A personagem de kevin me fez lembrar Damiem.. aquele filho do demo.. Criança mimada, mãe insegura, pai bonachão, família no mundo da lua movidos a Prozac, resultado = a merd. São desses caldeirões de remorsos e incompetência para gerenciar a família que surgem esses monstrengos. Tilda Swinton como sempre magistral, e o filme é tecnicamente muito eficaz no seu intento. Cortes precisos entre cenas e o abuso do vermelho, cor predominante, causam forte impacto e também nos aprisiona do começo ao fim.
Belíssima fotografia, bela trilha sonora, figurino lindíssimo, bons atores, mas não sei qual foi o truque que faltou para que eu me apaixonasse pelo filme. Senti falta de mais vibração e mesmo que o elogiadíssimo Edward Norton estivesse bem - como sempre - Eisenheim não fez mágica para mim. Achei um bom filme tem momentos ótimos, como o
truque com o espelho, ou o inspetor querendo saber como era feito o truque da árvore
, mas tem momentos que esfria, que não correspondeu as minhas espectativas. Mesmo assim recomendo como um bom entreterimento para uma noite com pipoca.
É um daqueles filmes "parada obrigatória". Daqui algum tempo, verei novamente para apanhar o que me escapou. Um filme a la vida dos outros, recheado de muita paixão, erros e tragédia. Cinema portugues em grande estilo. Gosto muito de Tabu.
Filme extremamente charmoso, protagonistas lindos, que sorriem com os olhos, em perfeita harmonia e mais um cãozinho fofo para enfeitar o que já é belo. Gostei muito. Foram adoráveis e prazerosos minutos de bom cinema.
O Oscarizado Argo, já gerou tanta polêmica que este Oscar deve estar queimando nas mãos de Ben Affeck. Fiz meu humilde comentário sobre o filme, uns dias antes da entrega do Oscar e, na minha opinião achava que ele não teria chance, pelos motivos que já comentei. Fiquei surpresa com o resultado, porque meu amor cego pela sétima arte, não me deixou escutar as vozes de alguns astutos de plantão que profetizavam essa vitória. Estaria nesse caso, o cinema americano, usando esta arte como ferramenta para obscuros - ou nem tão obscuros -, propósitos? Com o pragmatismo que eles normalmente agem, não seria de duvidar. Neurose? A ala mais politizada diz que não.
Oscar de melhor filme para “Argo”: arte ou propaganda para a guerra contra o Irã?
Premiado com o Oscar de melhor filme numa cerimônia transmitida diretamente da Casa Branca, o longa Argo, de Ben Affleck, apresenta um agente da CIA como herói, no exato momento em que setores da sociedade americana discutem uma possível uma ação militar contra o Irã, que avança em seu programa nuclear; do outro lado, Teerã promete filmar sua própria versão sobre a tomada da embaixada americana após a revolução de 1979 e qualifica o filme como islamofóbico; o trabalho de Ben Affleck é arte ou uma peça política?
Gostei, gostei, gostei... Que filme bom. Uma esquete melhor que a outra. O terceiro compromisso a la Diabo da Tasmânia.. incrível. Vou revê-lo muitas vezes e sei que em cada uma delas sentirei novas estranhezas, pois para mim, Holy Motors é isso; uma caixa de surpresas onde o insano, o lírico, onírico... nos leva para uma dimensão onde a sensação de prazer é tão singular que ficamos assustados. Compreender é o de menos, já que está não é nem de longe a proposta ou intensão de Leos Carax. Holy... é um convite para uma viagem sui generis onde o que parece não fazer sentido algum tem todo o sentido do mundo.
Essa animação me causou a mesma estranheza e desconforto de O Planeta dos Macacos. Não estar no topo da cadeia faz qualquer ser humano perder completamente a altivez. Como La Planète Sauvage foi feito por Oms e para os Oms, nossa força e perseverança acabou nos redimindo como sempre. Jamais nos ajoelharemos e ficaremos inertes, afinal, somos seres mais que inteligentes, somos indestrutíveis e invencíveis. Super, super e trilha sonora ☆☆☆☆☆
O filme tem uma proposta bonita, é carregado de simbologismo e bons sentimentos. Para mim, a direção apontada, tenta nos levar pelas mãos nos caminhos da eterna - e nunca respondida - pergunta: quem somos, o que somos, de onde viemos, para onde vamos... o que fazer com a presença constante da morte, o que fazer com essa raiva que sentimos ao perder alguém, e sobre o medo que sentimos ao nos confrontar com nossa pequenez e finitude. A proposta é santa, mesmo que sonífera para a grande parte das pessoas. Estes conceitos filosóficos talvez vistam-se melhor com roupas de poesia, letras de música, literatura, mas no cinema.. no cinema o tempo urge e a vida é breve. Não há como tocar corações, quando os mesmos batem em outros compassos. Não queremos mais divagar, queremos respostas e como ninguém as tem de fato, ficamos enfarados e entendiados com divagações, mesmo que venham vestidas das mais belas cores. Eu gosto da intensão do filme, mesmo que ele nos leve para muitas dimensões e nos devolva pra vida sem resposta alguma e de mãos vazias, porque o caminho para as respostas - se é que existe - a cada um cabe encontrar o seu.
Depois de Árvore da Vida... Zhit. Agora terei que ficar uns tempos nas animações da Chibli.. mas daí tem o Túmulo dos Vagalumes.. Perdas irreparáveis, dores lancinantes, nesse ponto somos todos de um mesmo lugar, todos terráqueos, limitados e frágeis. Mas creio que a ausência de luz solar, solidão e frio seja um atenuante severo na digestão desses infortúnios. Aprecio por demais o cinema do leste europeu. Mundos tão diferentes, dores tão iguais. Vivendo e morrendo. Zhit um filme cicatriz.
Pela trilha achei que fosse gostar mais do filme, porém ficou me devendo. Toda a situação daquela família - trágica - nas mãos daquele pai monstro, merecia uma desfecho mais condizente. O filme cria um pico de atmosfera, mas não sustenta isso no arremate. Seus nós não são apertados suficientemente, o que o faz desandar muito aguado e previsível no final. Achei que foram desperdiçados elementos que poderiam, em minha opinião, tê-lo tornando um filme mais coeso e eficiente. Poderia ter sido, no mínimo, um bom thriller de suspense, mas para mim, perdeu a oportunidade.
Sempre evito filmes cujos roteiros sejam crias de livros que já li, pois quase sempre ficam devendo, mas neste caso acho que o filme é absolutamente fiel ao livro. Misery com Kathy Bates é primo irmão deste, que ao meu ver, é muito mais hermético e angustiante. Para mim, o "simples" hobby do rapaz silencioso, taciturno e solitário já é em si um filme de horror.
Hilda - personagem de Ana Esmeralda - é encontrada morta em seu pequeno apartamento, depois de se suicidar com uma overdose de barbitúricos. ****** Hilda esta morta aqui diante de mim. Quatro anos atrás, nenhum de nós poderia pensar que nada acabaria bem, que nenhum dois dois teria vontade de envelhecer, que nenhum deixaria doação ao outro, que tudo passaria depressa, como tudo que se passa em São Paulo. Nossas mãos eram vazias, sem ter nada a dizer a ninguém, sem nada poder fazer a ninguém. Hilda está morta e para a sua morte, não teve como encontrar nem o pretexto de uma guerra.
Fala de Carlos, personagem de Walmor Chagas.
Uma preciosidade do cinema nacional. Adorei rever. Sentirei muita saudades do seu Walmor Chagas, fará falta na cena.
Nem Sean Penn, nem Frances McDormand, nem tão pouco participação mais que especial de David Byrne, salvam um filme que não quer ser salvo. Gosto apenas da fotografia de Luca Bigazzi. Para mim, Aqui é meu Lugar é um filme de lugar nenhum.
Ficamos tão hipnotizados com a beleza física desse filme, que qualquer outro elemento que possa comprometê-lo negativamente acaba nos desencorajando mencionar. Poderia citar algumas coisas que me desagradaram no filme, mas com certeza são insignificantes diante do todo. O conteúdo filosófico, religioso, calcado na fé não é matéria prima suficiente para fazê-lo entrar para a galeria dos imortais,mas a grande protagonista do filme que é a natureza, está sim, o torna capaz de sobreviver a qualquer tempestade. A parceria entre a natureza e os recursos tecnológicos, fazem de As Aventuras de Pi, ou seja lá o nome que muitos gostariam que tivesse, um filme magnífico por si próprio.
Só faltava lá pelas tantas eles descobrirem que estavam todos mortos. rsrs Gosto da forma charmosa e delirante que a história conduz, uma cambada de personagens sui generis tão descolados do mundo real, mais sonhando pesadelos do que vivendo de fato. Nenhum burguês é perdoado, já que em tese, são todos ridículos. Critica social agridoce, mas as fisgadas estão lá. Minha cena favorita: A bofetada no embaixador... chorei de rir.
Fiquei bestificada com eficiência e a proposta desse filme ancião de 90 anos de idade. O que mais me impressiona é a atemporalidade do filme, sua narrativa por vezes tão bem humorada, tratando assunto tão pertinente como inquisição, seus métodos de tortura, para finalmente considerar sobre histeria, assunto que era tabu no início do século XX quando o filme foi feito. É claro que esta fase da história é bem mais complexa do que a película apresenta. Muitas mulheres foram torturadas e mortas na Idade Média não simplesmente por terem um comportamento estranho, e sim porque a igreja tinha interesse em suas propriedades, mas daí é outra história. Häxan é um luxo que todo o bom cinéfilo deve se dar.
O título do filme em português, onde acrescenta a Repulsão a palavra Sexo, além de ser totalmente desnecessário, eu diria que é até prejudicial, pois leva a crer que a única repulsa ali é o sexo, quando na verdade, esta repulsa é muito mais abrangente A que se avaliar também o momento histórico em tudo acontece. Plenos anos 60, onde as mulheres começam a se emancipar e a queimar os seus Dulorens, e os homens que já eram tidos como bichos papões de mocinhas incautas, ficaram desrespeitosos e mais agressivos, acuando as mulheres com piadinhas grosseiras e metendo a mão sem pedir licença. Até boa parte dos anos setenta esse quadro permaneceu e quem tem mais de quarenta anos deve lembrar. O quadro machista no filme, (as piadinhas do cunhado, que ao que tudo indica é um homem casado, as piadinhas dos amigos do futuro pretendente a namorado, que parece também ser comprometido,, a piada grosseira que Carole recebeu na rua, não justifica mais explica. Junto a quadro de esquizofrenia, que pelo visto, a protagonista trouxe da infância - pelo olhar da foto quando menina - mais o momento histórico dela, as referências nada animadoras - irmã, colega de trabalho -, Roman Polanki nos faz peregrinar pelos corredores dos calabouços mais obscuros da alma humana, onde a repressão e o medo podem ser transformados numa arma mortal. Desnecessário comentar a presença mais que absoluta de Catherine Deneuve
Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo. Friedrich Nietzsche
Como jamais fui privada de nada, para mim este filme é um milagre. Passei fome com eles. Senti dor, tristeza, medo, cansaço, frio, angustia, solidão... Talvez tivesse desistido no terceiro dia. Tanto esforço, numa vida desgraçada, onde os dias são apenas réplicas, onde nascer e viver é um castigo e por isso és açoitado dia e noite, sem trégua, pela mamãe grande. Se Deus não existe então tudo é permitido. Até desistir.
Triste como são todas as guerras. Como Cartas de Iwo Jima, esta animação mostra a guerra de 1945 pelo olhar japonês. Suas dores, suas chagas.. não tem como não chorar. Quantas mais histórias como esta serão contadas, até que os homens parem de matar uns aos outros, violando o direito máximo que é: Viva e deixe viver? Muita pena das crianças. Nesse momento quantas delas estarão sofrendo a mesma coisa lá em Gaza.
Dos habituais comportamentos contemporâneos Optar é deles o mais desumano Escolher entre tantos a quem vou amar Se telefono agora ou depois, ou não ligo Se insisto ou desisto, ou nem isso Peço demissão, fico grávida Troco de país, mudo de vida E que verso agora vou inventar pra continuar sendo lida? Que saudade me fará o calor, caso venha a preferir o frio? E estando a escolha feita Nada me convence ou tranquiliza Estou sempre de olho Na outra margem do rio (M. Medeiros)
Somos frutos de nossas escolhas. Decidir qual melhor caminho a seguir pode ser bem difícil, porque a natureza nos deu o mundo e a estrada para andar, o resto é faro.
Um filme sensível, profundo e esteticamente lindo.
Obra prima de Walter Salles. Obra prima do cinema brasileiro. A aridez magníficamente fotografada. Tudo é poesia.. Tudo é sertão e tristeza. Simplesmente.. inesquecível.
Conheci duas pessoas muito parecidas com a personagem amoral. Talvez por isso achei a história bem possível. Ela é egoísta, sem escrúpulos, débil e parece sempre ter acabado de chegar do polo norte. A proposta enclausuradora, sufocante irrita bastante, mas não me pareceu tão piegas e clichezento assim. Leandra Leal, mostrando-se como uma das melhores atrizes de sua geração e a pequena participação de Juliano Cezarré conferem um ponto positivo para o filme.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraA personagem de kevin me fez lembrar Damiem.. aquele filho do demo..
Criança mimada, mãe insegura, pai bonachão, família no mundo da lua movidos a Prozac, resultado = a merd.
São desses caldeirões de remorsos e incompetência para gerenciar a família que surgem esses monstrengos.
Tilda Swinton como sempre magistral, e o filme é tecnicamente muito eficaz no seu intento. Cortes precisos entre cenas e o abuso do vermelho, cor predominante, causam forte impacto e também nos aprisiona do começo ao fim.
O Ilusionista
3.8 1,4K Assista AgoraBelíssima fotografia, bela trilha sonora, figurino lindíssimo, bons atores, mas não sei qual foi o truque que faltou para que eu me apaixonasse pelo filme. Senti falta de mais vibração e mesmo que o elogiadíssimo Edward Norton estivesse bem - como sempre - Eisenheim não fez mágica para mim.
Achei um bom filme tem momentos ótimos, como o
truque com o espelho, ou o inspetor querendo saber como era feito o truque da árvore
Tabu
4.1 110 Assista AgoraÉ um daqueles filmes "parada obrigatória". Daqui algum tempo, verei novamente para apanhar o que me escapou. Um filme a la vida dos outros, recheado de muita paixão, erros e tragédia.
Cinema portugues em grande estilo. Gosto muito de Tabu.
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraFilme extremamente charmoso, protagonistas lindos, que sorriem com os olhos, em perfeita harmonia e mais um cãozinho fofo para enfeitar o que já é belo.
Gostei muito. Foram adoráveis e prazerosos minutos de bom cinema.
Argo
3.9 2,5KO Oscarizado Argo, já gerou tanta polêmica que este Oscar deve estar queimando nas mãos de Ben Affeck.
Fiz meu humilde comentário sobre o filme, uns dias antes da entrega do Oscar e, na minha opinião achava que ele não teria chance, pelos motivos que já comentei. Fiquei surpresa com o resultado, porque meu amor cego pela sétima arte, não me deixou escutar as vozes de alguns astutos de plantão que profetizavam essa vitória.
Estaria nesse caso, o cinema americano, usando esta arte como ferramenta para obscuros - ou nem tão obscuros -, propósitos?
Com o pragmatismo que eles normalmente agem, não seria de duvidar.
Neurose? A ala mais politizada diz que não.
Oscar de melhor filme para “Argo”: arte ou propaganda para a guerra contra o Irã?
Premiado com o Oscar de melhor filme numa cerimônia transmitida diretamente da Casa Branca, o longa Argo, de Ben Affleck, apresenta um agente da CIA como herói, no exato momento em que setores da sociedade americana discutem uma possível uma ação militar contra o Irã, que avança em seu programa nuclear; do outro lado, Teerã promete filmar sua própria versão sobre a tomada da embaixada americana após a revolução de 1979 e qualifica o filme como islamofóbico; o trabalho de Ben Affleck é arte ou uma peça política?
Segue em:
Holy Motors
3.9 652Gostei, gostei, gostei...
Que filme bom. Uma esquete melhor que a outra.
O terceiro compromisso a la Diabo da Tasmânia.. incrível.
Vou revê-lo muitas vezes e sei que em cada uma delas sentirei novas estranhezas, pois para mim, Holy Motors é isso; uma caixa de surpresas onde o insano, o lírico, onírico... nos leva para uma dimensão onde a sensação de prazer é tão singular que ficamos assustados.
Compreender é o de menos, já que está não é nem de longe a proposta ou intensão de Leos Carax.
Holy... é um convite para uma viagem sui generis onde o que parece não fazer sentido algum tem todo o sentido do mundo.
Planeta Fantástico
4.3 319Essa animação me causou a mesma estranheza e desconforto de O Planeta dos Macacos.
Não estar no topo da cadeia faz qualquer ser humano perder completamente a altivez. Como La Planète Sauvage foi feito por Oms e para os Oms, nossa força e perseverança acabou nos redimindo como sempre.
Jamais nos ajoelharemos e ficaremos inertes, afinal, somos seres mais que inteligentes, somos indestrutíveis e invencíveis.
Super, super e trilha sonora ☆☆☆☆☆
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraO filme tem uma proposta bonita, é carregado de simbologismo e bons sentimentos.
Para mim, a direção apontada, tenta nos levar pelas mãos nos caminhos da eterna - e nunca respondida - pergunta: quem somos, o que somos, de onde viemos, para onde vamos... o que fazer com a presença constante da morte, o que fazer com essa raiva que sentimos ao perder alguém, e sobre o medo que sentimos ao nos confrontar com nossa pequenez e finitude.
A proposta é santa, mesmo que sonífera para a grande parte das pessoas. Estes conceitos filosóficos talvez vistam-se melhor com roupas de poesia, letras de música, literatura, mas no cinema.. no cinema o tempo urge e a vida é breve. Não há como tocar corações, quando os mesmos batem em outros compassos. Não queremos mais divagar, queremos respostas e como ninguém as tem de fato, ficamos enfarados e entendiados com divagações, mesmo que venham vestidas das mais belas cores.
Eu gosto da intensão do filme, mesmo que ele nos leve para muitas dimensões e nos devolva pra vida sem resposta alguma e de mãos vazias, porque o caminho para as respostas - se é que existe - a cada um cabe encontrar o seu.
Vivendo
4.0 45Depois de Árvore da Vida... Zhit. Agora terei que ficar uns tempos nas animações da Chibli.. mas daí tem o Túmulo dos Vagalumes..
Perdas irreparáveis, dores lancinantes, nesse ponto somos todos de um mesmo lugar, todos terráqueos, limitados e frágeis.
Mas creio que a ausência de luz solar, solidão e frio seja um atenuante severo na digestão desses infortúnios.
Aprecio por demais o cinema do leste europeu. Mundos tão diferentes, dores tão iguais.
Vivendo e morrendo. Zhit um filme cicatriz.
A Mulher do Pântano
2.9 304 Assista AgoraPela trilha achei que fosse gostar mais do filme, porém ficou me devendo. Toda a situação daquela família - trágica - nas mãos daquele pai monstro, merecia uma desfecho mais condizente.
O filme cria um pico de atmosfera, mas não sustenta isso no arremate. Seus nós não são apertados suficientemente, o que o faz desandar muito aguado e previsível no final.
Achei que foram desperdiçados elementos que poderiam, em minha opinião, tê-lo tornando um filme mais coeso e eficiente. Poderia ter sido, no mínimo, um bom thriller de suspense, mas para mim, perdeu a oportunidade.
Morte e Vida Severina em Desenho Animado
4.4 66Triste e lindo. Desenho muito expressivo com traços secos como a história ali retratada. A poesia de João Cabral de Melo Neto tem a alma do sertão.
A propósito; curta é um filme de até 30 minutos. Este é até mais que média-metragem. Tá mais para um loga.
O Colecionador
4.1 113Sempre evito filmes cujos roteiros sejam crias de livros que já li, pois quase sempre ficam devendo, mas neste caso acho que o filme é absolutamente fiel ao livro.
Misery com Kathy Bates é primo irmão deste, que ao meu ver, é muito mais hermético e angustiante.
Para mim, o "simples" hobby do rapaz silencioso, taciturno e solitário já é em si um filme de horror.
A Casa Monstro
3.4 600 Assista AgoraBastante competente no quesito suspense. Adoro essas bugigangas pra criançada.
História interessante e envolvente. Gostei.
São Paulo Sociedade Anônima
4.2 172Hilda - personagem de Ana Esmeralda - é encontrada morta em seu pequeno apartamento, depois de se suicidar com uma overdose de barbitúricos.
******
Hilda esta morta aqui diante de mim.
Quatro anos atrás, nenhum de nós poderia pensar que nada acabaria bem, que nenhum dois dois teria vontade de envelhecer, que nenhum deixaria doação ao outro, que tudo passaria depressa, como tudo que se passa em São Paulo. Nossas mãos eram vazias, sem ter nada a dizer a ninguém, sem nada poder fazer a ninguém.
Hilda está morta e para a sua morte, não teve como encontrar nem o pretexto de uma guerra.
Fala de Carlos, personagem de Walmor Chagas.
Uma preciosidade do cinema nacional. Adorei rever.
Sentirei muita saudades do seu Walmor Chagas, fará falta na cena.
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista AgoraNem Sean Penn, nem Frances McDormand, nem tão pouco participação mais que especial de David Byrne, salvam um filme que não quer ser salvo.
Gosto apenas da fotografia de Luca Bigazzi.
Para mim, Aqui é meu Lugar é um filme de lugar nenhum.
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KFicamos tão hipnotizados com a beleza física desse filme, que qualquer outro elemento que possa comprometê-lo negativamente acaba nos desencorajando mencionar.
Poderia citar algumas coisas que me desagradaram no filme, mas com certeza são insignificantes diante do todo.
O conteúdo filosófico, religioso, calcado na fé não é matéria prima suficiente para fazê-lo entrar para a galeria dos imortais,mas a grande protagonista do filme que é a natureza, está sim, o torna capaz de sobreviver a qualquer tempestade. A parceria entre a natureza e os recursos tecnológicos, fazem de As Aventuras de Pi, ou seja lá o nome que muitos gostariam que tivesse, um filme magnífico por si próprio.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 284 Assista AgoraSó faltava lá pelas tantas eles descobrirem que estavam todos mortos. rsrs
Gosto da forma charmosa e delirante que a história conduz, uma cambada de personagens sui generis tão descolados do mundo real, mais sonhando pesadelos do que vivendo de fato.
Nenhum burguês é perdoado, já que em tese, são todos ridículos.
Critica social agridoce, mas as fisgadas estão lá.
Minha cena favorita: A bofetada no embaixador... chorei de rir.
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 183 Assista AgoraFiquei bestificada com eficiência e a proposta desse filme ancião de 90 anos de idade.
O que mais me impressiona é a atemporalidade do filme, sua narrativa por vezes tão bem humorada, tratando assunto tão pertinente como inquisição, seus métodos de tortura, para finalmente considerar sobre histeria, assunto que era tabu no início do século XX quando o filme foi feito.
É claro que esta fase da história é bem mais complexa do que a película apresenta. Muitas mulheres foram torturadas e mortas na Idade Média não simplesmente por terem um comportamento estranho, e sim porque a igreja tinha interesse em suas propriedades, mas daí é outra história.
Häxan é um luxo que todo o bom cinéfilo deve se dar.
Repulsa ao Sexo
4.0 462 Assista AgoraO título do filme em português, onde acrescenta a Repulsão a palavra Sexo, além de ser totalmente desnecessário, eu diria que é até prejudicial, pois leva a crer que a única repulsa ali é o sexo, quando na verdade, esta repulsa é muito mais abrangente
A que se avaliar também o momento histórico em tudo acontece.
Plenos anos 60, onde as mulheres começam a se emancipar e a queimar os seus Dulorens, e os homens que já eram tidos como bichos papões de mocinhas incautas, ficaram desrespeitosos e mais agressivos, acuando as mulheres com piadinhas grosseiras e metendo a mão sem pedir licença.
Até boa parte dos anos setenta esse quadro permaneceu e quem tem mais de quarenta anos deve lembrar.
O quadro machista no filme, (as piadinhas do cunhado, que ao que tudo indica é um homem casado, as piadinhas dos amigos do futuro pretendente a namorado, que parece também ser comprometido,, a piada grosseira que Carole recebeu na rua, não justifica mais explica.
Junto a quadro de esquizofrenia, que pelo visto, a protagonista trouxe da infância - pelo olhar da foto quando menina - mais o momento histórico dela, as referências nada animadoras - irmã, colega de trabalho -, Roman Polanki nos faz peregrinar pelos corredores dos calabouços mais obscuros da alma humana, onde a repressão e o medo podem ser transformados numa arma mortal.
Desnecessário comentar a presença mais que absoluta de Catherine Deneuve
O Cavalo de Turim
4.2 211Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo.
Friedrich Nietzsche
Como jamais fui privada de nada, para mim este filme é um milagre.
Passei fome com eles. Senti dor, tristeza, medo, cansaço, frio, angustia, solidão...
Talvez tivesse desistido no terceiro dia. Tanto esforço, numa vida desgraçada, onde os dias são apenas réplicas, onde nascer e viver é um castigo e por isso és açoitado dia e noite, sem trégua, pela mamãe grande.
Se Deus não existe então tudo é permitido. Até desistir.
Os comentários passam...
O Cavalo de Turim fica.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KTriste como são todas as guerras.
Como Cartas de Iwo Jima, esta animação mostra a guerra de 1945 pelo olhar japonês. Suas dores, suas chagas.. não tem como não chorar.
Quantas mais histórias como esta serão contadas, até que os homens parem de matar uns aos outros, violando o direito máximo que é: Viva e deixe viver?
Muita pena das crianças.
Nesse momento quantas delas estarão sofrendo a mesma coisa lá em Gaza.
Samsara
4.2 44A OUTRA MARGEM DO RIO
Dos habituais comportamentos contemporâneos
Optar é deles o mais desumano
Escolher entre tantos a quem vou amar
Se telefono agora ou depois, ou não ligo
Se insisto ou desisto, ou nem isso
Peço demissão, fico grávida
Troco de país, mudo de vida
E que verso agora vou inventar
pra continuar sendo lida?
Que saudade me fará o calor,
caso venha a preferir o frio?
E estando a escolha feita
Nada me convence ou tranquiliza
Estou sempre de olho
Na outra margem do rio
(M. Medeiros)
Somos frutos de nossas escolhas. Decidir qual melhor caminho a seguir pode ser bem difícil, porque a natureza nos deu o mundo e a estrada para andar, o resto é faro.
Um filme sensível, profundo e esteticamente lindo.
Abril Despedaçado
4.2 673Obra prima de Walter Salles.
Obra prima do cinema brasileiro.
A aridez magníficamente fotografada.
Tudo é poesia..
Tudo é sertão e tristeza.
Simplesmente.. inesquecível.
Nome Próprio
3.3 294 Assista AgoraConheci duas pessoas muito parecidas com a personagem amoral. Talvez por isso achei a história bem possível. Ela é egoísta, sem escrúpulos, débil e parece sempre ter acabado de chegar do polo norte. A proposta enclausuradora, sufocante irrita bastante, mas não me pareceu tão piegas e clichezento assim.
Leandra Leal, mostrando-se como uma das melhores atrizes de sua geração e a pequena participação de Juliano Cezarré conferem um ponto positivo para o filme.