Um filme bem reflexivo. Mas ainda não era o momento de eu assisti-lo. Gosto de como é profundo sem ser denso e massivo. É raro de se ver. A direção é impecável.
Alexander Payne nunca decepciona, e renova a temática estudantil que vive nos dando filmes medianos. O roteiro é previsível, mas as coisas aqui são expostas de maneira muito sutil e inteligente, especialmente através da edição. Funciona bem como comédia satírica e drama.
A última cena do filme, em que o Woody troca de assentos no carro com o filho, nos indica que a vida do velho jamais será a mesma. Metaforicamente dita que ele rapidamente será mais dependente dos outros. Mas todo o filme mostra que ele simplesmente não consegue sê-lo. E quando ele pede para o filho se abaixar, não está dizendo que, depois de tudo que o filho fez, ainda não é bem vindo em sua vida? E se o filho não é, quem será? Tudo isso em um momento lindo que, na verdade, eram só aparências. A suposta reconciliação de pai e filho, por muitos aqui entendida, não aconteceu. É na realidade um final muito triste.
Sunset doesn't last all evening A mind can blow those clouds away After all this, my love is up and must be leaving It's not always going to be this grey
All things must pass All things must pass away All things must pass None of life's strings can last So, I must be on my way And face another day
Nunca vou esquecer de quando o protagonista e seu "par romântico" explicam seu amor por vinho. Gente, do céu, que momento iluminado! Não sei me expressar bem, mas isso me moveu de um jeito...
"It's a hard grape to grow, as you know. Right? It's uh, it's thin-skinned, temperamental, ripens early. It's, you know, it's not a survivor like Cabernet, which can just grow anywhere and uh, thrive even when it's neglected. No, Pinot needs constant care and attention. You know? And in fact it can only grow in these really specific, little, tucked away corners of the world. And, and only the most patient and nurturing of growers can do it, really. Only somebody who really takes the time to understand Pinot's potential can then coax it into its fullest expression. Then, I mean, oh its flavors, they're just the most haunting and brilliant and thrilling and subtle and... ancient on the planet."
"How it's a living thing. I like to think about what was going on the year the grapes were growing; how the sun was shining; if it rained. I like to think about all the people who tended and picked the grapes. And if it's an old wine, how many of them must be dead by now. I like how wine continues to evolve, like if I opened a bottle of wine today it would taste different than if I'd opened it on any other day, because a bottle of wine is actually alive. And it's constantly evolving and gaining complexity. That is, until it peaks, like your '61. And then it begins its steady, inevitable decline. And it tastes so fucking good."
A atuação da Natalie Portman foi excelente mas não ao ponto de ser a única possível àquele papel. Ela não tornou o papel único e não o fez dependente de si. Creio que ele também se encaixaria a muitas outras atrizes. Senti falta de uma maior profundidade no desenvolvimento da protagonista. Qual seu passado? O que há, no tempo, atrás daquela encenação? Não sabemos. O filme nos prendeu àquele período. É difícil desprender-se quando se conta uma história do ponto de vista do protagonista, mas é possível. Não senti a personagem da Natalie como uma pessoa real; pareceu-me uma ferramenta de roteiro.
Finalmente, gostei muito do trabalho de Darren Aronofsky, mas o esperava mais ousado.. Confesso, após ter assistido Réquiem para um Sonho... Aguardava um trabalho mais visualmente ousado, mais auteur. Porém, reconheço que Aronofsky soube se adequar a um estilo mais vendável e mainstream, que era, afinal, ao que o filme se propunha, e provou-se mais uma vez o cara dos thrillers psicológicos contemporâneos, porém ainda não insubstituível (embora o tenha sido em Requiem), já que há um tal de David Fincher logo ali...
Impecável. Fotografia em preto e branco deslumbrante. Enquadramentos precisos. Landscapes sempre necessários - contrariamente ao caso de um filme de um certo diretor mexicano... Trilha sonora atmosférica e evocadora de sentimentos. Diálogos sinceros. Leve e discreto toque de humor, nos detalhes de diálogo e da edição. Atuação incrível e quase imperceptível de Bruce Dern - como as merecedoras do Oscar devem ser, mas não o são.
Quanto do amor e do afeto advém da pena? Em que grau o afeto persiste pela simples procura de uma recompensa? E quanto daquilo que somos devotos, quase quixotescamente, estão para simplesmente nos preencher um vazio?
É um filme sensível e maduro. Sua direção é discreta e precisa. Preciso revê-lo. Tem peças de diálogos maravilhosas, como aquela em que o personagem, ao descrever seu amor por um tipo específico de vinho, acaba em realidade descrevendo a si próprio. Faz pensar o quanto as paixões da nossa vida existem simplesmente por refletirem aquilo que nós somos.
Um filme sobre relacionamentos, sim. Mas isso é, vejo, secundário. Seu tema central é maior que isso, é sobre quão dependente - ou não - somos da verdade em nossas vidas. E é esse tema quase existencial pairando sobre as quatro letras que adoramos dizer que adoramos sentir que o faz um grande filme.
Eu nunca vou atingir a profundidade que penso que este filme tem. Se você que se manter no seu perfeito juízo, se quer ter uma noite de sono tranquila, jamais assista a este filme. Este filme te faz pensar as coisas mais estranhadas em ti. Te faz questionar livre-arbítrio de uma maneira tão única, que chega incluir o questionamento em cima do questionamento. Este filme é profundo em camadas expansivas e intermináveis, tal como si próprio. Charlie Kaufman é um louco, um louco, um louco. Passe longe. Ele é um gênio.
O blocking dos atores está disposto de maneira precisa. Cada colocação de cena, vê-se que foi estritamente pensada, o que é um grande feito, já que Altman insiste em estilosos takes longos, abdicando do corte para, em vez dele, utilizar o botão mais desprezado por diretores de fotografia: o zoom, de modo que o mesmo corte traz perspectivas distintas de uma mesma cena, incluindo ou excluindo personagens que se aproximam do cenário, assim o setting utilizando de maneira integral. O zoom, minha gente! pra quê cortar em cada frame diferente? Pra quê ficar pra lá e pra cá andando com essa câmera, em vez de dar a oportunidade de os atores e atrizes se posicionarem, e trabalhar com essa coisa paradinha no canto dela, só marcando o ir e vir de quem aparece na película? O ZOOM!!!!! E Altman é conhecido por deixar e estimular que os atores se soltem em seu talento: improvisem, o que não impediu que o filme ganhasse o Oscar pelo roteiro adaptado. Também é louvável o quanto o sentido de profundidade marca os tons das conversas e dos sentimentos dos personagens filme: uma visão de fora da cabine em uma conversa de tom mais sombrio, uma câmera que não ousa entrar na sala do sisudo coronel. São esses floreios que, quando usados no filme, fazem-nos sentir que o cenário é parte fundamental da obra, essencial à narrativa construída. E qual o cenário, perguntemos: a guerra! Robert Altman, genial, e auteur como poucos em Hollywood!
É um sentimento de melancolia tão envolvente e tão profundo que te deixa esmorecido por horas depois, pensando no filme, sentindo em si a dor dos que partem e dos que se deixam ficar; em suma, toda a dor que o tempo, irrefreável, ao passar pelo deserto, sopra. É incrível a sutileza deste filme. Incrível. Peço desculpas, mas não tenho vontade de descrevê-lo tecnicamente. É incrível, incrível, incrível. Sublime. Irretocável. (É uma obra que me lembrou muito de 'Cem Anos de Solidão', na arraigada languidez que evoca de seus personagens e cenário.)
Grande filme! Merecia o Oscar de Melhor Diretor para David Fincher (melhor do que entregar pro diretor do filme da fotografia tosca).
É como um cinebiografia deve ser: ter como elemento primário uma leitura sobre a condição humana, enquanto que a estrita fidelidade aos fatos, o seu tal caráter biográfico, deve figurar como elemento secundário.
Destaque para a combinação entre o roteiro desenvolto do excelente Aaron Sorkin e a direção introspectiva de David Fincher, direção que não deixou o filme muito carregado em imagens como é em palavras. A edição baila com maestria entre as cenas do judicial e as cenas do desenvolvimento do Facebook, contribuindo para o que dinâmico roteiro encontre sucesso.
É uma grande leitura do que somos capazes de abandonar em busca do sucesso, do que abdicamos por um reconhecimento de gente que no final das contas pouco nos importa - ou pouco deveria nos importar.
Muito tocante Muito divertido. Ótimo filme. Dentre as comédias românticas, um dos melhores.
Pega muito do Woody Allen, mas de uma maneira a fazer menos escárnio das instituições 'burguesas' (me corta o coração ter que designar assim, mas é o jeito) que temos como sólidas, como casamento e afins.
Senti falta, porém, da vida de ambos quando fora do eixo em que se estão juntos. Poucos são os momentos em que vimos um dos dois em separado; e quando esses momentos chegam, o que falam e vive, envolve indiretamente o seu par. Ainda assim, dentre as comédias românticas, é uma das grandes de Hollywood. Faz o que muitas tentam e não conseguem. É bem sucedida em seguir a fórmula dada em 1977 e chega muito próximo de não apenas ser influente, como criar a sua própria personalidade. O destaque são os dois protagonistas são espetaculares, especialmente aquele interpretado por Billy Crystal. É possível sentir que eles são pessoas, e não só personagens de um filme. Têm personalidade e pertencem a ela até o final da película. Isso é a marca de uma comédia romântica excelente.
Mas, ainda assim, fora do nicho, é apenas um bom filme.
Meu primeiro filme noir. Facilmente na lista dos 50 melhores filmes do mundo inteiro. Esse filme é uma pérola do cinema europeu.
O estilo expressionista do filme, com o constante chiaroscuro, jogo de luz e sombras marcante no filmes noir, foge à regra daqueles noir que ouvimos falar graças a sua trilha sonora inesquecível.
A fotografia sombria, e a trilha sonora -- ponto que receberá destaque aqui, devido à minha infelicidade com a desconsideração das resenhas daqui debaixo --, com plena vivacidade, mas absoluta falta de alegria, compõem a atmosfera do filme; de desespero mudo, de liberdade sufocada -- são como um assobio do escuro, onde se coloca vivacidade em um espaço que de forma alguma não convém.
Gostaria de continuar a abordar a trilha sonora do filme seguindo quatro linhas de possíveis significados, além dos aspectos técnicos, creio, por ela entregues ao filme:
Analisando o filme considerando contexto histórico e social da época, que o mesmo jogo de fotografia sombria e de trilha sonora vívida marcam perfeitamente o tratamento, explicito no filme e na história mundial, que tiveram os vienenses após a devastação de sua capital ao fim da grande segunda guerra, agora uma cidade devastada e dividida. Para colocar de outra maneira, poder-se-ia brincar com os versos da famosa música Time, do Pink Floyd da seguinte maneira: Hanging on in quiet desesperation was the Viennese way.
Além disso, a aparente inadequação da trilha sonora marcaria a tentativa do protagonista, escritor de livros de pulp prescindidos de domínio e uso de técnica literária, de colocar alguma de suas histórias, ou de adequar o mistério que envolve seu amigo Harry Lime em uma trama novelizada por si. Prova dessa tentativa falha, além da trilha sonora, seria o uso constante, porém preciso, de Dutch angle shots, onde o espaço fica desconcertado para o protagonista.
A terceira e quarta últimas abordagem contêm spoilers:
Em uma terceira abordagem da trilha sonora, ela poderia significar a maneira com que é posta o mistério em torno de Harry Lime, onde o sumido parece brincar com o protagonista, espírito de palhoça evidente no encontro entre os dois -- aliás, uma das mais icônicas cenas do cinema mundial -- onde Orson Welles sorri como se tivesse feito uma grande brincadeira com seu antes melhor amigo.
A quarta e última seria com relação a situação do personagem ao momento do mistério: No icônico momento da roda-gigante, vemos um inescrupuloso Harry Lime questionar se aqueles pontos que vê do alto da roda-gigante fariam, de fato, alguma falta a si diante do mundo. A resposta facilmente sabemos quando Holly Martins descobre o ramo em que Harry Lime trabalha. É engano, no entanto, pensar que Lime realizou a transição ao homem relapso que é sem grande momento, ou mesmo sem demônios que o perturbem por dentro: talvez esses demônios sejam a alegria que não consegue sair, ou a plenitude que tenta chegar mas é sufocada; assim como a alegria, que, na trilha sonora, é incapaz de vencer.
É uma obra-prima do cinema mundial. Parece-me ser o pai dos filmes noir, como experiente professor que faz o que todos fazem com extrema dificuldade em tom de quase brincadeira.
Este filme é uma aula de cinematografia e progressão de trama, obrigatória a todo amante de cinema ou aspirante a cineasta.
Destaco: o uso das cores verde e vermelho é marcante da trama -- o qual preciso assistir novamente para entender seu significado, que em mim ainda está somente subentendido --, o uso de enquadramentos de longos ambientes, hostilmente vazios, de gente e de caminho, mas cheios, de prédios ou de pedregulhos; constituem um maravilhoso subentendimento das personagens principais da trama. Até mesmo para o pouco experiente com o cinema, que, como eu, não pode saber com exatidão o sentido correto, ao menos a si, do uso dessas cores e desses enquadramentos, percebe o quão eles são essenciais à construção cinematográfica de 'Paris, Texas'. É filme para aprender, ir e voltar, e absorver, a cada vista, coisas novas. O roteiro é tão bem construído quanto o visual, com seus três atos bem definidos, enquanto progride compassadamente com o trabalho de direção, até o clímax: este, icônico, sentimental sem ser, emocionante pelo conjunto da obra, cru, hiperrealista, tocante na maneira certa. É maravilhoso. Um marco no cinema. Vale demais a pena ver.
Extremamente abaixo das minhas expectativas. Poderia ter sido muito melhor filme pela qualidade do seu material de origem. É um filme bom para quem não leu o livro. A direção é boa. Vou dizer logo: o filme é bom, mas comigo não deu certo. Acho que foi a expectativa.
Maravilhoso. Tocante. Sublime. Melhor filme do Woody Allen. Roteiro magnífico e preciosamente lapidado, mas sobretudo sincero, que flui suave pelas suas 1 hora e meia de duração. Tem a cena romântica mais linda que já vi.
Baita de um filme. Incrível roteiro, bem construído e lapidado, incrível trabalho de direção do confidente, discreto e simples, porém muito técnico, Sidney Lumet (em seu primeiro trabalho para o cinema), que utiliza muito bem o quase único espaço do filme para criar o seu cenário e desenvolver o excelente roteiro que recebeu de presente. É um trabalho muito semelhante ao trabalho de teatro: cenário único e destaque aos atores (Sidney Lumet é, inclusive, conhecido por ser um "actor's diretor", deixando o personagens roubarem e cena e tornando seu trabalho de direção quase imperceptível).
Excelente filme. O grande crítico de cinema Roger Ebert acusou-o de não ter envelhecido bem, porém alguns pontos do filme são relevantes apesar da época, ao passo que retrata a angústia e o desafio do amadurecimento A trilha sonora apresentou-me a um grupo musical incrível que é Simon & Garfunkel. A direção do Mike Nichols é inovadora - seu famoso "impossible cut" reverencia muito o cinema francês inovador da época - e se encaixa muito bem no contexto do movimento da Nova Hollywood. Só pela sua relevância na história do cinema, já vale a pena assistir.
Finalmente, sobre esse filme, tenho apenas uma palavra a dizer, apenas uma: "Plastics."
É outro filme para se ver de novo, e de novo, e de novo. É um pouco pretensioso - mas na medida certa - porém o suficiente para não ser uma obra-prima. É incrível por sua profundidade e na diversidade de seus temas, por seus simbolismos e pela incrível direção do confidente Paul Thomas Anderson que, alá Robert Altman, lida com um elenco largo e estelar e com um roteiro que se divide em vários personagens com habilidade surpreendente. Vale ressaltar: Se gostou deste filme, assista 'Short Cuts' - influência mais que direta em Magnólia'.
É fofo, muito fofo. A trilha sonora é um amor. Peguei-me escutando ela mesmo depois de assistir o filme. Mas apenas ela em mim ficou. O filme não me tocou.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KUm filme bem reflexivo. Mas ainda não era o momento de eu assisti-lo. Gosto de como é profundo sem ser denso e massivo. É raro de se ver. A direção é impecável.
Eleição
3.4 178 Assista AgoraAlexander Payne nunca decepciona, e renova a temática estudantil que vive nos dando filmes medianos. O roteiro é previsível, mas as coisas aqui são expostas de maneira muito sutil e inteligente, especialmente através da edição. Funciona bem como comédia satírica e drama.
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraA última cena do filme, em que o Woody troca de assentos no carro com o filho, nos indica que a vida do velho jamais será a mesma. Metaforicamente dita que ele rapidamente será mais dependente dos outros. Mas todo o filme mostra que ele simplesmente não consegue sê-lo. E quando ele pede para o filho se abaixar, não está dizendo que, depois de tudo que o filho fez, ainda não é bem vindo em sua vida? E se o filho não é, quem será? Tudo isso em um momento lindo que, na verdade, eram só aparências. A suposta reconciliação de pai e filho, por muitos aqui entendida, não aconteceu.
É na realidade um final muito triste.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraSunset doesn't last all evening
A mind can blow those clouds away
After all this, my love is up and must be leaving
It's not always going to be this grey
All things must pass
All things must pass away
All things must pass
None of life's strings can last
So, I must be on my way
And face another day
Sideways - Entre Umas e Outras
3.6 261 Assista AgoraNunca vou esquecer de quando o protagonista e seu "par romântico" explicam seu amor por vinho. Gente, do céu, que momento iluminado! Não sei me expressar bem, mas isso me moveu de um jeito...
"It's a hard grape to grow, as you know. Right? It's uh, it's thin-skinned, temperamental, ripens early. It's, you know, it's not a survivor like Cabernet, which can just grow anywhere and uh, thrive even when it's neglected. No, Pinot needs constant care and attention. You know? And in fact it can only grow in these really specific, little, tucked away corners of the world. And, and only the most patient and nurturing of growers can do it, really. Only somebody who really takes the time to understand Pinot's potential can then coax it into its fullest expression. Then, I mean, oh its flavors, they're just the most haunting and brilliant and thrilling and subtle and... ancient on the planet."
"How it's a living thing. I like to think about what was going on the year the grapes were growing; how the sun was shining; if it rained. I like to think about all the people who tended and picked the grapes. And if it's an old wine, how many of them must be dead by now. I like how wine continues to evolve, like if I opened a bottle of wine today it would taste different than if I'd opened it on any other day, because a bottle of wine is actually alive. And it's constantly evolving and gaining complexity. That is, until it peaks, like your '61. And then it begins its steady, inevitable decline.
And it tastes so fucking good."
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraA atuação da Natalie Portman foi excelente mas não ao ponto de ser a única possível àquele papel. Ela não tornou o papel único e não o fez dependente de si. Creio que ele também se encaixaria a muitas outras atrizes.
Senti falta de uma maior profundidade no desenvolvimento da protagonista. Qual seu passado? O que há, no tempo, atrás daquela encenação? Não sabemos. O filme nos prendeu àquele período. É difícil desprender-se quando se conta uma história do ponto de vista do protagonista, mas é possível. Não senti a personagem da Natalie como uma pessoa real; pareceu-me uma ferramenta de roteiro.
Finalmente, gostei muito do trabalho de Darren Aronofsky, mas o esperava mais ousado.. Confesso, após ter assistido Réquiem para um Sonho... Aguardava um trabalho mais visualmente ousado, mais auteur. Porém, reconheço que Aronofsky soube se adequar a um estilo mais vendável e mainstream, que era, afinal, ao que o filme se propunha, e provou-se mais uma vez o cara dos thrillers psicológicos contemporâneos, porém ainda não insubstituível (embora o tenha sido em Requiem), já que há um tal de David Fincher logo ali...
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraImpecável. Fotografia em preto e branco deslumbrante. Enquadramentos precisos. Landscapes sempre necessários - contrariamente ao caso de um filme de um certo diretor mexicano... Trilha sonora atmosférica e evocadora de sentimentos. Diálogos sinceros. Leve e discreto toque de humor, nos detalhes de diálogo e da edição. Atuação incrível e quase imperceptível de Bruce Dern - como as merecedoras do Oscar devem ser, mas não o são.
Quanto do amor e do afeto advém da pena? Em que grau o afeto persiste pela simples procura de uma recompensa? E quanto daquilo que somos devotos, quase quixotescamente, estão para simplesmente nos preencher um vazio?
Sideways - Entre Umas e Outras
3.6 261 Assista AgoraÉ um filme sensível e maduro. Sua direção é discreta e precisa. Preciso revê-lo.
Tem peças de diálogos maravilhosas, como aquela em que o personagem, ao descrever seu amor por um tipo específico de vinho, acaba em realidade descrevendo a si próprio. Faz pensar o quanto as paixões da nossa vida existem simplesmente por refletirem aquilo que nós somos.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraUm filme sobre relacionamentos, sim. Mas isso é, vejo, secundário. Seu tema central é maior que isso, é sobre quão dependente - ou não - somos da verdade em nossas vidas. E é esse tema quase existencial pairando sobre as quatro letras que adoramos dizer que adoramos sentir que o faz um grande filme.
Sinédoque, Nova York
4.0 477Eu nunca vou atingir a profundidade que penso que este filme tem.
Se você que se manter no seu perfeito juízo, se quer ter uma noite de sono tranquila, jamais assista a este filme. Este filme te faz pensar as coisas mais estranhadas em ti.
Te faz questionar livre-arbítrio de uma maneira tão única, que chega incluir o questionamento em cima do questionamento. Este filme é profundo em camadas expansivas e intermináveis, tal como si próprio.
Charlie Kaufman é um louco, um louco, um louco. Passe longe. Ele é um gênio.
Hannah e Suas Irmãs
4.0 292É um bom filme. Mas assisti de novo e... méh.
PS.: Aquele final
upbeat
M.A.S.H.
3.5 147 Assista AgoraQue direção impecável de Robert Altman!!!
O blocking dos atores está disposto de maneira precisa. Cada colocação de cena, vê-se que foi estritamente pensada, o que é um grande feito, já que Altman insiste em estilosos takes longos, abdicando do corte para, em vez dele, utilizar o botão mais desprezado por diretores de fotografia: o zoom, de modo que o mesmo corte traz perspectivas distintas de uma mesma cena, incluindo ou excluindo personagens que se aproximam do cenário, assim o setting utilizando de maneira integral.
O zoom, minha gente! pra quê cortar em cada frame diferente? Pra quê ficar pra lá e pra cá andando com essa câmera, em vez de dar a oportunidade de os atores e atrizes se posicionarem, e trabalhar com essa coisa paradinha no canto dela, só marcando o ir e vir de quem aparece na película? O ZOOM!!!!! E Altman é conhecido por deixar e estimular que os atores se soltem em seu talento: improvisem, o que não impediu que o filme ganhasse o Oscar pelo roteiro adaptado.
Também é louvável o quanto o sentido de profundidade marca os tons das conversas e dos sentimentos dos personagens filme: uma visão de fora da cabine em uma conversa de tom mais sombrio, uma câmera que não ousa entrar na sala do sisudo coronel. São esses floreios que, quando usados no filme, fazem-nos sentir que o cenário é parte fundamental da obra, essencial à narrativa construída. E qual o cenário, perguntemos: a guerra!
Robert Altman, genial, e auteur como poucos em Hollywood!
A Última Sessão de Cinema
4.1 123 Assista AgoraÉ um sentimento de melancolia tão envolvente e tão profundo que te deixa esmorecido por horas depois, pensando no filme, sentindo em si a dor dos que partem e dos que se deixam ficar; em suma, toda a dor que o tempo, irrefreável, ao passar pelo deserto, sopra.
É incrível a sutileza deste filme. Incrível. Peço desculpas, mas não tenho vontade de descrevê-lo tecnicamente. É incrível, incrível, incrível. Sublime. Irretocável.
(É uma obra que me lembrou muito de 'Cem Anos de Solidão', na arraigada languidez que evoca de seus personagens e cenário.)
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraGrande filme! Merecia o Oscar de Melhor Diretor para David Fincher (melhor do que entregar pro diretor do filme da fotografia tosca).
É como um cinebiografia deve ser: ter como elemento primário uma leitura sobre a condição humana, enquanto que a estrita fidelidade aos fatos, o seu tal caráter biográfico, deve figurar como elemento secundário.
Destaque para a combinação entre o roteiro desenvolto do excelente Aaron Sorkin e a direção introspectiva de David Fincher, direção que não deixou o filme muito carregado em imagens como é em palavras. A edição baila com maestria entre as cenas do judicial e as cenas do desenvolvimento do Facebook, contribuindo para o que dinâmico roteiro encontre sucesso.
É uma grande leitura do que somos capazes de abandonar em busca do sucesso, do que abdicamos por um reconhecimento de gente que no final das contas pouco nos importa - ou pouco deveria nos importar.
Harry & Sally: Feitos um Para o Outro
3.9 501 Assista AgoraMuito tocante Muito divertido. Ótimo filme.
Dentre as comédias românticas, um dos melhores.
Pega muito do Woody Allen, mas de uma maneira a fazer menos escárnio das instituições 'burguesas' (me corta o coração ter que designar assim, mas é o jeito) que temos como sólidas, como casamento e afins.
Senti falta, porém, da vida de ambos quando fora do eixo em que se estão juntos. Poucos são os momentos em que vimos um dos dois em separado; e quando esses momentos chegam, o que falam e vive, envolve indiretamente o seu par.
Ainda assim, dentre as comédias românticas, é uma das grandes de Hollywood. Faz o que muitas tentam e não conseguem. É bem sucedida em seguir a fórmula dada em 1977 e chega muito próximo de não apenas ser influente, como criar a sua própria personalidade. O destaque são os dois protagonistas são espetaculares, especialmente aquele interpretado por Billy Crystal. É possível sentir que eles são pessoas, e não só personagens de um filme. Têm personalidade e pertencem a ela até o final da película. Isso é a marca de uma comédia romântica excelente.
Mas, ainda assim, fora do nicho, é apenas um bom filme.
O Terceiro Homem
4.2 176 Assista AgoraMeu primeiro filme noir.
Facilmente na lista dos 50 melhores filmes do mundo inteiro.
Esse filme é uma pérola do cinema europeu.
O estilo expressionista do filme, com o constante chiaroscuro, jogo de luz e sombras marcante no filmes noir, foge à regra daqueles noir que ouvimos falar graças a sua trilha sonora inesquecível.
A fotografia sombria, e a trilha sonora -- ponto que receberá destaque aqui, devido à minha infelicidade com a desconsideração das resenhas daqui debaixo --, com plena vivacidade, mas absoluta falta de alegria, compõem a atmosfera do filme; de desespero mudo, de liberdade sufocada -- são como um assobio do escuro, onde se coloca vivacidade em um espaço que de forma alguma não convém.
Gostaria de continuar a abordar a trilha sonora do filme seguindo quatro linhas de possíveis significados, além dos aspectos técnicos, creio, por ela entregues ao filme:
Analisando o filme considerando contexto histórico e social da época, que o mesmo jogo de fotografia sombria e de trilha sonora vívida marcam perfeitamente o tratamento, explicito no filme e na história mundial, que tiveram os vienenses após a devastação de sua capital ao fim da grande segunda guerra, agora uma cidade devastada e dividida.
Para colocar de outra maneira, poder-se-ia brincar com os versos da famosa música Time, do Pink Floyd da seguinte maneira: Hanging on in quiet desesperation was the Viennese way.
Além disso, a aparente inadequação da trilha sonora marcaria a tentativa do protagonista, escritor de livros de pulp prescindidos de domínio e uso de técnica literária, de colocar alguma de suas histórias, ou de adequar o mistério que envolve seu amigo Harry Lime em uma trama novelizada por si. Prova dessa tentativa falha, além da trilha sonora, seria o uso constante, porém preciso, de Dutch angle shots, onde o espaço fica desconcertado para o protagonista.
A terceira e quarta últimas abordagem contêm spoilers:
Em uma terceira abordagem da trilha sonora, ela poderia significar a maneira com que é posta o mistério em torno de Harry Lime, onde o sumido parece brincar com o protagonista, espírito de palhoça evidente no encontro entre os dois -- aliás, uma das mais icônicas cenas do cinema mundial -- onde Orson Welles sorri como se tivesse feito uma grande brincadeira com seu antes melhor amigo.
A quarta e última seria com relação a situação do personagem ao momento do mistério: No icônico momento da roda-gigante, vemos um inescrupuloso Harry Lime questionar se aqueles pontos que vê do alto da roda-gigante fariam, de fato, alguma falta a si diante do mundo. A resposta facilmente sabemos quando Holly Martins descobre o ramo em que Harry Lime trabalha. É engano, no entanto, pensar que Lime realizou a transição ao homem relapso que é sem grande momento, ou mesmo sem demônios que o perturbem por dentro: talvez esses demônios sejam a alegria que não consegue sair, ou a plenitude que tenta chegar mas é sufocada; assim como a alegria, que, na trilha sonora, é incapaz de vencer.
É uma obra-prima do cinema mundial. Parece-me ser o pai dos filmes noir, como experiente professor que faz o que todos fazem com extrema dificuldade em tom de quase brincadeira.
Paris, Texas
4.3 696 Assista AgoraEste filme é uma aula de cinematografia e progressão de trama, obrigatória a todo amante de cinema ou aspirante a cineasta.
Destaco: o uso das cores verde e vermelho é marcante da trama -- o qual preciso assistir novamente para entender seu significado, que em mim ainda está somente subentendido --, o uso de enquadramentos de longos ambientes, hostilmente vazios, de gente e de caminho, mas cheios, de prédios ou de pedregulhos; constituem um maravilhoso subentendimento das personagens principais da trama.
Até mesmo para o pouco experiente com o cinema, que, como eu, não pode saber com exatidão o sentido correto, ao menos a si, do uso dessas cores e desses enquadramentos, percebe o quão eles são essenciais à construção cinematográfica de 'Paris, Texas'.
É filme para aprender, ir e voltar, e absorver, a cada vista, coisas novas.
O roteiro é tão bem construído quanto o visual, com seus três atos bem definidos, enquanto progride compassadamente com o trabalho de direção, até o clímax: este, icônico, sentimental sem ser, emocionante pelo conjunto da obra, cru, hiperrealista, tocante na maneira certa. É maravilhoso. Um marco no cinema. Vale demais a pena ver.
Ensaio Sobre a Cegueira
4.0 2,5KExtremamente abaixo das minhas expectativas. Poderia ter sido muito melhor filme pela qualidade do seu material de origem. É um filme bom para quem não leu o livro. A direção é boa. Vou dizer logo: o filme é bom, mas comigo não deu certo. Acho que foi a expectativa.
Hannah e Suas Irmãs
4.0 292Maravilhoso. Tocante. Sublime. Melhor filme do Woody Allen. Roteiro magnífico e preciosamente lapidado, mas sobretudo sincero, que flui suave pelas suas 1 hora e meia de duração. Tem a cena romântica mais linda que já vi.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraBaita de um filme. Incrível roteiro, bem construído e lapidado, incrível trabalho de direção do confidente, discreto e simples, porém muito técnico, Sidney Lumet (em seu primeiro trabalho para o cinema), que utiliza muito bem o quase único espaço do filme para criar o seu cenário e desenvolver o excelente roteiro que recebeu de presente. É um trabalho muito semelhante ao trabalho de teatro: cenário único e destaque aos atores (Sidney Lumet é, inclusive, conhecido por ser um "actor's diretor", deixando o personagens roubarem e cena e tornando seu trabalho de direção quase imperceptível).
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraFofo demais. Todo adolescente deveria ver esse filme. É muito tocante e muito especial para esta época da nossa vida. É muito especial para mim.
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 810 Assista AgoraExcelente filme. O grande crítico de cinema Roger Ebert acusou-o de não ter envelhecido bem, porém alguns pontos do filme são relevantes apesar da época, ao passo que retrata a angústia e o desafio do amadurecimento A trilha sonora apresentou-me a um grupo musical incrível que é Simon & Garfunkel. A direção do Mike Nichols é inovadora - seu famoso "impossible cut" reverencia muito o cinema francês inovador da época - e se encaixa muito bem no contexto do movimento da Nova Hollywood. Só pela sua relevância na história do cinema, já vale a pena assistir.
Finalmente, sobre esse filme, tenho apenas uma palavra a dizer, apenas uma:
"Plastics."
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraÉ outro filme para se ver de novo, e de novo, e de novo. É um pouco pretensioso - mas na medida certa - porém o suficiente para não ser uma obra-prima. É incrível por sua profundidade e na diversidade de seus temas, por seus simbolismos e pela incrível direção do confidente Paul Thomas Anderson que, alá Robert Altman, lida com um elenco largo e estelar e com um roteiro que se divide em vários personagens com habilidade surpreendente.
Vale ressaltar: Se gostou deste filme, assista 'Short Cuts' - influência mais que direta em Magnólia'.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraÉ fofo, muito fofo. A trilha sonora é um amor. Peguei-me escutando ela mesmo depois de assistir o filme. Mas apenas ela em mim ficou. O filme não me tocou.