Apesar de cheio de 'boas intenções' é mero discurso de senso comum com discurso de ódio mal empregado. não se decide se quer fazer uma crítica à idiotice americana ou se quer apropriar-se dela combatê-la (se for uma crítica, sinceramente é por demais infantil), enfim, perde o rumo ainda nos 30 primeiros minutos, justamente quando esperava que fosse decolar. Tiro na água infelizmente.
é muito bom assistir um thriller sem os clichês do gênero, com direção centrada na ação (a dos personagens) ao invés de efeitos, tiros e explosões. "Carlos" é outro grande exemplo. Hollywood soube fazer filmes assim na década de 70 e depois ficou preguiçosa com a mistura CGI/Bom retorno e produz desde os anos 80 idiotice industrial da pior espécie. Novos diretores europeus mostram que aprenderam bem do riscado e hoje estão bem superiores aos "mestres".
PS.: Por que o povo insiste nessa de comparar filme e livro? Deusdoceu como isso é inútil e irritante.
Comento ou não comento depois dessa cachoeira de brigas? Sinceramente do que li abaixo, não concordo com lado nenhum, mas cada um tem sua razão. Enfim, só dois motivos justificam toda essa briga: o filme ser americano e ter Brad Pitt no elenco, o que digamos assim, fá-lo atingir um público que não seria o alvo. Isso por um lado é bom já que algumas pessoas assim podem entrar em contato com um cinema sem gênero, sem narrativa clássica e principalmente sem os três atos definidos do cinema hollywoodiano. O cinema começou com imagem, e muitos teóricos ainda batem na tecla de que o filme deve contar-se por meio delas. Pois bem, é um bom exemplo já que o elemento mais antigo do cinema soa estranho aos novos espectadores. A imagem sem palavras. A palavra é própria da literatura, a palavra falada própria do teatro. Cinema é imagem. Tarkovsky sabia disso, Eisenstein também. Quem parece que não sabe é boa parte da classe jornalista/publicitária autodenominada "críticos de cinema". As bizarrices que se lê por aí são de levar as lágrimas. Sitezinhos de "cinema" pipocam por essa internet afora com mero intuito de ocupar espaço vazio. Gostar ou não gostar do filme é questão pessoal, via concepções/momento/bagagem; Querer análisa-lo por esse método é uma idiotice sem tamanho. Meu alô aos autodenominados críticos dos semiblogs da uol/terra etc: Não escrevam mais do que leem!
Nunca achei que um filme com duas lindas mulheres que desfilam nuas 90% do filme fosse me entediar tanto. Mas o filme é apenas isso. Uma visão máscula sobre o lesbianismo, filmada com olhar masculino num clima desinteressante. Adoro Julio Medem, mas este acabou sendo uma grande decepção. Não acha que haja arte transbordando no filme não. Ao contrário de Lúcia e o Sexo, onde a questão sexual flui fácil, nesse o tom é desnecessariamente pesado de forma que quase demonstre uma desaprovação da relação. Frio, distante e totalmente lesbian chic. Esperava uma visão bem mais sofisticada e menos chauvinista vindo desse grande diretor basco.
"Como sempre que um mesmo estímulo promove uma extrema diversidade de respostas, isso permite evidenciar as limitações e as fundações ideológicas daqueles que reajem. Permite, também, criar um ranking e uma tipologia dessas reacções, com ganhos antropológicos, teóricos e práticos, evidentes.
No caso do Anti-Christo, de Lars von Trier, temos, em Lisboa:
Francisco Ferreira (Expresso) - uma bola negra (negativo) Mário J. Torres (Público) - uma bola negra (negativo)
Jorge Mourinha (Púlico) - uma positiva em cinco (sofrível) Luis M. Oliveira (Público) - uma positiva em cinco (sofrível) Vasco Câmara (Público) - uma positiva em cinco (sofrível) V. Baptista Marques (Expresso) - uma positiva em cinco (sofrível)
J.Leitão Ramos - (Expresso) - quatro em cinco (muito bom)
Será difícil encontrar um exemplo de maior diversidade avaliativa, para um filme que o seu autor, repetidamente premiado, considerou o seu melhor filme.
Trata-se de um caso exemplar de filmicídio pela «crítica». Vimos, em tempos, tentativas ideológicas equivalentes, do salazarismo ao comunismo, à Igreja Católica e ao Islão, mas o que interessa aqui é a tentativa de liquidação de um filme «fora de série» por quem não fez nenhum e se propõe formar a a «opinião pública». Para um filme que não alinha no entretenimento, na onirização «avatariana» ou no «realismo histórico exemplarista» de «Invictus», esta avaliação promove salas vazias e orienta para uma retirada precoce de exibição. As grandes distribuidoras só têm a agradecer.
A tipologia que proponho distingue entre «críticos de cinema» (aqui, apenas um caso, o de J. Leitão Ramos) e «colunistas sociofílicos», em busca de um alinhamento popular de sucesso fácil, promotores da produção de um «senso comum» mediano, alinhado por baixo, que a «índústria» por certo agradece.
Nos colunistas sociofílicos, apenas há dois graus - o menos um e o mais um: os «rejeitantes drásticos» e os «rejeitantes moderados».
O vazio entre estes e o «mais 4» (filmofílico prudente»), deixando vazias as casas intermédias da grelha classificatória, mostra a seriedade de um filme capaz de «separar as águas» entre quem usa o cinema para ganhar a vida e quem serve o cinema como projecto antropológico arriscado.
Vejamos a «justificação» desta tentativa de liquidação não apenas de um filme mas, caso mais drástico, de um cineasta de vanguarda, por Francisco Ferreira, não só «crítico de cinema» mas, mais do que isso, coordenador da página de cinema do destacável cultural do «Expresso»:
«Tudo o que está em causa neste filme relaciona-se com o que é intolerável na imagem - e a verdadeira discussão não pode deixar de passar por aqui. Mas aquilo que de mais penoso se vê em "Anti-Christ - Anticristo", que traz selo de dedicação a Tarkovski numa afronta injusta e ignóbil, nem merece ser nomeado. Seria dar atenção a um cineasta que, de tanto querê-la já provou estar disposto a tratar a espécie humana como os nazis a trataram em Auschwitz. De resto - já o escrevemos há mais de dez anos, numa altura em que o dinamarquês e o seu "manifesto Dogma" eram transformados pela crítica em coqueluche europeia -, Trier é muito menos um cineasta do que um caso clínico de psiquiatria. Voltamos ao intolerável: que imagens são aquelas, ao ponto de parecer que o filme só existe para elas' A quem se destina aquele espectáculo insuportável, a que representação da realidade, a que política, com que objectivo que não seja o do escândalo?" F.F.
Como se vê, F.F. é um«críitico» intolerante, narcisista, pretencioso e autoritário. Ele é que sabe dizer o que é «tudo o que está em causa neste filme» e impor qual é a «verdadeira discussão» que «não pode deixar de passar por aqui», por onde ele pretende que passe. Ele é que define o que é uma «afronta injusta e ignóbil a Tarkovski». Ele é que já denunciou, «há mais de dez anos» o cineasta como «um caso clínico de psiquiatria» e agora se vem gabar da sua superioridade na antecipação de evidências deste calibre. F.F. inova e antecipa tempos vindouros. Temos uma nova função para a elite da crítica de cinema: fazer diagnósticos psiquiátricos, mandar internar os casos clínicos (e aqui identifica-se com o psiquiatra do filme, que afundada a mãe deprimida numa «cura do sono» por tempo indefinido) e promover filmes normalizados, ao serviço de realidades e políticas que aprove e isentos de «escândalo» (como a Inquisição realizou durante séculos, em Portugal com o sucesso e conivência que se conhece).
Acusando Lars von Trier de ser um cineasta (ou menos que isso, como vimos) que «já provou estar disposto a tratar a espécie humana como os nazis a trataram em Auschwitz», F.F. acusa sem provar o que quer que seja, não dá um único exemplo, uma qualquer referência ou argumento, para além da sua evidência de Normopata que pretende eliminar o que, para a sua intolerância emocionada (e mais em geral, para a dos normopatas para cuja cumplicidade pisca o olho, já que sabe que, por definição, apela para a maioria dos espectadores) é «penoso» , «insuportável» e «intolerável na imagem» que provoca o (seu) «escândalo». Como sempre, a abundância de adjectivos punitivos mostra a carência de substância das atribuições.
A acusação de «caso clínico de psiquiatria» tem sido historicamente usada pelos poderes quando se querem ver livres de «dissidentes» de uma qualquer «normalidade» que se deseja impor com recurso ao senso comum, ao partido ou à polícia política. Não se trata apenas de um filmicídio mas de um cineasticídio. Se dessem ouvidos na Europa a F.F. (que não parte, que se saiba, de qualquer competência na área do diagnóstico clínico), Lars von Trier teria sido impedido de continuar a filmar e seria internado à força num hospital psiquiátrico.
Apelando para uma normose colectiva, F.F apenas pretende rasurar e apagar «certas» imagens «intoleráveis», mutilar um filme e calar um cineasta. Percebe-se bem o seu inconsciente ansioso, uma vez que o Anti-Cristo expõe a ansiedade e a vontade de mutilar e de matar que se move nos subterrâneos da «normalidade amorosa», o que o põe fora de si. Teria certamente sucesso no Estado Novo, actuando como um Bufo deste «crime» que pretende delatar ou como um Censor de lápis azul.
Como censor, F.F. não diz de que fala, a que imagens e escândalo se refere. Claro que o Anti-Christo é um filme para adultos que não chamam «escândalo» a realidades, fantasias, ideologias históricas e fantasmas que adultos conhecem e não varrem para baixo do sofá, por mais desagradáveis que sejam. O recalcamento, a escotomização e a racionalização não melhoram o mundo, apenas o oprimem e reprimem.
Face a uma alegoria, F.F. quereria uma «representação da realidade» normótica ou meramente sociológica, como no «Laço Branco», a que dá «quatro estrelas»?
Face à apresentação das contradições antropológicas da modernidade tardia (pensada à maneira de Giddens), em que o cognitivismo behaviorista do marido psicoterapêuta interrompe o sono farmacológico do psiquiatra organicista para continuadamente recalcar a análise freudiana da vida onírica, que a mulher desejaria, mas que psiquiatras e cognitivistas pós-modernos enviaram para o Inferno da sua Ciência repressiva, F.F. diz nada, uma vez que ou não percebe a questão ou está do lado dominante da nova modernidade.
Face à articulação do ginocídio inquisitorial com a tortura do erotismo conjugal, uma vez desarticulada a sua superfície aparentemente «normal» e provocada a regressão para as suas dimensões «diabólicas», num mundo que se quer regularizar e normalizar como secular e feminista, livre das «trevas» do paganismo, do clericalismo e do analfabetismo, expondo a evidência vexatória de que o «progreso civilizacional» não é uma função do progresso tecnológico e continua a rebentar no subsolo da guerra dos sexos, a que Ibsen e Bergman não viraram a cara, F.F. diz nada. A sua capacidade analítica é tão escassa quanto grandiosa é a sua oratória condenatória, que nenhum Grande Inquisidor se esqueceria de aplaudir.
Face à exposição à regressão para a alucinação, num mundo emocionalmente insuportado, e face ao concomitante deslizar do erotismo amoroso para o sadomasoquismo e para o comportamento psicopático na micro-escala da intimidade e sociopático na macro-escala das ideologias, F.F. prescreve o internamento hospitalar das «excepções», visto desconhecer estas realidades quotidianas, no fantasma e na acção sociopática. Em vez de dialogar, analisar e problematizar, diagnostica e elimina como pode do seu pequeno mundo cinéfilo aquilo que manifestamente o ultrapassa a ele, uma autoridade na matéria.
Sintetizando, F.F. deixa a nu como a exposição fílmica das dimensões mais extremadas da guerra dos sexos pode levar à exposição jornalística da guerra dos cineastas e da guerra dos críticos de cinema. E mostra bem como o apelo desesperado às maiorias morais, normalizadoras e normalizadas, por parte de um crítico normótico, recorre sem pejo às ferramentas sociopáticas da tentativa de liquidação soft de um cineasta que vê o mundo vivido como dramático e problemático, para se salientar numa corte de aparências que optou jornalisticamente pela «cultura Avatar»". JGP Bastos
se não entendeu o texto, continue a falar mal do filme com o senso comum tão caro aos nossos "críticos"
apesar de gostar muito do filme, sou obrigado a dizer que críticos que usam a expressão "desaconselhável para pessoas desprovidas [sic] de cultura" não deveria ser crítico.
Na época fiz uma crítica para o cinema.com.br dando duas notas: 8 para o filme e 5 para o que o aquele pessoal cabeça dura queria ouvir. A crítica foi censurada e não foi publicada, sai do site, e pouco tempo depois percebi que pedir demissão foi a melhor coisa que já fiz rsrsrs
tem cenas muito boas, encenações de gols que nunca foram registrados, mas a direção sem dinâmica e a trilha que parece algo saído de desenhos animados dos anos 80 deixam o documentário muito longo e por vezes muito chato. Admiro muito Pelé como o artista do futebol que foi, mas o homem falando de si mesmo daquele jeito típico é dose para leão.
depoimentos fantásticos, pedaço da história recente sem preço. Faltou só uma edição e direção mais condizente com o tema. Mas mesmo assim, mais que recomendado, principalmente aos apreciadores da boa música
Bom filme, boa edição, tenso, direção um pouco afetada, trilha sonora horrível. Boyle é um bom diretor, mas precisa dar uma olhadinha em suas origens para voltar a pegar o jeito de contar uma história simples de maneira simples ao invés dos malabarismos quase piromaníacos que ele tem feito desde A Praia. O "moderno" excessivo enche um pouco o saco.
a publicidade do filme me afastou dele um bom tempo fazendo-se parecer por um falso-documentário de terror do estilo de ùltimo exorcismo, rec ou bruxa de blair. Quando finalmente assisti meu queixo caiu com a sensibilidade em especial do último terço do filme. Esqueçam o marketing, não é um filme de terror, mas um belíssimo filme seja real ou não
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, do Globo de Ouro e grande favorito ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano (acabou perdendo para o argentino O segredo de seus olhos), Michael Haneke (Cachè, A professora de piano, Violência gratuita) ambiciosamente traça uma parábola do nascimento da geração que levaria a Alemanha à Segunda Guerra Mundial abraçando o nazismo como filosofia salvadora.
Muito já se falou de ambos os lados sobre a Segunda Guerra e o assunto parecia esgotado após A queda. Mas, quando se pensa que feridas já cicatrizaram, um filme como A fita branca põe o dedo reabrindo-a como pouquíssimos filmes fizeram. Mostrando que o tempo não apaga nem anistia.
A fita branca do título remete ao que no filme se coloca como um lembrete de sua pureza e inocência amarrado aos braços das crianças por um patriarcado austero (que vai ao encontro da estrela de Davi que marcariam seus desafetos mais tarde). Esta pureza perdida do povo alemão e que em pouco tempo transformou-se de conservadorismo, repressão e passividade em preconceito e um dos maiores crimes de ódio da história humana recente. O holocausto é obviamente o material das metáforas para o filme de Michael Haneke, que novamente busca na filosofia e na sociologia (desta vez com Theodor W. Adorno [1903-1969]) explicações para a aurora da violência contemporânea.
O filme se passa às vésperas do início da Primeira Guerra Mundial, numa pequena vila da Alemanha, onde estranhos atos violentos começam a gerar desconfiança e medo em seus moradores. A crueldade é crescente, assim como a tensão que chega à beira do que é suportável numa narrativa realista. As crianças vão perdendo aos poucos sua persona inocente para incorporar, implicitamente na diegese do filme, uma máscara de preconceito, extremismo e intolerância. Isso aliado à criação patriarcal violenta, ao conservadorismo religioso e maniqueísta e à repressão, dentro desta parábola, liga-os diretamente ao mesmo povo alemão que ergueria, mais tarde, Hitler como seu Führer. Esta, contudo, é uma das primeiras vezes que o cinema germânico não exime a sociedade civil alemã de sua parcela de culpa direta ou indiretamente, pelos atos da cúpula nazista.
E Haneke, como é seu costume, consegue contar uma história extremamente pesada com a mesma delicadeza de quem canta um acalanto. Sua câmera não é um vouyer de sua própria violência, mas uma testemunha ocular da brutalidade, chocando-se, ressentindo-se e acompanhando a ação com a cautela de quem conta uma verdade enrubescida. Reenquadra, como se fazia nos primórdios do cinemascope. Filma em cores e converte ao preto-e-branco na pós-produção numa das épocas de maior pirotecnia cinematográfica da história.
E, mais do que isso, Haneke — que sustenta a tradição de cineastas como Ingmar Bergman, Andrei Tarkovski e Krzysztof Kieslowski — mostra-se artista, e não teórico. Há toneladas dos mais variados sentimentos em sua complexa simplicidade de dirigir. Por conta disso, mesmo a tese de Adorno já tendo sido derrubada por alguns teóricos não priva a arte de se fazer reflexiva (principalmente porque não é o anti-semitismo a discussão primordial do filme, mas o preconceito violento como um todo e como filosofia salvadora) e nem mesmo é o papel da arte ser teórica ao ponto de se despir de alma e analisar fria e cientificamente coisa alguma. Nesse ponto A fita branca passa ao largo da Escola de Frankfurt, para fazer sentido como obra única.
Fã de Bansky praticamente desde que acesso a internet, após ver o seu Exit Through the Gift Shop, ouso dizer que talvez se trate do maior artista de minha geração, dedicado a uma arte verdadeiramente contracultural/marginal e não só estampando essa grife nos anos 2000. Agora no audiovisual escondido por sombras e vozes distorcidas, rej...eitando a própria afetação e "pitizices" tão comuns inclusive a artistas que sentem os primeiros respingos de fama, Bansky faz um belíssimo trabalho crítico perante a arte comercializada e industrializada que parece que tem por intuito recolocá-la em seu devido lugar ao expô-la como a piada (inclusive sua própria obra) que se tornou com os anos. O "documentário" não é homogêneo mas isso não o impede de ser uma pequena obra-prima. Qualquer um pode falar mas são poucos que calçam esse mesmo sapato.
O problema na verdade é que é moda falar mal desse filme sem entendê-lo, maus "críticos" em cannes serviram de exemplo para maus "críticos" no brasil e o status de "crítico" no brasil embora a fraca turma que temos, serve se formador de opinião, o que é uma tremenda bobagem. Esse é típico filme que só o tempo (principalmente depois que os "críticos" esquecerem de fazer o hype pelo qual são pagos) vai colocá-lo na prateleira que realmente lhe seja merecedor, não é nem de longe a primeira vez que isso acontece.
Aliás para mim, o erro foi ter feito Dogville com a Nicole Kidman, o que fez parecer que os filmes posteriores teriam status de cinemão, para o povo do cinemão. Ledo engano
Bacana, narrativa inovadora que meio que é abandonada lá pela metade, filme gostoso de assitir... e é isso. Os críticos de hoje tem um péssimo histórico de serem convencidos pela publicidade gigantesca dos filmes, que é tudo o que não se espera de um crítico Na verdade creio até que em sua maioria não existem mais críticos, existem bookmakers,"achistas" deslumbrados e aqueles que batem em cachorro morto.
eu sei que vai cair o céu na minha cabeça igualzinho no filme mas...
não... não achei o filme inteligente apenas prepotente, é um filme mediano disfarçado de fisíca quantica disfarçada de o sentido da vida disfarçada de filosofia de boteco tudo enlatado à vácuo para causar o famoso "acho que gostei... acho que gostei pra caralho... acho que é o melhor filme de todos os tempos" agora desmonta o filme da armação de arame e dá uma olhada no que sobra
Bom filme, é diferente dos outros trabalhos do Aronofsky então não tem como comparar, já disse em outro lugar que ele me parece uma homenagem desajeitada ao Suspíria do Argento. É um filme envolvente, é inteligente no sentindo 'culto', é bonito, e é sem dúvida o melhor filme comercial da temporada 2010/2011. Mas não me culpem por sempre esperar mais do Aronofsky.
PS> E quem diabos chama um filme com a Natalie Portman e a Mila Kunis se pegando de 'filme pra mulher'? Na boa não é um filme pra gente muito burra, só isso. (isso não quer dizer que os opostos a isso vão gostar do filme em 100% dos casos, mas com certeza não darão essa desculpa)
PS2> ah e levando em conta tudo o que eu disse, é bem possível que leve alguns Oscar sim, não tem muita concorrência pra bater.. mas oscar é oscar eles sempre fazem alguma merda
Deus Abençoe a América
4.0 799Apesar de cheio de 'boas intenções' é mero discurso de senso comum com discurso de ódio mal empregado.
não se decide se quer fazer uma crítica à idiotice americana ou se quer apropriar-se dela combatê-la (se for uma crítica, sinceramente é por demais infantil), enfim, perde o rumo ainda nos 30 primeiros minutos, justamente quando esperava que fosse decolar.
Tiro na água infelizmente.
Não Conte a Ninguém
3.6 157 Assista Agoraé muito bom assistir um thriller sem os clichês do gênero, com direção centrada na ação (a dos personagens) ao invés de efeitos, tiros e explosões. "Carlos" é outro grande exemplo. Hollywood soube fazer filmes assim na década de 70 e depois ficou preguiçosa com a mistura CGI/Bom retorno e produz desde os anos 80 idiotice industrial da pior espécie. Novos diretores europeus mostram que aprenderam bem do riscado e hoje estão bem superiores aos "mestres".
PS.: Por que o povo insiste nessa de comparar filme e livro? Deusdoceu como isso é inútil e irritante.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraComento ou não comento depois dessa cachoeira de brigas?
Sinceramente do que li abaixo, não concordo com lado nenhum, mas cada um tem sua razão.
Enfim, só dois motivos justificam toda essa briga: o filme ser americano e ter Brad Pitt no elenco, o que digamos assim, fá-lo atingir um público que não seria o alvo.
Isso por um lado é bom já que algumas pessoas assim podem entrar em contato com um cinema sem gênero, sem narrativa clássica e principalmente sem os três atos definidos do cinema hollywoodiano.
O cinema começou com imagem, e muitos teóricos ainda batem na tecla de que o filme deve contar-se por meio delas.
Pois bem, é um bom exemplo já que o elemento mais antigo do cinema soa estranho aos novos espectadores. A imagem sem palavras. A palavra é própria da literatura, a palavra falada própria do teatro. Cinema é imagem.
Tarkovsky sabia disso, Eisenstein também. Quem parece que não sabe é boa parte da classe jornalista/publicitária autodenominada "críticos de cinema". As bizarrices que se lê por aí são de levar as lágrimas. Sitezinhos de "cinema" pipocam por essa internet afora com mero intuito de ocupar espaço vazio.
Gostar ou não gostar do filme é questão pessoal, via concepções/momento/bagagem; Querer análisa-lo por esse método é uma idiotice sem tamanho. Meu alô aos autodenominados críticos dos semiblogs da uol/terra etc: Não escrevam mais do que leem!
Um Quarto em Roma
3.4 503Nunca achei que um filme com duas lindas mulheres que desfilam nuas 90% do filme fosse me entediar tanto.
Mas o filme é apenas isso. Uma visão máscula sobre o lesbianismo, filmada com olhar masculino num clima desinteressante.
Adoro Julio Medem, mas este acabou sendo uma grande decepção. Não acha que haja arte transbordando no filme não. Ao contrário de Lúcia e o Sexo, onde a questão sexual flui fácil, nesse o tom é desnecessariamente pesado de forma que quase demonstre uma desaprovação da relação.
Frio, distante e totalmente lesbian chic.
Esperava uma visão bem mais sofisticada e menos chauvinista vindo desse grande diretor basco.
Anticristo
3.5 2,2K Assista Agora"Como sempre que um mesmo estímulo promove uma extrema diversidade de respostas, isso permite evidenciar as limitações e as fundações ideológicas daqueles que reajem. Permite, também, criar um ranking e uma tipologia dessas reacções, com ganhos antropológicos, teóricos e práticos, evidentes.
No caso do Anti-Christo, de Lars von Trier, temos, em Lisboa:
Francisco Ferreira (Expresso) - uma bola negra (negativo)
Mário J. Torres (Público) - uma bola negra (negativo)
Jorge Mourinha (Púlico) - uma positiva em cinco (sofrível)
Luis M. Oliveira (Público) - uma positiva em cinco (sofrível)
Vasco Câmara (Público) - uma positiva em cinco (sofrível)
V. Baptista Marques (Expresso) - uma positiva em cinco (sofrível)
J.Leitão Ramos - (Expresso) - quatro em cinco (muito bom)
Será difícil encontrar um exemplo de maior diversidade avaliativa, para um filme que o seu autor, repetidamente premiado, considerou o seu melhor filme.
Trata-se de um caso exemplar de filmicídio pela «crítica». Vimos, em tempos, tentativas ideológicas equivalentes, do salazarismo ao comunismo, à Igreja Católica e ao Islão, mas o que interessa aqui é a tentativa de liquidação de um filme «fora de série» por quem não fez nenhum e se propõe formar a a «opinião pública». Para um filme que não alinha no entretenimento, na onirização «avatariana» ou no «realismo histórico exemplarista» de «Invictus», esta avaliação promove salas vazias e orienta para uma retirada precoce de exibição. As grandes distribuidoras só têm a agradecer.
A tipologia que proponho distingue entre «críticos de cinema» (aqui, apenas um caso, o de J. Leitão Ramos) e «colunistas sociofílicos», em busca de um alinhamento popular de sucesso fácil, promotores da produção de um «senso comum» mediano, alinhado por baixo, que a «índústria» por certo agradece.
Nos colunistas sociofílicos, apenas há dois graus - o menos um e o mais um: os «rejeitantes drásticos» e os «rejeitantes moderados».
O vazio entre estes e o «mais 4» (filmofílico prudente»), deixando vazias as casas intermédias da grelha classificatória, mostra a seriedade de um filme capaz de «separar as águas» entre quem usa o cinema para ganhar a vida e quem serve o cinema como projecto antropológico arriscado.
Vejamos a «justificação» desta tentativa de liquidação não apenas de um filme mas, caso mais drástico, de um cineasta de vanguarda, por Francisco Ferreira, não só «crítico de cinema» mas, mais do que isso, coordenador da página de cinema do destacável cultural do «Expresso»:
«Tudo o que está em causa neste filme relaciona-se com o que é intolerável na imagem - e a verdadeira discussão não pode deixar de passar por aqui. Mas aquilo que de mais penoso se vê em "Anti-Christ - Anticristo", que traz selo de dedicação a Tarkovski numa afronta injusta e ignóbil, nem merece ser nomeado. Seria dar atenção a um cineasta que, de tanto querê-la já provou estar disposto a tratar a espécie humana como os nazis a trataram em Auschwitz. De resto - já o escrevemos há mais de dez anos, numa altura em que o dinamarquês e o seu "manifesto Dogma" eram transformados pela crítica em coqueluche europeia -, Trier é muito menos um cineasta do que um caso clínico de psiquiatria. Voltamos ao intolerável: que imagens são aquelas, ao ponto de parecer que o filme só existe para elas' A quem se destina aquele espectáculo insuportável, a que representação da realidade, a que política, com que objectivo que não seja o do escândalo?" F.F.
Como se vê, F.F. é um«críitico» intolerante, narcisista, pretencioso e autoritário. Ele é que sabe dizer o que é «tudo o que está em causa neste filme» e impor qual é a «verdadeira discussão» que «não pode deixar de passar por aqui», por onde ele pretende que passe. Ele é que define o que é uma «afronta injusta e ignóbil a Tarkovski». Ele é que já denunciou, «há mais de dez anos» o cineasta como «um caso clínico de psiquiatria» e agora se vem gabar da sua superioridade na antecipação de evidências deste calibre. F.F. inova e antecipa tempos vindouros. Temos uma nova função para a elite da crítica de cinema: fazer diagnósticos psiquiátricos, mandar internar os casos clínicos (e aqui identifica-se com o psiquiatra do filme, que afundada a mãe deprimida numa «cura do sono» por tempo indefinido) e promover filmes normalizados, ao serviço de realidades e políticas que aprove e isentos de «escândalo» (como a Inquisição realizou durante séculos, em Portugal com o sucesso e conivência que se conhece).
Acusando Lars von Trier de ser um cineasta (ou menos que isso, como vimos) que «já provou estar disposto a tratar a espécie humana como os nazis a trataram em Auschwitz», F.F. acusa sem provar o que quer que seja, não dá um único exemplo, uma qualquer referência ou argumento, para além da sua evidência de Normopata que pretende eliminar o que, para a sua intolerância emocionada (e mais em geral, para a dos normopatas para cuja cumplicidade pisca o olho, já que sabe que, por definição, apela para a maioria dos espectadores) é «penoso» , «insuportável» e «intolerável na imagem» que provoca o (seu) «escândalo». Como sempre, a abundância de adjectivos punitivos mostra a carência de substância das atribuições.
A acusação de «caso clínico de psiquiatria» tem sido historicamente usada pelos poderes quando se querem ver livres de «dissidentes» de uma qualquer «normalidade» que se deseja impor com recurso ao senso comum, ao partido ou à polícia política. Não se trata apenas de um filmicídio mas de um cineasticídio. Se dessem ouvidos na Europa a F.F. (que não parte, que se saiba, de qualquer competência na área do diagnóstico clínico), Lars von Trier teria sido impedido de continuar a filmar e seria internado à força num hospital psiquiátrico.
Apelando para uma normose colectiva, F.F apenas pretende rasurar e apagar «certas» imagens «intoleráveis», mutilar um filme e calar um cineasta. Percebe-se bem o seu inconsciente ansioso, uma vez que o Anti-Cristo expõe a ansiedade e a vontade de mutilar e de matar que se move nos subterrâneos da «normalidade amorosa», o que o põe fora de si. Teria certamente sucesso no Estado Novo, actuando como um Bufo deste «crime» que pretende delatar ou como um Censor de lápis azul.
Como censor, F.F. não diz de que fala, a que imagens e escândalo se refere.
Claro que o Anti-Christo é um filme para adultos que não chamam «escândalo» a realidades, fantasias, ideologias históricas e fantasmas que adultos conhecem e não varrem para baixo do sofá, por mais desagradáveis que sejam. O recalcamento, a escotomização e a racionalização não melhoram o mundo, apenas o oprimem e reprimem.
Face a uma alegoria, F.F. quereria uma «representação da realidade» normótica ou meramente sociológica, como no «Laço Branco», a que dá «quatro estrelas»?
Face à apresentação das contradições antropológicas da modernidade tardia (pensada à maneira de Giddens), em que o cognitivismo behaviorista do marido psicoterapêuta interrompe o sono farmacológico do psiquiatra organicista para continuadamente recalcar a análise freudiana da vida onírica, que a mulher desejaria, mas que psiquiatras e cognitivistas pós-modernos enviaram para o Inferno da sua Ciência repressiva, F.F. diz nada, uma vez que ou não percebe a questão ou está do lado dominante da nova modernidade.
Face à articulação do ginocídio inquisitorial com a tortura do erotismo conjugal, uma vez desarticulada a sua superfície aparentemente «normal» e provocada a regressão para as suas dimensões «diabólicas», num mundo que se quer regularizar e normalizar como secular e feminista, livre das «trevas» do paganismo, do clericalismo e do analfabetismo, expondo a evidência vexatória de que o «progreso civilizacional» não é uma função do progresso tecnológico e continua a rebentar no subsolo da guerra dos sexos, a que Ibsen e Bergman não viraram a cara, F.F. diz nada. A sua capacidade analítica é tão escassa quanto grandiosa é a sua oratória condenatória, que nenhum Grande Inquisidor se esqueceria de aplaudir.
Face à exposição à regressão para a alucinação, num mundo emocionalmente insuportado, e face ao concomitante deslizar do erotismo amoroso para o sadomasoquismo e para o comportamento psicopático na micro-escala da intimidade e sociopático na macro-escala das ideologias, F.F. prescreve o internamento hospitalar das «excepções», visto desconhecer estas realidades quotidianas, no fantasma e na acção sociopática. Em vez de dialogar, analisar e problematizar, diagnostica e elimina como pode do seu pequeno mundo cinéfilo aquilo que manifestamente o ultrapassa a ele, uma autoridade na matéria.
Sintetizando, F.F. deixa a nu como a exposição fílmica das dimensões mais extremadas da guerra dos sexos pode levar à exposição jornalística da guerra dos cineastas e da guerra dos críticos de cinema. E mostra bem como o apelo desesperado às maiorias morais, normalizadoras e normalizadas, por parte de um crítico normótico, recorre sem pejo às ferramentas sociopáticas da tentativa de liquidação soft de um cineasta que vê o mundo vivido como dramático e problemático, para se salientar numa corte de aparências que optou jornalisticamente pela «cultura Avatar»". JGP Bastos
se não entendeu o texto, continue a falar mal do filme com o senso comum tão caro aos nossos "críticos"
A Nova Transa da Pantera Cor de Rosa
3.7 23 Assista Agoraapesar de gostar muito do filme, sou obrigado a dizer que críticos que usam a expressão "desaconselhável para pessoas desprovidas [sic] de cultura" não deveria ser crítico.
Raul - O Início, o Fim e o Meio
4.1 707Putz esse documentário ta começando a tomar ares de "Chatô"
Será que um dia estreia?
Atividade Paranormal - Tóquio
2.4 864 Assista Agorawtf??
A Caixa
2.5 2,0KNa época fiz uma crítica para o cinema.com.br dando duas notas: 8 para o filme e 5 para o que o aquele pessoal cabeça dura queria ouvir.
A crítica foi censurada e não foi publicada, sai do site, e pouco tempo depois percebi que pedir demissão foi a melhor coisa que já fiz rsrsrs
Megamente
3.8 1,9K Assista AgoraParece que os filmes "família/infantis" tem muito a ensinar sobre como não cair no maniqueísmo aos chamados filmes adultos de ação.
Pelé Eterno
3.2 151 Assista Agoratem cenas muito boas, encenações de gols que nunca foram registrados, mas a direção sem dinâmica e a trilha que parece algo saído de desenhos animados dos anos 80 deixam o documentário muito longo e por vezes muito chato.
Admiro muito Pelé como o artista do futebol que foi, mas o homem falando de si mesmo daquele jeito típico é dose para leão.
Uma Noite em 67
4.2 263depoimentos fantásticos, pedaço da história recente sem preço.
Faltou só uma edição e direção mais condizente com o tema.
Mas mesmo assim, mais que recomendado, principalmente aos apreciadores da boa música
127 Horas
3.8 3,1K Assista Agora"o diretor se recuperou do trágico filme anterior"
hã? não creio que ele (o diretor) tenha visto um filme ganhador de oito oscar como trágico. rs
127 Horas
3.8 3,1K Assista AgoraBom filme, boa edição, tenso, direção um pouco afetada, trilha sonora horrível.
Boyle é um bom diretor, mas precisa dar uma olhadinha em suas origens para voltar a pegar o jeito de contar uma história simples de maneira simples ao invés dos malabarismos quase piromaníacos que ele tem feito desde A Praia.
O "moderno" excessivo enche um pouco o saco.
Catfish
4.0 346a publicidade do filme me afastou dele um bom tempo fazendo-se parecer por um falso-documentário de terror do estilo de ùltimo exorcismo, rec ou bruxa de blair.
Quando finalmente assisti meu queixo caiu com a sensibilidade em especial do último terço do filme.
Esqueçam o marketing, não é um filme de terror, mas um belíssimo filme seja real ou não
127 Horas
3.8 3,1K Assista Agoraspoiler medonho
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraCrítica que fiz à época, revisada:
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, do Globo de Ouro e grande favorito ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano (acabou perdendo para o argentino O segredo de seus olhos), Michael Haneke (Cachè, A professora de piano, Violência gratuita) ambiciosamente traça uma parábola do nascimento da geração que levaria a Alemanha à Segunda Guerra Mundial abraçando o nazismo como filosofia salvadora.
Muito já se falou de ambos os lados sobre a Segunda Guerra e o assunto parecia esgotado após A queda. Mas, quando se pensa que feridas já cicatrizaram, um filme como A fita branca põe o dedo reabrindo-a como pouquíssimos filmes fizeram. Mostrando que o tempo não apaga nem anistia.
A fita branca do título remete ao que no filme se coloca como um lembrete de sua pureza e inocência amarrado aos braços das crianças por um patriarcado austero (que vai ao encontro da estrela de Davi que marcariam seus desafetos mais tarde). Esta pureza perdida do povo alemão e que em pouco tempo transformou-se de conservadorismo, repressão e passividade em preconceito e um dos maiores crimes de ódio da história humana recente. O holocausto é obviamente o material das metáforas para o filme de Michael Haneke, que novamente busca na filosofia e na sociologia (desta vez com Theodor W. Adorno [1903-1969]) explicações para a aurora da violência contemporânea.
O filme se passa às vésperas do início da Primeira Guerra Mundial, numa pequena vila da Alemanha, onde estranhos atos violentos começam a gerar desconfiança e medo em seus moradores. A crueldade é crescente, assim como a tensão que chega à beira do que é suportável numa narrativa realista. As crianças vão perdendo aos poucos sua persona inocente para incorporar, implicitamente na diegese do filme, uma máscara de preconceito, extremismo e intolerância. Isso aliado à criação patriarcal violenta, ao conservadorismo religioso e maniqueísta e à repressão, dentro desta parábola, liga-os diretamente ao mesmo povo alemão que ergueria, mais tarde, Hitler como seu Führer. Esta, contudo, é uma das primeiras vezes que o cinema germânico não exime a sociedade civil alemã de sua parcela de culpa direta ou indiretamente, pelos atos da cúpula nazista.
E Haneke, como é seu costume, consegue contar uma história extremamente pesada com a mesma delicadeza de quem canta um acalanto. Sua câmera não é um vouyer de sua própria violência, mas uma testemunha ocular da brutalidade, chocando-se, ressentindo-se e acompanhando a ação com a cautela de quem conta uma verdade enrubescida. Reenquadra, como se fazia nos primórdios do cinemascope. Filma em cores e converte ao preto-e-branco na pós-produção numa das épocas de maior pirotecnia cinematográfica da história.
E, mais do que isso, Haneke — que sustenta a tradição de cineastas como Ingmar Bergman, Andrei Tarkovski e Krzysztof Kieslowski — mostra-se artista, e não teórico. Há toneladas dos mais variados sentimentos em sua complexa simplicidade de dirigir. Por conta disso, mesmo a tese de Adorno já tendo sido derrubada por alguns teóricos não priva a arte de se fazer reflexiva (principalmente porque não é o anti-semitismo a discussão primordial do filme, mas o preconceito violento como um todo e como filosofia salvadora) e nem mesmo é o papel da arte ser teórica ao ponto de se despir de alma e analisar fria e cientificamente coisa alguma. Nesse ponto A fita branca passa ao largo da Escola de Frankfurt, para fazer sentido como obra única.
Saída Pela Loja de Presentes
4.3 195acho que uma tradução melhor seria: o primeiro filme catástrofe da street art
Saída Pela Loja de Presentes
4.3 195Fã de Bansky praticamente desde que acesso a internet, após ver o seu Exit Through the Gift Shop, ouso dizer que talvez se trate do maior artista de minha geração, dedicado a uma arte verdadeiramente contracultural/marginal e não só estampando essa grife nos anos 2000.
Agora no audiovisual escondido por sombras e vozes distorcidas, rej...eitando a própria afetação e "pitizices" tão comuns inclusive a artistas que sentem os primeiros respingos de fama, Bansky faz um belíssimo trabalho crítico perante a arte comercializada e industrializada que parece que tem por intuito recolocá-la em seu devido lugar ao expô-la como a piada (inclusive sua própria obra) que se tornou com os anos.
O "documentário" não é homogêneo mas isso não o impede de ser uma pequena obra-prima.
Qualquer um pode falar mas são poucos que calçam esse mesmo sapato.
Ironicamente é um dos nomeados ao Oscar.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraO problema na verdade é que é moda falar mal desse filme sem entendê-lo, maus "críticos" em cannes serviram de exemplo para maus "críticos" no brasil e o status de "crítico" no brasil embora a fraca turma que temos, serve se formador de opinião, o que é uma tremenda bobagem.
Esse é típico filme que só o tempo (principalmente depois que os "críticos" esquecerem de fazer o hype pelo qual são pagos) vai colocá-lo na prateleira que realmente lhe seja merecedor, não é nem de longe a primeira vez que isso acontece.
Aliás para mim, o erro foi ter feito Dogville com a Nicole Kidman, o que fez parecer que os filmes posteriores teriam status de cinemão, para o povo do cinemão.
Ledo engano
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraBacana, narrativa inovadora que meio que é abandonada lá pela metade, filme gostoso de assitir... e é isso.
Os críticos de hoje tem um péssimo histórico de serem convencidos pela publicidade gigantesca dos filmes, que é tudo o que não se espera de um crítico
Na verdade creio até que em sua maioria não existem mais críticos, existem bookmakers,"achistas" deslumbrados e aqueles que batem em cachorro morto.
Burlesque
3.5 1,7K Assista Agoraa publicidade mais chata do filmow de todos os tempos, não vou ver o filme por isso, rs
A Origem
4.4 5,9K Assista Agoraeu sei que vai cair o céu na minha cabeça igualzinho no filme mas...
não... não achei o filme inteligente apenas prepotente, é um filme mediano disfarçado de fisíca quantica disfarçada de o sentido da vida disfarçada de filosofia de boteco tudo enlatado à vácuo para causar o famoso
"acho que gostei... acho que gostei pra caralho... acho que é o melhor filme de todos os tempos" agora desmonta o filme da armação de arame e dá uma olhada no que sobra
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraBom filme, é diferente dos outros trabalhos do Aronofsky então não tem como comparar, já disse em outro lugar que ele me parece uma homenagem desajeitada ao Suspíria do Argento.
É um filme envolvente, é inteligente no sentindo 'culto', é bonito, e é sem dúvida o melhor filme comercial da temporada 2010/2011.
Mas não me culpem por sempre esperar mais do Aronofsky.
PS>
E quem diabos chama um filme com a Natalie Portman e a Mila Kunis se pegando de 'filme pra mulher'?
Na boa não é um filme pra gente muito burra, só isso.
(isso não quer dizer que os opostos a isso vão gostar do filme em 100% dos casos, mas com certeza não darão essa desculpa)
PS2> ah e levando em conta tudo o que eu disse, é bem possível que leve alguns Oscar sim, não tem muita concorrência pra bater.. mas oscar é oscar eles sempre fazem alguma merda