Uma visão única do oeste americano como lugar de desolação e ruína em uma escala verdadeiramente épica. Leone criou um filme fenomenal e algumas das cenas mais memoráveis da história do cinema. Seus close-ups extremos e seu estilo são poderosos, muito bem entregues e impressionantes, até mesmo se analisados pelos padrões atuais. Ele oferece a The Good, The Bad and The Ugly um estilo visual inteligentíssimo, com um senso de escala especialmente inspirado. Ele demonstra que filmes podem ser emocionantes, engraçados e épicos e ao mesmo tempo manter a visão peculiar de um artista convencido a capturar suas obsessões com uma lente Techniscope. E a trilha de Morricone é uma das mais poderosas do cinema. Só isso já é razão suficiente para que esse filme seja altamente apreciado. É, existem dois tipos de pessoa nesse mundo. As que gostam do filme de Leoni e as que resistem ao que é, sem dúvidas, o verdadeiro western spaghetti.
Chicken With Plums é uma exploração triste, lunática e deliciosa de como o cinema pode se beneficiar não apenas de um olhar ao seu próprio passado, como também ao deixar-se aberto a formas paralelas de apresentação e atuação. O filme de desdobra-se em um conjunto deslumbrante de sequências e montagens que demonstram que nem tudo que nos é mostrado - como o casamento e a própria sociedade - é aquilo que parece ou que deveria ter sido. É o visual equivalente a um intoxicante. Um caleidoscópio fascinante.
The Place Beyond The Pines é um retrato em camadas e movimento da classe trabalhadora; de pessoas tentando - de algumas maneiras erradas - melhorar a qualidade de vida para si e para as gerações futuras. Pode soar ingrato dizer que sua ambição é sua falha, mas acredito que Cianfrance é capaz de um cinema muito mais afiado. Por mais que traga algo novo, fora da tradição de tragédias épicas contadas de forma linear, me parece que o diretor perdeu o interesse por seu projeto ou alguém lhe disse para se apressar e o obrigou a correr logo para o ponto de chegada durante estágio de criação do roteiro. É como se ele não tivesse descoberto o que quer dizer, e mesmo assim estivesse gastando muito tempo e energia tentando dizê-lo.
Me surpreende muito que pessoas já familiarizadas com o trabalho de Allen estejam se queixado do final de You Will Meet a Tall Dark Stranger. O cara tem sido criticado por deixar algumas linhas do enredo no ar e personagens em apuros, mas concordemos, Woody Allen parece ter um argumento maior: finais hollywoodianos são tão falsos e perigosos quanto as divagações de Cristal. Essa pode não ser sua maior obra e não é um filme particularmente profundo, mas é literário, humano e impiedosamente engraçado. É um pouco de som e fúria significando nada, mas é um momento interessante de reflexão de alguém que já esteve por ali, em algum daqueles lugares - revisitando e descobrindo os belos e irônicos aspectos da vida.
Seus atores fazem de Jack Goes Boating comovente e evitam que exageros sejam cometidos no limitado espaço psíquico e físico da estória. Até mesmo em seus maiores momentos, nos mais intensos, as emoções desses 4 personagens vem de corações há muito machucados pelos os problemas que podemos testemunhar. O debut de Seymour Hoffman como diretor - embora esse ainda não possa competir com o ator - é um olhar terno e compassivo sobre como lutamos para dar o nosso melhor na vida e nos nossos relacionamos. Jack Goes Boating. E se eu entendi bem, nós também deveríamos.
La Faute À Fidel é um daqueles raros filmes que mantém uma fidelidade inabalável a visão de mundo de uma criança. Julie Gravas capta muito bem a interação entre pais absorvidos pelos seus interesses e ideais, que esperam que seus filhos abracem suas crenças, e a liberdade de pensamento de uma criança com suas próprias maneiras de pensar. Uma estréia notavelmente confiante e elegante de Gravas; o tipo de filme inteligente, sofisticado e ferozmente humanista - aspectos que todos os filmes deveriam aspirar, mas que raramente o fazem.
From Russia With Love não tem a sofisticação nem a extravagância exótica e colorida dos melhores filmes 007, mas ainda assim é rápido, astuto e executado de uma maneira competente.
Um dos filmes mais subestimados de Hitchcock. Revisitar Rope é perceber que ele não só estava a frente da maioria dos diretores de seu tempo, como ainda está a frente de muitos cineastas do nosso. Rope é fascinante e a câmera de Hitchcock encontra seu equilíbrio entre uma peça e um filme, sempre buscando pelos mínimos detalhes que sua lente pode capturar.
Não é difícil chegar a conclusão de que Anna Karenina é um retrato superficial de uma sociedade superficial. Mas é impossível negar a beleza que o ronda e alguns momentos-chave emocionalmente poderosos. No entanto, Wright parece analisar muito de perto o espaço entre o puro e o conceitual e nos momentos restantes, sua força metafórica e a presunção insistente de um mundo social que olha para todos com as sobrancelhas franzidas - por mais que não seja nada difícil de entender - parece ter uma fragilidade imensa, a ponto de desestabilizar alguns de seus atores. Apesar de todos os seus méritos visuais, Anna Karenina ainda parece ser um filme que nos entrega apenas uma mistura de espartilhos e olhares nostálgicos.
Parte paródia, parte despedida ao mito da fronteira, um pastelão versão pistoleiro. Apesar de algumas falhas escancaradas e de sua natureza profundamente experimental, My Name Is Nobody é altamente bem sucedido, memorável e agrada tanto aos fãs de cinema quanto aos fãs do gênero.
Duas horas de arenque vermelho, cenas intensas e uma das aventuras menos apologéticas que Hitchcock já fez. Cada uma das duas versões de The Man Who Knew Too Much possuem elementos superiores a outra, mas ambos se classificam como pequenas obras, embora o resultado de ambas seja um suspense típico e memorável de Hitchcock: grandes diálogos, tensão e pessoas inocentes sendo forçadas a saírem de situações problemáticas por elas mesmas.
Encantador, Howl's Moving Castle confirma que Miyazaki é um dos mais brilhantes profissionais da forma e da fórmula característica dos desenhos animados. Os habitantes de seu universo encantado entendem que espíritos dão parte da vida cotidiana, assim como as peixarias, os soldados e os aviões aglomerando-se nos limites da moldura desse filme, em cenas que cada peça e detalhe são espetaculares, insanamente criativos.
Maravilhosamente terrível. Catastroficamente exagerado. Ao terminar as cenas de Cruz e Townsend você se sente mais entendiado e mais estúpido que nunca, simplesmente por tê-los assistido.
Com um filme baseado na indústria pornô, você esperaria algo trashy, barato e até mesmo de mal gosto. Mas Boogie Nights, ao contrário, não é nada disso. Tudo sobre esse filme é curiosamente inesperado, até mesmo os segundos de escuridão antes que o título do filme exploda em neon na tela. Como roteirista e diretor, Anderson é um repórter qualificado que enche sua tela com detalhes suavizados e autênticos. Seu Boogie Nights é audacioso justamente por não tentar enfiar sua ousadia goela abaixo; na primeira metade, sabe como transformar a convencional moralidade cultural impregnada em nossas mentes e faz isso de uma maneira indiferente, sutil e doce. Considerando a natureza explosiva do tema, a estratégia de PTA é notavelmente livre de julgamentos e de sensacionalismo, principalmente pelo seu amor e respeito aos seus personagens e a sua própria e impressionante habilidade de contar histórias. Ele fala sobre pessoas rasas, danificadas, tentando com muita sinceridade ganhar qualquer tipo de respeito que podem encontrar; sobre pertencer e cumprir com sua família, mesmo que os membros dessa família não tenha nenhum vínculo sanguíneo.
Há muitos sentimentos verdadeiros em Fried Green Tomatoes, o que o faz ser mais do que um mero chick-flick. Mas para um filme que é sobre política de gênero, sobre o legado de uma repressão comunal, há uma vergonha e receio completamente desproporcionais à obra ao portar uma história quase-platônica de
O ápice do esplendor cinematográfico. The Master não é um filme, é uma experiência fascinante. É um estudo envolvendo homens buscando, procurando por respostas de pertença, de uma posição na vida, em meio a momentos em que pontos de partida são difíceis de se encontrar. É uma obra prima, uma explosão visualmente deslumbrante de puro cinema, carregada com um soco de penetração psicológica. Pode até parecer um filme de mais perguntas que respostas, mas a beleza de sua composição, a intensidade de seus assuntos e suas atuações centrais elevam-o acima da maioria dos filmes que já assistimos. Aliás, Phoenix e Seymour Hoffman atingem um nível totalmente diferente de grandeza com seus desempenhos, impulsionados pela forma como The Master estuda seus personagens, com tanta mística, tragédia e humor que não há um momento que não seja apaixonante.
Pode não ser para todos os gostos, pode não ter a elevação emocional que a Academia ou uma audiência mainstream almejam, mas é um drama cativante sobre uma inquietação humana, cheio de reflexões e graça. É, em última análise, um filme sobre o lado direito e esquerdo do cérebro e todas as toxinas da vida que nadam entre eles. É o trabalho de um artista, onde cada shot é composto cuidadosamente. Eu acredito na Igreja de Paul Thomas Anderson e se você conseguir se entediar com esse filme, parafraseando o grande Samuel Johnson, então você está entediado com a vida.
Uma inventiva e visualmente atraente mistura de Coraline, Monster House e A Nightmare Before Christimas que, do seu jeito, tem algo muito válido a dizer sobre a sordidez sociocultural nos dias de hoje. Aliás, qual foi a última animação que você pode associar ao cinema expressionista alemão, a Alfred Hitchcock, a Night of The Living Dead e aos filmes B de terror dos anos 50?
Inteligente, assustador, doce, engraçado e sua estranheza ressoa com aqueles de nós, condenados a viver nossas vidas no mundo real. O melhor filme de animação desde Toy Story 3.
Eu não estou certa se, EM ALGUM PONTO, esse filme vai além de dar-a-Alma-seu-lugar-na-história-do-cinema-colocando-seu-louvado-marido-em-seu-lugar. Sinto muito, mas isso é Hitchcock para um público de tablóides: simplista, julgador, presunçoso.
No é um filme de aparência terrível - sobre um tempo também feio e terrível. É manchado, com pouca beleza pictórica ou detalhes, mas sua anti-estética é completamente proposital, assistível e persuasiva. Explora o poder da dissidência popular e as convicções coordenadas dos meios de comunicação, marketing e publicidade-alvo em revigorar uma população pessimista, condicionada a pensar que nada nunca muda para o melhor. O confronto de idéias é fascinante porque elas se resumem ao que faz de nós humanos: afinal, somos conduzidos pelo medo e pela esperança?
Bernal interpreta o tipo criativo perfeitamente. Seus olhos e suas expressões parecem sempre estar vendo coisas que os outros não veem, e através de seu comportamento calmo e metódico, você pode perceber que algo está passando por sua mente.
No é uma comemoração saudável de uma democracia suada e cravada com o humor indireto e ácido de Larraín.
Nós já estamos familiarizados com filmes que tentam nos enfiar idéias e temas goela abaixo. Lés Misérables pode representar o primeiro filme que tenta enfiar também os seus atores. Essa de cantar ao vivo dá uma autenticidade crua as suas perfomances, o tempo substancial de execução é punitivo e nos prova que esse filme não é um grande musical. Mas poderia ter sido um filme melhor se cantores de verdade fossem contratados para fazer o trabalho vocal de Jackman e Crowe. Por algumas cenários bem montados e algumas cenas muito bonitas, Lés Misérables pode até render prêmios a Hooper, como aconteceu com The King's Speech, mas isso não deveria inibir sua necessidade de melhorar sua direção. São tantos close-ups que o filme parece ter sido feito para a tv; transições de cenas são inexistentes; o ritmo é implacável. Ao grand finale, quando tout le monde está acenando com bandeiras francesas, eu tive a sensação de estar acenando com uma bandeira branca, em uma derrota exaustiva.
Há um bom tempo eu não me divertia tanto com um filme de Bond. Skyfall simboliza como um filme 007 deve ser e, talvez, pela primeira vez, é justamente o diretor quem merece muito crédito por isso.
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraUma visão única do oeste americano como lugar de desolação e ruína em uma escala verdadeiramente épica. Leone criou um filme fenomenal e algumas das cenas mais memoráveis da história do cinema. Seus close-ups extremos e seu estilo são poderosos, muito bem entregues e impressionantes, até mesmo se analisados pelos padrões atuais. Ele oferece a The Good, The Bad and The Ugly um estilo visual inteligentíssimo, com um senso de escala especialmente inspirado. Ele demonstra que filmes podem ser emocionantes, engraçados e épicos e ao mesmo tempo manter a visão peculiar de um artista convencido a capturar suas obsessões com uma lente Techniscope. E a trilha de Morricone é uma das mais poderosas do cinema. Só isso já é razão suficiente para que esse filme seja altamente apreciado. É, existem dois tipos de pessoa nesse mundo. As que gostam do filme de Leoni e as que resistem ao que é, sem dúvidas, o verdadeiro western spaghetti.
Frango Com Ameixas
4.1 162 Assista AgoraChicken With Plums é uma exploração triste, lunática e deliciosa de como o cinema pode se beneficiar não apenas de um olhar ao seu próprio passado, como também ao deixar-se aberto a formas paralelas de apresentação e atuação. O filme de desdobra-se em um conjunto deslumbrante de sequências e montagens que demonstram que nem tudo que nos é mostrado - como o casamento e a própria sociedade - é aquilo que parece ou que deveria ter sido. É o visual equivalente a um intoxicante. Um caleidoscópio fascinante.
O Lugar Onde Tudo Termina
3.7 857 Assista AgoraThe Place Beyond The Pines é um retrato em camadas e movimento da classe trabalhadora; de pessoas tentando - de algumas maneiras erradas - melhorar a qualidade de vida para si e para as gerações futuras. Pode soar ingrato dizer que sua ambição é sua falha, mas acredito que Cianfrance é capaz de um cinema muito mais afiado. Por mais que traga algo novo, fora da tradição de tragédias épicas contadas de forma linear, me parece que o diretor perdeu o interesse por seu projeto ou alguém lhe disse para se apressar e o obrigou a correr logo para o ponto de chegada durante estágio de criação do roteiro. É como se ele não tivesse descoberto o que quer dizer, e mesmo assim estivesse gastando muito tempo e energia tentando dizê-lo.
Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos
2.9 778Me surpreende muito que pessoas já familiarizadas com o trabalho de Allen estejam se queixado do final de You Will Meet a Tall Dark Stranger. O cara tem sido criticado por deixar algumas linhas do enredo no ar e personagens em apuros, mas concordemos, Woody Allen parece ter um argumento maior: finais hollywoodianos são tão falsos e perigosos quanto as divagações de Cristal. Essa pode não ser sua maior obra e não é um filme particularmente profundo, mas é literário, humano e impiedosamente engraçado. É um pouco de som e fúria significando nada, mas é um momento interessante de reflexão de alguém que já esteve por ali, em algum daqueles lugares - revisitando e descobrindo os belos e irônicos aspectos da vida.
Vejo Você no Próximo Verão
3.4 76 Assista AgoraSeus atores fazem de Jack Goes Boating comovente e evitam que exageros sejam cometidos no limitado espaço psíquico e físico da estória. Até mesmo em seus maiores momentos, nos mais intensos, as emoções desses 4 personagens vem de corações há muito machucados pelos os problemas que podemos testemunhar. O debut de Seymour Hoffman como diretor - embora esse ainda não possa competir com o ator - é um olhar terno e compassivo sobre como lutamos para dar o nosso melhor na vida e nos nossos relacionamos. Jack Goes Boating. E se eu entendi bem, nós também deveríamos.
A Culpa é do Fidel
4.3 304La Faute À Fidel é um daqueles raros filmes que mantém uma fidelidade inabalável a visão de mundo de uma criança. Julie Gravas capta muito bem a interação entre pais absorvidos pelos seus interesses e ideais, que esperam que seus filhos abracem suas crenças, e a liberdade de pensamento de uma criança com suas próprias maneiras de pensar. Uma estréia notavelmente confiante e elegante de Gravas; o tipo de filme inteligente, sofisticado e ferozmente humanista - aspectos que todos os filmes deveriam aspirar, mas que raramente o fazem.
Moscou Contra 007
3.7 198 Assista AgoraFrom Russia With Love não tem a sofisticação nem a extravagância exótica e colorida dos melhores filmes 007, mas ainda assim é rápido, astuto e executado de uma maneira competente.
Festim Diabólico
4.3 885 Assista AgoraUm dos filmes mais subestimados de Hitchcock. Revisitar Rope é perceber que ele não só estava a frente da maioria dos diretores de seu tempo, como ainda está a frente de muitos cineastas do nosso. Rope é fascinante e a câmera de Hitchcock encontra seu equilíbrio entre uma peça e um filme, sempre buscando pelos mínimos detalhes que sua lente pode capturar.
Anna Karenina
3.7 1,2K Assista AgoraNão é difícil chegar a conclusão de que Anna Karenina é um retrato superficial de uma sociedade superficial. Mas é impossível negar a beleza que o ronda e alguns momentos-chave emocionalmente poderosos. No entanto, Wright parece analisar muito de perto o espaço entre o puro e o conceitual e nos momentos restantes, sua força metafórica e a presunção insistente de um mundo social que olha para todos com as sobrancelhas franzidas - por mais que não seja nada difícil de entender - parece ter uma fragilidade imensa, a ponto de desestabilizar alguns de seus atores. Apesar de todos os seus méritos visuais, Anna Karenina ainda parece ser um filme que nos entrega apenas uma mistura de espartilhos e olhares nostálgicos.
O Homem Que Sabia de Menos
3.5 64 Assista AgoraÉ preciso ser um fã do Bill Murray ou ter um humor especialmente generoso para achar The Man Who Knew Too Little um pouco mais do engraçado.
Meu Nome é Ninguém
3.9 81 Assista AgoraParte paródia, parte despedida ao mito da fronteira, um pastelão versão pistoleiro. Apesar de algumas falhas escancaradas e de sua natureza profundamente experimental, My Name Is Nobody é altamente bem sucedido, memorável e agrada tanto aos fãs de cinema quanto aos fãs do gênero.
Fuga Implacável
2.6 200 Assista AgoraSe você procurar a palavra "genérico" no dicionário, verá o pôster desse filme ao lado do significado.
O Homem Que Sabia Demais
3.9 258 Assista AgoraDuas horas de arenque vermelho, cenas intensas e uma das aventuras menos apologéticas que Hitchcock já fez. Cada uma das duas versões de The Man Who Knew Too Much possuem elementos superiores a outra, mas ambos se classificam como pequenas obras, embora o resultado de ambas seja um suspense típico e memorável de Hitchcock: grandes diálogos, tensão e pessoas inocentes sendo forçadas a saírem de situações problemáticas por elas mesmas.
O Castelo Animado
4.4 1,3K Assista AgoraEncantador, Howl's Moving Castle confirma que Miyazaki é um dos mais brilhantes profissionais da forma e da fórmula característica dos desenhos animados. Os habitantes de seu universo encantado entendem que espíritos dão parte da vida cotidiana, assim como as peixarias, os soldados e os aviões aglomerando-se nos limites da moldura desse filme, em cenas que cada peça e detalhe são espetaculares, insanamente criativos.
Três Vidas e Um Destino
3.5 64Maravilhosamente terrível. Catastroficamente exagerado. Ao terminar as cenas de Cruz e Townsend você se sente mais entendiado e mais estúpido que nunca, simplesmente por tê-los assistido.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraCom um filme baseado na indústria pornô, você esperaria algo trashy, barato e até mesmo de mal gosto. Mas Boogie Nights, ao contrário, não é nada disso. Tudo sobre esse filme é curiosamente inesperado, até mesmo os segundos de escuridão antes que o título do filme exploda em neon na tela. Como roteirista e diretor, Anderson é um repórter qualificado que enche sua tela com detalhes suavizados e autênticos. Seu Boogie Nights é audacioso justamente por não tentar enfiar sua ousadia goela abaixo; na primeira metade, sabe como transformar a convencional moralidade cultural impregnada em nossas mentes e faz isso de uma maneira indiferente, sutil e doce. Considerando a natureza explosiva do tema, a estratégia de PTA é notavelmente livre de julgamentos e de sensacionalismo, principalmente pelo seu amor e respeito aos seus personagens e a sua própria e impressionante habilidade de contar histórias. Ele fala sobre pessoas rasas, danificadas, tentando com muita sinceridade ganhar qualquer tipo de respeito que podem encontrar; sobre pertencer e cumprir com sua família, mesmo que os membros dessa família não tenha nenhum vínculo sanguíneo.
Tomates Verdes Fritos
4.2 1,3K Assista AgoraHá muitos sentimentos verdadeiros em Fried Green Tomatoes, o que o faz ser mais do que um mero chick-flick. Mas para um filme que é sobre política de gênero, sobre o legado de uma repressão comunal, há uma vergonha e receio completamente desproporcionais à obra ao portar uma história quase-platônica de
amor entre duas mulheres.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraO ápice do esplendor cinematográfico. The Master não é um filme, é uma experiência fascinante. É um estudo envolvendo homens buscando, procurando por respostas de pertença, de uma posição na vida, em meio a momentos em que pontos de partida são difíceis de se encontrar. É uma obra prima, uma explosão visualmente deslumbrante de puro cinema, carregada com um soco de penetração psicológica. Pode até parecer um filme de mais perguntas que respostas, mas a beleza de sua composição, a intensidade de seus assuntos e suas atuações centrais elevam-o acima da maioria dos filmes que já assistimos. Aliás, Phoenix e Seymour Hoffman atingem um nível totalmente diferente de grandeza com seus desempenhos, impulsionados pela forma como The Master estuda seus personagens, com tanta mística, tragédia e humor que não há um momento que não seja apaixonante.
Pode não ser para todos os gostos, pode não ter a elevação emocional que a Academia ou uma audiência mainstream almejam, mas é um drama cativante sobre uma inquietação humana, cheio de reflexões e graça. É, em última análise, um filme sobre o lado direito e esquerdo do cérebro e todas as toxinas da vida que nadam entre eles. É o trabalho de um artista, onde cada shot é composto cuidadosamente. Eu acredito na Igreja de Paul Thomas Anderson e se você conseguir se entediar com esse filme, parafraseando o grande Samuel Johnson, então você está entediado com a vida.
ParaNorman
3.6 845 Assista AgoraUma inventiva e visualmente atraente mistura de Coraline, Monster House e A Nightmare Before Christimas que, do seu jeito, tem algo muito válido a dizer sobre a sordidez sociocultural nos dias de hoje. Aliás, qual foi a última animação que você pode associar ao cinema expressionista alemão, a Alfred Hitchcock, a Night of The Living Dead e aos filmes B de terror dos anos 50?
Inteligente, assustador, doce, engraçado e sua estranheza ressoa com aqueles de nós, condenados a viver nossas vidas no mundo real. O melhor filme de animação desde Toy Story 3.
Hitchcock
3.7 1,1K Assista AgoraEu não estou certa se, EM ALGUM PONTO, esse filme vai além de dar-a-Alma-seu-lugar-na-história-do-cinema-colocando-seu-louvado-marido-em-seu-lugar. Sinto muito, mas isso é Hitchcock para um público de tablóides: simplista, julgador, presunçoso.
Não
4.2 472 Assista AgoraNo é um filme de aparência terrível - sobre um tempo também feio e terrível. É manchado, com pouca beleza pictórica ou detalhes, mas sua anti-estética é completamente proposital, assistível e persuasiva. Explora o poder da dissidência popular e as convicções coordenadas dos meios de comunicação, marketing e publicidade-alvo em revigorar uma população pessimista, condicionada a pensar que nada nunca muda para o melhor. O confronto de idéias é fascinante porque elas se resumem ao que faz de nós humanos: afinal, somos conduzidos pelo medo e pela esperança?
Bernal interpreta o tipo criativo perfeitamente. Seus olhos e suas expressões parecem sempre estar vendo coisas que os outros não veem, e através de seu comportamento calmo e metódico, você pode perceber que algo está passando por sua mente.
No é uma comemoração saudável de uma democracia suada e cravada com o humor indireto e ácido de Larraín.
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraNós já estamos familiarizados com filmes que tentam nos enfiar idéias e temas goela abaixo. Lés Misérables pode representar o primeiro filme que tenta enfiar também os seus atores. Essa de cantar ao vivo dá uma autenticidade crua as suas perfomances, o tempo substancial de execução é punitivo e nos prova que esse filme não é um grande musical. Mas poderia ter sido um filme melhor se cantores de verdade fossem contratados para fazer o trabalho vocal de Jackman e Crowe. Por algumas cenários bem montados e algumas cenas muito bonitas, Lés Misérables pode até render prêmios a Hooper, como aconteceu com The King's Speech, mas isso não deveria inibir sua necessidade de melhorar sua direção. São tantos close-ups que o filme parece ter sido feito para a tv; transições de cenas são inexistentes; o ritmo é implacável. Ao grand finale, quando tout le monde está acenando com bandeiras francesas, eu tive a sensação de estar acenando com uma bandeira branca, em uma derrota exaustiva.
13º Andar
3.5 222 Assista AgoraUm filme maravilhoso até seu final inadequado, que nos faz nos sentirmos traídos.
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista AgoraHá um bom tempo eu não me divertia tanto com um filme de Bond. Skyfall simboliza como um filme 007 deve ser e, talvez, pela primeira vez, é justamente o diretor quem merece muito crédito por isso.