Que doloroso esse doc, mais triste ainda é reconhecer que é uma entre tantas histórias de massacres, genocídios contra os verdadeiros donos dessa terra. As memórias, as vozes, as entonações, as faces e os gestos corporais desse povo.. tudo é muito dolorido, carregado de marcas de um passado cruel.
Chuva é cantoria na aldeia dos mortos... ah, amo tanto esses títulos poéticos.
Não há romantização e nenhuma tentativa de mitificação, e é isso que faz com que seja um dos mais belos e fiéis filmes indígenas. Ao mesmo tempo que mostra um dilema/conflito que os jovens contemporâneos enfrentam ao lidar com toda a responsabilidade e o peso de uma herança cultural, há também críticas à suspensão de direitos básicos e obrigatórios aos índios, como assistência à saúde e educação. A câmera respeitosa, o barulho discreto das águas e os ruídos de aves e animais. Os silêncios. Os tempos, as atmosferas criam pura poesia. É uma janela aberta para o espírito.
"Quantas vidas vivemos? Quantas vezes morremos? Dizem que todos nós perdemos 21 gramas no momento exato de nossa morte. Todos. Quanto cabe em 21 gramas? Quanto se vai com eles?"
O peso da existência A vida como uma grande ironia... lindamente doloroso.
Acho bem fraco, mas a essência, o fio condutor de toda a filmografia dos irmãos Coen está presente. O sarcasmo, o cinismo, metáforas e contrastes absurdos, parece até uma paródia de Fargo.
Essas narrativas do sertão que habita nosso cinema brasileiro são lindas demais. Poesia pura, desses de assistir suspirando. Já dizia Riobaldo, em Grande sertão, "sertão é isto: o senhor empurra para trás, mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando menos se espera.”
Olha, é pesado. Muito pesado. Realmente pesado, e dói profundamente na mente, na alma e no coração. Mas é lindo por ser tão cru, cruel e doído. Mads Mikkelsen vive o Lucas, é o Lucas, sofre e nos faz sofrer pelo Lucas, que nos faz ver o ator em sua melhor forma (coisa mais linda desse mundo a cena na igreja). E o tempo de filme é tão bem utilizado que chega a ser assustador, pois mesmo com o ritmo lento não há segundos desnecessários nem cenas supérfluas, num filme enxuto, para ser degustado e sofrido aos poucos. E que dilema é colocado, hein? Há mais de nós mesmos em A Caça do que se pode imaginar, e põe a discussão sobre pedofilia e justiça social numa visão invertida. Maravilhoso.
Esse filme é de uma sensibilidade encantadora. Tão cheio de dor, empatia e amor. Excelente! A história de Nina e do tubarão partiu o meu coração.
”- Eu já dei a você seis dos meus tentáculos e agora você quer mais um? O tubarão olhou para ela com um sorriso amigável e disse: -Eu não quero um. Dessa vez eu quero todos. - mas por que? -Nina perguntou E o tubarão respondeu: -porque é para isso que servem os amigos. Quando o tubarão terminou sua refeição, ele se sentiu muito triste e sozinho. Ele sentia falta de ter alguém para explorar cavernas, construir castelos e nadar muito, muito rápido. Ele sentia muito a falta de Nina. Então ele nadou para encontrar outro amigo."
Lindo. Enxergar o relacionamento do casal pelos olhos de Maisie foi solitário e doloroso, mas ao mesmo tempo enxergar a Margo e Lincoln pelos olhos de Maisie foi gratificante e comovente. O amor fluí entre eles de uma forma genuína, eles foram um presente para amenizar a relação dela com os pais, sempre tão egoístas. A verdade é que milhares de casais no mundo fazem os filhos passarem por tais situações quando se separam, se para cada casal existisse uma "Margo" e um "Lincoln", muita dor seria amenizada.
O que me chamava a atenção e que teve nos três filmes, foram a troca de olhares dos personagens, e a cena em que no primeiro ele ia tocar nela e no segundo ela ia tocar nele, mas já nesse o toque foi multo. Esse filme foi o que mais me deixou reflexiva com o assunto relacionamento, enquanto os dois primeiros me deixaram encantada e imaginando no que aconteceu, mas nesse eu tenho ressentimento em pensar no que deve ter acontecido.
Os diálogos como sempre pareceram reais, dava a impressão que eles não liam o roteiro por mostrarem o quanto real eram suas falas e suas ações, seus gestos e o jeito que um olhava o outro cheio de química.
Antes da meia-noite foi um golpe brutal em minha alma, mostrou o realismo de uma relação do jeito mais cru que poderia conseguir mostrar.
Toda a magia e brilhantismo do primeiro intensificados pelo sentimento de nostalgia e é muito real a forma como eles conversam sobre vários assuntos. Os diálogos são tão bem escritos que eu me espantei com a variedade de temas e metáforas que eles conversam. A conversa é envolvente e devido aos longos takes, o trabalho dos atores é ainda mais memorável. Eles também foram responsáveis pelo roteiro e eles demonstram leveza e uma diversa gama de emoções e expressões de tristeza, alegria e exaltação . Um filme bastante filósofo sobre a vida ,escolhas e relacionamentos.
O filme é extremamente lindo, muito bem trabalhado, em nenhum momento há um diálogo forçado, tudo flui espontaneamente e te prende do começo ao fim. O que marca um grande amor não é a intensidade da paixão, muito menos sua instantaneidade, mas sim a capacidade de conquistar pouco a pouco o outro, de estabelecer uma conexão tão singular que seja possível sentir o fio invisível que une as duas pessoas. O poema é lindo e você fica daquele jeito bobo com um sorriso no rosto. Jesse e Celine vagam por Viena, desbravam juntos novos lugares, e ao final, sobram os lugares, vazios para tantas pessoas, mas para o casal - e através do filme, para nós - esses lugares agora transbordam em significado.
Há uma teoria que diz que quando aprendemos um idioma e estamos imersos nele, começamos a raciocinar e enxergar o mundo pelos olhos daquele idioma. Isso inclui a forma como estruturamos frases, gêneros (há línguas com vários gêneros e algumas em que as palavras possuem um gênero neutro). Em Arrival, a língua dos alienígenas também possui uma forma estrutural e tempo diferente do nosso (não linear). Quando Louise começa a compreender o "idioma" deles, também começa a perceber o tempo (ou enxergar o "futuro") da forma como eles enxergam, justamente porque o tempo para eles não é linear. E isso é dado como um "presente para a humanidade". Ajudando a humanidade para que quando for preciso ela também os ajude. Nesse caso talvez a ajuda seja entendida como uma nova língua universal, algo que nos una (?)
Tenho que confessar que o meu primeiro pensamento sobre esse filme foi: mais um filme de alienígenas invadindo a Terra. Mas me surpreendi por ele abordar a questão linguística e do tempo não linear. Porém acredito que "a escolha" seja o ponto chave da história. A escolha que inclui deixar que determinada coisa aconteça, independente do seu fim pois o caminho até o final é o mais importante. Louise via o meio, poque fins e começos não faziam mais sentido.
Pesado, cruel e real. Totalmente necessário! Você assiste e não consegue acreditar que se trata de uma história real, e pior ainda, que é extremamente corriqueiro e atual. Quantos Brandon Teena não existem neste mundo tendo suas identidades e suas vidas ceifadas? Quantas pessoas trans lutam diariamente para ter seus direitos garantidos, inclusive o maior direito de todos, o direito a vida. Sinto que deveria ser um filme presente no currículo das escolas, de modo a conscientizar o quanto o preconceito e a ignorância são deploráveis. Casos como o de Brandon são comuns, ainda nos dias atuais, em que a sociedade já deveria estar no mínimo evoluída para isso, mas infelizmente não está.
Dói demais ver a cena do estupro e após isso ver que ele tenta fingir que está tudo bem. Que punhalada no peito de ver aquilo. E a morte é chocante, mas já previsível, pelo encaminhar da história, não pelo fato de Brandon ser quem ele é. A morte de Candance é que não foi nada legal, porém como é uma história verídica, fica somente o gosto amargo na boca de saber que ela também foi envolvida.
Sensível. Simplesmente sensível. Todos os assuntos, por mais pesados que sejam, são abordados em Moonlight com uma sensibilidade única. O silêncio de Chiron é angustiante e na verdade toda a história do filme é contada a partir desse silêncio. Que angústia, e ao mesmo tempo, que delicadeza.
Achei a adaptação extremamente rasa. Não consegui sentir a profundidade do amor dos dois, não consegui perceber as fases da intimidade, - quando começou e quando foi quebrada -. O filme já vai começando sem nem ao menos mostrar o porquê das coisas terem se desenrolado daquela forma. De repente ela já está na casa dele e pronto. É lógico, não dá pra comparar com o livro, mas a trama ficou meio confusa porque simplesmente excluiu o que na minha opinião, retrata a intensidade da coisa toda, além de outras particularidades: a cronologia dos fatos, as duas Lavínias, e alguns outros detalhes que só se encaixam no livro, por exemplo, ela nunca tirava foto de pessoas e depois do surto final a primeira foto que tirou foi do Cauby. Entre mil outros pontos que inevitavelmente fico buscando no livro, porque foram justamente o que me fizeram apaixonar pela obra. Apesar dos pesares, gostei muito da bonita fotografia e também das representações, o cinema nacional tem evoluído muito. No mais, leiam o livro.
Surpreendente ver que temas debatidos 40 anos atrás continuam sendo debatidos hoje e que direitos reclamados 40 anos atrás ainda são reclamados hoje, mas ao mesmo tempo inspirador, porque a mudança aconteceu e, os direitos que temos hoje, não nos foram dados pelos homens, foram conquistados por milhares de mulheres que lutaram e ainda lutam e que mudaram o mundo e nos inspiram e dão força para continuar com a mudança.
"Oh, please don't go! We'll eat you up, we love you so!" Todos nós temos monstros que insistimos em esconder bem no fundinho, para ninguém perceber ou, até mesmo, para nós não encararmos. Tentamos conviver com essas wild things todos os dias, mas assim como o Max, quando enxerga todos os seus monstros, ele consegue seguir em frente.
Simplesmente ridícula a postura do Sr. Aníbal Faúndes. Ele culpa a mulher que engravida, como se ela fosse a única responsável por isso. E fala do aborto como se fosse uma barbárie. Que ele pense assim, bem, mas ele não pode ignorar que HOJE as posições estão divididas quando se fala de aborto. O próprio documentário CITA os países já legalizaram-no. Em suma, o que se percebe com esse filme é que a mulher está longe de ser dona de seu próprio corpo. Por questões culturais, o que se percebe na maioria dos depoimentos é a culpa, o medo. Os casos relatados aqui são terríveis e só mostram como essa igualdade de direitos entre homens e mulheres ainda é algo distante.
"Você está só. Você aprende a andar como um homem solitário, a flanar, a ser ocioso, a ver sem olhar, a olhar sem ver. Você aprende a arte da transparência. Imobilidade. Inexistência. Você aprende a ficar sentado, deitado ou em pé. Você aprende a olhar as pinturas, como se fossem pedaços de parede ou teto. As paredes, como se fossem pinturas, cujas rachaduras são seguidas incansavelmente. Labirintos impiedosos. Textos que ninguém nunca decifrará. Rostos em decomposição...''
Um herói. O que resiste. O que parou o tempo. E nadou contra a maré. Um grande personagem. Des-per-so-na-li-za-do. Um grito inaudível. Não dito. Imortalizado na garganta. Daquele que dorme.
Piripkura
4.4 23Que doloroso esse doc, mais triste ainda é reconhecer que é uma entre tantas histórias de massacres, genocídios contra os verdadeiros donos dessa terra. As memórias, as vozes, as entonações, as faces e os gestos corporais desse povo.. tudo é muito dolorido, carregado de marcas de um passado cruel.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraLendário pra caralho.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos
4.1 26Chuva é cantoria na aldeia dos mortos... ah, amo tanto esses títulos poéticos.
Não há romantização e nenhuma tentativa de mitificação, e é isso que faz com que seja um dos mais belos e fiéis filmes indígenas. Ao mesmo tempo que mostra um dilema/conflito que os jovens contemporâneos enfrentam ao lidar com toda a responsabilidade e o peso de uma herança cultural, há também críticas à suspensão de direitos básicos e obrigatórios aos índios, como assistência à saúde e educação.
A câmera respeitosa, o barulho discreto das águas e os ruídos de aves e animais. Os silêncios. Os tempos, as atmosferas criam pura poesia. É uma janela aberta para o espírito.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agorajá faz 84 anos que tento concluir esse filme
21 Gramas
4.0 888 Assista Agora"Quantas vidas vivemos? Quantas vezes morremos? Dizem que todos nós perdemos 21 gramas no momento exato de nossa morte. Todos. Quanto cabe em 21 gramas? Quanto se vai com eles?"
O peso da existência
A vida como uma grande ironia... lindamente doloroso.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraAcho bem fraco, mas a essência, o fio condutor de toda a filmografia dos irmãos Coen está presente. O sarcasmo, o cinismo, metáforas e contrastes absurdos, parece até uma paródia de Fargo.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista AgoraEssas narrativas do sertão que habita nosso cinema brasileiro são lindas demais. Poesia pura, desses de assistir suspirando.
Já dizia Riobaldo, em Grande sertão, "sertão é isto: o senhor empurra para trás, mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando menos se espera.”
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraOlha, é pesado. Muito pesado. Realmente pesado, e dói profundamente na mente, na alma e no coração. Mas é lindo por ser tão cru, cruel e doído. Mads Mikkelsen vive o Lucas, é o Lucas, sofre e nos faz sofrer pelo Lucas, que nos faz ver o ator em sua melhor forma (coisa mais linda desse mundo a cena na igreja). E o tempo de filme é tão bem utilizado que chega a ser assustador, pois mesmo com o ritmo lento não há segundos desnecessários nem cenas supérfluas, num filme enxuto, para ser degustado e sofrido aos poucos. E que dilema é colocado, hein? Há mais de nós mesmos em A Caça do que se pode imaginar, e põe a discussão sobre pedofilia e justiça social numa visão invertida. Maravilhoso.
Temporário 12
4.3 590Esse filme é de uma sensibilidade encantadora. Tão cheio de dor, empatia e amor. Excelente!
A história de Nina e do tubarão partiu o meu coração.
”- Eu já dei a você seis dos meus tentáculos e agora você quer mais um?
O tubarão olhou para ela com um sorriso amigável e disse:
-Eu não quero um. Dessa vez eu quero todos.
- mas por que? -Nina perguntou
E o tubarão respondeu:
-porque é para isso que servem os amigos.
Quando o tubarão terminou sua refeição, ele se sentiu muito triste e sozinho. Ele sentia falta de ter alguém para explorar cavernas, construir castelos e nadar muito, muito rápido. Ele sentia muito a falta de Nina. Então ele nadou para encontrar outro amigo."
Pelos Olhos de Maisie
4.1 472 Assista AgoraLindo. Enxergar o relacionamento do casal pelos olhos de Maisie foi solitário e doloroso, mas ao mesmo tempo enxergar a Margo e Lincoln pelos olhos de Maisie foi gratificante e comovente. O amor fluí entre eles de uma forma genuína, eles foram um presente para amenizar a relação dela com os pais, sempre tão egoístas. A verdade é que milhares de casais no mundo fazem os filhos passarem por tais situações quando se separam, se para cada casal existisse uma "Margo" e um "Lincoln", muita dor seria amenizada.
O Perfume da Memória
4.0 168tão simples, mas tão poético. e a trilha sonora é maravilhosa demais.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraO que me chamava a atenção e que teve nos três filmes, foram a troca de olhares dos personagens, e a cena em que no primeiro ele ia tocar nela e no segundo ela ia tocar nele, mas já nesse o toque foi multo. Esse filme foi o que mais me deixou reflexiva com o assunto relacionamento, enquanto os dois primeiros me deixaram encantada e imaginando no que aconteceu, mas nesse eu tenho ressentimento em pensar no que deve ter acontecido.
Os diálogos como sempre pareceram reais, dava a impressão que eles não liam o roteiro por mostrarem o quanto real eram suas falas e suas ações, seus gestos e o jeito que um olhava o outro cheio de química.
Antes da meia-noite foi um golpe brutal em minha alma, mostrou o realismo de uma relação do jeito mais cru que poderia conseguir mostrar.
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista AgoraToda a magia e brilhantismo do primeiro intensificados pelo sentimento de nostalgia e é muito real a forma como eles conversam sobre vários assuntos. Os diálogos são tão bem escritos que eu me espantei com a variedade de temas e metáforas que eles conversam. A conversa é envolvente e devido aos longos takes, o trabalho dos atores é ainda mais memorável. Eles também foram responsáveis pelo roteiro e eles demonstram leveza e uma diversa gama de emoções e expressões de tristeza, alegria e exaltação . Um filme bastante filósofo sobre a vida ,escolhas e relacionamentos.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraO filme é extremamente lindo, muito bem trabalhado, em nenhum momento há um diálogo forçado, tudo flui espontaneamente e te prende do começo ao fim. O que marca um grande amor não é a intensidade da paixão, muito menos sua instantaneidade, mas sim a capacidade de conquistar pouco a pouco o outro, de estabelecer uma conexão tão singular que seja possível sentir o fio invisível que une as duas pessoas. O poema é lindo e você fica daquele jeito bobo com um sorriso no rosto. Jesse e Celine vagam por Viena, desbravam juntos novos lugares, e ao final, sobram os lugares, vazios para tantas pessoas, mas para o casal - e através do filme, para nós - esses lugares agora transbordam em significado.
No Espaço Não Existem Sentimentos
4.3 450937 vezes apaixonada por esse filme, mesmo que as vezes os sentimentos sejam um caos <3
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraHá uma teoria que diz que quando aprendemos um idioma e estamos imersos nele, começamos a raciocinar e enxergar o mundo pelos olhos daquele idioma.
Isso inclui a forma como estruturamos frases, gêneros (há línguas com vários gêneros e algumas em que as palavras possuem um gênero neutro).
Em Arrival, a língua dos alienígenas também possui uma forma estrutural e tempo diferente do nosso (não linear). Quando Louise começa a compreender o "idioma" deles, também começa a perceber o tempo (ou enxergar o "futuro") da forma como eles enxergam, justamente porque o tempo para eles não é linear. E isso é dado como um "presente para a humanidade".
Ajudando a humanidade para que quando for preciso ela também os ajude. Nesse caso talvez a ajuda seja entendida como uma nova língua universal, algo que nos una (?)
Tenho que confessar que o meu primeiro pensamento sobre esse filme foi: mais um filme de alienígenas invadindo a Terra. Mas me surpreendi por ele abordar a questão linguística e do tempo não linear.
Porém acredito que "a escolha" seja o ponto chave da história. A escolha que inclui deixar que determinada coisa aconteça, independente do seu fim pois o caminho até o final é o mais importante. Louise via o meio, poque fins e começos não faziam mais sentido.
Meninos Não Choram
4.2 1,4K Assista AgoraPesado, cruel e real. Totalmente necessário! Você assiste e não consegue acreditar que se trata de uma história real, e pior ainda, que é extremamente corriqueiro e atual. Quantos Brandon Teena não existem neste mundo tendo suas identidades e suas vidas ceifadas? Quantas pessoas trans lutam diariamente para ter seus direitos garantidos, inclusive o maior direito de todos, o direito a vida. Sinto que deveria ser um filme presente no currículo das escolas, de modo a conscientizar o quanto o preconceito e a ignorância são deploráveis. Casos como o de Brandon são comuns, ainda nos dias atuais, em que a sociedade já deveria estar no mínimo evoluída para isso, mas infelizmente não está.
Dói demais ver a cena do estupro e após isso ver que ele tenta fingir que está tudo bem. Que punhalada no peito de ver aquilo. E a morte é chocante, mas já previsível, pelo encaminhar da história, não pelo fato de Brandon ser quem ele é. A morte de Candance é que não foi nada legal, porém como é uma história verídica, fica somente o gosto amargo na boca de saber que ela também foi envolvida.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraSensível. Simplesmente sensível. Todos os assuntos, por mais pesados que sejam, são abordados em Moonlight com uma sensibilidade única. O silêncio de Chiron é angustiante e na verdade toda a história do filme é contada a partir desse silêncio. Que angústia, e ao mesmo tempo, que delicadeza.
"À luz da lua, crianças negras parecem azuis."
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraAchei a adaptação extremamente rasa. Não consegui sentir a profundidade do amor dos dois, não consegui perceber as fases da intimidade, - quando começou e quando foi quebrada -. O filme já vai começando sem nem ao menos mostrar o porquê das coisas terem se desenrolado daquela forma. De repente ela já está na casa dele e pronto. É lógico, não dá pra comparar com o livro, mas a trama ficou meio confusa porque simplesmente excluiu o que na minha opinião, retrata a intensidade da coisa toda, além de outras particularidades: a cronologia dos fatos, as duas Lavínias, e alguns outros detalhes que só se encaixam no livro, por exemplo, ela nunca tirava foto de pessoas e depois do surto final a primeira foto que tirou foi do Cauby. Entre mil outros pontos que inevitavelmente fico buscando no livro, porque foram justamente o que me fizeram apaixonar pela obra.
Apesar dos pesares, gostei muito da bonita fotografia e também das representações, o cinema nacional tem evoluído muito. No mais, leiam o livro.
She’s Beautiful When She’s Angry
4.6 152Surpreendente ver que temas debatidos 40 anos atrás continuam sendo debatidos hoje e que direitos reclamados 40 anos atrás ainda são reclamados hoje, mas ao mesmo tempo inspirador, porque a mudança aconteceu e, os direitos que temos hoje, não nos foram dados pelos homens, foram conquistados por milhares de mulheres que lutaram e ainda lutam e que mudaram o mundo e nos inspiram e dão força para continuar com a mudança.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista Agora"Oh, please don't go! We'll eat you up, we love you so!"
Todos nós temos monstros que insistimos em esconder bem no fundinho, para ninguém perceber ou, até mesmo, para nós não encararmos. Tentamos conviver com essas wild things todos os dias, mas assim como o Max, quando enxerga todos os seus monstros, ele consegue seguir em frente.
O Aborto dos Outros
3.9 47Simplesmente ridícula a postura do Sr. Aníbal Faúndes. Ele culpa a mulher que engravida, como se ela fosse a única responsável por isso. E fala do aborto como se fosse uma barbárie. Que ele pense assim, bem, mas ele não pode ignorar que HOJE as posições estão divididas quando se fala de aborto. O próprio documentário CITA os países já legalizaram-no. Em suma, o que se percebe com esse filme é que a mulher está longe de ser dona de seu próprio corpo. Por questões culturais, o que se percebe na maioria dos depoimentos é a culpa, o medo. Os casos relatados aqui são terríveis e só mostram como essa igualdade de direitos entre homens e mulheres ainda é algo distante.
Um Homem que Dorme
4.4 195"Você está só. Você aprende a andar como um homem solitário, a flanar, a ser ocioso, a ver sem olhar, a olhar sem ver. Você aprende a arte da transparência. Imobilidade. Inexistência. Você aprende a ficar sentado, deitado ou em pé. Você aprende a olhar as pinturas, como se fossem pedaços de parede ou teto. As paredes, como se fossem pinturas, cujas rachaduras são seguidas incansavelmente. Labirintos impiedosos. Textos que ninguém nunca decifrará. Rostos em decomposição...''
Um Homem que Dorme
4.4 195Um homem no meio da cidade. Apenas mais um...
Um herói. O que resiste. O que parou o tempo. E nadou contra a maré.
Um grande personagem. Des-per-so-na-li-za-do.
Um grito inaudível. Não dito. Imortalizado na garganta. Daquele que dorme.