Um pouco diferente dos outros filmes do mesmo gênero – de super-heróis, o novo longa da Marvel: Guardiões da Galáxia, é mais voltado às aventuras do que aos heróis. Dirigido e roteirizado por James Gunn, da comédia sem graça Para Maiores, o filme conseguiu surpreender com piadas pertinentes e bem elaboradas, mas não deixou de abusar dos clássicos clichês dos cinemas.
A trama mostra como se formaram os Guardiões da Galáxia, representados pelos foras da lei: Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Groot (Vin Diesel) e Rocket Racoon (Bradley Cooper). Ao se conhecerem na prisão espacial, ambos perceberam ter características e personalidades bem diferentes, mas com um objetivo em comum: vender o Orbe, um artefato espacial com uma capacidade de destruição incalculável, e assim, sem querer, tira-lo alcance de Ronan, O Acusador (Lee Pace).
O primeiro ato já começa com uma cena de ação, onde podemos identificar que a tecnologia em 3D foi muito bem utilizada em conjunto com os efeitos visuais, deixando a trama muito mais interessante por dar uma sensação mais real do que em 2D. E assim, eles seguem mostrando o que há de melhor na ficção cientifica: naves espaciais e maquiagens que dão um visual fantástico aos personagens, e em sincronia a isso, uma belíssima trilha sonora que mescla o ambiente futurístico com um som dos anos 70 e 80. A música é tão importante ao longa, que ela por si só dispensa diálogos mostrando estar sempre presente em partes importantes para a narrativa.
As personalidades diferentes de cada personagem trazem muita a graça à produção. Ao conduzir brincadeiras e discussões à tona entre os protagonistas, percebemos a importância deles serem tão diferentes entre si. Sem falar no Guaxinim, Rocket Racoon, que consegue ser o grande astro da ação ao roubar boa parte das cenas com suas falas de humor sarcástico, deixando o longa muito engraçado. Já o grande vilão Thanos (Josh Brolin), com poucas passagens, consegue ser introduzido ao universo de uma forma sutil, porém com grande importância aos próximos filmes da Marvel.
O maior problema da narrativa é o uso incontrolável dos clichês. Eles são usados de muitas formas no decorrer do filme. Isso pode até ser uma característica que vem dos quadrinhos, porém, são coisas muito obvias que não me agradam muito. Como por exemplo, o herói órfão que é vitimizado por todos os seus atos ou do ganharão que se encanta por uma mulher durona e forte que parece conhecer muito bem os homens desse tipo, e por aí vai.
Com uma narrativa leve e auto explicativa, o longa é de fácil entendimento para aqueles que não acompanham os quadrinhos, mas é necessário ter um pouco de conhecimento nas histórias da franquia de Os Vingadores para ter uma melhor assimilação.
Guardiões da Galáxia cumpriu o seu papel. Um filme que agrada, com uma boa estética e unindo sempre a ação com piadas pertinentes e engraçadas. Se tudo seguir como o esperado, o filme é uma boa oportunidade para dar um gancho necessário para os outros longas da indústria para não cairem na mesmice.
Por: Caroline Venco