretor se insere como objeto das discussões ao se incluir nos temas seja através da narrativa em que sua voz em 'off' conduzindo as abordagens afetivamente e contextualizando os momentos, seja quando didatiza aspectos em que a sexualidade ganha contornos de um início de debate sem fôlego sobre a criação em um ambiente machista. Documentário repleto de ternura e timidez, mas com pouca ousadia.
A principio um filme simples e elementar, de aspecto institucional, que se desdobra nos diversos corredores e seções da biblioteca de Paris num didaticismo enaltecedor da função quase divina da memória mundial através dos livros ali catalogados. O filme, contundo, vai além de uma nostalgia de tom melancólico e parece dialogar, com muita sensibilidade, com o reconhecimento da unidade humana pelas diferentes culturas, representadas pelo conjunto de seu acervo que reúne basicamente obras literárias sob diferentes formas além de objetos de valor histórico vindos de toda a parte do mundo. A fotografia que usa o travelling suavemente em movimento elípticos é de uma sofisticação e arrojo atípicos para a época. Filme para ver, rever e extrair novos significados isoladamente ou se relacionando com seu trabalho anterior, Noite e Neblina.
Adepto da nova cena documental pernambucana, Marcelo Pedroso tem como principal característica dar significados através de uma montagem feita a partir da coleta de tomadas capturadas por terceiros. Com o intuito de filtrar as imagens que reflitam da forma mais pura o retrato de uma realidade, seus filmes são construídos seguindo a trilha do acaso e pautados no olhar do outro. O diretor abre mão do controle de misce-en-scene do material registrado para assim chegar a um índice maior de fidelidade do que é registrado. Este seria o ideal do filme documental para muitos teóricos: pouca governabilidade, interferência e roteirização por parte do diretor. Apenas desta forma seria alcançado um resultado que se aproxime do real. Em Câmara Escura, projeto que infelizmente encontra-se proibido de veiculação pública por determinação judicial, a experiência em deixar na porta das casas abastadas do Recife uma câmera gravando ininterruptamente as imagens daqueles que as resgatam, consequentemente, os donos dessas casas, atestam um sintoma de isolamento, fragilidade e paranóias que enfretam os cidadãos ilhados nesses castelos de câmeras, cercas elétricas e advogados. Embora os resultados sejam uma comprovação do que poderia ser esperado, os efeitos imediatos e mediatos, colaboram no sentido de expor uma sociedade que ao mesmo tempo que valoriza a exposição total através de redes sociais, resguarda de forma impiedosa a intimidade quando sua quebra se dá de forma não programada.
Cheia de histórias e anedotas é lendária a vinda de Orson Welles ao Brasil. Cumprindo o chamado do presidente Roosevelt pela política da boa vizinhança estabelecida pelos Estados Unidos no período da 2ª Guerra Mundial, Welles captura diversas imagens no Brasil para a realização do filme inacabado e cujo material nunca tinha sido visto por completo, "It's All True". Neste curta de 16 minutos, filmado em preto e branco, os diretores baseados em entrevista feita por jornalistas do Recife em sua breve estada na capital pernambucana, desenvolvem um roteiro sarcástico, inteligente e espontâneo que põe um bonachão Welles numa bateria de perguntas e o mesclam ao cenário local de rios, prédios históricos e bordéis, filtrando suas reações neste ambiente regional. A fotografia revela distorções de imagens, profundidades de campo, e plongés em diversos planos, ilustrando as técnicas de câmera desenvolvida por Welles em sua filmografia. Thats a Lero Lero revela uma safra de profissionais que seria inspirador para consolidar o renascimento e a retomada da produção de longas metragens em Pernambuco: a geração Árido Movie. Em jejum há mais de 40 anos, nessa categoria de produção, esse lapso de abstinência é encerrado a partir de O Baile Perfumado em 1997.
Documentário de curta duração onde a proposta é deixar o espectador ser transplantado para o ambiente isolado onde se funde o conflito agrário da moradora Maria Francisca com a Usina Petribu, confrontado com o bucolismo e o verde do canavial que invade toda a paisagem. Maria Francisca em seus relatos assume o papel da protagonista e vai conduzindo a câmera através de seus discursos e das imagens que apresenta. Documentário cujo dispositivo de observação se sobressai ao da entrevista. Ótimo exercício documental.
Uma visão intimista, porém pouco aprofundada, de uma faceta da comunidade gay mais madura de São Paulo. O ponto de partida é a boate Bailão no centro de São Paulo que funciona como local de encontro e confraternização de um publico essencialmente masculino de uma faixa etária superior a 50 anos. Com está base, o curta vai colhendo depoimentos esparsos e não burocráticos, nos dando um panorama que, embora limitado, vai delineando o histórico, os pensamentos, frustrações, angústias e expectativas de alguns de seus frequentadores. Documentário extremamente simpático e reflexivo.
A câmera é apenas a testemunha de um ritual que mistura elementos da cultura afro espírita com princípios da organização colonialista africana em meados do século XX. A narração vai acompanhando, e explicando, toda a trajetória de transformação dos participantes que em seu transe/possessão passam de humildes trabalhadores e assumem uma postura de figuras do poder político emblemático para a época. Repleto de imagens que nos trazem a memória filmes de terror do gênero 'gore', Os Mestres Loucos não é indicado aquelas pessoas que tem restrições a imagens radicais no quesito cenas nojentas. Surpreendente e perturbador registro etnográfico de uma prática orgulhosamente festiva, para eles, e assombrosamente macabra, para nós, mas para os olhos do documentárista, sedutora pelas suas razões.
Muito bacana a ideia de revisitar filmes clássicos e contemporâneos da cinematografia brasileira no intuito de se perceber a inter-relação de influencias entre o que é visto nas telas e o que está enraizado na cultura popular pela forma como os gays são retratados. O curta abre espaço também para ir além da simples constatação da predominância de estereótipos e, através dos seus debatedores, faz uma crítica aos papéis os quais são relegados os homossexuais tanto masculino , quanto feminino. Òtimo material de reflexão no que tange a preconceitos e oportunidades.
Cenas inesquecíveis do duelo de titãs do vôlei feminino na década de 90: brasileiras e cubanas. As jogadoras passam a limpo o histórico incidente que as levaram para a vias de fato na partida semifinal do jogos olímpicos de Atlanta em 1996 no qual as brasileiras foram derrotadas no set decisivo. Os acontecimentos que fizeram com que as duas seleções chegassem ao ápice da hostilidade mútua são levantados. Depoimentos surpreendentes das lendárias Mireya Luis, Carbajal e Regla Torres que relatam como a relação com as brasileiras passou do nível amigável para a total aversão e a pressão sofrida por elas por parte da política cubana em ganhar os torneios. Depoimentos emocionantes de Ana Moser, Virna, Ida, Ana Paula e Márcia Fu. Em termos técnicos o trabalho de Fábio Meira faz o confronto das ex-atletas com os vídeos dos embates do passado captando as respostas delas através de suas reações as emoções nostálgicas de quase vinte anos atrás. O ponto de vista exclusivo e as impressões apenas daquelas que estavam dentro da quadra. Simples, mas efetivo.
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Gertie the Dinosaur
4.1 18Curta metragem pioneiro em que se tem o primeiro cartoon a reproduzir a imagem e os movimentos de um dinossauro. Em 13 minutos de animação, o diretor Winsor McCay interage com sua cria determinando comandos ao personagem e até produzindo seu cartoon em miniatura no desenho e pegando uma carona com o animal adestrado. Alguns técnicas utilizadas no filme se tornariam padrões na animação, como o 'background' ou seja, o cenário em que o personagem animado se movimenta. Este cenário é marcado para ficar estático com as figuras que se movimentam em seu espaço dando naturalidade e consistencia visual. Charmosamente rústico.
Fantasmagorie
4.0 30A primeira produção em que o experimentalismo e a noção de uma construção narrativa se aproximam através da criatividade de Émile Cohl. A criação de imagens com uso de traços que será resgatado novamente na década de setenta com a animação da linha. Primeiro desenho animado com cena 'live action'. Valor histórico indiscutível.
Seams
4.5 11Utilizando o dispositivo de entrevista, Karin descortina aspectos não apenas pessoais de cada uma de suas tias, mas também elementos de cultura local, preconceitos e estilos que delinearam os anos 30 do interior cearense onde as mulheres se portam de uma forma submissa ou desafiadora frente a sociedade. Ao mesmo tempo que ele resgata as memórias de parentes e as escolhas de vida o diretor se insere como objeto das discussões ao se incluir nos temas seja através da narrativa em que sua voz em 'off' conduzindo as abordagens afetivamente e contextualizando os momentos, seja quando didatiza aspectos em que a sexualidade ganha contornos de um início de debate sem fôlego sobre a criação em um ambiente machista. Documentário repleto de ternura e timidez, mas com pouca ousadia.
Toda a Memória do Mundo
4.3 12A principio um filme simples e elementar, de aspecto institucional, que se desdobra nos diversos corredores e seções da biblioteca de Paris num didaticismo enaltecedor da função quase divina da memória mundial através dos livros ali catalogados. O filme, contundo, vai além de uma nostalgia de tom melancólico e parece dialogar, com muita sensibilidade, com o reconhecimento da unidade humana pelas diferentes culturas, representadas pelo conjunto de seu acervo que reúne basicamente obras literárias sob diferentes formas além de objetos de valor histórico vindos de toda a parte do mundo. A fotografia que usa o travelling suavemente em movimento elípticos é de uma sofisticação e arrojo atípicos para a época. Filme para ver, rever e extrair novos significados isoladamente ou se relacionando com seu trabalho anterior, Noite e Neblina.
Câmara escura
3.6 4Adepto da nova cena documental pernambucana, Marcelo Pedroso tem como principal característica dar significados através de uma montagem feita a partir da coleta de tomadas capturadas por terceiros. Com o intuito de filtrar as imagens que reflitam da forma mais pura o retrato de uma realidade, seus filmes são construídos seguindo a trilha do acaso e pautados no olhar do outro. O diretor abre mão do controle de misce-en-scene do material registrado para assim chegar a um índice maior de fidelidade do que é registrado. Este seria o ideal do filme documental para muitos teóricos: pouca governabilidade, interferência e roteirização por parte do diretor. Apenas desta forma seria alcançado um resultado que se aproxime do real. Em Câmara Escura, projeto que infelizmente encontra-se proibido de veiculação pública por determinação judicial, a experiência em deixar na porta das casas abastadas do Recife uma câmera gravando ininterruptamente as imagens daqueles que as resgatam, consequentemente, os donos dessas casas, atestam um sintoma de isolamento, fragilidade e paranóias que enfretam os cidadãos ilhados nesses castelos de câmeras, cercas elétricas e advogados. Embora os resultados sejam uma comprovação do que poderia ser esperado, os efeitos imediatos e mediatos, colaboram no sentido de expor uma sociedade que ao mesmo tempo que valoriza a exposição total através de redes sociais, resguarda de forma impiedosa a intimidade quando sua quebra se dá de forma não programada.
That's a Lero-Lero
3.6 1Cheia de histórias e anedotas é lendária a vinda de Orson Welles ao Brasil. Cumprindo o chamado do presidente Roosevelt pela política da boa vizinhança estabelecida pelos Estados Unidos no período da 2ª Guerra Mundial, Welles captura diversas imagens no Brasil para a realização do filme inacabado e cujo material nunca tinha sido visto por completo, "It's All True". Neste curta de 16 minutos, filmado em preto e branco, os diretores baseados em entrevista feita por jornalistas do Recife em sua breve estada na capital pernambucana, desenvolvem um roteiro sarcástico, inteligente e espontâneo que põe um bonachão Welles numa bateria de perguntas e o mesclam ao cenário local de rios, prédios históricos e bordéis, filtrando suas reações neste ambiente regional. A fotografia revela distorções de imagens, profundidades de campo, e plongés em diversos planos, ilustrando as técnicas de câmera desenvolvida por Welles em sua filmografia. Thats a Lero Lero revela uma safra de profissionais que seria inspirador para consolidar o renascimento e a retomada da produção de longas metragens em Pernambuco: a geração Árido Movie. Em jejum há mais de 40 anos, nessa categoria de produção, esse lapso de abstinência é encerrado a partir de O Baile Perfumado em 1997.
Acercadacana
3.8 3Documentário de curta duração onde a proposta é deixar o espectador ser transplantado para o ambiente isolado onde se funde o conflito agrário da moradora Maria Francisca com a Usina Petribu, confrontado com o bucolismo e o verde do canavial que invade toda a paisagem. Maria Francisca em seus relatos assume o papel da protagonista e vai conduzindo a câmera através de seus discursos e das imagens que apresenta. Documentário cujo dispositivo de observação se sobressai ao da entrevista. Ótimo exercício documental.
Bailão
3.7 8Uma visão intimista, porém pouco aprofundada, de uma faceta da comunidade gay mais madura de São Paulo. O ponto de partida é a boate Bailão no centro de São Paulo que funciona como local de encontro e confraternização de um publico essencialmente masculino de uma faixa etária superior a 50 anos. Com está base, o curta vai colhendo depoimentos esparsos e não burocráticos, nos dando um panorama que, embora limitado, vai delineando o histórico, os pensamentos, frustrações, angústias e expectativas de alguns de seus frequentadores. Documentário extremamente simpático e reflexivo.
Os Mestres Loucos
3.8 31A câmera é apenas a testemunha de um ritual que mistura elementos da cultura afro espírita com princípios da organização colonialista africana em meados do século XX. A narração vai acompanhando, e explicando, toda a trajetória de transformação dos participantes que em seu transe/possessão passam de humildes trabalhadores e assumem uma postura de figuras do poder político emblemático para a época. Repleto de imagens que nos trazem a memória filmes de terror do gênero 'gore', Os Mestres Loucos não é indicado aquelas pessoas que tem restrições a imagens radicais no quesito cenas nojentas. Surpreendente e perturbador registro etnográfico de uma prática orgulhosamente festiva, para eles, e assombrosamente macabra, para nós, mas para os olhos do documentárista, sedutora pelas suas razões.
Cinema em 7 Cores
4.0 9Muito bacana a ideia de revisitar filmes clássicos e contemporâneos da cinematografia brasileira no intuito de se perceber a inter-relação de influencias entre o que é visto nas telas e o que está enraizado na cultura popular pela forma como os gays são retratados. O curta abre espaço também para ir além da simples constatação da predominância de estereótipos e, através dos seus debatedores, faz uma crítica aos papéis os quais são relegados os homossexuais tanto masculino , quanto feminino. Òtimo material de reflexão no que tange a preconceitos e oportunidades.
Pátria
4.5 8Cenas inesquecíveis do duelo de titãs do vôlei feminino na década de 90: brasileiras e cubanas. As jogadoras passam a limpo o histórico incidente que as levaram para a vias de fato na partida semifinal do jogos olímpicos de Atlanta em 1996 no qual as brasileiras foram derrotadas no set decisivo. Os acontecimentos que fizeram com que as duas seleções chegassem ao ápice da hostilidade mútua são levantados. Depoimentos surpreendentes das lendárias Mireya Luis, Carbajal e Regla Torres que relatam como a relação com as brasileiras passou do nível amigável para a total aversão e a pressão sofrida por elas por parte da política cubana em ganhar os torneios. Depoimentos emocionantes de Ana Moser, Virna, Ida, Ana Paula e Márcia Fu. Em termos técnicos o trabalho de Fábio Meira faz o confronto das ex-atletas com os vídeos dos embates do passado captando as respostas delas através de suas reações as emoções nostálgicas de quase vinte anos atrás. O ponto de vista exclusivo e as impressões apenas daquelas que estavam dentro da quadra. Simples, mas efetivo.