O roteiro de 2001 foi escrito por Clarke & Kubrick. Clarke continuou e escreveu 4 romances sobre o assunto, e o roteiro de 2010 é baseado em seus romances. Eu acho que o que estraga a ideia de seguir 2001 é por conta da grande personalidade de Kubrick como diretor, principalmente em sua capacidade de mostrar significados pela fotografia (e pelo uso da música!) ao invés de diálogos. No entanto, a explicação para a crise de Hal e para o monólito é cientificamente plausível. Assim, enquanto na última cena de 2001 há uma enorme viagem poética em muitas interpretações, 2010 é uma ótica lógica para entendê-la. Como são dois filmes diferentes, com perspectivas e estéticas muito diferentes, acho que é uma sequência bacana porque o segundo não interfere no primeiro. (Mesmo que pessoalmente eu ame muito mais 2001)
Surreal por excelência; imagens arquetípicas, situações absurdas e simbólicas, negação da coerência e coesão - embora estabeleça uma crítica política interessante ao longo do filme.
((Aviso: Há muitas imagens envolvendo animais mortos, partes de animais; assim como apelos sensoriais de nojo e repulsa, como texturas gosmentas e excreções fisiológicas de todo tipo.))
O filme inicia uma relação com o tarot em referência indireta à composição das cartas. Na primeira cena, é possível enxergar o "Diabo", XV (uma figura central - não humana - e duas figuras humanas em sua lateral direita e esquerda; além do apelo a atmosfera satânica de ritual) , em seguida interpretei "o Pendurado" desde a primeira cena em que aparece o tal personagem que também recebe a acepção de Jesus; deitado ali sem possibilidades de movimento, remete à simbologia mais do que a composição da carta IIX. Logo em seguida, aparecem duas cartas do tarot ao lado do corpo, "o Louco", (0 ou sem número) e uma outra que não consegui gravar. Por esse motivo, percebi ao final que o filme tem uma estrutura (ainda que bastante solta de princípios de coesão) semelhante ao método iniciático do taro "Jornada do louco".
A crítica feita com as pessoas mais poderosas do mundo é incrível, além da caracterização a partir dos planetas. No taro também há equivalentes aos planetas, embora eu não tenha estudado isso ainda.
Outra cena que achei incrível foi quando forjam figuras de Jesus Crucificado daquele personagem que chamei de Pendurado. Depois de perceber o que foi feito, ele tem um acesso de raiva, que me lembrou a Ira de Jesus no mercado, em frente ao Templo. Ele quebra as figuras; como se Jesus se revoltasse com a mercadologização que ocorre entorno de sua figura.
Há muito mais no filme. É realmente uma casa mágica (embora não seja a Montanha), cheia de portas para se entrar e viajar... Exatamente como no Tarot. Jodorowski é apaixonado estudioso do tarot e está paixão e conhecimento são notáveis nesta obra.
Super produção. Há algumas questões biográficas que precisam de cuidado, assim como o apelo à comunidade LGBT; é uma produção que busca satisfazer diversos perfis de espectador e isso enfraquece o poder de autenticidade e criticidade de qualquer filme. A fotografia e o trabalho de som são impressionantes.
Gosto do tom reflexivo e filosófico dos monólogos e diálogos de Bergman. No entanto, neste roteiro, me interessou mais a perspectiva da atriz (que se cala em surpresa da ficcionalidade da vida) do que algumas tramas que surgiram do encantamento da enfermeira. Sei que ocorre um espelhamento e a própria enfermeira começa a atuar sua existência em prol desta admiração, mas infelizmente percebo nesta escolha de protagonismo certa preferência em destacar o aspecto histérico da personalidade feminina, estereótipo misógino comum; ainda que as personagens sejam construídas com grande delicadeza e seja sempre prazeroso assistir um filme em que duas mulheres estabelecem diálogos super inteligentes e que não estão diretamente vinculados a homem algum (teste de Bechdel). Embora haja uma admiração que pode ser paixão, não senti fluência desta possibilidade também no roteiro (contrário do que o título em português leva a imaginar).
O documentário em si parece uma piada. Arte de Fellini em confundir a vida e o sonho, a realidade e a ficção, é muito bem vinda nesta crítica à sociedade, que precisa da ingenuidade necessária para fazer gargalhar.
Maravilhosa experiência sinestésica. O filme é arrebatador em imagens e música, com o texto muito pontual, poucas falas. Foi inspirado em uma peça de teatro escrita por um polímata bengali, Rabindranath Tagore. O nome da peça de teatro é igual ao filme, Tasher Desh, de 1933.
A produção de arte é bastante criativa, abusando da psicodelia dos anos 60/70. O filme tem um aspecto cômico forte e o enredo é bem simples. As ideias que aparecem acerca do sexo e das relações sociais que permeiam a questão sexual são bastante interessantes.
Filme lindíssimo. Para quem gosta de reflexões sentimentais acerca da solitude (e) da humanidade. O ritmo do filme é super lento, adequando-se com uma realidade extraterrestre, além da lógica gravitacional...A fotografia é linda e a sonoplastia é afinada às imagens delicadas.
Uma curiosidade: na cena em que Mookie está conversando com sua irmã (Jade), tem uma pichação no muro atrás deles. Está escrito "TAWANA TOLD THE TRUTH" (Tawana disse a verdade). Isto é uma referência a uma polêmica acusação de estupro por Tawana Brawley em 87 (15 anos). Tawana é uma mulher negra que acusou 4 (ou 6, as fontes divergem) homens brancos de abuso sexual. A acusação foi indeferida pelo júri. 10 anos depois Tawana se pronunciou publicamente dizendo que não inventou nada. Hoje ela vive com outro nome e é uma enfermeira.
2010: O Ano Em Que Faremos Contato
3.2 143 Assista AgoraO roteiro de 2001 foi escrito por Clarke & Kubrick.
Clarke continuou e escreveu 4 romances sobre o assunto, e o roteiro de 2010 é baseado em seus romances.
Eu acho que o que estraga a ideia de seguir 2001 é por conta da grande personalidade de Kubrick como diretor, principalmente em sua capacidade de mostrar significados pela fotografia (e pelo uso da música!) ao invés de diálogos.
No entanto, a explicação para a crise de Hal e para o monólito é cientificamente plausível. Assim, enquanto na última cena de 2001 há uma enorme viagem poética em muitas interpretações, 2010 é uma ótica lógica para entendê-la.
Como são dois filmes diferentes, com perspectivas e estéticas muito diferentes, acho que é uma sequência bacana porque o segundo não interfere no primeiro. (Mesmo que pessoalmente eu ame muito mais 2001)
A Montanha Sagrada
4.3 465Surreal por excelência; imagens arquetípicas, situações absurdas e simbólicas, negação da coerência e coesão - embora estabeleça uma crítica política interessante ao longo do filme.
((Aviso: Há muitas imagens envolvendo animais mortos, partes de animais; assim como apelos sensoriais de nojo e repulsa, como texturas gosmentas e excreções fisiológicas de todo tipo.))
O filme inicia uma relação com o tarot em referência indireta à composição das cartas. Na primeira cena, é possível enxergar o "Diabo", XV (uma figura central - não humana - e duas figuras humanas em sua lateral direita e esquerda; além do apelo a atmosfera satânica de ritual) , em seguida interpretei "o Pendurado" desde a primeira cena em que aparece o tal personagem que também recebe a acepção de Jesus; deitado ali sem possibilidades de movimento, remete à simbologia mais do que a composição da carta IIX.
Logo em seguida, aparecem duas cartas do tarot ao lado do corpo, "o Louco", (0 ou sem número) e uma outra que não consegui gravar. Por esse motivo, percebi ao final que o filme tem uma estrutura (ainda que bastante solta de princípios de coesão) semelhante ao método iniciático do taro "Jornada do louco".
A crítica feita com as pessoas mais poderosas do mundo é incrível, além da caracterização a partir dos planetas. No taro também há equivalentes aos planetas, embora eu não tenha estudado isso ainda.
Outra cena que achei incrível foi quando forjam figuras de Jesus Crucificado daquele personagem que chamei de Pendurado. Depois de perceber o que foi feito, ele tem um acesso de raiva, que me lembrou a Ira de Jesus no mercado, em frente ao Templo. Ele quebra as figuras; como se Jesus se revoltasse com a mercadologização que ocorre entorno de sua figura.
Há muito mais no filme. É realmente uma casa mágica (embora não seja a Montanha), cheia de portas para se entrar e viajar... Exatamente como no Tarot. Jodorowski é apaixonado estudioso do tarot e está paixão e conhecimento são notáveis nesta obra.
AH! a música incidental... é fudida.
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Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraSuper produção. Há algumas questões biográficas que precisam de cuidado, assim como o apelo à comunidade LGBT; é uma produção que busca satisfazer diversos perfis de espectador e isso enfraquece o poder de autenticidade e criticidade de qualquer filme. A fotografia e o trabalho de som são impressionantes.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraGosto do tom reflexivo e filosófico dos monólogos e diálogos de Bergman. No entanto, neste roteiro, me interessou mais a perspectiva da atriz (que se cala em surpresa da ficcionalidade da vida) do que algumas tramas que surgiram do encantamento da enfermeira. Sei que ocorre um espelhamento e a própria enfermeira começa a atuar sua existência em prol desta admiração, mas infelizmente percebo nesta escolha de protagonismo certa preferência em destacar o aspecto histérico da personalidade feminina, estereótipo misógino comum; ainda que as personagens sejam construídas com grande delicadeza e seja sempre prazeroso assistir um filme em que duas mulheres estabelecem diálogos super inteligentes e que não estão diretamente vinculados a homem algum (teste de Bechdel). Embora haja uma admiração que pode ser paixão, não senti fluência desta possibilidade também no roteiro (contrário do que o título em português leva a imaginar).
Os Palhaços
3.9 34 Assista AgoraO documentário em si parece uma piada. Arte de Fellini em confundir a vida e o sonho, a realidade e a ficção, é muito bem vinda nesta crítica à sociedade, que precisa da ingenuidade necessária para fazer gargalhar.
The Land of Cards
2.7 4 Assista AgoraMaravilhosa experiência sinestésica. O filme é arrebatador em imagens e música, com o texto muito pontual, poucas falas. Foi inspirado em uma peça de teatro escrita por um polímata bengali, Rabindranath Tagore. O nome da peça de teatro é igual ao filme, Tasher Desh, de 1933.
Barbarella
3.2 276 Assista AgoraA produção de arte é bastante criativa, abusando da psicodelia dos anos 60/70. O filme tem um aspecto cômico forte e o enredo é bem simples. As ideias que aparecem acerca do sexo e das relações sociais que permeiam a questão sexual são bastante interessantes.
The Whispering Star
3.7 20Filme lindíssimo. Para quem gosta de reflexões sentimentais acerca da solitude (e) da humanidade. O ritmo do filme é super lento, adequando-se com uma realidade extraterrestre, além da lógica gravitacional...A fotografia é linda e a sonoplastia é afinada às imagens delicadas.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Esse filme é incrível.
Uma curiosidade: na cena em que Mookie está conversando com sua irmã (Jade), tem uma pichação no muro atrás deles. Está escrito "TAWANA TOLD THE TRUTH" (Tawana disse a verdade). Isto é uma referência a uma polêmica acusação de estupro por Tawana Brawley em 87 (15 anos). Tawana é uma mulher negra que acusou 4 (ou 6, as fontes divergem) homens brancos de abuso sexual. A acusação foi indeferida pelo júri. 10 anos depois Tawana se pronunciou publicamente dizendo que não inventou nada. Hoje ela vive com outro nome e é uma enfermeira.
Gia - Fama e Destruição
4.0 645 Assista AgoraNo filme aparece um diário que ela deixou com Linda quando já estava doente. Alguém sabe se este diário foi publicado?