Últimas opiniões enviadas
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"When Evil Lurks" é uma obra de terror que mergulha profundamente no tema da possessão, expandido e aprimirando-a mitologicamente. Rugnas tece uma narrativa que mergulha nas entranhas do terror fantástico e psicológico, explorando os aspectos mais sombrios da mente humana e do sobrenatural. Além disso, destaca o potencial latino na concepção de obras do gênero. O longa não se limita a cenas sangrentas gratuitas, mas utiliza o gore como uma ferramenta para intensificar o suspense. Isso contribui para a sensação de desespero que permeia a história, o que me manteve, particularmente, à beira do sofá em um misto de sensações, tal qual não sentia há tempos. Também compartilha semelhanças notáveis com a ambientação de isolamento vista no game e série homônima "The Last of Us", criando um mundo pós-apocalíptico, vista a dissolução das igrejas, onde a sobrevivência requer enfrentamentos constantes. Essa atmosfera de desolação e solidão contribui para a sensação de desespero e vulnerabilidade que permeia a obra. Um grandioso encerramento para o meu mês de outubro.
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Adèle Exarchopoulos sempre brilhante, e desta vez, dirigida por uma mulher, Léa Mysius, numa narrativa sáfica para ceifar o horror da direção de Abdellatif Kechiche em La vie d'Adèle.
Simplesmente vim no escuro sem ler ou assistir nada sobre o filme, e o que me parecia inicialmente uma imersão de um terror psicológico, sucedeu em um caótico, mas ainda, belo romance.
Cabem inúmeras possibilidades e interpretações, e o que você absorver e entender, já completa a experiência individual.
Últimos recados
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Lucas
Obrigado mesmo pela sua mensagem. Te entendo muito bem e sei como é foda. Eu tinha 17 anos na época e a pessoa 26. Me ferrou muito e criou muitos traumas, mas a vida passa e a gente vai tentando superar (com muita terapia) haha. Fique bem!
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Rê dos Santos-Anjos
Deus é mais rsrs
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Rê dos Santos-Anjos
Clímax ta amarrado em nome de jesus! haha
Através da realização do documentário "Incompatível com a Vida" (2023), a diretora Eliza Capai transforma um relato íntimo sobre a interrupção de sua gestação de um feto anencéfalo em um filme-protesto, amplificando as vozes de outras genitoras de diferentes credos, classes sociais e ideologias que enfrentaram o mesmo luto. Buscando provocar uma resposta emocional do público acerca dos direitos reprodutivos e da garantia do atendimento médico adequado e humano.
Acredito que o simbolismo do corpo imerso no mar, frequentemente retratado ao longo do filme, marca, em uma interpretação pessoal, o sentimento de solidão e isolamento vivido não apenas pela diretora (intensificado em um cenário pandêmico), mas também os desafios emocionais e sociais que tantas pessoas enfrentam ao lidar com a questão do aborto. Mesmo com a parceria de outrem, o corpo que vivencia a gravidez tem sua experiência emocional intensificada. Nada no documentário me marca mais do que o grito quase gutural de Eliza, sentada embaixo da água que cai do chuveiro, e o corte seco para ela segurando seu feto, ainda pequeno o suficiente para caber quase na palma de uma mão, numa cama de hospital.
Para além das entrevistas, "Incompatível com a Vida" aborda algumas vezes o episódio da criança de 10 anos, residente do Espírito Santo, que foi estuprada pelo tio, engravidou e foi alvo de uma série de debates no Brasil em 2020. O motim de grupos fundamentalistas religiosos, potencializado por Damares Alves, na época ministra do governo Bolsonaro, concentrou-se em frente ao hospital no qual a menina seria atendida, gerando um ambiente hostil e pressionando a equipe médica envolvida a não realizar o aborto.
O Brasil segue uma legislação restritiva em relação ao aborto, permitindo-o apenas em casos de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia do feto, conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012.
Os créditos do filme sobem em uma adaptação sensível da música "Alumiou", cantiga do ritual Baião de Princesas da Casa Fanti Ashanti, de São Luís, Maranhão, interpretada por Juçara Marçal e Décio 7.