William Agarius

Para quem acompanha quadrinhos, ver as adaptações da DC às telas sempre foi motivo de boa diversão e animações bem realizadas. Tenho praticamente todos as animações da DC que saiu até então, mas devo admitir que esta foi a que menos me agradou. Consegue ser pior que a "Liga da Justiça - A Nova Fronteira", pelo menos no que diz respeito ao roteiro.

Os "gráficos" são incríveis, e as cenas de ação também não deixam a desejar, com coreografias e efeitos muito bons, mas o roteiro é o mais fraco de todos. A forma como os heróis se conhecem, seus diálogos, o desenvolvimento dos personagens; soou com um pressa incontrolável de apresentar logo cada um sem muitos detalhes e isso foi o que atrapalhou no filme. Sem contar que a descaracterização (ou reformulação) dos personagens estragou tudo o que havia conquistado nas histórias anteriores.

Mas, os mais "bizarros" deles foram Mulher-Maravilha e Super-Homem. Vejam só, uma mulher guerreira que até então inevitavelmente era símbolo sexual, mas empunhava respeito e braveza sem soar caricatural, mesmo com suas roupas minúsculas, era uma aliada honrosa e que de certa forma suas ações e postura até inibia seus trajes provocantes. Mas aqui, nesta versão, tornou-se um "Hércules" fanfarrão na versão feminina, com atitudes e falas abobalhadas e que destilam sutilmente (nem tanto às vezes) como uma garota bonita e forte que ao mesmo tempo é frágil quando se relaciona com outros homens (notem sua postura diante do azulão e do Shazam/Capitão Marvel).
Mesmo ela sendo "nova" na terra, não deveria agir como uma criança de 10 anos, uma vez que sua criação em Temiscira foi baseada em treinamento de batalhas e filosofia grega, deveriam no mínimo nos apresentar uma mulher madura e valente que estava pronta para residir em sua "nova terra", mesmo que tivesse que se apresentar à coisas novas, como um simples sorvete.

E por outro lado, temos o Superman, que aqui surge como um troglodita adolescente que acabara de descobrir o que era capaz de fazer e sai por aí se mostrando e se gabando de sua força e poder. De imediato assume de forma bem "Rebelde" (em referência à novela/série Rebeldes mesmo) como um parceiro em potencial para a Diana e nem sequer disfarça isso. Toda a mansidão contida vista em outras histórias do Clark, aqui é totalmente descartada.

Não é válido dizer que eram novatos em suas ações, porque não eram, eles já eram super seres conhecidos já há algum tempo pela humanidade. Aqui se tratava ao menos da origem da Liga da Justiça, não de suas vigilâncias. Tinham que no mínimo ser mais coerente no que fazem; coerência essa que incrivelmente vemos no Flash, cuja personalidade na verdade deveria ser do mais irreverente.

E temos também o Batman. Sou fã de carteirinha do Morcego, mas aqui também devo admitir que ele nada acrescentou à trama a não ser passar de forma falha e forçada uma sabedoria e experiência injustificável para os demais, para garantir que ele, ao contrário dos demais, mesmo sendo um humano comum sem nada fora dos padrões "reais" é o melhor integrante do time.

Dá para citar a falha na descrição de cada personagem, porém nem vale à pena. Apenas afirmo que esta foi uma animação decepcionante.

Espero que os novos filmes da DC sejam inspirados em histórias melhores, como "Piada Mortal", o "Longo dias das Bruxas", "Zero Hora", "A Noite mais Densa", "Contágio" ou "Injustiça".

Fui dormir às 3 da matina por conta desse filme; não consegui parar de assistir!!

Que filme tenso! Muito bom!!

Após dar uma boa lida no livro que inspirou o filme e ver diversas notícias deste caso que infelizmente foi real, não há como não emergir na atmosfera do filme e sofrer junto com a Natasha.

É perturbador imaginar que uma criança passou toda sua juventude trancafiada naquele cubículo e sofrendo tantos abusos por um homem mal e psicótico. Aos poucos percebemos o desprazer na vida de Natasha dentro da casa, refletindo nas cores mórbidas e frígidas do ambiente. A casa sempre em tons de cinza e um marrom desbotado. Já quando Natasha sai pela primeira vez no jardim e posteriormente esquia com o rapaz, nota-se a vivacidade das cores sempre destacando o Lilás (sua cor preferida), Verde e o Vermelho.

Não há dúvidas que a garota desenvolveu a síndrome de estocolmo, e não há porque a julgarmos por isso, afinal de contas ela era apenas uma criança, e passou boa parte de sua vida apenas com este lunático como "protetor", "provedor", "educador" e "companheiro".

Também desconfio que muita coisa ficou encoberta por parte dela, mas não é obrigação dela contar a todos o que ocorreu por completo naquele lugar. Sabe-se lá o quanto mais de horror ela deve ter passado...