Bom argumento, roteiro confuso. Tem cenas brilhantes (o final, o catador do Star Wars, a cena do relógio etc) mas se perde na maior parte do tempo (não é coeso), o que não deixa de ser um filme que valha a pena ser assistido.
“Take This Waltz”, cujo roteiro e direção são da Sarah Polley, que parece ter aprendido muito (e se influenciado) atuando nos maravilhosos filmes da Isabel Coixet: “Minha Vida Sem Mim” e “A Vida Secreta das Palavras” é um filme que provoca uma reflexão sobre relacionamentos amorosos, dando origem a questionamentos que podem ser extremamente potencializados e prolíficos se você ler/tiver lido o livro “Amor Líquido” do Bauman, que trata justamente sobre a fragilidade dos laços humanos. O filme, traduzido como “Entre o Amor e a Paixão”, que conduz o espectador a crer que a personagem principal protagonizada pela Michelle Willians se vê dividida entre o amor pelo seu marido e a paixão por outro homem que surge em sua vida, aprisionando as complexidades dos personagens em conceitos reducionistas, mas vá lá, se você não se deixar levar por isso a experiência será bem diferente de assistir outros filmes do gênero. Isto porque, os elementos que compõe a história são diferenciados no que concerne o caráter real e humano do filme. Aqui não existe maniqueísmo, existe uma mulher que se encontra em um casamento que existe muito afeto que se vê arrebatada por outro homem, sendo que o conflito reside justamente na escolha a ser feita por ela, Margot, dentre as possibilidades que a vida coloca como trair seu marido, acabar com seu casamento e viver a paixão ou ignorar esse sentimento. No filme, a origem do conflito é justamente a lealdade e valores da personagem que não permite que a mesma se entregue a nova paixão ao passo que o sentimento por outro existe e não pode ser negado a ponto de causar angustia ao espectador. A partir daí uma série de questionamentos em paralelo com o proposto no livro do Bauman se apresentam: Quando uma relação passa a ser descartável, se é que esse momento existe? Seria o reflexo das relações atuais a substituição constante de relações por outras que parecem imediatamente mais satisfatórias? Quais as bases para conduzir uma relação sólida? Qual o custo da fidelidade e lealdade? Qual a medida das concessões a serem feitas em razão de se construir uma relação duradoura? E ainda, o que qualifica uma traição? Sobre a estética do filme é muito coerente com o tema proposto, uma vez que o filme se constrói lentamente, muito mais de sugestões e sutilezas que de forma explícita, proporcionando tempo pra fruir as cenas. Destacaria a sequência de cenas que toca a música do Leonard Cohen que dá nome ao filme, dentre muitas cenas sensivelmente elaboradas.
O final é ridículo. A história começa "boa", de modo que prende o telespectador. Só que o final é muito zoado. Parece que o roteirista desistiu de se esforçar pra montar o filme e fez de qualquer jeito. Tem muito clichê ruim e ultrapassado, tipo "mulher gostosa com os peitos praticamente de fora falando sobre sexo".
Almodóvar ajudou a construir minha personalidade. Foi com ele que aprendi a amar objetos da cor vermelha sobretudo sapatos (sorry, Dorothy), quis ter um travesti na família, sonhei em ser sequestrada por um Bandeiras da vida e quis aprender a cantar "Cucurrucucu Paloma". Então sou suspeita pra falar do novo filme dele "A Pele Que Habito", mas tentando ser o mais imparcial possível, tenho que dizer que é simplesmente GENIAL. O roteiro te surpreende do início ao fim (não há como prever o que vai acontecer, simples assim) e os diálogos e as situações kafkanescas... São únicas! Imperdível. Ponto alto: Interpretação de Marisa Paredes enquanto diz que "possui a loucura em suas entranhas".
Na apresentação de "O Levante" no festival de cinema do Rio, o diretor (produtor e roteirista) pediu que recebêssemos o filme como um beijo em nossos corações, pois ele foi feito por um apaixonado pelo ser-humano e por alguém que acredita no amor (o filme pra minha valeria só por essas palavras). Eis que ele reflete exatamente a disposição de seu idealizador. É uma metáfora doce e lúdica sobre a velhice, amizade e esperança.
"A Criança da Meia-Noite" é é um filme francês bastante sensível e correto. O roteiro me pareceu bem original pela forma como aborda a relação intergeracional entre os protagonistas (principalmente o amor). Tem muitas cenas belas.
"Vermelho, Branco & Azul" é filme pra quem tem estômago. Roteiro irreverente que prende, apesar de sair com a impressão que pegaram 3 filmes diferentes e condensaram em um. Tem uma técnica legal de filmagem que desordena algumas cenas numa espécie de flashback só que da mesma sequência. É puro deleite pra quem curte Tarantino style.
"O Dublê do Diabo" é um excelente filme. Tem ritmo de cinema americano e todos os elementos que um filme precisa ter pra dar certo (além disso é com a Ludivine Sagnier!). Minha maior surpresa do Festival, não dava nada por ele.
"Sleeping Beauty" é sensacional. Fotografia perfeita, atuações fortes, cenas marcantes. Os silêncios e as pausas casam muito bem com a atmosfera do filme (meio Sofia Copolla, meio Isabel Coixet). Um dos meus favoritos.
"A Mulher Selvagem" é uma selvageria total. Não aconselho ninguém que não esteja familiarizado com o estilo a ir assistir. Principalmente se for mulher, porque o filme fala sobre misoginia, então não tem como não sair do cinema sem sentir desconforto.
"We Need To Talk About Kevin" é um filme de detalhes e sutilezas, o que nos obriga a assisti-lo com o cérebro, além dos olhos. Tem que ir lendo cada cena e fazendo a conexão, e o que é apresentado, quando devidamente compreendido gera uma experiência de reflexão bem interessante. O tema, divinamente explorado, é a relação familiar, mais especificamente sobre a dificuldade (e responsabilidade) de criar um filho e do legado ou fardo que isso pode trazer para si e para o mundo. Toca na questão da psicopatia não de uma forma banalizada e sensacionalista, mas de uma forma realista e profundamente humana. Pais e futuros pais devem assistir esse filme.
"Beleza" é um filme que provoca asco. O exercício de se colocar no personagem principal é penoso. François é o retrato da hipocrisia social mais clichê: o homossexual de meia idade enrustido. O filme se desenvolve em uma fase que François já não consegue mais sustentar sua vida dupla, na medida que se vê obcecado por um jovem filho de um amigo, e começa a se perder. Daí pra frente as escolhas que ele toma são catastróficas. Vale a pena assistir quem não se importa em passar um filme inteiro incomodado com o que vê, pois não há elemento algum que amenize o que está sendo mostrado, em nenhum momento do filme.
"Raiva", o primeiro filme de terror israelense, não deixa nada a desejar aos outros filmes bestas americanos do gênero. O que mais impressiona é que a Ania Bukstein (aquela que fez o maravilhoso "Segredos Íntimos") faz parte do elenco, vá saber o porquê, né?! O roteiro é confuso e pobre e o resultado é uma espécie de "Todo Mundo em Pânico" na floresta. Totalmente dispensável.
"As Más Intenções", filme peruano estilo "Valentin", "Machuca" e "A Culpa é de Fidel", é um ótimo filme, não é genial como os exemplificados, mas não passa despercebido. Cheio de elementos lúdicos que contrastam com a atmosfera pouco solar do filme (me lembrou um pouco "O Labirinto do Fauno"), sensibiliza e diverte.
"Restauração", que ganhou o prêmio de melhor roteiro em Sundance, é bem chato. O roteiro não tem nada de extraordinário, não. Confesso que cochilei em alguns momentos, o que nunca tinha acontecido desde quando assisti Stuart Little no cinema. Dispensável.
"Inquietos" não parece em nada com os outros filmes do Gus Van Sant, exceto pelo tema "juventude". O filme magicamente consegue ser leve, apesar de contar a história de uma paciente terminal que se envolve com um menino que já foi afetado pela experiência de perder pessoas queridas. O figurino e a ambientação tem muita cor viva e é todo vintage, elaborados com um capricho incomum. Desta forma toda a atmosfera do filme colabora pra suavizar o tema central. Dá certo. Os personagens não são deprimidos tampouco resignados (nem religiosos). A tristeza do filme é uma tristeza bonita, ingênua. Não tem drama, drama no sentido de provocar uma situação que desperta pena no outro, tem realismo e a fantasia como catalisador de conforto. O filme nos mostra que se a realidade lhe é cruel, você pega e cria outras realidades com infinitas possibilidades. É como se a alegria fosse uma escolha. É imperdível.
"Tiranossauro" é filme obrigatório na lista de qualquer bom cinéfilo. Ele é diferente de todo filme já produzido. Não tem ponto de comparação, apesar de tocar em tema batido: violência. Os personagens são muito bem construídos em toda complexidade que um ser-humano real seja. Não existe "bom" e "mau", são só humanos e o filme brinca com esses conceitos construindo e desconstruindo simultaneamente a ideia que vamos criando dos personagentes ao longo do filme. É justamente como a vida, como o processo saudável de conhecer alguém: primeiro você conhece a sua projeção, depois o que a pessoa mostra e por fim o que ela é, e se você suporta a verdade da pessoa, ela é será para sempre sua. Assim como esse filme sempre estará em mim.
"Aqui é o Meu Lugar" é excelente. Me lembrou muito "Uma Vida Iluminada" e "Café da Manhã em Plutão", dois filmes que eu amo. O filme traz um Sean Penn meio Edward Mãos de Tesoura, meio Ozzy Osbourne. O personagem é magistralmente construído, a impressão que temos é que Cheyenne está para Sean Penn assim como Jack Sparrow está para Jonhy Deep. Na busca de palavras que melhor descrevam a experiência de assistir a esse filme eu escolho "ternura". O filme é terno. É "O beijo no coração" dito pelo diretor daquele primeiro filme que assisti nesse festival. Você sai do cinema contente e renovado, depois de experimentar gargalhadas e lágrimas tudo em um mesmo filme. Tem vários elementos pop, tem referências a Arcade Fire (e Talking Heads), tem David Byrne, tem fotografia impecável, tem tudo e mais um pouco. Encantador!
The Go-Getter
3.6 60Road Movie fofinho.
Ginger & Rosa
3.4 430 Assista Agora"Aos Treze" dos anos 60.
Terceira Estrela
4.0 78 Assista AgoraBom argumento, roteiro confuso.
Tem cenas brilhantes (o final, o catador do Star Wars, a cena do relógio etc) mas se perde na maior parte do tempo (não é coeso), o que não deixa de ser um filme que valha a pena ser assistido.
Little Birds
3.1 86Thelma e Louise da pré-adolescência.
Entre o Amor e a Paixão
3.6 427“Take This Waltz”, cujo roteiro e direção são da Sarah Polley, que parece ter aprendido muito (e se influenciado) atuando nos maravilhosos filmes da Isabel Coixet: “Minha Vida Sem Mim” e “A Vida Secreta das Palavras” é um filme que provoca uma reflexão sobre relacionamentos amorosos, dando origem a questionamentos que podem ser extremamente potencializados e prolíficos se você ler/tiver lido o livro “Amor Líquido” do Bauman, que trata justamente sobre a fragilidade dos laços humanos. O filme, traduzido como “Entre o Amor e a Paixão”, que conduz o espectador a crer que a personagem principal protagonizada pela Michelle Willians se vê dividida entre o amor pelo seu marido e a paixão por outro homem que surge em sua vida, aprisionando as complexidades dos personagens em conceitos reducionistas, mas vá lá, se você não se deixar levar por isso a experiência será bem diferente de assistir outros filmes do gênero. Isto porque, os elementos que compõe a história são diferenciados no que concerne o caráter real e humano do filme. Aqui não existe maniqueísmo, existe uma mulher que se encontra em um casamento que existe muito afeto que se vê arrebatada por outro homem, sendo que o conflito reside justamente na escolha a ser feita por ela, Margot, dentre as possibilidades que a vida coloca como trair seu marido, acabar com seu casamento e viver a paixão ou ignorar esse sentimento. No filme, a origem do conflito é justamente a lealdade e valores da personagem que não permite que a mesma se entregue a nova paixão ao passo que o sentimento por outro existe e não pode ser negado a ponto de causar angustia ao espectador. A partir daí uma série de questionamentos em paralelo com o proposto no livro do Bauman se apresentam: Quando uma relação passa a ser descartável, se é que esse momento existe? Seria o reflexo das relações atuais a substituição constante de relações por outras que parecem imediatamente mais satisfatórias? Quais as bases para conduzir uma relação sólida? Qual o custo da fidelidade e lealdade? Qual a medida das concessões a serem feitas em razão de se construir uma relação duradoura? E ainda, o que qualifica uma traição? Sobre a estética do filme é muito coerente com o tema proposto, uma vez que o filme se constrói lentamente, muito mais de sugestões e sutilezas que de forma explícita, proporcionando tempo pra fruir as cenas. Destacaria a sequência de cenas que toca a música do Leonard Cohen que dá nome ao filme, dentre muitas cenas sensivelmente elaboradas.
À Beira do Abismo
3.5 915 Assista AgoraO final é ridículo. A história começa "boa", de modo que prende o telespectador. Só que o final é muito zoado. Parece que o roteirista desistiu de se esforçar pra montar o filme e fez de qualquer jeito. Tem muito clichê ruim e ultrapassado, tipo "mulher gostosa com os peitos praticamente de fora falando sobre sexo".
A Culpa é Sua
3.2 9Você fica em dúvida se ela é mesmo uma mãe negligente e busca elementos para ora comprovar, ora refutar a tese. No entanto, espera muito mais.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraAlmodóvar ajudou a construir minha personalidade. Foi com ele que aprendi a amar objetos da cor vermelha sobretudo sapatos (sorry, Dorothy), quis ter um travesti na família, sonhei em ser sequestrada por um Bandeiras da vida e quis aprender a cantar "Cucurrucucu Paloma". Então sou suspeita pra falar do novo filme dele "A Pele Que Habito", mas tentando ser o mais imparcial possível, tenho que dizer que é simplesmente GENIAL. O roteiro te surpreende do início ao fim (não há como prever o que vai acontecer, simples assim) e os diálogos e as situações kafkanescas... São únicas! Imperdível. Ponto alto: Interpretação de Marisa Paredes enquanto diz que "possui a loucura em suas entranhas".
Juan e a bailarina
3.5 14Na apresentação de "O Levante" no festival de cinema do Rio, o diretor (produtor e roteirista) pediu que recebêssemos o filme como um beijo em nossos corações, pois ele foi feito por um apaixonado pelo ser-humano e por alguém que acredita no amor (o filme pra minha valeria só por essas palavras). Eis que ele reflete exatamente a disposição de seu idealizador. É uma metáfora doce e lúdica sobre a velhice, amizade e esperança.
A Criança da Meia-Noite
3.4 27"A Criança da Meia-Noite" é é um filme francês bastante sensível e correto. O roteiro me pareceu bem original pela forma como aborda a relação intergeracional entre os protagonistas (principalmente o amor). Tem muitas cenas belas.
Vermelho, Branco e Azul
3.4 59"Vermelho, Branco & Azul" é filme pra quem tem estômago. Roteiro irreverente que prende, apesar de sair com a impressão que pegaram 3 filmes diferentes e condensaram em um. Tem uma técnica legal de filmagem que desordena algumas cenas numa espécie de flashback só que da mesma sequência. É puro deleite pra quem curte Tarantino style.
O Dublê do Diabo
3.7 234 Assista Agora"O Dublê do Diabo" é um excelente filme. Tem ritmo de cinema americano e todos os elementos que um filme precisa ter pra dar certo (além disso é com a Ludivine Sagnier!). Minha maior surpresa do Festival, não dava nada por ele.
Beleza Adormecida
2.4 1,2K Assista Agora"Sleeping Beauty" é sensacional. Fotografia perfeita, atuações fortes, cenas marcantes. Os silêncios e as pausas casam muito bem com a atmosfera do filme (meio Sofia Copolla, meio Isabel Coixet). Um dos meus favoritos.
Miss Bala
3.3 24"Miss Bala" é chato. O argumento é até interessante, mas o roteiro se perde.
A Mulher do Pântano
2.9 304 Assista Agora"A Mulher Selvagem" é uma selvageria total. Não aconselho ninguém que não esteja familiarizado com o estilo a ir assistir. Principalmente se for mulher, porque o filme fala sobre misoginia, então não tem como não sair do cinema sem sentir desconforto.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista Agora"We Need To Talk About Kevin" é um filme de detalhes e sutilezas, o que nos obriga a assisti-lo com o cérebro, além dos olhos. Tem que ir lendo cada cena e fazendo a conexão, e o que é apresentado, quando devidamente compreendido gera uma experiência de reflexão bem interessante. O tema, divinamente explorado, é a relação familiar, mais especificamente sobre a dificuldade (e responsabilidade) de criar um filho e do legado ou fardo que isso pode trazer para si e para o mundo. Toca na questão da psicopatia não de uma forma banalizada e sensacionalista, mas de uma forma realista e profundamente humana. Pais e futuros pais devem assistir esse filme.
Beleza
3.0 68"Beleza" é um filme que provoca asco. O exercício de se colocar no personagem principal é penoso. François é o retrato da hipocrisia social mais clichê: o homossexual de meia idade enrustido. O filme se desenvolve em uma fase que François já não consegue mais sustentar sua vida dupla, na medida que se vê obcecado por um jovem filho de um amigo, e começa a se perder. Daí pra frente as escolhas que ele toma são catastróficas. Vale a pena assistir quem não se importa em passar um filme inteiro incomodado com o que vê, pois não há elemento algum que amenize o que está sendo mostrado, em nenhum momento do filme.
Entes Queridos
3.5 498Divertido!
Raiva
3.0 58"Raiva", o primeiro filme de terror israelense, não deixa nada a desejar aos outros filmes bestas americanos do gênero. O que mais impressiona é que a Ania Bukstein (aquela que fez o maravilhoso "Segredos Íntimos") faz parte do elenco, vá saber o porquê, né?! O roteiro é confuso e pobre e o resultado é uma espécie de "Todo Mundo em Pânico" na floresta. Totalmente dispensável.
As Más Intenções
4.0 10"As Más Intenções", filme peruano estilo "Valentin", "Machuca" e "A Culpa é de Fidel", é um ótimo filme, não é genial como os exemplificados, mas não passa despercebido. Cheio de elementos lúdicos que contrastam com a atmosfera pouco solar do filme (me lembrou um pouco "O Labirinto do Fauno"), sensibiliza e diverte.
Restauração
3.4 1"Restauração", que ganhou o prêmio de melhor roteiro em Sundance, é bem chato. O roteiro não tem nada de extraordinário, não. Confesso que cochilei em alguns momentos, o que nunca tinha acontecido desde quando assisti Stuart Little no cinema. Dispensável.
Inquietos
3.9 1,6K Assista Agora"Inquietos" não parece em nada com os outros filmes do Gus Van Sant, exceto pelo tema "juventude". O filme magicamente consegue ser leve, apesar de contar a história de uma paciente terminal que se envolve com um menino que já foi afetado pela experiência de perder pessoas queridas. O figurino e a ambientação tem muita cor viva e é todo vintage, elaborados com um capricho incomum. Desta forma toda a atmosfera do filme colabora pra suavizar o tema central. Dá certo. Os personagens não são deprimidos tampouco resignados (nem religiosos). A tristeza do filme é uma tristeza bonita, ingênua. Não tem drama, drama no sentido de provocar uma situação que desperta pena no outro, tem realismo e a fantasia como catalisador de conforto. O filme nos mostra que se a realidade lhe é cruel, você pega e cria outras realidades com infinitas possibilidades. É como se a alegria fosse uma escolha. É imperdível.
Tiranossauro
4.0 236 Assista Agora"Tiranossauro" é filme obrigatório na lista de qualquer bom cinéfilo. Ele é diferente de todo filme já produzido. Não tem ponto de comparação, apesar de tocar em tema batido: violência. Os personagens são muito bem construídos em toda complexidade que um ser-humano real seja. Não existe "bom" e "mau", são só humanos e o filme brinca com esses conceitos construindo e desconstruindo simultaneamente a ideia que vamos criando dos personagentes ao longo do filme. É justamente como a vida, como o processo saudável de conhecer alguém: primeiro você conhece a sua projeção, depois o que a pessoa mostra e por fim o que ela é, e se você suporta a verdade da pessoa, ela é será para sempre sua. Assim como esse filme sempre estará em mim.
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista Agora"Aqui é o Meu Lugar" é excelente. Me lembrou muito "Uma Vida Iluminada" e "Café da Manhã em Plutão", dois filmes que eu amo. O filme traz um Sean Penn meio Edward Mãos de Tesoura, meio Ozzy Osbourne. O personagem é magistralmente construído, a impressão que temos é que Cheyenne está para Sean Penn assim como Jack Sparrow está para Jonhy Deep. Na busca de palavras que melhor descrevam a experiência de assistir a esse filme eu escolho "ternura". O filme é terno. É "O beijo no coração" dito pelo diretor daquele primeiro filme que assisti nesse festival. Você sai do cinema contente e renovado, depois de experimentar gargalhadas e lágrimas tudo em um mesmo filme. Tem vários elementos pop, tem referências a Arcade Fire (e Talking Heads), tem David Byrne, tem fotografia impecável, tem tudo e mais um pouco. Encantador!